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Universidade Paulista – UNIP Campus São Miguel Paulista / Tatuapé Curso de Biomedicina Coleta de material biológico Relatório de Aula Prática de Anatomia Professor (a): Alexandre e Juliana Aluna: Fernanda Oliveira Dias RA: 2146324 Introdução A coleta de material biológico é uma etapa pré analítica, aonde o profissional deve passar informações, dispensar materiais, recepcionar o paciente, exercer a coleta e fazer a triagem. É nesta etapa que 75% dos erros acontecem, portanto, é fundamental que o profissional mantenha uma postura de atenção, precisão e ética para que a coleta do material biológico seja feita dentro do protocolo correto.¹ Dentro da área da saúde existem diversos tipos de materiais biológicos, todavia, o profissional biomédico tem autonomia para fazer a coleta de: gasometria, urina, sangue, papanicolau e secreção genital masculina.¹ Existem algumas normas quanto ao ambiente em que são executados estes procedimentos, isto está previsto na resolução RDC 202 e RDC 50 de 2005 e 2002. Que exige que o local tenha seu piso impermeável, resistente, liso, resistentes a soluções desinfetantes e tenham a junta seca. Além disso as paredes devem ser revestidas de tinta lavável, deve ser garantido ao espaço o acesso a água potável, rede de esgoto e os ralos devem ter fecho hídrico (sifão) dentre outros.¹ Conhecer e ter acesso ao manual de práticas clínicas é imprescindível para que o profissional tenha um ambiente adequado, material correto, trabalho bem executado e pacientes satisfeitos. Portanto dentro do possível tivemos acesso a estas informações durante a aula, assim como fomos orientados a buscar sempre informações e atualizações sobre os procedimentos de coleta de material biológico.¹ Aula 01 Roteiro 01 - Higienização e lavagem das mãos Durante a aula utilizamos tinta guache para melhor visualizar, e com os olhos fechados fizemos a simulação de como estamos acostumados a higienizar as mãos. Alguns alunos tinham preenchido boa parte das mãos outros nem tanto. O mais primordial foi entender a importância de higienizar adequadamente as mãos, o porque existe um padrão a ser seguido, e por fim percebemos que o ideal é higienizar as mãos diante do paciente. Imagem autorizada em sala de aula do meu arquivo pessoal demonstrando o experimento com a tinta guache. Aula 01 Roteiro 02 – Punção Digital A punção digital tem a função de recolher uma quantidade mínima de sangue como uma gota por exemplo. Geralmente feito em exames para diabetes é utilizado um aparelho chamado: Glicosímetro. Higienizar o local com álcool 70° e com a ajuda de uma lanceta, segurando o dedo médio do paciente basta pressionar a lanceta e utilizar uma gota de sangue na tira dentro da marca de referência e observar os valores na tela do aparelho. Aula 01 Roteiro 03 – Fracionamento da amostra Fracionamento de amostra é um processo realizado com a centrífuga, o objetivo é separar a parte sólida da parte líquida.³ Utilizamos em sala de aula o equipamento de centrífuga com sangue de carneiro e urina recém coletada por voluntários da sala de aula. Fomos orientados em pequenos grupos a como manusear o equipamento: Conferir as amostras que ficarão opostas se estão com o mesmo nível de conteúdo (sangue, urina etc) e se atingiram o nível adequado a marca padrão do frasco. Em seguida distribuir a mesma quantia em ambos os lados ou seja um frente ao outro, respeitando o equilíbrio as amostras deveram ser colocadas uma de frente para a outra uma a direita e outra a esquerda fazendo uma linha diagonal. A velocidade é ajustada entre 2500 a 3000 rpm (rotação por minuto) por cerca de 5 a 10minutos. O resultado é que a parte sólida fica abaixo no frasco e a parte líquida ou soro fica acima, após o processo de centrífuga é coletada a parte líquida e sólida para análise. Com