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874-06-PRÁTICAS-PEDAGÓGICAS-EDUCAÇÃO-E-SOCIEDADE-AULA-6

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Prévia do material em texto

PRÁTICAS PEDAGÓGICAS: 
EDUCAÇÃO E SOCIEDADE 
AULA 6
COMUNICADO SOBRE A PANDEMIA COVID-19 
Caro aluno, 
Devido à pandemia que enfrentamos neste momento, estamos passando por 
tempos desafiadores, juntos e com esforços de cada um, certamente 
venceremos essas adversidades. 
Pensando na saúde e bem-estar de todos os nossos alunos, corpo docente e 
administrativo, e seguindo as determinações dos órgãos municipais, estaduais e 
dos Ministérios da Saúde e da Educação, as práticas pedagógicas propostas 
pelo seu curso deverão ser desenvolvidas em casa. 
Precisamos nos assegurar de que nossos alunos estão em segurança e, por 
isso, pedimos que você utilize sua criatividade, mas não deixe de realizar suas 
práticas, pois elas são fundamentais para a sua formação. 
FLUXO DE DESENVOLVIMENTO DO PROJETO 
A parte de planejamento/organização e RELÁTORIO DAS ATIVIDADES devem 
ser realizados em sua casa... NÃO HÁ PERDA DA QUALIDADE DO PRODUTO 
A SER APRESENTADO! 
PARTE PRÁTICA DE EXECUÇÃO DO PROJETO 
Vale realizar as atividades propostas em cada projeto com os pais, irmãos, 
sobrinhos (QUE RESIDAM EM SUA CASA...), vale fazer videoconferência com 
a amiga que é professora, com o colega que trabalha como secretário, enfim, 
use sua imaginação, mas não deixe de fazer suas práticas pedagógicas e postar 
no portal, pois essas atividades compõem sua avaliação. 
Se você residir sozinho(a), utilize a imaginação, mas execute o plano da 
atividade que você está propondo para as PRÁTICAS PEDAGÓGICAS. 
Temos certeza de que essa pandemia se trata de algo que iremos superar e, 
rapidamente, poderemos normalizar nossas vidas. 
Um abraço, 
Equipe da UNIFAVENI 
Prática I 
Abertura 
Olá!
É comum ouvir de professores recém-formados que o que aprenderam na universidade não se 
traduz na realidade da escola e da prática docente, ou seja, eles estudam muita teoria, mas não 
se sentem seguros de que esse conhecimento seja suficiente para dar uma boa aula. Por isso, é 
importante aproximar o conhecimento universitário do chão de sala de aula desde a 
graduação (ou licenciatura). Esta é a proposta das práticas pedagógicas.
Nesta aula, vamos iniciar a aplicação das atividades delineadas para esta prática pedagógica. 
Vamos sair de um projeto no papel para aplicá-lo na realidade e vivenciar a experiência de ser 
pedagogo e, desta forma, aprofundar nosso olhar como professor enquanto ganhamos 
experiência prática.
BONS ESTUDOS!
APLICAÇÃO DAS ATIVIDADES DA PRÁTICA PEDAGÓGICA EM SAÚDE E 
EDUCAÇÃO
Após a apresentação do projeto, é natural que haja ajustes a serem 
feitos nas atividades propostas. 
Como estudantes, é importante sempre ter em mente, que desenvolvemos 
toda e qualquer atividade para aprender. Este aprendizado não 
acontece apenas quando estamos absorvendo os conteúdos teóricos 
de nosso curso, mas, principalmente, quando estamos 
envolvidos com profissionais que certamente possuem um tipo de 
saber que não conseguimos aprender por meio de aulas teóricas ou 
livros: o saber adquirido pela experiência prática. Assim, todos os 
momentos em que você terá contato com estes profissionais deve 
ser encarado como uma oportunidade valiosa de aprendizado. 
Chegou o momento de colocar as atividades em prática. 
Se você está seguindo seu cronograma, certamente terá a data 
de sua atividade. De qualquer forma é importante entrar em contato 
com a instituição e confirmar a data e horário de sua atividade. 
MATERIAL 
É preciso organizar todo o material que será utilizado durante sua atividade. 
Faça uma lista para não esquecer de nenhum detalhe. 
Quando necessário, utilize materiais sustentáveis, como papelão por exemplo, 
que pode ser recolhido com o auxílio da comunidade. Assim, você ajuda a 
preservar o meio ambiente. 
