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Imunologia à Microorganismos Virais e Bacterianos

Imunologia

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BBPM VI – Imuno – Alex Machado 1 
 
Talita Navarro – T5 
 Imunologia a Microorganismos Virais e Bacterianos 
ABBAS: Vírus são os microrganismos intracelulares obrigatórios que 
utilizam os componentes do ácido nucleico e a maquinaria da síntese 
de proteínas do hospedeiro para se replicar e se espalhar. Sendo 
assim, os vírus infectam diversos tipos de células, utilizando 
moléculas de superfície como receptores para entrar nas células, 
onde causam lesão tecidual e doença por uma série de mecanismos. 
A replicação viral interfere na síntese de proteína e na função das 
células normais, culminando em um quadro de lesão e, por fim, à 
morte/lise da célula infectada, o que faz com que o processo seja 
considerado uma infecção lítica. Os vírus também podem causar 
infecções latentes. 
Respostas imunes inatas e adaptativas contra os vírus têm como 
objetivo bloquear a infecção e eliminar as células infectadas. Assim 
sendo, a infecção é prevenida por interferons do tipo I como parte da 
imunidade inata e os anticorpos neutralizantes contribuem para a 
imunidade adaptativa. Uma vez que a infecção é estabelecida, as 
células infectadas são eliminadas pelas células NK na resposta inata 
e pelos CTL na resposta adaptativa. 
 
RESPOSTA IMUNIDADE INATA AOS VÍRUS: 
→ No processo imune inato há um conjunto de receptores que são 
associados a detecção de Padrões Moleculares Associados a 
Patógenos (PUMPS) e que estão presentes nos vírus: os ácidos 
nucleicos, basicamente, ou seja, o material genético do tipo DNA 
(fita dupla) ou RNA (fita simples). 
→ O reconhecimento desses materiais 
genéticos (capsídeos, por exemplo) 
envolve dois tipos de receptores 
citoplasmáticos: do tipo Toll Like 
Receptor (TLR) Endossomais (TLR3 
para fita dupla; TLR7 e 8 para fitas 
simples e TLR9 para DNA de fitas 
metiladas) e dos tipo RIG (detectam 
RNA viral), DAI e MDA-5 
→ O reconhecimento via receptores do 
tipo TLR irá desencadear uma ativação dos receptores do tipo 
RIG e uma sinalização via MyD88 → culmina na ativação do 
fator de transcrição NFK-β → ativa genes que desencadeiam o 
processo inflamatório agudo pela produção de citocinas pró 
inflamatórias do tipo TNF-α, IL-1B, IL-6, além de quimiocinas do 
tipo CCL2, CXCL8, bem como moléculas de adesão (integrinas, 
E-selectinas, P-selectinas) que aumentam a capacidade da 
diapedese celular e moléculas coestimulatórias (CD80 e CD86), 
estimulando, portanto, a resposta imune adaptativa 
→ Paralelamente, a expressão de outros receptores quinases, via 
sinalização TRIF/IRAK também estimulam a produção de fatores 
de transcrição de interferons (IFN), sobretudo do tipo I, ou seja 
desencadeia a leitura do RNA resultando na produção da 
proteína IFN α/β → esses peptídeos levam a ativação do estado 
antiviral, já que sinalizam sobre essa alerta viral tanto para a 
própria célula produtora de IFN, como para as células adjacentes 
→ trata-se de um mecanismo no qual as células são estimuladas 
a diminuírem o seu metabolismo e seus receptores de superfície, 
para que diminua as possibilidades da penetração viral e, assim, 
tenta dificultar a multiplicação desses vírus, já que, como eles 
são parasitas intracelular obrigatórios, só conseguem se 
reproduzir se entrarem dentro da célula. 
 
