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A perícia contábil em processos do sistema financeiro de habitação - APOSTILA

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Conteúdo:
PERÍCIA 
CONTÁBIL I
Aline Alves 
Danielle Ferreira 
Fabiana Tramontin 
Tatiane Antonovz
Catalogação na publicação: Poliana Sanchez de Araujo – CRB 10/2094
P441 Perícia contábil I / Aline Alves ... [et al.] ; [revisão técnica:
 Lilian Martins]. – Porto Alegre : SAGAH, 2017.
 330 p. il. ; 22,5 cm.
 ISBN 978-85-9502-150-1
 1. Contabilidade - Perícia. I. Alves, Aline.
CDU 657
Revisão técnica:
Lilian Martins
Especialista em Controladoria e Planejamento Tributário
Professora do Curso de Ciências Contábeis 
Coordenadora do Núcleo de Assessoramento Fiscal (NAF) 
das Faculdades São Judas Tadeu
A perícia contábil em 
processos do Sistema 
Financeiro de Habitação
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Reconhecer a perícia diante da revisão de contratos. 
  De� nir a perícia na ação revisional de aluguel. 
  Identi� car a legislação pertinente ao Sistema Financeiro de Habitação 
(SFH).
Introdução
Você sabe qual é o objetivo da perícia na revisão de contratos? Muitos 
contratos, especialmente os de financiamentos do Sistema Financeiro de 
Habitação (SFH), possuem encargos financeiros que vão sendo alterados 
de forma significativa. Portanto, eles não acompanham os ajustes salariais 
e ocasionam inadimplência.
Neste texto, você vai estudar a perícia na revisão dos contratos e na 
ação revisional de aluguel. Além disso, vai aprender sobre a legislação 
que aborda o SFH.
A perícia contábil na revisão de contratos
O juiz pode não possuir domínio referente a um elemento específi co que 
possua alguma ligação direta ou indireta com a área contábil. Nesse caso, 
ele pode nomear um perito contábil. Este esclarecerá várias situações que 
benefi ciarão a compreensão sobre o caso. Dessa forma, apresentará uma base 
para a sentença do juiz. O magistrado utilizará como base o laudo pericial 
contábil desenvolvido pelo perito. 
Qualquer conflito existente poderá ser inspecionado por dois peritos. Um 
deles é o perito assistente. Ele deve acompanhar a perícia realizada pelo perito 
do juízo. Além disso, precisa elaborar, nesse caso, um parecer pericial contábil.
A maioria das perícias é solicitada com o objetivo de revisar os encargos 
financeiros contra bancos, normalmente relacionados ao SFH. A revisão ocorre 
devido à dificuldade do assunto. Afinal, são diversas as ações do Governo 
Federal na busca por resolver a situação habitacional no Brasil.
A finalidade do SFH é proporcionar residências próprias para as famílias que são 
consideradas de baixa renda. O sistema faz isso mediante agentes financeiros. Como 
exemplos desses agentes, você pode considerar bancos múltiplos com carteira de 
crédito imobiliário, associações de poupança e empréstimos, companhias de habitação, 
fundações habitacionais, institutos de previdência, entre outros.
Quanto aos contratos, normalmente, no SFH, eles possuem prazos vigentes 
extensos. Também há alterações frequentes nas condições de financiamentos. 
Além disso, os contratos estão sob os efeitos de diversos índices de correção 
monetária e planos econômicos. Estes, por consequência, geram cálculos 
a fim de complicar aqueles que assinaram o contrato na busca pelo imóvel 
pretendido.
Os mutuários são as pessoas que recebem recursos para adquirir os imóveis 
de agentes financeiros. Esses recursos também podem servir para realizar 
reformas ou mesmo construções. Para que esse processo ocorra, os mutuários 
assinam um contrato referente ao financiamento do valor que será devolvido. 
Esse valor é somado a juros e correção monetária, em parcelas mensais esti-
madas pelo prazo definido. Nesse tipo de situação, o imóvel é a garantia do 
pagamento pelo mutuário, ou seja, é hipotecado.
Os agentes financeiros utilizam elementos de crédito para reduzir o déficit 
habitacional. Eles visam a elevar as margens de lucro devido ao endividamento 
dos mutuários. Estes analisam a elevação das suas dívidas e por fim resultam 
em inadimplentes. Perdem, dessa maneira, o imóvel como garantia em ações 
judiciais.
