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DEPILAÇÃO A LASER 2 Autor(a): Uol Cursos/ Ciatech DEPILAÇÃO A LASER 1ª Edição SÃO PAULO UOL CURSOS TECNOLOGIA EDUCACIONAL LTDA. CIATECH TECNOLOGIA EDUCACIONAL LTDA. 2022 3 ISBN: 978-85-8241-075-2 Todos os direitos desta edição são reservados a UOL Cursos Tecnologia Educacional ltda. e Ciatech tecnologia educacional ltda. É proibida a reprodução total ou parcial por quaisquer meios, sem autorização escrita da empresa. CIATECH TECNOLOGIA EDUCACIONAL LTDA./ UOL CURSOS TECNOLOGIA EDUCACIONAL LTDA. Al: Barão de Limeira, 425 – 7º andar 01202-000 São Paulo - SP www.crescabrasil.com.br/ www.portaleducacao.com.br http://www.crescabrasil.com.br/ http://www.portaleducacao.com.br/ 4 Sumário INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA DEPILAÇÃO A LASER .......................................................... 7 SISTEMA TEGUMENTAR ........................................................................................................... 8 PELE ............................................................................................................................................. 9 Epiderme ................................................................................................................................... 10 15 ................................................................................................................................................ 13 DERME ....................................................................................................................................... 13 ANEXOS DA PELE ..................................................................................................................... 18 ESTUDO DA UNIDADE PILOSSEBÁCEA ................................................................................. 19 TIPOS DE PELOS ....................................................................................................................... 24 CICLO DE CRESCIMENTO PILOSO .......................................................................................... 28 Fase Catágena ........................................................................................................................... 30 Fase Telógena ........................................................................................................................... 31 CLASSIFICAÇÃO DOS FOTOTIPOS CUTÂNEOS (ESCALA DE FITZPATRICK) .................. 32 DISFUNÇÕES RELACIONADAS À UNIDADE PILOSSEBÁCEA.............................................. 38 HIPERTRICOSE ......................................................................................................................... 39 FOLICULITE ............................................................................................................................... 40 FURÚNCULO .............................................................................................................................. 42 TRICORREXE NODOSA ............................................................................................................ 43 CONCEITOS DE DEPILAÇÃO E EPILAÇÃO ............................................................................. 44 DEPILAÇÃO E PROCESSOS DEPILATÓRIOS ......................................................................... 45 Lâmina ....................................................................................................................................... 45 Cremes depilatórios ................................................................................................................ 46 Aparelhos elétricos que não eliminam a raiz .................................................................... 47 Depilação a linha ou fio .......................................................................................................... 48 Cera quente e fria .................................................................................................................... 49 Cera quente ............................................................................................................................... 50 Cera fria ..................................................................................................................................... 50 Pinça ........................................................................................................................................... 51 5 Métodos para epilação definitiva (epilação permanente) .............................................. 52 HISTÓRICO DO DESENVOLVIMENTO DO LASER ................................................................ 57 FUNDAMENTOS FÍSICOS DO LASER ...................................................................................... 60 AMPLIFICAÇÃO POR EMISSÃO ESTIMULADA DE RADIAÇÃO .......................................... 62 CARACTERÍSTICAS DA LUZ LASER........................................................................................ 63 CONSTITUIÇÃO DO EQUIPAMENTO DE LASER ................................................................... 64 CLASSIFICAÇÃO E NOMENCLATURA DO LASER ................................................................. 65 MODOS DE EMISSÃO DO LASER ............................................................................................ 66 MECANISMOS DE AÇÃO DO LASER ........................................................................................ 67 EFEITOS GERAIS DO USO DO LASER ..................................................................................... 72 EFEITOS BIOQUÍMICOS ........................................................................................................... 72 EFEITOS BIOELÉTRICOS ......................................................................................................... 72 EFEITOS BIOENERGÉTICOS .................................................................................................... 72 EFEITOS BIOESTIMULATIVOS ............................................................................................... 72 ESTÍMULO A MICROCIRCULAÇÃO ......................................................................................... 73 TIPOS DE LASER USADOS PARA DEPILAÇÃO DEFINITIVA ............................................... 73 LASER RUBI DE PULSO LONGO (694nm) ............................................................................. 74 LASER DIODO DE PULSO LONGO (810nm) ......................................................................... 76 LASER ND: YAG DE PULSO LONGO (1064NM) .................................................................... 78 LUZ INTENSA PULSADA (IPL): USO EM EPILAÇÃO ............................................................ 81 SEGURANÇA PARA O USO DO LASER .................................................................................... 85 SELEÇÃO DO PACIENTE, INDICAÇÕES E CONTRAINDICAÇÕES ........................................ 88 PACIENTE IDEAL ...................................................................................................................... 89 INDICAÇÕES .............................................................................................................................. 90 CONTRAINDICAÇÕES ............................................................................................................... 90 MODOS DE OPERAÇÃO E PARÂMETROS DE TRATAMENTO ............................................ 90 Laser visível .............................................................................................................................. 91 Laser Invisível ..........................................................................................................................92 TEMPO DE DURAÇÃO .............................................................................................................. 92 ANAMNESE ................................................................................................................................ 93 6 Identificação do paciente ....................................................................................................... 94 Coleta da história clínica geral e depilatória ..................................................................... 94 Exame Físico ............................................................................................................................. 94 Classificação da pele ............................................................................................................... 95 Inspeção .................................................................................................................................... 95 Palpação .................................................................................................................................... 95 Temperatura ............................................................................................................................ 96 PROTOCOLO PARA APLICAÇÃO DE LASER PARA EPILAÇÃO ........................................... 97 ANAMNESE ................................................................................................................................ 97 TERMO DE CONSENTIMENTO PARA DEPILAÇÃO COM LASER ...................................... 101 ORIENTAÇÕES GERAIS AO TRATAMENTO ........................................................................ 