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Estudo de Fotografia: Conceitos e Técnicas

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Prévia do material em texto

Indaial – 2020
FotograFia
Prof.ª Mariane Eggert de Figueiredo
1a Edição
Elaboração:
Prof.ª Mariane Eggert de Figueiredo
Copyright © UNIASSELVI 2020
 Revisão, Diagramação e Produção: 
Equipe Desenvolvimento de Conteúdos EdTech 
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada pela equipe Conteúdos EdTech UNIASSELVI
Impresso por:
F475f
Figueiredo, Mariane Eggert de
 Fotografia. / Mariane Eggert de Figueiredo. – Indaial: 
UNIASSELVI, 2020.
 236 p.; il.
 ISBN 978-65-5663-191-2
 ISBN Digital 978-65-5663-192-9
 1. Fotografia - História. - Brasil. Centro Universitário Leonardo da 
Vinci.
CDD 770
Vivemos em meio às imagens, que consumimos, com as quais nos comunicamos, 
somos imagens. Desde os tempos mais remotos, representar o mundo em imagens foi 
um dos anseios do ser humano. A fotografia, escrita pela luz, é uma forma de representar o 
mundo e de capturá-lo para melhor entendê-la. Estudar fotografia é integrar um universo 
mágico de luz e sombras, de cores e formas, de sentidos. A fotografia é linguagem, é 
posicionamentos, é documentar e mostrar o indizível e o desejável. Este estudo aborda 
a fotografia em suas mais variadas formas e concepções, em três unidades.
Na unidade 1, “Conceito e História da Fotografia”, a partir de um estudo da imagem 
ao longo do tempo, você verá o conceito de fotografia e conhecerá grandes momentos da 
técnica, desde a criação até a atualidade. Assim, aprenderá sobre as primeiras tentativas 
de captura da realidade com a técnica da câmara escura. Conhecerá os primeiros 
desenvolvedores de aparelhos e materiais, as principais correntes de fotógrafos e suas 
particularidades, além de conhecer transformações de ordem ideológico-filosóficas que 
a técnica introduziu nas sociedades da época.
Na unidade 2, “O Funcionamento da máquina fotográfica e o domínio das 
técnicas”, conhecerá a máquina fotográfica e suas potencialidades, bem como os 
materiais e técnicas indicados para as capturas. Adquirirá, também, noções de 
composição e enquadramento nas fases pré-captura e fotográfica, além de aprender 
sobre técnicas e processos de revelação fotográfica analógica. Finalmente, conhecerá 
os principais recursos de tratamento de imagens pós-captura e a construção de 
realidades através da fotografia digital.
Na unidade 3, por fim, “Aplicações da fotografia”, a partir de uma reflexão sobre 
a fotografia como linguagem e forma narrativa através da imagem, aprenderá sobre 
algumas aplicações da fotografia profissional e recreativa. Conhecerá as múltiplas 
possibilidades que se oferecem ao fotógrafo profissional, seja a serviço de empresas e 
organismos, seja como freelancer e trabalhando com autonomia. Finalmente, conhecerá 
as abrangências e práticas, incluindo os requisitos necessários para uma atuação bem-
sucedida. Além disso, aprenderá sobre a fotografia publicitária de moda, seus percalços 
e possibilidades.
Desejamos ótimos estudos através desta obra!
Mariane Eggert de Figueiredo
APRESENTAÇÃO
Olá, acadêmico! Para melhorar a qualidade dos materiais ofertados a você – e 
dinamizar, ainda mais, os seus estudos –, nós disponibilizamos uma diversidade de QR Codes 
completamente gratuitos e que nunca expiram. O QR Code é um código que permite que você 
acesse um conteúdo interativo relacionado ao tema que você está estudando. Para utilizar 
essa ferramenta, acesse as lojas de aplicativos e baixe um leitor de QR Code. Depois, é só 
aproveitar essa facilidade para aprimorar os seus estudos.
GIO
QR CODE
Olá, eu sou a Gio!
No livro didático, você encontrará blocos com informações 
adicionais – muitas vezes essenciais para o seu entendimento 
acadêmico como um todo. Eu ajudarei você a entender 
melhor o que são essas informações adicionais e por que você 
poderá se beneficiar ao fazer a leitura dessas informações 
durante o estudo do livro. Ela trará informações adicionais 
e outras fontes de conhecimento que complementam o 
assunto estudado em questão.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos 
os acadêmicos desde 2005, é o material-base da disciplina. 
A partir de 2021, além de nossos livros estarem com um 
novo visual – com um formato mais prático, que cabe na 
bolsa e facilita a leitura –, prepare-se para uma jornada 
também digital, em que você pode acompanhar os recursos 
adicionais disponibilizados através dos QR Codes ao longo 
deste livro. O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura 
interna foi aperfeiçoada com uma nova diagramação no 
texto, aproveitando ao máximo o espaço da página – o que 
também contribui para diminuir a extração de árvores para 
produção de folhas de papel, por exemplo.
Preocupados com o impacto de ações sobre o meio ambiente, 
apresentamos também este livro no formato digital. Portanto, 
acadêmico, agora você tem a possibilidade de estudar com 
versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador.
Preparamos também um novo layout. Diante disso, você 
verá frequentemente o novo visual adquirido. Todos esses 
ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos 
nas pesquisas institucionais sobre os materiais impressos, 
para que você, nossa maior prioridade, possa continuar os 
seus estudos com um material atualizado e de qualidade.
ENADE
LEMBRETE
Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma 
disciplina e com ela um novo conhecimento. 
Com o objetivo de enriquecer seu conheci-
mento, construímos, além do livro que está em 
suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, 
por meio dela você terá contato com o vídeo 
da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complementa-
res, entre outros, todos pensados e construídos na intenção de 
auxiliar seu crescimento.
Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que 
preparamos para seu estudo.
Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada!
Acadêmico, você sabe o que é o ENADE? O Enade é um 
dos meios avaliativos dos cursos superiores no sistema federal de 
educação superior. Todos os estudantes estão habilitados a participar 
do ENADE (ingressantes e concluintes das áreas e cursos a serem 
avaliados). Diante disso, preparamos um conteúdo simples e objetivo 
para complementar a sua compreensão acerca do ENADE. Confira, 
acessando o QR Code a seguir. Boa leitura!