 
RESUMO: PROCESSO NATURAL DE INFECÇÃO VIRAL 
→ Vírus se liga à superfície da membrana através de receptores → 
forma-se um endossomo ou há uma migração direta viral para o 
interior → liberação do material genético/capsídeo para o 
interior, para que ocorra a replicação 
→ Esse material genético pode ser identificado pelos TLR ou pelos 
receptores dos tipos RIG, DAI e MDA-5 → esses receptores são 
ativados → desencadeiam cascata de sinalização que ativam os 
fatores de ativação (IRF1, IRF3 e IRF7) → células expressam 
IFN do tipo 1 (IFN-α e/ou IFN-β) e outras quimiocinas, além de 
citocinas pró-inflamatórias (TNF-α, IL-1B, IL-6), importantes para 
a ativação e sinalização do processo inflamatório 
→ Todo esse processo de expressão se trata de uma cascata que 
pode ser mediada por várias proteínas quinases, como MyD88, 
TRIF, TRAF, MAVS 
BBPM VI – Imuno – Alex Machado 2 
 
Talita Navarro – T5 
 
 
INTERFERÓNS (IFN) 
 IFN TIPO I IFN TIPO II 
Característica IFN α IFN β IFN γ 
Estrutura Proteíca Glicoproteíca Glicoproteíca 
Produzido por Leucócitos 
infectados 
Fibroblastos 
infectados 
Linfócitos TCD4 e 
Células NK 
Agente indutor Respondem à detecção de material 
viral genético (pelos receptores 
endossomais – TLR – ou 
citoplasmáticos – RIG), sobretudo 
RNA de dupla fita → ativam o 
Estado Antiviral 
 
Presença de 
antígenos virais/ 
mitógenos → 
célula 
apresentadora de 
antígeno (APC) 
apresenta via MHC 
à célula T, 
ativando-a ao 
padrão TH1 e 
produza IFN γ 
OU quando NK 
têm contato com 
célula infectada/ 
patógenos 
Principal 
função 
Estabelecer estado antiviral: 
diminuir metabolismo celular e 
receptores de membrana → 
diminuir possibilidades de 
penetração nas células vizinhas e 
infectadas; diminuir a capacidade 
reprodutiva viral (bloquear material 
genético) 
Modula sistema 
imune: ativa 
macrófago, 
aumenta espécies 
reativas de O2 
(NO3); ativa 
linfócitos B para a 
produção de 
anticorpos IgG 
Portanto, após a penetração viral e reconhecimento viral 
através dos receptores TLR e RIGs principalmente, há a ativação da 
produção desses INF do tipo 1. Com isso, a Ativação do Estado 
Antiviral ocorre, basicamente, por meio de três meios: 
1. Após serem liberados, os IFN são captados pelas células 
vizinhas não infectadas possuem receptores para esses IFN → 
através da ativação de várias vias que envolvem, inclusive, 
aumento nos receptores de PK → ocorre ativação do RNA de 
dupla fita → fosforila fatores de transcrição EIF2α → inibição da 
síntese proteica viral → sem proteínas para montar as partículas 
virais ocorre redução na reprodução viral. 
2. Ocorre aumento da enzima Sintetase de OligoA → ativação do 
RNA de dupla fita → produção de RNAses, enzimas as quais 
degradam o RNA viral → sem material genético, vírus não 
consegue se replicar 
3. Há ativação de cascatas de proteínas, incluindo as GTPases, 
ativam e resultam em uma multimerização proteica → inibição 
da expressão gênica viral e da montagem de vírions, já que há 
uma diminuição na capacidade energética celular em produzir 
proteínas. 
 
Todo esse estado antiviral deveria ser o suficiente para impedir 
o progresso e a reprodução das partículas virais, no entanto, tem-se 
que as partículas virais desenvolvem uma série de mecanismos de 
fuga e adaptações virais a esses mecanismos de controle da 
infecção, sobretudo, de fuga à resposta imune inata 
→ Bloqueio de receptores PK que induziriam a ativação do Estado 
Antiviral 
→ Controle dos fatores de crescimento e sinalização celular para 
impedir que haja Estado Antiviral na célula – vírus da hepatite C 
produz um PUMP que é capaz de se ligar à algumas proteínas 
fazendo com que a mitocôndria aumente a produção energética 
e produza enzimas que sinalizem o bloqueio de proteínas que 
inibem estado antiviral 
→ Produção de proteínas que medeiam e regulam a expressão 
gênica desses estados antivirais 
→ Produção de proteínas que clivam os TL-3 e impedem sua 
sinalização tanto de IFN-γ como de IL-1, bloqueando essas 
BBPM VI – Imuno – Alex Machado 3 
 
