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■ O autor deste livro e a editora empenharam seus melhores esforços para assegurar que as informações e os procedimentos apresentados no texto estejam em acordo com os padrões aceitos à época da publicação, e todos os dados foram atualizados pelo autor até a data de fechamento do livro. Entretanto, tendo em conta a evolução das ciências, as atualizações legislativas, as mudanças regulamentares governamentais e o constante fluxo de novas informações sobre os temas que constam do livro, recomendamos enfaticamente que os leitores consultem sempre outras fontes fidedignas, de modo a se certificarem de que as informações contidas no texto estão corretas e de que não houve alterações nas recomendações ou na legislação regulamentadora. ■ Fechamento desta edição: 30.07.2020 ■ O Autor e a editora se empenharam para citar adequadamente e dar o devido crédito a todos os detentores de direitos autorais de qualquer material utilizado neste livro, dispondo-se a possíveis acertos posteriores caso, inadvertida e involuntariamente, a identificação de algum deles tenha sido omitida. ■ Atendimento ao cliente: (11) 5080-0751 | faleconosco@grupogen.com.br ■ Direitos exclusivos para a língua portuguesa Copyright © 2020 by Editora Forense Ltda. 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Língua portuguesa (Ensino médio) – Problemas, questões, exercícios. 4. Método de estudos. I. Título. 20-64466 CDD: 373.981 CDU: 373.5(81) Meri Gleice Rodrigues de Souza - Bibliotecária CRB-7/6439 Sumário Agradecimentos Recadinho dos professores Semana 1 – Afinal, o que é um texto? Semana 2 – Tipos textuais Semana 3 – A redação modelo Enem Semana 4 – Como planejar a redação Semana 5 – Como o corretor vai analisar a sua redação Semana 6 – Introdução Semana 7 – Desenvolvimento Semana 8 – Conclusão Semana 9 – Como utilizar os métodos de raciocínio lógico Semana 10 – Para que serve a coesão textual Resuminho mara de tudo o que aprendemos Dicas de gramática O uso da vírgula Noções básicas de ortografia e aspectos linguísticos Gabarito dos exercícios Referências Vem praticar! Agradecimentos Em 2019, quando surgiu o projeto de livro do Descomplica, prontamente Rafael Cunha, nosso vice-presidente e professor de Redação, topou, e juntos estruturamos todos os grandes caminhos que os estudantes precisam trilhar para alcançar a nota mil na redação. Decidimos dar o pontapé inicial com a disciplina de redação por alguns motivos: ela, nos vestibulares, é comum a todos os estudantes, independentemente do curso que pretende escolher; além disso, com os nossos anos de experiência, vimos que os estudantes sempre buscam métodos eficientes para estudar essa disciplina, que, às vezes, pode parecer até um pouco subjetiva, afinal, não basta só dominar a técnica, é preciso também ter em mente todos os jogos de cintura – que chamamos de “conhecimento de mundo” ou “repertório”. Com o passar do tempo, o projeto foi se tornando cada vez maior, começamos a pensar não somente na estrutura do conteúdo e dos exercícios, mas também em como tornar este livro único, fugindo do óbvio e entregando um conteúdo do jeitinho que você já conhece: a cara do Descomplica! Por isso, agradecemos a toda Equipe Descomplica que, direta ou indiretamente, se dedicou muito para que este livro e todos os seus conteúdos fossem o melhor e o mais top possível. Em especial a Rafael Cunha, Bruna Basile, Julyana Mattos, Matheus Pires, Maria Fernanda Borsatto, Ingrid Oliveira, Carolina Angelici, Priscila Campos, Jéssica Martinho, André Figueira, Julia Zany, Letícia Almeida, Pedro Julien, Victor Sahate, Rafael Pereira, David de la Cadena, Barbara Beznosai, Luiz Tropardi, Cleo Silva e Marina Mairos, que foram essenciais para todo esse projeto. Um muito obrigado também aos amigos Mariana Novaes, Vitório Scheffer e Andrea Ramal, que também com suas agendas lotadas, foram muito receptivos e colaboraram com vários pontos que agregaram à versão final do livro. Por fim, mas não menos importante, obrigado a você, nosso aluno, que sempre nos faz crescer e nos dá a certeza de que estamos indo pelo caminho certo. Nosso muito obrigado! Madjory Almeida e Marcos Mattana (Coords.) O todo sem a parte não é todo; A parte sem o todo não é parte; Mas se a parte o faz todo sendo parte, Não se diga que é parte, sendo todo. (MATOS, Gregório de. Obra poética. Org. James Amado. Prep. e notas Emanuel Araújo. Apres. Jorge Amado. 3. ed. Rio de Janeiro: Record, 1992) Recadinho dos professores Estamos muito felizes que você decidiu adquirir este livro, nós o preparamos com muito carinho. Temos algumas recomendações para você aproveitá-lo 100%. Vamos lá! O livro está dividido em semanas, como se fosse um curso. O intuito é que ao longo dessas dez semanas você saia craque para aplicar todo o conhecimento e tirar nota mil na redação! Ao final de cada uma dessas semanas, têm exercícios para você colocar em prática o que acabou de aprender com a teoria, uma proposta de redação, uma redação 600- e outra 900+. A redação 600- é aquela mediana, comentada e com o intuito de fazer que você perceba a evolução para a redação 900+. Por isso, você deve ler, com muita atenção, com todos os seus comentários e depois entender tudo o que mudou para a redação 900+, de modo que ela se torne uma redação muuuuito top. Esse tipo de exercício te ajudará muito a distinguir uma redação ruim/mediana de uma ótima redação, e você poderá aplicar na sua própria escrita. Legal, né?! Você verá também que, ao longo do livro, há vários conteúdos extras, que estão dentro de um QRCode (estamos muito chiques, né?!). Esses conteúdos vão ajudar a compreender a matéria, além de dar várias dicas – tem até um outro e-book com temas que podem cair na redação do Enem e um hit para você nunca mais esquecer o passo a passo da redação. Mas não se preocupe, você não necessariamente precisa deles para chegar ao tão sonhado mil! Ah, alguns desses conteúdos são exclusivos para os assinantes do nosso plano de Redação, saiba mais sobre ele ao final destas instruções. Além disso tudo, no final do livro temos um apêndice gramatical. E o que é isso, Descomplica? É um bracinho que auxiliará no quesito gramática na redação (Hormes, corre aqui!), como, por exemplo, utilizar crase, vírgula… ou seja, aquele conteúdo de língua portuguesa que ajuda a não perder preciosos pontos na redação. Ah! E você também encontrará páginas de redação vazias para escrever como se fosse no vestibular. Está preparado, marujo? Vamos lá! Quer ouvir esse recadinho diretamente da nossa Equipe? É só clicar no QRCode ao lado ou abr ir a câmera do seu celular e apontar para o código. Caso não f uncione, busque por “QRCode” na loja de aplicativos do seu celular, escolha e baixe uma das opções de app. Vale lembrar que, se você deseja ter o curso deste livro inteiro em videoaulas e aprofundar ainda mais sua preparação, temos o plano de Redação Descomplica, com vários benefícios para ajudar: Aulas gravadas teóricas e práticas de redação; 15 correções de redações (quem não quer várias redações corrigidas por um especialista na área,né?!); Aulas de atualidades; Toda nossa biblioteca de aulas gravadas de gramática, literatura e clube cultural. Quer saber mais sobre o plano de Redação Descomplica? Acesse: http://livro.descomplica.com.br/redacao. http://qrs.ly/47bk78y http://livro.descompli-ca.com.br/redacao Semana 1 Afinal, o que é um texto? Oie! Estou muito feliz que você topou estudar redação com a gente!! :D Masss, antes de falarmos de todas as partes da redação, pra você não sair com nenhuma duvidazinha, precisamos primeiro falar sobre texto. Você já parou para pensar nisso? O conceito de texto é bastante amplo, ao contrário do que pode parecer de primeira. Ao pensarmos nele, já imaginamos uma folha de caderno, com suas linhas escritas a mão de caneta ou lápis, né?! Mas, pera lá, esse pensamento é um pouquinho equivocado. Deve- se definir texto como um todo, divisível ou não em partes, construído em determinada linguagem e que produz sentido completo para um leitor em certa situação comunicativa. Se liga aqui: • Entende-se por referente o contexto em que o leitor está inserido. Pode ser uma sala de aula, uma festa ou uma reunião de negócios, por exemplo. • O emissor ou autor é qualquer indivíduo que se encontra em uma situação na qual recebe a emissão de uma mensagem – não necessariamente escrita. • A referência à linguagem (código) remete a qualquer forma de comunicação, ou seja, palavras, olhares, gestos, sons, cores, símbolos, entre outros. • É indispensável que a mensagem possua sentido, isto é, possa ser compreendida por alguém – no caso, o leitor, receptor ou interlocutor. E como a teoria da comunicação pode ajudar na redação? Todas essas classificações que acabamos de ver fazem parte da Teoria da Comunicação, que estabelece os elementos envolvidos em uma situação de comunicação e até mesmo em um texto, visto que transmitimos uma mensagem, ou seja, desejamos nos comunicar por meio de palavras, imagens, sons ou até mesmo por gestos. Na redação, por exemplo, o contexto será a situação em que estamos inseridos, nesse caso, uma prova de vestibular. Para atingirmos nosso objetivo nessa comunicação, devemos lembrar que o autor desse texto é você que escreve para um receptor, que é o corretor da redação. A linguagem (código) utilizada deve ser a língua portuguesa, combinado?! Além disso, é importante destacar que na dissertação argumentativa a mensagem, nossa opinião, deve ser passada de forma precisa. O canal deve evitar rebuscamentos, ou seja, um vocabulário mais erudito, o que facilitará o entendimento do texto – mas lembre-se: sempre devemos respeitar a norma. Utilizar-se de uma linguagem clara e objetiva é importante para que o leitor compreenda suas ideias e para que você mesmo tenha clareza sobre o que