Lembre-se de organizar o material da maneira mais prática possível 
para transportar e para que a falta de um item, por exemplo, não atrapalhe ou 
atrase seu trabalho. 
DICAS IMPORTANTES: 
• É importante pensar no vestuário que usará durante a sua atividade.
Escolha roupas e sapatos confortáveis, que sejam discretos para não
chamar mais atenção que sua atividade.
• Se possível, elabore um crachá com seu nome e cargo (estudante). Isto
é uma maneira muito simples de facilitar sua comunicação com os
participantes da atividade.
• Programe-se para chegar à instituição com antecedência, de modo que
no momento da atividade, você já esteja com tudo organizado para
começar. Pontualidade é sinônimo de profissionalismo!
• Siga a ordem de seu planejamento e, se algo não sair como planejado,
use a criatividade para fazer adaptações;
• Não esqueça de tirar fotos ou filmar (PARA AMBAS AÇÕES É
NECESSÁRIO PEDIR AUTORIZAÇÃO AOS DIRIGENTES ANTES DA
ATIVIDADE) para fazer o registro de suas atividades. Mais tarde, tais
registros serão importantes para seu relatório, confecção do banner e
para comprovar suas atividades.
• Se possível, convide um colega ou amigo para auxiliar durante a
atividade. Esta pessoa pode ser muito útil para distribuir material entre os
participantes, para auxiliar na organização do espaço da atividade ou
mesmo para fazer anotações durante a atividade.
• Observe como seu público aproveita a atividade e colete todas as
informações sobre o andamento da atividade, registrando suas
impressões em seu diário de bordo. Este material constituirá seus
resultados e são fundamentais para seu relatório.
• Ao terminar a atividade, reorganize o espaço, deixando-o da mesma
forma que o encontrou.
Referencial Teórico 
Para aprofundar seu conhecimento sobre a observação dos participantes durante sua atividade, 
convidamos você para a leitura do artigo: 
Temas transversais e o trabalho com projetos: uma experiência nas séries iniciais do 
ensino fundamental
Resumo: Esse artigo discute uma experiência pautada na estratégia de projetos e nos temas 
transversais, desenvolvida pelos autores junto a crianças das séries iniciais do Ensino 
Fundamental. Baseada na perspectiva da complexidade, a prática relatada busca integrar os 
conhecimentos escolares aos conhecimentos do cotidiano dos(as) alunos(as), em um trabalho 
interdisciplinar que deixa de lado a hierarquização dos conteúdos e o cumprimento de programas 
fechados e pré-determinados. Em seu lugar, a estratégia de projetos permite encarar o 
conhecimento como uma rede de relações, ao mesmo tempo em que abre espaço às incertezas 
do trabalho pedagógico. A ênfase nos temas transversais – os quais subsidiam o projeto 
desenvolvido – objetiva a formação ética dos estudantes, de modo que a intenção é apontar 
possibilidades de articulação dos conteúdos escolares a diferentes práticas e vivências que, 
acima de tudo, priorizem o desenvolvimento de princípios éticos, de cidadania, e a formação de 
sujeitos autônomos, críticos, capazes de participar e conviver democraticamente em sociedade.
BOA LEITURA!
48 
Temas transversais e o trabalho com projetos: 
uma experiência nas séries iniciais do ensino fundamental 
Cristina Satiê de Oliveira Pátaro* & Ricardo Fernandes Pátaro** 
Resumo: Esse artigo discute uma experiência pautada na estratégia de projetos e nos 
temas transversais, desenvolvida pelos autores junto a crianças das séries iniciais do 
Ensino Fundamental. Baseada na perspectiva da complexidade, a prática relatada busca 
integrar os conhecimentos escolares aos conhecimentos do cotidiano dos(as) alunos(as), 
em um trabalho interdisciplinar que deixa de lado a hierarquização dos conteúdos e o 
cumprimento de programas fechados e pré-determinados. Em seu lugar, a estratégia de 
projetos permite encarar o conhecimento como uma rede de relações, ao mesmo tempo 
em que abre espaço às incertezas do trabalho pedagógico. A ênfase nos temas transversais 
– os quais subsidiam o projeto desenvolvido – objetiva a formação ética dos estudantes,
de modo que a intenção é apontar possibilidades de articulação dos conteúdos escolares a
diferentes práticas e vivências que, acima de tudo, priorizem o desenvolvimento deprincípios éticos, de cidadania, e a formação de sujeitos autônomos, críticos, capazes de
participar e conviver democraticamente em sociedade.
