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Fisiologia Estudo da natureza humana, das suas funções e o funcionamento normal. Estuda, portanto, o funcionamento de um organismo vivo. O funcionamento do corpo humano se dá através da existência e funcionamento de sistemas, que são constituídos por tecidos, que são formados por células especializadas. ORGANIZAÇÃO FUNCIONAL DO CORPO HUMANO Átomo -> Moléculas -> Células ->Tecidos -> Órgãos -> Sistemas -> Organismos HOMEOSTASIA E LÍQUIDOS CORPORAIS É a manutenção das condições constantes do meio interno com a participação dos órgãos e tecidos. Se o organismo perde o equilíbrio, pode ser acometido por doença ou morte. Um aspecto importante da homeostasia é a manutenção do volume e da composição dos líquidos corporais, soluções aquosas diluídas contendo substâncias químicas dissolvidas que são encontradas dentro das células e ao redor delas. • O líquido no interior das células é o líquido intracelular (LIC). • O líquido fora das células do corpo é o líquido extracelular (LEC). • Os líquidos LIC e LEC são divididos pelas membranas celulares. O LEC que preenche os espaços estreitos entre as células dos tecidos é conhecido como líquido intersticial. O LEC é diferente dependendo de onde ele se encontra no corpo: o LEC nos vasos sanguíneos é chamado plasma sanguíneo, nos vasos linfáticos é chamado linfa, dentro e ao redor do encéfalo e da medula espinal é conhecido como líquido cerebrospinal, nas articulações é chamado líquido sinovial e o LEC dos olhos é chamado humor aquoso e de humor vítreo. Dentro do LEC, temos as divisões de líquido intersticial e plasma. Composição dos líquidos: -NA-K-ATP: Presente na maior parte das células do corpo. Coloca 3 Na+ para fora e 2K+ para dentro. -Sódio é o principal componente do LEC e o Potássio é o principal componente do LIC. O funcionamento adequado das células do corpo depende da regulação precisa da composição do líquido intersticial que as cerca. Por causa disso, o líquido intersticial é chamado frequentemente de ambiente interno do corpo. CONTROLE DA HOMEOSTASIA Algumas perturbações vêm do ambiente interno na forma de agressões físicas como o calor intenso de um dia quente de verão ou a falta de oxigênio suficiente para aquela corrida de 3.200 m. Outros agravos se originam no ambiente interno, como o nível de glicose sanguínea que cai muito quando a pessoa não ingere seu desjejum. Os desequilíbrios homeostáticos também podem ocorrer por causa de estresse psicológico no nosso ambiente social – as demandas do trabalho e da escola, por exemplo. Na maioria dos casos, a perturbação da homeostasia é moderada e temporária e as respostas das células do corpo reestabelecem rapidamente o equilíbrio no meio interno. ESTABILIDADE NO AMBIENTE INTERNO O corpo possui órgãos efetuadores, que através de ações contráteis (músculos) e secretoras (glândulas) manifestam as reações necessárias para os ajustes. Essas reações correspondem às respostas reflexas locais (no coração, nos vasos, nos rins, nos pulmões, no trato gastrintestinal, etc.) e às reações globais que envolvem todo o organismo. Todos os seres vivos possuem limites de resistência contra as variações do meio ambiente externo e interno. Os seres vivos possuem mecanismos de ajustes que controlam as variáveis biológicas em determinadas quantidades, ex.: regulação da temperatura corporal. REGULAÇÃO DAS FUNÇÕES CORPORAIS Todas as integrações das ações homeostáticas dependem do sistema central, endócrino e imune. No sistema imune, as células de defesa irão garantir que, se por ventura os desequilíbrios forem muito externos, nós tenhamos mecanismos de defesa adequados para poder combater agressores que visem desequilibrar os estados internos e tirar o corpo da homeostase. Sistema nervoso e endócrino agem de maneira integrada, garantindo a homeostasia do organismo tornando-o operacional para se relacionar com o meio ambiente. Sistema nervoso: Ação rápida e fugaz a curtíssimo prazo, e possui efeito localizado. Sistema endócrino: Ação lenta, porém duradoura a médio e longo prazo, e possui efeito amplo. MECANISMOS HOMEOSTÁTICOS Feedback negativo(retroalimentação): Ocorre quando a resposta do efetor for negativo, se opõem ao mecanismo de controle. Tentam reestabelecer o valor normal de uma variável, porém não evitam a alteração inicial. (se opõem a inicial) 1. Detecta ou monitora a viável 2. Compara o valor detectado com um valor de referência (SET POINT) e gera um sinal de correção para o efetor. 