Após a quitação, no término do contrato, os mutuários percebem que o 
valor pago pelo imóvel é muito elevado com relação ao seu valor de mercado. 
A perícia contábil em processos do Sistema Financeiro de Habitação2
Com base nesse tipo de situação, a justiça identifica práticas abusivas de juros, 
consideradas ilegais. Estas resultam no aumento da obrigação. A partir dessas 
circunstâncias, ocorre a busca por perícias. Essas perícias visam a avaliar os 
contratos. Assim, buscam apresentar os valores considerados corretos com 
base no mercado.
A seguir, você pode saber mais sobre as informações constantes no contrato 
habitacional, conforme a Caixa Econômica Federal (CEF) (c2017):
Leia atentamente o seu contrato. Nele constam muitas informações em 
um só instrumento. São eles: 
  Empreitada: você é o contratante da construtora que edi� cará seu 
imóvel, caso o � nanciamento seja para aquisição de imóvel na planta. 
Neste caso, também, é de sua responsabilidade o acompanhamento 
da evolução da obra e a veri� cação do cumprimento dos prazos de 
construção e do memorial de incorporação ou instrumento que 
instituiu o loteamento, se for o caso. 
  Mútuo: signi� ca empréstimo. A CAIXA lhe empresta o dinheiro para 
que você possa comprar o terreno e pagar a empreitada. Quando se 
trata de prédio em condomínio, o dinheiro que a CAIXA emprestou 
aos adquirentes é somado e repassado ao vendedor e ao construtor, 
neste último caso, aos poucos, e à medida que a obra vai evoluindo. 
Por isso é importante pagar em dia os encargos mensais. 
  Alienação � duciária: é uma garantia que a CAIXA, assim como todo 
banco, precisa. Até que a dívida do seu empréstimo seja paga, o banco 
� ca como proprietário do imóvel, mas você tem a posse. Quando a 
dívida é quitada, você passa a ser proprietário. Mas se a dívida não 
é paga o banco tem o direito de � car com o imóvel e vendê-lo para 
outra pessoa. 
  Seguro: liquida ou amortiza o saldo devedor do � nanciamento em 
caso de morte ou invalidez total e permanente, em sendo reconhe-
cida a cobertura pela Seguradora, e também cobre danos físicos 
no imóvel, desde que não sejam causados por mau uso ou vícios 
de construção.
O contrato, quando parcelado, possui na sua composição as prestações 
mensais e os prazos para esses pagamentos. Estes se realizam em parcelas 
que vão quitar a dívida ou o encargo. O encargo se refere a uma obrigação que 
deve ser cumprida pelo contratante, conforme previsto em contrato. O contrato 
de mútuo define os encargos financeiros mensais e sua designação conforme 
3A perícia contábil em processos do Sistema Financeiro de Habitação
são realizados os pagamentos. Define, por exemplo, os juros contratuais, a 
amortização, as taxas e os seguros. 
O contrato também contempla um campo denominado de “Condições do finan-
ciamento”. Ele apresenta os prazos totais relativos aos encargos, o que está incluso 
nos valores, a data de vencimento, o método de pagamento e quando ocorrerão as 
correções, definidas mediante cláusula contratual.
O perito contábil tem algumas funções quando está de posse do contrato de 
financiamento habitacional. Ele deve demonstrar a evolução do saldo devedor 
elaborado pelo agente financeiro e outros documentos precisos ao processo. 
Depois que o perito estiver de posse dessa documentação, deverá proceder com 
a verificação dos cálculos e sua evolução no financiamento. Fará isso com base 
na legislação adequada e nas operações realizadas pelos agentes financeiros. 
No entanto, essas operações algumas vezes são vistas como irregulares. Nesse 
caso, terminam por onerar as prestações e os saldos devedores dos mutuários. 
Entre as ações realizadas pelos agentes financeiros que podem onerar as 
parcelas e o saldo devedor, você pode considerar:
  Incidência inadequada do Coeficiente de Equiparação Salarial (CES).
  Juros elevados, acima do permitido pela Lei nº 4.380/64,art. 5º (BRA-
SIL, 1964).
  Correção das parcelas que estiverem não conformes com a equivalência 
e a periodicidade salarial.
  Aplicação de índices impróprios no reajuste do saldo devedor.
  Aplicação da taxa efetiva de juros em vez da taxa nominal.
  Ajuste monetário do saldo devedor, antecipando a amortização da 
prestação quitada.
