Buscar

RELATORIO ESTAGIO SUPERVISIONADO EJA 3

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 24 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 24 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 24 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA 
 
 
 
 
 
RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO III 
EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BATURITÉ– CE 
2020 
 
 
 
 
CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA 
 
 
 
 
 
RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO III 
EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS 
 
 
Relatório de Estágio apresentado 
à disciplina Estágio 
Supervisionado Obrigatório da 
Faculdade do Maciço de Baturité, 
como requisito parcial obrigatório 
para a conclusão da disciplina de 
Estágio III - EJA do Curso de 
Pedagogia. 
 
Supervisor Acadêmico: 
 
 
 
BATURITÉ– CE 
2020 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Agradeço а Deus, pоr ser essencial еm minha 
vida, autor dе mеu destino, mеu guia, socorro 
presente nа hora dа angústia, ао mеu pai 
Francisco de Paula Alves Sousa, mesmo 
estando ao lado de Deus é sempre meu guia 
em todos os momentos da minha vida. 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO................................................................................................................. 5 
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA................................................................................... 6 
2.1 O que é a EJA?................................................................................................................... 6 
2.2 A história da EJA no Brasil................................................................................................ 7 
2.3 A EJA depois da LDB (Lei 9394/96) ................................................................................ 9 
3 CONHECENDO O CAMPO DE ESTÁGIO................................................................. 12 
3.1 Aspectos materiais, físicos e socioeconômicos da escola....................................................... 13 
3.2 Corpo discente: expectativas e possibilidades de aprendizagem........................................... 14 
3.3 Corpo docente: formação, planejamento, avaliação e concepções........................................ 15 
3.4 Direção e equipe técnica: organização das ações e seu projeto político pedagógico......... 16 
4 EXPERIÊNCIAS DOCENTES....................................................................................... 17 
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................................... 20 
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................................... 21 
7 ANEXOS............................................................................................................................ 22 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
O Estágio Supervisionado é o primeiro contato que o aluno-professor tem com seu 
futuro campo de atuação. Segundo Pimenta e Lima (2004) o estágio é o eixo central na 
formação de professores, pois é através dele que o profissional conhece os aspectos 
indispensáveis para a formação da construção da identidade e dos saberes do dia-a-dia. 
O estágio surge como um processo fundamental na formação do aluno estagiário, 
pois é a forma de fazer a transição de aluno para professor. Este é um momento da formação 
em que o graduando pode vivenciar experiências, conhecendo melhor sua área de atuação, de 
tal modo que sua formação tornar-se mais significativa, produzindo discussões, possibilitando 
uma boa reflexão crítica, construindo a sua identidade e lançando um novo olhar sobre o 
ensino, a aprendizagem e a função do educador. 
O estágio supervisionado III do curso de Pedagogia tem como objetivo principal, 
aprimorar os conhecimentos do acadêmico, oportunizando compartilhar construções de 
aprendizagem, bem como a aplicação do aprendizado teórico na prática da profissão 
escolhida. Em cumprimento a LDB 9.394/96 (Lei de Diretrizes e Base da Educação), 
conforme estabelece em seu art. 82, diz que “os sistemas de ensino estabelecerão normas para 
realização dos estágios dos alunos regularmente matriculados no ensino médio ou superior em 
sua jurisdição”. Dessa forma, constata-se que o estágio supervisionado, faz parte da nossa 
formação educacional, sendo garantido por lei. 
Assim, o estágio supervisionado faz parte da formação acadêmica, partindo de um 
referencial teórico, para uma confirmação na prática em uma sala de aula. Desse modo, o 
período destinado ao estágio serve de base para o aluno, refletir se realmente, é aquilo que 
quer para sua futura profissão, pois é no estágio que se descobre as grandezas de ser professor. 
Esse tipo de experiência para nós, futuros pedagogos, é de relevância ímpar, pois só estando 
diretamente envolvidos no campo escolar é que podemos entender as atitudes, dificuldades, 
anseios e satisfações que o profissional da área pode vivenciar. 
Esse estágio proporcionou um contato efetivo com a realidade vivida no dia-a-dia 
da profissão. No decorrer do estágio foram realizadas entrevistas, leituras e observações que 
permitiram a construção do relatório com a modalidade de ensino chamada Educação de 
Jovens e Adultos, educação esta que travou (e continua travando) grandes batalhas para que 
muitos jovens e adultos tenham a oportunidade de voltar às escolas, retomando seu potencial e 
aplicando seus conhecimentos adquiridos ao longo da sua vida na prática escolar. Antes de 
iniciar este estudo é necessário conhecer um pouco da historia dessa modalidade de ensino. 
6 
 