3. Gera uma resposta biológica capaz de reestabelecer os valores da variável para os níveis normais (SET POINT). EX: Sistema de regulação da pressão arterial; Feedback positivo (feedforward= alimentação antecipada): Evitam a alteração inicial (antecipa variações de uma variável). Ex 1: A resposta (ex: aumento de oxigênio), acontece antes da alteração no meio interno, preparando o organismo para grandes alterações que estão para acontecer. Ex 2: Trabalho de parto secreção de ocitocina e dilatação do colo uterino. Mais secreção de ocitocina, leva a maior ativação do sistema. A ORGANIZAÇÃO DA NATUREZA Existe uma relação funcional entre os elementos. Relação funcional entre dois elementos é aquela em que o estado do primeiro elemento influencia o estado do segundo, o que leva a transformações recíprocas (troca de energia). SISTEMAS: Quaisquer elementos da natureza que tenham algum tipo de relação funcional formam um sistema. O requisito mínimo para um sistema existir é a presença de duas partículas que mantenham entre si uma relação funcional, como os prótons e os nêutrons, que formam um sistema chamado núcleo atômico. Um sistema pode ser considerado um elemento de um sistema maior. Sistema dissipativo: É um sistema no qual ocorre perda de energia em forma de calor quando seus elementos interagem. Logo, é um sistema que intercambia energia, matéria e/ou informação com outros sistemas. Sistema conservativo: É um sistema no qual não ocorre perda de energia em forma de calor quando seus elementos interagem. Seria um sistema no qual as interações ocorreriam para sempre, sem a necessidade de intercâmbio de energia, matéria e/ou informação. Ou seja, é um sistema que não troca nada com o resto da natureza. Os sistemas dissipativos são a regra na natureza. EQUILÍBRIO, ESTABILIDADE E HOMEOSTASE A vida é incompatível com o equilíbrio, por isso os processos vitais se dão longe do equilíbrio. O fenômeno de equilíbrio entre a célula (ou outro elemento vivo) e o meio é o que chamamos de morte. Essa célula morre quando perde a capacidade de intercambiar energia com seu entorno. CONCEITOS ALOSTASE: Fenômeno de variação interna das partes do organismo para manutenção da constância do todo (manutenção da homeostase). HOMEOSTASE: Estado de estabilidade de um organismo vivo. ESTRESSE: É uma força contrária à homeostase, que exige do organismo uma resposta alostática. FISIOLOGIA: Interação entre os elementos da natureza. RELAÇÃO ESTRUTURAL: É a relação de dependência anatômica. RELAÇÃO FUNCIONAL: É a relação pela qual o estado do primeiro elemento influencia o estado do segundo. SISTEMA: Conjunto de elementos que se inter-relacionam. Os elementos da natureza sempre se relacionam de algum modo, formando teias de ligações. A natureza é organizada por coisas interdependentes. MOTO-CONTÍNUO: Uma máquina que, uma vez acionada, funcionária para sempre com o uso de energia do próprio trabalho. EQUILÍBRIO: Estado de estabilidade espontânea no qual não ocorre mais troca de energia. O equilíbrio entre a célula (ou outro elemento vivo) e o meio é o que chamamos de morte. ESTABILIDADE: Manutenção da configuração no decorrer do tempo. É um processo dinâmico em que há gasto de energia. AUTONOMIA: Capacidadede um ser vivo de manter sua homeostase. SENSOR OU RECEPTOR CENTRO DE INTEGRAÇÃO EFETOR Para que os processos vitais sejam possíveis, são necessários diversos estados estáveis (estabilidade) internos, como temperatura quase constante, pH sanguíneo quase constante, concentrações de glicose no sangue quase constantes etc. ALOSTASE Conjunto de processos para a manutenção da homeostase ( adaptação biológica que busca a estabilidade). Na alostase, o estado de um determinado elemento do sistema ordena, interfere, modula, regula o estado de outros elementos do sistema, forçando a resultante para um determinado estado de estabilidade – ou seja, a