está escrevendo. Observação: É importante destacar, também, que no processo de escrita de redação devemos imaginar o nosso leitor como universal, visto que devemos partir do pressuposto de que ele não conheça as nossas referências e repertórios utilizados e, portanto, não partilhamos de um mesmo conhecimento de mundo. Assim, ao escrever uma redação, devemos planejar nosso texto de modo que todas as informações estejam claras e façam sentido para esse leitor. Podemos inferir, portanto, que àquela noção comum de texto somam-se outras muito mais amplas. Até mesmo um sinal de trânsito com a luz vermelha acesa pode ser concebido como texto, uma vez que se trata de uma unidade (todo), construída em linguagem visual (cor vermelha, no caso), produzindo sentido (“PARE”) para o “leitor” (o motorista) no contexto adequado ao entendimento, que é o do tráfego de veículos. Esse é o motivo por que, no momento em que nos propomos a aprender técnicas de interpretação textual, não podemos estar presos a uma visão restrita, segundo a qual são analisados apenas textos de grandes autores como Machado de Assis e Manuel Bandeira. Devemos ampliar ao máximo nossos horizontes, procurando fazer estudos a partir de textos jornalísticos, orais, ou até mesmo não verbais e híbridos. Ah, nos vestibulares atuais, a cobrança da leitura correta de charges, tirinhas, quadrinhos, gráficos, pinturas etc. tem se tornando uma das maiores tendências – e não somente na prova de redação. A prova de redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) do ano de 2017, por exemplo, utilizou um gráfico na coletânea de textos sobre as matrículas dos surdos na educação básica como fonte para a escrita do texto; assim, a análise correta dos dados poderia servir como um recurso produtivo para a argumentação. Classificações de texto Embora as classificações de texto sejam muitas, iniciaremos nossos estudos trabalhando duas divisões bastante simples: quanto à forma e quanto ao conteúdo. Quanto à forma, os textos podem ser classificados como textos verbais (construídos com palavras, no sentido estrito do termo); não verbais (imagens, símbolos, gestos e sons são utilizados na confecção) e híbridos (associação entre palavras e imagens). No plano do conteúdo, são divididos em literários (ou artísticos) e não literários (ou técnicos). A seguir, temos um exemplo de texto híbrido literário, retirado de um site da Internet. Disponível em: https://www.otempo.com.br/charges/charge-o-tempo-06-01-2020- 1.2281369. Acesso em: 4 mar. 2020. Pressupostos da escrita, leitura e interpretação Você sabe o que é um pressuposto? É uma circunstância ou fato considerado como antecedente necessário de outro. Ou seja, trata- https://www.otempo.com.br/charges/charge-o-tempo-06-01-2020-1.2281369 se da base necessária ao aprendizado de determinado conteúdo. Aqui, apresentaremos os pressupostos a serem apreendidos pelos alunos que pretendem ler, interpretar e, principalmente, escrever bem. Vamos a eles! Domínio da linguagem Você já deve ter se deparado, em sua vida, com inúmeras situações em que era necessário expressar-se de forma clara, precisa e gramaticalmente correta, certo?! Pode ter sido na apresentação de um trabalho na escola ou até em algum discurso de homenagem no dia das mães. Por outro lado, também ocorreram situações – provavelmente muitas – em que a utilização de uma linguagem muito cuidada poderia fazer você soar “pedante” perante outras pessoas, o que ocorreria em reuniões com os amigos, por exemplo. Nessa situação e em outras, como falar com seu chefe, você foi exigido no que diz respeito ao nível de linguagem a ser empregado. Na verdade, não existe um uso de linguagem essencialmente adequado. A escolha do nível aplicável dependerá, fundamentalmente, do contexto em que o falante estiver inserido. Vamos analisar a seguir os níveis de linguagem existentes – todos já cobrados, mesmo que indiretamente, no vestibular. Existem dois níveis macros da linguagem: o registro formal, utilizado em situações de maior seriedade, por exemplo, trabalhos acadêmicos, conferências, entrevistas etc. e o registro informal, que é a linguagem falada em situações cotidianas de comunicação, também conhecido como coloquial. Com relação ao registro formal da linguagem, destaca-se o conceito de norma-padrão como o conjunto de regras gramaticais que devem ser adotadas em determinada situação comunicativa e respeitadas as noções de sintaxe, regência e concordância na produção de determinada mensagem. É, por exemplo, o caso de uma redação de vestibular que exige a utilização de um registro formal da linguagem de acordo com as normas gramaticais – sim, aquelas escritas nos livros. Podemos também encontrar outros níveis de linguagem na sociedade, como a regional, a familiar e a especializada: • A regional são as variações específicas e particulares de determinadas regiões. O Brasil é um país com território extenso, por isso há expressões idiomáticas que são características de dialetos próprios de uma região. Por exemplo, no Rio de Janeiro, conhecemos uma determinada fruta como “tangerina”, enquanto em São Paulo é chamada de “mexerica” e na região Sul tem o nome de “bergamota”. Você sabia? Isso ocorre devido às influências vocabulares que o nosso idioma recebeu e continuarecebendo em determinada comunidade linguística. • A familiar, por sua vez, é uma linguagem informal que recebe esse nome por ser uma fala mais despreocupada em relação à norma- padrão e conta com a utilização de gírias, vocabulário específico de determinado grupo social como os skatistas, os surfistas etc. • Já a especializada é conhecida como técnica e, normalmente, está presente em textos técnicos, voltados para um grupo específico de determinada profissão. É o caso dos manuais, artigos científicos, monografias etc. Por exemplo, informalmente e até mesmo em alguns comerciais divulgados na televisão, ao apresentarem informações sobre a dengue, o transmissor dessa doença é popularmente chamado de “mosquito da dengue”, porém, no seu livro de biologia, um livro técnico, você deve encontrar essa informação com outro nome: Aedes aegypti. Observação: Quanto aos níveis de linguagem, é muito importante falar sobre um assunto frequente nas provas de vestibular: o preconceito linguístico, o qual pode ser explicado como todo juízo de valor proferido de maneira negativa, às variedades linguísticas de menor prestígio na sociedade. É, portanto, uma diminuição do outro pelo modo como ele fala, seja por uma motivação socioeconômica (que pode gerar um desrespeito ao registro formal), seja por uma motivação regional ou cultural. Olha o conteúdo extra 1 passando pela sua tela! Você verá aqui uma aula incr ível que aborda todo o conceito de texto, suas classif icações, var iações linguísticas e registro. Ainda tem acesso a mais um mater ial de apoio Daqui pra f rente, sempre que o QR Code aparecer na página, clique nele ou escaneie o código com a câmera do seu celular para abr ir o conteúdo. Conhecimento de mundo Se, por um lado, é preciso dominar a linguagem para que possamos ler e interpretar bem ou nos expressar do modo mais adequado, de outro, isso de nada adiantará, se não tivermos o conhecimento e as referências necessárias para apresentar o nosso ponto de vista e convencer o leitor acerca do nosso posicionamento. Em outras palavras, devemos possuir também o conteúdo acerca do que desejamos falar, de nada adianta sabermos “como escrever” uma redação se não soubermos “o que escrever” nela. Nesse momento, um provável questionamento invade sua mente: “O que é conteúdo? Como obtê-lo? Eu já não o possuo?”. Essas dúvidas fazem total sentido a partir do que foi colocado. Assim, vamos às respostas. Em primeiro lugar, deve-se considerar conteúdo todo o conhecimento que pode ser usado no entendimento ou na escritura de um texto. Desde as referências mais banais (como reconhecer os “mecanismos” utilizados para que se possa atravessar uma rua em segurança, ou saber várias frases da trilogia de Star Wars – que a força esteja com você!) até as mais sofisticadas, como http://qrs.ly/uobk77j compreender o que são alimentos transgênicos, a fim de aprofundar a discussão sobre a sua comercialização. Em segundo lugar, os meios de obtenção desse conhecimento já devem ter sido inferidos por você. Qualquer indivíduo que interaja com a sociedade, assistindo à televisão ou conversando com os amigos, passa a ter um acúmulo de conhecimento mínimo, cotidiano, o que por si só já pode ser utilizado. A complementação mais técnica pode ser obtida de diversas formas: na escola/universidade, com a leitura de jornais, revistas, livros (que é uma das principais formas!) e por meio das mais diversas mídias, com o cinema e a Internet hoje ocupando posições de destaque. Por fim, a última grande dúvida: você já possui esse conhecimento? A resposta é sim e não. “Sim”, porque você chegou ao vestibular com méritos, já tendo absorvido uma gigantesca carga de conhecimento externo. “Não”, porque, sem dúvida, diversos aspectos que você terá que dominar ainda serão abordados ao longo das semanas do nosso livro. Observação: No Enem, o “conhecimento de mundo” é chamado de repertório sociocultural e avaliado na competência 2 da grade de correção, a qual tem como objetivo a compreensão da proposta de redação (tema) e a aplicação dos conceitos das várias áreas do conhecimento para desenvolvê-lo, dentro dos limites do texto dissertativo-argumentativo em prosa. Além disso, uma das recomendações da Cartilha do Participante do Enem é que o candidato seja um leitor frequente para auxiliar na diversificação desse repertório e, consequentemente, contribuir para a seleção de ideias e informações que possam ser utilizadas na construção de argumentos. Exercícios 1. (UEG-adaptada) – Fio, fais um zoio de boi lá fora pra nois. O menino saiu do rancho com um baixeiro na cabeça, e no terreiro, debaixo da chuva miúda e continuada, enfincou o calcanhar na lama, rodou sobre ele o pé, riscando com o dedão uma circunferência no chão mole – outra e mais outra. 