 
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 
 
2.1 O que é a EJA? 
 
A Educação de Jovens e Adultos - EJA é uma modalidade de ensino criada pelo 
Governo Federal que perpassa todos os níveis da Educação Básica do país, destinada aos 
jovens, adultos e idosos que não tiveram acesso à educação na escola convencional na idade 
apropriada. Permite que o aluno retome os estudos e os conclua em menos tempo e, dessa 
forma, possibilitando sua qualificação para conseguir melhores oportunidades no mercado de 
trabalho. 
A EJA é ofertada tanto no ensino presencial, como à distância (EAD), e no 
momento atual ela vem sendo ofertada através de aulas remotas por motivo da covid-19, mais 
sempre com o mesmo objetivo principal de democratizar o ensino da rede pública no Brasil. 
Em outrora, a EJA era conhecida como supletivo. Hoje, é o programa e é dividido em etapas, 
com abrangência do ensino fundamental ao médio. No EJA ensino fundamental é destinada a 
jovens a partir de 15 anos que não completaram a etapa entre o 6º e o 9° ano. Nessa etapa, os 
alunos imagem em novas formas de aprender e pensar. Tem duração média de 2 anos para a 
conclusão. 
Voltada para a garantia de formação integral, da alfabetização às diferentes etapas 
da escolarização ao longo da vida, inclusive àqueles em situação de privação de liberdade, a 
Educação de Jovens e Adultos (EJA) é pautada pela inclusão e pela qualidade social. Dessa 
forma, requer tanto um modelo pedagógico próprio que permita a apropriação e a 
contextualização das Diretrizes Curriculares Nacionais, quanto a implantação de um sistema 
de monitoramento e avaliação e uma política de formação permanente de seus professores. 
A Educação de Jovens e Adultos é definida pelo artigo 37 da LDB (lei n. 
9.394/96) como a modalidade de ensino que “será destinada àqueles que não tiveram acesso 
ou à continuidade de estudos no ensino fundamental e médio na idade própria.”A principal 
tarefa da Educação de Jovens e Adultos é fazer valer o previsto no artigo 208 inciso I da 
Constituição Federal de 1988, que garante o acesso e a permanência ao ensino fundamental a 
todos.Tal política vem sendo incentivada pelo poder público, que abrangeu, além do ensino 
fundamental, o ensino médio, adequando esta modalidade de ensino às características dos 
jovens e adultos brasileiros. 
Oferecer essa modalidade EJA nos dias de hoje requer um novo pensar acerca das 
políticas educacionais e das propostas de (re) inclusão desses educandos nas redesde 
educação pública do nosso país. O que se tem pensado até o momento é que o trabalho 
7 
 
 
pedagógico desenvolvido neste seguimento de ensino deva ser de cunho eminentemente 
alfabetizatório. No entanto, alfabetizar é somente a primeira parte do processo. O que não se 
pode é pensar que só alfabetização poderá garantir desenvolvimento social deste educando. 
 
2.2 A história da EJA no Brasil 
 
A educação começa a ter início no Brasil, desde o período colonial em 1549, onde 
se pode ver que a antiga Grécia começa a ser o berço da pedagogia, pois a palavra 
"paidagogos" significa aquele que guia a criança, no caso, o escravo que vem acompanhar a 
criança à escola. Com o tempo, a direção começa a crescer para indicar toda a teoria da 
educação. De maneira geral, a educação grega está persistentemente centrada na disposição 
total do corpo e do espírito. 
Como se observa que neste período, os jesuítas acreditavam que não seria possível 
converter os índios sem que eles soubessem ler e escrever. Até aqui, verifica-se a importância 
da alfabetização (catequização) na vida dos adultos para que as pessoas não-infantil, não só 
servissem para igreja, como também para o trabalho. Os Jesuítas dedicaram-se a duas coisas 
principais: a pregação da Fé católica e o trabalho educativo. Através do seu trabalho de 
catequizar, com intuito de salvar as almas, abrindo caminho para a entrada dos colonizadores, 
com seu trabalho educativo, na medida em que se ensinavam as primeiras letras, ao mesmo 
tempo ensinavam a doutrina católica e os costumes europeus. 
Observa-se que a Educação de Jovens e Adultos não é recente no país, pois, se 
verifica que desde o Brasil colônia, quando se falava em educação para população não-
infantil, fazia-se referência a população adulta, que precisava ser catequizada para as causas 
da santa fé. A expulsão dos jesuítas, ocorrida no século XVIII, desorganizou o ensino até 
então estabelecido. Novas iniciativas sobre ações dirigidas e educação de adultos somente 
ocorreram na época do Império. 
A educação básica de adultos começou a estabelecer seu lugar através da história 
da educação no Brasil, a partir da década de 1930, pois neste período a sociedade passava por 
grandes transformações, onde o sistema de ensino de educação começa a se firmar. Além do 
crescimento no processo de industrialização e reunião da população nos centros urbanos. A 
oferta de ensino era de graça estendendo-se respeitadamente, acolhendo setores sociais cada 
vez mais diversos. O crescimento da educação elementar foi estimulado pelo governo federal, 
no qual projetava diretrizes educacionais para todo o país. Observa-se que o governo estava 
8 
 
 
sempre contribuindo para melhoria da educação, no qual dando todo apoio e sua ação em 
fazer com que todos os cidadãos possam usufruir de uma educação de qualidade para todos. 
Segundo Freire (2005) comenta das ideias em torno da educação de adultos no 
Brasil acompanhada de uma história de educação como um todo, onde a educação passou por 
momentos de grandes reflexões, no qual vemos que cada período um sonho em fazer do 
ensino um direito de todos, para que o individuo possa gozar dos seus direitos. 
No Brasil Império, começaram a abrir escolas noturnas para trabalhar com esses 
alunos e possibilitar o acesso dos mesmos no meio escolar. O ensino tinha pouca qualidade, 
normalmente com duração curta. Na década da revolução de 1930, o único interesse do 
governo era alfabetizar as camadas baixas com intuito de aprender a ler e escrever, pois se 
essa consciência crítica fosse despertada, isso seria prejudicial ao governo. 
Já a década de 1940 foi um período de muitas mudanças na educação de adultos, 
onde houve grandes iniciativas políticas e pedagógicas de peso, tais como: A Regulamentação 
do Fundo Nacional do Ensino do INEP, como meio de incentivo realizando estudos na área, o 
surgimento das primeiras obras especificamente dedicadas ao ensino supletivo, lançamento da 
CEAA – Campanha de Educação de Adolescentes e Adultos, na qual houve uma grande 
preocupação com a elaboração de materiais didáticos para adultos e a realização de dois 
eventos fundamentais para a área, com intuito de fazer com que a educação abra possibilidade 
de um ensino melhor. 
Gadotti (2003) comenta também, que a educação de adultos era gerada como 
ampliação da escola formal, principalmente para zona rural, sendo a mesma apropriada para 
trabalhar com os alunos. Além do ensino não ser algo forçado, tanto que só iam para escola as 
pessoas que tinham vontade de querer vencer na vida. 
Com o fim da ditadura de Vargas em 1945, o país começou a viver uma grande 
ebulição política, onde a sociedade passou por momentos de grandes crises. Pois houve 
momentos de muitas críticas quanto aos adultos analfabetos, fazendo muitas das vezes as 
pessoas não acreditarem na busca de um ensino de qualidade. Todo esse transtorno em lutar 
por uma educação para todos, fez com que a educação de adultos ganhasse destaque na 
sociedade. A partir desse período, a educação de adultos começou a mostrar seu valor, 
assumido através da campanha nacional do povo. Essa campanha de educação, lançada em 
1947, buscava no primeiro momento, uma ação extensa que prévia a alfabetização em três 
meses, para depois seguir uma etapa de ação, voltada para a capacitação profissional e para o 
desenvolvimento comunitário. 
9 
 