homeostase. A alostase é um processo de integração entre os elementos de determinado sistema, no qual pode haver desde uma rede de influências entre os elementos (p. ex., sistema imunológico) até um elemento central que ordena e modula a função de diversos sistemas independentes (p. ex., eixos hipotálamo- hipófise-glândulas). AUTO-ORGANIZAÇÃO E RETROALIMENTAÇÃO As partes do processo entram em acordo entre si, chegando a um estado estável auto-organizado. Os processos compensatórios que levam à auto-organização do sistema são chamados processos de retroalimentação. O feedback, ou retroalimentação, na verdade nada mais é que um processo alostático, já que busca estabilizar o sistema. Qualquer mecanismo ou dispositivo que se autorregula recebe o nome de servomecanismo. No corpo humano, os servomecanismos (processos alostáticos que buscam a homeostase) operam por processos de retroalimentação. Esses processos de retroalimentação são, em boa parte dos casos, processos de regulação inibitória, chamados de feedback negativo, ou seja, a resultante “comportamento” de determinado(s) elemento(s) do sistema tem efeito inibitório sobre a atividade desses elementos. A retroalimentação positiva remete à ideia de que o efeito do comportamento de um elemento do sistema tonifica, estimula esse comportamento. Portanto, há uma tendência de esse comportamento expressar-se de maneira cada vez mais potente. Em geral, as curvas gráficas das funções alostáticas retroalimentadas positivamente são em formato de S. CARGA ALOSTÁTICA, ESTRESSE E DOENÇA A expressão carga alostática diz respeito à quantidade de energia metabólica que deverá ser dispensada por determinado mecanismo alostático para a manutenção da homeostase. Carga alostática é a quantidade de energia despendida no processo de alostase. A sobrecarga alostática leva a uma demanda de energia maior que a ofertada pelo organismo. Ex: O excesso de trabalho do músculo cardíaco, exigido pelos sistemas que regulam a temperatura, aumenta a demanda de oxigênio pelo coração, em épocas de frio, levando ao infarto. Doença, portanto, é o resultado da descompensação da homeostase causada por sobrecarga alostática em algum mecanismo do sistema. É o efeito de uma sobrecarga alostática não compensada. Qualquer evento real ou imaginário que ameace a homeostase, exigindo uma resposta alostática do organismo, é chamado de estresse. Se esse estresse produzir sobrecarga alostática, talvez seja o agente etiológico de uma doença. Atualmente os agentes estressores têm também sido chamados de disruptores. Um disruptor é qualquer agente capaz de romper a homeostase, ou seja, ameaçar a estabilidade de um sistema qualquer. Há disruptores de diversas naturezas; eles podem ser físicos (variação brusca de temperatura, variação brusca de pressão, radiações, trauma mecânico etc.), químicos (venenos, pesticidas, metais pesados etc.) ou biológicos (vírus, bactérias, fungos, protozoários e helmintos). Macroestados e microestados O conceito de macroestados e microestados vem de um ramo do conhecimento denominado mecânica estatística. RESUMO: A homeostase é um evento dinâmico (não é um sistema fixo) e está adaptando-se a todo momento. No sistema conservativo não há a necessidade de intercâmbio de energia. Os sistemas podem ser classificados como conservativos e dissipativos. Porém, na natureza só existem sistemas dissipativos. Equilíbrio: Estado de estabilidade espontânea no qual não ocorre mais troca de energia (morte). Estabilidade: Manutenção da configuração no decorrer do tempo, havendo gasto de energia. Autonomia: Capacidade de um ser vivo manter sua homeostase; Encontram-se estáveis em uma faixa de normalidade, dentro da qual conseguem variar sem comprometer a vitalidade do organismo; Os valores não são constantes em relação ao tempo; A faixa de normalidade é estabelecida com base em pessoas saudáveis. É um processo de integração entre os elementos de determinado sistema; O estado de um determinado elemento do sistema, ordena, interfere, modula, regula o estado de outros elementos do sistema. O Processo de retroalimentação pode ser considerado um processo alostático, uma vez que buscam estabilizar o