102 Teste prévio ............................................................................................................................ 103 Recursos relacionados ao alívio da dor ............................................................................ 104 ORIENTAÇÕES PÓS-TRATAMENTO .................................................................................... 104 PRECAUÇÕES NO USO DO LASER ........................................................................................ 105 RESULTADOS DE DEPILAÇÃO DEFINITIVA ....................................................................... 105 COMPLICAÇÕES E REAÇÕES ADVERSAS ............................................................................ 108 GLOSSÁRIO .............................................................................................................................. 110 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................... 115 7 INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA DEPILAÇÃO A LASER Olá, seja bem-vindo (a) ao Curso de Depilação a Laser. Nosso objetivo é trazer a você informações importantes em relação a essa técnica que ganhou destaque nos últimos anos tornando-se uma interessante ferramenta de trabalho para os profissionais que atuam na área de medicina estética e afins. Olá, seja bem-vindo (a) ao Curso de Depilação a Laser. Nosso objetivo é trazer a você informações importantes em relação a essa técnica que ganhou destaque nos últimos anos tornando-se uma interessante ferramenta de trabalho para os profissionais que atuam na área de medicina estética e afins. Cada vez mais, no mundo moderno, buscam-se soluções rápidas e seguras para resolver situações corriqueiras do dia a dia. Múltiplas funções se acumulam e sobra pouco tempo para nos dedicarmos ao embelezamento pessoal. Dentro desse contexto, a depilação a laser definitivamente ganhou papel de destaque. Comparativamente a métodos depilatórios temporários que são dolorosos, demorados e muitas vezes pouco higiênicos (ceras, lâminas, espumas depilatórias), o laser proporciona resultados eficazes, seguros e relativamente permanentes para remover pelos de diversas partes do corpo e face (sobrancelhas, buço, bochecha, queixo, pescoço, seios, abdomem, virilha, coxas, axilas, entre outros). O laser pode ser utilizado em todos os tipos de pele, sem muita dor e com resultados garantidos, reduzindo aproximadamente 80% dos fios na região tratada. Existem vários tipos de equipamentos. Entre eles podem ser citados: o Laser Diodo; o Laser Nd: Yag; o Laser Soprano XL, entre outros. As características destes equipamentos serão detalhadas nos módulos seguintes. Para que você entenda perfeitamente como funciona o processo de depilação a laser é importante conhecer detalhadamente os componentes anatômicos do sistema tegumentar e da unidade pilossebácea. Dessa maneira, você irá compreender como o equipamento consegue agir sobre essas estruturas e remover definitivamente os fios nos locais tratados. 8 SISTEMA TEGUMENTAR O sistema tegumentar ou tegumento é um conjunto de estruturas que envolvem o organismo humano fazendo uma barreira protetora contra agentes externos. Além da função de proteção, o tegumento também é responsável pela regulação da temperatura corporal por meio da produção e excreção do suor e pela produção de substâncias importantes para o nosso organismo, como vitaminas e proteínas. FIGURA 1 -SISTEMA TEGUMENTAR (PELE/HIPODERME/ANEXOS) O sistema tegumentar é formado pela pele (epiderme e derme), pela hipoderme (tela subcutânea) e pelos anexos cutâneos (foliculos pilosos, unhas, glândulas sebáceas e glândulas sudoríparas). 9 PELE A pele, também chamada de cútis, é o principal componente do sistema tegumentar. É considerada um grande órgão de revestimento e proteção do organismo, constituindo aproximadamente 15% do peso corporal total. Reveste praticamente todo o corpo, estando ausente apenas nos orifícios genitais, boca e olhos por onde se estende por intermédio das mucosas. A pele varia em espessura e cor nas diferentes regiões do corpo e de acordo com as características raciais e de idade de cada indivíduo. A pele exerce funções extremamente importantes para o equilíbrio do nosso corpo. O quadro abaixo resume algumas dessas funções: A pele compõe-se por duas camadas principais: a epiderme (mais superficial e composta por tecido epitelial) e a derme (mais profunda e composta por tecido conjuntivo). Barreira entre o organismo e o meio externo; Proteção contra desidratação e radiação UV; Proteção contra traumas mecânicos; Excreção de produtos tóxicos do metabolismo celular (ureia, amônia e ácido úrico); Regulação hídrica (impede a perda ou a entrada excessiva de líquidos); Regulação da temperatura corporal pelo suor (termorregulação); Armazenamento de substâncias (água, açúcares e gorduras); Sensibilidade (a pele possui terminações nervosas para tato, pressão, calor e dor); Imunidade (células epidérmicas são importantes para a imunidade); Regulação metabólica (síntese de vitamina D, essencial para a fixação do cálcio). 10 Epiderme A epiderme é a camada mais superficial da pele. É formada por um tipo de tecido chamado tecido epitelial de revestimento (FIGURA 3). Esse tipo de tecido se caracteriza por possuir células muito próximas entre si, com pouca substância intercelular entre elas e por serem avasculares, ou seja, não possuem circulação sanguínea própria e dependem de tecidos próximos para serem oxigenados e nutridos. A espessura da epiderme varia de acordo com o local do corpo, sendo mais espessa na palma das mãos e na planta dos pés. Tecido epitelial de revestimento Em geral, podemos dizer que a epiderme é formada por cinco camadas ou estratos: córnea, lúcida, granulosa, espinhosa e basal: o Camada córnea: camada mais superficial, formada por células achatadas e mortas que descamam continuamente; o Camada lúcida: camada delgada e fina, ausente nas peles finas; o Camada granulosa: formada porcélulas epiteliais em degeneração; o Camada espinhosa: formada por células de aspecto espinhoso com importante função na coesão das células da epiderme; o Camada basal: camada mais profunda, responsável pela renovação da epiderme. Fornece células para substituir as células perdidas na camada córnea. 11 Camadas da epiderme A principal célula da epiderme é o queratinócito que realiza a produção de queratina. 12 Queratinócitos (células típicas da epiderme) Os queratinócitos são formados na camada mais profunda da epiderme (camada basal) e depois de formados são empurrados em direção à camada córnea. Para que um queratinócito da camada basal atinja a camada cónea, são necessários 21 a 28 dias. Quando os queratinócitos estão em fase inicial de desenvolvimento, ainda na camada basal, são denominados de células germinativas. Quando atingem a camada cónea, são denominados corneócitos. 13 Além dos queratinócitos, na epiderme existem ainda duas importantes células: o melanócito, que sintetiza e secreta a melanina, um dos pigmentos responsáveis pela coloração da pele e as células de Langerhans, que exercem função de defesa imunitária. A epiderme exerce funções importantes para a pele. O quadro a seguir resume algumas dessas funções: QUADRO 2 – PRINCIPAIS FUNÇÕES DA EPIDERME 15 DERME A derme é a camada mais profunda da pele, situada logo abaixo da epiderme. É formada por um tipo de tecido chamado tecido conjuntivo, ricamente vascularizado e inervado. Esse tipo de tecido se caracteriza por possuir muita substância intercelular e fibras conjuntivas responsáveis pela sustentação e elasticidade da pele. As fibras do tecido conjuntivo são proteínas polimerizadas que formam estruturas alongadas presentes em quantidades variáveis em cada tipo de tecido conjuntivo e podem ser classificadas em três tipos: Proteção contra traumas físicos e químicos; Resistência às forças de tensão à epiderme; Proteção contra entrada de substâncias tóxicas; Proteção dos efeitos nocivos dos raios ultravioletas; Prevenção da desidratação e perda de eletrólitos; Restrição da passagem de corrente elétrica; Proteção contra o encharcamento quando em contato com a água. 14 o Colágenas: constituídas por colágeno. São as mais frequentes no tecido conjuntivo. São grossas e resistentes; o Reticulares: constituídas por colágeno. Sustentam certos órgãos hematopoiéticos (baço e linfonodos) e circundam órgãos epiteliais (fígado e algumas glândulas endócrinas); o Elásticas: constituídas por elastina, conferem elasticidade ao tecido conjuntivo frouxo, complementando a resistência das fibras colágenas. FIGURA 7 – TECIDO CONJUNTIVO A derme é formada por duas camadas: camada papilar (parte mais externa da derme que está em contato direto com a epiderme) e camada reticular (mais profunda e que constitui a parte principal da derme). FIGURA 8 – CAMADAS DA DERME - Derme: camada papilar (DP) e camada reticular (DR) 15 As principais células da derme são os fibroblastos, responsáveis pela produção de proteínas que dão origem a fibras colágenas e elásticas que proporcionam sustentação e elasticidade para a pele. A derme possui, ainda, inúmeros corpúsculos sensoriais e táteis e terminações nervosas. A derme é ricamente vascularizada, sendo responsável pela nutrição sanguínea da epiderme. O limite entre a epiderme e a derme é bastante irregular. A epiderme projeta cristas em direção à derme, que são acompanhadas pelo tecido conjuntivo da derme (papilas dérmicas). Essa interação entre epiderme e derme ajuda a fixar mecanicamente as camadas da pele. FIGURA 9 – PAPILAS DÉRMICAS Assim como a epiderme, a derme também exerce funções importantes para a pele. O quadro abaixo resume algumas dessas funções: 16 QUADRO 3 – PRINCIPAIS FUNÇÕES DA DERME Logo abaixo da pele está situada a hipoderme ou tela subcutânea que exerce papel de sustentação e reserva energética. HIPODERME (TELA SUBCUTÂNEA) A hipoderme ou tela subcutânea não faz parte da pele, porém está intimamente ligada a ela. É constituída por septos de colágeno, vasos sanguíneos e células adiposas. Além de funcionar como depósito energético, a hipoderme exerce as funções de proteção contra choques, manutenção da temperatura orgânica e modelagem corporal. A hipoderme é formada por duas camadas separadas por uma lâmina fibrosa: a camada areolar (superficial), formada por adipócitos globulares, volumosos, numerosos e delicados vasos sanguíneos; e a camada lamelar (profunda). A camada lamelar aumenta sua espessura (hiperplasia) quando ocorre ganho de peso. Promoção da flexibilidade tecidual; Proteção contra traumas mecânicos; Manutenção da homeostase orgânica; Armazenamento de sangue para eventuais necessidades primárias do organismo; Ruborização quando de respostas emocionais; Segunda linha de proteção contra invasões de microorganismos. 