 
Nos anos 1950, foi realizada a campanha nacional de erradicação do 
analfabetismo (CNEA), que marcou uma nova etapa nas discussões sobre a educação de 
adultos. Seus organizadores compreendiam que a simples ação alfabetizadora era insuficiente, 
devendo dar prioridade a educação de crianças e jovens, aos quais a educação ainda significa 
alteração em suas condições de vida. (SOUZA, 2007). 
A partir da década de 1980 e 1990, a educação deixou de ser um ensino voltado 
para o tradicionalismo, fazendo com que os educadores buscassem novas propostas de ensino, 
com intuito de ajudar no crescimento do aluno para um ensino mais qualificado para um 
futuro melhor para humanidade. A década de 1990 não foi muito benéfica, devido a vários 
empecilhos que contribuíram para que se chegasse a essa conclusão. Devido à falta de 
políticas o governo não deu apoio à Educação de Adultos, chegando a contribuir para o 
fechamento da Fundação Educar, além de ocorrer um grande vazio político, no que se refere a 
esse setor, mas em compensação, alguns Estados e Municípios assumiram a responsabilidade 
de oferecer educação para os alunos da EJA. 
A educação de jovens e adultos teve seus momentos de grandes fracassos e 
críticas quanto à busca de um ensino de qualidade, onde os alunos possam ter direito a uma 
vida mais digna, com perspectiva de construir um Brasil de mudanças positivas. 
 
2.3 A EJA depois da LDB (Lei 9394/96) 
 
Em 2008, a EJA, passou a fazer parte das Leis das Diretrizes e Bases da Educação 
(LDB) e ficou reconhecida como de Direito Público. E o parecer CNE CEB 11/2000, 
inclusive trata de esclarecer que a Educação de Jovens e Adultos, não é uma forma de suprir a 
educação perdida e sim uma nova educação. Sobre a LDB, a Lei nº 9.394, Haddad afirma, que 
essa lei “dedica a essa educação de jovens e adultos uma seção curta e pouco inovadora”. 
Houve assim o surgimento de financiamento de vários programas para 
implementar projetos, cujo objetivo maior era alfabetizar com ajuda principalmente de 
movimentos da sociedade civil e instituições de ensino e pesquisa. O PAS - Programa de 
Alfabetização Solidária foi um desses programas, em 1990 ele deu uma grande contribuição a 
alfabetização, porém as gestões governamentais e organizações trabalharam focando no 
público jovem e os municípios as periferias urbanas, primeiro, para até depois atingir outros 
públicos. 
Esses movimentos de ensino, passa a valorizar o aluno e seus conhecimentos 
prévios, assim ele consegue acesso a novos conhecimentos.Aparece aqui a conscientização 
10 
 
 
dos indivíduos, e aos poucos a valorização, primeiro pela sua autoestima. A EJA, passa a ser 
valorizada, deixando de ser apenas assistencialista, para que os alunos entendessem que a 
escola era um lugar de preparo social.Os programas também passaram a se preocupar com as 
questões físicas dos indivíduos, como no caso dos alunos da EJA menos assistidos, os que 
exerciam normalmente trabalho extenuantes e árduos que cansados, tinham muitas 
dificuldades na aprendizagem como também provocava a evasão escolar na EJA. 
É daí que vem a proposta de atendimento diferenciado dos indivíduos, 
preocupados com cada indivíduo, com mudanças positivas sociais que possa obter e esses 
projetos são agora voltados exclusivamente para EJA. Ainda hoje as propostas de 
desenvolvimento da EJA, dependem de ações governamentais. Mais contemporâneas 
observamos o caso no governo Lula, onde foi criado o Programa Brasil Alfabetizado, onde 
até, através ações de sua pasta, o Ministro da educação contribuiu muito para diminuir o 
analfabetismo no Brasil. 
O programa foi criado por um Decreto nº 6093 de 24 de abril de 2007, e seu 
objetivo era a universalização da alfabetização de Jovens e Adultos, a partir dos 15 anos ou 
mais e foi realmente uma conquista porque ele passou a financiar a Educação de Jovens e 
Adultos que a vinha sendo sempre precária, por parte do governo. 
A Educação de Jovens e Adultos teve outra grande conquista quando, foi incluída 
no fundo do Desenvolvimento da Educação Básica o FUNDEB, que havia substituído o 
Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do 
Magistério o FUNDEF, pois ele ajudou muito nas questões básicas, como reservar recursos 
para Educação de Jovens e Adultos, mesmo que eles ainda sejam menores que as outras 
modalidades. Mas a Educação Popular não deixou de estar presente na Educação de Jovens e 
Adultos no Brasil, foi uma luta do povo, uma educação participativa através dos movimentos 
populares, isto é, foi muito importante para sociedade civil, e marcaram a história da educação 
brasileira. Foram nesses momentos, que se geraram novas concepções sócio pedagógicas para 
Educação de Jovens e Adultos. 
Ao se iniciar por Paulo Freire, a Educação Popular, tinha com uma visão para 
conscientização política, buscando que a população entendesse conceitos como: liberdade, 
igualdade e conseguissem superar as condições menos favorecidas e a pressão da sociedade. 
Foi realmente na EJA, que a educação popular contribuiu muito para atender as reivindicações 
de melhorias de apelo popular e de novo é importante lembrar que antes do aparecimento da 
Educação de Jovens e Adultos, outros movimentos da sociedade civil lutavam contra o 
analfabetismo, mas foi muito importante o surgimento de um quadro educacional dedicado 
11 
 
 
exclusivamente ao público adulto. 
“ durante um período de cerca de 20 anos do mesmo modo 
como aconteceu em outros domínios de trabalhos sociais com 
setores populares, a Educação de Adultos passou de uma 
ênfase na integração de indivíduos na sociedade, para uma 
outra cujo objetivo era atuar sobre grupos e comunidades que 
educados organizados e motivados assumissem em seu nível, o 
seu papel no processo de desenvolvimento”. (...) (BRANDAO, 
1984 p.52) 
 
