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Fundamentos de Projeto de Edificações sustentáveis

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PROJETO DE 
EDIFICAÇÕES 
SUSTENTÁVEIS
PROJETO DE EDIFICAÇÕES
SUSTENTÁVEIS
Fundamentos de
Fundamentos de
Marian Keeler
Bill Burke
Marian Keeler
Bill Burke
ARQUITETURA E CONSTRUÇÃO
Addis, B.
Edifi cação: 3000 Anos de Projeto, Engenharia e 
Construção
*Allen & Iano
Fundamentos da Construção Civil, 5.ed. 
Brown & DeKay
Sol, Vento e Luz: Estratégias para o Projeto de 
Arquitetura, 2.ed.
Burden, E.
Dicionário Ilustrado de Arquitetura, 2.ed. 
Charleson, A.
A Estrutura Aparente
Ching & Binggeli
Arquitetura de Interiores Ilustrada, 2.ed.
Ching, F. 
Representação Gráfi ca em Arquitetura, 3.ed. 
Ching, Onouye e Zuberbuhler 
Sistemas Estruturais Ilustrados 
Ching, F. 
Técnicas de Construção Ilustradas, 4.ed.
Chivelet & Solla
Técnicas de Vedação Fotovoltaica na 
Arquitetura
Curtis, W.
Arquitetura Moderna desde 1900, 3.ed. 
Doyle, M. 
Desenho a Cores, 2.ed.
*Eastman & Cols.
BIM
*Farrelly, L.
Fundamentos de Arquitetura
French, H.
Os + Importantes Conjuntos Habitacionais do 
Século XX
*Gray, Constanzo e Plesha
Dinâmica 
Gregory, R.
As + Importantes Edifi cações Contemporâneas
Henry Dreyfuss Associates
As Medidas do Homem e da Mulher
Todo o escopo da edifi cação ecológica em um único livro!
Independentemente da área de atuação, seja na arquitetura, na engenharia 
civil, no planejamento do uso do solo, na gestão de recursos e resíduos, ou 
mesmo no governo, as escolhas feitas durante a atividade profi ssional têm um 
impacto inevitável no meio ambiente. Assim, compreender os fundamentos do 
projeto integrado de edifi cações sustentáveis é essencial para o desenvolvimento 
de um meio ambiente melhor. É exatamente disso que trata este livro.
Fundamentos de Projeto de Edifi cações Sustentáveis apresenta a história, a teoria 
e a tecnologia da edifi cação sustentável, descrevendo abordagens práticas nos 
setores de planejamento, projeto e construção de edifi cações que atenuem, e 
até mesmo revertam, os impactos das construções no meio ambiente.
Marian Keeler e Bill Burke explicam de forma didática os conceitos da arquitetura 
sustentável e os aplicam a problemas de projeto, exercícios de pesquisa, questões 
para estudo, projetos em equipe e tópicos para discussão. Os capítulos escritos 
por especialistas no movimento sustentável cobrem tópicos como:
O processo do projeto integrado de edifi cações
O surgimento da edifi cação sustentável e de sua legislação
As substâncias químicas presentes nos ambientes internos que afetam os 
humanos e as edifi cações
O consumo de energia e as normas relacionadas
O projeto efi ciente em consumo de energia para edifi cações habitacionais 
e comerciais
A qualidade e a conservação da água
Os bairros e as comunidades sustentáveis
A gestão dos resíduos de construção e demolição
Karlen, M.
Planejamento de Espaços Internos, 3.ed.
Keeler & Burke
Fundamentos de Projeto de Edifi cações 
Sustentáveis
Leggitt, J.
Desenho de Arquitetura: Técnicas e Atalhos que 
Usam Tecnologia
*Littlefi eld, D.
Manual do Arquiteto: Planejamento e Projeto, 
3.ed.
Pereira, J.R.A.
Introdução à História da Arquitetura
*Plesha, Gray e Costanzo
Estática
McLeod, V.
Detalhes Construtivos da Arquitetura Residencial 
Contemporânea
Mills, C.B.
Projetando com Maquetes, 2.ed. 
Roaf, Crichton e Nicol
A Adaptação de Edifi cações e Cidades às 
Mudanças Climáticas
Roaf, S.
Ecohouse: A Casa Ambientalmente Sustentável, 
2.ed. 
*Waterman, T.
Fundamentos de Paisagismo
*Livros em produção no momento de impressão desta obra, mas 
que muito em breve estarão à disposição dos leitores em língua 
portuguesa.
PR
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Bill Burke
ARQUITETURA/SUSTENTABILIDADE
80912_Capa_Fundamentos_de_Projeto_de_Editoracoes.indd 180912_Capa_Fundamentos_de_Projeto_de_Editoracoes.indd 1 5/5/2010 15:37:375/5/2010 15:37:37
Catalogação na publicação: Ana Paula M. Magnus – CRB-10/Prov-009/10
K26f Keeler, Marian.
Fundamentos de projeto de edifi cações sustentáveis [recurso
eletrônico] / Marian Keeler, Bill Burke ; tradução técnica:
Alexandre Salvaterra. – Dados eletrônicos. – Porto Alegre :
Bookman, 2010.
Editado também como livro impresso em 2010.
ISBN 978-85-7780-733-8
1. Arquitetura. 2. Arquitetura sustentável – Aspectos
ambientais. I. Burke, Bill. II. Título.
CDU 728
Sobre os autores
MARIAN KEELER, associada ao American Institute of Architects, profissional com certificação LEED, é especia-
lista em consultoria em edificações sustentáveis. Trabalha na Simon & Associates, de São Francisco, Califórnia, 
Estados Unidos, e também escreve sobre o tema.
BILL BURKE, membro do American Institute of Architects, é Coordenador do Programa de Arquitetura do Pacific 
Energy Center em São Francisco, Califórnia, Estados Unidos, e integra o Conselho Diretor do American Institute 
of Architects de São Francisco.
Iniciais_Eletronico.indd iiIniciais_Eletronico.indd ii 6/25/10 10:32:45 AM6/25/10 10:32:45 AM
Tradução técnica
Alexandre Salvaterra
Arquiteto e Urbanista pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul
CREA no 97.874
2010
Marian Keeler
Bill Burke
Versão impressa
desta obra: 2010
Iniciais_Eletronico.indd iiiIniciais_Eletronico.indd iii 6/2/10 11:36:32 AM6/2/10 11:36:32 AM
 Keeler_Iniciais.indd iv Keeler_Iniciais.indd iv 30.04.10 17:30:1430.04.10 17:30:14
Reservados todos os direitos de publicação, em língua portuguesa, à
ARTMED® EDITORA S.A.
(BOOKMAN® COMPANHIA EDITORA é uma divisão da ARTMED® EDITORA S.A.)
Av. Jerônimo de Ornelas, 670 - Santana
90040-340 Porto Alegre RS
Fone (51) 3027-7000 Fax (51) 3027-7070
É proibida a duplicação ou reprodução deste volume, no todo ou em parte,
sob quaisquer formas ou por quaisquer meios (eletrônico, mecânico, gravação,
fotocópia, distribuição na Web e outros), sem permissão expressa da Editora.
SÃO PAULO
Av. Embaixador Macedo Soares, 10.735 - Pavilhão 5 - Cond. Espace Center
Vila Anastácio 05095-035 São Paulo SP
Fone (11) 3665-1100 Fax (11) 3667-1333
SAC 0800 703-3444
IMPRESSO NO BRASIL
PRINTED IN BRAZIL
Obra originalmente publicada sob o título
Fundamentals of Integrated Design for Sustainable Building
ISBN 9780470152935
Copyright © 2009 by John Wiley & Sons, Inc. All rights reserved. This translation published under license.
Capa: Rogério Grilho (arte sobre capa original)
Preparação de original: Andrea Czarnobay Perrot
Editora Sênior: Denise Weber Nowaczyk
Projeto e editoração: Techbooks
 
À memória de meu pai,
Harry Keeler,
meu guru ambiental,
e ao meu filho,
Joseph Samper Finberg,
que divide o futuro com tantos outros
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Colaboradores
Leon Alevantis é Mestre em Engenharia e Profis-
sional com Certificação LEED, além de engenheiro 
mecânico sênior do Departamento de Saúde Públi-
ca do Estado da Califórnia. Foi diretor da Seção de 
Qualidade do Ar dos Interiores do Departamento 
de Serviços de Saúde do Estado da Califórnia, onde 
coordenou os inúmeros esforços pioneiros do esta-
do visando a elaborar, especificar, projetar e imple-
mentar medidas de qualidade do ar interno, junto 
a outras medidas de sustentabilidade, nos edifícios 
públicos locais. A participação de Leon foi funda-
mental para o desenvolvimento e a implantação da 
Seção 01350 do Estado da Califórnia, uma especi-
ficação focada na saúde reconhecida internacional-
mente; que busca testar e selecionar os materiais 
de construção. Dentre seus projetos de pesquisa, 
destaca-se o estudo das emissões dos materiais de 
construção com conteúdo reciclado. Ele faz parte 
do comitê da Sociedade de Engenheiros de Climati-
zação dos Estados Unidos (ASHRAE) que desenvol-
veu o Padrão 62.1 (A Ventilação para a Qualidade 
Aceitável do Ar dos Interiores [Ventilation for Ac-
ceptable Indoor Air Quality]), tendo sido, também, 
autor-colaborador do IAQ Design Guide da mesma 
sociedade.
Kevin Conger é arquiteto paisagista, professor (na 
University of California, em Berkeley; na Rhode 
Island Schoolof Design; e no Architectural Center de 
Boston) e sócio-fundador da Conger Moss Guillard 
Landscape Architecture, empresa de arquitetura situ-
ada em São Francisco, nos Estados Unidos, que se 
dedica a espaços cívicos de uso público e ao pro-
jeto ambiental sustentável. Seus projetos incluem o 
Crissy Field, um parque portuário localizado no Pre-
sidio National Park, o Treasure Island Master Plan e 
o Jardim de Esculturas do San Francisco Museum of 
Modern Art.
Eva Craig obteve grau de Mestre em Arquitetura e Ur-
banismo, com enfoque em projetos sustentáveis, na 
Harvard University. Seu escritório de arquitetura pas-
sou a prestar serviços de consultoria para o projeto 
de espaços verdes saudáveis, oferecendo um conheci-
mento focado no impacto de produtos químicos sobre 
a saúde em ambientes habitacionais e se especiali-
zando nos problemas enfrentados por famílias com 
crianças. Ela trabalha na cidade de São Francisco, nos 
Estados Unidos.