SUMÁRIO
UNIDADE 1 - CONCEITO E HISTÓRIA DA FOTOGRAFIA ....................................................... 1
TÓPICO 1 - DA IMAGEM À FOTOGRAFIA: PANORAMA HISTÓRICO .....................................3
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................................3
2 A IMAGEM COMO LINGUAGEM: ORIGENS ..........................................................................4
3 TRATADO DE ÓTICA E CÂMARA ESCURA ........................................................................10
4 DE NIÉPCE E DAGUERRE À DIGITALIZAÇÃO: UM PROCESSO ....................................... 13
RESUMO DO TÓPICO 1 ......................................................................................................... 19
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................. 20
TÓPICO 2 - TÉCNICAS E CORRENTES FOTOGRÁFICAS .................................................... 21
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 21
2 A FOTOGRAFIA NO MUNDO E NO BRASIL ....................................................................... 22
3 GRANDES CATEGORIAS DE FOTOGRAFIA ..................................................................... 25
4 FOTÓGRAFOS QUE MARCARAM ÉPOCAS ...................................................................... 26
4.1 OS PIONEIROS ...................................................................................................................................... 27
4.2 FOTÓGRAFOS DE TODOS OS TEMPOS .........................................................................................32LEITURA COMPLEMENTAR ................................................................................................ 38
RESUMO DO TÓPICO 2 ......................................................................................................... 41
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................. 42
TÓPICO 3 - SEMIÓTICA E FILOSOFIA DA IMAGEM: ENTRE 
PERCEPÇÃO, REPRESENTAÇÃO E EXPRESSÃO .............................................................. 45
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 45
2 A ESSÊNCIA DA FOTOGRAFIA ......................................................................................... 46
3 A IMAGEM COMO SIGNO: PERCEPÇÃO E REPRESENTAÇÃO ........................................ 49
3.1 A IMAGEM ICÔNICA NA SEMIÓTICA DE CHARLES PEIRCE .......................................................49
3.2 ROLAND BARTHES E O REFERENTE DA FOTOGRAFIA: “ISSO FOI” ........................................50
4 A FOTOGRAFIA COMO 8ª ARTE: FORMA DE 
EXPRESSÃO ARTÍSTICA E IDEALIZAÇÃO .......................................................................... 51
4.1 O CONCEITO DE REPRESENTAÇÃO..................................................................................................51
4.2 OS PARADIGMAS FOTOGRÁFICOS ................................................................................................54
RESUMO DO TÓPICO 3 ......................................................................................................... 61
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................. 62
UNIDADE 2 — O FUNCIONAMENTO DA MÁQUINA 
FOTOGRÁFICA E O DOMÍNIO DAS TÉCNICAS .....................................................................67
TÓPICO 1 — A TÉCNICA DA FOTOGRAFIA: LUZ, VELOCIDADE, 
DIAFRAGMA, SUJEITO E COMPOSIÇÃO ............................................................................ 69
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 69
2 OS APARELHOS FOTOGRÁFICOS – APRESENTAÇÃO ................................................... 69
2.1 CONHECENDO A MÁQUINA FOTOGRÁFICA: 
 ELEMENTOS E FUNCIONALIDADES PADRÃO ...............................................................................70
2.2 TIPOS DE CÂMERAS FOTOGRÁFICAS ............................................................................................ 76
2.3 ACESSÓRIOS PARA CÂMERAS BRIDGE E DSLR .........................................................................78
3 DO ENQUADRAMENTO AO DOMÍNIO DAS TÉCNICAS DE COMPOSIÇÃO .......................81
3.1 NOÇÕES DE ENQUADRAMENTO E COMPOSIÇÃO DA IMAGEM ................................................ 81
3.2 POSICIONAMENTO DOS SUJEITOS ................................................................................................85
4 O CONTROLE DA LUZ, VELOCIDADE, DIAFRAGMA, FOCO ............................................ 93
RESUMO DO TÓPICO 1 .........................................................................................................97
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................. 98
TÓPICO 2 - TRATAMENTO DA FOTOGRAFIA: LABORATÓRIO, 
FOTOGRAFIA DIGITAL, FOTOEDIÇÃO ............................................................................... 101
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 101
2 FILMES, TÉCNICAS E MATERIAIS PARA REVELAÇÃO FOTOGRÁFICA ....................... 101
2.1 O FILME ANALÓGICO .........................................................................................................................101
2.2 A REVELAÇÃO DO FILME ANALÓGICO: MATERIAIS E MÉTODO .............................................103
3 A FOTOGRAFIA DIGITAL E O TRATAMENTO DE IMAGEM ..............................................106
3.1 INTRODUÇÃO AO CS5.......................................................................................................................106
3.2 PRINCÍPIOS BÁSICOS DO PHOTOSHOP ......................................................................................108
3.3 LEITURA DE VALORES DE COR E NÍVEIS PARA 
NEUTRALIZAÇÃO DO TOM EM UMA IMAGEM ...................................................................................110
3.3.1 Luz e luminosidade na imagem fotográfica ......................................................................110
3.4 CROMOLOGIA: O ESTUDO DAS CORES .......................................................................................113
RESUMO DO TÓPICO 2 .......................................................................................................123
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................124
TÓPICO 3 - O FOTÓGRAFO E A CONSTRUÇÃO FOTOGRÁFICA ....................................... 127
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 127
2 A FOTOGRAFIA DIGITAL E A CRIAÇÃO DA REPRESENTAÇÃO ..................................... 127
3 TRATAMENTO DE IMAGENS: ESTUDO DE EXEMPLOS ..................................................128
3.1 A MESCLAGEM ARTÍSTICA ..............................................................................................................128
3.2 AJUSTES BÁSICOS DE LIMPEZA DA IMAGEM E MAQUIAGEM ...............................................131
3.3 APLICAR MÁSCARAS E OCULTAR CAMADAS ............................................................133
3.4 SER FOTÓGRAFO: MERCADO DE TRABALHO, PRÁTICAS, DEONTOLOGIA ................................ 134
3.5 O MERCADO DE TRABALHO .......................................................................................................... 135
3.6 PRÁTICAS DO FOTÓGRAFO ............................................................................................................ 137
4 DEONTOLOGIA E ÉTICA DA PROFISSÃO .......................................................................138