Pode-se então que a educação de adultos mesmo nos primórdios da educação 
brasileira recebeu das comunidades um certo apoio gerando trocas educacionais, e Brandão 
(1984) no seu ver a educação popular aconteceu de várias maneiras, em vários tempos, 
inclusive sem um sistema próprio, como os da antiguidade. Esse pensamento de educar para, 
Educação Popular teria uma proposta de libertação, já que esses movimentos populares 
valorizavam a sabedoria de cada um, do povo e o conhecimento do mundo. 
Então entre os ideais de Educação Popular estaria a conscientização, onde deixaria 
a Pedagogia do Oprimido, para um sujeito que teria uma postura de lutar por mudanças e 
libertação, “(...) libertação aqui não chegaram pelo acaso, mas pelas práxis de sua busca pelo 
conhecimento e pelo reconhecimento da luta por ela. (...)” (FREIRE, 1987, p 31). 
No contrato educacional, Paulo Freire sempre mostrou nos seus interesses em 
conceber uma educação de igualdade, que fossem além dos ideais de aprendizagem e do 
ensino. Deveria ser então concebida a partir de trocas entre professor e aluno em suas relações 
culturais, no trabalho, na família e etc, “se sempre confiamos no povo, sempre rejeitamos 
fórmulas doadas, sempre acreditar que tinha algo a permutar com ele, nunca exclusivamente a 
oferecer-lhe”. (FREIRE, 2007, p.110). 
Paulo Freire com toda sua determinação, deixou uma grande contribuição ao 
Ensino de Jovens e Adultos do que foi conquistado, as suas ideias de uma prática educacional 
de igualdade, com sujeitos críticos, é a que hoje vem sendo trabalhada na maioria das vezes na 
EJA. 
“desde logo afastamos qualquer hipótese de uma alfabetização 
puramente mecânica, desde logo pensávamos alfabetização do 
homem brasileiro, em posição de tomada de uma consciência 
na imersão que fizeram no processo, de nossa realidade no 
trabalho como que tentássemos a promoção da ingenuidade, em 
criticidade ao mesmo tempo em que alfabetizarmos”. (FREIRE 
2007 p.112) 
 
Assim os trabalhos em sala de aula passaram a ser realizados buscando uma 
aproximação entre os educandos e o professor, a sua experiência diária aulas, com debates e 
entrevistas que serviam para coleta de informações e para explorarem os seus conhecimentos, 
12 
 
 
valorizando-os, para que pudesse construir novos. 
Se analisarmos o que foi pesquisado nas modalidades de EJA, a educação ainda 
está pouco consolidada, existe uma luta e ela é histórica, que procura ainda o reconhecimento 
e o respeito, dentro de uma educação formal, porém de uma composição diferente, universal 
com uma reconfiguração do compromisso do Estado 
”(...) de discute-se, a EJA nas novas estruturas de funcionamento da 
Educação Básica - Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do 
Ensino Básico (FUNDEB) criam-se isto estruturas gerenciais 
específicas para EJA nas secretarias estaduais e municipais.” 
(ARROYO, 2006, p.20) 
 
Porém as discussões sobre a nova configuração ou estrutura para EJA, continua 
acontecendo em diversos movimentos sociais como Sindicatos, ONGs ou universidades, todos 
procurando promover um modelo diferente para atender a necessidades do público da 
Educação de Jovens e Adultos. “o compromisso dessa diversidade de coletivos da sociedade, 
não é mais de campanhas nem de ações assistencialistas” (ARROYO 2006 p. 20). E já 
existem outros só que esse é imobilização com Acadêmico procurando implementar nas 
políticas públicas as reais necessidades da Educação de Jovens e Adultos. 
Esse processo de educar através de novo modelo educacional começa a ganhar 
forma, diferente do que antes existia, com uma educação de jovens e adultos mais completa, 
analisando o sujeito, seu modo de aprender, a sua experiência de vida, o ambiente, pois agora 
possuem uma modalidade específica, e que deve ser desenvolvida plenamente. 
 
3 CONHECENDO O CAMPO DEESTÁGIO 
A EMEIF.Santo Antonio estar localizada na Rua São Sebastião,S/N nº. 61, no 
distrito de Açudinho, em Tamboril-ce, está sob o comando do núcleo gestores com função de 
diretora, Andrea Ambosio de Melo e o coordenador peagogico, João Ambrosio Silvano. O 
funcionamento desta instituição de ensino está respaldado pela Lei n°500/87,e funciona deste 
do dia 15 de Abril de 1987, essa escola funciona com as turmas de creche, pré-
escola,fundamental I ,Fundamental II e Educação para Jovens e Adultos(EJA). 
Vale ressaltar os objetivos que norteiam cada nivél de ensino orfertado por essa 
intistuição: Na educação infantil, tem como promover o desenvolvimento pluridimensionnal 
da criança contlemplando os aspectos físico,cognitivo, social e emocional,tendo comometas 
acolher, cuidar e educar de forma lúdica e significativa, considerando tanto as necessidades 
individuais quanto as diferentes fases e níveis de aprendizagem. No ensino fudamental I e II 
devemos desenvolver no educando a autonomia e pecepção do seu papel como agente 
13 
 