Palavras-chave: Escola básica; Transversalidade; Estratégia de projetos; Complexidade. 
Transversal themes and education by projects: an experience in elementary school 
Abstract: This paper reports an experience from practice with education by projects and 
transversal themes, developed by the authors with children from initial series of 
elementary school. Based on a perspective of complexity, the method proposes an 
integration between school and everyday knowledge and an interdisciplinary work, 
instead the prioritization of pre-determined school programs. Education by projects 
considers the inter-relation of all knowledge as well as the uncertainty and randomness of 
pedagogical work. The emphasis on transversal themes - which support the projects 
developed – objectives ethical formation of students, so the intention is to indicate 
possibilities for articulation of school knowledge and different practices that prioritize the 
development of ethical, citizenship, and the formation of autonomous and critical 
individuals, able to live and participate democratically in society. 
Key words: Elementary school; Transversality; Projects. Complexity. 
* CRISTINA SATIÊ DE OLIVEIRA PÁTARO é Pedagoga, Mestre em Educação (Unicamp)
e Doutora em Educação (USP). Professora adjunta do curso de Pedagogia da Universidade Estadual do
Paraná - (UNESPAR/Fecilcam - Campo Mourão).
** RICARDO FERNANDES PÁTARO é Pedagogo, Mestre em Educação (Unicamp) e 
Doutorando em Educação pela Universidade Estadual de Maringá (UEM). Professor assistente do curso 
de Pedagogia da Universidade Estadual do Paraná (UNESPAR/Fecilcam - Campo Mourão). 
49 
Esse texto discute os pressupostos 
teóricos e o relato de uma experiência 
relacionada ao trabalho escolar com 
temas transversais e a estratégia de 
projetos. Tal proposta apresenta-se 
como uma possibilidade de trabalho 
pedagógico junto a crianças das séries 
iniciais do Ensino Fundamental, no 
sentido de contribuir com uma educação 
que contemple tanto os conteúdos 
escolares quanto a formação ética dos 
estudantes. 
São apresentadas as premissas teóricas 
que orientam a estratégia de projetos 
enquanto prática pedagógica, bem como 
a ideia de transversalidade. Em seguida, 
discute-se um exemplo de projeto 
desenvolvido, buscando ressaltar suas 
contribuições para a formação em 
valores éticos, que almeja o 
desenvolvimento de sujeitos 
autônomos, críticos e capazes de 
participar e conviver democraticamente 
em sociedade. 
Complexidade e escola 
A Teoria da Complexidade, proposta 
por Morin (1990; 2002), é uma das 
bases que fundamenta a prática 
pedagógica aqui apresentada. O autor 
parte da crítica ao modelo 
paradigmático da Ciência Moderna, ao 
qual denomina pensamento 
simplificador. Segundo Morin (1990), o 
pensamento simplificador, na intenção 
de controlar a natureza, acaba por 
reduzir e tratar de maneira 
unidimensional a complexidade do real. 
Orientado pelos princípios de redução, 
disjunção e abstração, tende a 
fragmentar, simplificar e formalizar o 
real, compreendendo a natureza 
unicamente a partir do funcionamento 
de suas partes. Tal pensamento tem 
reflexos na estrutura e no currículo 
escolares, uma vez que o conhecimento 
é reduzido, simplificado e fragmentado 
em diferentes disciplinas, dificultando a 
compreensão por parte dos(as) 
alunos(as). Ao mesmo tempo, o 
conhecimento e as práticas escolares 
são formalizados, vistos sob a ótica da 
ordem e da certeza dos programas 
curriculares pré-determinados. 
Para Morin (1990), a complexidade do 
real, dos objetos e fenômenos da 
natureza, pode ser melhor 
compreendida a partir de uma 
perspectiva multidimensional e que 
tenha em vista as incompletudes do 
conhecimento. Seria esse o pensamento 
complexo. Ao compreender o mundo 
real, a perspectiva de complexidade 
considera a ordem, a certeza e a 
regularidade tanto quanto a desordem, a 
incerteza e a não-regularidade. Trata-se 
de conhecer as partes sem desvinculá-
las da existência de um todo e vice-
versa, levando em conta as grandes 
quantidades de interações e unidades 
existentes entre as partes que 
constituem a realidade. Desse modo, as 
determinações e previsões dão lugar às 
indeterminações, às possibilidades e aos 
fenômenos aleatórios. 
