Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Carla Bertelli – 4° Período – Entender os aspectos básicos da Política Nacional de Atenção à Saúde da Criança (PNAISC) – Conhecer a avaliação do RN e do acompanhamento da prematuridade na atenção primária à saúde – Compreender e aplicar a puericultura como ferramenta de avaliação ampliada da Saúde da Criança – Entender as articulações intersetoriais na abordagem à saúde do escolar – PSE – Identificar as principais afecções respiratórias na criança (Asma, bronquite, rinite, bronquiolite, pneumonia) – Compreender a atenção à saúde do adolescente na APS - Programa Nacional de Imunização e Diversidade Sexual BRASIL. Ministério da Saúde. Política nacional de atenção integral à saúde da criança Brasília (DF), 2018.BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. BRASIL, Ministério da Saúde. Carteira de serviços da atenção primária à saúde (CaSAPS). Brasília, 2019. O Brasil assumiu desde 1988 uma obrigatoriedade com o SUS garantindo o direito universal à Saúde e Proteção Integrada da Criança com o advento do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). O país conquistou diminuição nas taxas de mortalidade infantil (<1 ano) e mortalidade na infância (<5 anos), tendo cumprido o Objetivo de Desenvolvimento do Milênio Também é perceptível a diminuição da mortalidade por doenças imunopreveníveis como a diarreia, e uma grande diminuição nos índices de desnutrição e melhora crescente nos indicadores de aleitamento materno. A escola por exemplo, na questão da oferta de alimentos ajudou a diminuir a desnutrição no Brasil. Os direitos da criança estão consagrados na Constituição Federal de 1988 e reafirmados no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que considera a criança, a pessoa até 12 anos incompletos, e o adolescente, a pessoa entre 12 e 18 anos de idade. A Convenção sobre os Direitos da Criança (CDC) de 1989 considera a criança todo ser humano com menos de 18 anos de idade. O Ministério da Saúde (MS), para efeitos da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Criança (Pnaisc), segue o conceito da Organização Mundial da Saúde (OMS), que considera: “Criança” – pessoa na faixa etária de zero a 9 anos, ou seja, de zero até completar 10 anos ou 120 meses; “Primeira infância” – pessoa de zero a 5 anos, ou seja, de zero até completar 6 anos ou 72 meses O í çã à ú ç é: Promover e proteger a saúde da criança e o aleitamento materno, mediante a atenção e cuidados integrais e integrados, da gestação aos 9 anos de vida, com especial atenção à primeira infância e às populações de maior vulnerabilidade, visando a redução da morbimortalidade e um ambiente facilitador à vida com condições dignas de existência e pleno desenvolvimento. í : à à ú (acesso universal e igualitário às ações e serviços para promoção, proteção integral e recuperação da saúde); ç (primazia da criança em receber proteção e cuidado em quaisquer circunstâncias, ter precedência de atendimento nos serviços de saúde e preferência nas políticas sociais); à ú (receber atenção de cuidado necessários e dever de política de saúde, acolhimento, escuta qualificada, avaliação com classificação de risco e vulnerabilidades sociais); (atenção global da criança, promoção, prevenção, tratamento, reabilitação, cuidado); ú (igualdade da atenção à saúde, sem privilégios ou preconceitos, mediante a definição de prioridades de ações e serviços de acordo com as demandas de cada um, com maior alocação dos recursos onde e para aqueles com maior necessidade.); à (estabelecimento a qualidade de vínculo entre criança e sua mãe/família/cuidadores e destes com os profissionais, compreensão da relação entre indivíduo e sociedade); çã çã (qualificar as práticas do cuidado, mediante soluções concretas para os problemas reais vividos no processo de produção de saúde, de forma criativa e inclusiva, com acolhimento, gestão participativa e cogestão); ã . (fomentar a democracia representativa e criar condições para o desenvolvimento da cidadania ativa. São canais Carla Bertelli – 4° Período institucionais, de diálogo social, as audiências públicas, as conferências e os conselhos de saúde em todas as esferas de governo que conferem à gestão do SUS) – Gestão Inter federativa das ações de saúde da criança; Organização das ações e dos serviços na rede de atenção; Promoção da Saúde; Fomento à autonomia do cuidado e da sua corresponsabilidade da família; Qualificação da força de trabalho do SUS; Planejamento e desenvolvimento de ações; Incentivo à pesquisa e à produção de conhecimento; Monitoramento e avaliação; Intersetorialidade. Aleitamento materno exclusivo deve ser ofertado, prioritariamente até os 6 meses de idade Os primeiros anos de vida da criança são os mais importantes e quando a atenção deve ser ainda mais redobrada para detecção de problemas/doenças em estágios iniciais. O cuidado da criança demanda de uma visão de integralidade, contemplando postura acolhedora com escuta qualificada, olhar zeloso e estabelecimento de vínculo e responsabilização. É necessária a visão integral dos demais pontos da Rede de Atenção, potencializando recursos disponíveis para oferecer uma resposta mais adequada, completa e resolutiva. O foco dos profissionais deve ser a criança dentro do contexto da sua família e sociedade. A organização da atenção à saúde em linhas de cuidado é uma estratégia que favorece a atenção integral, com a continuidade do cuidado, desde ações de promoção de saúde, prevenção de doenças e agravos, até medidas de tratamento, cuidado e reabilitação. çã à çã – Consiste na melhoria do acesso, cobertura, qualidade e humanização da atenção obstétrica e neonatal, integrando as ações do pré-natal e acompanhamento da criança na atenção básica com aquelas desenvolvidas na maternidade, conformando-se uma rede articulada de atenção. A atenção integral à gestação, ao parto e ao nascimento inicia-se com a visão abrangente de saúde integral da mulher e promoção da saúde sexual e reprodutiva, desde a adolescência. A rede de atenção da saúde materna, neonatal e infantil (rede cegonha) tem por objetivo fomentar a implementação de um novo modelo de atenção à saúde da mulher e da criança, com foco na atenção ao parto, nascimento, crescimento e desenvolvimento da criança (0 a 24 meses), e organizar os pontos de atenção para a garantia do acesso, acolhimento e resolutividade, com a finalidade de reduzir a mortalidade materna e infantil, com foco no componente neonatal, integrando a rede de atenção perinatal, com definição das responsabilidades com todos os níveis de ação, integração do cuidado da atenção básica com a atenção hospitalar. Propõem-se mudanças no modelo de atenção obstétrica e neonatal no País, buscando equilíbrio e prevenção de intervenções desnecessárias, assumindo-se que práticas çã é durante o trabalho de parto e nascimento podem contribuir para a persistência dos índices ainda elevados de morbidade e de efeitos adversos físicos e psíquicos, imediatos, de médio e longo prazo na vida da mulher e da criança, com prejuízo do seu pleno desenvolvimento. Repercutem ainda na satisfação das mulheres com a experiência do parto e nascimento, que apontam tratamento desrespeitoso e violência institucional, inclusive em relação