 
transformador, por meio da construção de conhecimentos basiliares que envolvam a 
aprendizagem do pensar, o desenvolvimento de habilidades e a formação de atitudes e valores. 
Já nas turmas de EJA temos que proporcionar aos alunos o acesso ás 
oportunidades de desenvolvimento intelectual e ao conhecimento da sua realidade histórico – 
cultural com vistas ásua incorporação no mundo do trabalho com melhores condições de 
desempenho e participação; ao aumento da autoestima e fortalecimento da confiança na sua 
capacidade de aprendizagem e á ampliação da sua convivência em diferentes espaços sociais. 
A missão dessa escola é assegurar um ensino de qualidade, garantindo acesso e a 
permanencia dos educandos na escola contribuindo para formação de cidadãos críticos e 
conscientes para os desafios do mundo moderno. 
 
3.1 Aspectos materiais, físicos e socioeconômicos da escola 
 
A escola possui 08 (oito) salas de aula, sendo iluminadas por lâmpadas 
fluorescentes, assim como em todos os outros locais da escola, as carteiras estão em bom 
estado de conservação. Cada sala possui a capacidade em média para (20) vinte a (25) vinte e 
cinco alunos em cada sala ,elas encontra-se em bom estado de conservação, a construção tem 
uma arquitetura antiga,Tem um patio, bem iluminado. 
A escola ainda dispõe de sirene, TVs, caixa de som, data show, retro projetor, sala 
de informática com computadores e acesso à internet, o que permite aos professores 
desenvolverem aulas mais dinâmicas e que despertam o interesse dos alunos utilizando as 
TIC´s (Tecnologias da comunicação e informação). 
Uma Biblioteca onde os livros estão empilhados em prateleiras de estantes, o 
espaço dentro da biblioteca é muito limitado. Na escola temos uma sala da diretoria, quatro 
banheiros, funciona apenas dois, sendo masculino/feminino, considerando-se em boas 
condições sanitária, uma cantina onde o lanche dos alunos é preparado com boa higienização, 
almoxarifado onde se guarda a merenda escolar mensalmente. 
Também há dois vestiários masculino-femininos, uma quadra poli esportiva 
dentro da própria escola que não é usada para recreação, educação física, por motivo da obra 
estar inacabada. A escola é cercada com muro nas laterais e na frente murada até a metade e 
na parte de cima com grades. A escola é considerada de fácil acesso, pois localiza no centro 
do distrito é vista pelos seus alunos e por aqueles que a visitam como um ambiente 
harmônico. 
 
14 
 
 
3.2 Corpo discente: expectativas e possibilidades de aprendizagem 
 
A observação e a regência foi realizada com educandos com a faixa etaria de (15) 
quinze a (18) anos de idade na turma de EJA, essa turma é composta por 9(novee) alunos no 
período véspetino. A princípio, a observação do cotidiano da sala de aula do professor revelou 
uma prática docente comprometida com os princípios da escola, fundamentada numa 
perspectiva sóciointerracionista. O discente planeja as aulas é organizado e comprometido 
com as atividades desenvolvidas, atendendo aos interesses, necessidades e desenvolvimento 
dos jovens, uma organização curricular que contribui para uma educação de qualidade. 
Nesse sentido, Kramer (1992 apud AZZI, 2005, p. 57), ao tratar da melhoria da 
escola e da sala de aula, diz: 
A melhoria da qualidade da escola básica passa sempre por dentro do 
sistema que existe, com suas precariedades, dificuldades, 
insuficiências. E já temos hoje algumas alternativas pontuais nessa 
direção. [...] A melhoria da escola que aí está e das condições de 
trabalho e atuação do professor que aí está. 
 
Com essa afirmativa a respeito da melhoria da escola e da atuação do professor, 
nossas observações revelam que no ensino remoto desenvolvido pelo professor de língua 
portuguesa, de fato, se materializa uma prática crítica reflexiva que busca trabalhar o afetivo, 
o emocional, o social e o pedagógico dos adolescentes. Percebemos preocupação e 
envolvimento tanto do professor quanto da equipe gestora com esse novo modelo de ensino, 
ambos procuram sempre aperfeiçoamento na conduta da sua pratica docente. 
O professor inicia a aula recepcionando os alunos mesmo de forma remota com 
aulas através do Google Meet de forma prazerosa e afetiva, estabelecem um diálogo sobre 
assuntos que despertam interesse. Em seguida, apresenta o planejamento de aula pontuando as 
atividades que vão ser vivenciadas, alguns docentes mostram entusiasmo e a aula torna-se 
dinâmica e interativa. 
O docente demonstra ser muito criativo, sempre inicia as aulas com uma 
novidade pedagógica para os alunos. Há de fato, um trabalho lúdico que envolve as áreas de 
conhecimento possibilitando o desenvolvimento das habilidades nos discentes. Ele conduz as 
atividades na aula mediadas por elementos, como: planejamento, leituras, material didático 
adequado, garantindo uma prática docente qualitativa e eficaz promovendo desenvolvimento e 
aprendizagem na vida dos alunos. 
Durante o período de regência pude perceber com as atividades que hora davam 
certo hora não, que o olhar do professor sempre deve estar atento, pois algumas eram 
15 
 
 
realizadas em pouco tempo e outras levavam mais tempo e dedicação por minha parte para 
ajudar aqueles estudantes que não era leitores fluentes a desenvolverem as atividades e 
também em sempre pensar em um segundo plano, pois as atividades foram realizadas de 
forma individual e como não havia a presena fisica, ou seja, lado a lado do educando para 
tirar suas dúvidas, devido isso o desenvolvimento das atividades tornaram –se dificil a 
realizaão com exito desejado por nós estagiario. Fora este pequeno problema, não encontrei 
nenhuma dificuldade em realizar a última etapa do estágio que era a regência, pois os jovens 
sempre estavam dispostas a participar das atividades, envolveram – se em todas atividades 
direcionadas por nós. 
Acredito que neste sentido foi possível colocar em prática a frase de Paulo Freire 
que diz: “É fundamental diminuir a distância entre o que se diz e o que se faz, de tal maneira 
que num dado momento a tua fala seja a tua prática”. A experiência foi, de fato enriquecedora 
e foi possível perceber que a prática e a teoria podem caminhar juntas para a melhoria do 
ensino e aprendizagem dos educandos. 
 