Um trabalho pedagógico pautado nos 
princípios de complexidade (MORIN, 
2002) deve abrir-se às incertezas do 
conhecimento, às inúmeras inter-
relações possíveis, em um trabalho 
interdisciplinar que contemple os 
saberes e interesses dos(as) alunos(as). 
É nesse contexto que se insere a 
proposta de transversalidade articulada 
à estratégia de projetos, que veremos a 
seguir. 
Temas Transversais e formação ética 
Entendemos que a escola, além de 
trabalhar os conhecimentos da 
humanidade, tem o papel de contribuir 
para a construção de uma sociedade 
mais justa e igualitária, onde todos(as) 
possam participar ativamente e conviver 
de maneira democrática. Encontramos 
50 
no trabalho de Araújo (2002, 2003) uma 
possibilidade de organização da escola 
que se faz coerente com tais ideias. De 
acordo com esse autor – que se 
fundamenta, entre outros, no trabalho de 
Puig (2000) – o objetivo da educação 
gira em torno de dois eixos: a instrução 
e a formação. A instrução refere-se à 
transmissão dos conhecimentos 
historicamente acumulados pela 
humanidade – representados, na escola, 
pelos conteúdos disciplinares – e a 
formação volta-se para a ética e a 
cidadania, que pressupõe a construção 
de uma sociedade que garanta vida 
digna para todos os seres humanos, e 
compreende o desenvolvimento de 
aspectos que dêem, a alunos(as), certas 
“[...] condições físicas, psíquicas, 
cognitivas e culturais necessárias para 
uma vida pessoal digna e saudável e 
para poderem exercer e participar 
efetivamente da vida política e pública 
da sociedade, de forma crítica e 
autônoma” (ARAÚJO, 2003, p.30). 
Para que a escola atinja tais objetivos é 
necessário articular o ensino dos 
conteúdos escolares – o conhecimento 
histórico, social e cultural – a uma 
formação que prepare o sujeito para 
lidar com a diversidade, o conflito de 
ideias, os sentimentos e emoções 
presentes nas relações intra e 
interpessoais, além de garantir a 
possibilidade e a capacidade de 
indignação frente às injustiças da vida 
cotidiana. (ARAÚJO, 2002, p.39). 
Entretanto, para o autor, o papel que a 
escola vem em geral exercendo 
contempla apenas a instrução. Assim, as 
crianças vão à escola somente para 
aprender conteúdos como matemática, 
língua, história, artes e outros, de modo 
que esses conhecimentos escolarizados 
passam a ser vistos como um fim em si 
mesmos. Além disso, são trabalhados de 
modo distante da realidade e dos 
interesses da maioria dos(as) alunos(as), 
que não encontram significado para 
aquilo que aprendem. 
Para Araújo (2003), o estudo dos 
conhecimentos historicamente 
acumulados não é suficiente para, por si 
só, garantir a formação de cidadãos e 
cidadãs que se preocupem com o bem-
estar individual e coletivo. Sem deixar 
de reconhecer a importância das 
disciplinas, o autor acredita que encarar 
o ensino escolar sob a ótica apenas da
instrução – colocando em segundo
plano a formação ética – é desenvolver
uma educação que pouco colabora com
a construção de uma sociedade mais
justa e igualitária (ARAÚJO, 2003). É a
partir dos eixos de instrução e formação
que Araújo apresenta uma proposta de
trabalho pedagógico pautada nos
princípios da transversalidade e da
estratégia de projetos.
Para tratar de transversalidade, partimos 
do trabalho de Moreno (1998), a qual 
propõe a inserção de temas transversais 
na escola e, mais do que isso, defende 
uma mudança na forma de encarar as 
disciplinas. Segundo Moreno (1998), o 
ensino escolar frequentemente coloca os 
conteúdos curriculares apenas como 
finalidades em si mesmos, e, assim, a 
escola deixa de cumprir o objetivode 
desenvolver, nos alunos e alunas, a 
capacidade de compreender o mundo 
que os rodeia. Estudados como fim em 
si mesmos, os conteúdos transformam-
se, para muitos alunos e alunas “(...) em 
algo absolutamente carente de interesse 
ou totalmente incompreensível.” 
(MORENO, 1998, p.38). Assim, “(...) 
as aprendizagens escolares são vividas 
por alunos e alunas como algo gratuito, 
cuja única finalidade consiste em passar 
nos exames.” (idem, p.45). Esta 
mentalidade deve-se ao fato de que, 
para as crianças, é difícil entender a 
utilidade das aprendizagens 
51 
apresentadas como algo que justifica a 
si mesmo. 
