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Redação em 10 Semanas - Descomplica

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■ O autor deste livro e a editora empenharam seus melhores esforços para assegurar
que as informações e os procedimentos apresentados no texto estejam em acordo com
os padrões aceitos à época da publicação, e todos os dados foram atualizados pelo
autor até a data de fechamento do livro. Entretanto, tendo em conta a evolução das
ciências, as atualizações legislativas, as mudanças regulamentares governamentais e
o constante fluxo de novas informações sobre os temas que constam do livro,
recomendamos enfaticamente que os leitores consultem sempre outras fontes
fidedignas, de modo a se certificarem de que as informações contidas no texto estão
corretas e de que não houve alterações nas recomendações ou na legislação
regulamentadora.
■ Fechamento desta edição: 30.07.2020
■ O Autor e a editora se empenharam para citar adequadamente e dar o devido crédito a
todos os detentores de direitos autorais de qualquer material utilizado neste livro,
dispondo-se a possíveis acertos posteriores caso, inadvertida e involuntariamente, a
identificação de algum deles tenha sido omitida.
■ Atendimento ao cliente: (11) 5080-0751 | faleconosco@grupogen.com.br
■ Direitos exclusivos para a língua portuguesa
Copyright © 2020 by
Editora Forense Ltda.
Uma editora integrante do GEN | Grupo Editorial Nacional
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São Paulo – SP – 01203-904
www.grupogen.com.br
■ Reservados todos os direitos. É proibida a duplicação ou reprodução deste volume, no
todo ou em parte, em quaisquer formas ou por quaisquer meios (eletrônico, mecânico,
gravação, fotocópia, distribuição pela Internet ou outros), sem permissão, por escrito,
da Editora Forense Ltda.
■ Equipe Descomplica
■ Coordenação: Madjory Almeida
Marcos Mattana
■ Revisão de conteúdo: Bruna Basile
■ Projeto gráfico de capa e miolo: Bianca Teodoro
■ Produção digital: Ozone
mailto:faleconosco@grupogen.com.br
http://www.grupogen.com.br
■ CIP – BRASIL. CATALOGAÇÃO NA FONTE.
SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ.
C98r
Cunha, Rafael de Andrade
Redação em 10 semanas / Rafael de Andrade Cunha. – Rio de Janeiro: Forense,
2020.
ISBN 978-85-309-9164-7
1. Exame Nacional do Ensino Médio (Brasil). 2. Ensino médio – Avaliação – Brasil. 3.
Língua portuguesa (Ensino médio) – Problemas, questões, exercícios. 4. Método de
estudos. I. Título.
20-64466 CDD: 373.981
CDU: 373.5(81)
Meri Gleice Rodrigues de Souza - Bibliotecária CRB-7/6439
 Sumário 
Agradecimentos
Recadinho dos professores
Semana 1 – Afinal, o que é um texto?
Semana 2 – Tipos textuais
Semana 3 – A redação modelo Enem
Semana 4 – Como planejar a redação
Semana 5 – Como o corretor vai analisar a sua
redação
Semana 6 – Introdução
Semana 7 – Desenvolvimento
Semana 8 – Conclusão
Semana 9 – Como utilizar os métodos de
raciocínio lógico
Semana 10 – Para que serve a coesão textual
Resuminho mara de tudo o que aprendemos
Dicas de gramática
O uso da vírgula
Noções básicas de ortografia e aspectos
linguísticos
Gabarito dos exercícios
Referências
Vem praticar!
 Agradecimentos 
Em 2019, quando surgiu o projeto de livro do Descomplica,
prontamente Rafael Cunha, nosso vice-presidente e professor de
Redação, topou, e juntos estruturamos todos os grandes caminhos
que os estudantes precisam trilhar para alcançar a nota mil na
redação.
Decidimos dar o pontapé inicial com a disciplina de redação por
alguns motivos: ela, nos vestibulares, é comum a todos os
estudantes, independentemente do curso que pretende escolher;
além disso, com os nossos anos de experiência, vimos que os
estudantes sempre buscam métodos eficientes para estudar essa
disciplina, que, às vezes, pode parecer até um pouco subjetiva,
afinal, não basta só dominar a técnica, é preciso também ter em
mente todos os jogos de cintura – que chamamos de
“conhecimento de mundo” ou “repertório”.
Com o passar do tempo, o projeto foi se tornando cada vez
maior, começamos a pensar não somente na estrutura do conteúdo
e dos exercícios, mas também em como tornar este livro único,
fugindo do óbvio e entregando um conteúdo do jeitinho que você já
conhece: a cara do Descomplica! Por isso, agradecemos a toda
Equipe Descomplica que, direta ou indiretamente, se dedicou muito
para que este livro e todos os seus conteúdos fossem o melhor e o
mais top possível. Em especial a Rafael Cunha, Bruna Basile,
Julyana Mattos, Matheus Pires, Maria Fernanda Borsatto, Ingrid
Oliveira, Carolina Angelici, Priscila Campos, Jéssica Martinho, André
Figueira, Julia Zany, Letícia Almeida, Pedro Julien, Victor Sahate,
Rafael Pereira, David de la Cadena, Barbara Beznosai, Luiz Tropardi,
Cleo Silva e Marina Mairos, que foram essenciais para todo esse
projeto.
Um muito obrigado também aos amigos Mariana Novaes, Vitório
Scheffer e Andrea Ramal, que também com suas agendas lotadas,
foram muito receptivos e colaboraram com vários pontos que
agregaram à versão final do livro.
Por fim, mas não menos importante, obrigado a você, nosso
aluno, que sempre nos faz crescer e nos dá a certeza de que
estamos indo pelo caminho certo.
Nosso muito obrigado!
Madjory Almeida e Marcos Mattana
(Coords.)
O todo sem a parte não é todo;
A parte sem o todo não é parte;
Mas se a parte o faz todo sendo parte,
Não se diga que é parte, sendo todo.
(MATOS, Gregório de. Obra poética. Org. James
Amado. Prep. e notas Emanuel Araújo. Apres. Jorge
Amado. 3. ed. Rio de Janeiro: Record, 1992)
 Recadinho dos professores 
Estamos muito felizes que você decidiu adquirir este livro, nós o
preparamos com muito carinho. Temos algumas recomendações
para você aproveitá-lo 100%. Vamos lá!
O livro está dividido em semanas, como se fosse um curso. O
intuito é que ao longo dessas dez semanas você saia craque para
aplicar todo o conhecimento e tirar nota mil na redação!
Ao final de cada uma dessas semanas, têm exercícios para você
colocar em prática o que acabou de aprender com a teoria, uma
proposta de redação, uma redação 600- e outra 900+. A redação
600- é aquela mediana, comentada e com o intuito de fazer que
você perceba a evolução para a redação 900+. Por isso, você deve
ler, com muita atenção, com todos os seus comentários e depois
entender tudo o que mudou para a redação 900+, de modo que ela
se torne uma redação muuuuito top. Esse tipo de exercício te
ajudará muito a distinguir uma redação ruim/mediana de uma
ótima redação, e você poderá aplicar na sua própria escrita. Legal,
né?!
Você verá também que, ao longo do livro, há vários conteúdos
extras, que estão dentro de um QRCode (estamos muito chiques,
né?!). Esses conteúdos vão ajudar a compreender a matéria, além
de dar várias dicas – tem até um outro e-book com temas que
podem cair na redação do Enem e um hit para você nunca mais
esquecer o passo a passo da redação. Mas não se preocupe, você
não necessariamente precisa deles para chegar ao tão sonhado mil!
Ah, alguns desses conteúdos são exclusivos para os assinantes
do nosso plano de Redação, saiba mais sobre ele ao final destas
instruções.
Além disso tudo, no final do livro temos um apêndice gramatical.
E o que é isso, Descomplica? É um bracinho que auxiliará no quesito
gramática na redação (Hormes, corre aqui!), como, por exemplo,
utilizar crase, vírgula… ou seja, aquele conteúdo de língua
portuguesa que ajuda a não perder preciosos pontos na redação.
Ah! E você também encontrará páginas de redação vazias para
escrever como se fosse no vestibular. Está preparado, marujo?
Vamos lá!
Quer ouvir esse recadinho diretamente da
nossa Equipe? É só clicar no QRCode ao
lado ou abr ir a câmera do seu celular e
apontar para o código.
Caso não f uncione, busque por “QRCode”
na loja de aplicativos do seu celular, escolha
e baixe uma das opções de app.
Vale lembrar que, se você deseja ter o curso deste livro inteiro em
videoaulas e aprofundar ainda mais sua preparação, temos o plano
de Redação Descomplica, com vários benefícios para ajudar:
Aulas gravadas teóricas e práticas de redação;
15 correções de redações (quem não quer várias redações
corrigidas por um especialista na área,né?!);
Aulas de atualidades;
Toda nossa biblioteca de aulas gravadas de gramática, literatura e
clube cultural.
Quer saber mais sobre o plano de Redação Descomplica?
Acesse: http://livro.descomplica.com.br/redacao.
http://qrs.ly/47bk78y
http://livro.descompli-ca.com.br/redacao
 Semana 1 
Afinal, o que é um texto?
Oie! Estou muito feliz que você topou estudar redação com a
gente!! :D Masss, antes de falarmos de todas as partes da redação,
pra você não sair com nenhuma duvidazinha, precisamos primeiro
falar sobre texto. Você já parou para pensar nisso?
O conceito de texto é bastante amplo, ao contrário do que pode
parecer de primeira. Ao pensarmos nele, já imaginamos uma folha
de caderno, com suas linhas escritas a mão de caneta ou lápis, né?!
Mas, pera lá, esse pensamento é um pouquinho equivocado. Deve-
se definir texto como um todo, divisível ou não em partes,
construído em determinada linguagem e que produz sentido
completo para um leitor em certa situação comunicativa. Se liga
aqui:
• Entende-se por referente o contexto em que o leitor está inserido.
Pode ser uma sala de aula, uma festa ou uma reunião de negócios,
por exemplo.
• O emissor ou autor é qualquer indivíduo que se encontra em uma
situação na qual recebe a emissão de uma mensagem – não
necessariamente escrita.
• A referência à linguagem (código) remete a qualquer forma de
comunicação, ou seja, palavras, olhares, gestos, sons, cores,
símbolos, entre outros.
• É indispensável que a mensagem possua sentido, isto é, possa ser
compreendida por alguém – no caso, o leitor, receptor ou
interlocutor.
 E como a teoria da comunicação
pode ajudar na redação? 
