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Sistema respiratório humano Profa. Dra. Corina Fernandes Introdução ➢ A palavra respiração pode ser utilizada para designar dois processos diferentes: • Respiração celular produção de ATP sob a utilização de O2 com liberação de CO2 e H2O • Trocas gasosas hematose (absorção de oxigênio e eliminação de gás carbônico através do intercâmbio de ar com sangue). Sistema respiratório humano Trocas Gasosas Defesa Regulação da temperatura Olfação (Nariz) Fonação (Faringe) Manutenção do equilíbrio ácido-básico Funções: Sistema respiratório humano • Divisão funcional: • Porção de condução nariz, faringe, laringe, traqueia, brônquios e bronquíolos • • b) Porção de respiração ductos alveolares e alvéolos Sistema respiratório humano ➢ Constituição: • Vias aéreas superiores ou trato respiratório superior: fossas nasais, faringe, laringe, traqueia – porção superior • Vias aéreas inferiores ou trato respiratório inferior: traqueia – porção inferior, pulmões (brônquios, bronquíolos e alvéolos) Vias aéreas Vias aéreas ➢Funções: Vias aéreas superiores • Conduzir • Filtrar • Aquecer • Umidificar Vias aéreas inferiores • Pulmões: trocas gasosas (alvéolos) 7 Sistema respiratório humano Cavidade nasal: tem a função de aquecer, umidificar e filtrar o ar que entra no sistema respiratório. Faringe: É uma estrutura que conduz ar e alimento. O ar vai para a laringe; O alimento vai para o esôfago. Epiglote: é uma estrutura que veda a laringe, não permitindo a passagem de comida para os pulmões. Laringe: conduz o ar, local onde fica as cordas focais (fonação). Anatomia dos pulmões Características: Um par de órgãos Formato de pirâmide Estruturas elásticas, ocas, consistência esponjosa, revestido externamente pela pleura Composto de 1 ápice, 1 base, 3 bordos e 3 faces Anatomia dos pulmões ➢Constituição: • Duas pleuras: pleuras parietal e visceral. • Envolvem e protegem cada pulmão. • Pleura parietal – lâmina superficial reveste a parede da cavidade torácica. • Pleura visceral – lâmina profunda recobre os próprios pulmões. Anatomia dos pulmões ➢ Localização: • Interiormente na caixa torácica, um de cada lado do tórax. • Compõe o trato respiratório inferior. • Os pulmões estão limitados anteriormente pelo esterno, posteriormente pela coluna vertebral e inferiormente pelo diafragma. Anatomia dos pulmões ➢Divisão: • Pulmão direito: 3 lobos (inferior, médio e superior) divididos por 2 fissuras: oblíqua (separa o lobo inferior dos lobos médio e superior), e horizontal (separa o lobo superior do lobo médio). • Pulmão esquerdo: 2 lobos (superior e inferior) separados pela fissura oblíqua. Anteriormente e inferiormente no lobo superior: a língula. Traqueia A traqueia é um tubo de 10 a 12,5cm de comprimento e 2,5cm de diâmetro. Constitui um tubo que faz continuação à laringe, penetra no tórax e termina bifurcando-se nos 2 brônquios principais. Localização: porção mediana do tórax e anterior ao esôfago. Formação: aproximadamente 20 anéis cartilaginosos, revestida por uma mucosa glandular e ciliada, facilitando a expulsão de mucosidades e corpos estranhos. Alvéolos • Pneumócitos tipo I: - Células de revestimento (pavimentosas) - Não regeneram • Pneumócitos tipo II: - Células cuboidais localizadas nos ângulos dos alvéolos - Possuem microvilosidades e grânulos de secreção (produção do surfactante) - Capacidade mitótica • Quanto menor o alvéolo maior a tensão de colapso. Ventilação pulmonar ➢ Conceito: • Processo pelo qual os gases são trocados entre a atmosfera e os alvéolos. • O ar flui entre a atmosfera e os pulmões devido às diferença alternadas de pressão criadas pela contração e relaxamento dos músculos respiratórios. MECÂNICA VENTILATÓRIA É o movimento de gases para dentro e fora dos pulmões - inspiração e expiração. As necessidades metabólicas de oxigênio requerem que um indivíduo leve um certo volume de ar para os alvéolos a cada minuto – volume corrente. Número de respirações por minuto - frequência respiratória. Volumes pulmonares Volume corrente – volume de ar que enche os alvéolos + o volume que preenche as vias respiratórias (500ml). Volume inspiratório de reserva – é o volume adicional que pode ser inspirado acima do volume corrente (3.000 ml). Volume expiratório de reserva – é o volume adicional que pode ser expirado além do volume corrente (1.200 ml). Volume residual – é o volume de gás que resta nos pulmões após uma expiração máxima forçada; não pode ser medido numa espirometria (1.200 ml). CAPACIDADES PULMONARES Capacidade inspiratória - volume corrente + volume inspiratório de reserva (3.500 ml). Capacidade funcional residual – volume expiratório de reserva + volume residual (2.400 ml). Capacidade vital – capacidade inspiratória + volume expiratório de reserva (4.700 ml). Capacidade pulmonar total – inclui todos os volumes pulmonares; capacidade vital + volume residual (5.900 ml). ESPAÇO MORTO • Como não ocorre troca de gases nas vias aéreas condutoras, elas são também denominadas de espaço morto anatômico. • O espaço morto alveolar - é composto do ar que ventila os alvéolos que são poucos perfundidos pelo sangue, de