LEITURA COMPLEMENTAR ...............................................................................................142
RESUMO DO TÓPICO 3 ...................................................................................................... 144
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................145
UNIDADE 3 — APLICAÇÕES DA FOTOGRAFIA .................................................................. 151
TÓPICO 1 — A LINGUAGEM FOTOGRÁFICA .......................................................................153
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................153
2 A NARRATIVA NA FOTOGRAFIA .....................................................................................154
2.1 COMO SE CONSTRÓI, ENTÃO, A NARRATIVA NA FOTO FIXA? ................................................ 155
3 EFEITOS DAS CONSTRUÇÕES NARRATIVAS SOBRE O ESPECTADOR........................ 157
4 A NARRATIVA DOCUMENTAL .........................................................................................160
RESUMO DO TÓPICO 1 .......................................................................................................168
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................169
TÓPICO 2 - FOTOGRAFIA E SUAS APLICAÇÕES ...............................................................171
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................................171
2 A FOTOGRAFIA COMO EXPRESSÃO ARTÍSTICA E LAZER ............................................172
2.1 FOTOGRAFIA ARTÍSTICA: CONSIDERAÇÕES ............................................................................... 172
2.2 A FOTOGRAFIA COMO PASSATEMPO E HOBBY ........................................................................ 175
2.3 A FOTOGRAFIA COMO TESTEMUNHO: JORNALISMO, ÉPOCA, REALIDADES .................... 178
2.4 O QUE É FOTOJORNALISMO ......................................................................................................... 179
2.5 POSTURAS DO FOTÓGRAFO E RISCOS INCORRIDOS ..............................................................184
2.6 FOTODOCUMENTALISMO E REALIDADES PRESERVADAS: PRÁTICAS DE 
MEMÓRIA E REGISTROS DA HISTÓRIA – A DE FAMÍLIA, A CIDADE, AS 
PRÁTICAS SOCIAIS MOSTRADAS E PRESERVADAS ................................................................185
3 REGISTROS DA HISTÓRIA: ROSTOS E COSTUMES; 
PRÁTICAS SOCIAIS; A DIVERSIDADE MOSTRADA ..........................................................187
3.1 A FOTOGRAFIA DE PRECISÃO CIENTÍFICA ..................................................................................190
3.2 UMA FERRAMENTA QUE NUNCA PAROU DE SE APRIMORAR ..............................................190
3.3 A FOTOGRAFIA PERICIAL: ENTRE TESTEMUNHO E VERDADE ............................................. 193
3.4 FOTOGRAFIA E REALIDADE VIRTUAL .......................................................................................... 194
RESUMO DO TÓPICO 2 ...................................................................................................... 200
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................201
TÓPICO 3 - ABRANGÊNCIA E PRÁTICAS FOTOGRÁFICAS ............................................. 203
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 203
2 SOU FOTÓGRAFO: E AGORA? ........................................................................................ 203
3 PRIMEIROS PASSOS NA ÁREA ...................................................................................... 204
3.1 O ESTÚDIO DE FOTOGRAFIA PRÓPRIO ....................................................................................... 206
3.2 REDE DE RELACIONAMENTOS E DIVULGAÇÃO DOS TRABALHOS ..................................... 209
3.3 A FOTOGRAFIA DE MODA E PUBLICIDADE ...............................................................................210
3.3.1 O corpo e a sua visualidade ..................................................................................................210
3.3.2 A fotografia de moda ............................................................................................................ 213
4 PRÁTICAS MAIS COMUNS DO FOTÓGRAFO CONTEMPORÂNEO ................................. 217
4.1 EVENTOS, RECÉM-NASCIDOS, PETS, PRÁTICAS DO COTIDIANO, CASAMENTOS............. 217
4.2 OBJETOS, FOTOGRAFIA DE CULINÁRIA, PAISAGEM ...............................................................218
LEITURA COMPLEMENTAR ...............................................................................................219
RESUMO DO TÓPICO 3 .......................................................................................................221
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................... 222
REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 224
1
UNIDADE 1 - 
CONCEITO E HISTÓRIA 
DA FOTOGRAFIA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
•	 apreender	a	fotografia	como	evolução	das	representações	imagéticas	intrínsecas	ao	
gênero	humano	ao	longo	da	História;
•	 compreender	o	funcionamento	da	representação	e	fixação	de	imagens	em	suporte	
físico	através	da	luz	e	materiais	reagentes	permitindo	a	fixação;
•	 conhecer	o	conceito	de	fotografia	a	partir	das	vertentes	teóricas	dos	séculos	XIX	e	XX,	
após	o	desenvolvimento	da	técnica	por	Joseph	Nicéphore	Niépce	e	Louis	Jacques	
Mandé	Daguerre;
•	 refletir	sobre	a	natureza	da	fotografia	como	linguagem	e	modo	de	comunicação;
•	 conhecer	os	trabalhos	de	grandes	nomes	da	fotografia.
A	cada	tópico	desta	unidade	você	encontrará	autoatividades	com	o	objetivo	de	reforçar	
o	conteúdo	apresentado.
TÓPICO	1	 –	DA	IMAGEM	À	FOTOGRAFIA:	PANORAMA	HISTÓRICO
TÓPICO	2	–	TÉCNICAS	E	CORRENTES	FOTOGRÁFICAS
TÓPICO	3	–	SEMIÓTICA	E	FILOSOFIA	DA	IMAGEM:	ENTRE	PERCEPÇÃO,	REPRESENTAÇÃO	
	 E	EXPRESSÃO
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure 
um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.
CHAMADA
2
CONFIRA 
A TRILHA DA 
UNIDADE 1!
Acesse o 
QR Code abaixo:
3
DA IMAGEM À FOTOGRAFIA: 
PANORAMA HISTÓRICO
1 INTRODUÇÃO
A	 imagem	 povoa	 o	 inconsciente	 coletivo	 da	 humanidade	 desde	 os	 tempos	
mais	 remotos.	 Populações	 pré-históricas	 de	 caçadores	 e	 guerreiros,	 tribos	 nômades	
atravessando	 o	 deserto	 ou	 habitando	 e	 ilustrando	 cavernas	 com	 suas	 narrativas	 e	
estratégias	de	caça	no	cotidiano,	eis	o	seu	papel	 inicial.	A	capacidade	pensante	dos	
indivíduos	passa	pelo	recurso	à	imagem:	imaginar	com	efeito	possui,	na	origem,	a	ideia	
de	visão,	contemplação	mental.
Se	 para	 Paul	 Klee	 (1959),	 artista	 e	 professor	 da	 Bauhaus,	 uma	 linha	 é	 um	
ponto	que	se	põe	a	passear,	os	pontos	povoavam	o	 imaginário	do	homem	primitivo:	
esquisses	 de	 ações	 planejadas,	 desenhos	 rupestres,	 vestígios	 de	 intencionalidades,	
representações	 e	 concepções	 de	 mundo;	 as	 pinturas	 a	 seguir,	 numa	 época	 de	
representação	do	sagrado	e	embates	entre	iconoclastas	e	iconódulos	sobre	a	natureza	
das	pinturas	 religiosas,	o	sagrado	a	serviço	da	expansão	 religiosa	e	no	 Iluminismo,	o	
olhar	centrado	na	representação	pictórica	do	humano:	a	 imagem	esteve	presente	ao	
longo	dos	séculos	nas	diversas	civilizações,	a	ponto	de	podermos	nos	questionar	que	
toda	 nossa	 concepção	 de	mundo	 passa	 pelos	 elementos	 visuais	 com	 os	 quais	 nos	
deparamos	no	dia	a	dia.