Todas essas classificações que acabamos de ver fazem parte da
Teoria da Comunicação, que estabelece os elementos envolvidos
em uma situação de comunicação e até mesmo em um texto, visto
que transmitimos uma mensagem, ou seja, desejamos nos
comunicar por meio de palavras, imagens, sons ou até mesmo por
gestos. Na redação, por exemplo, o contexto será a situação em que
estamos inseridos, nesse caso, uma prova de vestibular. Para
atingirmos nosso objetivo nessa comunicação, devemos lembrar
que o autor desse texto é você que escreve para um receptor, que é
o corretor da redação. A linguagem (código) utilizada deve ser a
língua portuguesa, combinado?!
Além disso, é importante destacar que na dissertação
argumentativa a mensagem, nossa opinião, deve ser passada de
forma precisa. O canal deve evitar rebuscamentos, ou seja, um
vocabulário mais erudito, o que facilitará o entendimento do texto –
mas lembre-se: sempre devemos respeitar a norma. Utilizar-se de
uma linguagem clara e objetiva é importante para que o leitor
compreenda suas ideias e para que você mesmo tenha clareza
sobre o que está escrevendo.
Observação: É importante destacar, também, que no processo de escrita de
redação devemos imaginar o nosso leitor como universal, visto que devemos
partir do pressuposto de que ele não conheça as nossas referências e
repertórios utilizados e, portanto, não partilhamos de um mesmo conhecimento
de mundo. Assim, ao escrever uma redação, devemos planejar nosso texto de
modo que todas as informações estejam claras e façam sentido para esse leitor.
Podemos inferir, portanto, que àquela noção comum de texto
somam-se outras muito mais amplas. Até mesmo um sinal de
trânsito com a luz vermelha acesa pode ser concebido como texto,
uma vez que se trata de uma unidade (todo), construída em
linguagem visual (cor vermelha, no caso), produzindo sentido
(“PARE”) para o “leitor” (o motorista) no contexto adequado ao
entendimento, que é o do tráfego de veículos.
Esse é o motivo por que, no momento em que nos propomos a
aprender técnicas de interpretação textual, não podemos estar
presos a uma visão restrita, segundo a qual são analisados apenas
textos de grandes autores como Machado de Assis e Manuel
Bandeira. Devemos ampliar ao máximo nossos horizontes,
procurando fazer estudos a partir de textos jornalísticos, orais, ou
até mesmo não verbais e híbridos.
Ah, nos vestibulares atuais, a cobrança da leitura correta de
charges, tirinhas, quadrinhos, gráficos, pinturas etc. tem se tornando
uma das maiores tendências – e não somente na prova de redação.
A prova de redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) do
ano de 2017, por exemplo, utilizou um gráfico na coletânea de
textos sobre as matrículas dos surdos na educação básica como
fonte para a escrita do texto; assim, a análise correta dos dados
poderia servir como um recurso produtivo para a argumentação.
 Classificações de texto 
Embora as classificações de texto sejam muitas, iniciaremos
nossos estudos trabalhando duas divisões bastante simples:
quanto à forma e quanto ao conteúdo. Quanto à forma, os textos
podem ser classificados como textos verbais (construídos com
palavras, no sentido estrito do termo); não verbais (imagens,
símbolos, gestos e sons são utilizados na confecção) e híbridos
(associação entre palavras e imagens). No plano do conteúdo, são
divididos em literários (ou artísticos) e não literários (ou técnicos).
A seguir, temos um exemplo de texto híbrido literário, retirado de
um site da Internet.
Disponível em: https://www.otempo.com.br/charges/charge-o-tempo-06-01-2020-
1.2281369.
Acesso em: 4 mar. 2020.
 Pressupostos da escrita, leitura e
interpretação 
Você sabe o que é um pressuposto? É uma circunstância ou fato
considerado como antecedente necessário de outro. Ou seja, trata-
https://www.otempo.com.br/charges/charge-o-tempo-06-01-2020-1.2281369
se da base necessária ao aprendizado de determinado conteúdo.
Aqui, apresentaremos os pressupostos a serem apreendidos pelos
alunos que pretendem ler, interpretar e, principalmente, escrever
bem. Vamos a eles!
 Domínio da linguagem 
Você já deve ter se deparado, em sua vida, com inúmeras
situações em que era necessário expressar-se de forma clara,
precisa e gramaticalmente correta, certo?! Pode ter sido na
apresentação de um trabalho na escola ou até em algum discurso
de homenagem no dia das mães. Por outro lado, também
ocorreram situações – provavelmente muitas – em que a utilização
de uma linguagem muito cuidada poderia fazer você soar “pedante”
perante outras pessoas, o que ocorreria em reuniões com os
amigos, por exemplo. Nessa situação e em outras, como falar com
seu chefe, você foi exigido no que diz respeito ao nível de
linguagem a ser empregado. Na verdade, não existe um uso de
linguagem essencialmente adequado. A escolha do nível aplicável
dependerá, fundamentalmente, do contexto em que o falante estiver
inserido. Vamos analisar a seguir os níveis de linguagem existentes
– todos já cobrados, mesmo que indiretamente, no vestibular.
Existem dois níveis macros da linguagem: o registro formal,
utilizado em situações de maior seriedade, por exemplo, trabalhos
acadêmicos, conferências, entrevistas etc. e o registro informal, que
é a linguagem falada em situações cotidianas de comunicação,
também conhecido como coloquial.
Com relação ao registro formal da linguagem, destaca-se o
conceito de norma-padrão como o conjunto de regras gramaticais
que devem ser adotadas em determinada situação comunicativa e
respeitadas as noções de sintaxe, regência e concordância na
produção de determinada mensagem. É, por exemplo, o caso de
uma redação de vestibular que exige a utilização de um registro
formal da linguagem de acordo com as normas gramaticais – sim,
aquelas escritas nos livros.
Podemos também encontrar outros níveis de linguagem na
sociedade, como a regional, a familiar e a especializada:
• A regional são as variações específicas e particulares de
determinadas regiões. O Brasil é um país com território extenso,
por isso há expressões idiomáticas que são características de
dialetos próprios de uma região. Por exemplo, no Rio de Janeiro,
conhecemos uma determinada fruta como “tangerina”, enquanto
em São Paulo é chamada de “mexerica” e na região Sul tem o
nome de “bergamota”. Você sabia? Isso ocorre devido às
influências vocabulares que o nosso idioma recebeu e continuarecebendo em determinada comunidade linguística.
• A familiar, por sua vez, é uma linguagem informal que recebe esse
nome por ser uma fala mais despreocupada em relação à norma-
padrão e conta com a utilização de gírias, vocabulário específico
de determinado grupo social como os skatistas, os surfistas etc.
• Já a especializada é conhecida como técnica e, normalmente,
está presente em textos técnicos, voltados para um grupo
específico de determinada profissão. É o caso dos manuais,
artigos científicos, monografias etc. Por exemplo, informalmente e
até mesmo em alguns comerciais divulgados na televisão, ao
apresentarem informações sobre a dengue, o transmissor dessa
doença é popularmente chamado de “mosquito da dengue”,
porém, no seu livro de biologia, um livro técnico, você deve
encontrar essa informação com outro nome: Aedes aegypti.
Observação: Quanto aos níveis de linguagem, é muito importante falar sobre um
assunto frequente nas provas de vestibular: o preconceito linguístico, o qual
pode ser explicado como todo juízo de valor proferido de maneira negativa, às
variedades linguísticas de menor prestígio na sociedade. É, portanto, uma
diminuição do outro pelo modo como ele fala, seja por uma motivação
socioeconômica (que pode gerar um desrespeito ao registro formal), seja por
uma motivação regional ou cultural.
Olha o conteúdo extra 1 passando pela sua
tela! Você verá aqui uma aula incr ível que
aborda todo o conceito de texto, suas
classif icações, var iações linguísticas e
registro. Ainda tem acesso a mais um
mater ial de apoio 
Daqui pra f rente, sempre que o QR Code
aparecer na página, clique nele ou escaneie
o código com a câmera do seu celular para
abr ir o conteúdo.
 Conhecimento de mundo 
Se, por um lado, é preciso dominar a linguagem para que
possamos ler e interpretar bem ou nos expressar do modo mais
adequado, de outro, isso de nada adiantará, se não tivermos o
conhecimento e as referências necessárias para apresentar o nosso
ponto de vista e convencer o leitor acerca do nosso
posicionamento. Em outras palavras, devemos possuir também o
conteúdo acerca do que desejamos falar, de nada adianta
sabermos “como escrever” uma redação se não soubermos “o que
escrever” nela. Nesse momento, um provável questionamento
invade sua mente: “O que é conteúdo? Como obtê-lo? Eu já não o
possuo?”. Essas dúvidas fazem total sentido a partir do que foi
colocado. Assim, vamos às respostas.
Em primeiro lugar, deve-se considerar conteúdo todo o
conhecimento que pode ser usado no entendimento ou na escritura
de um texto. Desde as referências mais banais (como reconhecer
os “mecanismos” utilizados para que se possa atravessar uma rua
em segurança, ou saber várias frases da trilogia de Star Wars – que
a força esteja com você!) até as mais sofisticadas, como
http://qrs.ly/uobk77j
compreender o que são alimentos transgênicos, a fim de aprofundar
a discussão sobre a sua comercialização.
Em segundo lugar, os meios de obtenção desse conhecimento já
devem ter sido inferidos por você. Qualquer indivíduo que interaja
com a sociedade, assistindo à televisão ou conversando com os
amigos, passa a ter um acúmulo de conhecimento mínimo,
cotidiano, o que por si só já pode ser utilizado. A complementação
mais técnica pode ser obtida de diversas formas: na
escola/universidade, com a leitura de jornais, revistas, livros (que é
uma das principais formas!) e por meio das mais diversas mídias,
com o cinema e a Internet hoje ocupando posições de destaque.
Por fim, a última grande dúvida: você já possui esse
conhecimento? A resposta é sim e não. “Sim”, porque você chegou
ao vestibular com méritos, já tendo absorvido uma gigantesca
carga de conhecimento externo. “Não”, porque, sem dúvida,
diversos aspectos que você terá que dominar ainda serão
abordados ao longo das semanas do nosso livro.
Observação: No Enem, o “conhecimento de mundo” é chamado de repertório
sociocultural e avaliado na competência 2 da grade de correção, a qual tem
como objetivo a compreensão da proposta de redação (tema) e a aplicação dos
conceitos das várias áreas do conhecimento para desenvolvê-lo, dentro dos
limites do texto dissertativo-argumentativo em prosa. Além disso, uma das
recomendações da Cartilha do Participante do Enem é que o candidato seja um
leitor frequente para auxiliar na diversificação desse repertório e,
consequentemente, contribuir para a seleção de ideias e informações que
possam ser utilizadas na construção de argumentos.