a práticas desnecessárias realizadas com o bebê, como a sua separação da mãe logo após o nascimento – intervenções desnecessárias em crianças nascidas saudáveis pode acarretar complicações maternas e fetais irreversíveis. A atenção pré-natal é realizada na atenção básica e a continuidade do cuidado até o parto deve ser mantida durante toda a gestação por esta equipe. Mais do que isso, esse cuidado deve ser planejado e estruturado, uma vez que a gestante vai necessariamente demandar cuidados em outro nível de atenção à saúde quando oparto acontecer na Atenção Hospitalar. O parto é uma urgência prevista, que deve ser contemplada no planejamento da Atenção Básica e da rede local de saúde. Mesmo nos casos em que também é necessário acompanhamento é çã á çã çã á O aleitamento materno tem se constituído em tema fundamental para a saúde e a qualidade de vida da criança. Evidências científicas comprovam que a amamentação, quando praticada de forma exclusiva até os 6 meses e complementada com alimentos apropriados até os 2 anos de idade ou mais, demonstra grande potencial transformador no crescimento, no desenvolvimento e na prevenção de doenças na infância e idade adulta e promoção não apenas da sobrevivência infantil, mas do pleno desenvolvimento do ser humano. Carla Bertelli – 4° Período A abordagem durante o pré-natal é fundamental para as orientações sobre como o leite é produzido, a importância da amamentação precoce, do contato pele a pele efetivo e do aleitamento na primeira hora de vida, evitando-se a separação mãe e bebê para rotina padronizadas nos serviços que podem ser feitas após a primeira hora de vida), o aleitamento materno sob livre demanda, o papel do alojamento conjunto, os riscos do uso de chupetas, mamadeiras e qualquer tipo de bico artificial; orientação quanto ao correto posicionamento da criança e pega da aréola; como realizar a ordenha manual do leite, como guardá-lo e/ou doá-lo; como superar dificuldades como o ingurgitamento mamário, oferecer apoio emocional e estimular a troca de experiências, dedicar tempo e ouvir as dúvidas, as preocupações e as dificuldades da mulher e fortalecer sua autoconfiança e o protagonismo da mulher sobre sua capacidade de amamentar desde a gestação, no momento do parto e nascimento para garantir a qualidade do encontro com o bebê para uma interação efetiva, além de envolver os familiares e a comunidade nesse processo. Programa Nacional de Imunização (PNI); Programa Saúde na Escola (PSE); Atenção à Saúde Bucal; Saúde da Criança nas Redes Temáticas; Saúde da Criança na Rede de Atenção Materno, Neonatal e Infantil (Rede Cegonha). çã – Tem objetivo de erradicar, eliminar e controlar as doenças imunopreviníveis no território brasileiro. A vacinação é a maneira mais eficiente de evitar diversas doenças imunopreveníveis, como a varíola (erradicada em 1980), a poliomielite/paralisia infantil, sarampo, tuberculose, rubéola, gripe, hepatite A e B, febre amarela. Os registros na Caderneta Nacional de Vacinação devem ser sempre observados pelos profissionais da Atenção Básica e mesmo de outros serviços de saúde, com objetivo de sempre manter atualizada. ú – Intuito de instigar a criança desde pequena, é feita preferencialmente por um profissional da saúde, abordagem de temas como cuidados com o corpo, saúde, alimentação saudável. A nova concepção em Saúde na Escola foi incorporada nos Parâmetros curriculares Nacionais, consagrando o tema de saúde como transversal às disciplinas e às ações no contexto escolar, nas dimensões de promoção, prevenção e de atenção aos cuidados de crianças e adolescentes. As Políticas de Saúde e de Educação investiram no PSE tendo como desafios o uso de estratégias pedagógicas coerentes com produção de educação e saúde integral, fundamental para produzir autocuidado, autonomia e participação dos escolares de acordo com a idade que se encontram. São inúmeras as possibilidades da atuação do PSE no território, no desenvolvimento de atividades lúcidas e de promoção de saúde, na identificação precoce e oportuna de problemas de saúde, no desenvolvimento e na aprendizagem, na construção de estratégias articuladas que evitem a medicalização, na qualificação dos profissionais, familiares e responsáveis, ampliando a capacidade de produzir diálogo e vínculo entre as partes envolvidas. A organização das ações do PSE, por meio das Equipes das UBS e das escolas, está estruturada de forma intersetorial, segundo os seguintes componentes: avaliação das condições de saúde; promoção de saúde; prevenção de doenças e agravos; formação de profissionais da saúde e da educação. A avaliação das condições de saúde tem por objetivo avaliar a saúde bucal, ocular, auditiva, situação vacinal, vigilância alimentar e nutricional e o desenvolvimento, com encaminhamento para rede de saúde quando necessário. A avaliação conjunta das equipes de saúde e da educação, com a participação da família e/ou responsáveis promove o desenvolvimento integral da criança e permite troca de saberes, informações e corresponsabilidade. çã à ú – Deve-se realizar o cuidado bucal da gestante e depois com o RN, que antes de completar o primeiro ano de idade, deve ter pelo menos 2 consultas odontológicas ú ç á – As RAS são arranjos organizativos de ações e serviços de saúde, de diferentes densidades tecnológicas que integrada por meio de sistemas de apoio técnico, logístico e de gestão buscam garantir a integralidade do cuidado. Para assegurar a resolutividade na rede de ação, alguns fundamentos precisam ser considerados: economia de escala, qualidade, suficiência, acesso e disponibilidade de recursos. A RAS reúne um conjunto de ações de vários serviços de saúde articulados em níveis de complexidade crescente, com a finalidade de garantir a integralidade da assistência à saúde, com consonância com as diretrizes da RAS no âmbito do SUS – como por exemplo a atenção a mães de risco intermediário/alto, que segue um outro acompanhamento, e quando RN nasce já segue a partir desse acompanhamento também. Carla Bertelli – 4° Período BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de atenção básica. Saúde da Criança: Crescimento e desenvolvimento Brasília, 2012. Cap.2 e 3. O cuidado com a saúde do RN tem importância fundamental na redução da mortalidade infantil, assim como a promoção de melhor qualidade de vida e a diminuição das desigualdades em saúde. No período neonatal, momento de grande vulnerabilidade, concentram-se riscos biológicos, ambientais, socioeconômicos e culturais, havendo a necessidade de cuidados especiais, com atuação oportuna, integral e qualificada de proteção social e de saúde. Visitas domiciliares são recomendadas às famílias de gestantes e de crianças na primeira semana pós-parto e, posteriormente a esse período, a periodicidade deve ser pactuada com a família a partir das necessidades evidenciadas e considerando-se os fatores de risco e de proteção. Cabe lembrar que a visita domiciliar não é apenas uma atribuição do agente comunitário, pois toda a equipe faz uso dessa prática, podendo a primeira consulta do RN e da puérpera ocorrer em domicilio, conduzido pelo médico e/ou enfermeiro – a visita domiciliar é de extrema importância, torna-se um momento de troca de informações vinculadas às