3.3 Corpo docente: formação, planejamento, avaliação econcepções 
 
A entrevista foi o instrumento utilizado para a identificação da formação 
profissional do professor da sala. Recorremos à entrevista por pensarmos, junto com Mazzotti 
(2004 p. 168), que “a entrevista permite tratar de temas complexos que dificilmente poderiam 
ser investigados por meio de questionários, explorando-os em profundidade”. A entrevista, 
segundo André (1995, p. 28), “tem por finalidade aprofundar as questões e esclarecer os 
problemas observados”. 
O professor Julio Azevedo de Sousa Filho é graduado em língua Portuguesa e pós 
graduado em linguistica , Está na docencia há 15 anos, durante sua carreira proficional já 
passou em turmas fundamental I e II com aulas de inglês em uma escola privada , ministra 
também aulas no fundaental II e EJA na instituição desse estagio, ou seja na EMEIF. Santo 
Antonio, escola esta da rede municipal da cidade de Tamboril. 
As perguntas foram feitas no sentido de captar a concepção de perceber a forma 
como o professor atua em relação ao processo educacional dos jovens. Os dados coletados 
com as perguntas também foram utilizados para delimitar como se dá a prática pedagógica do 
professor e saber como ocorre o trabalho com os adolecentes na turma de EJA na escola 
pesquisada. 
O nosso diálogo, ou seja, a entrevista, ocorreu dentrode um clima de confiança, 
16 
 
 
conforme sugerem os teóricos da pesquisa qualitativa. Percebemos que o professor sentiu 
prazer em colaborar com nossa pesquisa, respondendo e justificando sempre suas respostas. 
Sentimos, nesse momento, uma vontade estampada em seus rostos de mostrar que é 
importante, por fazer parte da educação do município, o que nos fez lembrar a poetisa Cora 
Coralina, quando escreveu: “Feliz é o professor que aprende ensinando [...]. Feliz aquele que 
transfere o que sabe e aprende o que ensina [...]” (2001, p. 164). 
Portanto, é necessário que se ressignifique a escola, de forma que ela se insira no 
mundo contemporâneo. A EJA precisa oferecer aos seus educandos a possibilidade de 
construir o seu conhecimento, levando em consideração a realidade deste, sua condição de 
adulto, cidadão, que atua ativamente na sociedade. 
 
3.4 Direção e equipe técnica: organização das ações e seu projeto politico pedagógico 
 
É uma Escola Pública Municipal do Ensino Infantil e Fundamental I e II e EJA, 
funciona em dois turnos: manhã e tarde, distribuídos da seguinte forma: no turno manhã 
funciona ensino infantil ( creche e pré–escola) e o ensino fundamental I do 1° ao 4º ano. No 
turno tarde funciona o 5º ano do fundamental I , fundamental II do 6° ao 9° ano e o EJA (1ª 
a 4ª etapa). O quadro de profissionais da escola é composto por 22 professores, uma diretora a 
senhora: Andrea Ambrosio de Melo formada em Letras com especialização e gestão escolar e 
coordenação pedagogica, um coordenador pedagógico o senhor: João Ambrosio Silvano 
formado em matemática, com especialização e gestão escolar. Dentro desse quadro de 
organização da escola também possui outros funcionários os quais são distribuídos de acordo 
com a função e cargo de cada um. 
Na instituição há uma gestão participativa e democrática e percebe-se a harmonia 
dos setores, ou seja, é fundamental que os aspectos administrativos e pedagógicos estejam em 
consonância com o ambiente institucional, favorecendo para a emancipação dos sujeitos que 
constituem a instituição. Segundo Alonso (2002), a gestão não comporta a separação das 
tarefas administrativas e pedagógicas, isso porque o trabalho administrativo somente ganha 
sentido a partir das atividades pedagógicas, constituindo os propósitos da organização. 
Quanto Projeto Político Pedagógico da escola este é reformulado a cada dois anos. 
O Projeto Político Pedagógico visa não apenas às necessidades materiais da escola, mas 
também um ensino de qualidade com a participação de todos os profissionais com o objetivo 
de melhorar o desempenho escolar e dentre outros objetivos, possibilitar a autonomia e a 
identidade pedagógica, política, administrativa e financeira da instituição escolar. Nessa 
17 
 
 
perspectiva pode se dizer que o Projeto Político Pedagógico é de fundamental importância 
para definir e manter as tomadas de decisões acerca do que se quer realizar na escola. 
O PPP contempla os fatores de ações favoráveis a nossa missão de educadores, 
visando à elaboração de um projeto flexível e contextualizado com a historicidade cultural e 
econômica da região, que mediante os avanços e retrocessos, vive uma constante necessidade 
de novas avaliações com amplitudes que contemple as propostas e metas a serem alcançadas, 
pois a escola anseia por melhorias que vise resultados satisfatórios em todas as áreas do 
processo do ensino-aprendizagem. 
O Projeto Político Pedagógico preocupar-se em propor uma forma de organizar o 
trabalho pedagógico visando uma superação dos conflitos, buscando mediar às relações 
humanas e físicas que envolvem a comunidade escolar. Proporcionando uma prática educativa 
mais libertadora, de modo que valorize o educador e o educando e assim construindo relações 
que favoreça o desenvolvimento das potencialidades dos envolvidos no processo. 
 