 Exercícios 
1. (UEG-adaptada)
– Fio, fais um zoio de boi lá fora pra nois.
O menino saiu do rancho com um baixeiro na cabeça, e no terreiro, debaixo da chuva
miúda e continuada, enfincou o calcanhar na lama, rodou sobre ele o pé, riscando com o
dedão uma circunferência no chão mole – outra e mais outra. 3 círculos entrelaçados,
cujos centros formavam um triângulo equilátero. Isto era simpatia para fazer estiar.
ÉLIS, Bernardo. Nhola dos Anjos e a cheia do Corumbá. In: TELES, Gilberto M. (org.).
Os melhores contos de Bernardo Elis. São Paulo: Global, 2003. p. 27.
A linguagem utilizada no trecho exposto acima revela um
a) registro formal, seguido de um informal.
b) registro informal, seguido de um formal.
c) registro histórico, seguido de um regional.
d) registro regional, seguido de um histórico.
2. (ENEM-PPL) Gaetaninho
Ali na Rua do Oriente a ralé quando muito andava de bonde. De automóvel ou de carro
só mesmo em dia de enterro. De enterro ou de casamento. Por isso mesmo o sonho de
Gaetaninho era de realização muito difícil. Um sonho. [...]
— Traga a bola! Gaetaninho saiu correndo. Antes de alcançar a bola um bonde o pegou.
Pegou e matou.
No bonde vinha o pai do Gaetaninho.
A gurizada assustada espalhou a notícia na noite.
— Sabe o Gaetaninho?
— Que é que tem?
— Amassou o bonde!
A vizinhança limpou com benzina suas roupas domingueiras.
Às dezesseis horas do dia seguinte saiu um enterro da Rua do Oriente e Gaetaninho
não ia na boleia de nenhum dos carros do acompanhamento. Ia no da frente dentro de um
caixão fechado com flores pobres por cima. Vestia a roupa marinheira, tinha as ligas, mas
não levava a palhetinha.
Quem na boleia de um dos carros do cortejo mirim exibia soberbo terno vermelho que
feria a vista da gente era o Beppino.
MACHADO, A. A. Brás, Bexiga e Barra Funda: notícias de São Paulo. Belo Horizonte;
Rio de Janeiro: Vila Rica, 1994.
Situada no contexto da modernização da cidade de São Paulo na década de 1920, a
narrativa utiliza recursos expressivos inovadores, como
a) o registro informal da linguagem e o emprego de frases curtas.
b) o apelo ao modelo cinematográfico com base em imagens desconexas.
c) a representação de elementos urbanos e a prevalência do discurso direto.
d) a encenação crua da morte em contraponto ao tom desrespeitoso do discurso.
e) a percepção irônica da vida assinalada pelo uso reiterado de exclamações.
3. (UNESP) Examine a tira de André Dahmer para responder à questão a seguir.
Constituem exemplos de linguagem formal e de linguagem coloquial, respectivamente,
as seguintes falas:
a) “Ah, estou morrendo de pena...” e “Ainda vou trabalhar a noite inteira no Iraque, meu
rapaz”.
b) “Me adianta essa, vai...” e “É cedo para mim”.
c) “O importante é trabalhar com o que a gente gosta.” e “Posso lhe dar um emprego bem
melhor...”
d) “É cedo para mim”. e “Posso lhe dar um emprego bem melhor...”
e) “Posso lhe dar um emprego bem melhor...” e “Me adianta essa, vai...”
4. (ENEM – 2.ª aplicação)
Disponível em: http://revistaescola.abril.com.br. Acesso em: 27 abr. 2010.
Calvin apresenta a Haroldo (seu tigre de estimação) sua escultura na neve, fazendo uso
de uma linguagem especializada. Os quadrinhos rompem com a expectativa do leitor,
porque
a) Calvin, na sua última fala, emprega um registro formal e adequado para a expressão de
uma criança.
b) Haroldo, no último quadrinho, apropria-se do registro linguístico usado por Calvin na
apresentação de sua obra de arte.
http://revistaescola.abril.com.br
c) Calvin emprega um registro de linguagemincompatível com a linguagem de
quadrinhos.
d) Calvin, no último quadrinho, utiliza um registro linguístico informal.
e) Haroldo não compreende o que Calvin lhe explica, em razão do registro formal utilizado
por esse último.
5. (ENEM) Quando eu falo com vocês, procuro usar o código de vocês. A figura do índio no
Brasil de hoje não pode ser aquela de 500 anos atrás, do passado, que representa aquele
primeiro contato.
Da mesma forma que o Brasil de hoje não é o Brasil de ontem, tem 160 milhões de
pessoas com diferentes sobrenomes. Vieram para cá asiáticos, europeus, africanos, e todo
mundo quer ser brasileiro. A importante pergunta que nós fazemos é: qual é o pedaço de
índio que vocês têm? O seu cabelo? São seus olhos? Ou é o nome da sua rua? O nome da
sua praça? Enfim, vocês devem ter um pedaço de índio dentro de vocês. Para nós, o
importante é que vocês olhem para a gente como seres humanos, como pessoas que nem
precisam de paternalismos, nem precisam ser tratadas com privilégios. Nós não queremos
tomar o Brasil de vocês, nós queremos compartilhar esse Brasil com vocês.
TERENA, M. Debate; MORIN, E. Saberes globais e saberes locais. Rio de Janeiro:
Garamond, 2000 (adaptado).
Na situação de comunicação da qual o texto foi retirado, a norma-padrão da língua
portuguesa é empregada com a finalidade de
a) demonstrar a clareza e a complexidade da nossa língua materna.
b) situar os dois lados da interlocução em posições simétricas.
c) comprovar a importância da correção gramatical nos diálogos cotidianos.
d) mostrar como as línguas indígenas foram incorporadas à língua portuguesa.
e) ressaltar a importância do código linguístico que adotamos como língua nacional.
6. (ENEM) O que é possível dizer em 140 caracteres?
Sucesso do Twitter no Brasil é oportunidade única de compreender a importância da
concisão nos gêneros de escrita.
A máxima “menos é mais” nunca fez tanto sentido como no caso do microblog Twitter,
cuja premissa é dizer algo — não importa o que — em 140 caracteres. Desde que o serviço
foi criado, em 2006, o número de usuários da ferramenta é cada vez maior, assim como a
diversidade de usos que se faz dela. Do estilo “querido diário” à literatura concisa,
passando por aforismos, citações, jornalismo, fofoca, humor etc., tudo ganha o espaço de
um tweet (“pio” em inglês), e entender seu sucesso pode indicar um caminho para o
aprimoramento de um recurso vital à escrita: a concisão.
Disponível em: http://www.revistalingua.com.br. Acesso em: 28 abr. 2013 (adaptado).
O Twitter se presta a diversas finalidades, entre elas, à comunicação concisa, por isso
essa rede social
a) é um recurso elitizado, cujo público precisa dominar a língua-padrão.
b) constitui recurso próprio para a aquisição da modalidade escrita da língua.
c) é restrita à divulgação de textos curtos e pouco significativos e, portanto, é pouco útil.
d) interfere negativamente no processo de escrita e acaba por revelar uma cultura pouco
reflexiva.
e) estimula a produção de frases com clareza e objetividade, fatores que potencializam a
comunicação interativa.
7. (ENEM) O poema abaixo pertence à poesia concreta brasileira. O termo latino de seu
título significa “epitalâmio”, poema ou canto em homenagem aos que se casam.
Disponível em:
http://download.inep.gov.br/educacao_basica/enem/provas/2004/2004_amarela.pdf.Acesso
em: 10 jun. 2019.
http://www.revistalingua.com.br
http://download.inep.gov.br/educacao_basica/enem/provas/2004/2004_amarela.pdf.Acesso
Considerando que símbolos e sinais são utilizados geralmente para demonstrações
objetivas, ao serem incorporados no poema “Epithalamium – II”,
a) adquirem novo potencial de significação.
b) eliminam a subjetividade do poema.
c) opõem-se ao tema principal do poema.
d) invertem seu sentido original.
e) tornam-se confusos e equivocados.
8. (ENEM)
Disponível em: www.separeolixo.gov.br. Acesso em: 4 dez. 2018 (adaptado).
Nessa campanha, a principal estratégia para convencer o leitor a fazer a reciclagem do
http://www.separeolixo.gov.br
lixo é a utilização da linguagem não verbal como argumento para
a) reaproveitamento de material.
b) facilidade na separação do lixo.
c) melhoria da condição do catador.
d) preservação de recursos naturais.
e) geração de renda para o trabalhador.
9. (ENEM) A substituição do haver por ter em construções existenciais, no português do
Brasil, corresponde a um dos processos mais característicos da história da língua
portuguesa, paralelo ao que já ocorrera em relação à ampliação do domínio de ter na área
semântica de “posse”, no final da fase arcaica. Mattos e Silva (2001:136) analisa as vitórias
de ter sobre haver e discute a emergência de ter existencial, tomando por base a obra
pedagógica de João de Barros. Em textos escritos nos anos quarenta e cinquenta do
século XVI, encontram-se evidências, embora raras, tanto de ter “existencial”, não
mencionado pelos clássicos estudos de sintaxe histórica, quanto de haver como verbo
existencial com concordância, lembrado por Ivo Castro, e anotado como “novidade” no
século XVIII por Said Ali.
Como se vê, nada é categórico e um purismo estreito só revela um conhecimento
deficiente da língua. Há mais perguntas que respostas. Pode-se conceber uma norma
única e prescritiva? É válido confundir o bom uso e a norma com a própria língua e dessa
forma fazer uma avaliação crítica e hierarquizante de outros usos e, através deles, dos
usuários? Substitui-se uma norma por outra?
CALLOU, D. A propósito de norma, correção e preconceito linguístico: do presente
para o passado. Cadernos de etras da FF, n. 36, 2008. Disponível em: www.uff.br.
Acesso em: 26 fev. 2012 (adaptado).
Para a autora, a substituição de “haver” por “ter” em diferentes contextos evidencia que
a) o estabelecimento de uma norma prescinde de uma pesquisa histórica.
b) os estudos clássicos de sintaxe histórica enfatizam a variação e a mudança na língua.
c) a avaliação crítica e hierarquizante dos usos da língua fundamenta a definição da
norma.
d) a adoção de uma única norma revela uma atitude adequada para os estudos
linguísticos.
e) os comportamentos puristas são prejudiciais à compreensão da constituição
linguística.