Talita Navarro – T5 
citocinas no espaço extracelular, impedindo que ela chegue em 
novas células → impede sinalização e não há uma função (POX 
vírus) 
→ Estímulo à reorganização celular, com diminuição das RNAses 
replicação do material genético do vírus de fita simples 
 
PROTAGONISMO DAS CÉLULAS NATURAL KILLER (NK) 
Ao detectar células infectadas com os vírus, as células NK liberam 
grânulos, os quais destroem as células infectadas, por meio do 
seguinte processo: 
Célula normal (células dendríticas) usualmente apresenta MHC do 
tipoI com peptídeos próprios e expressa constantemente um 
ligante de ativação, a célula NK apresenta um receptor inibitório e 
um receptor de ativação, o qual se liga ao ligante de ativação. No 
entanto, se o receptor inibitório reconhecer o MHC do tipo I e o 
peptídeo, NÃO ocorrerá lise, pois a célula NK identificará que essa 
célula estará apresentando antígenos próprios normalmente: 
estímulo de sobrevivência + inibitório. 
→ Em células infectadas, o vírus, usualmente, estimula que as 
células diminuam sua expressão de MHC, já que, dessa forma, 
são menos reconhecidas (se expressar MHC do tipo 1, por 
exemplo, pode ser reconhecida por célula do tipo TCD8, que irá 
degranular sobre ela e fazer com que ela seja destruída ou entre 
em apoptose, por exemplo). Assim, só há ligação entre o 
receptor de ativação e o ligante de ativação. Como esse receptor 
não sofre antagonismo do receptor inibitório (desativado), as 
células NK são ativadas. OBS: Há, atualmente, partículas virais 
que se adaptaram e que estimulam o carreamento, atualmente, 
da expressividade do MHC de classe I, porém, bloqueia que esse 
MHC carregue peptídeos virais na fenda, logo, não há estímulos 
da fenda NK nem lise, permitindo a perfeita replicação viral. 
→ Secreta citocinas importantes para resposta imune adaptativa do 
tipo Th1 (INF γ), que estimula as células envolvidas nesse 
padrão, macrófagos, além de incentivarem a expressão de TNF-
α, outras quimiocinas e diversas citocinas. Com isso, ocorre 
retroalimentação para a transcrição de genes importantes para a 
manutenção das células NK. Após reconhecer essa célula 
infectada, grânulos são jogados na superfície dessa célula, 
destruindo-as 
 
AÇÃO DO SISTEMA COMPLEMENTO NOS VÍRUS 
→ Tem como protagonismo principal o desenvolvimento da 
inflamação, por meio do C3a, além da criação da 
opsonização/criação e opsoninas, por meio do depósito de C3b 
ou de anticorpos na superfície, para serem detectados e haja a 
opsonização/fagocitose pelos fagócitos. 
→ As manoses e os receptores de lectina podem se ligar a mais de 
um vírus formando agregações, as quais impedem que o vírus 
penetre nas células, logo, não há replicação viral. 
→ Há a lise viral por conta da produção do Complexo de Ataque à 
Membrana (MAC), o que acontece em menores proporções, já 
que a partícula viral não possui citoplasma, mas o MAC faz com 
que a estrutura fique instável e seja rompido, liberando material 
genético e destruindo sua estrutura compacta, o que faz com que 
partícula viral perca sua capacidade infectiva 
 