Jamie Phillips é arquiteta paisagista da Conger Moss 
Guillard Landscape Architecture, especializada em 
sistemas pluviais e em projetos de tratamento de 
águas pluviais em grande escala, que conectam es-
paços de uso público, habitats para vida selvagem e 
sistemas naturais. Seus projetos incluem a Butterfly 
House e o Supershed, no Auburn Rural Studio, o Tre-
asure Island Master Plan e a Estação de Tratamento de 
Águas Pluviais.
Sarah Pulleyblank Patrick é projetista sênior da Rai-
mi + Associates, empresa localizada em Berkeley, no 
Estado da Califórnia, especializada no planejamento 
voltado para a saúde pública, em estratégias de re-
estruturação de distritos e corredores urbanos e na 
elaboração de códigos de edificações baseados nos 
volumes edificados. Seus projetos incluem o plane-
jamento completo das cidades de South Gate, Santa 
Monica e Tracy (no Estado da Califórnia), do Serviço 
de Saúde Pública da Cidade de South Gate (no Esta-
do da Califórnia), a Revitalização da Área Central e a 
Atualização do Código de Edificações de Bothell (em 
Washington) e o Estudo de Critérios de Saúde Pública 
com Certificação LEED do Conselho de Edificações 
Sustentáveis dos Estados Unidos.
Matt Raimi, membro do American Institute of Certified 
Planners, é o principal sócio-fundador da empresa Rai-
mi + Associates. Ele liderou e participou de inúmeros 
trabalhos de planejamento, incluindo projetos urbanos 
completos das cidades de Santa Monica, South Gate e 
Tracy (no Estado da Califórnia) e da área conhecida 
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viii Colaboradores
como Éden, no Condado de Alameda (também na Ca-
lifórnia), além da Oakland Army Base, na Califórnia, 
do Hunters Point Shipyard, em São Francisco, e da área 
central de El Paso, no Texas. Ele dá muitas palestras so-
bre a aplicação do novo urbanismo ao planejamento 
e já escreveu vários livros, incluindo Understanding 
the Relationship between Public Health and the Built 
Environment (Washington, DC: U.S. Green Building 
Council, 2006) e Once There Were Greenfields (New 
York: Natural Resources Defense Council, 1999).
Aaron Welch é projetista da Raimi + Associates, em-
presa de planejamento urbano especializada em 
planejamento total, comunidades sustentáveis e na 
promoção da boa saúde pública por meio do plane-
jamento. Especialista em comunidades sustentáveis, 
seus trabalhos incluem a revisão do projeto-piloto 
Liderança em Projeto Energético e Ambiental (LEED) 
para o Desenvolvimento de Comunidades (do U.S. 
Green Building Council), a iniciativa de comunidade 
sustentável Near Westside, em Syracuse (no Estado de 
Nova York), a avaliação de sustentabilidade da Cida-
de de Redwood (no Estado da Califórnia) e o planeja-
mento completo das cidades de Santa Monica e South 
Gate (no Estado da Califórnia).
Bill Worthen é arquiteto, membro do American 
Institute of Architects, profissional com certificação 
pelo LEED e consultor para edificações sustentáveis 
da Simon & Associates Inc., empresa de consultoria 
em edificações sustentáveis conhecida em todos os 
Estados Unidos. Bill é especialista na aplicação práti-
ca do projeto sustentável e das estratégias de constru-
ção. Participou de convenções nacionais do American 
Institute of Architects (AIA) sobre edificações sustentá-
veis e do processo de certificação do LEED, e, atual-
mente, faz parte do subcomitê de lobby do Comitê 
do Meio Ambiente do AIA – AIA Committee on the 
Environment (COTE). Também participa do subcomitê 
de lobby do Capítulo do Norte da Califórnia do U.S. 
Green Building Council e da Força-Tarefa de Edifica-
ções Sustentáveis da Prefeitura de São Francisco.
Graham Grilli é de Rhode Island e tornou-se am-
bientalista ainda muito jovem. Após se tornar bacha-
rel em ciências ambientais e passar anos adquirindo 
experiência em canteiros de obras, ele está cursando 
mestrado em arquitetura no Illinois Institute of Tech-
nology. Graham acredita que o projeto inteligente e 
o pensamento inovador estão prestes a revolucionar 
o nosso estilo de vida neste planeta.
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Agradecimentos
Com frequência, o processo da escrita é comparado 
ao nascimento – sendo o nascimento do livro um rito 
de passagem ou uma longa jornada criativa, por vezes 
alegre e por vezes dolorosa, mas, sem dúvida, depen-
dente da orientação de muita gente. Este projeto se 
inspirou e foi concebido pelo trabalho de arquitetos 
praticantes, teóricos, filósofos e visionários envolvidos 
no projeto de edificações sustentáveis, e não teria se 
concretizado sem a participação de um grupo igual-
mente numeroso e dedicado de pessoas que encontrei 
no caminho rumo à sustentabilidade e com as quais 
tive a felicidade de trabalhar.
Gostaria de agradecer a Paul Drougas, nosso editor 
na John Wiley & Sons, por ter apoiado o projeto e pelo 
seu comprometimento com as questões de eficiência 
energética e edificações sustentáveis. Sua orientação 
foi importantíssima em todas as etapas de redação e 
produção da obra.
Tivemos a sorte de contar com uma excelente 
equipe para o desenvolvimento do livro: o escritor e 
dramaturgo Peter Vincent, autor de The 60’s Diary, foi 
responsável pela edição do texto e do estilo e muito 
contribuiu com sua ampla experiência no mercado 
editorial; Graham Grilli, que buscou muitas imagens 
para o livro; e os talentosos artistas, técnicos, pesqui-
sadores, especialistas em direitos autorais e mágicos 
de imagens do Killer Banshee Studios, que entraram 
madrugada a dentro e disponibilizaram recursos, ima-
gens e autorizações com uma rapidez e precisão sur-
preendentes. O livro não teria ficado completo não 
fossem os seus esforços consideráveis.
AGRADECIMENTOS DE MARIAN KEELER
As jornadas ficam ainda melhores em razão da com-
panhia de outros viajantes; no caso, meu colega Bill 
Burke, que me ajudou a traçar o mapa e ofereceu 
ferramentas de navegação, além de muita habilidade 
técnica. A generosidade e a humildade de Bill vieram 
acompanhadas pelo profundo conhecimento de ques-
tões extremamente técnicas relativas à energia. Ele é 
um ótimo mentor, dedicado a instruir os projetistas e 
construtores de edificações sustentáveis. Seus conhe-
cimentos, sua perspicácia e sua amizade são inesti-
máveis.
Tenho a felicidade de conhecer muitos colegas na 
prática da construção sustentável, aqueles que estão 
“na batalha”, tentando fazer a diferença: são eles os 
colaboradores Eva Craig, da Imogen Home (amiga en-
gajada nas questões de saúde humana e ambiental); 
Kevin Conger e Jamie Philips, da CMG; Leon Alavan-
tis, do Departamento de Saúde Pública da Califórnia 
(um dos meus primeiros mentores no campo da Qua-
lidade do Ar dos Interiores); Bill Worthen, da Simon & 
Associates, Inc. (um colega muito respeitado); e Matt 
Raimi, Sarah Pulleyblank Patrick e Aaron Welch, da 
Raimi + Associates.
A família é tanto solo como fruto do processo cria-
tivo e, por isso, quero agradecer à minha: Chris Ke-eler, Cathy Keeler Presher, Tony Keeler e meus pais, 
Nathalie Keeler e Harry Keeler. Harry foi a primeira 
pessoa a ler e a fazer comentários muito úteis sobre 
cada capítulo do manuscrito, é a memória dele que 
desejo homenagear. E agradeço ao meu filho, Joe Fin-
berg, que vinha frequentemente ver como andavam as 
coisas: “Como vai o livro, mamãe?”.
Meus agradecimentos à Lynn Simon, por sua ami-
zade, paciência e apoio à medida que o livro era ela-
borado, bem como aos colegas da Simon & Associa-
tes: Dani Levine, Jennifer Nicholson, Raphael Sperry 
e Billy Worthen.
Também quero agradecer às seguintes pessoas por 
suas contribuições, ativismo e encorajamento: Cas-
sandra Adams, Steve Berg, Brian Campbell, Diane 
Campbell, Julie Cox, Peter Coyle, Sean Culman, Anne 
Esmonde, Eric Corey Freed, Chris Hammer, Kathryn 
Hyde, Louise Louie, Karen Lovdahl, Heather New-
bold, Carrie Strahan, meu querido colega Michael 
Bernard, da Virtual Practice, e a todos do Salão de 
Baile Allegro, em Emeryville, na Califórnia, pela salsa 
deliciosa.
Obrigada também aos estimados clientes e cole-
gas: Shelley Ratay, Jeff Oberdorfer e Marty Keller, da 
 Keeler_Iniciais.indd ix Keeler_Iniciais.indd ix 30.04.10 17:30:1530.04.10 17:30:15
x Agradecimentos
First Community Housing; Paula Lewis, da Saint An-
thony Foundation; Dennis Okamura, da HKIT; Tom 
Lent, Bill Walsh e Julie Silas, da Healthy Building Ne-
twork; Marc Richmond, da Practica Consulting; Kirs-
ten Ritchie, da Gensler; Penny Bonda; Dr. Andrew 
Persily, engenheiro do Laboratório de Pesquisa em 
Construção e Incêndio, do NIST; Wagdy Anis, arqui-
teto da Wiss, Janney, Elstner Associates; Jim Chapell, 
presidente da SPUR; Richard Parker e David Bush-
nell, da 450 Architects; a escritora Jennifer Roberts; 
Erik Kolderup, da Kolderup Consulting; Jane Bare, da 
Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos 
(EPA); Darrel DeBoer, da DeBoer Architects; o artis-
ta e fotógrafo Diego Samper; Marlene Samper; Jeorg 
Stamm; Alice Philips; e Anthony Bernheim, por sua 
amizade e orientação.
BILL BURKE GOSTARIA DE AGRADECER A:
Marian Keeler, Karen Buse, Killer Banhsee Studios, Pe-
ter Vincent, James Bae, Nick Rajkovich, Anna LaRue, 
Alison Kwok, Valeriy Boreyko, Bob Theis, Dan Varvais, 
Joel Loveland e Chris Meek.
