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– Tolerância imunológica e autoimunidade - Lúpus: múltiplos comprometimentos nas articulações, lesões de peles crostosas (semelhante a psoríase), rash em asa de borboleta, alterações hematológicas (anemia hemolítica, leucopenia, trombocitopenia) - FAN = anticorpos antinucleares (núcleo, citoplasma, organelas) => pode ser reagente em varias doenças autoimunes, não é específico do lúpus TOLERÂNCIA IMUNOLÓGICA E AUTOIMUNIDADE - Tolerância imunológica: não responsividade a um Ag, conseguida por meio da exposição prévia ao mesmo *Formas diferentes de um mesmo Ag podem levar à RI ou à tolerância - Antígenos (microrganismo, alérgenos e estruturas próprias): são capazes de induzir respostas, sejam elas esperadas ou não a. Antígenos tolerógeno: tem capacidade de tolerar resposta imune *Microrganismo não é esperado que seja tolerogeno b. Antígenos imunógenos: tem capacidade de indução de resposta imune *Não é esperado que alérgenos e estruturas próprias sejam imunógenos Obs: um único Ag pode ser um imunógeno ou um tolerógeno dependendo da forma como é apresentado aos LT específicos - Autotolerância: tolerância aos autoantígenos (tolerar estruturas próprias) *É uma propriedade fundamental do SI normal e das atividades fisiológicas *Falha na autotolerância resulta em RI contra Ag próprios => causa doenças autoimunes/ autoimunidade VISÃO GERAL DA TOLERÂNCIA IMUNOLÓGICA “Indivíduos normais são tolerantes aos seus próprios antígenos porque os LT responsáveis pelo reconhecimento dos autoantígenos são eliminados ou inativados, ou a especificidade destes LT encontra-se alterada” - Algumas LT e LB tem receptor com capacidade de reconhecimento de autoantígenos -> risco de doenças - Mecanismos de tolerância evoluíram para prevenir essas reações => a nível do timo e medula óssea tem a regulação dos linfócitos autorreativos “A tolerância resulta do não reconhecimento dos Ag por LT específicos” - Cada célula autoreativa vai conhecer uma estrutura própria específica Ex: no caso de artrite, LB se liga aos IgG, causando imunocomplexos que se alojam em articulações “A autotolerância pode ser induzida em LT autorreativos imaturos nos órgãos linfoides centrais (tolerância central) ou em LT maduros em locais periféricos (tolerância periférica)” - Tolerância central = timo (LT),medula óssea (LB) *Linfócitos imaturos e maduros *Mecanismos da autotolerância central: morte (apoptose), edição do receptor, inativação e no caso de TCD4 (células Treg) - Tolerância periférica = mecanismos que vão ser ativos contra LB e LT autorreativos, que caíram na circulação *Apenas linfócitos maduros *Mecanismos da autotolerância periférica: anergia, morte (apoptose) e supressão pela Treg (suprime apenas linfócitos T) *Desencadeada quando a tolerância central falha e libera na circulação linfócitos autorreativos Obs: no contexto da doença autoimune, a Treg se forma a partir de linfócito TCD4 autorreativo -> ela é liberada na circulação, causando supressão em certas células na tolerância periférica “Antígenos externos, na ausência de sinais coestimulatórios, podem inibir as RI por meio da indução da tolerância em linfócitos específicos” - Sinais coestimulatórios = essenciais para completa ativação do linfócito, pois não basta apresentação do antígeno por um MHC (sinal 1), tem que ter ligação de estruturas adjacentes também (sinal 2) - Anergia é a não responsividade funcional do linfócito T, devido a falta de sinais coestimulatórios *Anergia em linfócitos autorreativos é positivo. Já quando anergia é induzida contra microrganismo e tumores é péssimo “A indução da tolerância imunológica foi explorada como abordagem terapêutica para a prevenção de respostas imunológicas