MECANISMOS DE EVASÃO: 
O sistema imunológico enfrenta algumas dificuldades em 
estabelecer uma defesa efetiva contra esses microorganismos, 
sendo uma delas, os mecanismos de evasão desenvolvidos pelas 
partículas virais. 
→ Herpes Simples Vírus (HSV): são capazes de inibir a 
apresentação de antígenos, além de agir na inibição da proteína 
TAP, a qual regula o acesso das proteínas do proteossomo, para 
que entrem na fenda do MHC; Com isso, produz-se proteínas 
que inibem a capacidade de transporte da TAP, ou seja, 
impedem que a TAP libere a entrada de proteínas na fenda, logo, 
o MHC não apresenta as proteínas virais. Ele, assim com outras 
espécies virais, produz vírus da varíola, inibem o vírus do fator 
B, logo, não ocorre a deposição desse fator, o que faz com que 
a cascata do sistema complemento seja bloqueada, sobretudo 
na via alternativa 
→ Citomegalovírus (CMV) inibem a apresentação de antígenos e a 
atividade do proteossomo; removem moléculas de MHC de 
classe I do Retículo Endoplasmático. A espécie que ataca a 
espécie humana produz uma proteína capaz de clivar e inibir a 
deposição de C1, logo, não desencadeia a cascata de ativação 
da via clássica do complemento 
→ Epstein-Barr são capazes de inibir a apresentação de antígenos 
e a atividade do proteossomo 
→ Outros produzem proteínas para fugir do fagolisossoma, de 
modo que não haja lise de seu material e de sua estrutura 
 
Em suma, RESPOSTA IMUNE INATA VIRAL ocorre por meio da 
produção de INF do tipo I na ativação do estado anti viral e da 
ativação das células NK 
 
 
RESPOSTA IMUNE ADAPTATIVA AOS VÍRUS – semelhante a 
protozoários 
Inicia-se em torno de 4, 7 dias após a infecção viral, sendo 
que esse período depende das variações virais, o que deve ser 
considerado antes de pedir testes para diagnosticar infecções virais 
(Testes de Elisa só detectam anticorpos de casos agudos – IgM – 
após um período próximo a uma semana e não menos que isso; 
BBPM VI – Imuno – Alex Machado 4 
 
Talita Navarro – T5 
assim, para sintomas com duração de 1/3 dias, deve ser requisitado 
testes que rastreiam o antígeno – e não o anticorpo – como proteína 
NS1 da dengue, Reação em Cadeia de Polimerase). 
Ocorre, basicamente, por meio de: 
→ Células dendríticas captam vírus e migram para vasos 
sanguíneos próximos. Migram para a circulação linfática e de 
direcionam ao linfonodo, para que possam apresentar às células 
→ APC apresenta antígenos à células T naive (TCD4) através de 
MHC de classe II, ativando-as 
→ Células TCD4 são estimuladas pelo padrão Th1 e começam a 
produzir IL-12, autoalimentando os autoreceptores de IL-12, o 
que desencadeia um processo de expansão clonal que forma um 
grupo de células T efetoras (que eliminará as células alvo, 
infectadas) e outro grupo de células de memória (o mesmo 
ocorre com as células B). Esse padrão de resposta produz como 
citocina característica o INF-γ, importante para a produção de 
macrófagos e de produção de anticorpos, através da sinalização 
por meio de duas vias: STAT1 e STAT4. 
→ As células T, ao serem ativadas, acabam desencadeando uma 
ativação mútua do macrófago, através das vias clássicas dos 
macrófagos. Essa via atua na produção de reativos de oxigênio, 
além de estimular a produzir IgG, importante na ativação do 
complemento e facilitam a opsonização por macrófagos. 
→ Os macrófagos, portanto, aumentam, ainda mais, a produção de 
citocinas → recrutam mais leucócitos, neutrófilos, monócitos, 
células T. Assim, pode-se dizer que os macrófagos realizam o 
papel de regulação desse processo de eliminação, de modo que, 
se não há processo de retroalimentação para as células T, elas 
deixam de atuar e passam a morrer pelo processo de apoptose 
 
OBS: Ainda que não haja grandes circulações de anticorpos pós 
vacina, isso NÃO significa que a vacina NÃO foi eficiente. O 
importante é que tenha sido criada células de memória, tanto TCD4 
quanto TCD8, para que, em um contato posterior com a doença a 
defesa seja agilizada 
 