10. (ENEM-PPL)
http://www.uff.br
Disponível em: https://www.blognerdegeek.com/. Acesso em: 7 mar. 2013.
(adaptado)
Na tirinha, o leitor é conduzido a refletir sobre relacionamentos afetivos. A articulação
dos recursos verbais e não verbais tem o objetivo de
a) criticar a superficialidade com que as relações amorosas são expostas nas redes
sociais.
b) negar antigos conceitos ou experiências afetivas ligadas à vida amorosa dos
adolescentes.
c) enfatizar a importância de incorporar novas experiências na vida amorosa dos
adolescentes.
d) valorizar as manifestações nas redes sociais como medida do sucesso de uma relação
amorosa.
e) associar a popularidade de uma mensagem nas redes sociais à profundidade de uma
relação amorosa.
https://www.blognerdegeek.com/
A partir de agora, ao final de toda semana, você terá uma proposta de redação
para colocar em prática tudo o que está aprendendo ao longo do livro, justamente
por acreditarmos que praticar é requisito essencial para que você consiga evoluir.
Confie na gente que, com prática, até o final do livro sua redação estará top!
Além da proposta de redação, separamos para você em cada semana:
• Redação 600-, um texto mediano, comentado, para você observar os erros mais comuns;
• Redação 900+, texto exemplar para te ensinar a corrigir esses erros;
• Folhas para redigir suas redações (encontram-se nas páginas finais do livro).
Ah, não se esqueça de que você pode ter suas redações corrigidas. Para saber
mais acesse http://livro.descomplica.com.br/redacao.
Redação da semana
A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos
conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto
dissertativo-argumentativo em norma-padrão da língua portuguesa
sobre o tema Culto à aparência no mundo contemporâneo,
apresentando proposta de intervenção que respeiteos direitos
humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e
coesa, argumentos e fatos para a defesa de seu ponto de vista.
Texto 1
Foi o belo e vaidoso Narciso, personagem da mitologia grega
incapaz de amar outras pessoas e que morreu por se apaixonar
pela própria imagem, que inspirou o termo narcisista. O conceito foi
depois reinterpretado por Freud, o primeiro que descreveu o
http://livro.descomplica.com.br/redacao
narcisismo como uma patologia. Nos anos setenta, o sociólogo
Christopher Lasch transformou a doença em norma cultural e
determinou que a neurose e a histeria que caracterizavam as
sociedades do início do século XX tinham dado lugar ao culto ao
indivíduo e à busca fanática pelo sucesso pessoal e o dinheiro. Um
novo mal dominante. Quase quatro décadas depois ganhou força a
teoria de que a sociedade ocidental atual é ainda mais narcisa.
Esse comportamento parece expandir-se como uma praga na
sociedade contemporânea. E não só entre os adolescentes e jovens
que inundam as redes sociais. “A desordem narcisista da
personalidade – um padrão geral de grandiosidade, necessidade de
admiração e falta de empatia – continua sendo um diagnóstico
bastante raro, mas as características narcisistas estão certamente
em alta”, explica a psicóloga Pat MacDonald, autora do trabalho
Narcissism in the Modern World (narcisismo no mundo moderno).
“Basta observar o consumismo galopante, a autopromoção nas
redes sociais, a busca da fama a qualquer preço e o uso da cirurgia
para frear o envelhecimento”, acrescenta em uma entrevista por
telefone.
Disponível em:
https://brasil.elpais.com/brasil/2017/02/03/cultura/1486128718_178172.html.Acesso
em: 7 fev. 2018.
Texto 2
Segundo Codo e Senne (1985), a “Corpolatria” é uma espécie de
“patologia da modernidade” caracterizada pela preocupação e
cuidado extremos com o próprio corpo não exatamente no sentido
da saúde (ou presumida falta dela, como no caso da hipocondria),
mas particularmente no sentido narcisístico de sua aparência ou
embelezamento físico.
Para o corpólatra, a própria imagem refletida no espelho se torna
obsedante, incapaz de satisfazer-se com ela, sempre achando que
pode e deve aperfeiçoá-la. Sendo assim, a corpolatria se manifesta
https://brasil.elpais.com/brasil/2017/02/03/cultura/1486128718_178172.html.Acesso
como exagero no recurso às cirurgias plásticas, gastos excessivos
com roupas e tratamentos estéticos, abuso do fisiculturismo
(musculação, uso de anabolizantes etc.).
Disponível em: http://corpolatria.blogspot.com.br/2009/03/questao-o-que-e-
corpolatria.html.Acesso em: 6 fev. 2018.
Texto 3
O discurso da mídia decorre de uma pluralidade de produtos e
avanços tecnológicos a fim de aprimorar a estética e forma física.
Vemos todos os dias surgirem novos produtos de emagrecimento,
são pílulas, sucos, comidas diet, light e zero, aparelhos de
ginásticas, academias com uma imensidão de aparelhos, vídeos
com séries de exercícios pra se fazer em casa e perder medidas,
revistas especializadas em perda de peso em tantos dias,
cosméticos, cirurgias plásticas, redução de estômago.
O país pode está na maior crise financeira de todos os tempos,
mas a indústria da moda não para de crescer. Para todos os lugares
que se olha, se vê a influência ao culto de um corpo perfeito, uma
barriga saradinha, uma constante luta contra a balança, uma conta
de calorias presente em cada refeição. Os meios de comunicação
apresentam diariamente o glamour da glória e do sucesso, de
pessoas magras e em forma se dando bem em tudo o que fazem,
sem sofrer nenhum tipo de preconceito, apenas bem e com intensa
ascensão social.
Disponível em: http://www.observatoriodaimprensa.com.br/diretorio-
academico/_ed794_o_padrao_de_beleza_imposto_pela_midia/. Acesso em: 4 fev.
2018.
 Redação 600- 
Tema: Culto à aparência no mundo contemporâneo
http://corpolatria.blogspot.com.br/2009/03/questao-o-que-e-corpolatria.html.Acesso
http://www.observatoriodaimprensa.com.br/diretorio-academico/_ed794_o_padrao_de_beleza_imposto_pela_midia/
 Redação 900+ 
Tema: Culto à aparência no mundo contemporâneo
 Sugestão de reescrita 
1 Qual o preço da beleza?
2 A cantora norte-americana Beyoncé, em 2014, lançou uma canção que alcançou re-
3
percussão mundial: “Pret ty Hurts”, a beleza machuca, em português. Tal música reflete
sobre
4
os padrões estét icos impostos pela mídia e alerta, ainda, sobre a necessidade de
atentar-se aos
5
casos de bulimia entre os jovens que cultuam o corpo em detrimento da própria saúde.
Nesta
6
perspectiva, faz-se urgente avaliar as consequências da supervalorização da aparência
na con-
7 temporaneidade.
8
É preciso entender, primeiramente, que os padrões de beleza foram moldados pela
his-
9
tória. Na década de 50, por exemplo, a atriz Marilyn Monroe tornou-se referência: seios
fartos
10
e curvas voluptuosas caracterizam sua beleza física e, ainda hoje, alguns meios de
comunicação
11
insistem em unificar essa aparência. Neste contexto, parte do público feminino enxerga
nasci-
12
rurgias plást icas e na musculação uma forma de “ascensão”, porém, o perigo se alastra
quando
13
os indivíduos encaram as mudanças estéticas como a única maneira de at ingir a
felicidade.
14
Além disso, os chamados influenciadores digitais interferem no comportamento da
so-
15
ciedade. São inúmeros os perfis “fitness” (de aptidão física) que predominam nas redes
sociais
e expõem, diariamente, um estilo de vida voltado à prat ica de atividades físicas,
16 tratamentos
17
estéticos e de uma alimentação saudável. Muitas dessas referências são positivas, pois
incitam o
18
bem-estar corporal, entretanto, há postagens que est imulam dietas e treinos intensos
que não
19
condizem com a rotina e a condição física da maioria dos internautas, que muitas vezes
tentam
20
segui-las sem um acompanhamento médico. Os resultados, por conseguinte, podem ser
frus-
21
trantes e, novamente, nota-se que as pessoas são atraídas pelos conteúdos que veem na
internet.
22
É imprescindível, portanto, alternativas para solucionar esse impasse. O poder
midiático
23
deve, por meio de campanhas, descontruir os padrões e apresentar a coexistência dos
diversos
24
modelos físicos de beleza, a fim de trazer representatividade à população. Para dialogar
com os
25
jovens, a escola deve incitar debates e a reflexão sobre a temát ica. Ademais, os
influentes digitais
26
podem reforçar, em seu discurso, a necessidade de as atividades instruídas serem
acompanhadas
27
por um profissional, tal como o indivíduo ter discernimento na hora de exercê-las. No
sistema
28
capitalista vigente, as influências externas não deixarão de existir, mas é possível contê-
las a
29 partir do desenvolvimento do senso crítico da sociedade.
30
 Semana 2 
Tipos textuais
Já trabalhamos o conceito de texto, a tipologia da linguagem e
os pressupostos da escrita e da leitura. Tudo bem até aqui, né?!
Agora, vamos estudar os tipos textuais também conhecidos como
modos de organização discursiva, que, além de importantes, são
bastante cobrados no vestibular, hein.
Os tipos textuais estão relacionados com a forma como os
textos se organizam, de acordo com elementos de sua composição,
entre eles: tempos verbais, vocabulário, relações lógicas, classes
gramaticais, características específicas etc. Além disso, temos de
lembrar que um texto não é composto exclusivamente de uma
única tipologia, mas sim a partir da mistura desses modos de
organização.
Os cinco tipos estudados na língua portuguesa são: narração,
descrição, exposição, injunção e argumentação. Vamos entender
cada um deles?
O tipo narrativo é responsável por contar uma história, enunciar
fatos, ações de personagens em um tempo e enredo específicos.
Isso significa que, se esse tipo textual é responsável pela passagem
do tempo (psicológico ou cronológico), predominam, aqui, os verbos
de ação, normalmente no pretérito perfeito. Em alguns momentos, é
provável que você encontre verbos no presente também. Essa é
uma tentativa de aproximar o leitor dos fatos e, decerta maneira,
destacar mais a ação narrada (será que estamos usando essa
técnica com você? bem aqui neste livro? atenta). Alguns estudiosos
classificam esse uso como presente histórico.