necessidades particulares de cada indivíduo É muito importante avaliar o bebê como um todo nessa primeira visita – coto umbilical, amamentação, pele do RN, limpeza. Em todas as visitas domiciliares é importante avaliar e investigar sinais de perigo à saúde da criança. As crianças <2 meses podem adoecer e morrer em um curto período de tempo por infecções bacterianas graves. Um estudo mostra as boas evidências dos benefícios das visitas durante os períodos pré e pós natal, onde salienta-se: • Desenvolvimento da parentalidade • Melhoria de alguns problemas de comportamento da criança • Melhoria no desenvolvimento cognitivo de grupos específicos (pré-maturos e RN de baixo peso) • Redução de lesões não intencionais • Melhoria na detecção e manejo da depressão pós-parto • Melhoria nas práticas de amamentação Em todas as visitas domiciliares, é fundamental que o profissional de saúde saiba identificar sinais de perigo à saúde da criança, que incluem: • Recusa alimentar • Vômitos importantes • Convulsões ou apneia• FC <100bpm • Letargia ou inconsciência • Respiração rápida • Atividade reduzida (movimenta-se menos) • Febre • Hipotermia • Tiragem subcostal, batimentos de asa de nariz • Cianose generalizada ou palidez importante • Icterícia visível abaixo do umbigo ou nas primeiras 24h de vida • Gemidos • Fontanela abaulada • Secreção purulenta no ouvido • Umbigo hiperemiado • Pústulas na pele As crianças são frequentemente acometidas por doenças respiratórias e gastrointestinais. Sendo assim, o profissional de saúde deve conseguir identificar sinais de maior gravidade dessas doenças. Para a criança com tosse ou dificuldade para respirar, é importante verificar se a frequência respiratória está intensificada, se a criança apresenta sibilos (chiado) ou estridor e se apresenta tiragem subcostal (a parede torácica inferior se retrai quando a criança inspira). Para a criança com diarreia, é importante identificar sinais de gravidade de desidratação (letargia, inconsciência, inquietude, irritação, olhos fundos, sinal da prega), ou se a criança não consegue mamar ou beber líquidos. Objetivos da primeira visita domiciliar: • Observar as relações familiares • Facilitar o acesso ao serviço de saúde • Possibilitar ou fortalecer o vínculo das famílias com as equipes de saúde • Escutar e oferecer suporte emocional nessa etapa de crise vital da família • Estimular o desenvolvimento da parentalidade • Orientar a família sobre os cuidados com o bebê • Identificar sinais de depressão puerperal • Promover o aleitamento materno exclusivo até os 6 meses de vida • Prevenir lesões não intencionais • Identificar sinais de perigo à saúde da criança A possibilidade de acompanhar as famílias ao longo do tempo mantém os profissionais da atenção básica em uma situação privilegiada no reconhecimento de situações que necessitam ser mais bem entendidas e acompanhadas. Nos serviços de atenção básica, os profissionais que realizam o pré-natal frequentemente são os que seguirão acompanhando a família durante a puericultura da criança. Sendo assim, o vínculo entre a equipe de saúde e a família do recém-nascido Carla Bertelli – 4° Período A primeira consulta do RN deverá ocorrer na sua primeira semana de vida, que é um momento propício para estimular e auxiliar a família nas dificuldades do aleitamento materno exclusivo, orientar a realização da imunização, verificar a triagem neonatal (teste do pezinho) e para estabelecer ou reforçar a rede de apoio à família. Como a primeira consulta da criança pode ser programada pela equipe, é possível adaptar a agenda para o referido momento, adequando o tempo da consulta às suas necessidades inerentes. Por exemplo: o procedimento de reservar dois horários de consultas normais para a primeira consulta do RN garantiria mais tempo do profissional com a família. – Avalia-se principalmente as condições de nascimento da criança (tipo de parto, local, peso ao nascer, idade gestacional, índice APGAR, intercorrências clínicas na gestação, no parto, no período neonatal e nos tratamentos realizados, antecedentes familiares). O índice APGAR é a ‘’nota’’ que o RN recebe a nascer, avaliado até o 5° min de vida. (7-10 é considerado normal, 4,5 ou 6 é considerado intermediário e se relaciona com prematuridade, medicamentos utilizados pela mãe, malformação congênita, não significando risco para disfunção neurológica. Já os índices de 0 – 3 relacionam- se com maior risco de mortalidade e paralisia cerebral. No entanto, um índice de apgar, isoladamente, não prediz disfunção neurológica. í – É consenso que o exame físico e seus achados devem ser descritos e compartilhados com os pais, como forma de facilitar-lhes a percepção das necessidades do bebê. Avalia-se o Peso, comprimento e PC, Desenvolvimento Social e Psicoafetivo, Estado Geral, Face, Pele, Crânio (fontanelas), olhos, orelhas e audição, nariz, boca, pescoço, tórax, abdome, genitália, ânus e reto, sistema osteoarticular, coluna vertebral e avaliação neurológica. Carla Bertelli – 4° Período Avalia-se a orienta-se situações de vulnerabilidade, que incluem: • Crianças Residentes em áreas de risco • Baixo peso ao nascer (<2.500g) • Prematuridade (<37 semanas) • Asfixia grave ou APGAR menor que 7 no 5° min • Internações/Intercorrências • Mãe com <18 anos • Mãe com baixa escolaridade • Histórico familiar de morte de crianças <5 anos . Durante todas as consultas, é muito importante o preenchimento da Caderneta de Saúde da Criança. Além disso, deve-se explicar para os pais como buscar as informações nela. A Caderneta de Saúde da Criança é um documento que deve ficar de posse da família e que, se devidamente preenchido pelos profissionais de saúde, contém informações valiosas sobre vários aspectos de saúde da criança, que podem ser utilizadas por diversos profissionais e serviços. De igual forma, quando os dados são anotados na caderneta, uma sugestão é evitar termos técnicos prolixos ou que sejam compreendidos apenas pela categoria profissional da equipe de saúde. Por isso, deve-se preferir a utilização de termos de mais fácil compreensão por parte da família. Assim, estimula-se a produção de autonomia das famílias na interpretação dos dados sobre a criança e valoriza-se a função da caderneta como “histórico volante”. BRASIL, Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de atenção básica. Saúde da Criança: Crescimento e desenvolvimento Brasília, 2012. Cap. 7 e 8 . As curvas de crescimento, revisadas em cada consulta, é um instrumento tecnicamente robusto e presenta melhor a descrição existente do crescimento físico para crianças menores de 5 anos de idade. Consiste no registro periódico do peso, estatura, PC e do IMC da criança. É uma tabela com padrão da OMS é um padrão que deve ser utilizado em qualquer país, independente da etnia, condição socioeconômica e tipo de alimentação. No entanto, para que uma criança seja efetivamente classificada dentro de um desses grupos de ‘’desvio nutricional’’, é necessário a avaliação das características individuais e do meio onde ela vive, para que se possa atribuir as causas que levam a ela estar fora da curva esperada e poder agir sobre elas, quando possível. O acompanhamento sistemático do crescimento e do ganho de peso permite a identificação de