TÓPICO 1 - UNIDADE 1
Na	 sociedade	 contemporânea	 isso	 se	 confirma,	 ao	 estarmos	 imersos	 num	
universo	 de	 imagens	 e	 símbolos	 gráficos	 de	 toda	 sorte,	 com	 finalidades	 diversas:	
significar,	mostrar,	comunicar.
Iconoclastia [do gr. Eikon (ícone) + klastein (quebrar) caracteriza o movimento 
político religioso de contestação à veneração de ícones religiosos, surgido 
no século VIII no Império Bizantino. A ele opõe-se o termo Iconodulia [gr. 
Eikon (ícone) + dulos (serviço), é o serviço às imagens. 
FONTE: <https://www.dicionarioinformal.com.br/iconodulia/>. Acesso em: 1º jun. 2020.
NOTA
4
2 A IMAGEM COMO LINGUAGEM: ORIGENS
As	pinturas	rupestres	são	os	vestígios	mais	antigos	de	que	se	tem	conhecimento	
até	os	dias	de	hoje.	Vários	registros	testemunham	dessa	época	remota,	em	que	o	homem	
sapiens	traçou	nas	paredes	das	cavernas	seu	desejo	de	comunicar:	estratégias	de	caça,	
vida	 em	 grupos,	 objetos	 do	 cotidiano	 eram	 registrados	 na	 pedra.	 Assim	 protegidos,	
sobreviveram	ao	tempo	até	a	atualidade	como	formas	de	representação	do	passado.	
Para	Santaella	e	Nöth	(2001,	p.	15):	“Não	há	imagens	como	representações	visuais	que	
não	 tenham	 surgido	 de	 imagens	 na	mente	 daqueles	 que	 as	 produziram,	 do	mesmo	
modo	que	não	há	imagens	mentais	que	não	tenham	alguma	origem	no	mundo	concreto	
dos	objetos	visuais”.
Os	registros	preservados,	datando	das	eras	pré-históricas	que	testemunham	do	
valor	que	a	imagem	assumia	no	cotidiano	das	povoações	mais	remotas,	são	abundantes	
e	portadores	de	aspectos	variados:
A Bauhaus foi uma escola de arte/arquitetura fundada na Alemanha em 
1919 e fechada pelo Nazismo, em 1933. Verdadeiro fenômeno, propunha 
linhas simples e casas acessíveis, com uso de concreto, vidro e aço e dando 
origem ao estilo industrial. 
FONTE: <https://bit.ly/3yVbAUK>.Acesso: 1º jun. 2020.
IMPORTANTE
Assista ao vídeo: O diário de um artista e conheça a filosofia de Paul Klee sobre 
planos e linhas, disponível no link: https://bit.ly/3uFfWgt.
DICA
A obra de Roberto Casati, A descoberta da Sombra (2017), com tradução 
de Eduardo Brandão retraça vários estudos realizados sobre a apreensão 
das sombras ao longo de épocas. Nela você encontrará explicações 
matemáticas, o pensamento quinhentista sobre perspectiva, entre outras 
informações pertinentes para o estudo no campo da fotografia.
DICA
5
• Religiosidade:	presente	nos	vestígios	mais	remotos	do	Neolítico	pré-cerâmica.	Um	
exemplo	são	os	registros	do	templo	de	Gobekli	Tepe,	na	Turquia,	na	Era	neolítica	pré-
cerâmica,	cerca	de	7	a	8.000	a.C.,	conforme	figura	a	seguir.
FIGURA 1 – CENA DE GOBEKLI TEPE
FONTE: <https://bit.ly/3yztMBU>. Acesso em: 1º jun. 2020.
Atribuir	às	imagens	um	caráter	sagrado	é	tão	antigo	quanto	a	própria	humanidade.	
Mammi	(2012,	p.	122)	aborda	a	legitimidade	da	arte	em	representações	pictóricas	nos	
primórdios	do	Cristianismo.	As	imagens	arqueirótipas	ou	produzidas	pela	vontade	divina,	
sem	as	mãos	do	artista,	são	de	dois	tipos:	ícones	(pintados	por	intervenção	angélica)	e	
imagens	produzidas	por	contato	direto	com	o	corpo	e	impressão,	como	uma	fotografia	
(o	santo	sudário,	as	relíquias).
6
• Estratégias, vida cotidiana:	 cenas	do	 confronto	homem-animal,	 e	 seus	medos	 e	
anseios,	representam	caçadas	realizadas	pelo	homem	primitivo	estão	presentes	por	todo	
o	planeta,	muitas	delas	em	excelente	estado	de	conservação.	Veja	na	figura	a	seguir.
FIGURA 2 – CENA DE CAÇA NA CAVERNA DE VEZÈRE
Imagens arqueirótipas refere-se à técnica zen dos arqueiros orientais: 
resultam de "uma experiência direta, imediata, não filtrada pelo intelecto" 
(HERRIGEL, 2013, p.5) A técnica Zen é excelente para a fotografia.
Você poderá refletir sobre as pinturas rupestres e o valor representativo 
das imagens sobre os seres humanos assistindo ao filme: A caverna dos 
sonhos esquecidos, de Werner Herzog, no link: https://www.youtube.com/
watch?v=NfF989-rW04.
FONTE: <https://bit.ly/3RoGFHM>. Acesso em: 26 jun. 2020.
NOTA
NOTA
7
• Comunicação:	movidos	pelo	desejo	imanente	de	comunicar-se,	os	primeiros	homens	
materializaram,	através	do	recurso	à	inscrição,	intenções,	aspectos	da	vida	cotidiana,	
negociações	etc.	Na	Babilônia,	usava-se	pedaços	de	madeira	ou	ossos	em	forma	de	
cunha,	de	onde	o	termo	“cuneiforme”,	para	designar	os	vestígios	hieroglíficos	gravados	
em	tábuas	de	argila.	Destas	representações	pictóricas	foram	aos	poucos	surgindo	os	
primeiros	alfabetos,	pictóricos	e	rudimentares,	como	pode	ser	observado	na	Figura	3.
FIGURA 3 – ALFABETO PICTÓRICO EGÍPCIO SOBRE PAPIRO
FONTE: <https://bit.ly/3AH4ILV>. Acesso: 1º jun. 2020.
Na	imagem	é	possível	observar	a	representação	de	objetos,	seres,	atividades,	
caracterizando	as	primeiras	formas	de	escrita	representativas	da	linguagem	verbal.
Sobre os suportes empregados para a inscrição de pictogramas 
caracterizando as escritas ao longo do tempo e das civilizações, ler: ROTH, 
Otávio. O que é papel. São Paulo: Editora Brasiliense, 1983.
DICA
Através	 da	 imagem,	 os	 homens	 manifestavam	 um	 desejo	 de	 preservação,	
vínculo	entre	uma	realidade	e	a	posteridade.	Assim,	no	Egito,	as	imagens	desenhadas	
sobre	tumbas	revelam	um	papel	sagrado:	acreditava-se	que	nada	seria	pior	do	que	ter	
seus	desenhos	raspados	(CARVALHO,	2018,	p.	13).