 Keeler_Iniciais.indd x Keeler_Iniciais.indd x 30.04.10 17:30:1530.04.10 17:30:15
Apresentação
A construção e o uso de edificações são as principais 
responsáveis pela demanda de energia e de materiais 
que produzem gases de efeito estufa derivados. Para 
reduzir e então reverter com sucesso o aquecimento 
global e o exaurimento dos recursos naturais mun-
diais, é fundamental que os livros de ecologia sejam 
adotados nas escolas e empresas de arquitetura. Com 
o Imperativo 2010, a organização Arquitetura 2030 
requer que todos os exercícios de ateliê de projeto 
das faculdades de arquitetura exijam que o trabalho 
dos alunos aborde o meio ambiente de modo a re-
duzir ou eliminar drasticamente a necessidade de 
combustíveis fósseis. Fundamentos de Projeto para 
Edificações Sustentáveis apresenta aos alunos os 
conceitos de edificações sustentáveis, com aborda-
gens de projeto capazes de reduzir e, em última aná-
lise, eliminar a necessidade do uso de combustíveis 
em edificações, ao mesmo tempo em que conservam 
os materiais, maximizam sua eficiência, protegem o 
ar interno contra o ingresso de produtos químicos e 
minimizam a entrada de materiais tóxicos no meio 
ambiente. Trata-se do primeiro livro-texto a atender 
ao chamado do Imperativo 2010, visando a integrar 
o projeto de edificações sustentáveis ao currículo das 
faculdades de arquitetura. Ele é o “mapa rodoviário” 
do mundo pós-carbono, cujo uso é essencial para os 
futuros arquitetos, engenheiros civis, construtores e 
projetistas.
Os problemas e princípios abordados neste livro 
devem fazer parte da educação desta geração de pro-
fessores e estudantes de arquitetura. Desenvolvendo 
habitações, edificações de uso público e infraestru-
turas menos tóxicas e muito mais eficientes no con-
sumo de energia, podemos impedir mudanças cli-
máticas catastróficas, criar ambientes mais saudáveis 
para os seres humanos e outras espécies e construir 
uma sociedade mais equitativa, que considere as ne-
cessidades de todos os seus membros.
— Ed Mazria
 Keeler_Iniciais.indd xi Keeler_Iniciais.indd xi 30.04.10 17:30:1530.04.10 17:30:15
Prefácio
A mudança é como uma suave brisa que ondula as 
cortinas ao amanhecer, e que chega como o perfume 
furtivo das flores selvagens escondidas na relva.
— John Steinbeck, Sweet Thursday 
(1954)
Assim, as escolas são capazes de instituir mudanças 
tão profundas na profissão que podemos começar a 
falar de um redirecionamento da arquitetura. Ele con-
fere à arquitetura uma função central na resolução de 
um dilema global crucial, e, ao fazê-lo, contribui para 
os mais nobres fins criativos.1
— Ed Mazria, It’s the Architecture, 
Stupid!
Quando eu for presidente, os governadores que estive-
rem dispostos a promover as energias limpas encontra-
rão apoio na Casa Branca. As empresas que estiverem 
dispostas a investir nas energias limpas terão um aliado 
em Washington. Os países que estiverem dispostos a 
unir-se à causa e combater as mudanças climáticas con-
tarão com o apoio dos Estados Unidos da América.
— Barack Obama, já eleito presidente 
dos Estados Unidos, discursando durante 
uma conferência sobre mudanças 
climáticas realizada em Los Angeles, em 
18 de novembro de 2008.
Em abril de 2008, cientistas canadenses publicaram 
um estudo que relatou a infestação de suas florestas de 
pinheiro real americano por besouros de pinheiros de 
montanha.2,3 Estes insetos, bem conhecidos pelos cien-
1 E. Mazria, “It’s the Architecture, Stupid!” Solar Today, May–June 
(2003): 48–51; http://www.mazria.com/publications.
2 W. A. Kurz, C. C. Dymond, G. Stinson, G. J. Rampley, E. T. Neilson, 
A. L. Carroll, T. Ebata & L. Safranyik, “Mountain Pine Beetle and 
Forest Carbon Feedback to Climate Change”, Nature 452 (24 April 
2008): 987–990.
3 John Nielsen, “Beetle Infestation Compounds Effects on Warming”, 
Morning Edition, 24 April 2008.
tistas, estavam proliferando a uma velocidade alarman-
te, com a capacidade de destruir tais florestas de ma-
neira nunca vista. No período que serviu de base para 
o estudo (2000–2020), estima-se que os impactos da 
infestação de besouros destruirão 374 mil quilômetros 
quadrados de floresta – um número muito superior ao 
das infestações anteriores. Ainda que a morte de árvo-
res em razão de atividades humanas, como o desmata-
mento ou os ciclos naturais de queimada e fertilidade, 
seja sempre uma tragédia, os danos causados pelos be-
souros são preocupantes; além disso, seu surgimento 
e os impactos futuros são perturbadores. Parece que o 
aquecimento recorde na região do Canadá em que foi 
realizado o estudo encorajou o sucesso evolutivo deste 
inseto e do fungo que ele transmite. Em geral, áreas 
de florestas são devastadas em questão de meses, dei-
xando para trás plantas que, ao se decompor, emitem 
todo o dióxido de carbono atmosférico (CO2) que acu-
mularam ao longo de seus ciclos de vida. As louváveis 
metas canadenses relativas à redução das emissões de 
dióxido de carbono perderão força. Além de se opor 
aos esforços do país, as grandes reservas florestais ca-
nadenses, com as quais muitas nações contam para 
equilibrar e combater a produção de dióxido de car-
bono, passarão a contribuir para as emissões, em vez 
de se tornar um dreno de carbono. Segundo o estudo, 
tal contribuição será de 270 megatoneladas, o que, por 
coincidência, corresponde à quantidade de carbono 
que o Canadá havia se comprometido a compensar. E 
quem é o culpado pela aceleração dos ciclos de vida? 
São as mudanças climáticas.
Qual é a relação? O que os besouros dos pinheiros 
de montanha têm a ver com as edificações sustentá-
veis? As respostas para essas perguntas compõem o 
ponto central deste livro: todas as atividades quereali-
zamos afetam, seja de maneira imediata ou latente, o 
delicado equilíbrio da natureza. Quando optamos por 
reciclar um recipiente de plástico em vez de atirá-lo 
em um lixão, há consequências; quando substituímos 
as lâmpadas incandescentes por fluorescentes, há 
consequências; quando buscamos alternativas limpas 
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xiv Prefácio
para as usinas termoelétricas a carvão, há consequên-
cias. A construção de edificações ecológicas também 
tem consequências.
Quando iniciamos esta jornada visando a ofere-
cer um guia de estudo para a construção de edifica-
ções mais sustentáveis, acreditávamos que a simples 
divulgação do conhecimento beneficiaria o meio 
ambiente e a biodiversidade das espécies mediante 
a redução de resíduos, a gestão de recursos de berço 
a berço, a conservação de energia e a melhor qua-
lidade do ar do interior. Desde então, vemos uma 
enorme atenção sendo dada aos impactos generali-
zados e cíclicos tanto do aquecimento global como 
das mudanças climáticas. Também testemunhamos, 
felizmente, a propagação de tudo aquilo que é sus-
tentável: estilos de vida com impacto menor, esfor-
ços para reduzir a presença de materiais tóxicos no 
meio ambiente, o movimento slow-food, produtos de 
comércio justo, veículos com combustíveis alterna-
tivos, seguros de sustentabilidade, tecnologias lim-
pas, tours ecológicos e, mais recentemente (e talvez 
o mais importante), metas de energia zero, carbono 
zero e resíduos zero.
Não há dúvidas de que somos capazes de criar so-
luções para as mudanças climáticas e de reduzir o ní-
vel de materiais tóxicos no ambiente construído. Com 
as inovações tecnológicas e o retorno aos bons prin-
cípios de projeto, podemos lidar com tais questões. 
Esses esforços estimulariam a economia, gerariam 
empregos e uniriam as diferentes crenças políticas. 
Contudo, eles exigem um empenho coletivo – seme-
lhante à mobilização militar durante a Segunda Guer-
ra Mundial ou às missões lunares das Apolos. Primei-
ramente, precisamos decidir aonde queremos chegar 
e como faremos para ir até lá.
Precisamos de visão e de uma estrutura de gran-
de escala para abordar as questões das mudanças 
climáticas e dos tóxicos. Independentemente de sua 
profissão, seja nas áreas da arquitetura, engenharia, 
de planejamento do uso do solo, gestão de recursos 
e resíduos ou no governo, compreender os princípios 
do projeto integrado de edificações é essencial para 
criarmos tal estrutura.
É necessário que as instituições e os indivíduos co-
mecem a agir, mesmo na ausência de ações ou legis-
lação governamental. As informações contidas neste 
livro são valiosíssimas, ensinando abordagens para 
planejar, projetar e construir estruturas que possam 
diminuir, ou até reverter, os impactos das edificações 
no meio ambiente.
À medida que avançar em seus estudos, apro-
funde o seu conhecimento de edificações sustentá-
veis mantendo-se em dia com as inovações. Com-
preenda as fontes de informações e avalie-as com 
um olhar crítico. Não desanime em razão da grande 
quantidade de material. Sempre há mais a aprender 
e mais pesquisas a fazer. Essas pesquisas adicionais, 
porém, não são essenciais para que você entenda 
as questões fundamentais que precisam ser aborda-
das. Concentre-se nas preocupações que lhe pare-
cem mais urgentes, sejam reduções substanciais no 
consumo de energia ou a eliminação das toxinas 
bioacumulativas persistentes no meio ambiente. 
Examine os dados, filtre-os e busque aplicações sig-
nificativas, fazendo com que as edificações consu-
mam energia e recursos de maneira mais eficiente 
e sejam menos tóxicas para todos os tipos de vida 
presentes no planeta.
Em 20 de janeiro de 2009, o presidente norte-
-americano Barack Obama assumiu o cargo na es-
teira de um movimento popular. O programa Orga-
nizing for America, de sua autoria, dá continuidade 
ao movimento que busca enfrentar e propor soluções 
para problemas urgentes do país. Enquetes feitas na 
Internet revelaram que a agenda verde do presidente 
conta com o apoio maciço da população, visto que 
inclui questões como tecnologias de energias reno-
váveis, a criação de 5 milhões de empregos no setor 
de energias limpas, maior independência energética 
e a análise das causas das mudanças climáticas, entre 
outras. A sustentabilidade das edificações contribuirá 
com o plano de redução de emissões de carbono do 
presidente – no caso, almeja-se uma redução de 80% 
até 2050. Considerando-se o investimento em tec-
nologias energéticas previsto para o período, de 150 
bilhões de dólares, fica evidente que as edificações 
sustentáveis andarão lado a lado com a redução do 
consumo de energia.