crianças com maior risco de morbimortalidade por meio da sinalização precoce da subnutrição e da obesidade. A vigilância nutricional e o monitoramento do crescimento objetivam promover e proteger a saúde da criança e, quando necessário, por meio de diagnóstico e tratamento precoce para sub ou sobrealimentação, evitar que desvios do crescimento possam comprometer sua saúde atual e sua qualidade de vida futura O melhor método de acompanhamento do crescimento infantil é o registro periódico do peso, da estatura e do IMC da criança na Caderneta de Saúde da Criança A Caderneta de Saúde da Criança utiliza como parâmetros para a avaliação do crescimento de crianças (menores de 10 anos) os seguintes gráficos: Perímetro Cefálico (0-2 anos), Peso para a Idade (0-2 anos, 2-5 anos e de 5-10 anos), Comprimento/Estatura para a idade (0-2 anos, 2-5 anos e 5-10 anos), Índice de Massa Corporal (IMC) para a idade (0-2 anos, 2-5 anos e 5-10 anos) Carla Bertelli – 4° Período A inclusão do IMC como parâmetro permite que a criança seja mais bem avaliada na sua relação pesoXcomprimento (<2 anos) ou pesoXaltura (>2 anos). Esse parâmetro auxilia na classificação de crianças que em um determinado período estiveram desnutridas e tiveram o comprometimento de sua estatura, possibilitando uma melhor identificação de crianças com excesso de peso e baixa estatura. Já o peso por idade limita-se a mostrar se a criança está com peso abaixo do recomendado para a sua idade, mas não mostra se a sua estaturajá foi comprometida Crianças com alguma modificação no peso (sobrepeso ou baixo peso) é necessário investigar a alimentação dessa criança. Além disso é muito importante valorizar a introdução alimentar e as orientações nutricionais dos profissionais. Verificar a existência de erros alimentares, identificar a dieta da família e orientar a mãe ou cuidador para administrar uma alimentação mais adequada de acordo com as recomendações para a alimentação saudável Verificar as atividades de lazer das crianças, como o tempo em frente à televisão e ao videogame, estimulando-a realizar passeias, caminhadas, bicicleta, jogos com bola e outras brincadeiras Encaminhe a criança para o Nasf quando disponível Realize a avaliação clínica da criança. <2 anos Investigar possíveis causas, com atenção especial para o desmame Oriente a mãe sobre a alimentação complementar adequada para a idade Se a criança não ganhar peso, solicite seu acompanhamento no Nasf, se tal possibilidade estiver disponível. Oriente o retorno da criança no intervalo máximo de 15 dias. >2 anos Investigue possíveis causas, com atenção especial para a alimentação, para as intercorrências infecciosas, os cuidados com a criança, o afeto e a higiene. Trate as intercorrências clínicas, se houver. Solicite o acompanhamento da criança no Nasf, se tal possibilidade estiver disponível. Encaminhe a criança para o serviço social, se isso for necessário. Oriente a família para que a criança realize nova consulta com intervalo máximo de 15 dias. Investigue possíveis causas, com atenção especial para o desmame (especialmente para os menores de 2 anos), a alimentação, as intercorrências infecciosas, os cuidados com a criança, o afeto e a higiene. Trate as intercorrências clínicas, se houver. Encaminhe a criança para atendimento no Nasf. Encaminhe a criança para o serviço social, se este estiver disponível. Oriente a família para que a criança realize nova consulta com intervalo máximo de 15 dias. Particularidades da Criança Prematura ou com Restrição do Crescimento Intrauterino O acompanhamento do crescimento de crianças pré- termo ou com baixo peso para a idade gestacional exige um cuidado maior, pois elas não tiveram seu crescimento Carla Bertelli – 4° Período intrauterino adequado. O acompanhamento ideal das crianças pré-termo exige a utilização de curvas específicas ou que se corrija a idade cronológica até que completem 2 anos de idade para a utilização das curvas- padrão. A idade corrigida (idade pós-concepção) traduz o ajuste da idade cronológica em função do grau de prematuridade. Considerando-se que o ideal seria nascer com 40 semanas de idade gestacional, deve-se descontar o número de semanas que faltaram para o feto atingir essa idade gestacional, ou seja, para uma criança nascida com 36 semanas, o peso aos 2 meses será registrado na idade de um mês. Crianças que, além de prematuras, apresentaram restrição de crescimento intrauterino têm médias inferiores de peso, comprimento e perímetro cefálico aos 2 anos de idade corrigida, quando comparadas com crianças-controle da mesma idade gestacional. A restrição do crescimento pósnatal, mais especificamente o menor perímetro cefálico, por sua vez, relaciona-se com atraso no desenvolvimento neuropsicomotor aos 2 anos de idade corrigida Toda criança com história de baixo peso ao nascer deve ser considerada criança de risco nutricional e deve ser acompanhada com maior assiduidade pelos serviços de saúde, principalmente no primeiro ano de vida. Isso não apenas pelo risco ampliado de internações e maior mortalidade infantil no primeiro ano de vida mas também pelo risco ampliado de desenvolver doenças crônicodegenerativas na vida adulta, tais como hipertensão arterial sistêmica, infarto do miocárdio, acidentes vasculares cerebrais e diabetes, quando ao longo da vida há um ganho excessivo de peso. As crianças com baixa estatura para a idade tendem a ter menor rendimento escolar no futuro, redução da produtividade econômica, menor altura e, no caso das mulheres, descendentes com menor peso ao nascer. Como agravante, as crianças que sofreram restrição do seu crescimento intrauterino ou nos dois primeiros anos de vida e que mais tarde passaram a ganhar peso rapidamente estão particularmente em risco de adquirir doenças crônicas cardiovasculares e metabólicas. Isso sugere que o dano sofrido no início da vida lev a à incapacidade permanente e pode afetar também as gerações futuras. Sua prevenção provavelmente irá trazer importantes benefícios de saúde, educação e econômicos O conceito de desenvolvimento é amplo e refere-se a uma transformação complexa, contínua, dinâmica e progressiva, que inclui, além do crescimento, maturação, aprendizagem e aspectos psíquicos e sociais. Costuma- se falar em desenvolvimento de forma distinta entre desenvolvimento físico, cognitivo e psicossocial, como uma forma de facilitar o estudo do desenvolvimento humano. Mas eles estão interligados e influenciam-se mutuamente durante a vida do indivíduo. A interação da criança com os membros de sua família e com a sua rede social de proteção assegura a sua sobrevivência e a sua relação com o mundo, contribuindo para o seu desenvolvimento psicossocial. Na sua relação com os adultos, ela assimila habilidades que foram construídas pela história social ao longo do tempo, tais como as habilidades de sentar, andar, falar, controlar os esfíncteres í é é í á A criança estabelece o vínculo com as pessoas que interagem com ela de forma privilegiada, com características de condutas, representações mentais e sentimentos. O acompanhamento do desenvolvimento da criança na atenção básica objetiva sua promoção, proteção e a detecção precoce de alterações passíveis de modificação que possam repercutir em sua vida futura. Isso