8
A	imagem	apresenta	simetria	e	equilíbrio	das	proporções	aplicadas	ao	espaço:	
12	 apóstolos,	 seis	 de	 cada	 lado,	 agrupados	 três	 a	 três,	 e	 Jesus	Cristo	 ao	 centro.	Ao	
fundo,	três	 janelas,	a	figura	sagrada	diante	da	 janela	do	meio.	Linhas	em	perspectiva	
dirigem-se	ao	horizonte	delineado	ao	fundo,	nas	paisagens	percebidas	pelas	janelas.	A	
Matemática,	fascínio	das	elites	culturais	da	época,	predomina	em	toda	a	imagem.
• Proporcionalidade geométrica: há	milênios	o	homem	vem	observando	o	universo	
que	o	rodeia,	impregnando-se	de	suas	imagens	e	proporções.	Dedicou	à	representação	
por	imagens	diferentes	matérias	ao	longo	dos	tempos	ao	tornar	o	tema,	desde	a	época	
clássica,	objeto	das	ciências.	O	desenvolvimento	de	materiais	e	técnicas,	nos	séculos	
XV	e	XVI,	como	as	tintas	a	óleo,	as	telas	e	o	cavalete	 impulsionaram	o	desenho	e	
a	pintura	(CARVALHO,	2018.	Assim,	à	imagem	são	associadas	noções	matemáticas	
e	de	proporcionalidade,	que	 lhe	conferem	estética	e	qualidade	ao	olhar.	Você	com	
certeza	já	prestou	atenção	nas	proporções	e	simetrias	dos	desenhos	e	pinturas	de	
Leonardo	Da	Vinci,	como	a	última	ceia,	datando	do	século	XV,	conforme	Figura	4.	
FIGURA 4 – REPRODUÇÃO GRÁFICA DA TELA ÚLTIMA CEIA, DE LEONARDO DA VINCI, MILÃO
FONTE: <https://bit.ly/3AHtf3Q>. Acesso: 5 jan. 2020
A	 representação	 imagética	 também	 serviu	 para	 ilustrar	 rotas	 primitivas	 no	
Oriente,	 fazendo	 nascer	 a	 cartografia.	Ao	 ser	 inventado	 na	 China,	 o	 papel	 passou	 a	
servir	de	suporte	para	desenhos	coloridos	e	significativos,	por	volta	do	século	 IV	a.C.	
(CARVALHO,	2018,	p.	13).
Do ponto de vista da História, as representações através da imagem 
podem ser entendidas como o “relacionamento de uma imagem presente 
e de um objeto ausente” (CHARTIER, 2002, p. 20).
IMPORTANTE
9
Casati	 (2017),	 em	 A descoberta da Sombra,	 apresenta	 esses	 aspectos	 e	
também	o	modo	como	a	sombra,	a	partir	do	sol,	contribuiu	a	desenvolver	o	pensamento	
da	perspectiva	e	sua	aplicação	à	pintura.
FONTE: <https://bit.ly/3IC7Fzt>. Acesso em: 26 jun. 2020.
Leonardo da Vinci: maior representante da pintura renascentista, também da escola 
florentina – de Florença, Itália. Considerava-se, antes de tudo, um cientista. Inovou com 
a técnica da perspectiva dando realismo ao espaço e a luz. Projetou máquinas e objetos 
voadores. Estudou as principais matérias científicas do período, dentre as quais: mecânica, 
ótica, anatomia e astronomia. Usou com maestria a técnica do sfumato, mistura de tons 
claros e escuros (CARVALHO, 2018, p. 15). 
FIGURA - DESENHO DE LEONARDO DA VINCI FEITO POR COSOMO COLOMBINI
NOTA
Sobre “proporcionalidade” nas imagens – desenho e pintura –, não deixe de 
ler este artigo bem elucidativo: CO39: proporcionalidade e arte em diferentes 
culturas, da Antiguidade ao Renascimento, escrito por Fátima Suely Gonçalves 
e Helenalda Nazareth. Disponível em: http://www2.fe.usp.br/~etnomat/site-
antigo/anais/CO39.html.
DICA
A	 partir	 desta	 jornada	 pela	 História,	 você	 pôde	 perceber	 o	 desejo	 antigo	 da	
humanidade	em	registrar	para	a	posteridade,	através	da	imagem,	sua	presença	e	sua	
passagem	pela	Terra.	Cada	época,	assim,	testemunha	desse	desejo,	segundo	as	técnicas	
de	que	se	dispunha	e	o	desenvolvimento	de	tecnologias	específicas	para	aperfeiçoá-lo.	
10
A	seguir,	veremos	como	este	desejo	levou	ao	desenvolvimento	de	teorias	específicas	no	
âmbito	da	Ótica,	desde	épocas	muito	remotas.	Veja,	no	subtópico	a	seguir,	o	tratado	de	
Ótica	e	a	câmara	obscura.
3 TRATADO DE ÓTICA E CÂMARA ESCURA
Como	vimos	no	subtópico	anterior,	desde	os	primeiros	tempos,	o	ser	humano	
foi	 sensível	 ao	 universo	 que	 o	 cercava.	 Daí	 extraiu	 e	 aí	 aplicou	 sua	 capacidade	
a	 observar	 contornos,	 movimentos,	 sucessões	 de	 ações	 ocorridas	 no	 tempo,	
proporcionalidades.	Uma	sombra	projetada	no	chão,	dava-lhe	as	primeiras	noções	
de	 contraste.	 E	 passou,	 naturalmente,	 a	 registrá-las	 em	diferentes	 suportes	 para	
depois	observá-las,	entendê-las	e,	quem	sabe,	reproduzi-las.	Instaurava-se,	dessa	
maneira,	uma	relação	temporal	entre	um	objeto	capturado	–	a	cena	de	caça,	a	fé	
religiosa,	um	contorno	de	montanha	ou	curva	de	rio	presentes	em	seu	relevo	–	que	
configurava	o	seu	cotidiano.	Para	Maya	(2008,	p.	106):	
Ao	 se	 deslocar	 durante	 o	 dia,	 o	 homem	 primitivo	 percebeu	 que	
as	 imagens	 situadas	 ao	 longe	 se	 alteravam	 com	 relação	 à	 luz,	
à	 sombra	 e	 à	 cor:	 estava	 sendo	 criada	 a	 ideia	 de	 uma	 fotografia	
animada,	associada	à	noção	de	movimento.	Como	tela	de	projeção,	
este	embrião	da	técnicafotográfica	usava	um	ambiente	familiar	ao	
homem	daqueles	tempos:	a	própria	terra.