Diante dessa situação, a proposta é que 
nossas preocupações sociais mais 
intensas (como as questões ambientais, 
de saúde, orientação sexual, por 
exemplo), transformem-se no que a 
autora denomina “temas transversais”, 
ou seja, o próprio eixo em torno do qual 
devem girar as disciplinas trabalhadas 
pela escola. 
Assim, as preocupações sociais passam 
a ser “assunto de estudo nas escolas”. 
As matérias curriculares, por sua vez, 
servem de apoio para o estudo dos 
temas transversais, que pretendem 
transformar o aprendizado escolar no 
estudo de temáticas relevantes a 
alunos(as) e que possam contribuir para 
uma formação em valores. 
Essa é, portanto, a ideia da 
transversalidade: ao serem estruturados 
em torno dos temas transversais, os 
conhecimentos trabalhados na escola 
têm sua finalidade transformada; 
alunos(as) estabelecem uma relação 
diferente com tais conhecimentos, que 
passam a dar suporte para o estudo dos 
temas transversais e adquirem 
significado. 
Partindo do pressuposto de que 
aprender requer sempre um esforço 
do(a) estudante, Moreno afirma que 
“Nada desanima mais que realizar um 
trabalho que requer esforço sem que se 
saiba para que serve.” (MORENO, 
1998, p.45). Dessa maneira, a autora 
defende a ideia de que, quando um 
determinado conhecimento se relaciona 
à curiosidade própria do ser humano ou 
é percebido como alguma coisa útil para 
sua vida, pode transformar-se em algo 
que será vivido com maior satisfação. 
É neste aspecto que a ideia de 
transversalidade propõe uma articulação 
entre o científico e o cotidiano, no 
sentido de aproximar as disciplinas 
trabalhadas na escola aos temas 
transversais – assuntos da realidade 
social vivida por alunos e alunas e que 
efetivamente contribuam para a 
formação ética. 
Dessa maneira, a partir do estudo de um 
tema transversal relativo à realidade 
social dos estudantes, disciplinas como 
matemática, língua, história, geografia 
passam a ter um valor importante para a 
aquisição dos objetivos almejados com 
o estudo do tema transversal. A
intenção de Moreno é trazer a
aprendizagem escolar para:
“[...] contextos reais nos quais as 
noções a ensinar adquiram um 
significado, contextos que não 
sejam absurdos, mas que tenham 
um sentido não só para os adultos, 
mas também para a criança que 
queremos que maneje os 
conceitos.” (MORENO, 1998, 
p.48)
Diante do que foi exposto, os princípios 
da transversalidade pressupõem uma 
mudança metodológica, mas também 
epistemológica, pois propõem repensar 
o objetivo da escola, que deixa de se
preocupar apenas com os conteúdos 
culturalmente herdados e passa a 
enfatizar também a formação de sujeitos 
preparados para viver em uma 
sociedade que possui necessidades 
muito particulares – como a paz, 
afetividade, uma vida saudável – as 
quais podem ser apreendidas pela escola 
a partir do estudo dos problemas sociais 
e do cotidiano das crianças que ali 
convivem. 
O ensino transversal e a estratégia de 
projetos 
Tendo como referência a ideia de 
transversalidade (MORENO, 1998), 
Araújo (2003) propõe a estratégia de 
projetos como forma de colocar em 
prática tais princípios. Fundamentado 
52 
na proposta teórico-metodológica 
abordada pelo autor, o trabalho com 
projetos – segundo a perspectiva de 
transversalidade – vem sendo 
desenvolvido em diferentes escolas e 
vem, igualmente, sendo foco de estudos 
e pesquisas na área de educação 
(PÁTARO, 2008). 
A partir do que propõe Araújo (2003), 
esse trabalho junto às crianças gira em 
torno de projetos que são desenvolvidos 
a partir de temáticas transversais. Desse 
modo, o foco dos projetos é sempre um 
tema que tenha como objetivo a 
formação ética, relacionada, por 
exemplo, aos direitos humanos, à 
afetividade, aos problemas sociais, à 
resolução de conflitos etc. Tal temática 
articula-se aos conteúdos escolares, os 
quais são estudados no intuito de 
auxiliar alunos(as) na compreensão das 
questões abordadas. 