ocorre principalmente por meio de ações educativas e de acompanhamento integral da saúde da criança. A criança deve atravessar cada estádio segundo uma sequência regular, ou seja, os estádios de desenvolvimento cognitivo são sequenciais. Se a criança não for estimulada ou motivada no devido momento, ela não conseguirá superar o atraso do seu desenvolvimento. Afinal, o desenvolvimento infantil se dá Carla Bertelli – 4° Período à medida que a criança vai crescendo e vai se desenvolvendo de acordo com os meios onde vive e os estímulos deles recebido A identificação de problemas (tais como: atraso no desenvolvimento da fala, alterações relacionais, tendência ao isolamento social, dificuldade no aprendizado, agressividade, entre outros) é fundamental para o desenvolvimento e a intervenção precoce para o prognóstico dessas crianças. Portanto, são de relevância o diagnóstico e o acompanhamento do desenvolvimento das crianças, sendo que os principais protocolos preconizam a avaliação objetiva de habilidades motoras, de comunicação, de interação social e cognitivas nas consultas de supervisão de saúde As avaliações do desenvolvimento infantil devem sempre levar em consideração as informações e opiniões dos pais e da escola sobre a criança. Recomenda-se procurar ouvir, informar e discutir assuntos que dizem respeito às habilidades desenvolvidas e à maneira como a criança as explora, relacionando-as aos riscos de lesões não intencionais e às medidas para a sua prevenção ú Os fatores de risco para problemas no desenvolvimento podem ser classificados em genéticos, biológicos e/ou ambientais. No entanto, a maior parte dos traços de desenvolvimento da criança é de origem multifatorial e representa a interação entre a herança genética e os fatores ambientais O baixo peso ao nascer e a prematuridade são eventos que aumentam o risco da criança para alterações globais no seu desenvolvimento (distúrbios da linguagem, motricidade, aprendizageme atraso neuropsicomotor), podendo evoluir durante os primeiros dois nos de vida para padrões de normalidade na maioria dos casos. No entanto, as maiores taxas de deficiência ocorrem nas menores faixas de peso e idade gestacional, tendo correlação com a incidência de complicações no período neonatal. A manifestação das dificuldades no desenvolvimento é muito variável e pode ser de ordem mental, física, auditiva, visual ou relacional. Carla Bertelli – 4° Período í – Reconhecido como um marno no desenvolvimento infantil. Os métodos utilizados e a época do início do treinamento são variáveis, dependendo de cada cultura. No entanto, constata-se que o controle vem sendo postergado na maioria dos países. Observa-se também que o início precoce, sem respeitar a maturação da criança, aumenta o risco para o aparecimento de disfunções, como enurese, encoprese, constipação e recusa em ir ao banheiro. A idade ideal para iniciar o processo educativo varia de criança para criança: algumas entre 18 e 24 meses já mostram sinais de que estão prontas; outras não se mostram prontas antes dos dois anos e meio. Considera-se um início precoce o processo educativo realizado a partir de idade em torno dos 18 meses. Por sua vez, é tido como um treinamento tardio o processo realizado após os 36 meses. O importante é identificar quando a criança está pronta para esta etapa e, então, auxiliála sem cobrança de resultados, isto é, sem estresse. O treinamento vai exigir muita paciência e determinação dos pais e de quem mais cuidar da criança. Para as crianças que estão na escola, é importante orientar os pais para que repitam em casa a mesma rotina escolar BRASIL, Ministério da Saúde. Ministério da Educação. Passo a passo PSE programa saúde na escola Brasília, 2011 É uma política intersetorial instituída em 2007. A intersetorialidade das redes públicas de saúde e de educação e das demais redes sociais para o desenvolvimento de ações do PSE implica muito mais do que a simples oferta de serviços num mesmo território, pois deve propiciar a sustentabilidade das ações a partir da conformação das redes de corresponsabilidade. A articulação entre Escola + Atenção Primária à Saúde é a base do PSE. O PSE é uma estratégia de integração da saúde e educação para o desenvolvimento da cidadania e da qualificação das políticas públicas brasileiras. O PSE visa a integração e a articulação permanente da educação e da saúde – proporcionando melhorias na qualidade de vida Tem como objetivo: contribuir para a formação integral dos estudantes por meio de ações de promoção, prevenção e atenção à saúde, com vistas ao enfrentamento das vulnerabilidades que comprometem o pleno desenvolvimento de crianças e jovens. O público beneficiário do PSE são estudantes da educação básica, gestores e profissionais da educação e da saúde, comunidade escolar, estudantes da Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológico e Educação de Jovens e Adultos (EJA). As atividades do PSE ocorrem nos territórios definidos segundo a área de abrangência da ESF, tornando possível o exercício de criação de núcleos e ligações entre os equipamentos públicos da saúde e da educação. O planejamento das ações do PSE considera o contexto escolar e social, o diagnóstico local em saúde do escolar e a capacidade operativa em saúde do escolar. A escola é uma área institucional privilegiada deste encontro da educação e da saúde – um espaço para convívio social e para o estabelecimento de relações favoráveis à promoção da saúde pelo viés de uma educação integral. Para o alcance dos objetivos e sucesso do PSE é de extrema importância compreender a educação integral como um conceito que compreende a proteção, a atenção e o pleno desenvolvimento da comunidade escolar. Na esfera da saúde, as práticas das equipes de saúde da família incluem a prevenção, promoção, recuperação e manutenção da saúde dos indivíduos. Para alcançar estres propósitos, o PSE foi constituído por 5 componentes: (1) Avaliação das condições de saúde das crianças, adolescentes e jovens da escola pública, (2) promoção de saúde e de atividades de prevenção, (3) educação permanente e capacitação dos profissionais da educação e da saúde, e dos jovens, (4) Monitoramento da avaliação da saúde dos estudantes (5) Monitoramento e avaliação do programa. Mais do que uma estratégia de integração das políticas setoriais, o PSE propõe a ser um novo desenho da política de educação, já que: (1) Trata a saúde e educação integrais como parte de uma formação ampla para a cidadania e o usufruto pleno dos direitos humanos (2) permite a progressiva ampliação das ações executadas pelos sistemas de saúde e educação com vistas à atenção integral à saúde das crianças e adolescentes, (3) promove a articulação de saberes, a participação de estudantes, pais, comunidade escolar e sociedade em geral na construção e controle social da política pública. A Agenda de Educação e Saúde é uma estratégia fundamental de implementação das ações compartilhadas nos territórios municipais. São escolhidos ‘’recortes’’ do território integrando escolas e unidade de saúde, a fim de gerar uma articulação das práticas. A agenda definirá as propostas comunitárias para estes microterritórios onde as escolas estão inseridas, refletindo as expectativas comunitárias em