A	 invenção	 da	 câmara	 escura	 ou	 obscura	 –	 as	 duas	 denominações	 são	
utilizadas	–	é	atribuída	ao	chinês	Mo	Tzu,	no	século	V	a.C.	Aristóteles,	porém,	em	sua	
obra	Problemas	(apud	HOMELAB,	2019)	observa	que	a	luz	do	sol,	ao	penetrar	em	recintos	
fechados	através	de	furos	provoca	um	efeito	de	inversão	da	imagem	exterior,	e	que	este	
efeito	apresenta	variações	segundo	o	diâmetro	do	furo.	Fala,	então	de	estenótipo	–	de	
stenos	(estreito)	e	opis	(futo),	em	inglês	pinhole	(buraco	da	agulha)	(HOMELAB,	2019).
Câmara Escura (ou câmara escura de orifício): equipamento formado por uma caixa de 
paredes totalmente opacas, sendo que no meio de uma das faces existe um 
pequeno orifício. Ao colocar-se um objeto, de tamanho o, de frente para o 
orifício, a uma distância p, nota-se que uma imagem refletida, de tamanho  i, 
aparece na face oposta da caixa, a uma distância p', mas de forma invertida. 
A primeira ilustração de uma câmara escura foi publicada por Reiner Gemma 
Frisius, em 1554, no Tratado De Radio Astronomico e Geometrico Liber. 
FONTE: <https://bit.ly/3P1rOkL>. Acesso: 3 nov. 2019.
NOTA
11
A	Figura	5	apresenta	uma	representação	do	princípio	da	câmara	escura	descrito	
anteriormente:
FIGURA 5 – REPRESENTAÇÃO DA CÂMARA ESCURA DE ORIFÍCIO – LEONARDO DA VINCI
FONTE: Maya (2008, p. 107)
Por	volta	do	século	X,	o	árabe	Ibn	Al	Haitan,	ou	Alhakem	de	Basora	chegou	ao	
fenômeno	ao	observar	a	 reflexão	de	raios	solares	para	dentro	de	sua	tenda.	Ele	teria	
percebido	 que	 cenas	 do	 exterior	 refletiam-se	 ao	 inverso	 na	 penumbra	 interior.	 Os	
alquimistas,	então,	aperfeiçoaram	o	sistema.
Compreendendo o fenômeno da propagação da luz: a luz é uma forma de energia 
eletromagnética que se propaga em raios em linha reta a partir de uma fonte. Se em 
seu caminho um destes raios atinge uma superfície irregular ou opaca, ele 
é refletido de forma difusa – em todas as direções. Colocando-se a câmara 
escura diante de uma superfície específica, alguns destes raios passarão pelo 
buraco estreito e chegarão a projetar, em uma superfície plana no interior 
da câmara, a imagem invertida que se encontra do lado de fora. Isso 
porque cada raio se projeta de uma forma específica, o que permite a 
projeção da cena tocada do lado de fora. 
FONTE: <https://bit.ly/3uHGz4m>. Acesso em: 1º jun. 2020.
IMPORTANTE
Durante	 muito	 tempo,	 a	 câmara	 escura	 e	 as	 possibilidades	 que	 oferecia	
para	 a	 transcrição	 pictográfica,	 foi	 a	 ferramenta	 de	 que	 se	 serviram	 desbravadores,	
pesquisadores	e	artistas,	para	transpor	em	diferentes	suportes	as	vistas	que	desejavam	
perenizar.	 De	 cidades	 a	 relevos	 panorâmicos,	 pessoas	 a	 objetos,	 a	 câmara	 escura	
tornou	possível	delinear	contornos	antes	apenas	possíveis	através	de	talentos	artísticos	
pronunciados.	 Porém,	 no	 Renascimento,	 a	 noção	 toma	 uma	 outra	 dimensão	 para	 o	
que	diz	 respeito	aos	estudos	sobre	a	 fotografia	de	que	nos	ocupamos:	 Leonardo	Da	
12
Vinci,	a	partir	da	noção	científica	de	perspectiva	que	dá	aos	objetos	contemplados	uma	
nova	dimensão,	 integra	a	câmara	escura	e	seu	poder	de	 impressão	das	 imagens	nas	
superfícies.	O	que	antes,	no	mundo	real,	existia	sob	três	dimensões	–	altura,	 largura,	
profundidade	–	passa	a	ter	existência	no	plano	bidimensional	–	altura	x	 largura	com	
impressão	de	profundidade.	A	descoberta	torna	possível	a	 reprodução	mecânica	das	
propriedades	do	mundo	real	tais	quais	o	olho	as	observa	e	integra	significativamente.	
Quanto	 aos	 diversos	 materiais	 e	 substâncias	 empregados,	 datam	 de	 1525	
experiências	realizadas	com	o	escurecimento	de	sais	de	prata	e,	em	1604,	o	químico	
italiano	Ângelo	de	Sala	torna	conhecida	a	técnica	de	oxidação	de	compostos	de	prata	
quando	expostos	à	 luz	solar.	Esta	técnica	é	confirmada	por	farmacêuticos,	na	época	
(AZEVEDO,	2019).	
Em	 1558,	 o	 italiano	 Giambattista	 della	 Porta	 descreve,	 em	 sua	 obra	 Magia	
Naturalis	 o	 funcionamento	 pormenorizado	 da	 câmara	 escura.	 A	 obra	 foi	 sucesso	
imediato,	sendo	traduzida	para	vários	idiomas,	em	menos	de	dez	anos.	A	partir	de	então,	
a	técnica	incorpora	pesquisas	e	usos	variados,	numa	tentativa	de	registrar	e	fixar	sobre	
o	papel	as	imagens	captadas.	
Ainda	no	século	XVI,	a	câmara	escura	é	dotada	de	lentes	biconvexas,	diafragma	
e	espelho	(LOPES,	2009).
A	figura	a	seguir	apresenta	um	comparativo	entre	o	olho	humano	e	os	mecanismos	
de	representação	das	imagens.	Veja	como	a	técnica	é	similar	aos	mecanismos	naturais	
conferindo	o	sentido	da	visão:	
FIGURA 6 – COMPARATIVO ENTRE O FUNCIONAMENTO DO OLHO HUMANO 
E A TÉCNICA DE CAPTURA DE IMAGENS
FONTE: <https://bit.ly/3nWN2Vk>. Acesso em: 2 jun. 2020
DIAFRAGMA DA IRIS
OBJETO
LENTE
FILME
ABERTURA PUPILA
OBJETO
RETINA
CRISTALINO
IRIS
13
As	primeiras	câmaras	obscuras	eram	verdadeiros	compartimentos	e	os	artistas	
ficavam	dentro	delas,	enquanto	as	imagens	eram	projetadas	sobre	pergaminhos	e/ou	
telas.	Com	o	passar	do	tempo,	perceberam	que	poderiam	realizar	o	mesmo	fenômeno	
servindo-se	de	câmaras	menores	e	fixando	as	imagens	sobre	placas	sobre	as	quais	as	
imagens	se	delineavam.