A articulação entre a transversalidade e 
a estratégia de projetos pauta-se em um 
trabalho interdisciplinar, na qual os 
conhecimentos são vistos como uma 
rede de relações, em um percurso não 
linear, permeado por incertezas. Isso 
confere à prática desenvolvida uma 
coerência com os princípios de 
complexidade expostos anteriormente e 
fundamentados no trabalho de Morin 
(1990, 2002). 
Para a construção de um projeto, na 
perspectiva aqui apresentada, a temática 
a ser desenvolvida é inicialmente 
proposta pelo(a) docente e discutida 
com os alunos(as) para que, em seguida, 
as crianças levantem questões que 
representem suas dúvidas, curiosidades 
e interesses a respeito do tema a ser 
abordado. Esta é uma forma de 
possibilitar que os estudos se iniciem a 
partir do cotidiano e dos interesses 
manifestados pelos estudantes e, ao 
mesmo tempo, garantir a natureza ética 
das temáticas abordadas – visto que o 
tema é selecionado pelo(a) professor(a). 
Em seguida, a partir da temática 
transversal definida pelo(a) docente e 
contando com a participação de 
alunos(as), as disciplinas escolares que 
vão sendo contempladas ao longo do 
projeto passam a oferecer suporte na 
busca por respostas às questões 
levantadas pelo grupo. 
O planejamento dos conteúdos 
disciplinares a serem ensinados e 
aprendidos – assim como as estratégias 
metodológicas das aulas – são 
elaborados pelo(a) docente, levando em 
conta o currículo referente à idade/série. 
Os estudos são registrados coletiva e 
individualmente pelos estudantes, com 
o auxílio do(a) professor(a), 
evidenciando a autoria dos(as) 
alunos(as) no que diz respeito ao 
projeto desenvolvido e aos 
conhecimentos construídos. 
Ao longo do projeto, as questões das 
crianças vão sendo respondidas e a 
temática transversal vai sendo 
relacionada, simultaneamente, com as 
vivências dos estudantes e com os 
conteúdos escolares. 
O trabalho com projetos nas séries 
iniciais do Ensino Fundamental 
Com o objetivo de exemplificar de que 
forma o trabalho com projetos pode se 
dar na prática, discutimos a seguir uma 
experiência vivenciada junto a crianças 
de 9 a 10 anos de idade. Buscaremos 
enfatizar de que forma os conteúdos 
escolares trabalhados no Ensino 
Fundamental passaram a servir de base 
para a discussão de questões 
relacionadas à ética e voltadas para a 
formação moral. 
53 
Projeto “Relacionamento entre 
homens e mulheres – O machismo e o 
feminismo” 
O projeto aqui relatado foi desenvolvido 
ao longo de um bimestre com uma 
turma de 4ª série do Ensino 
Fundamental, composta por 33 crianças. 
Desde o início do ano, dois fatos 
chamavam a atenção: a grande 
quantidade de crianças que entravam na 
puberdade e as características machistas 
presentes nas atitudes dos meninos. Era 
comum, por exemplo, que, ao exporem 
suas opiniões, as meninas fossem alvo 
de zombaria por parte dos meninos, que 
reprimiam e desqualificavam suas 
ideias. Também ocorriam humilhações 
mútuas durante jogos esportivos, 
quando os meninos não deixavam as 
meninas jogarem futebol ou quando 
meninos choravam e eram reprimidos. 
Diante da necessidade de se trabalhar 
uma visão equilibrada das relações de 
convivência entre homens e mulheres, 
foi desenvolvido um projeto articulando 
os conteúdos disciplinares a temáticas 
relativas à discriminação nas relações 
de gênero. 
Para começar a pensar no assunto as 
crianças leram, sob orientação do 
professor, olivro “Faca sem ponta, 
galinha sem pé...”, de Ruth Rocha, 
história na qual dois irmãos brigam por 
serem de sexos diferentes. A partir 
dessa leitura, foi escolhido o tema 
“Relacionamento entre homens e 
mulheres: o machismo e o feminismo” e 
as crianças levantaram suas dúvidas e 
questões: (1) Por que existem tantas 
brigas entre homens e mulheres? Como 
acontecem? (2) Por que a conversa 
sobre sexualidade é tão evitada por 
algumas pessoas? (3) Por que nos 
nossos jogos existe o machismo e o 
feminismo? Como começou? Como 
podemos combatê-los? (4) Por que o 
relacionamento homossexual é 
discriminado e o entre homens e 
mulheres não? 