  Amortização do saldo devedor mediante valor divergente do valor de 
fato pago.
  Incidência de juros sobre juros.
Posterior à verificação, o perito emite o laudo pericial contábil relatando 
sobre os fatos que foram averiguados. Ele responde aos quesitos necessários, 
apresentando, se for o caso, possíveis equívocos realizados pelas instituições 
A perícia contábil em processos do Sistema Financeiro de Habitação4
no progresso das parcelas e dos saldos devedores. Dessa maneira, apresenta a 
veracidade dos valores encontrados pela perícia e que explicarão as questões, 
contribuindo com a solução correta do litígio.
A atuação da perícia contábil na revisão de 
aluguéis
A relação entre locador e locatário ocorre por meio de um contrato assinado 
entre as partes envolvidas. O contrato estabelecido poderá sofrer alterações, 
de comum acordo. Entre essas alterações, você pode considerar o valor es-
tipulado para o aluguel, da mesma forma como o reajuste ou a inserção de 
cláusulas corretivas.
Os deveres do locador e do locatário estão previstos na Lei nº 8.245/91, artigos 22 e 
23 (BRASIL, 1991).
A Lei nº 8.245/91 (BRASIL, 1991) trata sobre a ação revisional de aluguel 
no artigo 68. Ela foi instituída mediante redação dada pela Lei nº 12.112/09 
(BRASIL, 2009b). É possível afirmar que, de acordo com essa lei, a petição inicial 
precisará apresentar o valor estabelecido para o aluguel e a sua pretensão fixada.
É possível solicitar a revisão judicial do imóvel locado. Nesse caso, está 
em jogo a finalidade de ajustar o aluguel ao valor de mercado. Isso ocorre 
quando não há acordo entre o locador e o locatário depois dos três anos de 
vigência do contrato.
Na solicitação de uma ação revisional, sem que ocorra prejuízo da con-
testação até a data da audiência, o réu poderá solicitar a revisão do valor do 
aluguel provisório. Isso desde que sejam fornecidos os itens necessários para 
que isso ocorra.
Quando apresentada a contestação em audiência de conciliação, a mesma 
deverá contemplar a contraproposta. Isso se houver controvérsia referente ao 
valor pretendido. Assim, o juiz buscará a conciliação. Se isso não for possível, 
determinará que seja realizada a perícia. Se necessário, será solicitada desde 
então audiência para fins de instrução e julgamento.
5A perícia contábil em processos do Sistema Financeiro de Habitação
Você pode considerar que um contrato é justo se estiver em conformidade 
com a realidade do valor do mercado em que se encontra o imóvel locado. 
Depois de algum tempo, muitos passam a apresentar ajustes elevados para o 
contratante, nesse caso o locatário. Por esse motivo, é preciso que contratos de 
locação sejam revisados objetivando inspecionar os valores. Estes podem ser 
reajustados para mais ou para menos, com o objetivo de verificar a realidade 
de inconstância que se apresente.
Para verificar o valor justo da parcela de locação, o juiz poderá designar um 
perito. Este terá a função de elaborar o laudo de avaliação. Ele apontará o valor 
correto, considerando as práticas do mercado e o imóvel locado. Assim, a ação 
revisional de aluguel durante crises econômicas visa a equilibrar a economia 
e financeiramente o contrato locatício, por virtude da instância de mercado. 
Ela pode ser vantajosa ou não para uma das partes envolvidas. Assim, se torna 
uma alternativa que visa à redução dos custos das atividades empresariais.
São dois os requisitos básicos à ação revisional:
1. A existência de desequilíbrio entre os valores do mercado e o valor cobrado men-
salmente pela locação.
2. A existência de um contrato de locação que possui no mínimo três anos de vigência.
Não será necessária ação revisional na pendência de prazo para desocu-
pação do imóvel, ou quando tenha sido declarado de modo judicial ou afável, 
conforme o artigo 68 da Lei nº 12.112/09 (BRASIL, 2009b).
Regulamentação do Sistema Financeiro de 
Habitação
O SFH foi normatizado mediante a Lei nº 4.380/64 (BRASIL, 1964). Isso 
ocorreu no contexto das reformas bancária e de mercado de capitais, com o 
objetivo de facilitar a compra da casa própria. A fi nalidade do SFH é benefi ciar 
as famílias que possuem baixa renda. De acordo com as normas, a residência 
adquirida pelo mutuário é de uso próprio e não poderia ser comercializada. 