Agora	 que	 você	 já	 percebeu	 a	 semelhança	 entre	 a	 técnica	 de	 captura	 de	
imagens	 e	 a	 percepção	 do	 olho	 humano,	 vamos	 abordar	 o	 domínio	 da	 fixação	 das	
imagens	percebidos	em	suporte	duradouro.	 É	 o	que	apresenta	 a	 seção	a	 seguir:	De	
Niépce	e	Daguerre	à	digitalização:	um	processo.
4 DE NIÉPCE E DAGUERRE À DIGITALIZAÇÃO: UM PROCESSO
A	 Revolução	 Industrial,	 ocorrida	 na	 Europa	 entre	 finais	 do	 século	 XVIII	 e	
inícios	do	século	XIX	foi	a	máquina	propulsora	de	inventos	da	mais	variada	espécie.	
É	desse	período	que	data	a	invenção	da	fotografia	impressa	como	processo	inovador	
de	 informação	 e	 conhecimento,	 instrumento	 de	 apoio	 às	 pesquisas	 científicas	 em	
suas	mais	variadas	áreas,	bem	como	forma	de	expressão	artística.	Destacam-se	os	
seguintes	nomes	e	fatos:	
•	 Joseph	Nicephore	Niépce,	francês	que,	nos	finais	do	século	XVIII	realiza	experiências	
com	a	captação	de	imagens	através	da	câmara	escura	sobre	placas	de	papel	obtido	
a	partir	 de	 cloreto	de	prata.	 Estas	 imagens,	 porém,	 com	o	 tempo	desapareciam.	
Em	1826,	no	entanto,	cobre	uma	placa	de	estanho	com	betume	e	a	deixa	exposta	
ao	sol	durante	8	horas.	Após	decorrido	esse	tempo,	retira	da	placa	as	partes	não	
ensolaradas	 com	 uma	 solução	 de	 alfazema.	 Surge	 o	 que	 se	 tornou	 a	 primeira	
fotografia,	veja	na	figura	a	seguir.
PORTA, Giambattista della. Magia naturalis: how we may see in a chambre 
things that are not – Livro XVII, Capítulo XII – Tradução para o inglês em 1658. 
Disponível no link: https://bit.ly/3c5D8xY.
O texto em inglês narra com precisão a experiência da câmara escura e como 
se torna possível ver no interior de um compartimento elementos que aí 
nunca estiveram.
DICA
14
A	partir	 de	 então,	 a	 técnica	 é	 aprimorada	 e	 surgem	mais	 registros,	 tanto	 de	
Nicéphore	Niépce,	quanto	de	outros	autores.	Veja	na	Figura	8,	outro	registro	de	Isaac	
Briot,	de	1870.
FIGURA 8 – HELIOGRAFIA DO CARDEAL GEORGES D’AMBOISE
FONTE: <https://bit.ly/3PjLal3>. Acesso em: 2 jun. 2020.
FONTE: <https://bit.ly/3mQLPgr>. Acesso em: 2 jun. 2020.
FIGURA 7 – PRIMEIRA FOTOGRAFIA, 1826, DE JOSEPH NICEPHORE NIÉPCE
Foto (luz) + grafia (escrita) = fotografia, que significa a escrita através da luz. 
Como Niépce se serviu da luz solar, chamou sua técnica de “Heliografia”.
IMPORTANTE
15
FONTE: <https://bit.ly/3AJ2EDk>. Acesso em: 26 jun. 2020.
•	 Louis	 Jacques	 Mandé	 Daguerre,	 também	 francês,	 realizava	 experiências	 com	 o	
processo	 de	 impressão	 das	 imagens	 sobre	 superfícies	 empregando	 materiais	
diversos,	diferentemente	de	Niépce.	Em	1821,	cria	o	diaporama,	e,	em	1839,	registra	
a	 primeira	 patente	 para	 um	 processo	 fotográfico:	 o	 daguerreótipo.	 Este	 sucesso	
foi	 obtido	 a	partir	 de	 sua	 iniciativa	de	querer	 popularizar	 a	 técnica	de	fixação	das	
imagens,projeto	para	o	qual	obteve	a	adesão	do	governo	francês.
FIGURA 9 – ILUSTRAÇÃO DE UM DOS PRIMEIROS MODELOS DE CÂMERAS – SÉC. XIX
Com o daguerreótipo inventado por Daguerre, era possível fixar as imagens obtidas em 
uma câmara escura em uma folha de prata aplicada sobre uma placa de cobre. 
O daguerreótipo populariza a técnica de fixação das imagens e, rapidamente, 
torna-se um objeto de desejos por parte de toda a sociedade da época. O 
processo de aparição das imagens durava em torno de 25-30 minutos. O 
daguerreótipo forma uma imagem tanto positiva quanto negativa, pois a 
imagem é obtida sobre a própria placa que, além do mais, por não haver 
“revelação”, aparecia sempre invertida – como quem se olha em um espelho. 
Datam desse período os retratos de família, que passam a substituir a 
pintura (AZEVEDO, 2019).
IMPORTANTE
•	 John	Goddard:	químico	inglês	que,	em	1840,	inventa	lentes	de	maior	abertura.
•	 William	 Henry	 Fox	 Talbot:	 também	 inglês,	 inventa,	 em	 1841,	 o	 calótipo,	 um	 meio	
de	obter	 cópias	das	 fotografias	a	partir	 de	negativos	que	devem,	em	seguida,	 ser	
reproduzidos	em	positivos.	Nasce	a	técnica	da	fotografia	que	permaneceu	em	uso	
até	o	advento	da	era	digital.	
16
FONTE: <https://bit.ly/3uFx717>. Acesso em: 2 jun. 2020.
•	 Richard	 Leach	 Madox:	 médico	 inglês,	 aperfeiçoa	 o	 processo	 de	 emulsão	 seca	
com	brometo	de	prata	em	colódio,	 substituindo	o	colódio	por	placas	de	gelatina	
(AZEVEDO,	2019).
•	 George	 Eastman:	 americano	 e	 fundador	 da	 Kodak,	 contribui	 à	 popularização	 do	
procedimento	de	captação	de	imagens	ao	desenvolver	uma	chapa	fotográfica	seca,	
o	que	tornava	mais	prático	o	procedimento	de	captura	das	imagens,	que	até	então	
demandava	 a	 imersão	 em	 líquidos	 e	 uso	 imediato,	 antes	 da	 secagem.	 O	método	
desenvolvido	 por	 Eastman	 utiliza	 películas	 de	 celulose	 em	 rolos.	 Ele	 também	 é	
responsável	por	diminuir	a	câmara	escura,	o	que	tornou	a	manipulação	do	sistema	
bastante	acessível	ao	público,	já	que	antes	o	fotógrafo	era	obrigado	a	transportar	a	
câmara	escura	para	os	locais	de	captura	da	imagem.