relação à interface educação e saúde. No âmbito da escola, as atividades de planejamento e gestão do coletivo formulação dos inventários detalhados e da condução dos processos participativos integrados aos estudos do PPP apresentam uma oportunidade ímpar para os exercícios da cidadania. Carla Bertelli – 4° Período – É a inflamação do parênquima pulmonar, causada por vírus ou bactérias. É caracterizada por sinais e sintomas de desconforto respiratório e opacidades radiográficas, então o diagnóstico é feito com base na história clínica, exame físico e radiografia de tórax. Sempre que lidamos com uma criança com febre e dificuldade respiratória nossa maior preocupação deve ser excluir a possibilidade de pneumonia, tendo em vista que causa mais de 1 milhão de mortes por ano no mundo. Logo, o tratamento não deve ser adiado pela ausência de radiografia de tórax e a suspeita diagnóstica deve se basear em critérios clínicos. A taquipneia é o sinal isolado mais sensível para o diagnóstico de pneumonia em crianças <5 anos. A FR deve ser avaliada com a criança afebril, tranquila e contada durante um min, 2x. Outros sinais a serem reconhecidos incluem crepitações, tiragens intercostais (indicam esforço). Quando há consolidação pulmonar observa-se macicez à percussão do tórax. A ausência de sinais de esforço respiratório, taquipneia, crepitações e a diminuição dos sons respiratórios exclui a presença de pneumonia, com alta especificidade, ou seja, se não há nenhum desses sinais, não há pneumonia. Depois de estabelecido o diagnóstico de pneumonia, 3 perguntas devem ser respondidas: existem indicação de internação? É necessário utilizar antibiótico? Qual antibiótico? A maioria das crianças pode ser tratada ambulatorialmente, com acompanhamento em 24-48h. As indicações de internação são idade inferior a <6 meses, pneumonia extensa, pneumotórax, derrame pleural, abcesso, condições associadas (cardiopatia, displasia broncopulmonar, imunodeficiência), situação social, presença de esforço respiratório, falha no tratamento ambulatorial. – Doença inflamatória crônica das vias aéreas que resulta de uma interação entre genética e fatores de risco. As vias aéreas se tornam inflamadas e hiper- reativas, resultando em obstrução que se manifesta por tosse, vigilância, dispneia e dor torácica. É decorrente de uma interação entre células inflamatórias, mediadores químicos e células das VA. A obstrução das vias aéreas na asma é reversível. O diagnóstico édifícil, é necessária uma história clínica detalhada. Na asma, os fatores que sugerem diagnóstico são: episódios frequentes de sibilância, tosse ou sibilo induzido por exercício, tosse noturna fora de episódio de infecção viral, ausência de variação sazonal na sibilância e sintomas que persistem após 3 anos. Tratamento preventivo da asma tem objetivo de controlar os sintomas clínicos, evitando exacerbações e hospitalização. Envolve ações educativas entre família, paciente e equipe. Farmacológico - Corticoide inalatório é o principal, pois bloqueia as vias de inflamação (budesonida, fluticasona, beclometasona, salbutamol) Carla Bertelli – 4° Período - Distúrbio sintomático, induzido por inflamação após exposição das membranas do nariz a alérgenos. A única via considerada é a do nariz aos brônquios. O quadro clinico se manifesta por: rinorreia, obstrução nasal, prurido nasal, espirros, pode estar associado a conjuntivite, otite e sinusites de repetição. É classificada como: Fatores de Risco – História familiar de doenças alérgicas, sexo masculino, nascimento durante estação do pólen, estado de primogênito, uso precoce de antibióticos, tabagismo materno, exposição interna a alérgenos, níveis elevados de IgE. Tratamento – Redução de exposição aos alérgenos (ácaro, animais, pólen, mofo), lavagem nasal, uso de medicamentos como anti-histamínicos orais e descongestionantes nasais, imunoterapia. – Infecção viral que afeta as vias respiratórias inferiores de bebês e crianças pequenas com menos de 24 meses de idade. Os sintomas se caracterizam por corrimento nasal, tosse, sibilos, dificuldade para respirar. Pode ser causada por vírus sincicial respiratório, vírus do resfriado comum (rinovírus) e parainfluenza. O tratamento preventivo consiste em evitar contato com pessoas contaminadas, aleitamento materno exclusivo, cuidados básicos de higiene e evitar ambientes fechados/mal ventilados. A Caderneta do Adolescente é uma estratégia de sucesso (masculina e feminina) que contém informações a respeito do crescimento, desenvolvimento, alimentação saudável, da prevenção da violência e promoção da cultura da paz, da saúde bucal e da saúde sexual. É uma estratégia de auxilio aos adolescentes para se ter noção das transformações que vão ocorrer com a vida dele durante seu crescimento, principalmente na evolução do seu corpo. Traz ainda sobre o método e espaço de registro antropométrico e dos estágios de maturação sexual, das intervenções odontológicas e o calendário vacinal. Elas não são tão ofertadas na vida diária das UBS. Escala de Tanner – Avaliação da maturação sexual através do desenvolvimento físico da criança, adolescente e adulto A escala define as medidas físicas do desenvolvimento baseado nas características sexuais externas primárias e secundárias, tais como tamanho das mamas, dos órgãos genitais, volume dos testículos, desenvolvimento de pelos pubianos e axilares. No atendimento à saúde de adolescente, alguns pontos devem ser considerados durante a abordagem clínica, destacando-se o estabelecimento do vínculo de confiança entre a Estratégia Saúde da Família, as Unidades Básicas de Saúde, os adolescentes, suas famílias e os estabelecimentos escolares. Uma atitude acolhedora e compreensiva também possibilitará a continuidade de um trabalho com objetivos específicos e resultados satisfatórios no dia a dia. Princípios importantes que facilitam a relação entre a equipe de saúde e o adolescente: 1. O adolescente precisa perceber que o profissional de saúde inspira confiança, que adota atitude de respeito e Carla Bertelli – 4° Período imparcialidade. Não emite juízo de valor sobre as questões emocionais e existenciais escutadas. Nesse terreno o profissional de saúde não deve ser normativo. 2. O adolescente precisa estar seguro do caráter confidencial da consulta, mas ficar ciente também das situações na qual o sigilo poderá ser rompido, o que, no entanto, ocorrerá sempre com o conhecimento dele. Essas situações estão relacionadas a riscos de vida do adolescente e de outras pessoas. 