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MAYARA CRISTINA VIEIRA ANSELMO - TCC I - FINAL

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GRUPO SER EDUCACIONAL 
UNINASSAU 
CURSO DE GRADUAÇÃO EM PEDAGOGIA 
MAYARA CRISTINA VIEIRA ANSELMO 
 
 
 
 
 
 
PROJETO DE PESQUISA – TCC1 
 
 
 
 
 
A QUESTÃO RACIAL NA EDUCAÇÃO INFANTIL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Diadema/SP 
2021 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................... 01 
1.1 Tema ........................................................................................................03 
1.1.2 Delimitação do Tema ........................................................................... 05 
1.2 Problema de Pesquisa ................................................................ ........... 06 
1.3 Justificativa .............................................................................................. 07 
2 OBJETIVOS ............................................................................................... 12 
2.1 Objetivo Geral ......................................................................................... .12 
2.2 Objetivos Específicos ............................................................................... 12 
3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ...................................................................13 
4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ................................................... 17 
4.1 Caracterização do estudo ..................................................................... ....19 
5 REFERÊNCIAS ........................................................................................... 21 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
Em toda a história da humanidade, o preconceito existiu, e ainda existe mesmo 
a população brasileira negando a prática do racismo. Sob formas veladas ou 
explícitas, nos estereótipos, na literatura e no cinema, os negros são 
apresentados como malandros, preguiçosos, indignos de confiança. Por 
influência de teorias racistas criadas na Europa, que afirmavam a superioridade 
da raça branca – europeia – sobre as demais, justificou-se a colonização e, 
posteriormente, todos os seus males. 
O negro veio para o Brasil na condição de escravo. Sua participação na 
construção do país foi desconsiderada por muito tempo, assim como toda sua 
riquíssima contribuição cultural, nas artes, na linguística, na culinária. 
O papel da escola não é só ensinar a ler e escrever ou contar. É formar cidadãos, 
pessoas capazes de fazer valer seus direitos e realizar seus deveres. Assim, a 
educação para a cidadania plena deve se iniciar na pré-escola, com a 
participação da família e da comunidade para derrubar preconceitos e ideias 
ultrapassadas. 
A participação do professor é essencial para que a formação desses sujeitos 
sociais se manifeste como instrumento de transformação social, este presente 
trabalho fundamenta-se em visar uma educação que supere o racismo e as 
desigualdades e o por que é tão importante trabalhar questões raciais dentro da 
sala de aula, começando desde a educação infantil. 
 
Além disso existem várias formas de racismo: 
 
 O racismo individual é formado por um indivíduo que insulta pessoas com 
características diferentes, realizando diversos comentários 
preconceituosos desta forma rejeitando pessoas que não tenham as 
mesmas características que ela. 
 
 
01 
 
 Racismo Institucional, causado pelas instituições que rejeitam as vezes 
de forma indireta grupos étnicos. (Negros, índios). Sendo rejeitados até 
mesmo por igrejas. 
 Racismo cultural, preconceitos e discriminação com base em diferenças 
culturais entre grupos étnicos ou raciais, tudo que engloba cultura. 
Crenças, músicas, religiões e etc. 
 Racismo primário, é o mesmo de discriminação social, onde muitos não 
como emocional psicossocial onde a pratica da pessoa não possui 
explicação, nem sentido. 
 Racismo estrutural, algo de algum modo preso em nossa sociedade, 
formando um conjunto de práticas institucionais, culturais e históricas. 
 
O campo da educação é um campo composto de muitas lutas e conquistas. 
Temos visto em nossa sociedade e no mundo. Entre muitos profissionais ligados 
à educação, o compromisso de muitos atores sociais (educadores-alunos) é 
apoiar uma educação de qualidade na “corrida”, que pode salvar a cultura dos 
participantes. Sabemos que, neste campo, as crianças também são colocadas 
no meio social antes dele. Este será um dos responsáveis pelo desenvolvimento 
do conhecimento e sua troca e vivência durante a formação do conhecimento e 
formação da identidade. Em termos de educação, aprendemos que esta criança 
foi marcada por ele desde criança e marcou a sociedade em que participa, de 
forma que através da convivência com a família, a sociedade da escola e o 
sistema, o ajudou a construir a sua própria sociedade. 
Casos de racismo estrutural ainda são comuns nas instituições escolares 
brasileiras. Um exemplo disso é a discriminação contra cortes de cabelo ou 
penteados contra meninas e meninos negros, como o black power. Outro 
exemplo é a manifestação de preconceito racial quando a intolerância religiosa 
é imposta às religiões afrodescendentes. 
Durante a educação infantil, as crianças começam a compreender o próprio 
corpo, as diferenças e semelhanças entre os pares. As pessoas que escolhem 
 