o sangue de carneiro infelizmente não deu certo mas com a urina foi visível uma espécie de “areia” bem fininha esbranquiçada na parte do fundo e conseguirmos visualizar no microscópio. Aula 01 Roteiro 04 – Venopunção Aberta Venopunção com seringa e agulha é um dos métodos mais antigos de coleta e também o mais barato, sua desvantagem se dá por conta da dificuldade de coletar material para mais de um tipo de exame além disso, pode haver a necessidade de perfurar novamente o paciente para uma nova coleta, gerando desconforto e dor desnecessária ao paciente além do risco de contaminação para ambos.¹² Uma das primeiras coisas é verificar o local da coleta se possui bancada adequada, descarpack, pia, maca e cadeira reclinável para acomodar o paciente. Ao receber o paciente o mesmo deverá ser acomodado de acordo com sua necessidade e após confirmar as informações pertinentes aos dados pessoais e ao exame a ser realizado, é feito a higienização das mãos do profissional adequadamente segundo o protocolo padrão. Após higienizadas as mãos devem estar protegidas por luvas descartáveis. Inicia-se a avaliação do local mais apropriado para a punção e o garrote ou torniquete deve ser feito a 7,5 a 10cm do local aonde a veia será puncionada, deve ser feita a antissepsia do local com álcool 70° duas vezes com o algodão num único sentido. Com o bisel da agulha voltado para o profissional a agulha é introduzida na direção do vaso a 30° de angulação.¹² Durante todo o experimento treinamos em peça sintética, e notamos também a importância das unhas curtas, da necessidade de seguir o protocolo passo a passo. Também vimos em aula como ainda há uma desigualdade no Brasil em relação ao local de atendimento e como devemos lidar com essas situações. Aula 01 Roteiro 05 – Venopunção Fechada A venopunção fechada é feita por um sistema múltiplo de vácuo, aonde usa-se canhão e frascos de coleta que seguem padrão universal de acordo com suas cores: azul possui citrato para coagulograma, vermelho para soro vitro-siliconados tubo seco, o amarelo é tubo gel com ativador de coágulo, branco sem aditivo para hemocultura, verde com heparina com ou sem o gel separador de plasma, roxo com EDTA k2/k3 para hematologia e por fim tubo cinza com fluoreto para glicemia.¹ Ainda em braço sintético experimentamos o protocolo de venopunção fechada enquanto o professor nos explicava sobre a influência dos anticoagulantes no frasco e sobre os frascos com coagulantes. Um dos fatores que mostra a necessidade deste conhecimento das cores padrões do frasco é que uma coleta mesmo que bem executada num frasco incorreto pode alterar o resultado do exame, assim como inutilizar a amostra e fazer com que o pré analítico tenha que refazer todo o protocolo. Aula 01 Roteiro 06 – Coleta de urina A coleta de urina também tem um protocolo a ser seguido, dependendo do tipo de exame o frasco de coleta pode ou não ser estéril. Além disso o paciente deve ser bem orientado a despeito de como fazer a coleta adequadamente. Temos o exame de urina de rotina mais conhecido como urina tipo 01, primeiro deve- se orientar verbalmente o paciente e por escrito para que o paciente faça o exame direito. O paciente antes de coletar deve fazer a antissepsia da região e desprezar o primeiro jato colhendo o jato médio. O frasco contém a capacidade de 50ml porém para o exame será necessário apenas 12ml e a urina deve ser analisada o quanto antes, se passar o período de três horas a urina deve ser refrigerada mas não congelada, e quando for executar a análise deve-se esperar a temperatura normalizar.¹ Há a coleta de urina de 24 horas ou coleta cronometrada, aonde o paciente deve respeitar corretamente o período a ser coletado para que o resultado também não seja impreciso. Neste tipo de coleta as amostras devem ser refrigeradas e pode haver a necessidade de conservante químico.