17 HIPODERME (TELA SUBCUTÂNEA) A hipoderme ou tela subcutânea não faz parte da pele, porém está intimamente ligada a ela. É constituída por septos de colágeno, vasos sanguíneos e células adiposas. Além de funcionar como depósito energético, a hipoderme exerce as funções de proteção contra choques, manutenção da temperatura orgânica e modelagem corporal. A hipoderme é formada por duas camadas separadas por uma lâmina fibrosa: a camada areolar (superficial), formada por adipócitos globulares, volumosos, numerosos e delicados vasos sanguíneos; e a camada lamelar (profunda). A camada lamelar aumenta sua espessura (hiperplasia) quando ocorre ganho de peso. Hipoderme 18 ANEXOS DA PELE Os anexos da pele são os pelos, as unhas e as glândulas sebáceas e sudoríparas : o Pelos: originam-se de uma invaginação da epiderme (folículo piloso) e estão distribuídos por quase todo o corpo. Em certas regiões, como nas aberturas do corpo, exercem papel de proteção; o Unhas são lâminas córneas formadas pela camada córnea Em sua extremidade proximal uma estreita prega da epiderme se estende, formando o eponíquo. Possuem coloração rosada; o Glândulas sebáceas: são encontradas anexas aos pelos em todas as regiões do corpo, sendo mais numerosas, mas de menor volume, nas regiões onde os pelos são abundantes. Sua secreção é uma mistura complexa de lipídios cuja função é a lubrificação da pele; o Glândulas sudoríparas: estão distribuídas em todo o corpo e secretam um fluido de cloreto de sódio, ureia, sulfatos e fosfatos que regulam a temperatura corporal. 19 Anexos cutâneos ESTUDO DA UNIDADE PILOSSEBÁCEA Após concluir a revisão do sistema tegumentar, iniciaremos um detalhamento sobre um de seus anexos cutâneos: o pelo. Trata-se, obviamente, do assunto principal do nosso estudo. Afinal, é sobre ele e suas estruturas que atuaremos ao realizar a depilação a laser. O pelo é uma matéria semiviva que recobre determinadas partes do corpo, em maior ou menor quantidade, com função protetora. Quando um ser humano nasce, seu corpo é revestido por cerca de cinco milhões de folículos pilosos. Não são formados folículos adicionais após o nascimento. Estrutura do pelo A função principal dos pelos; como já dissemos, é a de proteção_ Os pelos presentes nas narinas; ouvidos; olhos, axilas; púbis e os cabelos, protegem a pele e o couro cabeludo contra a luz solar; o frio e o calor. 20 Além dessa função fisiológica; no ser humano, pelos e cabelos exercem também importante função Suas alterações muitas vezes influenciamnegativamente a qualidade de vida dos indivíduos. Os pelos originam-se de uma invaginação da epiderme_ Dessa invaginação surgem pequenas estruturas chamadas folículos pilosos. O folículo piloso no pelo em fase de crescimento apresenta uma dilatação terminal, que é o bulbo piloso, e, na sua porção central, uma papila dérmica, que induz o crescimento do pelo. Folículo piloso As células que recobrem a papila formam a raiz do pelo que é constituída por queratinócitos e melanócitos. À medida que os queratinócitos da raiz do pelo se diferenciam, eles vão sofrendo queratinização, incorporando melanina e aflorando na superfície da epiderme. A forma dos pelos depende das fibrilas, que são substâncias formadas por proteínas, que dão força e resistência aos pelos. Se as fibrilas são retas, os pelos são lisos, mas se as fibrilas tiverem a forma de anéis, o pelo será ondulado. 21 Os pelos crescem em níveis diferentes em cada indivíduo e essas alterações estão relacionadas a diversos fatores: características genéticas, idade, sexo, raça, estação do ano, peso corporal, metabolismo, equilíbrio hormonal, uso de medicamentos, entre outros. Um pelo completo é formado por três regiões com diferentes níveis de queratinização: medula, córtex e cutícula. o Medula: porção mais central e pouco queratinizada_ Está presente em pelos maduros. É constituída por uma ou duas camadas de grandes células sem núcleo; o Córtex: camada intermediária que envolve a medula e ocupa a maior parte do pelo. Possui células epiteliais ricas em melanina, responsáveis pela coloração do pelo_ A cor do pelo é relacionada à quantidade de melanina formada duranteseu crescimento e depositada no córtex. Se o pigmento dominante for melanina a corserá preta e se o pigmento principal for à feomêlanina cor será amarela ou vermelha; o Cutícula: camada mais externa e mais queratinizada_ Constituída por células em plaquetas encaixadas como escamas. Não possui pigmento. 22 Pelo completo Perifericamente, o folículo piloso é envolvido pelas bainhas radiculares interna e externa e é separado do tecido conjuntivo da derme por uma membrana basal bem desenvolvida, a membrana vítrea. Na bainha conjuntiva que circunda o folículo piloso, existe o músculo eretor do pelo se fixando, de um lado, na bainha e de outro, na derme. A sua contração provoca o eriçamento do pelo. Detalhamento da microestrutura do pelo 23 Lâminas da microestrutura do pelo O pelo é uma estrutura semiviva que recobre o corpo e exerce a função de proteção da pele e do couro cabeludo contra a luz solar, o frio e o calor. Ele surge de uma invaginação da epiderme denominada folículo piloso. Quando o pelo está em crescimento, o folículo apresenta uma dilatação terminal chamada bulbo piloso e na sua porção central, uma papila dérmica, que induz o crescimento do pelo. As células que recobrem a papila formam a raiz do pelo. O formato dos pelos depende das fibrilas que dão força e resistência aos pelos. Um pelo completo é formado por três regiões: medula (porção mais central e pouco queratinizada); córtex (camada intermediária que envolve a medula e ocupa a maior parte do pelo) e cutícula (camada mais externa e mais queratinizada). Perifericamente, o folículo piloso é envolvido pelas bainhas radiculares interna e externa. Nessa bainha existe o músculo eretor do pelo que provoca seu eriçamento. 24 TIPOS DE PELOS Existem diversos tipos de pelos que, em épocas diferentes, recobrem o corpo humano: lanugem, vêlus e o pelo terminal. - Lanugem: é o pelo que cobre o feto, e desaparece após o nascimento. É delgado e macio. Vernix caseoso É produzido pelos folículos fetais e se desprende no útero entre o sétimo e o oitavo mês de gestação ou logo após o nascimento. Ao nascer o bebê apresenta uma camada de gordura e resíduos de lanugem denominada vernix caseoso; VERNIX CASEOSO: MISTURA DE SEBO GORDUROSO E LANUGEM QUE RECOBRE O CORPO DO RECÉM-NASCIDO 25 Velus: é o pelo que substitui a lanugem após o nascimento. É macio, fino (<0,1 mm), curto (< 2 cm) e pouco pigmentado. Pode ser encontrado normalmente nas faces das mulheres ou na área de calvície dos homens; Velus Pelo terminal: é o pelo que substitui o velus. É mais comprido (> 2cm), mais grosso (até 0,6 mm), pigmentado, visível e medulado. Encontrado nas axilas, regiões pubianas, pernas, sobrancelhas, cílios, barba, bigode e cabelos do couro cabeludo. Dentre todas as regiões que possuem pelos terminais e que; portanto, podem ser depiladas, a axila e a virilha são as mais solicitadas, sobretudo, pelas mulheres. No homem, a depilação é mais comum na região do tórax e abdômen Daí a importância de conhecermos um pouco mais sobre as características dos pelos dessas regiões. Pelos axilares: pelos presentes na parte interna da axila, popularmente denominada como “sovaco”. Como a maioria dos outros pelos, surge na puberdade e seu crescimento é concluído até o final da adolescência. Exercem função sexual, pela liberação de feromônios, servem de acolchoamento "antiatrito" entre a parte superior do braço e tórax e mantém a umidade longe da pele, impedindo a colonização bacteriana. Pelos púbicos (pubianos): pelos grossos localizados na região frontal da pelve, acima e à volta dos órgãos sexuais masculino e feminino. Sua função no ser humano é a proteção dos órgãos sexuais contra o frio. Uma função secundária é o estímulo pelo atrito durante o ato sexual. 26 Pelos terminais axilares e pubianos Pelos abdominais: antes da puberdade, o abdômen de meninos e meninas é coberto por uma fina camada de pelo. Em resposta aos crescentes níveis de hormônios durante e após a puberdade começam a surgir pelos mais grossos, longos e escuros no abdômen, principalmente nos meninos. 