sistema. REGULAÇÃO O sistema nervoso é o local responsável pela regulação das funções corporais. Seus segmentos divididos em: aferência sensorial, sistema nervoso central (SNC) e aferência motora são, em conjunto, responsáveis pelo funcionamento dos diversos órgãos e tecidos. Além disso, muitas funções celulares são controladas pelos hormônios, secretados por glândulas espalhadas pelo corpo que realizam essas ações juntamente com o SNC. O sistema imune, composto pelos glóbulos brancos, é responsável pela proteção corporal contra patógenos. Por fim, a regulação corporal também depende do sistema tegumentar, já que o mesmo, de forma geral, faz a diferenciação do ambiente externo do interno, protegendo o último contra os eventos adversos, o qual o corpo humano é sujeito pelo ambiente externo. A capacidade do organismo de manter constantes o volume e a composição do líquido intracelular – LIC – e do LEC constitui processo complexo que envolve todos os sistemas orgânicos do organismo. O transporte, pelas células epiteliais do trato gastrointestinal, rins e pulmões, controla tanto a ingesta como a excreção de diversas substâncias e da água. O sistema cardiovascular leva nutrientes às células e tecidos e remove os produtos do metabolismo, e os sistemas nervoso e endócrino regulam e integram essas importantes funções. A homeostase é dependente da ação do sistema excretor, que tem importantíssimo papel no equilíbrio hidrossalino do corpo, além do tecido epitelial, que apresenta diversos mecanismos de controle térmico garantindo, assim, uma estabilidade das condições físico-químicas do meio interno. O rim é um órgão homeostático por excelência, mantendo o nível interno de grande número de componentes, incluindo concentração dos íons, osmolalidade, pH etc. Durante a corrida, alteramos diversos parâmetros corporais em resposta ao exercício físico extenuante. Informações sobre o nível de água, oxigênio, glicemia, temperatura corporal e pressão arterial, captados através do processamento de informações viscerais, são integrados no hipotálamo e, quando detectadas alterações, promove mudanças para atingir um novo equilíbrio corporal - e manter a homeostase. Na alostase, o estado de um determinado elemento do sistema ordena, interfere, modula, regula o estado de outros elementos do sistema, porque a alostase é um processo de integração entre os elementos de determinado sistema. O processo de retroalimentação pode ser considerado um processo alostático, uma vez que buscam estabilizar o sistema. Em condições de frio excessivo, é possível que pessoas com predisposição ao infarto sejam acometidas por tal agravo. No caso apresentado, o excesso de trabalho do músculo cardíaco, exigido pelos sistemas que regulam a temperatura, aumenta a demanda de oxigênio pelo coração, Quando a demanda se tornamaior que a oferta, ocorre o infarto. CASOS DE APLICAÇÃO Joaquim sofreu um acidente de avião e ficou perdido em um deserto, até a chegada do socorro. Sem água para beber e diante de um sol escaldante, Joaquim suou bastante. A sua perda de água, que foi ainda maior do que a perda de eletrólitos, causou leve redução do volume plasmático. Felizmente ele foi encontrado e tratado em tempo de se recuperar. Com base no texto, assinale verdadeiro ou falso: a angiotensina II estava aumentada enquanto Joaquim esteve perdido no deserto. Esse aumento deve ter contribuído para gerar a percepção acerca da necessidade de reposição de água de Joaquim: A assertiva está verdadeira, pois os osmorreceptores são receptores que estão no hipotálamo que captam as mudanças nos níveis de osmolaridade presente no sangue que passa naquela região, e o cérebro tentar equilibrar isso com mudanças na sede e na micção. Os receptores e os nervos aferentes apenas captam os estímulos. No centro de integração esses estímulos são avaliados e processados. O sistema aferente envolve um grupo de nervos e receptores que percebem as ações do ambiente e de outros seres vivos e manda essas informações para o sistema nervoso central que irá processar essas informações e irá produzir uma resposta transmitida pelos músculos esqueléticos efetores.
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