¹ Nesse tipo de coleta além da orientação verbal é dada a orientação por escrito,assim como os frascos adequados e se necessário o conservante químico. É orientado que a amostra das 7h da manhã seja desprezada e as demais sejam colhidas no decorrer do dia até a 7h da manhã seguinte.¹ Temos também a urocultura e outros tipos de coleta de urina aonde são usados frascos estéreis, o paciente deve ser orientado a como fazer a antissepsia, desprezar o jato médio e a coletar a urina no frasco estéril para urocultura.¹ Fizemos a coleta com alguns voluntários, e através da centrífuga conseguimos obter a separação da parte líquida da parte sólida da urina. Com o microscópio conseguimos visualizar algumas células da urina apenas para base de dados. Mas era visível mesmo no frasco a separação da parte líquida para a parte sólida. Aula 01 Roteiro 07 – Saco coletor (Urina) Quando há a necessidade de coletar urina de bebês e crianças muito pequenas é utilizado um saco coletor salvo os casos que há a necessidade da urina continuar estéril daí é utilizado uma seringa e agulha.¹ O saco deve ser posicionado adequadamente a fralda limpa ou roupa íntima da criança ou bebê para que a abertura fique exatamente de encontro com a uretra. No caso dos meninos é um pouco mais simples por questão anatômica. Aula 01 Roteiro 08 – Citopatologia É a área de análise de amostras por esfregaço como por exemplo: papanicolau, coleta de secreção peniana, coleta de secreção nasal etc.¹ Com a ajuda de peças anatômicas nos foi exemplificado como executar a coleta para secreção peniana através de um swab que deverá ser introduzido após antissepsia do prepúcio na região da uretra e colocado dentro do frasco apropriado. Para isso o homem pode ficar de pé segurando o membro enquanto o profissional executa a coleta.¹ Na coleta do papanicolau deve ser introduzido um espéculo e realizada a abertura da região até ser possível visualizar o colo do útero e com uma espátula de ayre ou escova endocervical realizar a coleta, com a espátula deve ser feita no ectocérvix e com a escova na região do endocérvix.¹ Conclusão O biomédico que trabalha no pré analítico deve manter uma grande atenção ao seu serviço pois geralmente nessa fase é que acontecem muitos erros. A primeira etapa é recepcionar e informar o paciente, fazer a recepção envolve verificar documentos, passar as orientações corretas para que a coleta seja feita dentro do padrão e para isso temos que ser detalhistas e precisos. Quando o paciente já está lá para realizar o exame conferir nos mínimos detalhes se o paciente seguiu as orientações . Na parte de coleta o ideal é novamente confirmar informações, analisar e repassar como será feita a coleta, higienizar corretamente as mãos na frente do paciente, usar luvas, abrir os materiais estéreis na frente do paciente, fazer a antissepsia, coletar o material, identificar adequadamente o frasco sempre no corpo do frasco e nunca na tampa. Armazenar e descartar material que está inutilizado. Esta é uma das áreas que exige comprometimento e seriedade pois além do rígido protocolo de serviço o ambiente deve estar de acordo com os padrões da Anvisa e o paciente deve ser muito bem tratado com ética e profissionalismo. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ¹ GARCIA, JULIANA ALVES. COLETA DE MATERIAL BIOLÓGICO; SÃO PAULO, EDITORA SOL, 2020, CADERNO DE ESTUDOS DA UNIP. ² MILLER. LABORATÓRIO PARA O CLÍNICO, 8ª EDIÇÃO; SÃO PAULO; ATHENEU, 2016, BIBLIOTECA VIRTUAL UNIP. ³ DANIELSSON H, LUNDMARK F. EN NY TYP AV CENTRIFUG (SPIRALCENTRIFUG) ANVÄNDBAR INOM OLIKA OMRÅDEN BL. A. INOM HÄMATOLOGIEN [A NEW TYPE OF CENTRIFUGE, THE SPIRAL CENTRIFUGE, USEFUL IN VARIOUS FIELDS, INCLUDING HEMATOLOGY]. NORD MED. 1957 JAN 31;57(5):175. SWEDISH. PMID: 13419114.
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