27 Resumindo... Existem diversos tipos de pelos que, em épocas diferentes, recobrem o corpo humano: lanugem (pelo que cobre o feto, e desaparece após o nascimento); vêlus (pelo que substitui a lanugem após o nascimento e que também pode ser encontrado nas faces femininas ou nas áreas de calvície em homens) e o pelo terminal (pelo mais comprido, mais grosso e pigmentado, encontrado nas axilas, pubis, pernas, sobrancelhas, cílios, barba, bigode e cabelos). Dentre todas as regiões que possuem pelos terminais (podem ser depiladas), a axila e a virilha são as mais solicitadas por mulheres e a região do tórax e abdomem por homens. 28 CICLO DE CRESCIMENTO PILOSO Os pelos não crescem continuamente. Há uma alternância de fases de crescimento e repouso que dura um período variável de dois a sete anos. A atividade de crescimento cíclico de cada folículo piloso nos humanos é individual. O ciclo dos pelos ocorre um número suficiente de vezes para manter os pelos sempre presentes na maior parte da superfície corporal e do couro cabeludo. A qualquer momento temos uma quantidade de pelos em fases diferentes de repouso, crescimento e de desprendimento. Existem três fases que se sucedem: anágena (crescimento); catágena (repouso); telógena (desprendimento). 29 Ciclo de crescimento piloso Fase Anágena Fase em que o pelo está-se em crescimento. As células dividem-se e queratinizam- se ativamente. O pelo está fixo dentro do folículo, alimenta-se de sangue e cresce. Se for puxado por epilação mecânica nesta fase, a pessoa sente um estímulo doloroso. Neste período, a epilação mecânica só remove o pelo velho e já condenado a cair. O pelo novo que ainda não está formado não é suficientemente comprido, escapa à depilação e obstruio fundo do folículo, não atingindo, desta forma, as células germinativas. Ciclo de crescimento do pelo: fase anágena 30 Fase Catágena Fase em que o pelo está em contato íntimo com as células germinativas. O crescimento já terminou e o pelo está queratinizado e implantado no fundo do folículo. É o período ideal para se realizar a depilação, pois o pelo é arrancado com a bainha epitelial, deixando à mostra a camada germinativa para ser destruída pelo laser. Dura cerca de um ano e 10% dos pelos estão nesta fase. Ciclo de crescimento do pelo: fase catágena 31 Fase Telógena Ciclo de crescimento do pelo: fase telógena Fase em que o enfraquecimento da união entre a base do folículo e o pelo produz sua queda. Nesta fase, nasce um novo pelo dentro do folículo e à medida que cresce, vai empurrando para fora o pelo velho. Dura de três a quatro meses e 5% dos pelos estão nesta fase. Em seguida, os pelos passam por uma fase de repouso e entram novamente na fase anágena, reiniciando o ciclo. A duração destas fases difere entre as regiões do corpo, assim como a taxa de crescimento diária dos pelos (o que caracteriza os diferentes tamanhos dos folículos pilosos),conforme descrito no quadro 4, a seguir. 32 QUADRO 4 - CICLO DO PELO DE ACORDO COM A REGIÃO ANATÔMICA O melhor período para executar-se a depilação definitiva vai desde o momento final da fase anágena até o início da fase catágena. Isso porque neste intervalo de tempo é certo que os pelos estejam em contato direto com suas matrizes germinativas e possam melhor ser atingidos pelo laser. Porém, como nem todos os pelos encontram-se ao mesmo tempo em igual fase de desenvolvimento, não é possível realizar uma depilação definitiva em uma única sessão. CLASSIFICAÇÃO DOS FOTOTIPOS CUTÂNEOS (ESCALA DE FITZPATRICK) Para a realização segura da depilação a laser precisamos conhecer a classificação dos fototipos cutâneos Essa classificação, baseada na reação da pele frente à exposição solar é importante para determinar o nível de risco de manchas na pele associadas à depilação a laser. Para a realização segura da depilação a laser precisamos conhecer a classificação dos fototipos cutâneos Essa classificação, baseada na reação da pele frente à exposição solar é importante para determinar o nível de risco de manchas na pele associadas à depilação a laser. 33 A coloração da pele é dada pelos melanócitos, células presentes na pele, que são responsáveis pela produção de um pigmento chamando melanina. A melanina é a substância que determina a coloração da pele. Todos os indivíduos, independentemente da raça, possuem quantidades semelhantes de melanócitos. O que difere a coloração de brancos e negros é a capacidade de produção de cada um. Negros possuem melanócitos com atividade celular mais acentuada. Como regra geral, peles mais claras quase nunca desenvolvem hiperpigmentações pós-inflamatórias, sendo excelentes candidatas à depilação a laser. Pessoas com peles mais escuras têm possibilidades maiores de desenvolver hiperpigmentação pós-inflamatória. Existem equipamentos específicos para serem utilizados em pessoas morenas. Além disso, pessoas com pele clara e pelos escuros alcançam resultados melhores e mais rápidos ao realizar a depilação a laser devido ao contraste de coloração entre pelo e pele. A escala de Fitzpatrick foi desenvolvida na década de 70 por um médico americano da Escola de Medicina de Harvard. Trata-se de uma classificação para os tipos de pele, baseada na cor da pele e na reação a exposição solar. A pele pode ser agrupada em seis fototipos cutâneos diferentes: o Fototipo l: indivíduo extremamente branco, com pele clara, olhos azuis e cabelos loiros. Podem ser sardentos. Quando expostos ao sol se queimam com muita facilidade e nunca se bronzeiam. Pele considerada muito sensível; o Fototipo II: individuo branco, com pele clara, olhos azuis, verdes ou castanhos claros e cabelos loiros ou ruivos. Quando expostos ao sol se queimam com facilidade e bronzeiam-se muito pouco. Pele considerada sensível; o Fototipo III: individuo moreno claro_ Pode possuir olhos claros ou não, porém sempre com cabelos um pouco mais escuros que o fototipo anterior. Quando expostos ao sol, queimam-se e bronzeiam-se moderadamente. Pele com sensibilidade considerada normal; o Fototipo IV: indivíduo moreno moderado. Possui pele clara ou morena dam, cabelos castanhos escuros e olhos escuros. Quando expostos ao sol queimam-se pouco e bronzeiam-se com facilidade. Pele com considerada normal; 34 o Fototipo V: individuo moreno escuro. Possui pele morena escura, cabelos escuros e cacheados. Quando expostos ao sol raramente se queimam e bronzeiam-se bastante. Pele com sensibilidade considerada baixa (pouco sensível); o Fototipo VI: indivíduo negro. Possui pele e olhos negros. Cabelos negros e crespos (étnicos). Quando expostos ao sol nunca se queimam uma vez que a sua pele é totalmente pigmentada. Pele considerada insensível. Fototipos cutâneos 35 QUADRO 5 — QUADRO RESUMO DA CLASSIFICAÇÃO DE FITZPATRICK 36 Aqui concluímos o primeiro módulo do nosso curso de depilação a laser. Nesse momento você já teve contato com a anatomia e a fisiologia de estruturas envolvidas no processo de desenvolvimento dos pelos e consequentemente também relacionadas ao processo de depilação. Aqui concluímos o primeiro módulo do nosso curso de depilação a laser. Nesse momento você já teve contato com a anatomia e a fisiologia de estruturas envolvidas no processo de desenvolvimento dos pelos e consequentemente também relacionadas ao processo de depilação. Vimos que o sistema tegumentar subdivide-se em três componentes: pele, hipoderme e anexos cutâneos. A pele está subdividida em epiderme (formada por tecido epitelial avascular) e derme (formada por tecido conjuntivo de sustentação e vascularizada). Logo abaixo da pele está a hipoderme, que é uma camada de tecido adiposo (gorduroso). Infiltrados na pele e hipoderme estão os anexos cutâneos (pelos, glândulas sebáceas e sudoríparas e unhas). 37 Vimos também que o pelo é uma matéria semiviva que recobre determinadas partes do corpo com função protetora. Para a depilação, trabalhamos com os pelos terminais que são mais grossos, resistentes e tem maior comprimento. Também são mais pigmentados e localizados em regiões como axilas, região pubiana, pernas, tórax e abdômen masculino, entre outros locais. Como falamos, os pelos do nosso corpo crescem em três fases sucessivas: anágena (fase de crescimento – 85% dos pelos estão nesta fase); catágena (fase em que o crescimento já terminou, sendo o período ideal para se realizar a depilação – 10% dos pelos estão nesta fase) e telógena (fase em que o pelo enfraquece e cai, surgindo um novo pelo – 5% dos pelos estão nesta fase). Finalizando o Módulo I, você aprendeu que para a realização segura da depilação a laser precisamos conhecer a classificação dos fototipos cutâneos para determinar o nível de risco de manchas na pele associadas à depilação a laser. Para tanto, utilizamos a escala de Fitzpatrick que classifica a pele em seis fototipos de acordo com a sua coloração e a reação da pele frente à exposição solar. A pele mais clara possível está agrupada como fototipo I e a mais escura possível como fototipo VI. 38 DISFUNÇÕES RELACIONADAS À UNIDADE PILOSSEBÁCEA Olá, seja bem-vindo (a) ao segundo módulo do Curso de Depilação a Laser. Iremos abordar algumas alterações que acometem o pelo e suas estruturas e estão diretamente ligadas ao processo de depilação. HIRSUTISMOCondição em que ocorre o crescimento excessivo de pelos terminais escuros e grossos em mulheres em locais onde os pelos são comuns em homens (queixo, buço, tórax). Pode manifestar-se de forma isolada ou acompanhada de outros sinais como acne, seborreia, alopécia, hipertrofia do clitóris, aumento da massa muscular, modificação do tom de voz, distúrbios menstruais, infertilidade. Também podem estar associadas alterações metabólicas como aumento das taxas de insulina no sangue. O hirsutismo pode ser genético ou surgir após o aumento dos níveis hormonais pelo uso de anticoncepcionais ou doenças como deficiência enzimática adrenal, tumores, ovários policísticos, entre outras . 