Em dezembro de 2009, as Nações Unidas promo-
verão a 15ª Conferência das Partes (COP15) durante 
a Convenção sobre Mudanças Climáticas das Nações 
Unidas, a ser realizada em Copenhague, na Dinamar-
ca. Espera-se que, no decorrer da conferência, delega-
ções de todo o mundo assumam um comprometimen-
to renovado e significativo com as metas de redução 
das emissões de carbono.
Desejamos que este livro ajude a iniciar e orientar 
as carreiras dos profissionais responsáveis por trans-
formar as maneiras de planejar, projetar e construir 
edificações.
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Sumário
 Capítulo 1 O Processo de Projeto Integrado de Edificações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .17
 Capítulo 2 A História dos Movimentos Ambientalistas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .28
 Capítulo 3 As Conferências e os Tratados Internacionais Modernos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .40
 Capítulo 4 O Surgimento da Edificação e da Legislação Sustentáveis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .49
 Capítulo 5 As Fontes de Substâncias Químicas no Meio Ambiente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .66
 Capítulo 6 As Substâncias Químicas Presentes nos Ambientes Internos que Afetam 
os Seres Humanos e as Edificações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .76
 Capítulo 7 As Tecnologias de Controle da Qualidade do Ar Interno – O Projeto Ecologicamente 
Sustentável para a Saúde de Longo Prazo dos Usuários . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .87
 Capítulo 8 As Questões de Qualidade do Ambiente Interno . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .94
 Capítulo 9 Introdução às Questões Energéticas: O Uso e os Padrões . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .107
 Capítulo 10 Os Princípios Básicos de Energia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .115
 Capítulo 11 O Projeto de Edificações Eficientes em Consumo de Energia: Edificações 
Habitacionais e Comerciais Pequenas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .123
 Capítulo 12 O Projeto de Edificações Eficientes em Energia: As Edificações Não Habitacionais . . . . . . .145
 Capítulo 13 A Eficiência dos Recursos Naturais e o Uso de Recursos Naturais em Edificações . . . . . . . .168
 Capítulo 14 A Especificação de Materiais e a Certificação de Produtos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .183
 Capítulo 15 A Qualidade e a Conservação da Água . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .201
 Capítulo 16 Os Bairros e as Comunidades Sustentáveis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .212
 Capítulo 17 Estudos de Caso . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .236
 Capítulo 18 Os Sistemas de Certificação e as Ferramentas Práticas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .256
 Capítulo 19 A Avaliação do Ciclo de Vida (LCA) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . .270
 Capítulo 20 Os Impactos do Lixo e a Indústria da Construção Civil . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .282
 Capítulo 21 A Gestão de Resíduos de Construção e Demolição . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .292
 APÊNDICES
 A. Uma Seleção de Estudos de Caso de Edificações Sustentáveis 301
 B. As Técnicas de Construção Alternativas 330
 C. A Nossa Saúde dentro das Edificações 336
 GLOSSÁRIO 341
 BIBLIOGRAFIA 345
 CRÉDITOS DAS ILUSTRAÇÕES 351
 ÍNDICE 357
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O Processo de Projeto 
Integrado de Edificações 1
A boa notícia é que sabemos o que precisa ser 
feito. A boa notícia é que temos tudo o que é 
necessário para enfrentar o desafio do aqueci-
mento global. Temos todas as tecnologias que 
precisamos; outras mais estão sendo desenvol-
vidas. E, à medida que se tornam disponíveis 
e ficam mais baratas quando produzidas em 
escala, essas tecnologias facilitarão o nosso tra-
balho. Mas não devemos esperar, não podemos 
esperar, não vamos esperar.
— Al Gore, ex-vice-presidente dos 
Estados Unidos da América, discursando na 
National Sierra Club Convention, em 
09 de setembro de 2005
O QUE É O PROCESSO DE PROJETO 
INTEGRADO DE EDIFICAÇÕES?
O projeto integrado de edificações é a prática de pro-
jetar de maneira sustentável. Os termos projeto sus-
tentável e projeto integrado de edificações devem ser 
vistos como equivalentes.
Até pouco tempo, o termo “projeto sustentável” 
sempre aparecia entre aspas, o que fazia com que seu 
significado parecesse ser mutável e questionável em 
termos de viabilidade. Hoje em dia, o projeto susten-
tável é um modelo de projeto e edificação consoli-
dado, que já tem sua própria história – e o projeto 
integrado resulta de sua evolução. Uma edificação 
integrada é uma edificação sustentável.
O projeto integrado é um tema abrangente, que 
orienta a tomada de decisões referentes ao consumo 
de energia, aos recursos naturais e à qualidade am-
biental. Tais decisões e estratégias serão introduzidas 
neste capítulo e aprofundadas nos capítulos a seguir.
No caso do projeto integrado, é necessário enca-
rar as variáveis do projeto como um todo unificado, 
utilizando-as como ferramentas para a solução de 
problemas. Os estudantes de arquitetura e engenharia 
aprendem a ser solucionadores de problemas, o que 
os leva a supor e a prever as possíveis implicações de 
todas as decisões de projeto, inclusive as que parecem 
mais benéficas. O estudo do projeto integrado conso-
lida essas habilidades e promove outra competência 
que é fundamental para todos os estudantes de arqui-
tetura – a capacidade de fazer parte de uma equipe de 
maneira produtiva e eficiente.
Diferentemente do projeto convencional, o pro-
cesso de projeto integrado exige um equilíbrio in-
tenso (bem como uma lista de prioridades) a fim de 
obter uma edificação sustentável de sucesso. O pro-
cesso funciona sempre que há comunicação entre os 
membros da equipe e quando cada projetista tem um 
profundo entendimento dos desafios e das responsa-
bilidades enfrentados pelos seus colegas.
Uma vez que cada decisão de projeto tem inúme-
ras consequências, e não um efeito isolado, o projeto 
integrado de qualidade demanda o entendimento das 
inter-relações de cada um dos materiais, sistemas e 
elementos espaciais (Figura 1-1). Ele exige que todos 
os atores encarem o projeto de maneira holística, em 
vez de concentrar-se exclusivamente em uma parte 
individual.
O processo
O processo de trabalhar coletivamente em ateliê 
como membro de uma equipe de qualquer tipo de 
projeto de arquitetura simula a realidade da prática 
profissional. Ele se aplica a problemas de projeto grá-
fico, como exercícios de criação de uma marca, ao 
desenvolvimento de um plano diretor e até à elabo-
ração de uma política fundiária ou de um loteamento 
urbano.
Por isso, é importante que o estudante aprenda o 
processo de projeto integrado desde o início de sua 
formação como arquiteto. Não há receita para chegar 
ao processo de projeto integrado ideal, ainda que vá-
rios níveis de tomada de decisões ocorram logo na de-
finição do projeto, enquanto o projeto é aprimorado, 
durante o desenvolvimento do projeto e de sua cons-
trução. Assim que o projeto estiver concluído, durante 
a crítica feita pelos professores, é muito importante 
avaliar a eficácia do processo de projeto integrado de 
cada equipe.
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18 Fundamentos de Projeto de Edificações Sustentáveis
Neste capítulo, veremos como o projeto integrado 
se dá na prática.
Entenda o escopo do projeto
É muito útil estabelecer um cronograma de reuniões 
da equipe em função da finalização das etapas do 
projeto ou das datas de entrega determinadas pelos 
professores; a primeira reunião deve promover uma 
discussão que envolva as seguintes questões:
De que tipo é o projeto? •
Quais são o tamanho e a escala do projeto? Tra- •
ta-se de uma grande torre de escritórios, de um 
loteamento urbano sustentável ou de uma esco-
la particular pequena em um terreno de cinco 
acres?
O projeto será inserido em uma área urbana •
consolidada ou será desenvolvido em um espa-
ço aberto?
Algum plano-diretor orienta a nova edificação no •
terreno e descreve o escopo do projeto e as fases 
da construção?
Existem diretrizes legais para o projeto das veda- •
ções externas?
Alguma legislação municipal, regional, estadual •
ou nacional regulamenta o projeto sustentável?
Quais são os condicionantes geográficos e do ter- •
reno?
Quais são as densidades populacionais e os índi- •
ces urbanísticos do terreno?
De onde vem o dinheiro que financia o projeto? •
Ele vem de alguma agência governamental, da 
prefeitura, ou de investidores ou proprietários pri-
vados?
Como a participação de cada membro da equipe •
e de cada ator1 afetará o processo de projeto inte-
grado?
As respostas para essas perguntas ajudarão as equi-
pes de projeto integrado a mapear o processo.
Quais impactos ambientais do projeto 
a equipe deverá considerar?
Para projetar com responsabilidade, é preciso com-
preender os possíveis pontos fracos do terreno e da 
comunidade. A Figura 1-2 traz um mapa de recursos, 
ou seja, uma representação gráfica que ajuda a identi-
ficar os impactos ambientais sobre o terreno. É possí-
vel mapear muitos problemas, desde a demografia até 
os níveis de ruídos. No caso do processo de projeto 
integrado de edificações sustentáveis, a equipe dedi-
cará um tempo considerável para avaliar os detalhes 
do terreno. As questões que precisam ser considera-
das incluem:
A vegetação e/ou animais ameaçados serão afe- •
tados?
Há algum pântano nas proximidades? •
O projeto deve restaurar os pântanos ou áreas vir- •
gens caso exerça algum impacto sobre eles?
Há algum rio tributário no terreno? •
A qualidade da água potável será afetada? •
Qual é o padrão atual de escoamento de águas •
pluviais?
3rd Avenue
VLT abaixo
Prefeitura
4th Avenue
Coleta de águas
pluviais
Bicicletário
Cobertura
Verde
Jam
es
 St
ree
t
Reservatório de
águas pluviais
Pavilhão de
uso público
Figura 1-1 Croqui que mostra as 
condições do terreno e as tecnolo-
gias sustentáveis do projeto da Civic 
Square, em Seattle, Washington, Es-
tados Unidos. O projeto é de Foster 
& Partners. A praça oferece uma série 
de espaços urbanos permeáveis co-
nectados.