3 círculos entrelaçados, cujos centros formavam um triângulo equilátero. Isto era simpatia para fazer estiar. ÉLIS, Bernardo. Nhola dos Anjos e a cheia do Corumbá. In: TELES, Gilberto M. (org.). Os melhores contos de Bernardo Elis. São Paulo: Global, 2003. p. 27. A linguagem utilizada no trecho exposto acima revela um a) registro formal, seguido de um informal. b) registro informal, seguido de um formal. c) registro histórico, seguido de um regional. d) registro regional, seguido de um histórico. 2. (ENEM-PPL) Gaetaninho Ali na Rua do Oriente a ralé quando muito andava de bonde. De automóvel ou de carro só mesmo em dia de enterro. De enterro ou de casamento. Por isso mesmo o sonho de Gaetaninho era de realização muito difícil. Um sonho. [...] — Traga a bola! Gaetaninho saiu correndo. Antes de alcançar a bola um bonde o pegou. Pegou e matou. No bonde vinha o pai do Gaetaninho. A gurizada assustada espalhou a notícia na noite. — Sabe o Gaetaninho? — Que é que tem? — Amassou o bonde! A vizinhança limpou com benzina suas roupas domingueiras. Às dezesseis horas do dia seguinte saiu um enterro da Rua do Oriente e Gaetaninho não ia na boleia de nenhum dos carros do acompanhamento. Ia no da frente dentro de um caixão fechado com flores pobres por cima. Vestia a roupa marinheira, tinha as ligas, mas não levava a palhetinha. Quem na boleia de um dos carros do cortejo mirim exibia soberbo terno vermelho que feria a vista da gente era o Beppino. MACHADO, A. A. Brás, Bexiga e Barra Funda: notícias de São Paulo. Belo Horizonte; Rio de Janeiro: Vila Rica, 1994. Situada no contexto da modernização da cidade de São Paulo na década de 1920, a narrativa utiliza recursos expressivos inovadores, como a) o registro informal da linguagem e o emprego de frases curtas. b) o apelo ao modelo cinematográfico com base em imagens desconexas. c) a representação de elementos urbanos e a prevalência do discurso direto. d) a encenação crua da morte em contraponto ao tom desrespeitoso do discurso. e) a percepção irônica da vida assinalada pelo uso reiterado de exclamações. 3. (UNESP) Examine a tira de André Dahmer para responder à questão a seguir. Constituem exemplos de linguagem formal e de linguagem coloquial, respectivamente, as seguintes falas: a) “Ah, estou morrendo de pena...” e “Ainda vou trabalhar a noite inteira no Iraque, meu rapaz”. b) “Me adianta essa, vai...” e “É cedo para mim”. c) “O importante é trabalhar com o que a gente gosta.” e “Posso lhe dar um emprego bem melhor...” d) “É cedo para mim”. e “Posso lhe dar um emprego bem melhor...” e) “Posso lhe dar um emprego bem melhor...” e “Me adianta essa, vai...” 4. (ENEM – 2.ª aplicação) Disponível em: http://revistaescola.abril.com.br. Acesso em: 27 abr. 2010. Calvin apresenta a Haroldo (seu tigre de estimação) sua escultura na neve, fazendo uso de uma linguagem especializada. Os quadrinhos rompem com a expectativa do leitor, porque a) Calvin, na sua última fala, emprega um registro formal e adequado para a expressão de uma criança. b) Haroldo, no último quadrinho, apropria-se do registro linguístico usado por Calvin na apresentação de sua obra de arte. http://revistaescola.abril.com.br c) Calvin emprega um registro de linguagemincompatível com a linguagem de quadrinhos. d) Calvin, no último quadrinho, utiliza um registro linguístico informal. e) Haroldo não compreende o que Calvin lhe explica, em razão do registro formal utilizado por esse último. 5. (ENEM) Quando eu falo com vocês, procuro usar o código de vocês. A figura do índio no Brasil de hoje não pode ser aquela de 500 anos atrás, do passado, que representa aquele primeiro contato. Da mesma forma que o Brasil de hoje não é o Brasil de ontem, tem 160 milhões de pessoas com diferentes sobrenomes. Vieram para cá asiáticos, europeus, africanos, e todo mundo quer ser brasileiro. A importante pergunta que nós fazemos é: qual é o pedaço de índio que vocês têm? O seu cabelo? São seus olhos? Ou é o nome da sua rua? O nome da sua praça? Enfim, vocês devem ter um pedaço de índio dentro de vocês. Para nós, o importante é que vocês olhem para a gente como seres humanos, como pessoas que nem precisam de paternalismos, nem precisam ser tratadas com privilégios. Nós não queremos tomar o Brasil de vocês, nós queremos compartilhar esse Brasil com vocês. TERENA, M. Debate; MORIN, E. Saberes globais e saberes locais. Rio de Janeiro: Garamond, 2000 (adaptado). Na situação de comunicação da qual o texto foi retirado, a norma-padrão da língua portuguesa é empregada com a finalidade de a) demonstrar a clareza e a complexidade da nossa língua materna. b) situar os dois lados da interlocução em posições simétricas. c) comprovar a importância da correção gramatical nos diálogos cotidianos. d) mostrar como as línguas indígenas foram incorporadas à língua portuguesa. e) ressaltar a importância do código linguístico que adotamos como língua nacional. 6. (ENEM) O que é possível dizer em 140 caracteres? Sucesso do Twitter no Brasil é oportunidade única de compreender a importância da concisão nos gêneros de escrita. A máxima “menos é mais” nunca fez tanto sentido como no caso do microblog Twitter, cuja premissa é dizer algo — não importa o que — em 140 caracteres. Desde que o serviço foi criado, em 2006, o número de usuários da ferramenta é cada vez maior, assim como a diversidade de usos que se faz dela. Do estilo “querido diário” à literatura concisa, passando por aforismos, citações, jornalismo, fofoca, humor etc., tudo ganha o espaço de um tweet (“pio” em inglês), e entender seu sucesso pode indicar um caminho para o aprimoramento de um recurso vital à escrita: a concisão. Disponível em: http://www.revistalingua.com.br. Acesso em: 28 abr. 2013 (adaptado). O Twitter se presta a diversas finalidades, entre elas, à comunicação concisa, por isso essa rede social a) é um recurso elitizado, cujo público precisa dominar a língua-padrão. b) constitui recurso próprio para a aquisição da modalidade escrita da língua. c) é restrita à divulgação de textos curtos e pouco significativos e, portanto, é pouco útil. d) interfere negativamente no processo de escrita e acaba por revelar uma cultura pouco reflexiva. e) estimula a produção de frases com clareza e objetividade, fatores que potencializam a comunicação interativa. 7. (ENEM) O poema abaixo pertence à poesia concreta brasileira. O termo latino de seu título significa “epitalâmio”, poema ou canto em homenagem aos que se casam. Disponível em: http://download.inep.gov.br/educacao_basica/enem/provas/2004/2004_amarela.pdf.Acesso em: 10 jun. 2019. http://www.revistalingua.com.br http://download.inep.gov.br/educacao_basica/enem/provas/2004/2004_amarela.pdf.Acesso Considerando que símbolos e sinais são utilizados geralmente para demonstrações objetivas, ao serem incorporados no poema “Epithalamium – II”, a) adquirem novo potencial de significação. b) eliminam a subjetividade do poema. c) opõem-se ao tema principal do poema. d) invertem seu sentido original. e) tornam-se confusos e equivocados. 8. (ENEM) Disponível em: www.separeolixo.gov.br. Acesso em: 4 dez. 2018 (adaptado). Nessa campanha, a principal estratégia para convencer o leitor a fazer a reciclagem do http://www.separeolixo.gov.br lixo é a utilização da linguagem não verbal como argumento para a) reaproveitamento de material. b) facilidade na separação do lixo. c) melhoria da condição do catador. d) preservação de recursos naturais. e) geração de renda para o trabalhador. 9. (ENEM) A substituição do haver por ter em construções existenciais, no português do Brasil, corresponde a um dos processos mais característicos da história da língua portuguesa, paralelo ao que já ocorrera em relação à ampliação do domínio de ter na área semântica de “posse”, no final da fase arcaica. Mattos e Silva (2001:136) analisa as vitórias de ter sobre haver e discute a emergência de ter existencial, tomando por base a obra pedagógica de João de Barros. Em textos escritos nos anos quarenta e cinquenta do século XVI, encontram-se evidências, embora raras, tanto de ter “existencial”, não mencionado pelos clássicos estudos de sintaxe histórica, quanto de haver como verbo existencial com concordância, lembrado por Ivo Castro, e anotado como “novidade” no século XVIII por Said Ali. Como se vê, nada é categórico e um purismo estreito só revela um conhecimento deficiente da língua. Há mais perguntas que respostas. Pode-se conceber uma norma única e prescritiva? É válido confundir o bom uso e a norma com a própria língua e dessa forma fazer uma avaliação crítica e hierarquizante de outros usos e, através deles, dos usuários? Substitui-se uma norma por outra? CALLOU, D. A propósito de norma, correção e preconceito linguístico: do presente para o passado. Cadernos de etras da FF, n. 36, 2008. Disponível em: www.uff.br. Acesso em: 26 fev. 2012 (adaptado). Para a autora, a substituição de “haver” por “ter” em diferentes contextos evidencia que a) o estabelecimento de uma norma prescinde de uma pesquisa histórica. b) os estudos clássicos de sintaxe histórica enfatizam a variação e a mudança na língua. c) a avaliação crítica e hierarquizante dos usos da língua fundamenta a definição da norma. d) a adoção de uma única norma revela uma atitude adequada para os estudos linguísticos. e) os comportamentos puristas são prejudiciais à compreensão da constituição linguística. 