02 
 
 
para brincar e conviver na escola têm preferência pelos brinquedos. Lidar com 
as questões relacionadas com as diferenças na sala de aula, principalmente as 
questões relacionadas à étnica, não estão apenas relacionadas aos filhos, mas 
também à família e à comunidade. (CEERT, 2011). 
Diante disso, Trinidad (2011) destacou ainda que a educação infantil é o primeiro 
lugar institucionalizado em que a criança pode ingressar, o que significa que ela 
passa a viver em um novo coletivo, portanto, ela precisa ter a oportunidade de 
aprender sobre as crianças. 
Essa convivência é baseada no respeito a si mesmo e aos outros. Precisamos 
exterminar a ideia de 'lápis de cor'. O tom de pele é tão diverso, por que o lápis 
rosa o representa? Na escola tem crianças com cabelos cacheados, cabelos 
lisos. Se o professor puder tratar aquele cabelo tão bem quanto o cabelo liso, 
isso mudará o mundo da criança, incluindo as capacidades de defesa da 
criança, de modo que ela possa reagir quando seu cabelo estiver “duro e feio”. 
Aí você verá beleza e será conquistada aos poucos, isso é certo e 
provavelmente terá um impacto em toda a família, pois muitas vezes a família 
dessas crianças também não se aceitam ou demoraram a se aceitar e 
precisaram alisar o cabelo para se sentirem de alguma forma aceitos pela 
sociedade, a família deve estar em sintonia com a escola e principalmente com 
a criança ficando sempre atenta a sinais de não aceitação. 
 
1.1 TEMA 
 
Infelizmente hoje em dia a discriminação ainda é algo muito comum sedo que 
nosso país é extremamente rico em diversidades culturais, que precisam ser 
reconhecidas, respeitadas e valorizadas. Além disso os reflexos da 
discriminação racial no processo de ensino podem ser extremamente 
prejudiciais para o futuro da criança. A escola junto a família deve quebrar 
preconceitos impostos pela sociedade, é essencial a participação da família para 
que esse preconceito também seja quebrado fora do âmbito escolar. 
 
 
03 
 
 
 Segundo pesquisas realizadas em Harvard o racismo e a 
violência dentro da comunidade (e a ausência de apoio para lidar 
com isso) estão entre o que Harvard chama de "experiências 
adversas na infância". Passar constantemente por essas 
experiências faz com que o cérebro se mantenha em estado 
constante de alerta, provocando o chamado "estresse tóxico". 
 
 
Na prática, áreas do cérebro dedicadas à resposta ao medo, à ansiedade e a 
reações impulsivas podem produzir um excesso de conexões neurais, ao mesmo 
tempo em que áreas cerebrais dedicadas à racionalização, ao planejamentoe 
ao controle de comportamento vão produzir menos conexões neurais. A vivência 
do racismo é a causadora de muitas doenças entre os jovens negros, como 
depressão, adoecimento psíquico levando-os a evasão escolar ou até mesmo o 
suicídio. 
Em uma pesquisa pulicada pela folha de São Paulo aponta que dos 10 milhões 
de jovens brasileiros entre 14 e 29 anos de idade que deixaram de frequentar a 
escola sem ter completado a educação básica, 71,7% são pretos ou pardos. A 
maioria afirma ter parado de estudar porque precisava trabalhar. 
A taxa de analfabetismo também é quase três vezes maior entre negros. Quase 
10 a cada 100 negros com mais de 15 anos não sabem ler nem escrever, 
enquanto entre brancos são 3,6% os analfabetos. A proporção é a mesma na 
população com mais de 60 anos, o que mostra o pouco avanço na diminuição 
da desigualdade. Nessa faixa etária, 27,1% dos negros e 9,5% dos brancos são 
analfabetos. 
Infelizmente, os dados mais recentes do Ministério da Saúde são de 2016 e 
foram divulgados em 2019. Desde 2019 até o ano atual 2021 a cada 10 jovens, 
entre 10 e 29 anos, que cometeram suicídio, seis eram pretos ou pardos. 
Enquanto vivermos em uma sociedade extremamente racista e considerarmos 
esses jovens negros como pessoas inferiores, destinadas ao tráfico de drogas 
ou marginalizada, essa situação será difícil de mudar. 
 
04 
 
Todos esses estereótipos impostos pela sociedade devem ser quebrados 
desde a infância. Devemos levar em consideração que o papel da construção 
do conhecimento do aluno é papel da escola e do professor e que todo ato que 
pareçam discriminatórios no ambiente escolar independente da etnia do aluno 
todo e qualquer tipo de preconceito deve ser banido das salas de aulas, 
acabando com está lacuna que se faz presente devido a anos da História da 
Cultura Afro-Brasileira terem sido excluídos do currículo Brasileiro. Se em seu 
meio a criança não é estimulada a apreciar o que não lhe é tão familiar, não 
Aprenderá a compreender a diversidade de culturas que formam a sociedade 
em que vive, e da qual deve participar plenamente, respeitando e sendo 
respeitada. A escola deve ser um ambiente de aprendizagem onde nenhuma 
forma de discriminação deve ser aceita, um trabalho difícil para a comunidade 
escolar já que o preconceito ainda existe camuflado, poucos se declaram 
preconceituosos por medo, mas no tratamento diferenciado com a comunidade 
negra mostram sua discriminação não deixando que crianças negras 
participassem de atividades destinadas a crianças brancas, o olhar do educador 
deve ser atento para evitar este tipo de descriminação. 
 