Nesse caso, colocada à venda ou para locação, nem mesmo poderia ser utilizada 
A perícia contábil em processos do Sistema Financeiro de Habitação6
para fi ns comerciais ou por terceiro que não fosse o mesmo que fi nanciou. A 
mesma legislação defi ne rescisão de contrato de fi nanciamento na ocorrência 
de o imóvel ser colocado para locação ou de mau uso pelo mutuário.
A Medida Provisória nº 2.197-43/01 (BRASIL, 2001) apresenta a adoção 
de ações relativas ao SFH. Ela altera, assim, as Leis nº 4.380/64, 8.036/90 e 
8.692/93.
A partir da alteração da Lei nº 8.692/93 pela Medida Provisória nº 2.197-
43/01, fica definido, no artigo 1º, que (BRASIL, 2001):
Art. 1º Será admitida, no âmbito do Sistema Financeiro da Habitação – SFH, 
a celebração de contratos de financiamento com planos de reajustamento 
do encargo mensal diferentes daqueles previstos na Lei no 8.692, de 28 
de julho de 1993.
Parágrafo único. Nas operações de financiamento habitacional reali-
zadas com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço – FGTS, 
o Conselho Curador do FGTS poderá definir os planos de reajustamento 
do encargo mensal a serem nelas aplicados.
A Lei nº 4.380/64 (BRASIL, 1964) instaurou a correção monetária para 
contratos imobiliários. Também definiu que o Banco Nacional de Habitação 
(BNH) passaria a ser o órgão central informado e disciplinado para a habi-
tação no País. Assim, generalizou o princípio da correção monetária para os 
empréstimos realizados mediante o sistema, buscando alcançar nos seguintes 
objetivos (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS ENTIDADES DE CRÉDITO 
IMOBILIÁRIO E POUPANÇA, 1995):
I) evitar que, com a inflação, os mutuários amortizassem seus finan-
ciamentos em moeda desvalorizada, beneficiando-se de taxas reais de 
juros negativas; 
II) atrair poupanças privadas para os financiamentos hipotecários; 
III) manter a capacidade de refinanciamento do sistema, preservando 
o poder aquisitivo das amortizações e juros por ele recebidos.
A Lei nº 4.380/64 (BRASIL, 1964), artigo 1º, prevê que o Governo Federal, 
mediante o Ministério do Planejamento, é responsável pela elaboração da 
política nacional de habitação e de planejamento territorial. Comandando 
as atividades dos órgãos públicos e direcionando a iniciativa privada, visa a 
incentivar a construção de habitações sociais e também o financiamento da 
aquisição da casa própria.
7A perícia contábil em processos do Sistema Financeiro de Habitação
A intervenção do Governo Federal no setor habitacional ocorre por meio dos seguintes 
órgãos:
  Banco Nacional da Habitação.
  Sistema Financeiro de Habitação.
  Serviço Federal de Habitação e Urbanismo.
  Caixa Econômica Federal.
  IPASE.
  Caixas Militares.
  Órgãos federais de desenvolvimento regional e das sociedades de economia mista.
De acordo com Oliveira (2002, p. 16), o SFH era composto da seguinte forma:
O sistema era composto pelo Banco Nacional da Habitação, pelas Socieda-
des de Crédito Imobiliário, Caixas Econômicas e Associações de Poupança 
e Empréstimos, sendo que o Banco Nacional da Habitação cuidava de 
estabelecer as condições gerais em que se dariam os financiamentos, 
promovendo a construção e a aquisição da casa própria à população 
de baixa renda. Seus recursos eram provenientes de fundo perdido do 
Orçamento da União e dos depósitos do Fundo de Garantia por Tempo de 
Serviço e as Caixas Econômicas.As Sociedades de Crédito Imobiliário e as 
Associações de Poupança e Empréstimos formavam o Sistema Brasileiro 
de Poupança e Empréstimo, criado em 1967 para atender às demandas 
habitacionais da população de média renda.
Posterior às modificações, conforme a Lei nº 11.977/09 (BRASIL, 2009a), 
o SFH passou a ser integrado da seguinte forma:
  Bancos múltiplos.
  Bancos comerciais.
  Caixas econômicas.
  Sociedades de crédito imobiliário.
  Associações de poupança e empréstimo.
  Companhias hipotecárias.