RESPOSTA IMUNE ADQUIRIDA HUMORAL 
→ Estimulada por células T → estimulam a produzir plasmócitos de 
vida curta → com a contínua exposição aos antígenos sendo 
feita pelas células dendríticas, há a produção dos plasmócitos de 
vida longa → começam a secretar grandes secreções de 
anticorpos IgM, os quais são pentaméricos e tem uma grande 
capacidade de neutralização (de muitas partículas virais), além 
de serem importantes para a ativação do sistema complemento 
→ começam a produzir IgG 
→ Com o tempo ocorre uma maturação de afinidades, ou seja, 
anticorpos com mais afinidade com antígenos são mais 
secretados, ao passo que os que tem menos afinidade, são 
menos secretados 
→ Imunosenescência é o período em que o sistema imune se 
encontra envelhecido, logo, há uma mortalidade no número de 
células, além de perdas no número de células de memória. 
Assim, isso implicaria em uma perda considerável para o rápido 
reconhecimento imunológico de uma infecção 
→ Há a produção de células de memória constantemente, 
sobretudo quando há maturação de afinidade 
OBS: Quando os níveis de anticorpos caem, isso NÃO significa 
ausência de anticorpos, mas sim que eles não estão em 
circulação no momento. No entanto, assim que for preciso e o 
organismo entrar em contato com o patógeno, desenvolverá um 
processo de rápida expansão clonal, formandorapidamente um 
arsenal de células T efetoras: TCD4 citolíticas (ativam 
macrófagos e atuam destruindo células alvo) e células B de 
memória (transformam-se em plasmócitos, que produzem muitos 
anticorpos IgG de alta afinidade, principalmente, e IgM. 
Quem se imuniza adequadamente, adquire células de memória 
que são, praticamente, permanentes, para o restante da visa 
(ainda que os anticorpos não estejam circulando a qualquer 
momento, mas eles podem ser rapidamente liberados) 
 
BBPM VI – Imuno – Alex Machado 5 
 
Talita Navarro – T5 
OBS: As transferências de anticorpos IgG placentárias ocorrem via 
neonatal 
 
→ Refere-se à produção de anticorpos, partículas que si ligam à 
partícula viral e impedem que o vírus (neutralizante), que estão 
aderidos a eles, liguem-se às células. Desse modo, ao não entrar 
no interpor nas células, o vírus não consegue se replicar e, 
assim, fica suscetível à fagocitose por opsonização, já que 
células como macrófagos possuem receptores a FC. 
→ Como a célula infectada expressa proteínas do envelope viral na 
superfície, essas proteínas podem ser reconhecidas por 
anticorpos, os quais ativam células efetoras, como a NK e 
macrófagos, para que executem a lise celular – citotoxicidade 
celular mediada por anticorpos – através de, sobretudo, 
granzimas e perforinas) 
→ Algo semelhante ocorre quando o sistema complemento 
reconhece as proteínas virais na célula infectada e inicia sua 
cascata, seja pela via clássica ou alternativa, de modo que haja 
lise/apoptose do vírus. 
→ Como há grande quantidade de carga viral infectando, os 
anticorpos podem se ligar a eles e formar os imunocomplexos, 
os quais, usualmente, possuem muitos macrófagos, os quais 
seriam capazes de reconhecer a porção FC do anticorpo e 
fagocitaria esse imunocomplexo. Porém, em infecções crônicas, 
como é o caso da Hepatite C, há uma grande concentração de 
imunocomplexos, devido a alta concentração de anticorpos, com 
alta afinidade, porém sabe-se que o parasita possui uma alta 
capacidade de evasão do sistema imunológico. Desse modo, por 
mais que as imunocomplexos possam ser retiradas com 
eficiência pelo baço, por ser crônica, com o passar dos anos, 
pode se depositar nos glomérulos renais e, quando ocorre a 
filtração do sangue, podem se depositar nos glomérulos renais, 
onde o sistema complemento pode se ligar e desencadear um 
quadro de inflamação, com lise/destruição do tecido e posterior 
reparo com fibrose, diminuindo a capacidade de filtração 
glomerular (comprometimento renal) 
 