1.1.1 Delimitação do Tema 
 
Se a questão racial fosse trabalhada com os alunos desde a educação infantil, 
hoje os números de evasão, suicídio e doenças psicológicas entre os negros 
seriam bem menores. Desta forma este presente estudo tem como objetivo 
contribuir para uma educação sem preconceitos, visando o art. 205 “A 
educação, direito de todos e dever do Estado e da família. ” Que todos tenham 
pleno acesso a ela (educação) para garantir a construção de uma sociedade 
mais justa e igualitária, para que todos os cidadãos possam estar expostos à 
cultura, e possam construir e promover a cultura, afinal a educação tem um 
papel fundamental no desenvolvimento e construção de uma sociedade 
mostrando-lhes o quanto a diversidade é enriquecedora. 
 
 
05 
 
Em sala de aula um exemplo muito comum na educação infantil são as 
atividades feitas pelos professores em cima dos livros de fábulas e em diversas 
histórias a princesa não aparece como uma figura negra, a criança precisa se 
sentir acolhida e representada em seu âmbito escolar, mas uma criança negra 
em um livro infantil muitas vezes é uma criança pobre. Um outro exemplo são 
em apresentações teatrais, peças e afins nunca vimos por exemplo uma Emília 
negra, e a leitura que faz parte do mundo mediático exclui personagens negros, 
as histórias de origem africana, como se assiste com frequência, infelizmente 
não é algo incomum, significa, de algum modo, afastar os negros dos próprios 
negros, que muitas vezes, não encontram na sala de aula nada que lhes faça 
referência, fazendo com que o aluno se sinta excluído e muitas vezes 
prejudicando a autoimagem e o cognitivo. A discriminação pode acontecer até 
mesmo através de brinquedos, como por exemplo uma criança não querer 
brincar com uma boneca por causa da cor ou cabelo que não são iguais das 
bonecas que está acostumada em seu âmbito fora da escola, desta forma 
demonstrando o início a uma possível discriminação com um colega de classe 
e fora dela. Desde muito cedo, as crianças são capazes de adotar preconceitos 
contra colegas e outras pessoas quando são induzidas em erro. É por isso que 
desde o primeiro ano desde a sua fundação, a educação sobre as relações raça-
raça sempre foi muito importante. Em termos de educação infantil, atividades de 
avaliação da cultura afro-brasileira ajudarão as crianças a reconhecer e 
reconhecer a herança africana implantada em nossa sociedade, além de ajudar 
a eliminar preconceitos e promover o bom relacionamento com os colegas. 
 
1.2 PROBLEMA DE PESQUISA 
 
Como podemos formar nossos alunos para que se imponham em situações de 
discriminação dentro e fora da escola, respeitando as diversidades desde a 
educação infantil? 
 
 
 
06 
 
 
1.3 JUSTIFICATIVA 
 
O primeiro meio social da criança é a família. O segundo é a escola. Essas duas 
instituições é que vão ajudar a criança a se construir como sujeito social, de 
direitos e deveres, ciente de seu papel na comunidade em que está inserido. 
Quando a criança começa a socializar, ainda não tem constituído seus juízos de 
valor. Quando se depara com alguém diferente de si – seja pela altura, pela cor 
da pele ou pelo cabelo – não odeia ou acha feio: sente curiosidade. Gosta de 
examinar, quer descobrir, quer compartilhar. Se em seu meio a criança não é 
estimulada a apreciar o que não lhe é tão familiar, não aprenderá a compreender 
a diversidade de culturas que formam a sociedade em que vive, e da qual deve 
participar plenamente, respeitando e sendo respeitada. 
Devemos levar em consideração que o papel da construção do conhecimento 
do aluno é papel da escola e do professor é que todo ato que apareçam 
discriminatórios devem ser corridos no ambiente escolar independente da etnia 
do aluno para que todo e qualquer tipo de preconceito seja banido das salas de 
aulas, acabando com está lacuna que se faz presente devido há anos da História 
da Cultura Afro-Brasileira terem sidos excluídos do currículo Brasileiro. 
A escola deve ser um ambiente de aprendizagem onde nenhuma forma de 
descriminação deve ser aceita, um trabalho difícil para a comunidade escolar já 
que o preconceito ainda existe camuflado, poucos se declaram preconceituosos 
por medo, mas no tratamento diferenciado com a comunidade negra mostram 
sua discriminação não deixando que crianças negras participassem de 
atividades destinadas a crianças brancas, o olhar do educador deve ser atento 
pata evitar este tipo de descriminação. Apesar de haver leis para evitar esse tipo 
de preconceito o melhor é educar para evitar o preconceito do que impor que se 
tenha preconceito, o respeito pelo outro deve ser uma norma da nossa educação 
tanto a adquirida na escola ou em casa devemos ter respeito por todas as 
culturas. 
 