  Órgãos de esfera federal, municipal e estadual, considerando também 
sociedades de economia mista em que se tenha participação majoritária 
do poder público, que atuam conforme disposto na legislação.
A perícia contábil em processos do Sistema Financeiro de Habitação8
  Fundações, cooperativas e outras associações que atuam na aquisição 
ou construção de moradias próprias sem visar ao lucro.
  Caixas militares.
  Entidades abertas de previdência complementar.
  Companhias securitizadoras de crédito imobiliário.
  Empresas consideradas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
Com base na legislação a seguir (Lei nº 4.380/64, artigo 4º), é possível 
observar quais projetos tinham prioridade quanto aos recursos utilizados. 
Observe (BRASIL, 1964):
Art. 4º Terão prioridade na aplicação dos recursos:
I – a construção de conjuntos habitacionais destinados à eliminação de 
favelas, mocambos e outras aglomerações em condições sub-humanas 
de habitação;
II – os projetos municipais ou estaduais que, com as ofertas de terrenos 
já urbanizados e dotados dos necessários melhoramentos, permitirem o 
início imediato da construção de habitações;
III – os projetos de cooperativas e outras formas associativas de cons-
trução de casa própria.
Você já sabe que o SFH foi desenvolvido com a expectativa de favorecer a 
população de baixa renda na aquisição de suas residências próprias. No entanto, as 
crises relativas à política governamental acabaram gerando disfunção nos contratos. 
Consequentemente, houve divergência entre a correção das parcelas mensais e o 
ajuste salarial. Esse descompasso gerou um número elevado de inadimplências, 
que atingiu grande parte dos mutuários pertencentes a esse sistema.
A partir de tais problemas, os mutuários passaram a buscar o Poder Ju-
diciário a fim de revisar as cláusulas contratuais. Estas, por vezes, não eram 
atendidas em conformidade com a legislação do SFH.
A previsão do ajuste nas prestações mensais deveria acompanhar o salário 
mínimo, o que não ocorreu, conforme define a Lei nº 4.380/64, artigo 5º 
(BRASIL, 1964):
Art. 5º Observado o disposto na presente lei, os contratos de vendas ou 
construção de habitações para pagamento a prazo ou de empréstimos para 
aquisição ou construção de habitações poderão prever o reajustamento das 
prestações mensais de amortização e juros, com a consequente correção do 
valor monetário da dívida toda a vez que o salário mínimo legal for alterado.
9A perícia contábil em processos do Sistema Financeiro de Habitação
1. Analise e indique a única 
alternativa correta: 
a) É permitido somente um 
perito que analise o litígio 
relativo aos contratos.
b) A parte interessada deverá 
sempre acompanhar a perícia 
que está sendo aplicada, 
com base em contratos.
c) Pouquíssimas perícias são 
solicitadas para a revisão 
de encargos financeiros 
contra bancos.
d) A finalidade do SFH é 
proporcionar residências 
próprias para as famílias 
de renda superior.
e) Os agentes financeiros não 
intervêm entre os mutuários e o 
Sistema Financeiro Habitacional 
para a compra do imóvel.
2. Analise as opções e indique a que 
apresenta uma ação realizada 
pelos agentes financeiros 
que resulta em oneração das 
prestações mensais: 
a) A incidência apropriada do 
Coeficiente de Equiparação 
Salarial (CES).
b) A redução dos juros, que, 
dessa forma, ficam bem 
menores que o permitido.
c) A amortização do saldo devedor 
mediante valor equivalente 
ao valor de fato pago.
d) A incidência de juros sobre 
juros, que ocasionam oneração 
das parcelas mensais.
e) A aplicação de índices 
adequados na correção 
do saldo devedor.
3. Lembre-se do que você aprendeu 
sobre a ação revisional de aluguel e 
aponte a alternativa correta: 
a) A relação entre locador e 
locatário ocorre mediante 
um contrato que é rubricado 
apenas pelo locatário.
b) Os valores apresentados nos 
contratos entre os locatários 
e locadores não são baseados 
em valores reais de mercado, 
por exemplo, do local onde se 
encontra o imóvel a ser locado.
c) A ação revisional 
será obrigatória na 
pendência de prazo para 
desocupação do imóvel.
d) Um dos requisitos básicos à 
ação revisional é a falta de 
desequilíbrio entre os valores 
de mercado e o valor cobrado 
mensalmente pela locação.
e) A ação revisional de aluguel está 
definida na Lei nº 8.245/91.