MECANISMOS DE EVASÃO: 
Shift ou drift são trocas ou mutações pontuais de material genético 
que ocorreram nos vírus como mecanismos de escape. Foi o que 
ocorreu no vírus Influenza, em que um porco se colonizou com mais 
de um vírus, logo, houve trocas de segmentos, desencadeando cepa 
muito distinta e estruturalmente diferente, que não foi reconhecida 
pelos anticorpos. Todos os anos ocorrem mutações ou 
recombinações interespécies que culminam em trocas gênicas e no 
surgimento de novas variantes. As vacinas, usualmente, buscam 
abrangir as cepas mais recentes, de modo a assegurar que as 
pessoas adquiram formas menos graves da doença e possuam um 
melhor prognóstico, porém, se há sintomas, há carga viral, logo, há 
risco de transmissibilidade. 
Janela imunológica: testes diagnósticos para mensurar anticorpos, se 
houve ou não contato e infecção com o microorganismo variam de 
vírus para vírus: para Coronavírus tem de esperar 8/10 dias, para 
Dengue 7 dias, para HIV entre 15 e 30 dias. Esses testes podem dar 
negativo, porém, na realidade se tratar, apenas, de uma baixa carga 
viral que não foi detectada (falso negativo). IgM e IgG só seriam 
detectados a partir da 3ª semana. Detecções precoces precisam ser 
baseadas em antígenos 
 
 
IMUNIDADE ADQUIRIDA CELULAR 
Linfócitos TCD8 reconhecem o MHC de classe 
I que está apresentando o antígeno. Somado 
a isso, os correceptores e moléculas de 
adesão, estimulados pela IL-2 faz com que a 
célula degranule perforinas e granzimas → 
destruição final da célula desencadeada pelas 
proteases → apoptose → morte da célula 
infectada por vírus 
Pode haver, paralelamente, a ligação do Fas 
com o Fas Ligante 
 
 
RESPOSTA IMUNE ÀS BACTÉRIAS EXTRACELULARES 
→ Caracterizada pelo reconhecimento de PUMPs semelhantes aos 
supracitados: há Açúcares, Lipopolissacarídeos (LPS), 
estruturas que são reconhecidas por diversas moléculas de 
reconhecimento imunológicas e por TOLLs, NODs. 
→ Esses microorganismos estimulam, basicamente, a atração de 
células fagocíticas: macrófagos e neutrófilos, estes que 
degranulam e produzem substâncias proteicas que constituem 
BBPM VI – Imuno – Alex Machado 6 
 
Talita Navarro – T5 
os NECs, estruturas de capturas dessas bactérias e que 
impedem que elas se proliferem 
→ Sistema Complemento que ativa tanto a via clássica (de houver 
anticorpos), ou via Alternativa ou da Lectina 
→ Ex: Infecção urinária – dor e ardência na hora de urinar, 
coloração acentuada; pedir hemograma e urina tipo I. Se achar 
grande quantia de leucócito, indica que microorganismos 
migraram, fizeram diapedese das diferentes regiões do Trato 
Urinário para Lúmem, Rim e 
que glóbulos brancos 
(neutrócitos e leucócitos 
totais – neutrofilia e 
leucocitose) estão 
aumentados, tentando 
controlar esse aumento. 
Pode haver desvio a 
esquerda, pois neutrófilos, 
antes de derem maduros ou 
segmentados, são 
chamados de bastonetes, 
logo, medula óssea acaba 
liberando-os na corrente 
sanguínea 
 
