ANEMIA FALCIFORME NA GESTAÇÃO, PARTO E PUERPÉRIO Curso: Bacharelado em Enfermagem Disciplina: Saúde da Mulher Docente: Camila Torres Discentes: Evelyn Santana e Rafaela Peixoto O que é a anemia falciforme? Trata-se de uma doença hereditária e recessiva, causada pela deformidade estrutural da hemoglobina. Ocorre devido a substituição do aminoácido: Acido Glutâmico por Valina. Esta alteração faz com que o formato da hemácia se modifique e adquira forma de foice, dificultando o transporte de oxigênio para os tecidos e facilitando a obstrução dos vasos através da formação de trombos por aglomerados destas hemácias (GOMES, 2018). Epidemiologia A anemia falciforme é a doença hereditária mais comum do Brasil. Os dados do Programa Nacional de Triagem Neonatal estimam que nasçam por ano no Brasil em torno de 3.500 crianças com doença falciforme e 200.000 com traço (BRASIL, 2016). Riscos e Complicações A gravidez pode agravar a doença com piora da anemia e aumento da frequência e gravidade das crises álgicas e infecções. Por outro lado, a doença pode interferir na evolução normal da gestação. Os riscos maternofetais incluem aumento das crises vaso- oclusivas no pré e pós-parto, infecções do trato urinário, complicações pulmonares, anemia, pré-eclâmpsia e até óbito. Riscos e Complicações A gravidez pode agravar a doença com piora da anemia e aumento da frequência e gravidade das crises álgicas e infecções. Por outro lado, a doença pode interferir na evolução normal da gestação. Nas complicações fetais observam-se partos pré-termo, restrição do crescimento intrauterino devido à vaso- oclusão placentária, sofrimento fetal durante o trabalho de parto e no parto, além de elevação da taxa de mortalidade perinatal. Riscos e Complicações A gravidez pode agravar a doença com piora da anemia e aumento da frequência e gravidade das crises álgicas e infecções. Por outro lado, a doença pode interferir na evolução normal da gestação. A placenta da gestante falciforme pode ter seu volume reduzido em virtude da redução do fluxo sanguíneo decorrente da vaso-oclusão. Isso acarreta menor aporte de nutrientes ao feto e anormalidades na integridade da membrana placentária, causando prejuízos tanto ao feto como à gestante. Riscos e Complicações Durante a gravidez, as crises dolorosas podem se tornar mais frequentes. As infecções ocorrem em aproximadamente 50% das grávidas com doença falciforme e os locais mais acometidos são o trato urinário e o sistema respiratório. ASSISTÊNCIA DE SAÚDE À GESTANTE COM ANEMIA FALCIFORME A assistência de enfermagem prestada a pessoa com anemia falciforme deve principalmente oferecer informações sobre a doença ao paciente e aos familiares, por meio de ações educativas, podendo oferecer mudanças comportamentais. Assim, para realizar cuidados de enfermagem, é preciso que se adote um lugar do paciente, bem como suas necessidades como ponto inicial para uma melhor intervenção de enfermagem, reconhecer o outro como sujeito do cuidado, instalar escalas de dor, conhecer o manual de eventos agudos, não esquecendo o fato de que cada paciente é único e reage de forma diferenciada (FERREIRA, 2012) Acompanhamento Hematológico Caso o parceiro seja portador do traço falciforme ou de hemoglobinopatia AC, o casal deve ser informado sobre a possibilidade de os filhos virem a ser portadores da doença falciforme ou afetados por ela. É indicada a realização da eletroforese de hemoglobina do parceiro para fins de aconselhamento reprodutivo. Pré-Natal Hemograma com reticulócitos; Eletroforese de hemoglobina e dosagem de Hb Fetal; Eletroforese de hemoglobina do parceiro; Dosagem do ferro sérico, índice de saturação da transferrina (IST) e ferritina sérica; Creatinina, albumina, bilirrubinas, TGO, TGP, LDH, fosfatase alcalina, GGT, glicose, ácido úrico, ionograma; EXAMES Pré-Natal Sorologia: hepatite B e C, anti-HIV, anti-HTLV I/II, VDRL, Chagas, toxoplasmose, citomegalovírus e rubéola; Urina