1 Os atores são as pessoas, entidades ou agências que investiram – 
seja como proprietário, financiador, usuário ou projetista – no pro-
jeto, na construção e no resultado final do projeto da edificação.
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Capítulo 1 O Processo de Projeto Integrado de Edificações 19
A água da chuva é absorvida e drenada até o len- •
çol freático ou algum corpo de água nas proximi-
dades?
Já existem superfícies impermeáveis no terreno? •
Como as superfícies impermeáveis afetarão a per-•
da de água pelo sistema de esgoto ou pelo proces-
so de evaporação?
A construção provocará a erosão ou a perda do •
solo devido ao vento?
Entenda as responsabilidades da 
equipe e defina as atribuições
Quais membros da equipe serão responsáveis por pes-
quisar, apresentar e resolver as questões identificadas 
pelas perguntas anteriores?
O ideal é que cada membro da equipe de projeto 
integrado tenha um papel e uma área de especializa-
ção claramente definidos, pelos quais ele ou ela será 
responsável e sobre o qual trará as informações neces-
sárias para o projeto. A definição de tais atribuições 
pode levar à defesa de determinadas soluções de pro-
jeto. Mais uma vez, este exercício simula a prática do 
projeto integrado.
Na prática de projeto integrado, os diversos atores 
incluem o proprietário, os diferentes projetistas e enge-
nheiros (de estruturas, civil, de condicionamento do ar, 
hidrossanitário, elétrico e de energia), o construtor e o 
empreiteiro, os consultores especializados (iluminação 
natural, energia, projeto sustentável e outros), os usuá-
rios e os administradores da edificação (Figura 1-3).
Outros membros da equipe serão responsáveis por 
questões mais específicas, como as coberturas verdes, 
a conversão in loco de energia eólica em elétrica ou 
o tratamento das águas servidas. É possível que fabri-
cantes de sistemas extremamente eficientes, como da 
tecnologia de tratamento de águas fecais e de siste-
mas fotovoltaicos, participem de pelo menos algumas 
etapas do projeto.
Em exercícios de projeto de ateliê, cada membro 
da equipe deve se encarregar de funções convencio-
nais básicas; além disso, todos serão responsáveis por 
documentar suas próprias estratégias e decisões.
Considere como o projeto de sua equipe abordará 
as questões do sítio e da comunidade
Encare as soluções para os desafios do sítio, dos mate-
riais, da energia e da qualidade do ar como possíveis 
elementos do projeto, e defina objetivos mensuráveis 
específicos.
Por exemplo, a cobertura plana de uma edifica-
ção longitudinal, cuja fachada mais ampla está volta-
da para o sul (no hemisfério norte) e cujo piso é uma 
grossa laje de concreto, apresenta a possibilidade 
de ganhos térmicos e de termoacumulação; por ou-
tro lado, os grandes beirais das edificações de climas 
quentes protegem os usuários contra o ofuscamento e 
os ganhos térmicos indesejáveis.
Os projetos de estacionamento com piso asfáltico 
escoam a água da chuva para o coletor pluvial, impe-
dindo que ela seja aproveitada para outros usos; já os 
projetos com superfícies porosas deixam que a água 
passe para o lençol freático, o que contribui para a efi-
ciência do ciclo da água. A Figura 1-4 mostra uma área 
Área administrativa
dos rios tributários
Área
administrativa
florestal
Área com significação
regional
Probabilidade
de sítio
arqueológico
Área Ambientalmente
Sensível (ESA)
Pântano
Área sujeita
a enchentes
Rio
tributário
Área protegida
pela marinha
Área de nidificação
Área de possível
ocupação
Área sujeita
a enchentes
Figura 1-2 Um exemplo de mapa de recursos.
seleção da equipe
de projeto
PROJETO E 
EXECUÇÃO DE UMA
EDIFICAÇÃO
EXECUÇÃO DE UM
PROJETO
INTEGRADO
vo
lu
m
e 
d
e 
tr
ab
al
h
o
vo
lu
m
e 
d
e 
tr
ab
al
h
o
tempo
tempo
 fase de projeto
seleção do
construtor
seleção do
construtor
 fase de projeto
seleção da equipe
de projeto
fase de
pré-construção
execução
execução
Figura 1-3 A execução de um projeto integrado exige o envolvimen-
to do construtor desde o início, além de várias atividades e estudos 
preliminares.
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20 Fundamentos de Projeto de Edificações Sustentáveis
com superfície porosa que oferece um pavimento durá-
vel, mas também permite a drenagem da água ao solo.
Uma vez que a sustentabilidade nas edificações 
envolve a justiça social, o projeto comunitário é 
considerado parte do processo de projeto integrado 
e, consequentemente, assume um significado muito 
mais profundo. Em termos de impacto social, todos os 
projetos podem melhorar ou mesmo deslocar comu-
nidades preexistentes. A equipe de projeto integrado 
deve examinar a história do sítio e sua etnografia, de-
terminando as condições ideais para melhorar a qua-
lidade de vida das comunidades preexistentes.
Ao mesmo tempo, o projeto tem condições de criar 
uma comunidade – um conceito que faz parte do en-
sino de arquitetura tradicional completo. Por meio do 
projeto integrado, a criação de comunidades assume 
uma nova dimensão.
A equipe deve, por exemplo, encarar os futuros 
usuários de um projeto habitacional multifamiliar 
como mais do que simples elementos no programa de 
necessidades. Ela também deve garantir a preservação 
da estrutura social, além de fornecer oportunidades 
para que os habitantes se envolvam com o seu am-
biente ou se afastem dele, participando do planeja-
mento de seus lares e das futuras gerações. O mais 
recente plano de sustentabilidade do Reino Unido, 
Securing the Future – UK Government Sustainable 
Development Strategy (Protegendo o Futuro – A Es-
tratégia de Desenvolvimento Sustentável do Governo 
do Reino Unido)2, ressalta a justiça e a inclusão social 
como uma dentre as diversas áreas fundamentais do 
desenvolvimento sustentável (Figura 1-5).
O projeto integrado educará os cidadãos sobre as 
edificações sustentáveis e também sobre a relação 
entre a edificação, a comunidade e o entorno. Ainda 
que pareça algo banal, educar os futuros habitantes 
do local sobre as práticas específicas de manutenção 
e limpeza exigidas pelas edificações sustentáveis faz 
parte do processo de projeto integrado.
Pondere os impactos inter-relacionados 
das soluções propostas
Neste ponto do processo, os diferentes membros da 
equipe costumam contribuir em suas especialidades, 
colocando as vantagens e desvantagens das soluções 
identificadas em discussão. Os membros da equipe 
devem se comunicar e interagir entre si.
O membro da equipe responsável pela análise 
energética pode ressaltar, por exemplo, que as edifi-
cações que aproveitam a luz diurna e os recursos de 
conversão de energia no local (como as estantes de 
luz) também estão sujeitas a ofuscamentos ou ganhos 
térmicos indesejáveis.
O arquiteto de interiores recomendará os acaba-
mentos internos, e seu trabalho terá um grande impac-
to sobre a qualidade do ar interno. O projetista pode 
propor o uso de um material de piso específico com 
100% de borracha reciclada; no entanto, embora uti-
lize os recursos de modo inteligente, o material exala 
um odor muito forte por meses após a instalação – o 
que não ocorre com pisos de borracha virgem.
O cliente do projeto talvez argumente que algu-
mas estratégias sustentáveis trazem consigo um im-
pacto mais alto em termos de custo. A abordagem 
de projeto tradicional, que costuma tratar o projeto 
sustentável como algo que lhe é agregado posterior-
mente, é mais dispendiosa. A abordagem de projeto 
integrado, por sua vez, geralmente implica gastos 
mais elevados com honorários, mas pode levar a cus-
tos iniciais mais baixos e a uma redução nas despesas 
operacionais. Em geral, na prática profissional, é pos-
sível executar uma análise do custo de ciclo de vida 
ou a orçamentação, a fim de ponderar tais estratégias 
e avaliar sua viabilidade econômica em curto e longo 
prazo. A Figura 1-6 compara os custos de vida útil das 
edificações nas alternativas de construção, mostrando 
que uma edificação sustentável que gera sua própria 
energia proporciona a melhor relação custo e vida.
O cliente talvez afirme que a tecnologia não com-
provada não é um risco que deseja percorrer devido à 
responsabilidade e à natureza potencialmente impre-
visível dos sistemas inovadores. O cliente talvez afir-
me não estar disposto a correr riscos com tecnologias 
cuja eficiência ainda não foi comprovada, devido aos 
possíveis passivos e responsabilizações e à natureza 
talvez imprevisível dos sistemas inovadores em geral. 
Quais são seusefeitos sobre a estética do projeto? O 
projetista de edificações sustentáveis argumentará que 
os sistemas de alta tecnologia são capazes de produ-
zir bons projetos, mas as opiniões dos usuários e da 
comunidade sobre o que é um bom projeto precisam 
ser incluídas no processo de projeto integrado.
Figura 1-4 Pavimentos porosos permitem a absorção da água da 
chuva em vez de seu escoamento.
2 Disponível no Departamento do Reino Unido para Questões Am-
bientais, Alimentícias e Rurais [United Kingdom Department for 
Environment, Food and Rural Affairs], em http://www.defra.gov.uk/
environment/sustainable.
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Capítulo 1 O Processo de Projeto Integrado de Edificações 21
Estabeleça as prioridades
Um dos fatores que mais incomoda no processo de 
projeto integrado é que não há soluções perfeitas e 
que nenhum projeto alcança a sustentabilidade abso-
luta – pelo menos, não como a definimos neste livro. 
Mas é possível chegar perto ponderando as vantagens 
e os efeitos complementares identificados anterior-
mente e testando suas soluções e impactos.
Muitas vezes há, para cada projeto, várias soluções 
ideais que se relacionam com os condicionantes de 
maneira única. A liderança da equipe se torna crucial 
durante o processo de discussão e tomada de deci-
sões, uma vez que, para ser eficiente, a equipe precisa 
adotar uma abordagem e uma direção determinadas, 
conforme aquelas que identificamos anteriormente.
Neste ponto, as atribuições da equipe e o processo 
de projeto integrado também são extremamente im-
portantes. É evidente que, no final, será preciso tomar 
uma decisão definitiva. Esta área do projeto só tem a 
lucrar com o processo de projeto integrado, tirando 
proveito do compartilhamento dos conhecimentos es-
pecíficos dos diferentes membros da equipe.