Durante os dois meses seguintes, o 
professor planejou e desenvolveu 
atividades que tinham por objetivo 
responder às perguntas das crianças e 
também trabalhar com os conteúdos 
disciplinares da série. Dentro da 
perspectiva com a qual trabalhamos, 
todas as atividades desenvolvidas ao 
longo do projeto têm por finalidade a 
formação ética e moral dos futuros(as) 
cidadãos(as), trabalho que encontra 
auxílio nas diversas áreas do currículo 
escolar. A seguir exemplificamos 
algumas das atividades desse projeto: 
� Investigando os motivos das 
brigas entre homens e mulheres, 
(pergunta 1) foram lidos dois textos 
que narravam um conflito vivido 
por um casal de namorados, 
Antonio e Maria. Nos textos, os 
personagens expressam, em forma 
de diário, seus pontos de vista e 
sentimentos sobre o conflito. A 
partir da leitura, organizou-se um 
debate: cada metade da turma 
defendeu os argumentos de um dos 
personagens. Nesse momento, as 
crianças notaram que ambos os 
personagens estavam certos e 
também errados, percebendo que a 
convivência entre as pessoas 
depende dos dois lados. Também 
foram produzidas narrativas em 
discurso direto (conteúdo da série) 
propondo formas amigáveis de 
resolução do conflito vivido, além 
de tabelas e gráficos organizando as 
opiniões da turma sobre a briga 
relatada nos diários. 
� Já para abordar o tabu em torno 
da sexualidade (pergunta 2), foi 
trabalhado o texto “Sexa”, que 
surgiu de um imprevisto. Recheado 
de entrelinhas, o texto de Luís 
Fernando Veríssimo foi trazido por 
54 
um aluno e descreve a situação de 
uma criança que tenta conversar 
com o pai sobre por que não existe o 
feminino da palavra “sexo”. Aqui as 
crianças refletiram sobre como pode 
ser difícil para adultos conversarem 
com filhos(as) sobre sexualidade. A 
partir da reflexão, foram produzidos 
textos e charges a respeito do tabu e 
da convivência entre pais e filhos. 
Também foram estudadas as 
mudanças decorrentes da puberdade 
no corpo de meninos e meninas e 
produzidas cartas em que as 
crianças abordavam tal assunto com 
seus pais, aproximando-se da 
convivência familiar. A surpresa 
aqui foi que as crianças também 
manifestaram dificuldades em 
abordar o assunto em suas cartas. 
� Ao conversarmos sobre como o 
machismo começou em nossas vidas 
(pergunta 3) percebemos que a 
turma considerava a palavra 
“feminismo” como sendo o 
contrário de “machismo”. Partimos 
então em busca de dados históricos 
para definir os dois conceitos. O 
resultado desse trabalho de pesquisa 
foi a produção de textos 
informativos com o objetivo de 
traçar uma análise histórica dos 
comportamentos machistas e do 
início do movimento feminista. Esse 
conhecimento possibilitou às 
crianças um maior envolvimento na 
luta contra os pequenos gestos de 
discriminação de gênero que 
ocorriam em seu cotidiano, 
melhorando a convivência entre 
meninos e meninas. Os meninos já 
não desconsideravam as opiniões 
das meninas e passaram a entender 
que o choro também é uma forma de 
manifestação masculina. Já as 
meninas passaram a exigir mais 
respeito dos meninos e também 
respeitá-los. 
� Ao trabalhar com o preconceito 
existente para com relacionamentos 
homossexuais (pergunta 4), as 
crianças observaram fotos e obras 
de arte que retratavam o beijo como 
demonstração de carinho e amor. 
Ao refletirem sobre o beijo 
homossexual com ajuda de fotos, o 
incômodo, desconforto e 
estranhamento que as crianças 
manifestavam começou a dar lugar 
ao respeito. Além disso, puderam 
conscientizar-se de que o 
preconceito também é aprendido, e, 
como tal, pode ser desconstruído. 
Em resumo, as questões foram 
respondidas trabalhando, de modo 
interdisciplinar, aspectos da 
convivência entre meninos/homens e 
meninas/mulheres com ajuda de 
diferentes conteúdos. Algumas 
atividades foram exemplificadas acima, 
mas é importante lembrar que muitas 
outras foram desenvolvidas com o 
objetivo de auxiliar as crianças a 
refletirem sobre a discriminação 
presente nas relações de gênero e as 
formas de resolução de conflitos que 
podem ser utilizadas em nossa 
convivência, ao mesmo tempo em que 
eram trabalhados os conteúdos 
curriculares da série. 
