Ciências Sociais - Liberalismo - Faculdade Descomplica

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Liberalismo
Liberalismo
O Liberalismo surgiu como uma teoria política e social que buscava fortalecer de maneira consistente os valores individuais da liberdade e da igualdade. Os indivíduos que são adeptos às ideias dessa corrente de pensamento são classificados como liberais. Esse grupo parte do pensamento de que todos os indivíduos possuem direitos humanos naturais, assim, todos os homens são livres e podem atuar nas esferas política e econômica (todo homem é um ser político e econômico). Segundo o pensamento liberal, o governo deve respeitar os direitos naturais e deve agir, principalmente, para resolver conflitos apenas quando os interesses dos indivíduos entram em conflito. 
 
Segundo a filosofia política liberal, a sociedade e o governo possuem o dever de proteger e também de promover a liberdade individual, evitando a imposição de constrangimentos aos cidadãos. Assim, a pluralidade e a diversidade devem ser encorajadas na sociedade e, como consequência, ela deve ser igual e justa na distribuição de oportunidades. O liberalismo é, neste cenário, uma teoria individualista, tendo em vista que compreende que o particular tem prioridade sobre o coletivo. Podemos compreender as ideias liberais a partir da compreensão dos valores que envolvem os aspectos políticos e os aspectos econômicos.
 
Liberalismo Político
O liberalismo político é uma corrente de pensamento sustentada na concepção de liberdade do cidadão no processo político e, consequentemente, no distanciamento do Estado no controle das ações, eminentemente políticas, nas responsabilidades e na forma de construção de pensamentos.  O liberalismo político teve seu ápice no desenvolvimento de ideias e correntes filosóficas do século XVIII, sendo que os principais pensadores foram John Locke, Montesquieu, Rousseau e Adam Smith. O liberalismo político surgiu a partir dos ideais Iluministas, que eram contrários ao regime centralizador do Absolutista. Assim, podemos afirmar que os Estados Liberais se desenvolveram como uma consequência direta do desgaste progressivo que atingiu o poder absoluto da monarquia. Neste cenário, quando o absolutismo entra em decadência, nascem correntes liberais que acabam se juntando para instituir um modelo de Estado sustentado nos ideais iluministas:  Estado Liberal. Neste caso, o liberalismo vira uma doutrina do Estado, que busca limitar seus poderes e suas funções. Segundo os ideais do liberalismo político, o Estado é uma forma de representação do interesse geral da sociedade e, assim, não se define com vínculos a interesses de qualquer classe social em específico ou quaisquer outros grupos particulares, devendo servir a vontade geral da sociedade e não a interesses específicos de determinados grupos ou classes sociais.
 
Liberalismo Econômico 
O liberalismo econômico se desenvolveu como uma doutrina econômica, nascida no século XVIII, e seu principal representante é o escocês Adam Smith (1723 -1790). O liberalismo econômico tem como ponto principal a defesa da não-intervenção do Estado na economia, proporcionando a livre-concorrência entre os indivíduos e as empresas, do câmbio-livre (sem controle do Estado) e da garantia da propriedade privada. 
 
Segundo o Pensamento Liberal, o indivíduo é um agente estritamente econômico e, justamente por este motivo, o Estado não deve ter o poder de interferir nas atividades relacionadas à economia, buscando evitar um excesso de regras estatais que criem desajustes no funcionamento da economia livre. E se algum dia vier a surgir algum desajuste, o próprio mercado deve ser responsável pela correção, tendo em vista que a sua natureza é de autorregulação. O pensamento de Adam Smith é até hoje é uma referência para o liberalismo econômico, que vê na liberdade econômica um dos princípios de sustentação da sociedade moderna industrial.  
 
Neoliberalismo
O neoliberalismo é um regime/modelo com base socioeconômica que foi impulsionado a partir da década de 1970 na Europa, como resposta às diversas crises econômicas que foram enfrentadas pelo modelo do Estado do Bem-Estar Social. O neoliberalismo, por sua vez, é sustentado na perspectiva de pensamento de Estado Mínimo. Neste cenário, no final da década de 1980, foi realizada uma reunião com grandes economistas internacionais, visando elaborar diversas recomendações de cunho econômico e fiscal que deveriam ser adotados pelos Estados, buscando combater as misérias das nações subdesenvolvidas, criando empregos e gerando, consequentemente, um progresso econômico contínuo. A reunião recebeu o nome de Consenso de Washington, que ficou marcado como ponto de partida para o aprofundamento das políticas neoliberais. 
As políticas neoliberais são sustentadas na defesa da privatização das empresas estatais, na redução e, posteriormente, no fim das políticas sociais ofertadas pelo Estado, incentivando a competitividade internacional.  Um dos pressupostos básicos do liberalismo é a não intervenção do Estado na economia, assim, podemos perceber que isso se manifesta em políticas públicas como a diminuição dos gastos sociais e a implementação de privatizações, o que acaba por diminuir o tamanho do Estado e aumentar sua “austeridade” econômica (marcas consistentes do neoliberalismo).  
 
Vídeo com orientações importantes para a resolução dos exercícios da aula 
https://zoom.us/rec/share/iDaS2_1Er7QiKc_RutDnCI-Agwo_piptEXjuQXEVZgGtoFzxFA66rZmlA-YI8j8.qGjCKsdyBW3oL1tw
 
 
 
Atividade Extra
 
Nome da atividade: Filme “Privatizações - a distopia do capital” (Direção- Sílvio Tendler) - 2014
Sinopse: “ O diretor Silvio Tendler conta com a participação de vários intelectuais, professores e líderes de sindicatos para explicar a lógica do capitalismo no processo de  privatização  e da desconstrução da política que era implementada até então, fornecida pelo Governo de Vargas, de estatização de empresas. O filme se constrói em uma série de declarando como as privatizações contribuíram para desestatizar (tirando da tutela do Estado) os serviços brasileiros, gerando apagões, crises e  desemprego . ”
https://www.politize.com.br/6-filmes-sobre-politica-que-merecem-ser-assistidos/
 
 
 
 
Referência Bibliográfica
 
FRIEDE, Reis, Curso de ciência política e teoria geral do estado. Rio de Janeiro: Editora Freitas Bastos, 2003. 
 
MARCON, Kenya Jeniffer (org), Sociologia contemporânea. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2014.
 
LEITE, Fernando. Ciência Política: da Antiguidade aos dias de hoje. Curitiba: InterSaberes, 2016