A descrição, apesar de aparecer muitas vezes complementando
a narração, tem características diferentes. Imagine que você está
viajando, passeando por um lugar bem bonito e, de repente, resolve
tirar uma foto. Se alguém pedisse a você que apontasse cada ponto
interessante na imagem, como você faria isso? Perceba que,
naturalmente, você utilizaria verbos no pretérito imperfeito. Essa é a
marca mais importante do texto descritivo. Há, também, a
predominância de adjetivos que, você já sabe, caracterizam a cena.
Vamos ver um exemplo de texto misturando narração e
descrição?
NUNCA PUDE entender a conversação que tive com uma
senhora, há muitos anos, contava eu dezessete, ela trinta. Era noite
de Natal. Havendo ajustado com um vizinho irmos à missa do galo,
preferi não dormir; combinei que eu iria acordá-lo à meia-noite. A
casa em que eu estava hospedado era a do escrivão Meneses, que
fora casado, em primeiras núpcias, com uma de minhas primas. A
segunda mulher, Conceição, e a mãe desta acolheram-me bem
quando vim de Mangaratiba para o Rio de Janeiro, meses antes, a
estudar preparatórios. Vivia tranqüilo, naquela casa assobradada da
Rua do Senado, com os meus livros, poucas relações, alguns
passeios. A família era pequena, o escrivão, a mulher, a sogra e
duas escravas. Costumes velhos. Às dez horas da noite toda a
gente estava nos quartos; às dez e meia a casa dormia. (...)
Chamavam-lhe "a santa", e fazia jus ao título, tão facilmente
suportava os esquecimentos do marido. Em verdade, era um
temperamento moderado, sem extremos, nem grandes lágrimas,
nem grandes risos. No capítulo de que trato, dava para maometana;
aceitaria um harém, com as aparências salvas. Deus me perdoe, se
a julgo mal. Tudo nela era atenuado e passivo. O próprio rosto era
mediano, nem bonito nem feio. Era o que chamamos uma pessoa
simpática. Não dizia mal de ninguém, perdoava tudo. Não sabia
odiar; pode ser até que não soubesse amar.
Disponível em: http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bv000223.pdf.
Acesso em: 22 jun. 2020.
O fragmento acima é um trecho do conto “Missa do Galo” de
Machado de Assis. Note que a cena, recheada de ações e, ao
mesmo tempo, características, intercala bastante o uso de verbos
no pretérito perfeito (“pude entender”, “tive”, “combinei”) e no
imperfeito (“era”, “estava”, “vivia”). No início do conto, há
predominância de passagens narrativas devido à sequência
temporal em que o narrador conta a sua história sobre determinada
noite de Natal, por exemplo, pelas expressões “há muitos anos”, “era
http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bv000223.pdf
noite de Natal”, etc.
Há, também, trechos descritivos quando o narrador descreve a
família e a casa, por exemplo, “Vivia tranqüilo, naquela casa
assobradada da Rua do Senado, com os meus livros, poucas
relações, alguns passeios. A família era pequena, o escrivão, a
mulher, a sogra e duas escravas. Costumes velhos. Às dez horas da
noite toda a gente estava nos quartos; às dez e meia a casa
dormia”. Além de descrever a mulher com quem teve uma
conversação que nunca pode entender em “era um temperamento
moderado, sem extremos, nem grandes lágrimas, nem grandes
risos (...) Tudo nela era atenuado e passivo. O próprio rosto era
mediano, nem bonito nem feio. Era o que chamamos uma pessoa
simpática”. Note como os adjetivos sublinhados contribuem para
essa caracterização descritiva tanto da casa e da família como da
personagem.
O tipo expositivo tem o foco na informação, isto é, possui a
função apenas de expor determinada ideia a partir de recursos
como a definição de um elemento, conceituação, comparação, entre
outros. Diferentemente dos outros tipos, não há emissão de opinião,
apenas divulgação de um conteúdo (ou seja, ele coloca lá e você
que lute).
Já a injunção também é conhecida como instrucional. Esses
textos indicam uma ordem, uma instrução ou um conselho de
forma que haja uma orientação por parte do emissor para o leitor
daquele texto. Para indicar a ordem, utilizam-se verbos no modo
imperativo. Para indicar a ordem, usam-se verbos no modo
imperativo, os quais são comandos, por exemplo, em uma receita
de bolo: “bata os ovos”, “adicione o fermento”, “mexa a mistura”, ou
até mesmo o conselho que sua mãe dá ao sair de casa “leve um
casaco, vai chover!” (e elas sempre estão certas!).
Derivado do termo latim argumentum, a argumentação consiste
no ato de convencer, comprovar uma proposição ao interlocutor, no
intuito de corroborar aquilo que foi proferido. Demonstrar a sua
opinião sobre um determinado tema a fim de validar as suas ideias
à outra pessoa pode ser um tipo de argumento. Esse tipo textual é o
que mais nos interessa, pois é o modo de organização mais
cobrado em provas de vestibular, principalmente o Enem.
Um dos problemas mais comuns em uma redação
argumentativa é a apresentação de parágrafos de desenvolvimento
que não cumprem o papel da argumentação e são totalmente
expositivos (pega essa dica do que não fazer). Veja a diferença dos
parágrafos a seguir de uma redação sobre o tema A necessidade de
discussão sobre o autismo no Brasil.
1. Destaca-se, primeiramente, a escassez de informações acerca do Transtorno do Espectro
Autista (TEA). De acordo com dados do IBGE, o Brasil possui cerca de 35 milhões de
crianças no Brasil, entre elas 241 mil seriam autistas. Meios de conscientização e de
informação sobre a causa foram criados no Brasil: o Dia Mundial da Conscientização do
Autismo e o “Abril Azul” – mês de luta pelos que vivem com o transtorno.
O primeiro parágrafo é de caráter expositivo, visto que não expõe
nenhuma opinião acerca da temática, ou seja, não há a presença de
uma tese que norteará a argumentação, apenas o levantamento de
dados e de informações acerca do autismo no Brasil. É, portanto,
um texto com finalidade apenas informativa.
2. Destaca-se, primeiramente, a escassez de informações acerca do Transtorno do Espectro
Autista (TEA). De acordo com dados do IBGE, o Brasil possui cerca de 35 milhões de
crianças no Brasil, entre elas 241 mil seriam autistas. Devido ao número de jovens
portadores dessa condição ser elevado, foi necessário criar meios de conscientização e de
informação sobre essa causa, tais como o Dia Mundial da Conscientização do Autismo e o
“Abril Azul” – mês de luta pelos que vivem com o transtorno. Assim, nota-se que houve
uma grande evolução a favor da causa autista, porém medidas ainda são necessárias para
ampliar o conhecimento sobre essa questão por causa da complexidade para o
fechamento de diagnósticos e para mitigar o preconceito em relação aos portadores desse
distúrbio.
Repare como o segundo parágrafo de desenvolvimento é
argumentativo, pois emite uma opinião sobre o autismo no Brasil:
há discussão sobre o transtorno no Brasil, mas ainda é pouca. Além
disso, essas informações são comprovadas a partir da
apresentação de dados estatísticos, fornecidos por uma pesquisa
realizada pelo IBGE e exemplos de datas voltadas para a
conscientização acerca do distúrbio.
Quer aprof undar um pouquinho mais nos
modos de organização discursiva? Humm...
dá uma olhadinha nessa aula mara que
trouxemos para você. 1
 Exercícios 
1. (MACKENZIE-Adaptada) A arqueologia não pode ser desvencilhada de seu caráter
aventureiro e romântico, cuja melhor imagem talvez seja, desde há alguns anos, as
saborosas aventuras do arqueólogo Indiana Jones. Pois bem, quando do auge do sucesso
de Indiana Jones, o arqueólogo brasileiro Paulo Zanettini escreveu um artigo no Jornal da
Tarde, de São Paulo, intitulado “Indiana Jones deve morrer!”. Para ele, assim como para
outros arqueólogos profissionais, envolvidos com um trabalho árduo, sério e distante das
peripécias das telas, essa imagem aventureira é incômoda.
O fato é que o arqueólogo, à diferença do historiador, do geógrafo ou de outros
estudiosos, possui uma imagem muito mais atraente, inspiradoranão só de filmes, mas
também de romances e livros os mais variados. Bem, para usar uma expressão de Eça de
Queiroz, “sob o manto diáfano da fantasia” escondem-se as histórias reais que
fundamentaram tais percepções. A arqueologia surgiu no bojo do Imperialismo do século
XIX, como um subproduto da expansão das potências coloniais europeias e dos Estados
Unidos, que procuravam enriquecer explorando outros territórios. Alguns dos primeiros
arqueólogos de fato foram aventureiros, responsáveis, e não em pequena medida, pela
fama que se propagou em torno da profissão.
FUNARI, P. P. A. Arqueologia. São Paulo: Contexto, 2003. Acesso em: 9 mar. 2020.
De acordo com o seu conhecimento acerca dos tipos textuais, é
possível classificar o texto lido como:
a) narrativo.
b) descritivo.
c) injuntivo.
d) informativo.
e) diálogo.
http://qrs.ly/6nbk7ab
2. (IFPE) Vilarejo
Há um vilarejo ali
Onde areja um vento bom
Na varanda quem descansa
Vê o horizonte deitar no chão
Pra acalmar o coração
Lá o mundo tem razão
Terra de heróis, lares de mãe
Paraíso se mudou para lá
Por cima das casas cal
Frutas em qualquer quintal
Peitos fartos, filhos fortes
Sonhos semeando o mundo real
Toda a gente cabe lá
Palestina, Shangri-lá [...]
Lá o tempo espera Lá é primavera
Portas e janelas ficam sempre abertas
Pra sorte entrar
Em todas as mesas pão
Flores enfeitando
Os caminhos, os vestidos
Os destinos e essa canção
Tem um verdadeiro amor
Para quando você for
Compositores: Marisa Monte/Pedro Baby/Carlinhos Brown/Arnaldo Antunes.
Disponível em: https://www.letras.mus.br/marisa-monte/441705/. Acesso em: 2 ago.
2019.
Com relação aos tipos textuais, em Vilarejo, predominam sequências tipológicas:
a) argumentativas.
b) injuntivas.
c) descritivas.
https://www.letras.mus.br/marisa-monte/441705/
d) expositivas.
e) narrativas.
3. (ENEM-PPL) Qualquer que tivesse sido o seu trabalho anterior, ele o abandonara,
mudara de profissão e passara pesadamente a ensinar no curso primário: era tudo o que
sabíamos dele.