10. (ENEM-PPL) http://www.uff.br Disponível em: https://www.blognerdegeek.com/. Acesso em: 7 mar. 2013. (adaptado) Na tirinha, o leitor é conduzido a refletir sobre relacionamentos afetivos. A articulação dos recursos verbais e não verbais tem o objetivo de a) criticar a superficialidade com que as relações amorosas são expostas nas redes sociais. b) negar antigos conceitos ou experiências afetivas ligadas à vida amorosa dos adolescentes. c) enfatizar a importância de incorporar novas experiências na vida amorosa dos adolescentes. d) valorizar as manifestações nas redes sociais como medida do sucesso de uma relação amorosa. e) associar a popularidade de uma mensagem nas redes sociais à profundidade de uma relação amorosa. https://www.blognerdegeek.com/ A partir de agora, ao final de toda semana, você terá uma proposta de redação para colocar em prática tudo o que está aprendendo ao longo do livro, justamente por acreditarmos que praticar é requisito essencial para que você consiga evoluir. Confie na gente que, com prática, até o final do livro sua redação estará top! Além da proposta de redação, separamos para você em cada semana: • Redação 600-, um texto mediano, comentado, para você observar os erros mais comuns; • Redação 900+, texto exemplar para te ensinar a corrigir esses erros; • Folhas para redigir suas redações (encontram-se nas páginas finais do livro). Ah, não se esqueça de que você pode ter suas redações corrigidas. Para saber mais acesse http://livro.descomplica.com.br/redacao. Redação da semana A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em norma-padrão da língua portuguesa sobre o tema Culto à aparência no mundo contemporâneo, apresentando proposta de intervenção que respeiteos direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para a defesa de seu ponto de vista. Texto 1 Foi o belo e vaidoso Narciso, personagem da mitologia grega incapaz de amar outras pessoas e que morreu por se apaixonar pela própria imagem, que inspirou o termo narcisista. O conceito foi depois reinterpretado por Freud, o primeiro que descreveu o http://livro.descomplica.com.br/redacao narcisismo como uma patologia. Nos anos setenta, o sociólogo Christopher Lasch transformou a doença em norma cultural e determinou que a neurose e a histeria que caracterizavam as sociedades do início do século XX tinham dado lugar ao culto ao indivíduo e à busca fanática pelo sucesso pessoal e o dinheiro. Um novo mal dominante. Quase quatro décadas depois ganhou força a teoria de que a sociedade ocidental atual é ainda mais narcisa. Esse comportamento parece expandir-se como uma praga na sociedade contemporânea. E não só entre os adolescentes e jovens que inundam as redes sociais. “A desordem narcisista da personalidade – um padrão geral de grandiosidade, necessidade de admiração e falta de empatia – continua sendo um diagnóstico bastante raro, mas as características narcisistas estão certamente em alta”, explica a psicóloga Pat MacDonald, autora do trabalho Narcissism in the Modern World (narcisismo no mundo moderno). “Basta observar o consumismo galopante, a autopromoção nas redes sociais, a busca da fama a qualquer preço e o uso da cirurgia para frear o envelhecimento”, acrescenta em uma entrevista por telefone. Disponível em: https://brasil.elpais.com/brasil/2017/02/03/cultura/1486128718_178172.html.Acesso em: 7 fev. 2018. Texto 2 Segundo Codo e Senne (1985), a “Corpolatria” é uma espécie de “patologia da modernidade” caracterizada pela preocupação e cuidado extremos com o próprio corpo não exatamente no sentido da saúde (ou presumida falta dela, como no caso da hipocondria), mas particularmente no sentido narcisístico de sua aparência ou embelezamento físico. Para o corpólatra, a própria imagem refletida no espelho se torna obsedante, incapaz de satisfazer-se com ela, sempre achando que pode e deve aperfeiçoá-la. Sendo assim, a corpolatria se manifesta https://brasil.elpais.com/brasil/2017/02/03/cultura/1486128718_178172.html.Acesso como exagero no recurso às cirurgias plásticas, gastos excessivos com roupas e tratamentos estéticos, abuso do fisiculturismo (musculação, uso de anabolizantes etc.). Disponível em: http://corpolatria.blogspot.com.br/2009/03/questao-o-que-e- corpolatria.html.Acesso em: 6 fev. 2018. Texto 3 O discurso da mídia decorre de uma pluralidade de produtos e avanços tecnológicos a fim de aprimorar a estética e forma física. Vemos todos os dias surgirem novos produtos de emagrecimento, são pílulas, sucos, comidas diet, light e zero, aparelhos de ginásticas, academias com uma imensidão de aparelhos, vídeos com séries de exercícios pra se fazer em casa e perder medidas, revistas especializadas em perda de peso em tantos dias, cosméticos, cirurgias plásticas, redução de estômago. O país pode está na maior crise financeira de todos os tempos, mas a indústria da moda não para de crescer. Para todos os lugares que se olha, se vê a influência ao culto de um corpo perfeito, uma barriga saradinha, uma constante luta contra a balança, uma conta de calorias presente em cada refeição. Os meios de comunicação apresentam diariamente o glamour da glória e do sucesso, de pessoas magras e em forma se dando bem em tudo o que fazem, sem sofrer nenhum tipo de preconceito, apenas bem e com intensa ascensão social. Disponível em: http://www.observatoriodaimprensa.com.br/diretorio- academico/_ed794_o_padrao_de_beleza_imposto_pela_midia/. Acesso em: 4 fev. 2018. Redação 600- Tema: Culto à aparência no mundo contemporâneo http://corpolatria.blogspot.com.br/2009/03/questao-o-que-e-corpolatria.html.Acesso http://www.observatoriodaimprensa.com.br/diretorio-academico/_ed794_o_padrao_de_beleza_imposto_pela_midia/ Redação 900+ Tema: Culto à aparência no mundo contemporâneo Sugestão de reescrita 1 Qual o preço da beleza? 2 A cantora norte-americana Beyoncé, em 2014, lançou uma canção que alcançou re- 3 percussão mundial: “Pret ty Hurts”, a beleza machuca, em português. Tal música reflete sobre 4 os padrões estét icos impostos pela mídia e alerta, ainda, sobre a necessidade de atentar-se aos 5 casos de bulimia entre os jovens que cultuam o corpo em detrimento da própria saúde. Nesta 6 perspectiva, faz-se urgente avaliar as consequências da supervalorização da aparência na con- 7 temporaneidade. 8 É preciso entender, primeiramente, que os padrões de beleza foram moldados pela his- 9 tória. Na década de 50, por exemplo, a atriz Marilyn Monroe tornou-se referência: seios fartos 10 e curvas voluptuosas caracterizam sua beleza física e, ainda hoje, alguns meios de comunicação 11 insistem em unificar essa aparência. Neste contexto, parte do público feminino enxerga nasci- 12 rurgias plást icas e na musculação uma forma de “ascensão”, porém, o perigo se alastra quando 13 os indivíduos encaram as mudanças estéticas como a única maneira de at ingir a felicidade. 14 Além disso, os chamados influenciadores digitais interferem no comportamento da so- 15 ciedade. São inúmeros os perfis “fitness” (de aptidão física) que predominam nas redes sociais e expõem, diariamente, um estilo de vida voltado à prat ica de atividades físicas, 16 tratamentos 17 estéticos e de uma alimentação saudável. Muitas dessas referências são positivas, pois incitam o 18 bem-estar corporal, entretanto, há postagens que est imulam dietas e treinos intensos que não 19 condizem com a rotina e a condição física da maioria dos internautas, que muitas vezes tentam 20 segui-las sem um acompanhamento médico. Os resultados, por conseguinte, podem ser frus- 21 trantes e, novamente, nota-se que as pessoas são atraídas pelos conteúdos que veem na internet. 22 É imprescindível, portanto, alternativas para solucionar esse impasse. O poder midiático 23 deve, por meio de campanhas, descontruir os padrões e apresentar a coexistência dos diversos 24 modelos físicos de beleza, a fim de trazer representatividade à população. Para dialogar com os 25 jovens, a escola deve incitar debates e a reflexão sobre a temát ica. Ademais, os influentes digitais 26 podem reforçar, em seu discurso, a necessidade de as atividades instruídas serem acompanhadas 27 por um profissional, tal como o indivíduo ter discernimento na hora de exercê-las. No sistema 28 capitalista vigente, as influências externas não deixarão de existir, mas é possível contê- las a 29 partir do desenvolvimento do senso crítico da sociedade. 30 Semana 2 Tipos textuais Já trabalhamos o conceito de texto, a tipologia da linguagem e os pressupostos da escrita e da leitura. Tudo bem até aqui, né?! Agora, vamos estudar os tipos textuais também conhecidos como modos de organização discursiva, que, além de importantes, são bastante cobrados no vestibular, hein. Os tipos textuais estão relacionados com a forma como os textos se organizam, de acordo com elementos de sua composição, entre eles: tempos verbais, vocabulário, relações lógicas, classes gramaticais, características específicas etc. Além disso, temos de lembrar que um texto não é composto exclusivamente de uma única tipologia, mas sim a partir da mistura desses modos de organização. Os cinco tipos estudados na língua portuguesa são: narração, descrição, exposição, injunção e argumentação. Vamos entender cada um deles? O tipo narrativo é responsável por contar uma história, enunciar fatos, ações de personagens em um tempo e enredo específicos. Isso significa que, se esse tipo textual é responsável pela passagem do tempo (psicológico ou cronológico), predominam, aqui, os verbos de ação, normalmente no pretérito perfeito. Em alguns momentos, é provável que você encontre verbos no presente também. Essa é uma tentativa de aproximar o leitor dos fatos e, decerta maneira, destacar mais a ação narrada (será que estamos usando essa técnica com você? bem aqui neste livro? atenta). Alguns estudiosos classificam esse uso como presente histórico. A descrição, apesar de aparecer muitas vezes complementando a narração, tem características diferentes. Imagine que você está viajando, passeando por um lugar bem bonito e, de repente, resolve tirar uma foto. Se alguém pedisse a você que apontasse cada ponto interessante