prejudiciais” - Industria farmacêutica desenvolvem estratégias para induzir a tolerância => auxílio no tratamento de doenças alérgicas e autoimunes; rejeição de transplantes; prevenção de RI contra os produtos em protocolos de terapia gênica; hemofílicos tratados com fator VIII (aceitação em transplantes de células-tronco) “Identificação dos genes associados à autoimunidade em camundongos e humanos” - Não se sabe quais autoantígenos induzem tolerância central ou periférica - Não se sabe quais mecanismos de tolerância podem falhar nas doenças autoimunes humanas mais comuns TOLERÂNCIA DOS LINFÓCITOS T - A tolerância dos linfócitos T auxiliares CD4+ autorreativos: *Forma eficaz de prevenir tanto as RI mediadas por células, quanto as RI humorais a antígenos proteico - Fatores que determinam se um autoantígeno particular induzirá a seleção negativa de timócitos autorreativos: (1) presença do Ag próprios no timo (por expressão local ou chegada através da corrente sanguínea) -> antígenos próprios (2) afinidade dos receptores de célula T dos timócitos (RCTs) que reconhecem o antígeno -> linfócitos com receptor - Ag que estão presentes no timo: proteínas circulantes e proteínas associadas a células - mTEC = APC’s constitutivas do timo -> dispõe do gene AIRE que expressa e codifica proteínas associadas a inúmeros tecidos do nosso corpo *Seleção negativa = ocorre a eliminação de linfócitos que interagem fortemente com o antígeno próprio - Algumas LT CD4+ autorreativas que encontram autoantígenos no timo não são deletadas, e diferenciam-se em T reg específicas para esses Ag. Essas Treg deixam o timo e inibem as RI contra autoantígenos na periferia -> não se sabe o que determina a escolha entre a deleção e o desenvolvimento de Treg TOLERÂNCIA PERIFÉRICA DA CÉLULA T - Mecanismos de tolerância periférica são: (1) anergia (não responsividade funcional) -> linfócito se liga mas não é reativo, não gera resposta (2) supressão pelas células T regulatórias (3) deleção (morte celular) -> Responsáveis pela tolerância dos LT a autoantígenos tecido-específicos, especialmente aqueles que não são abundantes no timo - Linfócitos T, além do TCR, tem o receptor CD28 que se liga a uma molécula de superfície que é expressada naturalmente na superfície das APC, chamada B7 *Sinal 1: antígeno se liga ao TCR *Sinal 2: CD28 se liga à B7 - Anergia (Não Responsividade Funcional) *Exposição de T CD4+ maduras a um Ag na ausência de coestimulação ou imunidade inata -> pode tornar as células incapazes de responder àquele antígeno *Células autorreativas não morrem, mas tornam-se não responsivas a um Ag *Sinal 1 prolongado, quando sozinho pode levar à anergia *A anergia resulta de alterações bioquímicas que reduzem a habilidade dos LT em responder aos sinais de seus receptores de antígenos *Acredita-se que diversas vias bioquímicas cooperam para a manutenção desse estado não responsivo Obs: ativação total das células T = reconhecimento do Ag pelo TCR (sinal 1) + coestimuladores B7-1 e B7-2, pelo CD28 (sinal 2) REGULAÇÃO DAS RESPOSTAS DAS CÉLULAS T POR RECEPTORES INIBITÓRIOS - Equilíbrio entre a atividade de receptores de ativação e de inibição *Receptores de inibição - CTLA-4 e o PD-1 - CTLA-4 *Família de receptores CD28, liga-se às moléculas B7 *Eliminação deste mecanismo de controle - falha da tolerância periférica e em doença grave mediada por célula T - Polimorfismos do gene CTLA4 *Doenças autoimune - DM1 e doença de Graves - CTLA-4 - células T autorreativas sob controle - Baixa expressão na maioria das LT maduras -> uma vez expresso, termina ativação contínua das células T responsivas CTLA-4 é expresso nas células T reg e tem função supressiva: inibição da ativação de células imaturas - CTLA-4 - atividade