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Página 1 de 6 NÚCLEOS INTRA-RADICULARES OU DE PREENCHIMENTO Os núcleos intrarradiculares ou de preenchimento são indicados para dentes com coroas total ou parcialmente destruídas e que necessitam de tratamento com prótese. “Desse modo, as características da coroa clínica preparada são recuperadas, conferindo ao dente condições biomecânicas para manter a prótese em função por um longo período de tempo.” (PEGORARO, 2016). Características ideais de um pino intra-radicular: Ser biocompatível (não agredir os tecidos). Facilidade de uso. Preservar a dentina radicular. Evitar tensões demasiadas à raiz. Prover união química / mecânica com o material restaurador e/ou para preenchimento. Ser resistente à corrosão. Ser estético. Possuir boa relação custo-benefício. No caso do ouro ele tem flexibilidade e módulo de elasticidade mais parecida com o dente. Porém ele é um material caro e antiestético. Vantagens: Prover retenção para o material restaurador definitivo ou para o material de preenchimento, no caso de restaurações diretas. Reforçar a porção coronal remanescente de um dente com grande destruição coronal, difundindo, desta forma, as tensões impostas a ela para a estrutura radicular, minimizando assim, a probabilidade de fratura. A indicação depende de alguns fatores como: posição do dente na arcada, oclusão do paciente, função do dente, quantidade de estrutura dental remanescente (tem q ter boa estrutura dental remanescente, quanto menos remanescente menos indicado), configuração do canal e situação do tratamento endodôntico. Indicações nos casos que haja uma boa quantidade de remanescente dentário: Quando um dente anterior tenha sido tratado endodonticamente e a abertura de acesso o tenha enfraquecido significantemente. Quando houver destruição coronal extensa e a necessidade de um pino para reter ou restaurar a estrutura coronal. Para prevenir fraturas através da bifurcação em restaurações de molares com amplas fraturas. Quando um dente sofre forças horizontais, de cisalhamento ou de compressão intensas e concentradas. (carga vertical em molares e carga vertical e de cisalhamento em pré-molares superiores). Página 2 de 6 Seleção de casos (quando optar pelo retratamento do canal): Ter radiografia em mãos para ver anatomia do canal e qualidade do tratamento endodôntico. Isso é de extrema importância porque existe uma dificuldade muito grande em se retirar um pino do canal. Portanto devemos ter a certeza de que o tratamento endodôntico é satisfatório e que não haverá a necessidade de se retirar o pino depois de cimentado. Dentes que apresentam sintomatologia dolorosa a percussão, mastigação - retratar sempre (dente com dor vai ter que tirar o pino para retratar o canal). Dentes sem sintomatologia dolorosa, com área de rarefação óssea periapical de origem endodôntica: Boa obturação = talvez cirúrgico Obturação com falhas = retratar Dentes sem sintomatologia dolorosa, com canais parcialmente obturados com ou sem área de rarefação óssea: Quando o dente será usado como apoio de prótese ou receber núcleo = retratar. Quando da observação rx casual e não intervenção neste dente = controle RX. Fatores que influenciam a retenção do pino: Extensão: “ Quanto maior o comprimento do pino, maior será sua retenção”, assim sendo, utilize pinos com comprimento, no mínimo, igual ao da coroa clínica e não se esqueça de manter pelo menos 3 a 5 mm de material obturador no canal. Diâmetro: “O diâmetro do pino deve ser, preferencialmente, igual ao diâmetro do canal, ou levemente maior que este. Procure deixar o diâmetro do pino o menor possível desde que este mantenha sua rigidez. Desenho: “O desenho do pino normalmente, é ditado pela forma do canal radicular; assim, em canais ovóides e elípticos recomenda-se o uso de pinos personalizados”– “Pinos cilindricos são mais retentivos que pinos cônicos” (Vai ter mais contato com a raiz). Superfície: “Pinos lisos são sempre menos retentivos que aqueles com retenções superficiais”. Tipos ou Sistemas de Pinos: Personalizados. Pré-fabricados. Pinos personalizados (fundidos): Metálicos. Não metálicos (cerâmicos). Página 3 de 6 Os pinos personalizados fundidos são indicados em casos de canais excessivamente cônicos ou elípticos, pinos e núcleos múltiplos e em casos de realinhamento de dentes, ou seja, quando a porção coronal do pino necessite ser angulada. Indicados para dentes com remanescente coronário ao nível gengival (preparo careca). Confecção: Técnica indireta e técnica direta. Preparo do remanescente coronário e após a confecção do chanfro, deixar um batente no remanescente para o núcleo ficar apoiado e não promover fratura. Vantagens: Melhor adaptação no canal; Rigidez aumentada (Com ligas de alto módulo de elasticidade); Menor espessura de cimento, mais retentivo vai estar o núcleo. Desvantagens: Tratamento mais prolongado; Mais oneroso (caro); Inestético (no metálico). PINOS