O professor era gordo, grande e silencioso, de ombros contraídos. Em vez de nó na
garganta, tinha ombros contraídos. Usava paletó curto demais, óculos sem aro, com um fio
de ouro encimando o nariz grosso e romano. E eu era atraída por ele. Não amor, mas
atraída pelo seu silêncio e pela controlada impaciência que ele tinha em nos ensinar e que,
ofendida, eu adivinhara. Passei a me comportar mal na sala. Falava muito alto, mexia com
os colegas, interrompia a lição com piadinhas, até que ele dizia, vermelho:
— Cale-se ou expulso a senhora da sala.
Ferida, triunfante, eu respondia em desafio: pode me mandar! Ele não mandava, senão
estaria me obedecendo. Mas eu o exasperava tanto que se tornara doloroso para mim ser
objeto do ódio daquele homem que de certo modo eu amava. Não o amava como a mulher
que eu seria um dia, amava-o como uma criança que tenta desastradamente proteger um
adulto, com a cólera de quem ainda não foi covarde e vê um homem forte de ombros tão
curvos.
LISPECTOR, C. Os desastres de Sofia. A legião estrangeira. São Paulo: Ática, 1997.
Entre os elementos constitutivos dos gêneros, está a sua própria estrutura
composicional, que pode apresentar um ou mais tipos textuais, considerando-se o objetivo
do autor. Nesse fragmento, a sequência textual que caracteriza o gênero conto é a
a) expositiva, em que se apresentam as razões da atitude provocativa da aluna.
b) injuntiva, em que se busca demonstrar uma ordem dada pelo professor à aluna.
c) descritiva, em que se constrói a imagem do professor com base nos sentidos da
narradora.
d) argumentativa, em que se defende a opinião da enunciadora sobre o personagem-
professor.
e) narrativa, em que se contam fatos ocorridos com o professor e a aluna em certo tempo
e lugar.
4. (ENEM) Prima Julieta
Prima Julieta irradiava um fascínio singular. Era a feminilidade em pessoa. Quando a
conheci, sendo ainda garoto e já sensibilíssimo ao charme feminino, teria ela uns trinta ou
trinta e dois anos de idade.
Apenas pelo seu andar percebia-se que era uma deusa, diz Virgílio de outra mulher.
Prima Julieta caminhava em ritmo lento, agitando a cabeça para trás, remando os belos
braços brancos. A cabeleira loura incluía reflexos metálicos. Ancas poderosas. Os olhos de
um verde azulado borboleteavam. A voz rouca e ácida, em dois planos: voz de pessoa da
alta sociedade.
MENDES, M. A idade do serrote. Rio de Janeiro: Sabiá, 1968.
Entre os elementos constitutivos dos gêneros, está o modo como se organiza a própria
composição textual, tendo-se em vista o objetivo de seu autor: narrar, descrever,
argumentar, explicar, instruir. No trecho, reconhece-se uma sequência textual
a) explicativa, em que se expõem informações objetivas referentes à prima Julieta.
b) instrucional, em que se ensina o comportamento feminino, inspirado em prima Julieta.
c) narrativa, em que se contam fatos que, no decorrer do tempo, envolvem prima Julieta.
d) descritiva, em que se constrói a imagem de prima Julieta a partir do que os sentidos do
enunciador captam.
e) argumentativa, em que se defende a opinião do enunciador sobre prima Julieta,
buscando--se a adesão do leitor a essas ideias.
5. (ENEM-PPL) Ser pai faz bem para a pressão!
Uma pesquisa feita pela Brigham Young University, nos EUA, indica que a paternidade
pode ajudar a manter a pressão arterial baixa. Os dados foram medidos em 198 adultos,
monitorados por aparelhos anexados ao braço, em intervalos aleatórios, durante 24 horas.
Comparada às do grupo de adultos sem filhos, a média dos pais foi inferior em 4,5
pontos para a pressão arterial diastólica. Julianne Holt-Lunstad, autora do estudo, diz que
outros fatores (como atividades físicas) também colaboram para reduzir esses níveis e que
o objetivo da pesquisa é comprovar como fatores sociais colaboram para a saúde do
corpo. “Isso não significa que quanto mais crianças você tiver, melhor será sua pressão
sanguínea. Os resultados estão conectados a essa relação de parentesco, mas sem
considerar o número de sucessores ou situação profissional”, pondera Julianne.
ALVES, I. Vivasa de, n. 83, [s.d.]. Disponível em:
http://download.inep.gov.br/educacao_basica/enem/ppl/2017/provas/P2_01_AZUL.pdf
Acesso em: 9 mar. 2020.
O texto apresenta resultados de uma pesquisa científica, objetivando
a) informar o leitor leigo a respeito dos resultados obtidos, com base em dados
monitorados.
b) sensibilizar o leitor acadêmico a respeito da paternidade, com apoio nos comentários
da pesquisadora.
http://download.inep.gov.br/educacao_basica/enem/ppl/2017/provas/P2_01_AZUL.pdf
c) persuadir o leitor especializado a se beneficiar do exercício da paternidade, com base
nos dados comparados.
d) dar ciência ao leitor especializado da validade da investigação, com base na reputação
da instituição promotora.
e) instruir o leitor leigo a respeito da validade relativa da investigação, com base nas
declarações da pesquisadora.
6. (ENEM) O eclipse em seu signo vai desencadear mudanças na sua autoestima e no seu
modo de agir. O corpo indicará onde você falha – se anda engolindo sapos, a área gástrica
se ressentirá. O que ficou guardado virá à tona, pois este novo ciclo exige uma
“desintoxicação”. Seja comedida em suas ações, já que precisará de energia para se
recompor. Há preocupação com a família, e a comunicação entre os irmãos trava. Lembre-
se: palavra preciosa é palavra dita na hora certa. Isso ajuda também na vida amorosa, que
será testada. Melhor conter as expectativas e ter calma, avaliando as próprias carências de
modo maduro.
Sentirá vontade de olhar além das questões materiais – sua confiança virá da
intimidade com os assuntos da alma.
Cláudia, ano 48, n. 7, jul. 2009.
O reconhecimento dos diferentes gêneros textuais, seu contexto de uso, sua função
específica, seu objetivo comunicativo e seu formato mais comum relacionam-se com os
conhecimentos construídos socioculturalmente. A análise dos elementos constitutivos
desse texto demonstra que sua função é:
a) vender um produto anunciado.b) informar sobre astronomia.
c) ensinar os cuidados com a saúde.
d) expor a opinião de leitores em um jornal.
e) aconselhar sobre amor, família, saúde, trabalho.
7. (UNESP) Leia o excerto do livro “Violência urbana”, de Paulo Sérgio Pinheiro e Guilherme
Assis de Almeida.
De dia, ande na rua com cuidado, olhos bem abertos. Evite falar com estranhos. À noite,
não saia para caminhar, principalmente se estiver sozinho e seu bairro for deserto. Quando
estacionar, tranque bem as portas do carro [...]. De madrugada, não pare em sinal
vermelho. Se for assaltado, não reaja – entregue tudo.
É provável que você já esteja exausto de ler e ouvir várias dessas recomendações. Faz
tempo que a ideia de integrar uma comunidade e sentir-se confiante e seguro por ser parte
de um coletivo deixou de ser um sentimento comum aos habitantes das grandes cidades
brasileiras. As noções de segurança e de vida comunitária foram substituídas pelo
sentimento de insegurança e pelo isolamento que o medo impõe. O outro deixa de ser visto
como parceiro ou parceira em potencial; o desconhecido é encarado como ameaça. O
sentimento de insegurança transforma e desfigura a vida em nossas cidades. De lugares
de encontro, troca, comunidade, participação coletiva, as moradias e os espaços públicos
transformam-se em palco do horror, do pânico e do medo.
A violência urbana subverte e desvirtua a função das cidades,
drena recursos públicos já escassos, ceifa vidas – especialmente as
dos jovens e dos mais pobres –, dilacera famílias, modificando
nossas existências dramaticamente para pior. De potenciais
cidadãos, passamos a ser consumidores do medo. O que fazer
diante desse quadro de insegurança e pânico, denunciado
diariamente pelos jornais e alardeado pela mídia eletrônica? Qual
tarefa impõe-se aos cidadãos, na democracia e no Estado de
direito?
PINHEIRO, P. S.; DE ALMEIDA, G. A. Violência urbana. São Paulo: Publifolha, 2003.
O modo de organização do discurso predominante no excerto é:
a) a dissertação argumentativa.
b) a narração.
c) a descrição objetiva.
d) a descrição subjetiva.
e) a dissertação expositiva.
8. (FUNRIO) O trecho que segue foi extraído do conto “Lâmpadas e Ventiladores”, de
Humberto de Campos:
A tarde estava quente, abafada, ameaçando tempestade. Na sala da sorveteria onde
tomávamos chá, os ventiladores ronronavam, como gatos, refrescando o ambiente.
Lufadas ardentes, fortes, brutais, varreram, lá fora, o asfalto da Avenida. O céu escureceu,
de repente, e um trovão estalou, rolando pelo céu. Nesse momento, as lâmpadas do salão,
abertas àquela hora, apagaram-se todas, ao mesmo tempo em que, dependendo da
mesma corrente elétrica, os ventiladores foram, pouco a pouco, diminuindo a marcha, até
que pararam, de todo, como aves que acabam de chegar de um grande voo.
Sobre a tipologia textual dessa passagem do conto, pode-se dizer a organização
predominante é
a) argumentativa.
b) descritiva.
c) expositiva.
d) narrativa.
e) poética.
9. (UNESP-adaptado) Poema tirado de uma notícia de jornal
João Gostoso era carregador de feira livre e morava no morro da Babilônia num
barracão sem número.
Uma noite ele chegou no bar Vinte de Novembro Bebeu
Cantou Dançou
Depois se atirou na Lagoa Rodrigo de Freitas e morreu afogado.
Cite três elementos que evidenciam o caráter narrativo desse poema.
_____________________________________________________________________________________________________
10. (UPE) Vozes da seca
Seu doutô os nordestino têm muita gratidão Pelo auxílio dos sulista nessa seca do
sertão Mas doutô uma esmola a um homem qui é são Ou lhe mata de vergonha ou vicia o
cidadão
É por isso que pidimo proteção a vosmicê Home pur nóis escuído para as rédias do
pudê Pois doutô dos vinte estado temos oito sem chovê
Veja bem, quase a metade do Brasil tá sem cumê Dê serviço a nosso povo, encha os rio
de barrage Dê cumida a preço bom, não esqueça a açudage Livre assim nóis da ismola,
que no fim dessa estiage
Lhe pagamo inté os juru sem gastar nossa corage Se o doutô fizer assim salva o povo
do sertão Quando um dia a chuva vim, que riqueza pra nação!