39 Presença de pelos na região dos seios Presença de pelos em face feminina HIPERTRICOSE Aumento excessivo no crescimento de pelos (acima do esperado para a idade, sexo e raça do indivíduo). É diferente do hirsutismo, que como vimos, é um excesso de crescimento de pelo na mulher seguindo um padrão de distribuição masculino. A hipertricose pode ser localizada em regiões específicas (ombro, costas, face) ou pode estar no corpo inteiro. A hipertricose pode ser congênita (presente desde o nascimento) ou adquirida: HIPERTRICOSE CONGÊNITA LANUGI...HIPERTRICOSE ADQUIRIDA Hipertricose congênita lanuginosa: Síndrome muito rara, caracterizada por crescimento excessivo de pelos na criança logo ao nascimento. A maior parte do corpo é coberta com pelo tipo lanugem que cresce excessivamente, originando um pelo fino e comprido que permanece durante a vida; 40 Hipertricose FOLICULITE A foliculite é uma inflamação do folículo piloso causada pela contaminação por um tipo de bactéria chamada estafilococos. A invasão bacteriana pode ocorrer espontaneamente ou favorecida pelo excesso de umidade ou suor, raspagem dos pelos ou depilação. Atinge crianças e adultos e pode acontecer em qualquer local onde existam pelos, sendo frequente na barba, em homens, e na virilha, em mulheres. Quando superficial, a foliculite é caracterizada pela formação de pequenas "bolhinhas de pus" (pústulas) com um pelo e discreta vermelhidão ao redor. Em alguns casos não ocorre pus, aparecendo apenas vermelhidão ao redor dos pelos. Quando as lesões são mais profundas, formam-se lesões elevadas e avermelhadas que podem ter um ponto amarelo (pus) no centro. Pode haver dor e coceira no local afetado. Quando as lesões são mais profundas, formam-se lesões elevadas e avermelhadas que podem ter um ponto amarelo (pus) no centro. Pode haver dor e coceira no local afetado. Alguns tipos de foliculite têm características próprias: o Foliculite decalvante: neste caso o processo infeccioso leva à atrofia do pelo, deixando áreas de alopécia que se expandem com a progressão periférica da doença; 41 o Foliculite por Pytirosporum: infecção causada por um fungo chamado Pytirosporum orbiculare. É uma erupção papulopustular discreta que causa coceira localizada principalmente na porção superior de tronco e ombros; o Foliculite superficial: pequena pústula folicular que ao se romper forma uma crosta que não interfere no crescimento do pelo. As lesões são numerosas e normalmente concentram-se no couro cabeludo, pescoço, tronco e nádegas. As lesões podem durar poucos dias ou se tornarem crônicas; o Foliculite da barba: localizada na área da barba, atinge homens adultos, tem característica crônica e, pela proximidade das lesões, pode formar placas avermelhadas, inflamatórias, com muitas pústulas e crostas. Algumas formas de foliculites PSEUDOFOLICULITE Distúrbio inflamatório crônico comum que se evidencia por pápulas inflamatórias na região da barba dos homens, principalmente nos que tem fototipo alto e pelos encaracolados e grossos. Nas mulheres, isso acontece comumente nas regiões pubianas e axilares como consequência da depilação frequente. 42 Pseudofoliculite em barba masculina FURÚNCULO Furúnculo Lesão caracterizada por um nódulo doloroso, vermelho e quente que drena pus causada por infecção do folículo piloso e da glândula sebácea, por estafilococos.Pode surgir em qualquer parte do corpo, exceto na planta do pé, tendo preferência por regiões ricas em pelos e submetidas à fricção e transpiração (pescoço, face, axilas, nádegas e virilha). 43 Ocorre mais em homens, principalmente após a puberdade. O aparecimento pode ser favorecido pelo uso de substâncias gordurosas na pele, pelo uso de roupas justas, que levam à fricção, e por foliculites sequenciais no mesmo local. A bactéria penetra no folículo e causa uma infecção superficial na pele que se dissemina e forma uma lesão amarelada no centro e com contorno avermelhado e endurecido. Há um aumento importante do volume, e a lesão é bastante dolorosa e sensível à compressão. O tamanho do furúnculo depende da profundidade do folículo infectado: quanto mais profunda maior é o furúnculo. Com o tempo, ocorre a destruição da pele que recobre a região central, que rompe espontaneamente e leva à eliminação do material amarelado do centro (tecido necrótico) juntamente com pus. Após o rompimento, a dor desaparece e a ferida tende a cicatrizar e deixar uma marca escura no local. TRICORREXE NODOSA Presença de nódulos em pontos das hastes dos pelos axilares e pubianos pela secreção das fibras por traumas físicos ou químicos. Tricorrexe nodosa 44 TRICOSTASE ESPINULOSA Presença de mais de um pelo por óstio folicular. Apresenta pontos negros no nariz, barba, couro cabeludo e outras áreas do corpo. A retirada pode ser feita por meio de depilação. LEUCOTRICOSE Embranquecimento dos pelos do corpo. Pode ser congênita (vitiligo), adquirida em casos de destruição permanente dos melanócitos da matriz pilosa por processos inflamatórios, exames de RX ou senilidade. CONCEITOS DE DEPILAÇÃO E EPILAÇÃO Desde a antiguidade as mulheres se depilam. Há relatos do Egito antigo de que as mulheres usavam argila, sândalo e mel para retirar pelos da axila, dando origem às técnicas de depilação com cera (cera egípcia). Na Grécia Antiga, foi desenvolvido um instrumento denominado estrigil (varinha de cerca de 30cm com a ponta curva). Nem mesmo os povos primitivos abriram mão da possibilidade de remover seus pelos. Existem registros de que as índias não possuíam pelo pubiano. Em princípio imaginou-se que elas simplesmente tinham nascido sem ele, mas pouco tempo depois se descobriu que, na verdade, elas raspavam os pelos com a espinha do peixe-lixa. Na idade média (idade das trevas), havia uma preocupação muito grande com o pudor, até hábitos básicos de higiene, como tomar banho, eram tidos como pecaminosos. Nessa época, a depilação era totalmente condenada, e quem ousasse tirar seus pelos poderia até mesmo ser acusado de bruxaria ou heresia e pagar com a própria vida a vaidade. A depilação é um dos procedimentos estéticos mais procurados na prática clínica. Além da questão estética, a remoção dos pelos envolve, ainda, critérios de higiene pessoal, adequação aos costumes coletivos atuais e o tratamento de disfunções relacionadas à unidade pilossebácea, como a hipertricose e o hirsutismo, por exemplo. Por conta disso, com o passar dos anos, diversas técnicas depilatórias foram sendo desenvolvidas. 45 São processos com diferentes graus de eficiência, equipamentos ou produtos adaptados a cada necessidade, tipo de pele e de pelo e para cada região do corpo. Cada vez mais, homens e mulheres têm buscado técnicas mais eficazes e rápidas e menos dolorosas para a remoção dos pelos. A remoção de pelos pode ser realizada por dois modos: a depilação e a epilação. A seguir, falaremos sobre cada um desses modos de remoção de pelos. DEPILAÇÃO E PROCESSOS DEPILATÓRIOS ADEPILAÇÃO é a remoção de pelos rente à superfície da pele, não atingindo as porções internas dos folículos pilosos. Os pelos são apenas aparados ou cortados. São tratamentos temporários, geralmente indolores, e que fazem a remoção física dos pelos: raspagem com lâmina ou navalha, cremes depilatórios, aparelhos elétricos, depilação com linha ou fio. Lâmina Depilação com lâmina 46 Método popular e muito conhecido, indolor, que remove os pelos cortando-os pela sua haste, por meio de uma lâmina. Pode ser usada nas pernas, axilas, região pubiana e barba em homens, sempre com cautela para evitar machucados na pele. Existe um mito de que o uso de lâminas engrossa os fios, o que é uma inverdade. O que ocorre é que os pelos crescem sem ponta uma vez que foram arrancados pela sua haste, dando a impressão de estarem mais ásperos. É o método depilatório que gera menos fios encravados. Sua desvantagem é o rápido crescimento dos pelos, uma vez que foram removidos parcialmente, além da alta incidência de foliculite pós-depilação. Cremes depilatórios Produtos elaborados com a finalidade a amolecer os pelos e provocar sua queda. Normalmente tem ação rápida e não causam dor ou desconforto local. Possuem odor característico desagradável, mas existem versões perfumadas que minimizam esse efeito. Podem ocorrer reações alérgicas em pessoas com pele sensível. É recomendável que se realize um teste alérgico em uma pequena área 24 horas antes de realizar a depilação. O produto deve ser aplicado diretamente sobre a pele Deve-se aguardar o tempo de pausa e remover com uma toalha resíduos de produto e os pelos removidos. Seu resultado é temporário e de curta duração, porque assim como as lâminas de barbear, apenas removem a superfície exterior dos pelos. O produto deve ser aplicado diretamente sobre a pele Deve-se aguardar o tempo de pausa e remover com uma toalha resíduos de produto e os pelos removidos. Seu resultado é temporário e de curta duração, porque assim como as lâminas de barbear, apenas removem a superfície exterior dos pelos. 