RESPOSTA IMUNE CELULAR ÀS BACTÉRIAS 
EXTRACELULARES 
→ Células dendríticas capturam bactérias e apresentam às células 
T naives, as quais são polarizadas para uma resposta celular do 
tipo Th17, expressam via MHC de classe II para linfócito TCD4, 
o qual é estimulado pelas IL-1 e IL-6 produzidas pelas células 
dendríticas e por TGF-β de macrófagos. 
→ Duas vias de sinalização são ativadas: STAT-3 e RORγt que 
estimulam a produção, principalmente, da IL-17 (aumenta 
inflamação, pois promove aumento nas quimiocinas, TNF, IL-1, 
IL-6, Fatores de Crescimento e Diferenciação de Neutrófilos, 
aumentando a expressão desse tipo celular na medula óssea) e 
IL-21 (retroalimentação que estimula essas células ao padrão 
Th17, com auxílio da IL-23 produzida pelas células dendríticas), 
IL-22+IL-17 (aumento dos controles de barreira, ou seja, de 
defensinas e de peptídeos anti microbianos produzidos pelas 
células endoteliais, 
→ , etc), TNF (aumenta migração e ativação de células, sobretudo 
de macrófagos). 
→ Algumas células do padrão Th1 e/ou células NK produzem INF-
γ (ativam macrófagos para que eles façam a fagocitose e 
promovam a destruição bacteriana) 
→ Células T, através de diversas citocinas, resultam na ativação 
das células B, para que elas se tornem plasmócitos, ou seja, 
células produtoras de anticorpos, os quais terão função de 
opsonização, neutralização e de ativação do sistema 
Complemento, este que auxiliará tanto na fagocitose como na 
inflamação e na eliminação/lise do microorganismo 
 
 
EFEITOS PREJUDICIAIS DAS REAÇÕES IMUNOLÓGICAS ÀS 
BACTÉRIAS EXTRACELULARES 
→ Um dos efeitos mais graves é a hiperexpressão de citocinas que 
pode levar a um quadro de sepse. 
→ As citocinas Iβ, IL-6, TNF-α são importantes, pois têm diversos 
efeitos 
o agem sobre o fígado, fazendo com que haja 
produção da proteína C reativa (PCR) 
o ativa proteínas do Sistema Complemento, para 
auxiliarem no processo de opsonização e 
destruição de proteínas 
o estimulam o endotélio da medula óssea à maior 
produção de neutrófilos e mobilizam os neutrófilos 
mais maduros 
o estimulam hipotálamo a aumentar a temperatura 
corporal, agindo na mobilização de gorduras e 
proteínas para produzir energia e aumentar a 
temperatura 
→ As citocinas agem de modo a promover uma diminuição na 
replicação bacteriana, aumentando o processamentode 
antígeno e a resposta imune específica 
→ TNF-α estimula as células dendríticas a migrarem para o 
linfonodo e iniciarem a maturação, ou seja, iniciando a resposta 
imune adaptativa → quando em quantidades 
grandes/moderadas, pode desencadear efeitos mais 
sistêmicos, como a febre, produção de proteínas de fase agudo 
e a migração de linfócitos; quando em quantidades muito 
grande na concentração plasmática, tem-se um choque 
séptico, com edema sistêmico, diminuição do volume sanguíneo, 
hipoproteinemia, hipoglicemia, comprometimento hepático, 
neutropenia, neutrofilia, redução nos batimentos cardíacos, 
baixa resistência dos vasos, possibilidade da formação de 
BBPM VI – Imuno – Alex Machado 7 
 
Talita Navarro – T5 
trombos/coágulos e trombos disseminados (coagulação 
intravascular disseminada), menor recepção de oxigênio e 
nutrientes nos órgãos, resultando em falência múltipla de morte 
e, consequentemente, em morte 
→ Quando a ativação de células T ocorre mediante a certos 
peptídeos, ocorrerá uma imunidade protetora: célula 
apresentadora de antígeno apresentam antígeno, que é 
reconhecido pelo TCR. 
→ Quando ocorre a ligação de superantígenos, ocorre uma 
estimulação policlonal de células T, o que leva a um estímulo 
muito grande a essas células → ocorre hiperexpressão de 
citocinas, descarga/chuva de citocinas, pois culmina em quadros 
semelhantes ao de sepse. 
 