 
07 
 
 
 
Esse presente trabalho baseia-se em observações de práticas pedagógicas de 
professoras da Educação Infantil, primeira etapa da Educação Básica, da Escola 
Municipal de Educação Infantil Paulo Freire Prof, especificamente, do Maternal, 
que é o último estágio da Creche, ciclo I desta Etapa, a qual integram crianças 
de 3 anos de idade, ou a completar até março do corrente ano letivo. 
No primeiro semestre de 2020 foram realizados trabalhos voltados para 
desconstrução de preconceitos racial entre as crianças.As professoras recebem 
as crianças do período da manhã, sempre utilizando o lúdico como meio 
norteador do trabalho. Músicas de cunho infantil acalmam o ambiente deixando-
o acolhedor e agradável. A partir do dia 11 de fevereiro de 2020 presenciei 
atividades da qual foram realizadas: 
 
Roda de conversa com assunto relacionado a questões raciais. 
 
● As professoras perguntaram quem sabia o que era negro. 
● Yara: monstros assustadores; 
● Arthur: formigas; 
● Heloisa: pessoas diferentes; 
● Enzo: são pessoas escuras. 
 
A partir deste levantamento foi explicado o que são pessoas negras, quebrando 
os estereótipos criados pela sociedade como monstro/diferentes por exemplo. 
Também como chegaram ao Brasil, explicando de forma simples, pois no 
decorrer do ano letivo abordarão mais esse tema. Em seguida foi feita a leitura 
do livro: O cabelo de Lelê. 
 
Quarta – feira – dia 12 de fevereiro de 2020: 
● Roda de conversa sobre folclore. 
 
08 
 
● Apresentação dos personagens folclóricos com ênfase nos estudos dos 
personagens negros: Saci, Negrinho do Pastoreio e a tia Anastácia. 
● Falaram sobre o Saci. Que tinha uma perna só, mas nem por isso ele 
deixava de brincar, aqui dão destaque à questão da deficiência na 
inclusão escolar. 
A atividade proposta foi pintura do Saci destacando as cores preta e vermelha. 
Posteriormente, o Saci foi colocado dentro de uma garrafa pet para se exposição 
na escola. 
 
Quinta – feira – dia 13 de fevereiro de 2020: 
● Releitura do livro O cabelo de Lelê 
● Levantamento das características físicas de Lelê: 
● Negra; 
● Cabelos longos, pretos e encaracolados; 
● Blusa listrada, shorts laranja e sapato azul. 
 
A partir desses dados, as professoras distribuíram revistas e pediram para que 
as crianças, organizadas em grupos, encontrassem pessoas negras nelas. 
Houve murmúrios e reclamações de que não tinha, nas revistas, o que as 
professoras pediram para procurar, alguns grupos não encontraram. Depois de 
alguns minutos, as educadoras abordaram o questionamento “Por que será que 
não tem pessoas negras ai?”. Num bate papo, expuseram que muitas pessoas 
não gostam de tirar fotos com negros e nem de negros, não gostam de brincar, 
de conversar, de trabalhar etc. 
Posteriormente, confeccionaram um cartaz da seguinte forma: Com tinta preta 
as professoras carimbaram as mãos das crianças numa cartolina branca de 
forma que se tornou a imagem semelhante ao cabelo de Lelê e no, meio do 
cartaz, colaram as poucas imagens das pessoas negras, encontradas nas 
revistas. 
09 
 
Sexta – feira – dia 14 de fevereiro de 2020: 
● Roda de conversa sobre a história O cabelo de Lelê. 
● Apresentação da boneca de Lelê confeccionada pelas professoras com 
meia. Cada criança, sejam meninas e meninos, pegou a boneca no colo. 
● Explicação de como será desenvolvido o projeto: Cada criança levará Lelê 
para casa e devolver no dia seguinte, se o dia que a criança levar a 
boneca, for uma sexta-feira, então devolverá na segunda-feira ou no 
primeiro dia letivo subsequente. E com a ajuda do responsável, relatar no 
caderno viajante como foi seu dia, ou o final de semana, com Lelê. 
 
Segunda – feira – dia 17 de fevereiro de 2020: 
 Levantamento do porquê Lelê não gostava de seu cabelo; 
 Como Lelê aprendeu a gostar de suas características; 
 Conversa sobre heranças e influências africanas no Brasil; 
 
Após o levantamento as professoras, pediram para as crianças observarem o 
cartaz que confeccionaram, questionando-os o que aquelas fotos tinham de 
semelhante com Lelê. Cabelo, cor da pele, beleza – semelhanças que as 
crianças observaram. 
 