Dê um passo além
Na prática profissional, o processo de projeto integra-
do não termina com a construção. Os administrado-
res, usuários, inquilinos, locadores, zeladores e geren-
tes de instalações precisam de treinamento a fim de 
compreender o comportamento de cada decisão sus-
tentável inter-relacionada. Os manuais dos inquilinos 
e dos administradores auxiliam nessa compreensão e 
aumentam a probabilidade de sucesso das edificações 
sustentáveis integradas. A contratação de diversos es-
pecialistas – processo definido e descrito a seguir – 
garante que a edificação seja saudável e funcional, 
que, por sua vez, é o mecanismo que confirma que o 
objetivo de projeto foi alcançado.
O projeto integrado de edificações: 
a energia, os recursos naturais e o ar
A metodologia e as ferramentas para o controle do 
consumo de energia no processo de projeto integrado
Conforme discutimos no início deste capítulo, o projeto 
integrado é um processo que considera as relações en-
tre as diferentes decisões tomadas durante o projeto de 
uma edificação. Algumas decisões iniciais de projeto, 
como as que tratam do terreno e da orientação da edi-
ficação, das plantas baixas e do volume da edificação, 
e do tamanho e da localização das janelas, influenciam 
enormemente a estética do prédio (Figura 1-7).
Em muitos casos, as inter-relações das decisões de 
projeto também determinam quanta energia a edifica-
ção consumirá no seu dia a dia. No processo de proje-
to integrado, o projetista deve estar ciente de um con-
junto mais amplo de impactos, incluindo a estética, a 
energia, o meio ambiente e a experiência do usuário.
Usar a ciência de maneira 
responsável.
Garantir que as políticas sejam desenvolvidas e 
implantadas com base em evidências científicas 
comprovadas, mas também considerando as 
incertezas científicas (por meio do Princípio da 
Precaução), bem como as posturas e valores públicos.
Viver dentro de limites
ambientais.
Respeitar os limites do ambiente, dos recursos e 
da biodiversidade do planeta, de forma a 
melhorar o ambiente em que vivemos e a 
garantir que os recursos naturais necessários para 
a vida sejam preservados e permaneçam para as 
futuras gerações.
Garantir uma sociedade forte, 
saudável e justa.
Atender às diferentes necessidades de todas 
as pessoas nas comunidades tanto 
pré-existentes como futuras, promovendo o 
bem-estar social, a coesão social e 
oportunidades iguais para todos.
Alcançar uma economia
sustentável.
Construir uma economia forte, estável e sustentável 
que ofereça prosperidade e oportunidades para 
todos, na qual os custos ambientais e sociais sejam 
de responsabilidade daqueles que os provocam (“O 
Poluidor é Quem Paga”) e na qual se incentive o uso 
eficiente dos recursos.
Promover uma boa
governança.
Promover ativamente sistemas de governança 
eficazes e participativos em todos os níveis da 
sociedade, envolvendo a criatividade, a energia e a 
diversidade das pessoas. Figura 1-5 Dentre os cincos pontos 
principais do planejamento britânico 
de sustentabilidade, três tratam de 
questões sociais.
Edificação convencional
Edificação eficiente no consumo de energia
Edificação sustentável
Edificação sustentável com receitas
resultantes da geração de
energia sobressalente
C
u
st
o
s 
ac
u
m
u
la
d
o
s 
(e
m
 v
al
o
re
s 
at
u
ai
s)
Vida útil da edificação (anos)
0 25 50 75 100
Figura 1-6 Uma comparação do custo de ciclo de vida de quatro tipos 
de edificação: uma edificação convencional, uma edificação eficiente 
no consumo de energia, uma edificação sustentável e uma edificação 
sustentável com receitas resultantes da geração de energia sobressa-
lente. Os custos acumulados da edificação com estratégias de consumo 
eficiente de energia e com receitas geradas com a venda de energia são 
significativamente mais baixos, enquanto os gastos da edificação con-
vencional aumentam vertiginosamente com o passar do tempo.
Keeler_01.indd 21Keeler_01.indd 21 30.04.10 17:19:2630.04.10 17:19:26
22 Fundamentos de Projeto de Edificações Sustentáveis
No mundo real da arquitetura e do projeto, a prática 
integrada geralmente requer um tempo de projeto adi-
cional durante a fase de estudos preliminares. Esse tem-
po é necessário para que o arquiteto, os engenheiros 
mecânicos e elétricos, e os demais membros da equipe 
possam fazer perguntas, discutir as opções e seus im-
pactos, e estimar as implicações de energia e custo das 
escolhas que estão considerando. (Veja a Figura 1-3.)
Os objetivos básicos da sustentabilidade devem 
ser estabelecidos já no início do projeto, o que re-
sulta em metas significativas que permitem avaliar as 
opções e o progresso alcançado. Em vez de prescre-
ver soluções específicas, esses objetivos devem esti-
pular metas mensuráveis e de fácil compreensão para 
o desempenho da edificação.
Ao considerar o desempenho energético, o estu-
dante pode ter como objetivo reduzir o consumo de 
energia da edificação em 50% em relação ao consu-
mo médio de energia de edificações semelhantes em 
sua região. Para demonstrar o cumprimento da meta, é 
possível utilizar desde uma lista simples de estratégias 
de projeto de baixo consumo de energia até um mode-
lo energético simples do projeto feito em um software 
fácil de usar, como o Energy-10 ou o eQUEST (Figuras 
1-8A, B e C). Aprender a usar as ferramentas de infor-
mática que avaliam o desempenho energético da edi-
ficação antes de se formar deve estar entre os objetivos 
de todos os estudantes de arquitetura e engenharia.
No nível profissional, o estabelecimento de metas 
de desempenho e a avaliação do projeto devem fazer 
parte de um processo mais rigoroso. No âmbito do pro-
jeto de edificações, muitas associações profissionais 
estipularam padrões para as práticas recomendadas.
A ASHRAE (American Society of Heating, Refri-
gerating, and Air-Conditioning Engineers) criou um 
padrão de uso energético conhecido como ASHRAE 
90.1, que é atualizado periodicamente; a atualização 
mais recente data de 2007.
Os Padrões Energéticos de Edificações do Título 
24 [Title 24 Building Energy Standards]3, do Estado da 
Califórnia, estabelecemexigências para novas edifica-
ções e projetos de reforma dentro do estado. As exi-
gências tanto do ASHRAE 90.1 como do Título 24 va-
riam de acordo com a região. Os objetivos gerais em 
termos de consumo de energia devem se relacionar 
com os padrões preexistentes, exigindo, por exem-
plo, um desempenho energético 50% superior ao do 
ASHRAE 90.1-2005 ou do Título 24-2008.
No nível profissional, é importante fazer a modela-
gem das opções para a tomada de decisões bem emba-
sadas. Isso permite uma melhor compreensão das in-
terações entre os sistemas da edificação e entre outros 
elementos de um projeto sustentável, como o uso de 
recursos pelos materiais e a qualidade do ar interno.
No caso tanto de estudantes como de profissio-
nais, o objetivo deve ser maximizar a eficiência dos 
sistemas da edificação, buscando interações comple-
mentares que reduzam o lixo e os efluentes – usando, 
por exemplo, a capacidade térmica residual de um 
sistema para pré-aquecer outros. No nível profissio-
nal, isso envolve usar equipamentos extremamente 
SOL
ALTO
NO VERÃO, VENTOS
QUENTES E ÚMIDOS DA
DIREÇÃO SUDOESTE
NO INVERNO,
VENTOS FRIOS DA
DIREÇÃO NORDESTE
RUÍDOS E
POLUIÇÃO VINDOS
DA ESTRADA
Figura 1-7 Croqui do Centro de 
Ciências de Istambul que ajuda os 
projetistas a compreender os pa-
drões eólicos do terreno e o percurso 
aparente do sol, já que os dois fatores 
afetarão as decisões de projeto.
3 California Energy Commission, 2008 Building Energy Effi-
ciency Standards for Residential and Nonresidential Buildings, 
CEC-400-2008-001-CMF (Sacramento, CA: California Energy Com-
mission, December 2008).
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Capítulo 1 O Processo de Projeto Integrado de Edificações 23
eficientes, dimensionar os sistemas de modo adequa-
do e incorporar energias renováveis assim que os de-
mais sistemas forem aprimorados.
Recursos: a água e as matérias-primas 
da construção de edificações
Como ocorre com todas as decisões sustentáveis, con-
siderar o uso de recursos desde o início é essencial 
para um projeto sério. Nos Estados Unidos, a indústria 
da construção civil responde por 40% de todo o con-
sumo de matérias-primas (3 bilhões de toneladas por 
ano)4. Assim, é essencial o aproveitamento consciente 
da água e do solo, bem como dos recursos de minera-
ção e extrativismo.
Figura 1-8 a-c Telas ilustrativas do 
software de avaliação do consumo 
de energia eQUEST, disponível online 
em http://www.doe2.com/equest/.
(a)
(b)
4 N. Lenssen and D. M. Roodman, “Paper 124: A Building Revolu-
tion: How Ecology and Health Concerns are Transforming Cons-
truction,” Worldwatch (1995),Worldwatch Institute.
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24 Fundamentos de Projeto de Edificações Sustentáveis
Para utilizar os recursos com inteligência, é preci-
so maximizar seu potencial a fim de aumentar a efi-
cácia e a eficiência e reduzir ou “eliminar o concei-
to de desperdício” por completo, conforme William 
McDonough e Michael Braungart propuseram em The 
Hannover Principles.5 Algumas culturas usam os ani-
mais por inteiro – do focinho ao rabo e do bico à gar-
ra – para fins de alimentação e vestimenta; devemos 
fazer o mesmo com as árvores, o granito e os recursos 
ameaçados e superexplorados, utilizando todo o seu 
potencial de maneira criteriosa.
A outra faceta do uso de recursos exige que se 
entenda o equilíbrio natural e se evite interferir nele 
durante a extração dos mesmos. Neste momento, a 
realidade incômoda do projeto integrado permite que 
determinemos prioridades, meios-termos e opções. As 
Figuras 1-9 e 1-10 mostram os resultados das práticas 
de manejo florestal sustentáveis em relação às não 
sustentáveis.