Considerações finais 
O artigo teve como objetivo discutir um 
relato de experiência acerca da 
estratégia de projetos na perspectiva da 
transversalidade, vista como 
possibilidade de trabalho junto às 
crianças das séries iniciais do Ensino 
Fundamental. Essa metodologia propõe 
que o papel da escola seja o de trabalhar 
os conteúdos curriculares articulados à 
formação ética dos(as) alunos(as), 
buscando contemplar os valores morais 
e a formação de sujeitos críticos, 
autônomos e que saibam conviver 
democraticamente. 
55 
Foram apresentados os pressupostos 
teóricos da prática em discussão, 
discorrendo-se sobre a teoria da 
complexidade (MORIN, 1990; 2002), a 
ideia de transversalidade (MORENO, 
1998) e a metodologia de projetos 
(ARAÚJO, 2002; 2003). Por fim, 
discutiu-se o relato de um projeto 
realizado junto a uma turma das séries 
iniciais, buscando demonstrar de que 
forma é possível um trabalho que 
articule conteúdos disciplinares e 
transversais, a partir de um 
planejamento que – por abrir-se às 
incertezas – possibilita a inserção de 
conteúdos não inicialmente previstos, 
de acordo com as necessidades dos(as) 
alunos(as) e com a intencionalidade do 
docente. 
Com esse percurso, buscou-se a 
reflexão acerca de possibilidades de 
trabalho voltadas à formação para a 
cidadania e ao ensino de qualidade, que 
contemple uma maior aprendizagem 
dos conteúdos por parte dos estudantes. 
Tem-se consciência de que a proposta 
apresentada não é única, e que as 
experiências aqui discutidas seriam 
passíveis de questionamentos, a partir 
de novas perspectivas. Consideramos, 
entretanto, que a discussão abre novas 
portas para que possamos (re)pensar o 
trabalho que vem sendo desenvolvido 
nas escolas, em busca de novos rumos 
para a educação e o ensino. 
Referências 
ARAÚJO, U. F. A construção de escolas 
democráticas. São Paulo: Moderna, 2002. 
______. Temas transversais e a estratégia de 
projetos. São Paulo: Moderna, 2003. 
MORENO, M. Temas transversais: um ensino 
voltado para o futuro. In: BUSQUETS, M. et 
ali. Temas transversais em educação. São 
Paulo: Ática, 1998. 
MORIN, E. Introdução ao Pensamento 
Complexo. Lisboa: Instituto Piaget, 1990. 
______. Os sete saberes necessários à 
educação do futuro. São Paulo: Cortez; 
Brasília, DF: UNESCO, 2002. 
PÁTARO, R. F. O trabalho com projetos na 
escola: um estudo a partir de teorias de 
complexidade, interdisciplinaridade e 
transversalidade. Dissertação (Mestrado em 
Educação). Faculdade de Educação, 
UNICAMP, Campinas, 2008. 
PUIG, Josep. Democracia e participação 
escolar. São Paulo: Moderna, 2000. 
Portfólio 
ATIVIDADE
Ao final de sua explanação, faça a organização dos resultados que obteve na aplicação de 
sua prática. 
Poste este material no Portal para a avaliação da tutoria.
OBS: Para redigir sua resposta, use uma linguagem acadêmica. Faça um texto com 
no mínimo 20 linhas e máximo 25 linhas. Lembre-se de não escrever em primeira 
pessoa do singular, não usar gírias, usar as normas da ABNT: texto com fonte tamanho 
12, fonte arial ou times, espaçamento 1,5 entre linhas, texto justificado.
OBS: Para redigir sua resposta, use uma linguagem acadêmica. Façaum texto com 
no mínimo 20 linhas e máximo 25 linhas. Lembre-se de não escrever em primeira 
pessoa do singular, não usar gírias, usar as normas da ABNT: texto com fonte tamanho 
12, fonte arial ou times, espaçamento 1,5 entre linhas, texto justificado.
Pesquisa 
AUTOESTUDO
Você saberia definir quais são seus resultados em relação à atividade prática?
Aqui é o momento de apresentar os resultados que você atingiu após a aplicação da atividade. 
Reflita sobre sua atividade e tente responder as questões como:
• De que forma os participantes reagiram à atividade?
• Quais foram os pontos positivos?
• Quais foram os pontos negativos?
• Como eu poderia melhorar minha atividade para uma próxima aplicação?
Elabore uma reflexão sobre a prática que acabou de aplicar, buscando responder as 
questões acima descritas.
N

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