 Terça-feira – dia 18 de fevereiro de 2020: 
 Montagem do mural da classe focado nos diferentes tipos de cabelos; 
As crianças fizeram um desenho livre de algum personagem e confeccionaram 
o cabelo do personagem com barbante, podendo explorar diferentes estilos de 
cabelos que possuem conhecimento, a maioria tentou reproduzir o cabelo de 
Lelê ou seu próprio cabelo 
 
 
10 
 
Quarta – feira – dia 19 de fevereiro de 2020: 
Roda de conversa sobre o que aprenderam com as atividades; 
 
 Júlia: Respeitar as diferenças; 
 Enzo: Existe diversos tipos de cabelos; 
 Yara: Todos são bonitos do seu jeito; 
 Fabrizio: Existem comidas africanas que gostamos; como cocada, 
feijoada; 
 Arthur: Existem pessoas de uma perna só, assim como o Saci; 
 Manuela: Aprendi que meu cabelo é bonito também; 
 
Porém notei que as professoras também trabalham com trechos de filmes, pois 
entendem que as crianças não permanecem muito tempo em atividades 
propostas, dirigidas ou não, é necessário inovar e acrescentar algo novo. O 
teatro é um excelente recurso, que nos ajuda no exercício de fixação, pois por 
meio do mesmo, abordamos os mais diversos assuntos ligados as diversidades, 
sejam elas culturais, de gênero ou étnicas. 
As professoras estão sempre ampliando o conhecimento e contando com a 
parceria dos pais, pois as crianças tanto trazem quanto levam o saber. Todo dia 
é uma novidade para os educadores, é na rotina que observamos o 
desenvolvimento do grupo e o quanto as crianças contribuem positivamente com 
o trabalho aplicado. 
Em outro momento realizei uma breve entrevista com uma pedagoga que 
trabalhou em uma escola pública na área infantil, onde a mesma relatou que em 
duas vezes na semana as professoras arrumavam os cabelos das crianças e as 
meninas que tinham cabelos ondulados e lisos tinham seus cabelos penteados 
e enfeitados, já as que tinham cabelos crespos as professoras diziam que “não 
tinha como fazer muita coisa” e nem mesmo enfeitavam os cabelos delas. Além 
de presenciar a falta de diálogo das professoras diante a cenas discriminatórias 
 
11 
 
como a criança se queixar porque o colega disse que seu cabelo era feio, ou que 
sua cor de pele era estranha, que parecia suja, o silencio do educador acaba 
colaborando com esse racismo, a creche não realizava projetos para combate 
ao racismo, nenhuma atividade que abordasse as diversidades foi presenciada. 
Essa mesma pedagoga também relatou que hoje trabalha em uma escola 
privada a qual observou que em toda a escola, sendo uma escola que atende do 
berçário até o 5° Ano, possui apenas uma criança negra. Além disso mostrasse 
muito ausente a temática de questão racial tanto na formação inicial quanto 
continuada dos profissionais da educação, nas disciplinas obrigatórias a questão 
racial é vagamente abordada, o que se torna uma grande perda na formação do 
educador por ser um assunto de extrema importância a ser desenvolvido e 
trabalhado em sala de aula, visto que o cenário de discriminação ainda é muito 
comum dentro e fora do âmbito escolar. 
 
2 OBJETIVOS 
 
Promover uma educação democrática, que considere o direito à diversidade, 
que todos os alunos tenham consciência de seus direitos, do respeito e da 
inclusão. Formando cidadãos críticos relacionando os alunos a vida prática, 
através de práticas pedagógicas que despertem a ação reflexiva dos alunos. 
 
2.1 OBJETIVO GERAL 
 
Contribuir para uma sociedade justa e democrática, visando que a escola é o 
primeiro meio de contato da criança fora do âmbito familiar desta forma a escola 
deve assegurar desde cedo a valorização a cultura e respeito pela diversidade. 
 
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 
 
 Verificar as atividades propostas em sala com as crianças. 
 Investigar o domínio do educador em sala de aula sobre a questão racial. 
 
12 
 
 Definir um material prático e reflexivo sobre a diversidade, incluindo 
brinquedos e livros infantis. 
 Quebrar estereótipos negativos impostos pela sociedade. 
 