É necessário examinar os recursos, materiais, pro-
dutos e sistemas, incluindo suas vidas úteis, para im-
plantar o projeto integrado completamente. Estamos 
enfrentando uma crise devido às mudanças climáticas 
e aos impactos associados, como a redução de radia-
ção solar na Terra e a escassez de água. Temos de lidar 
com uma tarefa planetária monumental: tentar equili-
brar a energia, as emissões e os fluxos de água.
Como arquitetos e projetistas, podemos abordar 
tais questões na escala local e de maneira menos gran-
diosa, projetando edificações sustentáveis; além de vi-
ável, essa tarefa tem efeitos cumulativos significativos.
A água
As edificações usam 12,2% de toda a água potável, ou 
seja, 57 trilhões de litros por ano, nos Estados Unidos.6
Nos capítulos a seguir, discutiremos estratégias es-
pecíficas para reduzir o consumo de água durante a 
construção e a ocupação, e também para aproveitar a 
água não potável e a água da chuva coletada em usos 
Figura 1-8 a-c Continuação.
(c)
Re
flo
re
sta
me
nto
Ar
tifi
cia
l e
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u n
atu
ral
Me
lho
res
 pr
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ica
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e 
m
an
ej
o
Estética do
habitat
Recreação,
toras e polpa
de madeira
Toras e
madeira serrada
Queimadas
prescritas para
preservação da
biodiversidade
Tratamento intermediário
Desmatamento controlado e recuperação
Ex
tra
tiv
ism
o
Conservação do solo e da água
Preparação do terreno
Figura 1-9 Técnicas para o extrativismo responsável de recursos.
5 William McDonough & Michael Braungart, The Hannover Principles, 
Design for Sustainability, Edição do 10º Aniversário, encomendada 
para ser o manual de projeto oficial da EXPO 2000, William McDo-
nough + Partners, McDonough Braungart Design Chemistry, 2003.
6 Dados fornecidos pelo Serviço Geológico dos Estados Unidos 
[United States Geological Service] (1995).
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Capítulo 1 O Processo de Projeto Integrado de Edificações 25
que não sejam o consumo humano. As águas pluviais 
coletadas devem ser aproveitadas, conforme descre-
vemos na Figura 1-11.
Como arquitetos e projetistas, devemos pensar 
em soluções construídas, como sistemas de armaze-
nagem de água, sejam elas naturais ou humanas, e 
em soluções de tratamento de água no terreno e na 
própria edificação. Para fins de projeto integrado, as 
estratégias de conservação de água giram em torno do 
lançamento de esgoto, da preservação da paisagem e 
do manejo dos recursos hídricos.
O lançamento de esgoto. As edificações sustentáveis 
influenciam o projeto integrado de maneira significa-
tiva no que se refere à água, pois têm condições de 
reduzir a quantidade de água potável necessária para 
descartar os dejetos humanos. A reciclagem das águas 
fecais e servidas é uma estratégia de conservação da 
água potável (Figura 1-12).
Outra maneira de reduzir o consumo de água po-
tável é fazer o projeto hidrossanitário de acordo com 
a demanda dos usuários. Essa abordagem envolve 
Figura 1-10 Técnicas de extrativismo destrutivo de recursos.
A ÁGUA PLUVIAL É COLE TADA TR ATADA ARMAZENADA DISTRIBUÍDA
A ÁGUA INGRESSA NO SISTEMA PLUVIAL
A ÁGUA É TRATADA
IRRIGAÇÃO
PARA O
ESGOTO
LAVAGEM DE AUTOMÓVEIS
BACIAS SANITÁRIAS
PARA O
SISTEMA
DE ÁGUAS
PLUVIAIS
A ÁGUA FICA EM RESER VATÓRIOS
ATÉ QUE SE JA PRECISO USÁ-LA
A ÁGUA É ARMAZENADA
EM BACIAS
A ÁGUA PLUVIAL É
COLE TADA DAS COBER TURAS,
RUAS E PASSEIOS
Figura 1-11 Sistema de coleta de águas pluviais no nível comunitário, na Nova Zelândia.
Sistema aprovado pelo Departamento de Saúde
de Nova Gales do Sul (Austrália)
Este sistema é usado para tratar águas servidas, água 
do banho, água dos lavatórios e água da máquina de 
lavar roupa, até se atingir os padrões estabelecidos 
pelo Departamento de Saúde para a reciclagem e o 
reuso na descarga de bacias sanitárias, na lavagem de 
automóveis, na irrigação de jardins e até em 
máquinas de lavar roupa.
a água reciclada vai para a residência
irrigação do jardim e lavagem
dos automóveis
linhas de conexão da caixa de controle
ladrão para o esgoto
do banheiro e da cozinha para o esgoto
águas servidas do banheiro e da lavanderia
Figura 1-12 As águas servidas provenientes de banheiras, chuveiros, pias e da lavagem de roupa podem sertratadas e reutilizadas na descarga 
de bacias sanitárias e na irrigação dos jardins.
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26 Fundamentos de Projeto de Edificações Sustentáveis
o cálculo de diversos fatores utilizando um cenário 
de projeto básico ou padrão e propondo um caso de 
projeto com o qual se possa compará-lo. Trata-se de 
um exercício de modelagem que, consequentemente, 
pode ser usado como uma ferramenta de projeto. Para 
fazer modelos que visem à redução do uso de água 
potável no lançamento de esgoto, é preciso conside-
rar os seguintes fatores:
A ocupação, ou seja, quantas pessoas utilizam a •
edificação e em quais horários elas estão presentes.
A frequência do uso. •
Os tipos de aparelhos hidrossanitários. •
A preservação da paisagem. As equipes de projeto 
têm condições de projetar visando à redução signifi-
cativa do uso de água nos jardins e, ao mesmo tempo, 
à diminuição do consumo de água potável no interior 
da edificação. Novamente, recomendamos a compa-
ração entre cenários simples, a partir da modelagem 
de pressupostos consistentes sobre o clima e a paisa-
gem, para obter a eficiência da irrigação. Para a mo-
delagem das questões referentes à paisagem, é preciso 
considerar os seguintes fatores:
Os tipos de vegetação (adaptação ao clima, espécies •
nativas, xerojardinagem, evitar-se a monocultura)
Os sistemas de irrigação •
O controle da erosão •
O manejo das águas pluviais •
Os recursos hídricos. Evidentemente, o controle do 
consumo de água é apenas um dentre os vários aspec-
tos envolvidos na maximização da eficácia no uso da 
água; os outros são a boa gestão dos recursos hídricos 
e até a possibilidade de produzir água própria para 
uso, seja por meio de tecnologias de tratamento ou da 
dessalinização. Os métodos para controlar o consu-
mo de água incluem:
A coleta e a armazenagem das águas pluviais •
O tratamento das águas fecais ( • in loco e integrado 
às edificações)
A utilização das águas servidas municipais •
As tecnologias futuras, como a dessalinização e a •
reciclagem da água para torná-la potável
A fim de proteger e gerir os recursos hídricos exis-
tentes, também é possível desenvolver programas 
educativos de conservação da água voltados para os 
usuários das edificações. Será necessário repensar os 
métodos históricos de manejo do abastecimento de 
água, do seu uso comunitário e da sua distribuição.
As matérias-primas da construção
Nos capítulos a seguir, discutiremos alguns exemplos 
de recursos. Existem vários tipos de recursos, incluin-
do os vivos e os não vivos, como metais, minerais, 
óleos e madeira; os recursos energéticos renováveis, 
como a energia das marés, dos ventos e do sol; além 
de outros recursos renováveis e não renováveis.
No caso de edificações, as matérias-primas são 
tratadas diretamente nas categorias de recursos vivos 
e não vivos, embora os recursos energéticos renová-
veis também façam parte de seus ciclos de vida.
Especificar os materiais de construção é essencial 
para projetar edificações sustentáveis. Fazer perguntas 
sobre a vida útil dos produtos é uma boa maneira de 
aprender sobre a variabilidade, a utilidade e a con-
tribuição dos materiais para a degradação do meio 
ambiente. (A seleção dos materiais será discutida em 
outro capítulo.)
Durante o processo de projeto integrado, os ar-
quitetos e demais projetistas devem reunir dados so-
bre os materiais e produtos que desejam especificar 
para então criar uma edificação eficiente em termos 
de recursos, utilizando os materiais de mineração e 
extrativismo com inteligência. O projetista deve se in-
formar a respeito dos seguintes fatores relacionados 
aos produtos:
a embalagem •
a energia incorporada •
o conteúdo reciclado •
a possibilidade de reciclagem, de reuso e de recu- •
peração
a produção de lixo •
o processo de fabricação em circuito fechado; •
a durabilidade e a vida útil •
a proporção de recursos renováveis e não renová- •
veis em cada produto
Os bancos de dados e sistemas de avaliação de 
materiais, como o Pharos (Figura 1-13), que serão 
discutidos no capítulo dedicado aos materiais susten-
táveis, facilitam enormemente a pesquisa que funda-
menta as melhores escolhas ambientais.
A qualidade do ar e do ambiente internos
A qualidade do ambiente interno inclui várias ques-
tões relacionadas ao conforto dos usuários e à quali-
dade do espaço de trabalho ou habitação: a tempera-
tura, a umidade, o ofuscamento, a acústica, o acesso 
à luz natural, a eficiência da circulação do ar através 
dos espaços utilizados e a qualidade do ar interno 
propriamente dito. Os próprios usuários podem lidar 
com muitas dessas preocupações, contanto que os sis-
temas das edificações sejam criativos o bastante para 
permitir que as pessoas controlem os ambientes.
A qualidade do ar interno (QAI) deve ser a prin-
cipal preocupação dos projetistas de edificações in-
tegradas, uma vez que o ar interno está diretamente 
relacionado à saúde dos usuários a longo prazo. A 
QAI ruim gera inúmeros problemas, conforme des-
creve a Figura 1-14. Para obter um bom ar interno, é 
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Capítulo 1 O Processo de Projeto Integrado de Edificações 27
preciso reduzir a exposição dos usuários a produtos 
químicos preocupantes (por exemplo, cancerígenos, 
tóxicos do sistema reprodutivo e outras substâncias 
químicas possivelmente prejudiciais à saúde), con-
siderando os quatro elementos da boa QAI durante 
todo o projeto:
O • controle da fonte, que inclui a seleção criterio-
sa dos materiais, acabamentos, móveis e acessó-
rios da edificação; selecione-os de acordo com as 
emissões de compostos orgânicos voláteis (VOCs), 
e não pelo conteúdo.
O • controle da ventilação, que inclui o projeto de 
sistemas que filtrem adequadamente o ar externo 
e o façam circular, ultrapassando as taxas de troca 
de ar mínimas.