rotina, urocultura e proteinúria de 24 horas; Exame parasitológico de fezes (MIF); Fenotipagem eritrocitária (caso a paciente ainda não tenha realizado); Pesquisa de anticorpos irregulares (PAI) para verificar existência de aloimunização (realizada na Fundação Hemominas). EXAMES Pré-Natal O exame do colo do útero é feito no segundo e terceiro trimestres para detectar adelgaçamento e dilatação que podem indicar trabalho de parto prematuro; Dopplervelocimetria com 26 semanas e semanalmente após 30 semanas ou cardiotocografia semanalmente após 28 semanas. EXAMES Pré-Natal Glicemia jejum ≥ 126 mg/dL → repetir glicemia de jejum → 2 valores alterados → diagnóstico de diabetes gestacional; Glicemia de jejum < 90 mg/dL: repetir glicemia de jejum após 20 semanas. Se persistir abaixo de 90 mg/dL e na ausência de fatores de risco, encerrar rastreamento; Glicemia de jejum > 90 mg/dL ou na presença de fatores de risco: realizar teste de sobrecarga com dextrosol. Em gestantes com glicemia de jejum < 90 mg/dL, o teste de sobrecarga deve ser realizado entre 24 e 28 semanas. TRIAGEM PARA DIABETES MELLITUS GESTACIONAL (DMG) Pré-Natal Ácido fólico: 1-5 mg por dia; Sulfato ferroso, se comprovada ferropenia (pouco frequente, pela exposição prévia a hemotransfusões): 30 a 60 mg de ferro elemento/dia e, em caso de intolerância, 1cp/dia de succinato de ferro ou similar. VITAMINAS E MINERAIS, POR VIA ORAL Pré-Natal IMUNIZAÇÃO Vacina antitetânica ou DT – se não recebeu há menos de 5 anos, recomenda-se uma dose, pelo menos 20 dias antes da data provável do parto. Se a história vacinal for incerta, considerar como não vacinada e fazer 3 doses com intervalos de 1 a 2 meses, iniciadas no segundo trimestre da gestação; Vacina contra Hepatite B – verificar sorologia e Anti-HBs previamente; Vacina Pneumocócica 23 – 1 dose de reforço após 5 anos da 1ª dose; Vacina conjugada Meningocócica C – dose única. Em gestantes que não estão com o esquema de imunização atualizado, encaminhar para imunização no terceiro trimestre de gestação: Pré-Natal INTERVALO ENTRE AS CONSULTAS O intervalo entre as consultas é, em geral, de duas semanas até a vigésima oitava semana e após, semanal. Nestas consultas são monitorizadas as pressões arteriais, o ganho de peso, a taxa de crescimento uterino, trimestralmente são avaliados o hemograma completo, a contagem de reticulócitos, urocultura, provas de função hepática e renal, glicemia, proteínas totais e frações e sorologias. Uso liberal de analgesia (preferencialmente conduzir o trabalho de parto com anestesia peridural contínua); Reposição de fluidos com cautela, pela possibilidade de comprometimentos cardíaco e pulmonar; Manutenção de oxigenação satisfatória com avaliação contínua; Monitorização da frequência cardíaca fetal clínica e cardiotocografia (se necessário, durante a condução do trabalho de parto); Assistência ao Parto Indicação obstétrica para via de parto; Avaliação da necessidade de hemotransfusão, principalmente, em caso de cesárea, para manter nível de hemoglobina em 9-10g/dL; Manutenção da temperatura ambiente da sala, para bem do RN e da mãe falciforme que pode ter complicações próprias da doença em ambiente mais frio. Assistência ao Parto Cuidados no Puerpério Manter boa hidratação; Prevenir tromboembolismo: deambulação precoce e uso de meias elásticas; Prevenir anemia por perda de sangue Manter analgesia; Avaliar necessidade transfusional: piora da anemia por perdas excessivas; Reforçar a importância de levar o recém- nascido para controle na UBS (exame clínico, triagem neonatal, vacinação, aconselhamento genético); Retornar em no máximo 40 dias para planejamento familiar. Transfusão de Sangue As transfusões têm sido indicadas para: toxemia, gravidez gemelar, mortalidade perinatal prévia, septicemia, insuficiência renal aguda, bacteremia, anemia grave redução de 30% dos níveis basais ou Ht = ou menor que 20, níveis de hemoglobina abaixo de 7g/dl, síndrome