47 Aparelhos elétricos que não eliminam a raiz Aparelho depilatório elétrico Tem ação similar à das lâminas de barbear, removendo o pelo superficialmente, porém agridem menos a pele. São mais caros em relação às lâminas e o tempo de duração da depilação é similar. Não devem ser utilizados em peles machucadas, propensas a irritação ou que tenham sido expostas ao sol. 48 Depilação a linha ou fio Depilação com linha ou fio Também chamada de depilação iraquiana, chinesa ou egípcia. É um método delicado e pouco irritativo que praticamente não agride a pele. Os pelos são removidos fio a fio com uma linha de seda ou de algodão e o efeito da depilação dura cerca de um mês. Indicada para pessoas que apresentaram complicações com outros métodos depilatórios, principalmente no rosto, embora possa ser usado em qualquer região do corpo. É mais eficaz em pelos curtos. A maioria das pessoas submetidas a essa técnica refere que a dor é de intensidade moderada. Trata-se de um procedimento com custo moderado por ser um atendimento demorado. A depilação é a remoção de pelos rente à superfície da pele, não atingindo as porções internas dos folículos pilosos. Os pelos são apenas aparados ou cortados. Entre eles estão: lâmina (método popular e indolor, que remove os pelos cortando- os pela sua haste, por meio de uma lâmina); cremes depilatórios (produtos que amolecem os pelos e provocam sua queda); aparelhos elétricos (tem ação similar 49 à das lâminas de barbear, removendo o pelo superficialmente, porém agridem menos a pele); depilação a linha ou fio (os pelos são removidos fio a fio com uma linha de seda ou de algodão). EPILAÇÃO E PROCESSOS EPILATÓRIOS A EPILAÇÃO realiza a remoção por extração dos pelos inteiros incluindo as porções abaixo da pele, como parte do bulbo piloso. Proporciona a remoção de toda a haste do pelo e tem maior durabilidade: ceras quentes e frias, pinças, aparelhos elétricos que arrancam os pelos, eletrólise, luz intensa pulsada, laser. Cera quente e fria Um dos métodos mais utilizados pela sua rapidez e baixo custo. Existem vários tipos de cera, específicas para o uso em determinadas regiões do corpo e a maioria delas utiliza ceras de abelha ou resinas sintéticas. As ceras podem ser utilizadas quentes ou frias. 50 Cera quente Depilação com cera quente A cera é aquecida a temperatura aproximada de 40ºC e é aplicada sobre a pele a ser depilada com um rolo. Após, são aplicadas faixas que são removidas em sentido contrário, retirando os pelos da região. Essa técnica é menos dolorosa do que a técnica a frio, pela vasodilatação provocada pelo calor, porém não é indicada para pacientes com pele sensível ou com vasinhos locais pelo risco de causar queimaduras e dilatação de vasos. Cera fria A cera é aplicada em faixas sobre a região a ser tratada, sem aquecimento local. É uma das técnicas depilatórias mais dolorosas, porém é ideal para a depilação de áreas sensíveis ao calor ou com sensibilidade alterada. De todas, é a técnica que causa mais irritação local e ressecamento da pele. 51 Pode provocar foliculite. Assim como na depilação com cera quente, o pelo deve estar longo para ser removido por completo. A duração do efeito da depilação é de aproximadamente um mês. Deve-se ter extremo cuidado com a temperatura da cera para não causar queimaduras na pele. O pelo deve estar longo para ser removido por completo. A duração do efeito da depilação por cera quente é de aproximadamente um mês. Deve-se ter extremo cuidado com a temperatura da cera para não causar queimaduras na pele. O pelo deve estar longo para ser removido por completo. A duração do efeito da depilação por cera quente é de aproximadamente um mês. Pinça Normalmente usada para depilação fio a fio e delineamento das sobrancelhas por meio de um instrumento específico (pinça). É um processo trabalhoso e que deve ser realizado por profissional habilitado, por envolver conceitos de harmonia facial. Também pode ser usada para remoção de pelos de áreas com foliculite ou para a retirada das sobras de pelos resultantes de outras técnicas depilatórias. É uma técnica relativamente dolorosa e seu efeito de depilação dura aproximadamente um mês. Aparelhos elétricos que arrancam os pelos 52 Existem aparelhos elétricos para depilação que tem a capacidade de enrolar e remover os pelos por completo. Tem aplicação mais dolorosa, porém, efeito bem mais duradouro (cerca de 30 dias). A depilação realiza a remoção por extração dos pelos inteiros incluindo as porções abaixo da pele, como parte do bulbo piloso. Entre as técnicas estão: cera quente e fria (um dos métodos mais utilizados pela sua rapidez e baixo custo que utiliza ceras de abelha ou resinas sintéticas); pinça (usada para depilação fio a fio e delineamento das sobrancelhas utilizando um instrumento específico, isto é, a pinça); aparelhos elétricos que arrancam os pelos (aparelhos elétricos para depilação que tem a capacidade de enrolar e remover os pelos por completo). Métodos para epilação definitiva (epilação permanente) Quando usamos o termo epilação definitiva temos a falsa impressão de que todos os folículos pilosos serão destruídos e nunca mais, em toda a vida, irá nascer um pelo. Isso não é verdade. Nenhuma técnica de epilação pode dar garantias de que jamais o pelo voltará a nascer. Por essa razão reajustou-se o termo de epilação definitiva para epilação permanente, progressiva ou de longa duração. De fato, quando utilizamos técnicas de epilação permanente, a maioria dos folículos é destruída, mas outra parte fica simplesmente danificadae, por isso, fica- se sempre com uma pequena penugem, embora de pelos claros e muito finos. Entre essas técnicas que proporcionam epilação permanente estão: a eletrólise, a luz intensa pulsada (LIP) e o laser. Eletrólise Remoção dos pelos por meio de uma corrente elétrica aplicada utilizando-se uma fina agulha inserida na base do folículo piloso, destruindo a papila dérmica. 53 Eletrólise Trata-se de uma técnica dolorosa, porém eficiente. Pode ser usada na face e no corpo. A eletrólise é um procedimento caro, demorado e restrito a pequenas áreas, pois apenas 50 a 100 pelos podem ser removidos a cada sessão. Luz intensa pulsada (LIP) 54 A depilação por luz intensa pulsada também pode ser chamada de fotoepilação. Os equipamentos de luz pulsada agem pelo princípio da fototermólise seletiva. Quando a luz incide na pele transforma-se em calor e destrói as células germinativas do folículo piloso de forma seletiva. Ou seja, a melanina absorve a luz e transporta-a ao folículo piloso que transformada em calor destrói as células germinativas que alimentam o pelo. Uma vez que essas células são eliminadas, o pelo morre e cai. A epilação com luz pulsada é um procedimento pouco doloroso, eficaz e muito duradouro. Além disso, elimina consideravelmente os problemas da foliculite, sem danificar a pele, como ocorre nos demais métodos. Pode ser utilizada na maioria das tonalidades do pelo, assim como todas as espessuras de pelos, do fino ao grosso. Reduz os pelos entre 80 a 85%.Os pelos que reaparecem ao longo dos anos, crescem mais lentamente e são mais leves e finos. Epilação com luz intensa pulsada (lip) Quando finalizado o tratamento, o pelo que pode surgir ao longo de anos (5-10 anos) é fino e frágil, podendo ser feita uma sessão de revisão para eliminação definitiva. O número de sessões depende da cor e da espessura do pelo, da pele e da área a tratar. 55 A duração do tratamento depende do crescimento do pelo que também varia de uma área para outra. No começo são necessárias sessões mensais, mas com o passar do tempo são realizadas sessões com maior intervalo entre as aplicações, já que o folículo fica cada vez mais debilitado e o pelo demora a crescer. Laser O laser, objeto principal do nosso estudo, é um equipamento que também utiliza a fototermólise seletiva para remoção de pelos, portanto faz fotoepilação. A energia do laser atinge a superfície da pele e é transmitida por meio do pelo para as células germinativas. O objetivo do tratamento não é queimar os pelos e sim usá-los como "guia", para possibilitar o alcance às células germinativas. Neste caso, o veículo principal é a melanina, que transporta a energia até o bulbo capilar. O folículo piloso absorve mais luz que os tecidos adjacentes, provocando um aumento de temperatura, que danifica o folículo piloso e impede ou retarda o seu crescimento. A epilação ocorre, portanto, por condução da energia, utilizando a melanina e a hemoglobina como cromóforas. O resultado definitivo não é obtido em uma única sessão, porque nem todos os pelos que recebem a energia conseguem transmiti-la às células germinativas. O paciente ideal para candidatar-se a epilação laser é aquele que tem pelo escuro e grosso e a pele clara, pois a absorção do laser pela melanina será máxima, com baixo risco de sequelas e danos à epiderme. Os pelos do rosto costumam ser mais resistentes, necessitando de mais sessões para atingir o resultado. Pelos brancos não respondem bem ao tratamento, pois têm pouca melanina. Áreas com grande densidade de pelos respondem melhor, como axila, virilha e pernas. Em seguida quadro 6 resume as principais características dos três métodos atualmente considerados instrumentos para epilação permanente. 