3. É importante estar preparado não só para ouvir com atenção e interesse o que o adolescente tem a dizer, mas também ter sensibilidade suficiente para apreender outros aspectos que são difíceis de serem expressados verbalmente por eles. 4. Geralmente, o atendimento de adolescente necessita de tempo e, na maioria das vezes, demanda mais de um retorno. ê - Resiliência é a capacidade de voltar ao estado normal. No campo da psicologia, resiliência significa resistência ao choque, à adversidade. É um termo usado em diversas áreas do conhecimento, tais como a administração, a ecologia, a física e a psicologia. O conjunto de forças psicológicas e biológicas exigidas para que uma pessoa, ou um grupo de pessoas, supere com sucesso seus percalços, situações adversas ou situações estressantes, que modificam muito a vida das pessoas, tem sido chamada de resiliência Resiliência inclui: criatividade, reconhecimento e desenvolvimento de seus próprios talentos; um forte e flexível sentido de autoestima; independência de pensamento e ação; habilidade de dar e receber nas relações, como o estabelecimento de um círculo de amizades; disciplina pessoal e receptividade de novas ideias. Mangham e colaboradores identificam como elementos chaves da resiliência familiar, de equipes e de outros arranjos grupais a estabilidade, coesão e adaptabilidade. Estabilidade – Resistência à ruptura interna e senso de permanência Coesão – Senso de afeto mútuo, companheirismo e segurança Adaptabilidade – Habilidade coletiva para adaptar-se às mudanças e continuar funcionando a despeito de condições adversas. Repertório de estratégias e atitudes para superar situações estressantes Redes de suporte para entender as capacidades da família ou dos grupos por meio de outros familiares, amigos, vizinhos, companheiros de trabalho, outros grupos, etc. É necessário ter um olhar clínico para tentar entender todas as situações da vida do adolescente/paciente São situações de risco ou de vulnerabilidade, que merecem ser tratadas da forma mais ampliada possível pela saúde, podendo merecer também ações intersetoriais Adolescentes que residem em áreas de risco ambiental, risco à saúde e com estatísticas de maior violência E que vivem em famílias sem referências significativas, passando por processos de desestruturação de vínculos e/ou por processos de fragilidade econômica Que estejam sofrendo ou em risco de sofrer violência doméstica Que estejam com dificuldades escolares significativas, tendendo à evasão escolar Que já tenham iniciado a vida sexual sem o necessário apoio dos serviços de saúde Que estejam vivenciados situação de gravidez não planejada Divisão Binária – Masculina X Feminina Pensar sobre o significado de homem e mulher nas práticas sociais existentes Não é negação do biológico, é perceber/saber a relação que este biológico existe em um contexto social, político e econômico – a partir da identificação e cada um – os papéis sociais afetam a forma de estar no mundo e a maneira de ser tratado. Corpo – Domínio médico, é o que a medicina diz (estrutura morfofisiológica). - É importante acontecer com naturalidade, transparecer segurança, em espaço seguro, sem reprodução de estigmas e tabus Variabilidade nas vivências das identidades de gêneros, de expressão de gênero, de orientação sexual e práticas sexuais. Necessidade de ter os direitos sexuais garantidos. Carla Bertelli – 4° Período çã á - Ambiência e organização do serviço – bandeiras e adesivos com símbolos feministas, LGBT, movimento negro ou pessoas que convivem com HIV sinalizam que o serviço oferece espaço e é acolhedor Pessoas Transgêneros devem ser chamadas pelo nome social e o sistema de Informação,prontuários e cartões de identificação precisam registrar adequadamente o nome e o gênero referido Profissionais da recepção devem estar treinados para perguntar sobre identidade de gênero e relacionamentos com tranquilidade. çã - Abordagem da sexualidade – o que não segue a norma é inviabilizado. Temor de julgamentos ou falta de assistência Apertar a mão ou tocar a pessoa no início da consulta envia a mensagem de que a pessoa não é ‘’suja’’. Atenção ao sigilo, porta fechada e sem interrupções. Confidencialidade do registro do prontuário (podem haver familiares na UBS). Paciente deve autorizar a divulgação da informação caso se pretenda discutir o caso em reunião de equipe. Perguntar sobre o processo de identidade de gênero, abordar situações familiares, redes de apoio e vulnerabilidades. Abordar histórico de cirurgias e/ou silicone industrial, uso de hormônios Avaliar a saúde mental Perguntar e pactuar os pronomes ao invés de arriscar Pacientes podem usar palavras tradicionalmente ofensivas como ‘’puta’’ ou ‘’viado’’ podem ser usadas como símbolo de afirmação. - Conhecer ONGs locais; Manter-se atualizado sobre os temas de saúde LGBT; Desafiar as atitudes negativas de colegas; Permitir que as pessoas se auto identifiquem e usem seu nome social (mesmo em mudança de nome); Linguagem corporal neutra; Normalizar comportamentos sexuais; Notificação de violência transfobia Mulheres cisgêneras lésbicas e bissexuais possivelmente têm mais risco cardiovascular e de câncer de mama, ovário e pulmão, pois apresentam maior prevalência de fatores associados a essas patologias, como obesidade, tabagismo, diabetes e nuliparidade. Embora o rastreamento de câncer de colo do útero esteja indicado, as lésbicas e bissexuais tendem a iniciar mais tardiamente o Papanicolau e com menor adesão, inclusive por menor solicitação de profissionais. A vaginose, embora não seja considerada uma IST, pode ser transmitida na relação entre duas mulheres. O índice de estupro, agressão física e perseguição ao longo da vida é maior em mulheres bissexuais (61%), seguido de lésbicas (44%) e heterossexuais (35%). As agressões a mulheres bissexuais ocorrem, em sua maioria, por parceiro homem (67%). O uso de anticoncepção de emergência e de gravidez indesejada são maiores nas mulheres bissexuais em relação às heterossexuais Sempre estar atendo às agressões/violência Pessoas transgêneras - O Brasil é o país com maior número de assassinatos dessa população e estima-se que sua expectativa de vida no país seja de 35 anos. Elas têm maior dificuldade de permanência na escola, menor acesso ao mercado de trabalho e à justiça, e muitos são expulsos de casa quando assumem sua identidade. Nessas situações, subempregos e prostituição tornam-se uma das poucas possibilidades de geração de renda Pela dificuldade de acesso aos serviços de saúde, as travestis e mulheres transexuais frequentemente se submetem a procedimentos arriscados para obter as transformações corporais desejadas. As aplicações de silicone industrial por “bombadeiras” são comuns e podem trazer complicações. O uso de hormônios sexuais precisa ser acompanhado, e possíveis riscos, monitorados. Os índices de depressão, suicídio, ansiedade, ISTs e HIV são mais elevados nessa população, assim como nas pessoas LGBs. Os cuidados em saúde devem ser realizados de acordo com as diretrizes para a população geral, considerando alguns riscos aumentados dessa população Carla Bertelli – 4° Período çã çõ – Objetivo de possibilitar uma avaliação dinâmica da ocorrência de surtos ou epidemias a partir do registro dos imunobiológicos aplicados e do número de pessoas vacinadas. çã – O próprio sistema imune do indivíduo, ao entrar em contato com alguma substância estranha, responde com a produção de anticorpos e células imunes (ex. vacinação) çã – Administração de anticorpos prontos, são anticorpos que ficam no organismo por um curto período de tempo (Ex. aleitamento materno). – Vírus que após cultivados em meios adversos, perderam sua virulência mantendo a capacidade imunogênica. São feitas menos doses pelo seu potencial duradouro de imunização. (Ex. Vacina oral da Poliomielite, sarampo, rubéola, caxumba, febre amarela, rotavírus, varicela, BCG (bacilo Calmette-Guérin). – Administração de microrganismos mortos para induzir a resposta imunológica, não