inibitória: 1. Bloqueio de sinalização -> ligação do CTLA-4 ao B7 (coestimulador)2. Redução da disponibilidade de B7 -> CTLA-4, especialmente nas T reg, liga-se às moléculas B7 das APCs, impedindo-as de se ligarem ao CD28 - CTLA-4 também captura e faz endocitose das moléculas B7 *↓ expressão destas nas APCs disponíveis para se ligarem ao CD28 e a deficiência de coestimulação leva à resposta diminuída da célula T Obs: CTLA-4 tem papel inibitório, em contexto em doenças autoimune, pois inibe que ocorra a ligação de B7 CD28 (sinal 2), deixando assim o linfócito autorreativo “desativado”/não funcional MECANISMOS DE AUTOIMUNIDADE “SI reação contra Ag autólogos e ocorrência de dano” - Lesão tecidual não é sinônimo de doença autoimune - Doença autoimune = é um mal funcionamento do sistema imunológico, levando o corpo a atacar os seus próprios tecidos - Fatores que contribuem para o desenvolvimento da autoimunidade: (1) Suscetibilidade genética (podem prejudicar os mecanismos de autotolerância) (2) Gatilhos ambientais, como infecções e lesão local no tecido (influxo de LT autorreativos - lesão tecidual) *Lesão tecidual: pode causar liberação de várias substâncias, porém em alta quantidade pode levar a alteração de arquitetura tecidual (3) Outros fatores: *Mudanças na microbiota do indivíduo *Alterações epigenéticas nas células imunológicas *Podem desempenhar papéis importantes na patogênese CARACTERÍSTICAS GERAIS DAS DOENÇAS AUTOIMUNES - Doenças autoimunes sistêmicas ou órgão- específicas -> formação de complexos imunológicos (LES) - Doenças autoimunes tendem a ser crônicas, progressivas e de autoperpetuação -> autoantígenos que disparam essas reações são persistentes *Resposta iniciada contra um autoantígeno que lesiona tecidos -> liberação e alteração de outros Ag teciduais -> ativação de LT específicos para esses outros Ag e na exacerbação da doença *Propagação de epítopo = mais estruturas próprias podem ser reconhecidas pelos linfócitos autorreativos em função da alteração da arquitetura dos tecidos ANORMALIDADES IMUNOLÓGICAS QUE LEVAM À AUTOIMUNIDADE -> Tolerância ou regulação defeituosas - Causa subjacente de todas as doenças autoimunes - Potencial para autoimunidade existe em todos os indivíduos - Clones de LT geradas aleatoriamente podem ser para autoantígenos - Autoantígenos estão prontamente acessíveis aos linfócitos - Tolerância a autoantígenos:prevenção da maturação de LT/ autoantígenos - Mecanismos que inativam ou deletam LT autorreativos que amadurecem -> Perda da autotolerância - LT autorreativos não deletados ou inativados - APCs ativadas: autoantígenos apresentados ao SI de forma imunogênica; podem reconhecer mais estruturas próprias -> Falência da autotolerância - Seleção negativa de LT ou LB ou na edição de receptores em LB - Defeitos no número e função de LT regulatórios - Apoptose defeituosa de linfócitos autorreativos maduros - Função inadequada de receptores inibitórios ANORMALIDADES IMUNOLÓGICAS COMPLEMENTARES QUE LEVAM À AUTOIMUNIDADE -> Apresentação anormal de autoantígenos - Expressão aumentada e persistência de autoantígenos - Normalmente degradados ou alterações estruturais nesses Ag - Apresentação de epítopos antigênicos - desenvolvimento de autorrespostas -> Inflamação ou resposta imunológica inata inicial - RI inata: forte estímulo para a ativação subsequente de LT - Infecções ou danos à célula podem suscitar RI locais com inflamação, podendo contribuir para o desenvolvimento de doença autoimune, talvez pela ativação das APCs -> Papel das células T na autoimunidade - LT auxiliares: reguladores-chave de todas as RI às proteínas - Diversas doenças autoimunes estão geneticamente ligadas ao MHC
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