na imagem, como você faria isso? Perceba que, naturalmente, você utilizaria verbos no pretérito imperfeito. Essa é a marca mais importante do texto descritivo. Há, também, a predominância de adjetivos que, você já sabe, caracterizam a cena. Vamos ver um exemplo de texto misturando narração e descrição? NUNCA PUDE entender a conversação que tive com uma senhora, há muitos anos, contava eu dezessete, ela trinta. Era noite de Natal. Havendo ajustado com um vizinho irmos à missa do galo, preferi não dormir; combinei que eu iria acordá-lo à meia-noite. A casa em que eu estava hospedado era a do escrivão Meneses, que fora casado, em primeiras núpcias, com uma de minhas primas. A segunda mulher, Conceição, e a mãe desta acolheram-me bem quando vim de Mangaratiba para o Rio de Janeiro, meses antes, a estudar preparatórios. Vivia tranqüilo, naquela casa assobradada da Rua do Senado, com os meus livros, poucas relações, alguns passeios. A família era pequena, o escrivão, a mulher, a sogra e duas escravas. Costumes velhos. Às dez horas da noite toda a gente estava nos quartos; às dez e meia a casa dormia. (...) Chamavam-lhe "a santa", e fazia jus ao título, tão facilmente suportava os esquecimentos do marido. Em verdade, era um temperamento moderado, sem extremos, nem grandes lágrimas, nem grandes risos. No capítulo de que trato, dava para maometana; aceitaria um harém, com as aparências salvas. Deus me perdoe, se a julgo mal. Tudo nela era atenuado e passivo. O próprio rosto era mediano, nem bonito nem feio. Era o que chamamos uma pessoa simpática. Não dizia mal de ninguém, perdoava tudo. Não sabia odiar; pode ser até que não soubesse amar. Disponível em: http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bv000223.pdf. Acesso em: 22 jun. 2020. O fragmento acima é um trecho do conto “Missa do Galo” de Machado de Assis. Note que a cena, recheada de ações e, ao mesmo tempo, características, intercala bastante o uso de verbos no pretérito perfeito (“pude entender”, “tive”, “combinei”) e no imperfeito (“era”, “estava”, “vivia”). No início do conto, há predominância de passagens narrativas devido à sequência temporal em que o narrador conta a sua história sobre determinada noite de Natal, por exemplo, pelas expressões “há muitos anos”, “era http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bv000223.pdf noite de Natal”, etc. Há, também, trechos descritivos quando o narrador descreve a família e a casa, por exemplo, “Vivia tranqüilo, naquela casa assobradada da Rua do Senado, com os meus livros, poucas relações, alguns passeios. A família era pequena, o escrivão, a mulher, a sogra e duas escravas. Costumes velhos. Às dez horas da noite toda a gente estava nos quartos; às dez e meia a casa dormia”. Além de descrever a mulher com quem teve uma conversação que nunca pode entender em “era um temperamento moderado, sem extremos, nem grandes lágrimas, nem grandes risos (...) Tudo nela era atenuado e passivo. O próprio rosto era mediano, nem bonito nem feio. Era o que chamamos uma pessoa simpática”. Note como os adjetivos sublinhados contribuem para essa caracterização descritiva tanto da casa e da família como da personagem. O tipo expositivo tem o foco na informação, isto é, possui a função apenas de expor determinada ideia a partir de recursos como a definição de um elemento, conceituação, comparação, entre outros. Diferentemente dos outros tipos, não há emissão de opinião, apenas divulgação de um conteúdo (ou seja, ele coloca lá e você que lute). Já a injunção também é conhecida como instrucional. Esses textos indicam uma ordem, uma instrução ou um conselho de forma que haja uma orientação por parte do emissor para o leitor daquele texto. Para indicar a ordem, utilizam-se verbos no modo imperativo. Para indicar a ordem, usam-se verbos no modo imperativo, os quais são comandos, por exemplo, em uma receita de bolo: “bata os ovos”, “adicione o fermento”, “mexa a mistura”, ou até mesmo o conselho que sua mãe dá ao sair de casa “leve um casaco, vai chover!” (e elas sempre estão certas!). Derivado do termo latim argumentum, a argumentação consiste no ato de convencer, comprovar uma proposição ao interlocutor, no intuito de corroborar aquilo que foi proferido. Demonstrar a sua opinião sobre um determinado tema a fim de validar as suas ideias à outra pessoa pode ser um tipo de argumento. Esse tipo textual é o que mais nos interessa, pois é o modo de organização mais cobrado em provas de vestibular, principalmente o Enem. Um dos problemas mais comuns em uma redação argumentativa é a apresentação de parágrafos de desenvolvimento que não cumprem o papel da argumentação e são totalmente expositivos (pega essa dica do que não fazer). Veja a diferença dos parágrafos a seguir de uma redação sobre o tema A necessidade de discussão sobre o autismo no Brasil. 1. Destaca-se, primeiramente, a escassez de informações acerca do Transtorno do Espectro Autista (TEA). De acordo com dados do IBGE, o Brasil possui cerca de 35 milhões de crianças no Brasil, entre elas 241 mil seriam autistas. Meios de conscientização e de informação sobre a causa foram criados no Brasil: o Dia Mundial da Conscientização do Autismo e o “Abril Azul” – mês de luta pelos que vivem com o transtorno. O primeiro parágrafo é de caráter expositivo, visto que não expõe nenhuma opinião acerca da temática, ou seja, não há a presença de uma tese que norteará a argumentação, apenas o levantamento de dados e de informações acerca do autismo no Brasil. É, portanto, um texto com finalidade apenas informativa. 2. Destaca-se, primeiramente, a escassez de informações acerca do Transtorno do Espectro Autista (TEA). De acordo com dados do IBGE, o Brasil possui cerca de 35 milhões de crianças no Brasil, entre elas 241 mil seriam autistas. Devido ao número de jovens portadores dessa condição ser elevado, foi necessário criar meios de conscientização e de informação sobre essa causa, tais como o Dia Mundial da Conscientização do Autismo e o “Abril Azul” – mês de luta pelos que vivem com o transtorno. Assim, nota-se que houve uma grande evolução a favor da causa autista, porém medidas ainda são necessárias para ampliar o conhecimento sobre essa questão por causa da complexidade para o fechamento de diagnósticos e para mitigar o preconceito em relação aos portadores desse distúrbio. Repare como o segundo parágrafo de desenvolvimento é argumentativo, pois emite uma opinião sobre o autismo no Brasil: há discussão sobre o transtorno no Brasil, mas ainda é pouca. Além disso, essas informações são comprovadas a partir da apresentação de dados estatísticos, fornecidos por uma pesquisa realizada pelo IBGE e exemplos de datas voltadas para a conscientização acerca do distúrbio. Quer aprof undar um pouquinho mais nos modos de organização discursiva? Humm... dá uma olhadinha nessa aula mara que trouxemos para você. 1 Exercícios 1. (MACKENZIE-Adaptada) A arqueologia não pode ser desvencilhada de seu caráter aventureiro e romântico, cuja melhor imagem talvez seja, desde há alguns anos, as saborosas aventuras do arqueólogo Indiana Jones. Pois bem, quando do auge do sucesso de Indiana Jones, o arqueólogo brasileiro Paulo Zanettini escreveu um artigo no Jornal da Tarde, de São Paulo, intitulado “Indiana Jones deve morrer!”. Para ele, assim como para outros arqueólogos profissionais, envolvidos com um trabalho árduo, sério e distante das peripécias das telas, essa imagem aventureira é incômoda. O fato é que o arqueólogo, à diferença do historiador, do geógrafo ou de outros estudiosos, possui uma imagem muito mais atraente, inspiradoranão só de filmes, mas também de romances e livros os mais variados. Bem, para usar uma expressão de Eça de Queiroz, “sob o manto diáfano da fantasia” escondem-se as histórias reais que fundamentaram tais percepções. A arqueologia surgiu no bojo do Imperialismo do século XIX, como um subproduto da expansão das potências coloniais europeias e dos Estados Unidos, que procuravam enriquecer explorando outros territórios. Alguns dos primeiros arqueólogos de fato foram aventureiros, responsáveis, e não em pequena medida, pela fama que se propagou em torno da profissão. FUNARI, P. P. A. Arqueologia. São Paulo: Contexto, 2003. Acesso em: 9 mar. 2020. De acordo com o seu conhecimento acerca dos tipos textuais, é possível classificar o texto lido como: a) narrativo. b) descritivo. c) injuntivo. d) informativo. e) diálogo. http://qrs.ly/6nbk7ab 2. (IFPE) Vilarejo Há um vilarejo ali Onde areja um vento bom Na varanda quem descansa Vê o horizonte deitar no chão Pra acalmar o coração Lá o mundo tem razão Terra de heróis, lares de mãe Paraíso se mudou para lá Por cima das casas cal Frutas em qualquer quintal Peitos fartos, filhos fortes Sonhos semeando o mundo real Toda a gente cabe lá Palestina, Shangri-lá [...] Lá o tempo espera Lá é primavera Portas e janelas ficam sempre abertas Pra sorte entrar Em todas as mesas pão Flores enfeitando Os caminhos, os vestidos Os destinos e essa canção Tem um verdadeiro amor Para quando você for Compositores: Marisa Monte/Pedro Baby/Carlinhos Brown/Arnaldo Antunes. Disponível em: https://www.letras.mus.br/marisa-monte/441705/. Acesso em: 2 ago. 2019. Com relação aos tipos textuais, em Vilarejo, predominam sequências tipológicas: a) argumentativas. b) injuntivas. c) descritivas. https://www.letras.mus.br/marisa-monte/441705/ d) expositivas. e) narrativas. 