56 Aplicação de laser para depilação definitiva QUADRO 6 - QUADRO RESUMO (ELETRÓLISE, LUZ INTENSA PULSADA E LASER) Aqui concluímos o segundo módulo do nosso curso de depilação a laser. Neste módulo vimos que existem disfunções relacionadas à unidade pilossebácea que podem interferir no processo de depilação e inclusive contraindicar algumas técnicas. Entre elas podemos citar: hirsutismo (crescimento excessivo de pelos terminais em mulheres em locais onde os pelos são comuns em homens); hipertricose (aumento excessivo no crescimento de pelos acima do esperado para a idade, sexo e raça do indivíduo); foliculite (inflamação do folículo piloso); pseudofoliculite (distúrbio inflamatório crônico comum que se evidencia por pápulas inflamatórias); furúnculo (nódulo doloroso, vermelho e quente que drena pus); 57 tricorrexe nodosa (nódulos em pontos das hastes dos pelos axilares e pubianos pela secreção das fibras por traumas físicos ou químicos); tricostase espinulosa (presença de mais de um pelo por óstio folicular); leucotricose (pelos brancos). Também vimos neste módulo que a remoção de pelos pode ser realizada por dois modos: a depilação (remoção de pelos rente à superfície da pele, não atingindo as porções internas dos folículos pilosos) e a epilação (remoção por extração dos pelos inteiros incluindo as porções abaixo da pele, como parte do bulbo piloso). O laser, objeto principal do nosso estudo, é um equipamento que realiza fotoepilação. A energia do laser atinge a superfície da pele e é transmitida por meio do pelo para as células germinativas. O objetivo do tratamento não é queimar os pelos e sim usá-los como "guia", para possibilitar o alcance às células germinativas. Neste caso, o veículo principal é a melanina, que transporta a energia até o bulbo capilar. O folículo piloso absorve mais luz que os tecidos adjacentes, provocando um aumento de temperatura, que danifica o folículo piloso e impede ou retarda o seu crescimento. O sucesso do tratamento de epilação a laser baseia-se no entendimento da física do laser e do comprimento apropriado da onda, da duração do pulso, do sistema de resfriamento da pele, da seleção adequada do paciente, além dos cuidados pré e pós-tratamento. Por isso, nos próximos módulos faremos um detalhamento de como age a energia laser e como ela possibilita a remoção local dos pelos. Além dos cuidados necessários para o correto manejo do equipamento. HISTÓRICO DO DESENVOLVIMENTO DO LASER Olá, seja bem-vindo (a) ao terceiro módulo do Curso de Depilação a Laser. Neste momento você vai conhecer em detalhes o equipamento de laser e suas principais características. Iremos abordar o processo de fototermólise, para que você compreenda como o laser consegue remover os pelos de forma permanente Antes, porém, faremos uma breve revisão sobre o histórico da tecnologia laser. 58 O laser foi desenvolvido em 1960 por um físico americano chamado Maiman. Seus estudos foram baseados nas pesquisas de Albert Einsten que, por volta de 1916, propôs o conceito de emissão estimulada de radiação: uma espécie de clonagem em nível atômico, em que um fóton (menor fração de luz) ao interagir com um átomo excitado produz outro fóton que é seu gêmeo idêntico, tem a mesma cor, oscilam em fase e caminham na mesma direção, como atletas de nado sincronizado. Repetindo-se esse processo muitas vezes, obtém-se um feixe de luz extremamente pura, intensa e unidirecional. Porém, pela dificuldade em criar matérias excitáveis, a ideia de Einstein ficou esquecida por anos. Nos anos 50, o americano Charles Townes criou um dispositivo baseado no princípio de Einstein, no espectro eletromagnético das microondas, que denominou MASER (abreviatura, em inglês, de amplificação de microondas por emissão estimulada de radiação) e ganhou o Nobel de Física em 1964. Na mesma época, outro americano, Gordon Gould, abordou em seus estudos a ideia do acrônimo LASER (em que o L de “luz” substitui o M de “microondas”).Porém, só em Maio de 1960, um jovem californiano desconhecido, Theodore Maiman, por meio de um pequeno cristal cor-de-rosa e uma lâmpada semelhante a um flash fotográfico, trouxe ao mundo, pela primeira vez, um impulso laser. A partir daí, nos anos seguintes, muitos pesquisadores trabalharam no desenvolvimento dos lasers. Em 1964, Javan, Bennett e Herriot apresentaram o laser de He-Ne; Johnson desenvolveu o laser de Nd:YAG e Patel e colaboradores apresentaram o laser de dióxido de carbono. Em 1965, Goldman publicou artigos sobre o laser de rubi em tatuagens e lesões pigmentadas. Em 1970 surgiu o laser de argônio para lesões vasculares. Por volta de 1980 publicou-se o importante conceito da fototermólise seletiva, em que foi possível a compreensão da interação do laser com os tecidos, que como você verá adiante é a propriedade que permite ao laser a multiplicidade de indicações em dermatologia. 59 Laser rubi Após seu desenvolvimento e aprimoramento, o laser possibilitou um grande avanço nos procedimentos médicos e revolucionou técnicas terapêuticas. O primeiro relato do uso do laser em medicina foi na área de oftalmologia. De acordo com suas funcionalidades e aplicações clínicas, o laser pode ser classificado em: o Lasers de corte e de vaporização; o Lasers vasculares; o Lasers pigmentares; o Lasers de rejuvenescimento; o Lasers epilatórios (objetos do presente estudo). Em dermatologia, o uso do laser é uma opção de tratamento para diversas patologias, como: lesões pigmentadas (manchas), lesões vasculares (varizes), cirurgia dermatológica (retirada de tumores da pele), cicatrizes, queloides, epilação (remoção de pelos), "resurfacing" (peeling a laser), remoção de tatuagens, entre outros. O laser foi desenvolvido em 1960 por um físico americano chamado Maiman, por meio de um pequeno cristal cor-de-rosa e uma lâmpada semelhante a um flash 60 fotográfico. Após a descoberta, muitos pesquisadores trabalharam no desenvolvimento dos lasers. O uso do laser possibilitou um grande avanço nos procedimentos médicos e revolucionou técnicas terapêuticas. Em dermatologia, o laser é utilizado para o tratamento para diversas disfunções (manchas, varizes, cirurgias dermatológicas, peelings, remoção de tatuagens, depilação, entre outros). FUNDAMENTOS FÍSICOS DO LASER A palavra laser é a abreviatura da expressão em inglês Light Amplification by Stimulated Emission of Radiation, que em português significa ‘amplificação da luz por emissão estimulada de radiação’. Simplificando, chamamos de LASER os dispositivos que geram radiação eletromagnética (REM) com características próprias. Mas o que é radiação eletromagnética? RADIAÇÃO ELETROMAGNÉTICA (REM) Radiação eletromagnética Radiação eletromagnética é uma onda que se autopropaga no espaço resultante da interação de campos elétricos e magnéticos. A radiação eletromagnética pode ser classificada de acordo com o comprimento de onda (distância entre duas cristas consecutivas). 61 A unidade elementar de REM é o fóton, que é simultaneamente onda e partícula. O espectro eletromagnético é constituído por radiação de vários comprimentos de onda: raios gama, raios X, ultravioletas, luz visível, infravermelhos, microondas e ondas de rádio e têm funções práticas bem diferentes. Espectro eletromagnético A LUZ é a parte de radiação que é percebida pelo olho humano. Os lasers podem emitir radiações de todas as frequências. Agora, você já sabe o que significa o “L” da palavra Laser: L = LUZ = Radiação eletromagnética (REM) Vamos ver, então, o que significa o restante da palavra: ASER = amplificação por emissão estimulada de radiação, que é o processo por meio do qual essa forma de luz é gerada. 62 AMPLIFICAÇÃO POR EMISSÃO ESTIMULADA DE RADIAÇÃO Normalmente, os átomos encontram-se no estado fundamental que é o estado de menor gasto de energia e consequentemente o mais estável. Quando o átomo recebe um fóton energia) passa a um estado excitado, instável e tende a emiti-lo o mais depressa possível para voltar ao seu estado estável. A emissão estimulada baseia-se neste fato: se um grupo de átomos for transportado para estados excitados, de energia superior, esses fótons serão emitidos espontaneamente. Como aos fótons iniciais fornecidos a partir de uma fonte externa de energia juntam-se os fótons reemitidos pelos átomos adjacentes, gera-se um efeito cascata em que esses fótons estimulam os átomos vizinhos (amplificação da radiação) gerando novos fótons idênticos (mesmo comprimento de onda, polarização, direção de propagação). Emissão estimulada: amplificação de radiação Os lasers são dispositivos que geram radiação eletromagnética (REM) com características próprias. 63 A REM, cuja unidade elementar é o fóton, é uma onda que se autopropaga no espaço resultante da interação de campos elétricos e magnéticos. A LUZ é a parte de radiação que é percebida pelo olho humano e a amplificação por emissão estimulada de radiação, é o processo por meio do qual essa forma de luz é gerada: quando um grupo de átomos é transportado para estados excitados os fótons são emitidos espontaneamente. Como aos fótons iniciais fornecidos a partir de uma fonte externa de energia juntam-se os fótons reemitidos pelos átomos adjacentes, gera-se um efeito cascata em que esses fótons estimulam os átomos vizinhos gerando novos fótons idênticos. CARACTERÍSTICAS DA LUZ LASER Ao contrário da luz solar e da luz incandescente que emitem radiação em todas as direções e de todo o espectro de comprimento de onda, a luz laser tem características diferentes, como evidência, sendo: o Coerente: as ondas estão em fase no tempo e no espaço, alinhadas entre si; o Monocromática: têm o mesmo comprimento de onda (mesma cor); o Colimada: as ondas têm a mesma direção, a luz é paralela, não divergente, estreita, concentrada; o Alta intensidade: pelo fato de ser monocromática pode interagir muito com certas substâncias e pouco com outras. Como é emitida na forma de um feixe altamente colimado, pode ser direcionada com grande precisão para distâncias significativas. 