Nunca mais nóis pensa em seca, vai dá tudo nesse chão
Como vê nosso distino mercê tem nas vossa mãos
Luiz Gonzaga e Zé Dantas. Disponível em: http://letras.mus.br/luiz-gonzaga/47103.
Acesso em: 2 abr. 2019.
Alguns versos da canção se configuram como enunciados que incitam à ação e, por
isso, são denominados, quanto à tipologia textual, de “injuntivos”. Exemplificam
enunciados injuntivos os seguintes versos:
a) Seu doutô os nordestino têm muita gratidão/ Pelo auxílio dos sulista nessa seca do
sertão.
http://letras.mus.br/luiz-gonzaga/47103
b) Mas doutô uma esmola a um homem qui é são/ Ou lhe mata de vergonha ou vicia o
cidadão.
c) É por isso que pidimo proteção a vosmicê/ Home pur nóis escuído para as rédias do
pudê.
d) Pois doutô dos vinte estado temos oito sem chovê/ Veja bem, quase a metade do Brasil
tá sem cumê.
e) Dê serviço a nosso povo, encha os rio de barrage/ Dê cumida a preço bom, não esqueça
a açudage.
Redação da semana
A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos
conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto
dissertativo-argumentativo em norma-padrão da língua portuguesa
sobre o tema Fome no Brasil: como enfrentar esse problema?,
apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos
humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e
coesa, argumentos e fatos para a defesa de seu ponto de vista. Não
se esqueça que a folha com espaço para você escrever se encontra
ao final do livro.
Texto 1
Disponível em: https://nacoesunidas.org/wp-content/uploads/2015/09/2.png.
Acesso em: 20 out. 2018.
Texto 2
O IBGE classifica o problema da fome em três níveis nomeados
de “níveis de insegurança alimentar”:
- Leve: existe a preocupação com a quantidade, bem como com a qualidade, dos
alimentos.
- Moderada: existe limitação na quantidade de alimentos.
- Grave: existe a fome decorrente da real falta de alimentos.
Embora esteja mais radicado em determinadas regiões, o
problema existe em todo o país. O Nordeste é a região do Brasil
onde esse problema é mais grave, seguindo-se a região Norte. No
Maranhão, mais de 60% da população passa por dificuldades para
de alimentar em condições. Segue-se Piauí, Amazonas e Pará. Em
situação grave, o Acre é o estado que mais se destaca. No que
respeita às zonas, o problema da fome incide em 6,3% na zona rural
contra 3,1% detectado na zona urbana.
https://nacoesunidas.org/wp-content/uploads/2015/09/2.png
Disponível em: https://www.todamateria.com.br/fome-no-brasil/. Acesso em: 13 out.
2018.
 Redação 600- 
Tema: Culto à aparência no mundo contemporâneo
https://www.todamateria.com.br/fome-no-brasil/
 Redação 900+ 
Tema: Fome no Brasil – Como enfrentar esse problema?
 Sugestão de reescrita 
1
Os pilares da democracia possuem a liberdade e a igualdade como direitos
fundamentais
2 aos cidadãos. Embora essa afirmação devesse ser aplicada no cenário brasileiro, devido à
3
Const ituição Cidadã ser baseada nessas premissas, ela não é efet iva no que diz respeito
à
4
questão da fome que at inge a população. A igualdade não é garant ida devido aos
obstáculos
5
tanto na distribuição dos alimentos produzidos em território nacional quanto na falta de
polít icas
6 públicas focadas nos mais vulneráveis.
7
Em primeiro lugar, cabe destacar que o Brasil é um dos maiores exportadores do
mundo.
8
Desde a colonização, o território ofereceu produtos como o pau-brasil, a cana-de-açúcar,
o
9
algodão e até a mineração tanto para a metrópole quanto para outras nações em trocas
comerciais.
10
Mesmo que hoje o povo tupiniquim seja independente de sua ant iga metrópole, a
maior parte da
11
produção agrícola ainda é dest inada para a comercialização exterior e prejudica a
distribuição
12 dos alimentos no país, o que acarreta cerca de 5% da população em situação de fome.
13
Por outro lado, mesmo que já tenham exist ido programas sociais, não foram
suficientes para
14diminuir essa desigualdade no país. A ext inção da fome, a promoção da agricultura
sustentável e
15
a melhoria da nutrição são objet ivos da ONU no desenvolvimento sustentável dos
países. Mas essa
realidade ainda está longe de se Concret izar, visto que programas brasileiros, como o
16 Fome Zero,
17
que oferecia acesso à alimentação, não teve cont inuidade em trocas de governos e
deixam famílias
18
em condições de necessidade. Logo, é necessário que esses projetos cont inuem
independentemente
19 do término de um mandato.
20
Fica evidente, portanto, que medidas cont inuem sendo tomadas e permaneçam ao
longo dos
21
mandatos para auxiliar na diminuição da fome no território brasileiro. Por meio de
incent ivos
22
fiscais, o governo não deve cobrar impostos de ONGs que forneçam alimentos para
pessoas em
23
situação de rua e aos mais carentes para que cont inuem realizando esse trabalho, visto
que
24
recebem doações de voluntários apenas. É papel do Estado, também, retomar as
atividades de
25
restaurantes populares, que eram oferecidos nas campanhas de Fome Zero, para
conseguirem
26 levar alimentação ao maior número possível de pessoas.
27
28
29
1 Acesse: http://livro.descomplica.com.br/redacao.
http://livro.descomplica.com.br/redacao
 Semana 3 
A redação modelo Enem
A hora dela chegou! A redação do Enem. Mas, antes de falarmos
tudo sobre o modelo, que tal ouvir um hit da Pocah e dos
professores do Desco para já ir se preparando para o que vem pela
frente? Garanto que ele nunca mais vai sair da sua cabeça e não vai
dar aquele sumiço na hora do vestibular. Aponta a câmera para o
código e vem dançar e cantar com a gente.
“Redaaaaçãaaaaao introduz e desenvolve,
na conclusão cê resolve!”
Como falamos lá atrás, o modelo dissertativo é o preferido pelas
comissões de vestibulares e o adotado oficialmente pelo Enem.
Essa preferência não se dá ao acaso; muito pelo contrário, justifica-
se pelo fato de a dissertação ser a modalidade textual que associa,
com maior evidência, as características de um candidato desejadas
pela banca: domínio da modalidade escrita formal (conhecimento
das regras gramaticais), capacidade de articulação de discursos
(utilização de conectivos e elementos que estabeleçam a ligação
entre as partes do texto) e reflexividade e senso crítico (capacidade
de leitura do tema e argumentação). Em síntese, podemos afirmar
que a dissertação mede a capacidade do aluno de absorver,
interagir com e interpretar o seu mundo, além de produzir tais ideias
sob a forma escrita.
Por esse motivo, estimularemos sempre o pensamento crítico e
consciente, a fim de que você possa escrever qualquer redação, a
partir de qualquer tema e em qualquer circunstância, de modo
adequado e proveitoso.
Você viu que queremos te ajudar a escrever
sobre qualquer tema de redação, né?!
Então, vem que o Vallad vai te dar algumas
dicas infalíveis!
http://qrs.ly/bcbk7af
http://qrs.ly/u1bk7ao
 Características gerais da dissertação 
Segundo a cartilha do Participante do Enem, “o texto
dissertativo-argumentativo é aquele que se organiza na defesa de
um ponto de vista sobre determinado assunto. É fundamentado em
argumentos, a fim de influenciar a opinião do leitor, tentando
convencê-lo de que a ideia defendida está correta. É preciso,
portanto, expor e explicar ideias. Daí a sua dupla natureza: é
argumentativo porque defende uma tese, uma opinião, e é
dissertativo porque utiliza explicações para justificá-la” (p. 16).
Na escola, aprendemos que existem duas espécies de textos
dissertativos: o expositivo e o argumentativo.
No primeiro caso, são feitas considerações imparciais sobre o
tema, sem a emissão de qualquer juízo de valor pelo enunciador –
lembra? Já vimos isso na semana anterior. Por exemplo:
“O Festival de Cannes foi criado por Jean Zay, ministro francês da Instrução Pública e
das Belas Artes, em 1946. Até 2002, o festival era conhecido como Festival
International du Film, mas rapidamente ganhou muito prestígio e popularidade e
passou a ser chamado de Festival de Cannes por acontecer na cidade francesa que
leva o mesmo nome. A premiação é organizada anualmente e desde 1952 acontece
sempre no mês de maio no Palais des Festivals”.
Disponível em: http://respirefrances.com/cultura-francesa/cinema-frances/saiba-
tudo-sobre-o-festival-de-cannes/. Acesso em: 6 mar. 2020.
No segundo caso, uma opinião é emitida e, posteriormente,
defendida com o uso de argumentos. Nesse sentido, cuidado: as
bancas dos exames vestibulares não costumam observar com bons
olhos textos meramente expositivos; já dissemos que o senso
crítico é um dos ingredientes de uma boa redação, e somente com a
defesa de uma opinião ou ponto de vista poderemos fazer notar
nossa capacidade crítica. Daqui para frente, lembre-se do seguinte:
quando falarmos em dissertação, pura e simplesmente, estaremos
fazendo referência ao tipo argumentativo. E ele não anda sem seus
dois principais elementos:
http://respirefrances.com/cultura-francesa/cinema-frances/saiba-tudo-sobre-o-festival-de-cannes/
• Tese: É a ideia que você vai defender no seu texto. Ela deve estar
relacionada ao tema e apoiada em argumentos ao longo da
redação.
• Argumentos: É a justificativa para convencer o leitor a concordar
com a tese defendida. Cada argumento deve responder à pergunta
“por quê?” com relação à tese defendida.
Veja o exemplo abaixo:
Dentre as diversas premiações cinematográficas, o Oscar é a
mais popular. O Festival de Cannes, de Berlin e de Gramado são
premiações tão conhecidas quanto o Oscar, entretanto esta é mais
acessível aos apaixonados pela sétima arte, visto que é
televisionada em diversos canais abertos e disponibilizada nas
redes sociais, enquanto as outras se tornam restritas aos
produtores e atores do cinema.
Note que no primeiro período há a apresentação da opinião do
autor sobre as premiações cinematográficas, “O Oscar é a
premiação mais popular”, enquanto no período seguinte há a
justificativa sobre essa tese: “O Oscar é uma premiação
cinematográfica televisionada em diversos canais abertos”.