conferem imunidade duradoura, tendo de ser repetida periodicamente durante toda vida. (Ex. Vacina inativada da Poliomielite, hepatite A, raiva, vacina tríplice bacteriana) – Fabricadas com fração de microrganismos purificados (sacarídeos) ligados a proteínas, com capacidade de induzir memória imunológica. (Ex. Influenza tipo B, Neisseria meningitidis tipo C – Produzida com micro-organismos geneticamente modificados, pela inserção do fragmento de DNA do antígeno em determinado micro-organismos para a produção da proteína imunogênica (Ex.. Hepatite B) - Resulta da agregação de diferentes antígenos para proteção contra diferentes doenças que são administradas em uma mesma preparação. Exemplo: vacina tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola [SCR] – Idade, Gestação (não usar vacinas vivas), amamentação (febre amarela é contraindicada), pacientes imunossuprimidos (incapacidade de resposta), uso de antitérmico profilático (deve ser evitado), relacionados a produção da vacina (variação de lote, falha na qualidade), erros na administração, esquemas vacinais incompletos (vacinas inativadas precisam de mais de uma dose para proteção adequada), armazenamento e conservação. çõ – Histórico de hipersensibilidade a qualquer componente da vacina, ocorrência de hipersensibilidade confirmada após recebimento de doses anteriores, vacinas de vírus vivos atenuados, reações anafiláticas anteriores, gestantes e imunossuprimidos. çã – Até 3 meses após tratamento com imunossupressores (corticoides), individuo que necessita receber imunoglobulina, sangue ou hemoderivados, durante a evolução de doenças agudas febris graves. çõ - Doença aguda benigna sem febre, quando a criança não apresenta histórico de doença grave ou infecção simples das vias respiratórias superiores; Prematuridade ou baixo peso ao nascer (nesse caso as vacinas devem ser aplicadas na idade cronológica recomendada com exceção para a vacina BCG, que deve ser administrada nas crianças com peso ≥ 2 kg); Ocorrência de evento adverso em dose anterior de uma vacina, a exemplo da reação local (dor, vermelhidão ou inflamação no lugar da injeção); Diagnostico clinico prévio de doenças como tuberculose, coqueluche, tétano, difteria, poliomielite, sarampo, caxumba, rubéola ou dengue; Alergias, exceto as alergias graves a algum componente de determinada vacina (anafilaxia comprovada); História de alergia não específica, individual ou familiar; História familiar de evento adverso à vacinação (exemplo: convulsão); Uso de antibiótico, profilático ou terapêutico e antiviral; Tratamento com corticosteroides em dias alternados em dose não imunossupressora; Uso de corticosteroides inalatórios ou tópicos ou com dose de manutenção fisiológica.; Quando o usuário é contato domiciliar de gestante, uma vez que os vacinados não transmitem os vírus vacinais do sarampo, da caxumba ou da rubéola.; Convalescença de doenças agudas.; Usuários em profilaxia pós-exposição e na reexposição com a vacina raiva (inativada); Internação hospitalar; Mulheres no período de amamentação Carla Bertelli – 4° Período (considere as situações de adiamento para a vacina febre amarela). – Indicado para formas graves de tuberculose (miliar e meníngea). Dose única, preferencialmente nas primeiras 12h de vida, ainda na maternidade. Pode ser administrada até 4 anos, 11 meses e 29 dias. Administração intradérmica no braço (identificação pela cicatriz). – Vacinarecombinante que contém o antígeno recombinante de superfície (HBsAg). Indicado para gestantes em qualquer faixa estaria e idade gestacional, RN nas primeiras 12h de vida ou até 30 dias de vida, e população vulnerável. 3 doses com intervalos de 30 dias entre a 1° e a 2° dose, intervalo de 6 meses entre a 1° a 3° dose (0,1,6). Via intramuscular – Combinada, contra difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e infecções causadas pelo Haemophilus influenzae B. Indicada <5 anos de idade. 3 doses que devem ser administradas aos 2, 4 e 6 meses de idade, com intervalo de 60 dias entre as doses. São necessárias doses de reforço com a vacina adsorvida difteria, tétano e pertussis (DTP), que devem ser administradas aos 15 meses e aos 4 anos de idade. Via Intramuscular – Protege contra difteria, tétano e pertussis. Indicado para crianças <7 anos como dose de reforço para o esquema da pentavalente. O primeiro reforço deve ser com 15 meses e o segundo aos 4 anos de idade. A idade máxima para sua administração é 6 anos, 11 meses e 29 dias. Via Intramuscular – Previne contra a poliomielite causada por vírus 1, 2 e 3. Recomenda-se a vacinação de crianças a partir de 2 meses até menores de 5 anos de idade. São 3 doses (2 VIP e 1 VOP), aos 2 e 4 meses (VIP) e 1 dose de VOP (aos 6 meses) com intervalo de 60 dias entre as doses e no mínimo 30 dias. Via intramuscular – Indicado para prevenir contra a poliomielite causada por vírus do tipo 1, 2 e 3. Recomenda-se a vacinação de crianças de 6 meses até menores de 5 anos, como dose do esquema básico ou reforço. Via Oral – Indicada para prevenir contra infecções invasivas (sepse, meningite, pneumonia, bacteremia) e otite média aguda causadas pelos 10 sorotipos de Streptococus pneumoniae, contidos na vacina, em crianças menores de 2 anos de idade. Via intramuscular – Indicado para a prevenção de gastroenterites causadas por rotavírus dos sorotipos G1. Esquema corresponde a duas doses, administradas aos 2 e aos 4 meses de idade. Via Oral – Prevenção da doença sistêmica causada pela Neisseria meningitis do sorogrupo C. Esquema corresponde a duas doses, administradas aos 3 e 5 meses de idade, com intervalo de 60 dias entre as doses e o mínimo de 30 dias. Via intramuscular – Prevenir contra a febre amarela em residentes ou viajantes que se deslocam para as áreas com recomendação de vacinação (ACRV) e países com risco para a doença, a partir dos 9 meses de idade, conforme Calendário Nacional de Vacinação. Uma dose a partir dos 9 meses de idade. Via subcutânea - Indicada para vacinação de usuários a partir de 12 meses de idade. Administração de duas doses depende de casos específicos. Via subcutânea - PNI recomenda a vacinação de crianças de 12 meses até menores de 2 anos de idade. Uma dose aos 12 meses de idade na rotina de vacinação. É intramuscular. – É indicada para a vacinação de crianças com 15 meses de idade que já tenham recebido a primeira dose da vacina tríplice viral. Uma dose aos 15 meses de idade em crianças que tenham recebido a primeira dose da tríplice viral. Subcutânea - É indicada para prevenir contra o tétano e a difteria. A vacinação de mulheres em idade fértil (MIF) (dos 10 aos 49 anos), gestantes e não gestantes é feita também para a prevenção contra o tétano neonatal. Administrada em >7 anos de idade. Casos de reforço são específicos de acordo com esquema vacinal (incompleto, completo ou sem comprovação). Intramuscular profunda Jovens do sexo feminino de 9 a 13 anos de idade 3 doses com o seguinte esquema vacinal: zero, 6 e 60 meses. Intramuscular Influenza: indicada para proteger contra o vírus da influenza e contra as complicações da doença, principalmente as pneumonias bacterianas secundárias Raiva: indicada para a profilaxia da raiva humana Varicela: rotina de vacinação da população indígena
Compartilhar