MECANISMOS DE EVASÃO DO SISTEMA IMUNE: 
 
 
REAÇÃO TARDIA DA RESPOSTA IMUNE HUMORAL CONTRA A 
INFECÇÃO BACTERIANA 
→ O hospedeiro suscetível, quando em contato repetitivo com o 
Streptococcus a. desencadeia respostas imunes contra eles. Há 
alguns fatores precipitantes, como infecção de cepas de 
Streptococcus a. que possui fatores de virulência específicos, o 
que faz com que o sistema imunológico crie uma resposta 
específica para combatê-los, por meio de um mimetismo 
molecular, que passa a afetar, inclusive, tecidos do próprio 
hospedeiro. Isso pode estar relacionado a pré disposições 
genéticas autoimunes apresentadas pelo indivíduo, as quais 
sofrem influência de: fatores desencadeantes + fatores 
ambientais + condições genéticas, resultando em uma reação 
exagerada mediada por células T contra a bactéria, 
desencadeando as febres reumáticas agudas. Se ocorrer 
episódios frequentes e continuados contra essas valvas 
cardíacas, resultam em inflamação e consequentemente 
comprometimento e insuficiência cardíaca 
→ Reação de Artus: depósito de imunocomplexo, ou seja, de 
anticorpos ligados a essas bactérias em vasos, causando uma 
inflamação, ou seja, uma vasculite, um edema nos vasos. Essas 
bactérias de depositam nos glomérulos e podem, portanto, 
desencadear um quadro de glomerulonefrite. 
 
RESPOSTAS IMUNOLÓGICAS ÀS BACTÉRIAS 
INTRACELULARES 
→ Processo de infecção ocorre dentro das células, logo, os 
principais responsáveis são a célula NK que detecta e reconhece 
célula infecta via MHC de classe I, levando-a a morte, bem como 
estimula os macrófagos fagocíticos,por meio de TNF-γ que 
fagocitam esses microrganismos quando estão fora da célula 
alvo, levam para o fagolissossoma e liberam reativos de oxigênio 
(óxido nítrico) para levá-los a morte, por estímulo do INF-γ vindos 
das células NK. Macrófagos produzem a IL-12, que estimula 
células T a se diferenciem no padrão Th1 – produtor de INF-γ – 
e estimulam ainda mais os macrófagos 
→ Bactérias resistentes e viáveis no citoplasma tem seus peptídeos 
apresentados para linfócitos TCD8, os quais irão destruir os 
macrófagos e os microorganismos, destruídos por meio de 
grânulos 
→ Muitas das vezes são de difícil destruição e eliminação, pois 
tratam-se de bactérias encapsuladas, de difícil digestão pelo 
fagolissomo. Assim as vezes pode ocorrer a existência de 
grangranulomas 
OBS: Caso pacientes apresentem ativação de respostas em padrão 
Th2, eles podem desenvolver níveis mais graves da doença (Ex: 
Hanseníase Lepromatosa), na qual NÃO há uma ativação grande de 
macrófagos para fagocitar e destruir essas bactérias 
 
MECANISMOS DE EVASÃO DO SISTEMA IMUNE: 
→ Variação/alteração antigênica: parasita modifica segmentos 
gênicos, os quais, durante a expressão, desencadeiam 
alterações nas proteínas (ou em parte delas), mudando o perfil 
que, antes, era reconhecido pelos anticorpos 
→ Resistência adquirida ao complemento ou aos linfócitos 
citolíticos: produz substâncias que impedem que o 
complemento se deposite sobre a superfície desses 
microorganismos ou que os citolíticos reconheçam 
→ Inibição das respostas imunes (Filária): produzem proteínas 
que clivam parte da resposta imune ou que bloqueiam uma das 
vias de sinalização das respostas; ativação de células T 
regulatórias, inibição de células T 
→ Perdas antigênicas: para de expressar uma parte de seus 
genes, o que modifica as proteínas expressadas e os antígenos 
de superfície, o que faz com que elas não sejam mais 
reconhecidas (Leishmania, Trypanassoma) 
→ Resistência imunológica (Schistossoma): resistência aos 
citolíticos e ao complemento 
→ Fuga do sistema imune: produção de antígenos de forma 
solúvel, soltando-os para que o sistema imunológico (E. 
hystolytica)