4. Avalie as afirmativas com bastante 
atenção e aponte a correta: 
a) O Sistema Financeiro de 
Habitação foi definido 
mediante a Lei nº 5.480/65.
b) Conforme as regras, o imóvel 
adquirido pelo mutuário é 
de uso próprio, mas poderá 
ser comercializado.
c) A Lei nº 11.800/09 apresenta as 
mudanças ocorridas na Lei nº 
4.380/64 com relação ao 
Sistema Financeiro de 
Habitação, especificamente 
relativas aos órgãos 
públicos que apoiam a 
construção de habitações.
A perícia contábil em processos do Sistema Financeiro de Habitação10
d) O Banco Social de Habitação 
passou a informar, disciplinar 
e controlar o SFH.
e) O SFH tinha por finalidade 
auxiliar a população na 
aquisição de imóvel. Porém, 
diante de crises econômicas, 
gerou disfunção nos contratos, 
ocasionando a divergência 
entre a correção das parcelas 
mensais e o ajuste salarial.
5. A intervenção do Governo 
Federal no setor habitacional 
ocorreu mediante alguns 
órgãos. Avalie e indique qual 
das alternativas é a correta:
a) A intervenção pode 
ocorrer mediante o 
Serviço Municipal de 
Habitação e Urbanismo.
b) A interferência pode 
ocorrer por meio da Caixa 
Econômica Estadual.
c) A intervenção pode ocorrer 
por intermédio do Sistema 
de Habitação Federal (SHF).
d) A intervenção pode ocorrer 
por meio do Banco Nacional 
da Habitação, entre outros.
e) A interferência pode ocorrer 
mediante órgãos federais de 
desenvolvimento municipal.
11A perícia contábil em processos do Sistema Financeiro de Habitação
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS ENTIDADES DE CRÉDITO IMOBILIÁRIO E POUPANÇA. 
SFI: um novo modelo habitacional. Brasília, DF: ABECIP, 1995. Disponível em: <https://
www.abecip.org.br/download?file=sfi-um-novo-modelo-habitacional.pdf>. Acesso 
em: 30 ago. 2017.
BRASIL. Lei nº 4.380, de 21 de agosto de 1964. Brasília, DF, 1964. Disponível em: <http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L4380.htm>. Acesso em: 20 ago. 2017.
BRASIL. Lei nº 8.245, de 18 de outubro de 1991. Brasília, DF, 1991. Disponível em: <http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8245.htm>. Acesso em: 20 ago. 2017.
BRASIL. Lei nº 11.977, de 7 de julho de 2009. Brasília, DF, 2009a. Disponível em: <http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L11977.htm>. Acesso em: 
30 ago. 2017.
BRASIL. Lei nº 12.112, de 9 de dezembro de 2009. Brasília, DF, 2009b. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L12112.htm>. Acesso 
em: 20 ago. 2017.
BRASIL. Medida provisória no 2.197-43, de 24 de agosto de 2001. Brasília, DF, 2001. Dis-
ponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/MPV/2197-43.htm>. Acesso em: 
30 ago. 2017.
CAIXA ECONÔMICA FEDERAL. Entenda como funciona o seu financiamento ao cons-
truir ou comprar um imóvel em construção. Brasília, DF, c2017. Disponível em: <http://
www.caixa.gov.br/Downloads/habitacao-documentos-gerais/Cartilha_Financia-
mento_para_Construir_e_Imovel_em_Construcao.pdf>. Acesso em: 30 ago. 2017.
OLIVEIRA, C. M. Sistema financeiro da habitação: questões controvertidas. São Paulo: 
LZN, 2002.
Leituras recomendadas
HENRIQUE, M. R.; SOARES, W. A. Perícia, avaliação e arbitragem. Curitiba: InterSaberes,2015.
MELLO, C. M.; SOUZA, N. R. Legislação imobiliária. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 2015. 
MÜLLER, A. N.; ANTONIK, L. R.; FERREIRA JUNIOR, V. Cálculos periciais: efeitos inflacio-
nários, números índices, indexadores e sistemas de amortização. Curitiba: Juruá, 2009.
ORNELAS, M. M. G. Perícia contábil. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2011.
SÁ, A. L. de. Perícia contábil. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2009.
SOUSA, S. H. M.; GRANDE, C. G. Perícias na prática. Curitiba: Juruá, 2010.
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esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual 
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