3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 
 
O espaço escolar e um dos locais onde aprendemos a negociar. Com o mundo, 
com outras pessoas, com nós mesmos. Esses aspectos fazem da escola um 
local de aprendizagem privilegiado, geralmente tendemos a pensar no que dizrespeito à educação escolar, devido à importância da instituição para a tarefa de 
educação. 
É justamente por essas características que a escola muitas vezes contribui para 
os fatores negativos de nossos valores culturais: preconceito, Discriminação, 
violência. Como disse Vygoski: 
 
Em primeiro lugar (...) para compreender corretamente o papel 
do meio no desenvolvimento da criança é sempre necessário 
abordá-lo não a partir de, creio ser possível formular dessa 
maneira, parâmetros absolutos, mas, sim, a partir de 
parâmetros relativos. Além disso, deve-se considerar o meio 
não como uma circunstância do desenvolvimento, por encerrar 
em si certas qualidades ou determinadas características que já 
propiciam, por si próprias, o desenvolvimento da criança, mas é 
sempre necessário abordá-lo a partir da perspectiva de qual 
relação existe entre a criança e o meio em dada etapa do 
desenvolvimento. (VIGOTSKI 2010, p.682). 
 
Vigotski também afirma que a instituição deve considerar o meio em que o 
indivíduo está inserido: 
 
 
[...] ponto de partida desta discussão é o fato de que o 
aprendizado das crianças começa muito antes delas 
freqüentarem a escola. Qualquer situação de aprendizado com 
a qual a criança se defronta na escola tem sempre uma história 
previa. ( VYGOTSKY, 1988.p.94) 
13 
 
 
Ou seja, se a criança está inserida em um meio onde não há diversidades, ou 
até mesmo vivência situações de preconceitos, para ela situações de 
discriminação pode se tornar algo normal, que ela vivência no dia a dia dela. 
Desta forma a criança começará a agir de acordo com o âmbito de convívio até 
mesmo dentro da escola. 
Segundo Nascimento (2001, p. 119), no imaginário social brasileiro: 
 
A identidade de origem africana é intimamente ligada ás ideias 
de escravidão; trabalho braçal; inferioridade intelectual; atraso 
tecnológico; falta de desenvolvimento cultural, moral, ético e 
estético e até mesmo, a ausência de desenvolvimento 
linguístico, já que as línguas africanas são tidas como 
“dialetos”. Neste contexto, podemos dizer que se iniciou um 
processo da discriminação racial logo com a chegada dos 
portugueses no Brasil ainda no século XVI. 
 
 
O Brasil foi palco de uma diversidade de culturas, além da pratica cultural 
africana o negro incorporou também costumes europeus e indígenas além de 
exercer grande influência. Assim a influência africana deu-se em variados 
setores tais como: culinária, práticas religiosas, danças dentre outras práticas 
que foram incorporadas pela população brasileira até os dias atuais. Gilberto 
Freyre, escritor de Casa e Senzala, destaca que: 
 
Na ternura, na mímica excessiva, no catolicismo em que se 
deliciam nossos sentidos, na música, no andar, na fala, no canto 
de ninar menino pequeno, em tudo que é expressão sincera de 
vida, trazemos quase todos a marca da influência negra. Da 
escrava ou sinhama que nos embalou. Que nos deu de mamar. 
 
 
14 
 
Que nos deu de comer, ela própria amolengando na mão o bolão 
de comida. Da negra velha que nos contou as primeiras histórias 
de bicho e de mal-assombrado. Da mulata que nos tirou o 
primeiro bicho- de- pé de uma coceira tão boa. De que nos 
iniciou no amor físico e nos transmitiu, ao ranger da cama- de- 
vento, a primeira sensação completa de homem. Do muleque 
que foi o nosso primeiro companheiro de brinquedo. (Freyre 
(2001, p. 348) 
 
Contudo, segundo Santos (2001, p. 98), afirma que, 
 
O fim do regime escravista não aboliu por completo a visão que 
hierarquiza as culturas e classifica as pessoas mediante a cor 
da pele, o formato do nariz, a cor dos olhos e a textura dos 
cabelos. Já vimos que após a abolição formal foi construído um 
ideário para legitimar o preconceito e a discriminação racial 
contra os negros. A partir de 1888, a cor passou a ser um critério 
importante de seleção dos trabalhadores livres desta forma os 
brancos foram considerados trabalhadores melhores do que os 
negros. O branco passou a ser preferido nos trabalhos de alto 
salário, poucas demandas e esforços enquanto os negros 
ficavam em trabalhos que demandavam bastante esforço, 
muitas vezes sendo humilhados. 
 
Silva (2001, p. 77) define o racismo como: 
 
Uma expressão ampla que abrange, além do preconceito, 
hostilidade, discriminação, segregação e outras ações negativas 
manifestadas em relação a um grupo racial/étnico. Nos dias 
atuais, o racismo tem se manifestado de maneira evidente, 
quando se tenta negar a humanidade das pessoas negras, 
comparando-as por meio de seus atributos físicos a coisas, 
 
15 
 
doenças e animais. Essas comparações são naturalizadas na 
cultura brasileira, ou seja, de tanto inferiorizar as pessoas negras 
com apelidos, “piadinhas” e gracejos (...) todo o mundo passa a 
achar que isso é engraçado, louvável e quem se indigna é 
neurótico/a” (SILVA, 2001, p 76-77). 
 