modo que não pode ocorrer troca gasosa de maneira ideal. • Espaço morto fisiológico – é o volume total dos pulmões que não participa da troca de gases. Inclui o espaço morto anatômico e o espaço morto funcional dos alvéolos. MÚSCULOS RESPIRATÓRIOS Respiração normal: Inspiratórios: diafragma e intercostais externos Expiratórios: relaxamento passivo do diafragma. Respiração forçada: Inspiratórios: esternocleidomastoideo, escalenos, serrátil anterior, eretor da coluna (acessórios) Expiratórios: intercostais internos e abdominais (reto, transverso e oblíquos abdominais) Ventilação Pulmonar • Inspiração: • - contração dos músculos intercostais e do diafragma • - volume pulmonar aumenta • - pressão interna diminui e ar entra 27 Ventilação Respiratória • Expiração: • - relaxamento da musculatura intercostal e do diafragma • - volume pulmonar diminui • - pressão interna aumenta e o ar saí 28 Princípio biofísico que rege as trocas gasosas nos pulmões ➢ Difusão • O gás sempre passa do meio de maior pressão (maior quantidade), para o de menor pressão (menor quantidade). 29 Transporte e trocas gasosas • O transporte de gás oxigênio está a cargo da hemoglobina, proteína presente nas hemácias. • Cada molécula de hemoglobina combina-se com 4 moléculas de gás oxigênio, formando a oxihemoglobina. • Nos alvéolos pulmonares o gás oxigênio do ar difunde-se para os capilares sanguíneos e penetra nas hemácias, onde se combina com a hemoglobina, enquanto o gás carbônico (CO2 ) é liberado para o ar (hematose). Transporte dos gases respiratórios • Nos tecidos ocorre um processo inverso: o gás oxigênio dissocia-se da hemoglobina (oxihemoglobina) e difunde-se pelo líquido tissular, atingindo as células. • A maior parte do gás carbônico (cerca de 70%) liberado pelas células no líquido tissular penetra nas hemácias e reage com a água, formando o ácido carbônico (H2CO3), que logo se dissocia e dá origem a íons H+ e bicarbonato (HCO3-), difundindo-se para o plasma sanguíneo, onde ajudam a manter o equilíbrio do ph sanguíneo. • Cerca de 23% do gás carbônico liberado pelos tecidos associam-se à própria hemoglobina, formando a carboxihemoglobina. O restante dissolve-se no plasma. Respiração interna • Troca de oxigênio e dióxido de carbono entre os capilares sistêmicos e as células teciduais. • Finalidade: conversão do sangue oxigenado em sangue desoxigenado. PO2 sangue oxigenado nos capilares teciduais = 100 mmHg; PO2 células teciduais = 40 mmHg. • Devido à diferença na PO2 o oxigênio se difunde do sangue oxigenado – líquido intersticial – células teciduais. • Enquanto o O2 se difunde dos capilares teciduais paraas células, o CO2 se difunde na direção oposta. • PCO2 sangue oxigenado nos capilares teciduais = 40 mmHg; PCO2 células teciduais = 45 mmHg. O sangue desoxigenado retorna para o coração e é bombeado para os pulmões Respiração externa • Troca de O2 e CO2 entre o ar nos alvéolos dos pulmões e o sangue nos capilares. • Finalidade: conversão de sangue desoxigenado (vem do lado direito do coração) para sangue oxigenado (retorna para o lado esquerdo do coração). • O sangue desoxigenado é bombeado pelo ventrículo D (artérias pulmonares) para os capilares pulmonares que circundam o alvéolo. • As pressões parciais dos gases PO2 sangue desoxigenado = 40 mmHg; PO2 do ar alveolar = 105 mmHg • Por diferença de pressão há difusão efetiva de O2 dos alvéolos para os capilares até que seja alcançado o equilíbrio. • A pressão de O2 do sangue agora oxigenado aumenta para 105 mmHg • CO2 se difunde na direção oposta – sangue desoxigenado → alvéolo PCO2 do sangue desoxigenado = 45 mmHg; PCO2 do ar alveolar = 40 mmHg. Distúrbios do equilíbrio ácido-básico Acidose e alcalose REGULAÇÃO DA RESPIRAÇÃO • O sistema nervoso ajusta a ventilação às necessidades do corpo, de modo que as pressões parciais de O2 e CO2 no sangue arterial pouco se alteram; mesmo durante exercícios extenuantes. • Repouso – 200 ml de O2 – usados pelas células corporais; • Exercício – aumenta 15-20 vezes o consumo de O2; • Papel do centro respiratório: área na qual os impulsos nervosos são enviados para os músculos respiratórios; • Consiste – aglomerados de neurônios – bilateralmente no bulbo e na ponte do tronco encefálico. REGULAÇÃO DA RESPIRAÇÃO Divisão Funcional dos Neurônios: Área de periodicidade bulbar – bulbo; Área pneumotáxica – ponte; Área apnêustica – ponte ÁREA DE PERIODICIDADE BULBAR Controla o ritmo básico da respiração – repouso – 2” de inspiração e 3” expiração. Dentro da área de periodicidade bulbar – neurônios inspiratórios e expiratórios. O ritmo básico da respiração inicia com os impulsos nervosos gerados na área inspiratória. Área Pneumotáxica • Ajuda a coordenar a transição entre a inspiração e a expiração; • Transmite impulsos inibidores para área respiratória – desliga a área inspiratória antes que os pulmões fiquem completamente cheios de ar (limitam a duração da inspiração facilitando o inicio da expiração). Área Apnêustica • Esta área envia impulsos excitatatórios para a área inspiratória que ativa e prolonga a inspiração – inibindo a expiração.
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