Você deve ter notado que a opinião desse parágrafo foi
apresentada e fundamentada a partir de exemplos concretos, ou
seja, informações comprováveis. A redação, por ser um texto
técnico, deve ser uma metodologia de planejamento das ideias. A
partir da leitura de um tema, deve-se observar o problema
apresentado e criar uma hipótese de como aquele problema surgiu
ou por que ainda persiste na sociedade. A argumentação será o
meio de comprovação dessa opinião e justificativa acerca dessas
hipóteses, por isso as estratégias argumentativas são essenciais
para o auxílio dessa fundamentação da tese, a qual será realizada
por meio de provas concretas.
 Estrutura 
Existem diversas formas de organizar um texto. Porém,
trataremos aqui da forma que utilizaremos na redação do Enem:
trata-se da chamada estrutura ortodoxa da dissertação. Sob esse
escopo, o texto possui três partes bem definidas, cada uma
desempenhando um papel específico. São elas a introdução, o
desenvolvimento e a conclusão. Essa parece ser a estruturação
mais adequada por diversos motivos, entre os quais se destacam:
• Não é uma tarefa simples organizar as ideias e apresentá-las para
a banca de modo coerente. A estrutura ortodoxa constitui um
meio extremamente eficaz de promover essa organização.
• Todos os exemplos de redações que obtiveram grau máximo
divulgadas pelas comissões examinadoras seguem essa
estrutura. Desse modo, você não vai apenas mostrar capacidade
de ordenação do raciocínio, mas também que entrou em contato
com bons textos ao longo de sua preparação.
 Linguagem impessoal 
O texto dissertativo deve ser escrito, comumente, na terceira
pessoa. Dito de outro modo, os pronomes “eu”, “meu” ou “minha”
devem ser evitados, bem como formas verbais que contenham em
sua estrutura a desinência número-pessoal da primeira pessoa:
“acredito”, “acho”, “devo”, “quero”.
Mas você deve estar se perguntando “– Por que devo evitar
utilizar a primeira pessoa do singular no meu texto? se éa minha
opinião...”. De fato, parece paradoxal impedir que se utilizem marcas
de personalização em um texto pessoal. Na verdade, a explicação
para essa aparente contradição é bastante simples: de um lado, é
óbvio que o texto pertence a quem o produz; nesse sentido, seria
redundante o enunciador ter, o tempo todo, que “aparecer”. Por
outro lado – e aqui está o motivo maior, pega seu marca-texto! –,
bons argumentadores fazem com que opiniões pessoais pareçam
universais; isso, só mesmo a linguagem impessoal (em terceira
pessoa) pode realizar.
 Adequação à norma culta e aos
índices de formalidade 
A dissertação, embora totalmente sua, é um texto técnico e,
como tal, deve seguir um conjunto mínimo de regras. Nesse
contexto, o registro formal e culto deve ser empregado. Assim,
todas as modalidades relativas à boa gramática, desde as regras de
acentuação, pontuação, concordância e regência, entre outras, até o
não uso de gírias ou de vocábulos considerados vulgar, deverão ser
observadas.
Agora que você já aprendeu as
caracter ísticas gerais da disser tação, que
tal assistir uma aula para f ixar ainda mais
esses conceitos? 2
 Exercícios 
 Texto para as questões de 1 a 6 
Leia com atenção a redação a seguir, escrita por um aluno sobre o tema Para você, o
que é ser cidadão? e observe que NÃO se trata de um exemplo de boa redação. Ela
apresenta diversos problemas que devem ser verificados – e evitados.
É relat ivo
No dicionário, ser cidadão é ser “um indivíduo no gozo dos
direitos civis e políticos de um Estado, ou no desempenho de seus
deveres para com este”. Essa afirmação é difícil de ser entendida,
principalmente porque a política hoje é muito incoerente. Diante
disso, é preciso ver se o conceito de cidadão pode ter uma definição
fixa e universal, sem considerar suas mudanças em cada contexto.
Em um mundo globalizado, é preciso dizer que ser cidadão hoje é
algo difícil de ser cumprido. Isso porque, com a troca entre as novas
formas de cultura, os princípios sociais mudando a todo instante,
tornando mais fácil que uma pessoa não consiga entendê-los, o
que, na teoria, já seria um ataque à ideia de cidadania. Porém, não
se pode exigir que uma população que não sabe nem mesmo os
princípios básicos de convívio social tenha uma atitude coerente em
relação às leis aplicadas, já que elas são feitas por pessoas que não
se importam com as suas necessidades.
Além disso, há uma falta de coerência sobre o que se pensa ser
um cidadão. Ao mesmo tempo que se recrimina o fato de pessoas
não se empenharem para cumprirem seus deveres em relação ao
Brasil, o governo não assegura que os direitos de cada cidadão
sejam cumpridos. Essa postura é o reflexo de uma política que se
diz democrática, mas obedece só aos interesses da elite que manda
no país, já que não dá a igualdade de direitos. Assim, ser cidadão
torna-se confuso, pois o papel de cada um na sociedade fica muito
relativo.
Relativa também é a própria visão que cada um tem da sua visão
quanto ao papel que precisa desempenhar na sociedade. Muitos
acham que suas atitudes não têm reflexo direto em toda a
sociedade, por isso agem apenas pensando em si mesmo. Com
isso, jogam papéis nas ruas, picham muros, roubam monumentos,
sem se importar se estão destruindo um patrimônio público. O
problema é que eles não percebem que, fazendo essas coisas,
estão agredindo a eles próprios, pois também fazem parte da
sociedade. Portanto, ser cidadão é algo muito complicado hoje em
dia, já que o capitalismo impõe o ritmo da vida moderna e os
interesses pessoais são mais importantes do que o convívio social.
Ninguém mais sabe o que deve fazer ou o que pode exigir. Por isso,
pode-se dizer que a definição do dicionário precisa ser revista, de
repente colocando-se logo no início dela algo como “é relativo”.
1. Criar uma adversidade significa, em alguns casos, contrapor uma ideia a outra, o que
pode gerar um erro de coerência, a contradição. Ao utilizar uma ideia adversativa no quarto
parágrafo, o autor comete tal erro? Explique.
2. Por que, ao dizer que “não se pode exigir que uma população que desconhece até
mesmo os princípios básicos de convívio social tenha uma atitude coerente em relação às
leis aplicadas”, o autor torna sua argumentação falha?
3. O chamado “duplo sentido”, na linguagem coloquial, é conhecido na norma culta como
ambiguidade. Pode-se dizer que esse fenômeno ocorre na frase “já que elas são feitas por
pessoas que não se importam com as suas necessidades”. Corrija-a.
4. Pode-se dizer que o segundo parágrafo de desenvolvimento contém um erro quanto à
visão do tema? Por quê?
5. A falta de clareza é um problema estrutural sério, que dificulta a compreensão e
prejudica a defesa de um ponto de vista. Ao observar o primeiro período do terceiro
parágrafo de desenvolvimento, percebe-se que ele está confuso. Reescreva-o.
6. Uma aluna, ao ler o terceiro parágrafo, disse que o autor “falou, falou e não disse nada”.
Ela está certa em sua constatação? Como pode ser chamado esse tipo de erro?
7. (ENEM-PPL) Não adianta isolar o fumante
Se quiser mesmo combater o fumo, o governo precisa ir além das restrições. É preciso
apoiar quem quer largar o cigarro.
Ao apoiar uma medida provisória para combater o fumo em locais públicos nos 27
estados brasileiros, o senado reafirmou um valor fundamental: a defesa da saúde e da
vida.
Em pelo menos um aspecto a MP 540/2011 é ainda mais rigorosa que as medidas em
vigor em São Paulo, no Rio de Janeiro e no Paraná, estados que até agora adotaram as
legislações mais duras contra o tabagismo. Ela proíbe os fumódromos em 100% dos locais
fechados, incluindo até tabacarias, onde o fumo era autorizado sob determinadas
condições.
Uma das principais medidas atinge o fumante no bolso. O governo fica autorizado a
fixar um novo preço para o maço de cigarros. O Imposto sobre Produtos Industrializados
(IPI) será elevado em 300%. Somando uma coisa e outra, o sabor de fumar se tornará
muito mais ácido. Deverá subir 20% em 2012 e 55% em 2013.
A visão fundamental da MP está correta. Sabe-se, há muito, que o tabaco faz mal à
saúde. É razoável, portanto, que o Estado aja em nome da saúde pública.
Época, 28 nov. 2011 (adaptado).
O autor do texto analisa a aprovação da MP 540/2011 pelo Senado, deixando clara a
sua opinião sobre o tema. O trecho que apresenta uma avaliação pessoal do autor como
uma estratégia de persuasão do leitor é:
a) “Ela proíbe os fumódromos em 100% dos locais fechados”.
b) “O governo fica autorizado a fixar um novo preço para o maço de cigarros”.
c) “O Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI)”.
d) “Somando uma coisa e outra, o sabor de fumar se tornará muito mais ácido”.
e) “Deverá subir 20% em 2012 e 55% em 2013”.
8. Leia com atenção o trecho abaixo:
“Com a taxa de obesidade crescendo, a população brasileira vê doenças como a
diabetes e a hipertensão aumentarem, sendo provenientes de uma má alimentação.
Além disso, ingerir alimentos em alta quantidade e não seguir uma dieta alimentar são
problemas existentes na vida de muitos jovens que sofrem de enfermidades
cardiovasculares”.
O parágrafo em destaque é trecho de uma redação relacionada ao tema Alimentação
irregular e obesidade no Brasil, mas possui problemas ao apresentar um caráter
argumentativo. Cite as dificuldades presentes no texto para a validação de um ponto de
vista.
9. (ENEM-2.ª aplicação) O último longa de Carlão acompanha a operária Silmara, que vive
com o pai, um ex-presidiário, numa casa da periferia paulistana. Ciente de sua beleza, o
que lhe dá certa soberba, a jovem acredita que terá um destino diferente do de suas
colegas. Cruza o caminho de dois cantores por quem é apaixonada. E constata, na prática,
que o romantismo dos contos de fada tem perna curta.
VOMERO, M. F. Romantismo de araque. Vida Simples, n. 121, ago. 2012.
Reconhece-se, nesse trecho, uma posição crítica aos ideais de
amor e felicidade encontrados nos contos de fada. Essa crítica é
traduzida
a) pela descrição da dura realidade da vida das operárias.
b) pelas decepções

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