Qualquer forma de preconceito nas relações humanas é prejudicial para o 
desenvolvimento de uma sociedade justa, democrática e igualitária, o 
preconceito e discriminação nunca será uma brincadeira, além disso 
discriminação é crime, pena: reclusão de um a três anos e multa. 
Esse assunto envolve uma grande polêmica até nos dias atuais, mesmo após 
132 anos da promulgação da lei Aurea, com as cotas nas universidades para 
negros e seus descendentes. 
Acredita-se que o sistema de cotas seria uma forma de equilibrar a igualdade 
de oportunidades, uma vez que os negros foram prejudicados na área 
educacional desde sempre. Contudo as cotas não serão uma realidade eterna, 
pois assim que esse equilíbrio ocorrer a mesma perderá seu significado. 
No Brasil temos uma parte considerável de nossa população composta por 
negros, a escola não incluí isso no currículo nem na proposta o Ensino da cultura 
africana. Segundo Oliveira (2004, fls. 19 e 31): 
 
 A escola desenvolve o currículo com base na cultura do centro 
racial (ou seja, cultura branca), excluindo outras culturas, desta 
forma excluindo também a cultura africana, o que impede os 
alunos negros sejam representados no ambiente escolar. 
Nesse sentido, incluir a cultura africana no contexto das 
escolas, é necessário estabelecer um novo currículo e uma 
nova escola. Nesse sentido, desde a infância, as crianças têm 
ideias diferentes, baseados em suas experiências, em 
diferentes ambientes e grupos, como família, comunidade, 
organização escolar, etc. (OLIVEIRA, 2004). 
 
 
16 
 
 
Muitas vezes os educadores não estão preparados como aponta Abramovich 
(2006, p. 68) afirma que os motivos para o silêncio dos professores são muitos: 
“falta de formação para lidar com questões raciais, crianças que desconhecem 
a história e a cultura africana ou não são racistas. Desta forma o silêncio do 
professor contribui para a discriminação racial. ” 
 
4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS 
 
Considera-se uma pesquisa qualitativa visando a qualidade do ensino e do 
convívio em sociedade, buscando refletir sobre a questão racial. A escola deve 
oferecer o direito de conhecer o “outro” através do desenvolvimento de 
atividades que abordem a diversidade com livros de contos infantis por exemplo 
ou fabulas, peças teatrais, verificar os brinquedos disponíveis em sala de aula, 
organizar rodas de conversa e além disso a Lei nº 10.639/03 precisa estar 
presente em todos os segmentos mostrando para os alunos histórias de 
resistência e também existência. Quanto mais cedo essas crianças obterem 
conhecimento da rica diversidade que possuímos no nosso pais, mais cedo uma 
educação e uma sociedade igualitária irão surgir. 
Utilizei as observações e os registros do diário de campo como ferramentas de 
pesquisa, pois este trabalho visa monitorar as pessoas no convívio social e suas 
relações multiétnicas em espaços pré-escolares. Procurei compreender como as 
crianças lidam com as suas primeiras experiências multiétnicas, como percebem 
essas experiênciase como as articulam. Observamos a relação entre 
professores / crianças, crianças / crianças e outros profissionais / crianças. 
 Não basta apenas perguntar ao professor como ocorre a relação entre ele e as 
crianças ou entre elas, deve ser visto na sua prática profissional e no seu dia a 
dia. Investigar a formação continuada dos educadores presentes na escola 
também é de tamanha importância para a realização de atividades com mais 
propriedade, atividades com afeto e que realmente proporcione mudanças na 
educação e na vida dos alunos. 
 
 
17 
 
Uma das maneiras de entender como as crianças se conectam e pensam é 
analisando seus jogos/brincadeiras, suas interações com seus colegas, porque 
através deles, são revelados a maioria dos conceitos sobre si mesmos, sobre 
sociedade e sobre as pessoas, enfim, sobre o meio de convívio que as cerca 
todos os dias. 
Também é importante citar a campanha do Fundo das Nações Unidas para a 
Infância (UNICEF) de nome “Por uma infância sem racismo”. Baseia-se na ideia 
de ação em rede, a iniciativa reúne 10 ações ou comportamentos que cada 
pessoa pode adotar para assegurar o respeito e a igualdade étnico e racial desde 
os primeiros anos de vida. 
 
A campanha também aponta 10 maneiras de contribuir para uma infância sem 
racismo: 
 
1. Eduque as crianças para o respeito à diferença. Ela está nos tipos de 
brinquedos, nas línguas faladas, nos vários costumes entre os amigos e 
pessoas de diferentes culturas, raças e etnias. As diferenças enriquecem 
nosso conhecimento. 
2. Textos, histórias, olhares, piadas e expressões podem ser estigmatizantes 
com outras crianças, culturas e tradições. Indigne-se e esteja alerta se isso 
acontecer – contextualize e sensibilize! 
3. Não classifique o outro pela cor da pele; o essencial você ainda não viu. 
Lembre-se: racismo é crime. 
4. Se seu filho ou filha foi discriminado, abrace-o, apoie-o. Mostre-lhe que a 
diferença entre as pessoas é legal e que cada um pode usufruir de seus 
direitos igualmente. Toda criança tem o direito de crescer sem ser 
discriminada. 
5. Denuncie! Em todos os casos de discriminação, busque defesa no conselho 
tutelar, nas ouvidorias dos serviços públicos, na OAB e nas delegacias de 
proteção à infância e adolescência. A discriminação é uma violação de 
direitos. 
 