3. (ENEM-PPL) Qualquer que tivesse sido o seu trabalho anterior, ele o abandonara, mudara de profissão e passara pesadamente a ensinar no curso primário: era tudo o que sabíamos dele. O professor era gordo, grande e silencioso, de ombros contraídos. Em vez de nó na garganta, tinha ombros contraídos. Usava paletó curto demais, óculos sem aro, com um fio de ouro encimando o nariz grosso e romano. E eu era atraída por ele. Não amor, mas atraída pelo seu silêncio e pela controlada impaciência que ele tinha em nos ensinar e que, ofendida, eu adivinhara. Passei a me comportar mal na sala. Falava muito alto, mexia com os colegas, interrompia a lição com piadinhas, até que ele dizia, vermelho: — Cale-se ou expulso a senhora da sala. Ferida, triunfante, eu respondia em desafio: pode me mandar! Ele não mandava, senão estaria me obedecendo. Mas eu o exasperava tanto que se tornara doloroso para mim ser objeto do ódio daquele homem que de certo modo eu amava. Não o amava como a mulher que eu seria um dia, amava-o como uma criança que tenta desastradamente proteger um adulto, com a cólera de quem ainda não foi covarde e vê um homem forte de ombros tão curvos. LISPECTOR, C. Os desastres de Sofia. A legião estrangeira. São Paulo: Ática, 1997. Entre os elementos constitutivos dos gêneros, está a sua própria estrutura composicional, que pode apresentar um ou mais tipos textuais, considerando-se o objetivo do autor. Nesse fragmento, a sequência textual que caracteriza o gênero conto é a a) expositiva, em que se apresentam as razões da atitude provocativa da aluna. b) injuntiva, em que se busca demonstrar uma ordem dada pelo professor à aluna. c) descritiva, em que se constrói a imagem do professor com base nos sentidos da narradora. d) argumentativa, em que se defende a opinião da enunciadora sobre o personagem- professor. e) narrativa, em que se contam fatos ocorridos com o professor e a aluna em certo tempo e lugar. 4. (ENEM) Prima Julieta Prima Julieta irradiava um fascínio singular. Era a feminilidade em pessoa. Quando a conheci, sendo ainda garoto e já sensibilíssimo ao charme feminino, teria ela uns trinta ou trinta e dois anos de idade. Apenas pelo seu andar percebia-se que era uma deusa, diz Virgílio de outra mulher. Prima Julieta caminhava em ritmo lento, agitando a cabeça para trás, remando os belos braços brancos. A cabeleira loura incluía reflexos metálicos. Ancas poderosas. Os olhos de um verde azulado borboleteavam. A voz rouca e ácida, em dois planos: voz de pessoa da alta sociedade. MENDES, M. A idade do serrote. Rio de Janeiro: Sabiá, 1968. Entre os elementos constitutivos dos gêneros, está o modo como se organiza a própria composição textual, tendo-se em vista o objetivo de seu autor: narrar, descrever, argumentar, explicar, instruir. No trecho, reconhece-se uma sequência textual a) explicativa, em que se expõem informações objetivas referentes à prima Julieta. b) instrucional, em que se ensina o comportamento feminino, inspirado em prima Julieta. c) narrativa, em que se contam fatos que, no decorrer do tempo, envolvem prima Julieta. d) descritiva, em que se constrói a imagem de prima Julieta a partir do que os sentidos do enunciador captam. e) argumentativa, em que se defende a opinião do enunciador sobre prima Julieta, buscando--se a adesão do leitor a essas ideias. 5. (ENEM-PPL) Ser pai faz bem para a pressão! Uma pesquisa feita pela Brigham Young University, nos EUA, indica que a paternidade pode ajudar a manter a pressão arterial baixa. Os dados foram medidos em 198 adultos, monitorados por aparelhos anexados ao braço, em intervalos aleatórios, durante 24 horas. Comparada às do grupo de adultos sem filhos, a média dos pais foi inferior em 4,5 pontos para a pressão arterial diastólica. Julianne Holt-Lunstad, autora do estudo, diz que outros fatores (como atividades físicas) também colaboram para reduzir esses níveis e que o objetivo da pesquisa é comprovar como fatores sociais colaboram para a saúde do corpo. “Isso não significa que quanto mais crianças você tiver, melhor será sua pressão sanguínea. Os resultados estão conectados a essa relação de parentesco, mas sem considerar o número de sucessores ou situação profissional”, pondera Julianne. ALVES, I. Vivasa de, n. 83, [s.d.]. Disponível em: http://download.inep.gov.br/educacao_basica/enem/ppl/2017/provas/P2_01_AZUL.pdf Acesso em: 9 mar. 2020. O texto apresenta resultados de uma pesquisa científica, objetivando a) informar o leitor leigo a respeito dos resultados obtidos, com base em dados monitorados. b) sensibilizar o leitor acadêmico a respeito da paternidade, com apoio nos comentários da pesquisadora. http://download.inep.gov.br/educacao_basica/enem/ppl/2017/provas/P2_01_AZUL.pdf c) persuadir o leitor especializado a se beneficiar do exercício da paternidade, com base nos dados comparados. d) dar ciência ao leitor especializado da validade da investigação, com base na reputação da instituição promotora. e) instruir o leitor leigo a respeito da validade relativa da investigação, com base nas declarações da pesquisadora. 6. (ENEM) O eclipse em seu signo vai desencadear mudanças na sua autoestima e no seu modo de agir. O corpo indicará onde você falha – se anda engolindo sapos, a área gástrica se ressentirá. O que ficou guardado virá à tona, pois este novo ciclo exige uma “desintoxicação”. Seja comedida em suas ações, já que precisará de energia para se recompor. Há preocupação com a família, e a comunicação entre os irmãos trava. Lembre- se: palavra preciosa é palavra dita na hora certa. Isso ajuda também na vida amorosa, que será testada. Melhor conter as expectativas e ter calma, avaliando as próprias carências de modo maduro. Sentirá vontade de olhar além das questões materiais – sua confiança virá da intimidade com os assuntos da alma. Cláudia, ano 48, n. 7, jul. 2009. O reconhecimento dos diferentes gêneros textuais, seu contexto de uso, sua função específica, seu objetivo comunicativo e seu formato mais comum relacionam-se com os conhecimentos construídos socioculturalmente. A análise dos elementos constitutivos desse texto demonstra que sua função é: a) vender um produto anunciado.b) informar sobre astronomia. c) ensinar os cuidados com a saúde. d) expor a opinião de leitores em um jornal. e) aconselhar sobre amor, família, saúde, trabalho. 7. (UNESP) Leia o excerto do livro “Violência urbana”, de Paulo Sérgio Pinheiro e Guilherme Assis de Almeida. De dia, ande na rua com cuidado, olhos bem abertos. Evite falar com estranhos. À noite, não saia para caminhar, principalmente se estiver sozinho e seu bairro for deserto. Quando estacionar, tranque bem as portas do carro [...]. De madrugada, não pare em sinal vermelho. Se for assaltado, não reaja – entregue tudo. É provável que você já esteja exausto de ler e ouvir várias dessas recomendações. Faz tempo que a ideia de integrar uma comunidade e sentir-se confiante e seguro por ser parte de um coletivo deixou de ser um sentimento comum aos habitantes das grandes cidades brasileiras. As noções de segurança e de vida comunitária foram substituídas pelo sentimento de insegurança e pelo isolamento que o medo impõe. O outro deixa de ser visto como parceiro ou parceira em potencial; o desconhecido é encarado como ameaça. O sentimento de insegurança transforma e desfigura a vida em nossas cidades. De lugares de encontro, troca, comunidade, participação coletiva, as moradias e os espaços públicos transformam-se em palco do horror, do pânico e do medo. A violência urbana subverte e desvirtua a função das cidades, drena recursos públicos já escassos, ceifa vidas – especialmente as dos jovens e dos mais pobres –, dilacera famílias, modificando nossas existências dramaticamente para pior. De potenciais cidadãos, passamos a ser consumidores do medo. O que fazer diante desse quadro de insegurança e pânico, denunciado diariamente pelos jornais e alardeado pela mídia eletrônica? Qual tarefa impõe-se aos cidadãos, na democracia e no Estado de direito? PINHEIRO, P. S.; DE ALMEIDA, G. A. Violência urbana. São Paulo: Publifolha, 2003. O modo de organização do discurso predominante no excerto é: a) a dissertação argumentativa. b) a narração. c) a descrição objetiva. d) a descrição subjetiva. e) a dissertação expositiva. 8. (FUNRIO) O trecho que segue foi extraído do conto “Lâmpadas e Ventiladores”, de Humberto de Campos: A tarde estava quente, abafada, ameaçando tempestade. Na sala da sorveteria onde tomávamos chá, os ventiladores ronronavam, como gatos, refrescando o ambiente. Lufadas ardentes, fortes, brutais, varreram, lá fora, o asfalto da Avenida. O céu escureceu, de repente, e um trovão estalou, rolando pelo céu. Nesse momento, as lâmpadas do salão, abertas àquela hora, apagaram-se todas, ao mesmo tempo em que, dependendo da mesma corrente elétrica, os ventiladores foram, pouco a pouco, diminuindo a marcha, até que pararam, de todo, como aves que acabam de chegar de um grande voo. Sobre a tipologia textual dessa passagem do conto, pode-se dizer a organização predominante é a) argumentativa. b) descritiva. c) expositiva. d) narrativa. e) poética. 