4 EXPERIÊNCIAS DOCENTES 
 
Quando fomos nortiados a fazer o estágio na EJA, tivemos que investigar quem 
são essas pessoas, suas visões de mundo, suas expectativas. Percebemos que a visão de mundo 
de uma pessoa que retorna aos estudos depois de adulta, após um tempo afastado da escola, ou 
mesmo daquela que inicia sua trajetória escolar nessa fase da vida, é bastante peculiar. 
Eles são pessoas comuns que protagonizam histórias reais e ricas por suas 
experiências vividas, configurando estes jovens e adultos em tipos humanos diversos. As 
escolas para jovens e adultos recebem alunos e alunas com traços de vida, origens, idades, 
vivências profissionais, históricos escolares, ritmos de aprendizagem e estruturas de 
pensamentos completamente variados e não considera seus traços culturais e psicológicos. 
Quando planejamos uma aula para o EJA, não descartamos seus saberes, o senso 
comum, aproximamos os conteúdos com sua vida, na sua prática. Buscamos insistentemente 
fazer com que nossos alunos percebessem a importância de aprender. Trouxemos-lhes textos e 
atividades que estavam relacionadas às coisas práticas de sua vida. Buscamos exercitar uma 
educação libertadora, com alunos críticos, capazes de opinar, independente de suas limitações. 
 Para Freire a educação é um encontro entre interlocutores, que procuram no ato de conhecer a 
significação da realidade e na práxis o poder da transformação. 
Não podemos esquecer que as pessoas que procuram o EJA pertencem à mesma 
classe social, pessoas com baixo poder aquisitivo, onde sua principal fonte de lazer e 
18 
 
 
informação é a televisão, onde quase sempre seus pais têm ou tiveram uma escolaridade 
inferior a sua. Em Pedagogia do Oprimido, Freire aponta essa realidade reconhecendo que o 
analfabetismo não é uma questão somente pedagógica, mas também social e política: 
Quem, melhor que os oprimidos, se encontrará preparado para entender o significado terrível 
de uma sociedade opressora? Quem sentirá melhor que eles, os efeitos da opressão? Quem? 
Mais que eles para ir compreendendo a necessidade da libertação? Libertação a que não 
chegarão pelo acaso, mas pela práxis de sua busca; pelo conhecimento e reconhecimento da 
necessidade de lutar por ela. Luta que, pela finalidade que lhe deram os oprimidos, será um 
ato de amor, com o qual se oporão ao desamor contido na violência dos opressores, até 
mesmo quando esta se revista da falsa generosidade referida. (p. 31-32). 
Durante o período de estágio foi possível observar de que forma a relação 
professor/aluno acontece. Mesmo com aulas virtuais de forma remota, os jovens são 
estimulados o tempo todo a se expressar, seja durante as conversas, seja durante a realização 
de atividades. Tal atitude permite que o relacionamento professor/aluno promova um 
ambiente de aprendizado constante, despertando o interesse em participar de forma ativa das 
atividades propostas. 
Estando ainda em processo de letramento, os alunos recebem atividades que 
estimulam a leitura. Tais atividades consistem de pequenas produções textuais, leitura de 
textos de diferentes gêneros, exploração de escrita das palavras, interpretações textuais entre 
outras. São atividades que propõem desafios, mas respeitam o nível de aprendizado dos 
jovens. É realizado de forma individual cada um no seu ambiente domiciliar. O professor 
sempre retoma os conhecimentos trabalhados na aula anterior. 
Os recursos materiais utilizados durante as aulas ministradas consistiam em 
aplicativos de plataformas digitais, cadernos, livros didáticos, e atividades impressas pelo 
professor, celulares, notebook. Em suma, o educador consegue promover um ambiente de 
aprendizagem significativo, orientando e intervindo no processo de ensino/aprendizagem. 
Ao longo da formação temos o ensejo de fundamentar teoricamente os 
conhecimentos construídos na academia. Dessa forma, é essencial que a teoria seja conciliada 
com a prática e uma das possibilidades de vivenciar essa culminância é por meio do Estágio 
Supervisionado. Que temos a oportunidadede conhecer e vivenciar os múltiplos aspectos 
inerentes a essa modalidade. Na Perspectiva de Barreiro (2006, p.89-90),considera que, 
A relação entre teoria e prática, na formação do professor, constitui o 
núcleo articulador do currículo, permeando todas as disciplinas e 
tendo por base uma concepção sócio histórica da educação, alguns 
princípios devem nortear os projetos de estágio supervisionado: a) a 
docência é a base da identidade dos cursos de formação; b) o estágio é 
19 
 
 
um momento da interação entre teoria e prática; c) o estágio não se 
resume à aplicação imediata, mecânica e instrumental de técnica, 
rituais, princípios e normas aprendidas na teoria e d) o estágio é o 
ponto de convergência e equilíbrio entre o aluno e o professor. 
 