 
18 
 
6. Proporcione e estimule a convivência de crianças de diferentes raças e 
etnias nas brincadeiras, nas salas de aula, em casa ou em qualquer outro 
lugar. 
7. Valorize e incentive o comportamento respeitoso e sem preconceito em 
relação à diversidade étnica e racial. 
8. Muitas empresas estão revendo sua política de seleção e pessoal com base 
na multiculturalidade e na igualdade racial. Procure saber se o local onde 
trabalha participa também dessa agenda. Se não, fale disso com seus 
colegas e supervisores. 
9. Órgãos públicos de saúde e de assistência social estão trabalhando com 
rotinas de atendimento sem discriminação para famílias indígenas e negras. 
Você pode cobrar essa postura dos serviços de saúde e sociais da sua 
cidade. Valorize as iniciativas nesse sentido. 
10. As escolas são grandes espaços de aprendizagem. Em muitas, as crianças 
e os adolescentes estão aprendendo sobre a história e a cultura dos povos 
indígenas e da população negra; e como enfrentar o racismo. Ajude a escola 
de seus filhos a também adotar essa postura. 
 
A educação para a igualdade racial na educação infantil vai muito além do que 
apenas o respeito, o problema deve ser enfrentado de frente, havendo reflexões 
e discussões na escola e com a família, as atividades, projetos, livros, 
brinquedos e materiais gráficos fornecidos às crianças devem ser 
criteriosamente selecionados. Se as questões raciais estiverem inseridas no 
cotidiano escolar, não apenas em momentos ou projetos e atividades 
específicos, como celebrações específicas do combate ao racismo, diretores, 
coordenadores e professores podem ir à luta contra o racismo e promover a 
igualdade racial e um ensino sem esteriótipos definidos. 
 
 
4.1 CARACTERIZAÇÃO DO ESTUDO 
 
Portanto, a prática de ensino deve considerar: (...) A diversidade de classe, 
gênero, idade, raça, cultura, crenças, etc. existentes na vida escolar, e a partir 
19 
 
dessa realidade tão diversa pensar (e repensar) o currículo e os conteúdos 
escolares. A construção de práticas democráticas e imparciais significa o 
reconhecimento do direito à diferença, incluindo as diferenças étnicas. (GOMES 
apud SILVA e PALUDO, 2011, página 9) 
O preconceito deve ser resolvido e combatido, a falta de informação pode levar 
a problemas como este (discriminação), deixando as crianças num estado de 
isolamento e criando rótulos com pessoas diferentes ou que não podem ser 
misturadas. O ambiente escolar da educação infantil deve proporcionar um 
ambiente acolhedor e confortável para todas as crianças. Nesse ambiente, os 
professores trabalham com outras crianças e grupos culturais para realizar 
experiências morais e estéticas, ampliando assim seus padrões de referência e 
identidade no diálogo e no conhecimento. 
Desta forma podemos concluir que o papel da educação infantil é de grande 
importância para o desenvolvimento humano, a formação do caráter, a 
construção intelectual e o aprendizado. 
Desenvolver à socialização de crianças de 0 a 5 anos está na base e estágio 
inicial do desenvolvimento humano. A educação que as crianças recebem em 
instituições educacionais é de grande importância para seu desenvolvimento 
futuro como corpo principal da sociedade, mas esse tipo de socialização deve 
ocorrer principalmente nas tarefas familiares. 
Nos primeiros anos de nascimento das crianças, os espaços de educação 
coletiva são locais privilegiados que podem promover a eliminação de qualquer 
forma de preconceito, racismo e discriminação, para que as crianças possam 
compreender e se empenhar de forma consciente naquilo que sabem, desde 
cedo. Mostrando-lhes a importância das diferentes raças para a história e cultura 
brasileira, as instituições de ensino podem ser um dos melhores lugares para o 
seu desenvolvimento e experiências. O que os educadores podem fazer pelas 
crianças irá promover e evitar a internalização de comportamentos e atitudes 
preconceituosas e discriminação dos negros. 
 
 
 
20 
 
 
5 REFERÊNCIAS 
 
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para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana. Disponível 
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Disponível em: 
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Taxa de evasão e analfabetismo disponível em: 
https://www1.folha.uol.com.br/educacao/2020/06/negros-sao-717-dos-jovens-
que-abandonam-a-escola-no-brasil.shtml 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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