9. (UNESP-adaptado) Poema tirado de uma notícia de jornal João Gostoso era carregador de feira livre e morava no morro da Babilônia num barracão sem número. Uma noite ele chegou no bar Vinte de Novembro Bebeu Cantou Dançou Depois se atirou na Lagoa Rodrigo de Freitas e morreu afogado. Cite três elementos que evidenciam o caráter narrativo desse poema. _____________________________________________________________________________________________________ 10. (UPE) Vozes da seca Seu doutô os nordestino têm muita gratidão Pelo auxílio dos sulista nessa seca do sertão Mas doutô uma esmola a um homem qui é são Ou lhe mata de vergonha ou vicia o cidadão É por isso que pidimo proteção a vosmicê Home pur nóis escuído para as rédias do pudê Pois doutô dos vinte estado temos oito sem chovê Veja bem, quase a metade do Brasil tá sem cumê Dê serviço a nosso povo, encha os rio de barrage Dê cumida a preço bom, não esqueça a açudage Livre assim nóis da ismola, que no fim dessa estiage Lhe pagamo inté os juru sem gastar nossa corage Se o doutô fizer assim salva o povo do sertão Quando um dia a chuva vim, que riqueza pra nação! Nunca mais nóis pensa em seca, vai dá tudo nesse chão Como vê nosso distino mercê tem nas vossa mãos Luiz Gonzaga e Zé Dantas. Disponível em: http://letras.mus.br/luiz-gonzaga/47103. Acesso em: 2 abr. 2019. Alguns versos da canção se configuram como enunciados que incitam à ação e, por isso, são denominados, quanto à tipologia textual, de “injuntivos”. Exemplificam enunciados injuntivos os seguintes versos: a) Seu doutô os nordestino têm muita gratidão/ Pelo auxílio dos sulista nessa seca do sertão. http://letras.mus.br/luiz-gonzaga/47103 b) Mas doutô uma esmola a um homem qui é são/ Ou lhe mata de vergonha ou vicia o cidadão. c) É por isso que pidimo proteção a vosmicê/ Home pur nóis escuído para as rédias do pudê. d) Pois doutô dos vinte estado temos oito sem chovê/ Veja bem, quase a metade do Brasil tá sem cumê. e) Dê serviço a nosso povo, encha os rio de barrage/ Dê cumida a preço bom, não esqueça a açudage. Redação da semana A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em norma-padrão da língua portuguesa sobre o tema Fome no Brasil: como enfrentar esse problema?, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para a defesa de seu ponto de vista. Não se esqueça que a folha com espaço para você escrever se encontra ao final do livro. Texto 1 Disponível em: https://nacoesunidas.org/wp-content/uploads/2015/09/2.png. Acesso em: 20 out. 2018. Texto 2 O IBGE classifica o problema da fome em três níveis nomeados de “níveis de insegurança alimentar”: - Leve: existe a preocupação com a quantidade, bem como com a qualidade, dos alimentos. - Moderada: existe limitação na quantidade de alimentos. - Grave: existe a fome decorrente da real falta de alimentos. Embora esteja mais radicado em determinadas regiões, o problema existe em todo o país. O Nordeste é a região do Brasil onde esse problema é mais grave, seguindo-se a região Norte. No Maranhão, mais de 60% da população passa por dificuldades para de alimentar em condições. Segue-se Piauí, Amazonas e Pará. Em situação grave, o Acre é o estado que mais se destaca. No que respeita às zonas, o problema da fome incide em 6,3% na zona rural contra 3,1% detectado na zona urbana. https://nacoesunidas.org/wp-content/uploads/2015/09/2.png Disponível em: https://www.todamateria.com.br/fome-no-brasil/. Acesso em: 13 out. 2018. Redação 600- Tema: Culto à aparência no mundo contemporâneo https://www.todamateria.com.br/fome-no-brasil/ Redação 900+ Tema: Fome no Brasil – Como enfrentar esse problema? Sugestão de reescrita 1 Os pilares da democracia possuem a liberdade e a igualdade como direitos fundamentais 2 aos cidadãos. Embora essa afirmação devesse ser aplicada no cenário brasileiro, devido à 3 Const ituição Cidadã ser baseada nessas premissas, ela não é efet iva no que diz respeito à 4 questão da fome que at inge a população. A igualdade não é garant ida devido aos obstáculos 5 tanto na distribuição dos alimentos produzidos em território nacional quanto na falta de polít icas 6 públicas focadas nos mais vulneráveis. 7 Em primeiro lugar, cabe destacar que o Brasil é um dos maiores exportadores do mundo. 8 Desde a colonização, o território ofereceu produtos como o pau-brasil, a cana-de-açúcar, o 9 algodão e até a mineração tanto para a metrópole quanto para outras nações em trocas comerciais. 10 Mesmo que hoje o povo tupiniquim seja independente de sua ant iga metrópole, a maior parte da 11 produção agrícola ainda é dest inada para a comercialização exterior e prejudica a distribuição 12 dos alimentos no país, o que acarreta cerca de 5% da população em situação de fome. 13 Por outro lado, mesmo que já tenham exist ido programas sociais, não foram suficientes para 14diminuir essa desigualdade no país. A ext inção da fome, a promoção da agricultura sustentável e 15 a melhoria da nutrição são objet ivos da ONU no desenvolvimento sustentável dos países. Mas essa realidade ainda está longe de se Concret izar, visto que programas brasileiros, como o 16 Fome Zero, 17 que oferecia acesso à alimentação, não teve cont inuidade em trocas de governos e deixam famílias 18 em condições de necessidade. Logo, é necessário que esses projetos cont inuem independentemente 19 do término de um mandato. 20 Fica evidente, portanto, que medidas cont inuem sendo tomadas e permaneçam ao longo dos 21 mandatos para auxiliar na diminuição da fome no território brasileiro. Por meio de incent ivos 22 fiscais, o governo não deve cobrar impostos de ONGs que forneçam alimentos para pessoas em 23 situação de rua e aos mais carentes para que cont inuem realizando esse trabalho, visto que 24 recebem doações de voluntários apenas. É papel do Estado, também, retomar as atividades de 25 restaurantes populares, que eram oferecidos nas campanhas de Fome Zero, para conseguirem 26 levar alimentação ao maior número possível de pessoas. 27 28 29 1 Acesse: http://livro.descomplica.com.br/redacao. http://livro.descomplica.com.br/redacao Semana 3 A redação modelo Enem A hora dela chegou! A redação do Enem. Mas, antes de falarmos tudo sobre o modelo, que tal ouvir um hit da Pocah e dos professores do Desco para já ir se preparando para o que vem pela frente? Garanto que ele nunca mais vai sair da sua cabeça e não vai dar aquele sumiço na hora do vestibular. Aponta a câmera para o código e vem dançar e cantar com a gente. “Redaaaaçãaaaaao introduz e desenvolve, na conclusão cê resolve!” Como falamos lá atrás, o modelo dissertativo é o preferido pelas comissões de vestibulares e o adotado oficialmente pelo Enem. Essa preferência não se dá ao acaso; muito pelo contrário, justifica- se pelo fato de a dissertação ser a modalidade textual que associa, com maior evidência, as características de um candidato desejadas pela banca: domínio da modalidade escrita formal (conhecimento das regras gramaticais), capacidade de articulação de discursos (utilização de conectivos e elementos que estabeleçam a ligação entre as partes do texto) e reflexividade e senso crítico (capacidade de leitura do tema e argumentação). Em síntese, podemos afirmar que a dissertação mede a capacidade do aluno de absorver, interagir com e interpretar o seu mundo, além de produzir tais ideias sob a forma escrita. Por esse motivo, estimularemos sempre o pensamento crítico e consciente, a fim de que você possa escrever qualquer redação, a partir de qualquer tema e em qualquer circunstância, de modo adequado e proveitoso. Você viu que queremos te ajudar a escrever sobre qualquer tema de redação, né?! Então, vem que o Vallad vai te dar algumas dicas infalíveis! http://qrs.ly/bcbk7af http://qrs.ly/u1bk7ao Características gerais da dissertação Segundo a cartilha do Participante do Enem, “o texto dissertativo-argumentativo é aquele que se organiza na defesa de um ponto de vista sobre determinado assunto. É fundamentado em argumentos, a fim de influenciar a opinião do leitor, tentando convencê-lo de que a ideia defendida está correta. É preciso, portanto, expor e explicar ideias. Daí a sua dupla natureza: é argumentativo porque defende uma tese, uma opinião, e é dissertativo porque utiliza explicações para justificá-la” (p. 16). Na escola, aprendemos que existem duas espécies de textos dissertativos: o expositivo e o argumentativo. No primeiro caso, são feitas considerações imparciais sobre o tema, sem a emissão de qualquer juízo de valor pelo enunciador – lembra? Já vimos isso na semana anterior. Por exemplo: “O Festival de Cannes foi criado por Jean Zay, ministro francês da Instrução Pública e das Belas Artes, em 1946. Até 2002, o festival era conhecido como Festival International du Film, mas rapidamente ganhou muito prestígio e popularidade e passou a ser chamado de Festival de Cannes por acontecer na cidade francesa que leva o mesmo nome. A premiação é organizada anualmente e desde 1952 acontece sempre no mês de maio no Palais des Festivals”. Disponível em: http://respirefrances.com/cultura-francesa/cinema-frances/saiba- tudo-sobre-o-festival-de-cannes/. Acesso em: 6 mar. 2020. No segundo caso, uma opinião é emitida e, posteriormente, defendida com o uso de argumentos. Nesse sentido, cuidado: as bancas dos exames vestibulares não costumam observar com bons olhos textos meramente expositivos; já dissemos que o senso crítico é um dos ingredientes de uma boa redação, e somente com a defesa de uma opinião ou ponto de vista poderemos fazer notar nossa capacidade crítica. Daqui para frente, lembre-se do seguinte: quando falarmos em dissertação, pura e simplesmente, estaremos fazendo referência ao tipo argumentativo. E ele não anda sem seus dois principais elementos: http://respirefrances.com/cultura-francesa/cinema-frances/saiba-tudo-sobre-o-festival-de-cannes/ • Tese: É a ideia que você vai defender no seu texto. Ela deve estar relacionada ao tema e apoiada em argumentos ao longo da redação. • Argumentos: É a justificativa para convencer o leitor a concordar com a tese defendida. Cada argumento deve responder à pergunta “por quê?” com relação à tese defendida. Veja o exemplo abaixo: Dentre as diversas premiações cinematográficas, o Oscar é a mais popular. O Festival de Cannes, de Berlin e de Gramado são premiações tão conhecidas quanto o Oscar, entretanto esta é mais acessível aos apaixonados pela sétima arte, visto que é televisionada em diversos canais abertos e disponibilizada nas redes sociais, enquanto as outras se tornam restritas aos produtores e atores do cinema. Note que no primeiro período há a apresentação da opinião do autor sobre as premiações cinematográficas, “O Oscar é a premiação mais popular”, enquanto no período seguinte há a justificativa sobre essa tese: “O Oscar é uma premiação cinematográfica televisionada em diversos canais abertos”. Você deve ter notado que a opinião desse parágrafo foi apresentada e fundamentada a partir de exemplos concretos, ou seja, informações comprováveis. A redação, por ser um texto técnico, deve