64 Características do laser Características da luz laser: coerente (ondas alinhadas entre si); monocromática (mesmo comprimento de onda / mesma cor); colimada (concentrada); alta intensidade (precisa). CONSTITUIÇÃO DO EQUIPAMENTO DE LASER O laser é composto por três componentes essenciais: MEIO LASERFONTE DE ENERGIAESPELHOS REFLETORES Meio laser: fica dentro de uma cavidade ótica. É o meio ativo onde se dá a emissão estimulada de radiação. A inversão da população do meio laser faz-se por um sistema denominado bombagem; 65 Constituição do laser Resumindo: o laser é formado por três componentes essenciais: meio laser (meio ativo onde se dá a emissão estimulada de radiação); fonte de energia (corrente elétrica, luz de uma lâmpada de flash ou outro laser) e espelhos refletores (por onde passa uma pequena parte da luz gerada no seu interior). CLASSIFICAÇÃO E NOMENCLATURA DO LASER O laser pode ser classificado e nomeado segundo o meio ativo e o tipo de excitação utilizada para desencadear o processo: o Sólido: Rubi 694 nm, Alexandrite 755 nm, Diodo 810-900-950-1.450 nm, Neodimium-Yag 1064 nm, Erbium-Glass 1.540-1.550 nm, Erbium-Yag 2.940 nm; o Líquido: laser de corante pulsado ou Pulsed Dye Laser (PDL); o Gasoso: mais comuns e mais antigos. Excimer 308 nm, Argônio 488 e 514 nm, CO2 10.600 nm. 66 MODOS DE EMISSÃO DO LASER O laser pode ser enviado ao tecido de duas formas: contínua ou pulsada: Contínua: sem interrupção da luz. Emitem radiação de forma contínua com mais de um segundo de duração.Exemplos de lasers que utilizam a forma contínua são o laser de CO2 e o laser argônio; Pulsada: o disparo de luz é emitido em pulsos regulares. A maioria dos lasers usados na dermatologia é pulsada. Esses impulsos podem ter maior ou menor duração. A taxa de repetição é o número de impulsos emitidos por segundo e mede-se em Hertz. Pode ser: muito baixa (menos de um impulso por segundo) ou muito alta (mais de 100 impulsos por segundo). Os lasers pulsados podem ter pulsos tão rápidos (10 pulsos por segundo) que parecem ser contínuos e são denominados lasers pseudocontínuos. Também podem ser muito longos como os lasers diodo, rubi, alexandrite e Nd:YAG de pulso longo. Modos de emissão do laser Você entendeu? Os meios ativos do laser podem ser: sólidos, líquidos ou gasosos. O laser pode ser enviado ao tecido de forma pulsada (em pulsos interrompidos regulares) ou contínua (de forma ininterrupta). 67 MECANISMOS DE AÇÃO DO LASER A ação do laser varia em função de : o Comprimento de onda; o Duração do impulso; o Tamanho, tipo e profundidade do alvo; o Interação entre a luz emitida pelo laser e o alvo determinado. Os principais alvos do laser médico são: pigmentos naturais; pigmentos externos e água intracelular. Os pigmentos naturais e externos chamam-se cromóforos. Cromóforos da pele O cromóforo constitui um grupo de átomos que dá cor a uma substância e absorve luz com um comprimento de onda específico no espectro do visível. Os cromóforos da pele são a oxihemoglobina e desoxihemoglobina, melanina, carotenos, água e proteínas. 68 Porém, como lidar com tantos parâmetros e saber quais são mais eficientes e seguros? Para responder a essa pergunta é preciso pensar no mecanismo de funcionamento do laser e em alguns conceitos teóricos: o Características dos pelos: os pelos possuem características diferentes (tamanho, cor e profundidade). Como o alvo do laser é a melanina do folículo piloso é interessante que os pelos sejam escuros porque a absorção da eumelanina (pigmento que dá a cor escura ao pelo) é cerca de 30 vezes maior que a feomelanina (pigmento que dá a cor clara ao pelo). Os melanócitos dos pelos, em relação aos da epiderme, são maiores, tem mais melanossomos, e existem em maior número (é cinco vezes maior a relação melanócito/queratinócito), o que favorece a avão do laser sobre os pelos. Portanto, o coeficiente de absorção da melanina dos pelos é duas a seis vezes maior que o da epiderme. Por isso, é possível usar laser para epilação mesmo quando há pouco contraste da cor do pelo em relação à cor da pele; o Comprimento de onda: considerado ideal na faixa do vermelho ao infravermelho (entre 650 e 1.100nm) porque tem boa absorção pela melanina em relação à hemoglobina e, sendo mais longo que 650 nm, pode aumentar a penetração na derme e atingir o cromóforo-alvo (melanina) do bulbo. Entretanto, usando-se maiores, deve-se aumentar a fluência para se obter o mesmo dano térmico na estrutura-alvo (porque a absorção pela melanina diminui); o Características ópticas da pele: a epiderme é um meio absortivo e a derme um meio refrativo. Assim sendo, quanto maior o comprimento de onda, maior a proteção da epiderme, pois a menor refração da luz pela derme promove a concentração da sua energia. Fótons com 800 nm penetram 30% a mais do que 700nm, diminuindo a refração da luz de volta para a epiderme, protegendo- a; o Propriedades ópticas dos pelos e estruturas vizinhas: deve-se atingir temperatura suficiente para lesar o folículo e poupar os melanossomos da epiderme. Deve-se pensar, porém, que o pelo é um cilindro e se pretende atingir temperaturas altas também na sua parte mais externa, para conseguir lesar o alvo potencial (bulbo). Deve ocorrer difusão térmica suficiente para lesar o bulbo sem haver vaporização dos melanócitos. A ação do laser é favorecida pelo 69 fato do folículo ter menor concentração de água que a derme e, portanto, para a mesma concentração do cromóforo, aquece duas vezes mais rápido. Além disso, a condutividade da gordura que envolve o bulbo é 70% menor que a da derme, portanto, o mesmo perde calor mais lentamente e seu tempo de relaxamento é mais longo. Em resumo: a combinação de pulsos mais longos e fluências maiores leva a uma destruição folicular mais completa sem lesar a epiderme; o Duração do pulso: devem ser utilizados pulsos mais longos para proteger ós melanossomos epidérmicos (seletividade termo cinética) e também para se conseguir a destruição das camadas mais externas do folículo, por difusão do calor. Procura-se usar pulsos que estejam entre o tempo de relaxamento da camada basal da epiderme (0,5 a 1 mseg) e o tempo de relaxamento do folículo (30 a 50 mseg); o Resfriamento da epiderme: diminui o risco de lesão térmica da epiderme e possibilita o uso de fluências maiores e mais efetivas. Pode ser feito antes ou durante o pulso, de forma passiva por meio de gel gelado, ativa com o uso de água resfriando um recipiente de contato (vidro ou safira) ou por meio de um método evaporativo (criógeno). O uso da ponteira de safira pode diminuir a temperatura na camada basal em tomo de 200C, se mantida em contato com a pele por 0,5 segundo. O criógeno externo pode atingir gradientes de temperatura maiores, porém, a falta de acoplamento óptico com a superfície da pele e a condensação de suas partículas na superfície, leva-o a uma eficiência semelhante a da ponteira de safira; o Compressão da pele e uso de lente convergente: são possibilidades com o uso de lasers com ponteira de contato que, ao pressionar a pele, pode diminuir a distância do folículo em até 30%. Se a lente for convergente, como nas ponteiras de safira, é possível aumentar a densidade dos fótons próximos ao alvo desejado. 70 FOTOTERMÓLISE SELETIVA Na década de 80, os pesquisadores Andersen e Parrish descreveram a fototermólise seletiva para o laser de corantes pulsado. Segundo essa teoria, um cromóforo pode ser atingido seletivamente se o delta da emissão laser for o mesmo do cromóforo do tecido. Tem como consequência o fato de a absorção seletiva pelos tecidos da luz laser levar à destruição seletiva desse tecido. Além disso, a duração do pulso de emissão deve ser inferior ao tempo de relaxamento térmico. O tempo de relaxamento térmico é o tempo necessário para que o calor gerado com o impulso laser arrefeça até metade do inicial. O comprimento de onda determina não só a absorção pelo cromóforo, mas também a profundidade de penetração da luz. O espectro visível vai dos 380 até aos 750 nm. Em geral quanto maior é o comprimento de onda maior é a penetração nos tecidos. Penetração do laser nos tecidos Os comprimentos de onda que penetram mais profundamente situam-se entre 800 nm e 1.100 nm. A partir deste ponto a radiação infravermelha média e longínqua é 71 absorvida quase totalmente pela água da epiderme (a epiderme é constituída por 90% de água) e neste caso a penetração é menor. A penetração nos tecidos depende também do diâmetro do spot e varia com o delta do laser. Para o laser de CO2 a penetração é inversamente proporcional ao tamanho do spot. Em outros lasers como o Nd:YAG e o laser de alexandrita, o aumento do tamanho do spot acompanha-se de um aumento da profundidade do feixe. A fototermólise seletiva está relacionada à habilidade de remover o pelo sem danificar a pele adjacente e preconiza que uma determinada onda, com certa duração de pulso e determinada fluência, provoque um dano térmico localizado somente no alvo que contém a molécula que absorverá a energia, ou seja, o cromóforo. No caso da epilação, o alvo é a melanina da haste do pelo e da matriz. Lasers com comprimento de onda entre 600 e 1.100 nm são bem absorvidos pela melanina e são adequados para fazer epilação.
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