Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Antifúngicos Parasitologia Introdução > Antifúngicos: são fármacos fungicidas ou fungistáticos utilizados para tratar e prevenir micoses – infecções causadas por fungos, que podem atingir a pele, unhas, cabelo ou todo o organismo humano. > Alvos terapêuticos: ataca características conservadas dos fungos. 1. Ataque à síntese da parede celular: esquinocandinas. 2. Ataque à síntese de ergosterol: azóis. 3. Sequestro do ergosterol: anfotericina B. - Parede celular: presente em todos os fungos, apesar de a composição variar entre eles. - Membrana plasmática: composta por ergosterol, que regula a fluidez e permeabilidade da membrana. Antifúngicos Anfotericina B > é da classe dos poliênicos. - Mecanismo de ação: ligam-se (sequestram) ao ergosterol formando poros e aumentando a permeabilidade e fluidez da membrana celular. Isso faz com que a célula comece a se desfazer. > Isolada da bactéria Streptomyces nodosus (1956) > Amplo espectro de ação entre leveduras e fungos filamentosos > Fungicida > Formulação: → Tópica: não tóxica → IV: pacientes em casos mais graves ou resistência a outros antifúngicos. É necessária a internação do paciente para administração. Possui toxicidade. > Muito tóxica: devido às propriedades físico-químicas do colesterol e lipídios da célula hospedeira e o ergosterol serem semelhantes, ou seja, a apolaridade. Assim, o fármaco tende a interagir com o colesterol, danificando a célula hospedeira quando administrado em concentrações elevadas e em células que tenham maior quantidade de colesterol e lipídeos. Toxicidade renal em mais de 80% dos pacientes Hepatotóxica Neurotóxica Cardiotóxica Anemia hemolítica > Eliminação renal LENTA (2 meses) > Redução da toxicidade: as formulações lipídicas têm maior afinidade pela célula fúngica e reduzem a toxicidade da anfotericina B. Contudo, têm custo elevado. Em formulação lipídica a anfotericina já está interagindo com lipídeos de membrana. Assim, não é necessário, do ponto de vista do equilíbrio químico, que ela interaja com outros lipídeos, somente com o ergosterol, pelo qual ela tem alta especificidade. Azóis > inibidores da biossíntese do ergosterol – altera a fluidez da membrana celular fúngica. - Inibem a enzima 14α lanosterol demetilase presente na via biossintética. - O bloqueio dessa via leva à perda de viabilidade celular por meio da perda de esteróis essenciais, o que provoca um acúmulo de intermediários tóxicos ao fungo e estresse oxidativo. > Menor toxicidade: o mecanismo de ação dos azóis está relacionado à inibição de uma enzima fúngica especifica, a qual não há equivalente no hospedeiro. Assim, a toxicidade deles é muito menor por não interagirem diretamente com a célula hospedeira. > São fármacos fungistáticos. Imidazóis: > 1ª Geração (uso tópico): miconazol, econazol, clotrimazol e outros. → Indicação: candidíase vulvovaginal, onicomicoses > 2ª Geração (uso tópico e oral): cetoconazol → Uso oral, creme e shampoo; → Melhor absorção em pH ácido → Indicação: pano branco, dermatofitoses, onicomicoses → Hepatotóxico e altera níveis de testosterona e cortisol Triazóis: > os triazóis têm maior especificidade pela enzima alvo C14-α demetilase > são menos tóxicos do que os imidazóis > maior espectro de ação: fungos filamentosos, leveduras e fungos dimórficos > muito utilizados para tratar infecções sistêmicas > 1ª Geração (uso tópico, oral e intravenoso): fluconazol e itraconazol - Fluconazol: → Uso oral e IV → Tratamento longo – 2 meses → Boa ação em leveduras, pouca ação em fungos filamentosos → Excelente biodisponibilidade → Boa distribuição nos tecidos, câmara vítrea e sistema nervoso central → Vias de administração: oral e IV → Problemas: fungistático, não podendo ser utilizado por pacientes imunocomprometidos, e não tem ação contra fungos filamentosos e dimórficos. - Itraconazol: → Uso oral e IV → Boa ação em fungos dimórficos e leveduras, e em fungos filamentosos (exceto Fusarium e Scedosporium) → Problemas: - Fungistático - Baixa absorção oral, melhorada com absorção intestinal em pH ácido - Efeitos adversos gastrointestinais - Não ultrapassa a barreira hematoencefálica (SNC) – não trata meningite criptococócica - Restrição de uso durante gravidez e quimioterapia > 2ª Geração (uso oral e intravenoso): voriconazol e Posaconazol → Novos compostos com espectro de ação expandido. → Alto custo → Fungistáticos → Uso oral e também aplicação IV > Perfil de susceptibilidade dos triazóis: Equinocandinas > Inibidores não competitivos da β-1,3-Glucana Sintase, que são enzimas presentes na via biossintética de carboidratos que compõem a parede celular do fungo. > Caspofungina, Micafungina e a Anidulafungina > Não atravessa a barreira hematoencefálica – não atua sobre Cryptococcus spp., ou seja, não trata a meningite criptococócica. > Pouca interação com outras drogas > Não apresenta resistência cruzada aos agentes azólicos > O surgimento de resistência foi mais acelerado para as equinocandinas do que para os azóis, restringindo seu potencial de ação. > Problemas: → Uso IV restrito → Efeitos adversos: gastrointestinais → Não atravessa a barreira hematoencefálica – não atrada meningite criptococócica. → Ação restrita para Candida (fungicida) e Aspergillus (fungistático) Mecanismos de Resistência > Resistência microbiológica: relacionada às características do fungo. É a capacidade do microrganismo de crescer em concentrações plasmáticas do fármaco. - Primária = Intrínseca (C. krusei ao fluconazol). Está relacionada às características naturais, fenotípicas do microrganismo, faz parte da herança genética do microrganismo. - Secundária = Extrínseca (C. albicans ao tratamento c/fluconazol). Está relacionada às influências do meio e com o tempo (fármacos). O uso indiscriminado de fungicidas na agricultura, por exemplo, tem tornado alguns fungos resistentes a medicamentos. O uso de fungicidas em concentrações que não são capazes de mata-lo, pode torná-los resistentes. > A resistência pode ser observada porque passa a se tornar necessário mais tempo para a resolução da infecção, até que o fármaco perca sua eficácia. > O lento desenvolvimento de novos fármacos tem sido também um importante fator de resistência dos fungos contra os fármacos já existentes. > Poliênicos: → Resistência é rara → Defeito nos genes ERG2 e ERG3: - Diminuição do ergosterol de membrana - Acúmulo de outros esteróis → Resistência intrínseca: - Aspergillus nidulans - Aspergillus terreus - Scedosporium spp. > Azóis: → Resistência ao Fluconazol: - Alteração do sítio de ERG11 - Superexpressão de ERG11 - Superexpressão de bombas de efluxo - Alteração da via bioquímica > Equinocandinas: → Mutação no gene FKS1 (β 1,3 glucana sintetase): aumento síntese de quitina → Bomba de efluxo CDR1 e CDR2 (C. glabrata) O Antifúngicos Ideal > Toxicidade seletiva e redução de efeitos colaterais para o paciente. > Amplo espectro de ação (leveduras e fungos filamentosos). > Fungicida para não permitir a seleção de amostras resistentes. > Solúvel em água – melhor farmacocinética > Disponibilidade para uso oral > Boa farmacocinética ADME (absorção, distribuição, metabolismo e excreção). > Baixa interação medicamentosa > Baixo custo > Reposicionamento farmacológico > Novos Antifúngicos: - Novos fármacos/alvos: 2ª geração equinocandinas Melhoramento de Triazóis Desenvolvimento de Tetrazóis Anfotericina Oral - Novos alvos: Mitocôndrias HDAC Pirimidinas Âncora de GPI
Compartilhar