ser uma metodologia de planejamento das ideias. A partir da leitura de um tema, deve-se observar o problema apresentado e criar uma hipótese de como aquele problema surgiu ou por que ainda persiste na sociedade. A argumentação será o meio de comprovação dessa opinião e justificativa acerca dessas hipóteses, por isso as estratégias argumentativas são essenciais para o auxílio dessa fundamentação da tese, a qual será realizada por meio de provas concretas. Estrutura Existem diversas formas de organizar um texto. Porém, trataremos aqui da forma que utilizaremos na redação do Enem: trata-se da chamada estrutura ortodoxa da dissertação. Sob esse escopo, o texto possui três partes bem definidas, cada uma desempenhando um papel específico. São elas a introdução, o desenvolvimento e a conclusão. Essa parece ser a estruturação mais adequada por diversos motivos, entre os quais se destacam: • Não é uma tarefa simples organizar as ideias e apresentá-las para a banca de modo coerente. A estrutura ortodoxa constitui um meio extremamente eficaz de promover essa organização. • Todos os exemplos de redações que obtiveram grau máximo divulgadas pelas comissões examinadoras seguem essa estrutura. Desse modo, você não vai apenas mostrar capacidade de ordenação do raciocínio, mas também que entrou em contato com bons textos ao longo de sua preparação. Linguagem impessoal O texto dissertativo deve ser escrito, comumente, na terceira pessoa. Dito de outro modo, os pronomes “eu”, “meu” ou “minha” devem ser evitados, bem como formas verbais que contenham em sua estrutura a desinência número-pessoal da primeira pessoa: “acredito”, “acho”, “devo”, “quero”. Mas você deve estar se perguntando “– Por que devo evitar utilizar a primeira pessoa do singular no meu texto? se éa minha opinião...”. De fato, parece paradoxal impedir que se utilizem marcas de personalização em um texto pessoal. Na verdade, a explicação para essa aparente contradição é bastante simples: de um lado, é óbvio que o texto pertence a quem o produz; nesse sentido, seria redundante o enunciador ter, o tempo todo, que “aparecer”. Por outro lado – e aqui está o motivo maior, pega seu marca-texto! –, bons argumentadores fazem com que opiniões pessoais pareçam universais; isso, só mesmo a linguagem impessoal (em terceira pessoa) pode realizar. Adequação à norma culta e aos índices de formalidade A dissertação, embora totalmente sua, é um texto técnico e, como tal, deve seguir um conjunto mínimo de regras. Nesse contexto, o registro formal e culto deve ser empregado. Assim, todas as modalidades relativas à boa gramática, desde as regras de acentuação, pontuação, concordância e regência, entre outras, até o não uso de gírias ou de vocábulos considerados vulgar, deverão ser observadas. Agora que você já aprendeu as caracter ísticas gerais da disser tação, que tal assistir uma aula para f ixar ainda mais esses conceitos? 2 Exercícios Texto para as questões de 1 a 6 Leia com atenção a redação a seguir, escrita por um aluno sobre o tema Para você, o que é ser cidadão? e observe que NÃO se trata de um exemplo de boa redação. Ela apresenta diversos problemas que devem ser verificados – e evitados. É relat ivo No dicionário, ser cidadão é ser “um indivíduo no gozo dos direitos civis e políticos de um Estado, ou no desempenho de seus deveres para com este”. Essa afirmação é difícil de ser entendida, principalmente porque a política hoje é muito incoerente. Diante disso, é preciso ver se o conceito de cidadão pode ter uma definição fixa e universal, sem considerar suas mudanças em cada contexto. Em um mundo globalizado, é preciso dizer que ser cidadão hoje é algo difícil de ser cumprido. Isso porque, com a troca entre as novas formas de cultura, os princípios sociais mudando a todo instante, tornando mais fácil que uma pessoa não consiga entendê-los, o que, na teoria, já seria um ataque à ideia de cidadania. Porém, não se pode exigir que uma população que não sabe nem mesmo os princípios básicos de convívio social tenha uma atitude coerente em relação às leis aplicadas, já que elas são feitas por pessoas que não se importam com as suas necessidades. Além disso, há uma falta de coerência sobre o que se pensa ser um cidadão. Ao mesmo tempo que se recrimina o fato de pessoas não se empenharem para cumprirem seus deveres em relação ao Brasil, o governo não assegura que os direitos de cada cidadão sejam cumpridos. Essa postura é o reflexo de uma política que se diz democrática, mas obedece só aos interesses da elite que manda no país, já que não dá a igualdade de direitos. Assim, ser cidadão torna-se confuso, pois o papel de cada um na sociedade fica muito relativo. Relativa também é a própria visão que cada um tem da sua visão quanto ao papel que precisa desempenhar na sociedade. Muitos acham que suas atitudes não têm reflexo direto em toda a sociedade, por isso agem apenas pensando em si mesmo. Com isso, jogam papéis nas ruas, picham muros, roubam monumentos, sem se importar se estão destruindo um patrimônio público. O problema é que eles não percebem que, fazendo essas coisas, estão agredindo a eles próprios, pois também fazem parte da sociedade. Portanto, ser cidadão é algo muito complicado hoje em dia, já que o capitalismo impõe o ritmo da vida moderna e os interesses pessoais são mais importantes do que o convívio social. Ninguém mais sabe o que deve fazer ou o que pode exigir. Por isso, pode-se dizer que a definição do dicionário precisa ser revista, de repente colocando-se logo no início dela algo como “é relativo”. 1. Criar uma adversidade significa, em alguns casos, contrapor uma ideia a outra, o que pode gerar um erro de coerência, a contradição. Ao utilizar uma ideia adversativa no quarto parágrafo, o autor comete tal erro? Explique. 2. Por que, ao dizer que “não se pode exigir que uma população que desconhece até mesmo os princípios básicos de convívio social tenha uma atitude coerente em relação às leis aplicadas”, o autor torna sua argumentação falha? 3. O chamado “duplo sentido”, na linguagem coloquial, é conhecido na norma culta como ambiguidade. Pode-se dizer que esse fenômeno ocorre na frase “já que elas são feitas por pessoas que não se importam com as suas necessidades”. Corrija-a. 4. Pode-se dizer que o segundo parágrafo de desenvolvimento contém um erro quanto à visão do tema? Por quê? 5. A falta de clareza é um problema estrutural sério, que dificulta a compreensão e prejudica a defesa de um ponto de vista. Ao observar o primeiro período do terceiro parágrafo de desenvolvimento, percebe-se que ele está confuso. Reescreva-o. 6. Uma aluna, ao ler o terceiro parágrafo, disse que o autor “falou, falou e não disse nada”. Ela está certa em sua constatação? Como pode ser chamado esse tipo de erro? 7. (ENEM-PPL) Não adianta isolar o fumante Se quiser mesmo combater o fumo, o governo precisa ir além das restrições. É preciso apoiar quem quer largar o cigarro. Ao apoiar uma medida provisória para combater o fumo em locais públicos nos 27 estados brasileiros, o senado reafirmou um valor fundamental: a defesa da saúde e da vida. Em pelo menos um aspecto a MP 540/2011 é ainda mais rigorosa que as medidas em vigor em São Paulo, no Rio de Janeiro e no Paraná, estados que até agora adotaram as legislações mais duras contra o tabagismo. Ela proíbe os fumódromos em 100% dos locais fechados, incluindo até tabacarias, onde o fumo era autorizado sob determinadas condições. Uma das principais medidas atinge o fumante no bolso. O governo fica autorizado a fixar um novo preço para o maço de cigarros. O Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) será elevado em 300%. Somando uma coisa e outra, o sabor de fumar se tornará muito mais ácido. Deverá subir 20% em 2012 e 55% em 2013. A visão fundamental da MP está correta. Sabe-se, há muito, que o tabaco faz mal à saúde. É razoável, portanto, que o Estado aja em nome da saúde pública. Época, 28 nov. 2011 (adaptado). O autor do texto analisa a aprovação da MP 540/2011 pelo Senado, deixando clara a sua opinião sobre o tema. O trecho que apresenta uma avaliação pessoal do autor como uma estratégia de persuasão do leitor é: a) “Ela proíbe os fumódromos em 100% dos locais fechados”. b) “O governo fica autorizado a fixar um novo preço para o maço de cigarros”. c) “O Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI)”. d) “Somando uma coisa e outra, o sabor de fumar se tornará muito mais ácido”. e) “Deverá subir 20% em 2012 e 55% em 2013”. 8. Leia com atenção o trecho abaixo: “Com a taxa de obesidade crescendo, a população brasileira vê doenças como a diabetes e a hipertensão aumentarem, sendo provenientes de uma má alimentação. Além disso, ingerir alimentos em alta quantidade e não seguir uma dieta alimentar são problemas existentes na vida de muitos jovens que sofrem de enfermidades cardiovasculares”. O parágrafo em destaque é trecho de uma redação relacionada ao tema Alimentação irregular e obesidade no Brasil, mas possui problemas ao apresentar um caráter argumentativo. Cite as dificuldades presentes no texto para a validação de um ponto de vista. 9. (ENEM-2.ª aplicação) O último longa de Carlão acompanha a operária Silmara, que vive com o pai, um ex-presidiário, numa casa da periferia paulistana. Ciente de sua beleza, o que lhe dá certa soberba, a jovem acredita que terá um destino diferente do de suas colegas. Cruza o caminho de dois cantores por quem é apaixonada. E constata, na prática, que o romantismo dos contos de fada tem perna curta. VOMERO, M. F. Romantismo de araque. Vida Simples, n. 121, ago. 2012. Reconhece-se, nesse trecho, uma posição crítica aos ideais de amor e felicidade encontrados nos contos de fada. Essa crítica é traduzida a) pela descrição da dura realidade da vida das operárias. b) pelas decepções
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