Desse modo, percebe-se que o estágio supervisionado favorece para a articulação 
das disciplinas concebidas na academia à prática docente. O momento da regência pode ser 
considerado a fase mais importante do estágio, uma vez que assumir uma turma de EJA exigiu 
preparo, competência, responsabilidade, interesse em participar e contribuir para o processo 
de aprendizagem dos alunos. 
Ao iniciar a regência surgiu certo anseio de realizar com dedicação e prazer os 
planejamentos, que foram alicerçados ao longo desse período, ou seja, para desenvolver um 
trabalho de qualidade foi preciso conhecer a realidade da turma, desenvolver ao longo desse 
processo uma prática reflexiva e crítica capaz de favorecer a compreensão das 
particularidades dessa modalidade de ensino, como também do oficio de ser professor. 
Chegar à práxis da docência como professora da turma pode ser visto como um 
encontro de incertezas e medo, mas esse processo acarreta também, o desejo do fazer-prático 
assumir uma direção de harmonia com a certeza de que podemos contribuir para o 
desenvolvimento pessoal e educacional do aluno. 
A regência do Estágio Supervisionado III na EJA iniciou-se no dia 14 a 18 de 
setembro de 2020. Assumi a turma de EJA no turno tarde, onde os alunos encontravam-se na 
faixa etária de 14 (Quinze) a 18(Dezoito) anos. Ao iniciar a aula tivemos a preocupação de 
explicar o porquê da minha presença, onde percebemos que eles estavam tímidos devidos o 
pouco tempo de convívio, e também pela forma metodológica que foi desenvolvidas as aulas, 
que no momento atual estamos vivenciando, com aulas virtuais utilizando o Google meet ou 
Google sala de aula. 
Porém desenvolvemos nossa aula seguindo todos os combinados, que o professor 
nos orientou, inclusive a sequencia de atividades que foi desenvolvida, trabalhando com o 
gênero parlendas, leituras, exercício de interpretação e produção de textos, analisando a 
escrita dos discentes. 
A realização do estágio proporcionou uma aproximação maior com os jovens. O 
contato com eles forneceu um maior entendimento de como ocorre o processo de ensino 
aprendizagem e o relacionamento professor-aluno, teoria e prática. O estágio trouxe uma 
percepção maior do quanto é necessário o educador adotar algumas normas práticas para a 
direção de classe, entre elas o fato de que o preciso compreender os problemas de cada 
discente. 
20 
 
 
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
No entanto, considerando-se os aspectos observados e vivenciados no tempo do 
estagio supervisionado III na turma de EJA, comprova se que é uma etapa crucial para a 
formação docente, juntamente com as experiências a conquistadas, fortalecerá a base da 
prática educativa, nesse aspecto nos conduz a realidade da prática docente. Essa experiência 
proporcionou uma ampla visão do que será trabalhar a realidade do dia a dia escolar dos 
jovens, juntando a teoria com a prática docente. Despertando-nos a refletir sobre os vários 
conflitos que iremos bater de frente na educação. 
Durante o estágio procurei desenvolver um trabalho dinâmico e prazeroso, mesmo 
não sendo de forma presencial, mas com aulas online, procurei estimular e envolver os 
jovens no processo de ensino e aprendizagem de forma que se sentissem capazes de buscar e 
construir algo novo e diferente. Com as mais diversas estratégicas educativas busca-se 
oportunizar aos alunos situações desafiadoras que os levam a compreender melhor as 
atividades propostas respeitando o ritmo de cada educando. 
Essa experiência nos permitiu testar na pratica nos nossos conhecimentos 
adquiridos no decorrer do curso de Pedagogia, refletindo sobre como e em que devemos 
melhorar nossa atuação profissional. 
Este terceiro estágio foi de importância impar, pois nos proporcionou chances de 
refletirmos sobre a realidade do sistema educacional, agora no ensino de EJA, e com uma 
nova prática de ensino através de aulas remotas, sendo assim, percebe-se os desafios que nós 
professores podemos superar e com ele pude ter uma base maior para minha formação 
profissional, possibilitando um desempenho melhor do meu papel com educadora na 
decadência da educação brasileira. 
Conclui-se, que esta foi uma nova experiência na qual fez- me crescer, como 
educadora, pois acredito que contribui de alguma maneira na formação de cidadãos críticos e 
reflexivos. Sendo que a partir das experiências vivenciadas, as trocas de saberes, a 
aproximação com todos os envolvidos, possa-se acreditar ainda mais, na qual é possível 
desenvolver um trabalho de parceria, que leve uma educação mais significativa e 
contextualizada. 
 
 
 
 
21 
 
 
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
ALONSO, M. O trabalho coletivo na escola. In: Pontifícia Universidade Católica de São 
Paulo. Formação de gestores escolares para a utilização de tecnologias de informação e 
comunicação. PUC-SP, 2002. p. 23-28. 
 
ANDRÉ, Marli Eliza Dalmazo Afonso de. Etnografia da prática escolar. 4. ed. Campinas: 
Papirus, 1995. 
 
ARROYO, Miguel González. Educação de Jovens – adultos: um campo de direitos e responsabilidade 
pública. In: SOARES, Leôncio Soares (Org.). Diálogos na educação de jovens e adultos. Belo 
Horizonte: Autentica, 2006, 2º edição. 
 
BRANDÃO, Carlos Rodrigues. Educação Popular. São Paulo, Brasiliense, 1984. 
 
BRASIL. Lei Nº 9.394, DE 20 de dezembro de 1996. Disponível em. 
<http://www6.senado.gov.br/legislacao/ListaTextoIntegral.action?id=75723>. Acesso em 
10/09/2020. 
 
BARRETTO. Elba Siqueira de Sá Estudos sobre ciclos e progressão escolar no Brasil: uma 
revisão. Educação. Pesquisa. v.30, n.1, São Paulo: jan./abr. 2004. 
 
CORALINA. Cora. Vintém de cobre: meias confissões de Aninha. 8. ed. São Paulo: Global, 
2001. 
 
FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1987, 17º Edição. 
 
_______, Paulo. Educação Como Prática da Liberdade. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 2007,30º edição 
GADOTTI, Moacir. Boniteza de um sonho: ensinar-e-aprender com sentido. Novo Hamburgo: 
Feevale, 2003. 80 p. 
 
KRAMER, Sonia e LEITE, M. I. Infância: fios e desafios da pesquisa. Campinas: Papirus, 
2006 
 
MAZZOTTI, Alda Judith Alves. O método nas ciências naturais: pesquisa quantitativa e 
qualitativa. 3. ed. São Paulo: Pioneira, 2004. 
 
PIMENTA, Selma Garrido e LIMA, Maria Socorro Lucena. Estágio e Docência. 2. ed. São 
Paulo:Cortez, 2004. 
 
SOUZA-SILVA, J. C. Aprendizagem numa perspectiva sócio-prática e seus impac- tos sobre a 
criatividade organizacional: UNIFACS: 20 p. 2007. 
22 
 
 
7 ANEXOS
23 
 
 
 
24

Outros materiais