A • avaliação da edificação e da qualidade do ar in-
terno, que permite aos engenheiros e construtores 
determinar se os sistemas da edificação estão fun-
cionando de maneira adequada.
A • manutenção da edificação, que envolve a in-
trodução de novos produtos químicos capazes 
de produzir efeitos sinergísticos e de gerar novas 
substâncias químicas preocupantes. Para garantir 
a melhoria contínua da qualidade do ar, é impor-
tante utilizar produtos de limpeza e manutenção 
benignos – e também estabelecer um programa de 
monitoramento de sustentabilidade.
Depois de ler este capítulo, talvez você comece a 
achar que o projeto integrado de edificações é extre-
mamente complicado. Porém, sempre que esse pro-
cesso único é visto como uma maneira inovadora, 
mas consistente, de solucionar desafios de projeto e 
de introduzir o raciocínio sustentável, tanto a prática 
como o resultado dos esforços são benéficos. Este li-
vro apresenta aos estudantes “uma nova arquitetura 
sustentável”, isto é, uma arquitetura capaz de pro-
jetar e produzir ambientes construídos eficientes e 
saudáveis.
EXERCÍCIOS
Memorize três estatísticas fundamentais identi-1. 
ficadas no capítulo e que são capazes de ilustrar 
os efeitos do exaurimento de recursos naturais na 
construção convencional.
Crie um mapa de recursos ambientais para um 2. 
projeto hipotético e determine qual local teria um 
impacto ambiental menor sobre os recursos do en-
torno.
Crie um modelo energético simples com o 3. 
Energy-10, utilizando uma lista de princípios de 
consumo de energia.
Planeje uma equipe de projeto integrado. Como 4. 
as atribuições seriam divididas entre os membros 
da equipe? De quais níveis e fases do projeto cada 
membro participaria?
Em termos de processo de projeto integrado, quais 5. 
seriam as diferenças entre um edifício alto (uma 
“torre”) e uma escola particular de ensino funda-
mental? Quais consultores participariam de cada 
projeto?
Desenvolva um cronograma de reuniões regula-6. 
res em torno de etapas de projeto para seu projeto 
atual de ateliê da faculdade de arquitetura.
MEI
O 
AM
BI
EN
TE
 • 
RE
CU
RS
OS
 NA
TU
RA
IS
SOCIEDADE • COM
UNIDADE
SAÚDE • POLUIÇÃO
1
2
3
Figura 1-13 A “roda” ou “lente” Pharos ilustra três esferas de sustenta-
bilidade: o meio ambiente e os recursos naturais; a sociedade e a comu-
nidade; a saúde e a poluição, classificando os materiais de acordo com 
uma escala visual.
SINTOMAS RELACIONADOS AOS POLUENTES DO AR INTERNO
Dores de cabeça
Tontura
Cansaço
Náuseas
Vômito
Urticária
Irritação nos olhos
Irritação no nariz
Irritação na garganta
Irritações respiratórias
Tosse
Falta de ar
Infecções respiratórias
Asma (piora do quadro)
Reações alérgicas
Câncer de pulmão
Partículas Bioaerossóis Gases
Po
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Figura 1-14 A má qualidade do ar interno pode ter diversos efeitos 
negativos.
Keeler_01.indd 27Keeler_01.indd 27 30.04.10 17:19:2830.04.10 17:19:28
A História dos Movimentos 
Ambientalistas2
Meanwhile, at social Industry’s command,
How quick, how vast an increase! From the germ
Of some poor hamlet, rapidly produced
Here a huge town, continuous and compact,
Hiding the face of earth for leagues – and there,
Where not a habitation stood before,
Abodes of men irregularly massed
Like trees in forests, – spread through spacious 
tracts,
O’er which the smoke of unremitting fires
Hangs permanent, and plentiful as wreaths
Of vapour glittering in the morning sun.
— William Wordsworth, 
The Excursion*
Eu acredito na floresta, na campina, e na noite 
durante a qual o milho cresce.
— Henry David Thoreau, 
Walking
É praticamente impossível fazer justiça à história 
e ao desenvolvimento do movimento ambientalista e 
à emergência das edificações sustentáveis. Estamos 
falando de uma cronologia linear sobreposta a uma 
progressão periódica de vertentes e tendências. Com 
frequência, o desafio de desvendá-las se assemelha 
muito a desenrolar um emaranhado de fios. Alguns 
fios são fáceis de encontrar, mas outros não; e é quase 
impossível localizar o início.
A fim de explicar a interdependência do movi-
mento ambientalista e das edificações sustentáveis, 
devemos considerar vários fatores concomitantes:
A tenacidade e a dedicação dos principais líderes •
internacionais para aprovar leis globais, negociar 
tratados e criar planos de ação com o intuito de 
proteger o meio ambiente.
A história do movimento ambientalista como algo •
global, e não regional.
A necessidade de criar nomes e marcas para iden- •
tificar as principais tendências.
A identificação de caminhos abrangentes e con- •
cisos até o presente, focando naqueles que mais 
influenciaram o desenvolvimento das edificações 
sustentáveis.
A compreensão do assunto de modo temático e •
não cronológico.
Para tanto, este capítulo discute os seguintes temas:
As origens: os temas convergentes •
As origens no povo: os líderes precursores •
Os dois grandes catalisadores: a Revolução Indus- •
trial e a revolução química moderna
O prelúdio dos movimentos de conservação e pre- •
servação
As trajetórias que acompanham o movimento am- •
bientalista: a conservação versus a preservação e 
Emerson e Thoureau
O movimento ecológico •
O ambientalismo internacional moderno •
A emergência das edificações sustentáveis •
A história do ambientalismo é um campo de es-
tudo abrangente, visto que ele consiste em um mo-
vimento complexo cujas fontes são sociais, políticas 
e científicas. Como procura dar uma visão geral do 
assunto, este capítulo fornece somente um esboço 
dos temas ambientalistas que mais se sobrepõem e se 
interconectam. Aconselhamos os alunos a prosseguir 
com as leituras suplementares sugeridas no final do 
capítulo.
* N. de T.: Tradução livre – A Excursão: Enquanto isso, sob o coman-
do da Indústria social, / Que rápido, que enorme crescimento! Do 
germe / De um vilarejo miserável qualquer, rapidamente produzido 
/ Aqui está uma cidade enorme, contínua e compacta, / Escondendo 
a face da terra por ligas e ligas – e lá, / Onde não havia sequer uma 
habitação, / Moradias de homens reunidas de modo irregular / Como 
árvores nas florestas, – espalhadas em campos espaçosos, / Sobre as 
quais a fumaça de chaminés incansáveis / Paira permanente, abun-
dante como grinaldas / De vapor cintilante no sol da manhã.
Keeler_02.indd 28Keeler_02.indd 28 30.04.10 17:20:1630.04.10 17:20:16
Capítulo 2 A História dos Movimentos Ambientalistas 29
AS ORIGENS
As origens do movimento das edificações sustentáveis 
não advêm de um único evento, pelo contrário, se de-
vem aos efeitos cumulativos de marcos convergentes, 
cujas raízes remontam aos primórdios da humanida-
de. Para acompanhar seu desenvolvimento, precisa-
mos, primeiramente, analisar o advento da consciên-
cia ambiental.
Nossos ancestrais eram muito apegados ao meio am-
biente, já que sua sobrevivência dependia dele. Eles uti-
lizavam os recursos naturais disponíveis para criar abri-
gos, caçar e, posteriormente, cultivar a terra e viajar.
Ainda que os meios fossem grosseiros e o dia a dia 
fosse simples, os recursos naturais eram abundantes 
em relação ao tamanho e à densidade da população. É 
fácil simplificar e romantizar esse período, pressupon-
do um equilíbrio confortável entre os primeiros huma-
nos e o planeta, mas a destruição do meio ambiente, 
assim como a tradição de habitar uma área reduzida, 
também faz parte dos primórdios da sustentabilidade. 
Os primeiros humanos não fugiram à regra.
Aprendemos, desde o início da humanidade, a 
exaurir os recursos naturais abundantes dos quais dis-
pomos, e esse comportamento permeia toda a histó-
ria da humanidade – frequentemente com o desapa-
recimento de comunidades. No livro Collapse: How 
Societies Choose to Fail or Succeed (Colapso: Como 
as Sociedades Escolhem entre o Fracasso e o Sucesso) 
(2005), Jared M. Diamond cita o caminho quíntuplo 
que resultou na desintegração de determinadas socie-
dades, sendo que uma de suas facetas é a degradação 
do meio ambiente. O esgotamento dos recursos na-
turais está entre os fatores que levaram ao colapso de 
diversas sociedades primitivas. Como o autor defende 
em seu livro, o desaparecimento das culturas primiti-
vas advém de cinco causas inter-relacionadas: danos 
ambientais, mudanças climáticas, vizinhos hostis, par-
ceiros comerciais amigáveis e as respostas humanas a 
tais eventos. Os moradores da Ilha de Páscoa, os ana-
sazis e os maias são algumas das tragédias culturais 
primitivas estudadas por Diamond.1
Os estudiosos acreditam que, ao longo da his-
tória, desastres naturais e outros tipos de destruição 
ambiental em diferentes escalas, junto com eventos 
climáticos extremos e suas consequências, têm dado 
forma às sociedades e ao meio ambiente.
O cientista Nick Brooks afirma que as mudanças 
climáticas graduais são parcialmente responsáveis 
pelo surgimento das civilizações e culturas de adapta-
ção; ele acrescenta, porém, que desastres ambientais 
repentinos não permitiram que determinadas culturas 
se adaptassem ao ambiente mutável – o que conhece-
mos como “capacidade de adaptação”.2
A incapacidade de se preparar e se adaptar aos 
efeitos das mudanças climáticas nos biossistemas, na 
disponibilidade de alimentos e nos padrões climáticos 
decorre da resposta humana ineficaz que Diamond 
descreve em seu livro. A destruição do meio ambiente 
é consequência de tal incapacidade.
Além de ter sido uma das principais causas do de-
saparecimento das culturas primitivas, a destruição do 
meio ambiente continua sendo uma ameaça para a 
vida contemporânea. O período em que vivemos forne-
ce inúmeros exemplos de tal destruição: a extinção de 
espécies, a destruição das florestas tropicais, a carência 
de plantações, a exaustão do solo, a pesca e as práticas 
florestais irresponsáveis,

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