PRÉ-FABRICADOS Os sistemas de pinos pré-fabricados tornaram-se muito populares entre os profissionais, principalmente pela sua facilidade de uso e pelo seu baixo custo. Indicados para dentes com destruição coronária maior, pois busca pela retenção na raiz. Tipos (geometria e superfície): Metálicos, serrilhados; lisos; rosqueados; de fibra de vidro. Pinos de fibra de vidro são mais utilizados atualmente. Módulo de elasticidade mais próximo ao da dentina, pois há melhor dissipação de forças. Os metálicos e os de cerâmica possuem módulo de elasticidade muito alto e, por isso, transmitem muita força para o dente. Metálicos: Ativos: tem rosca; Passivos: não tem. Cônicos / Cilíndricos (mais usado). Não metálicos: Rígidos: Cerâmicos; Flexíveis: Fibra de Carbono / Resinosos / fibra de vidro (mais utilizados). Vantagens: Uso fácil e rápido Baixo custo Dispensam moldagem e etapa laboratorial Preparo mais conservador Disponíveis em várias formas, tamanhos e materiais Página 4 de 6 PINOS PRÉ-FABRICADOS – MATERIAIS Metálicos: Aço inoxidável: 18% de cromo e 8% níquel e titânio. Cerâmicos: Preenchimento com resina composta; Preenchimento Cerâmico; 94,9% óxido de zinco (pino de zircônia, dificuldade em adesão). Deve ter bom remanescente dental. Vantagens: Excelentes características estéticas; Biocompatibilidade; União química com os materiais resinosos; Alta resistência mecânica; Possibilita união com cerâmica fundida; Radiopacidade; Podem ser empregados tanto de forma direta como indireta resina direta, cerâmica indireta. Desvantagens: Manuseio; Custo; Baixo módulo de elasticidade (zircônia é rígida, pode fraturar). Fibra de carbono: 64%com cerca de 8μm de diâmetro, arranjadas longitudinalmente e envelopadas por uma matriz de resina epóxica, que lhe confere alta resistência mecânica . Vantagens: Biocompatibilidade; Resistência à corrosão; Resistência à fadiga; Características mecânicas semelhantes a dentina (excelente modulo de elasticidade); Facilmente removíveis do canal radicular; Podem ser utilizados de forma indireta (Vita- Zircônio). Desvantagens: Poucos estudos clínicos longitudinais; A flexibilidade pode causar falhas adesivas, não é radiopaco. Fibra de vidro: Compostos de fibras de vidro envoltos em material resinoso Vantagens Transmissão de cores internas; Adesão química as resinas. Desvantagem: Não são facilmente removidos do canal. Página 5 de 6 Técnicas de colocação pinos de fibras: Isole o campo Preparo do canal Teste do pino Corte do pino Condicionamento das paredes radiculares Sistema adesivo de polimerização química ou dual Sistema adesivo no pino Levar o cimento resinosono canal Remover os excessos da câmara pulpar Preenchimento com resina PINOS PRÉ-FABRICADOS CIMENTAÇÃO O cimento deve ter como propriedades: Alta resistência mecânica; Pequena espessura de película; Adesão as estruturas de contato; Baixa solubilidade; Fácil Manipulação; Selamento Marginal. Podem ser utilizados como material de preenchimento: Cimentos De Ionômero De Vidro Compômeros Resinas compostas Amálgama PREPARO DO CONDUTO Qualidade do tratamento endodôntico e preparo do conduto (comprimento). O comprimento da porção intrarradicular do pino deve ser de pelo menos ⅔ do remanescente dental e, no mínimo, ½ da porção intra óssea. Após a definição do comprimento, é importante descer com 2 mm e radiografar. Isso deve ser feito com as pontas de largo, as quais têm a extremidade inativa, o que evita perfurações. Preparo do conduto (largura): Aumentando o diâmetro das ponta de largo (1, 2 e 3). Diâmetro do núcleo, no máximo, ⅓ do diâmetro da raíz. Inclinação das paredes. As pontas de largo sempre devem ser utilizadas com cursores (estéreis e novos) e precisam estar justos às pontas. MODELAGEM DO CONDUTO Pinjet, bastão pré-fabricado de resina acrílica, já vem com algumas retenções. O pinjet deve ser adequado à forma e ao comprimento do conduto. Umedecer o pinjet com líquido de acrílico. Isolar o conduto com vaselina sólida (utilizando o microbrush). Tirar o excesso da vaselina com cone de papel. Página 6 de 6 Colocar a resina com um pincel e reembasar com o bastão ou colocar a resina com o pincel no conduto e a empurrar com a ponta lentulo (geralmente a mais grossa - preta). A resina não pode polimerizar dentro do conduto. Importante tirar e colocar a RA durante a fase borrachóide para aliviar qualquer retenção que exista no conduto. Deixar um pouco do pinjet para fora e construir a porção coronária. Construção da porção coronária. Mesma forma dos preparos para coroa total. O término do preparo tem que ser em dente. Em dentes bi ou multirradiculares, podem ser colocados 2 pinjets, mas apenas na raiz mais volumosa que se deve chegar na condutometria adequada. CIMENTAÇÃO Lavagem do conduto com hipoclorito de sódio (3 minutos). Lavagem abundante em água. Secagem com cone de papel estéril. Manipulação do cimento. Cimentação do pino metálico.
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