•	 Jacques	 Clerk	 Maxwell:	 escocês,	 auxiliado	 pelos	 franceses,	 os	 Irmãos	 Lumière	 –	
que	mais	tarde	vão	desenvolver	a	imagem	movente,	o	cinema	–	obtém,	em	1861,	a	
primeira	fotografia	colorida	utilizando	um	método	de	 imersão	seca	de	brometo	de	
prata	em	colódio.	
•	 Ducos	Du	Hauron,	francês,	desenvolve	em	1877,	em	Agen,	França,	a	 impressão	de	
três	negativos	com	filtros	de	cores	azul	e	vermelho,	veja	na	Figura	10.
FIGURA 10 – VISTA DU BOULEVARD DU TEMPLE - DAGUERRE
17
Há uma polêmica, porém, quanto à real descoberta da técnica fotográfica por Niépce e 
Daguerre, pois, enquanto estes registravam definitivamente seus nomes como inventores 
da fotografia, no Brasil, o francês de nascimento, mas residente aqui, Hercules Florence, 
3 anos antes dos seus conterrâneos, desenvolvia a técnica de impressão de imagens 
através da luz. 
Auxiliado pelo botanista Joaquim Corrêa de Mello, que lhe recomendou os sais de prata, 
Florence levou a termo um desejo que tinha de possibilitar às pessoas a impressão de 
imagens com recurso a alguma técnica acessível. Quando conseguem o feito, Florence 
e Mello a denominam fotografia – a escrita pela luz. A obra de Florence ganhou 
notoriedade após a publicação do livro 1833: a descoberta isolada da fotografia no 
Brasil, de Boris Kossoy, em 1980. Na obra, o autor apresenta em detalhes os trabalhos 
e a descoberta de Florence.
Eastman foi o precursor na fotografia da longa trajetória de miniaturização e 
portabilidade dos aparelhos, o que transformou a fotografia numa forma de 
expressão, comunicação, representação de ideias e concepções de mundo 
que, desde então, não cessou de se propagar. 
Desde aqueles tempos, então, o mundo começou a ser retratado pelo 
olhar atento de pessoas de posse, num primeiro momento, indivíduos 
cada vez menos especializados e cidadãos comuns, a seguir, até chegar 
às crianças e mesmo animais na atualidade. 
Em 17 de janeiro de 1840, o Jornal do Commercio publica o texto: “É preciso 
ter visto a cousa com os seus próprios olhos para se fazer ideia da rapidez e do 
resultado da operação. Em menos de nove minutos, o chafariz do Largo do Paço, 
a Praça do Peixe e todos os objetos circunstantes se achavam reproduzidos com 
tal fidelidade, precisão e minúcia, que bem se via que a cousa tinha sido feita 
pela mão da natureza, e quase sem a intervenção do artista”. 
FONTE: <https://bit.ly/3uHGz4m>. Acesso: 2 jun. 2020.
NOTA
A	tabela	a	seguir	apresenta	uma	visão	das	inovações	na	técnica	da	fotografia,	
do	século	XX	até	a	atualidade.
TABELA 1 – EVOLUÇÃO DAS TÉCNICAS FOTOGRÁFICAS DURANTE O SÉCULO XX
FONTE: Lopes (2009, p. 18)
DESCOBERTA/INOVAÇÃO ANO
Autochrome 1907
Câmara	35mm 1912
Filme	diapositivo 1935
Negativo	colorido 1942
Polaroid 1947
Fotocélula 1963
Câmara	Digital	Sony 1980
18
Como	você	 pôde	 observar	 pela	 tabela,	 há	 uma	 evolução	 no	 desenvolvimento	
das	técnicas	fotográficas	a	partir	do	século	XX.	Da	mesma	maneira,	uma	trajetória	longa	
separa	as	primeiras	imagens	registradas	e	o	desenvolvimento	das	técnicas	de	percepção,	
primeiramente,	e	de	fixação	sobre	material	físico,	em	seguida,	das	imagens	percebidas.	
Falar	de	descoberta	ou	invenção	da	fotografia	significa	levar	em	consideração	as	múltiplas	
descobertas	 progressivas	 que	 culminaram,	 então,	 com	 os	 dispositivos	 fotográficos	
desenvolvidos	no	auge	da	civilização	científica	dos	anos	mil	e	oitocentos.
Terminamos,	 então,	 este	 primeiro	 tópico,	 em	que	você	 descobriu	 a	 trajetória	
da	humanidade	entre	a	percepção	das	imagens	e	a	sua	reprodução	em	suporte	físico,	
conhecido	como	“fotografia”.	No	tópico	a	seguir,	vamos	nos	concentrar	nesse	fenômeno	
que	possibilitou	retratar	todos	os	tipos	de	situações	e	panoramas,	levando	à	evolução	
das	ideias	e	o	deleite	da	sociedade.
Que tal assistir ao vídeo do canal Culto Circuito: uma entrevista com 
Afonso Rodrigues sobre a História da Fotografa. Disponível no link: 
https://youtu.be/BcjZhOL1qIo. Nele você terá estas e outras reflexões 
sobre as origens da fotografia e os impactos que a técnica causou.
DICA
19
Neste tópico, você aprendeu:
•	 A	imagem	acompanha	a	humanidade	desde	seus	primórdios	e	representa	um	anseio	
antigo	de	perenidade.
•	 Ao	penetrar	por	um	orifício	em	um	compartimento	escuro,	os	raios	solares	imprimem,	
no	interior,	as	imagens	incidentes	no	exterior:	este	fenômeno	ficou	conhecido	como	
“câmara	escura”	ou	“câmara	obscura”	e	é	conhecido	há	milênios.
•	 A	técnica	foi	aprimorada	durante	séculos,	até	que	Niépce	e	Daguerre	conseguiram	
fixar	em	suporte	físico	as	imagens	projetadas	no	interior	da	câmara	escura:	estava,	
então,	inventada	a	fotografia.
•	 Várias	 técnicas	 aperfeiçoaram	a	descoberta	 fotográfica:	 heliografia,	 daguerreótipo,	
autocromo,	filme	negativo,	até	chegar	à	tecnologia	digital	da	atualidade.
RESUMO DO TÓPICO 1
20
AUTOATIVIDADE
1.	 Considere	as	cinco	 imagens	e	os	eventos	descritos	a	seguir.	Através	deles,	 retrace	o	
surgimento	 da	 fotografia	 na	 sociedade,	 apoiando-se	 nas	 informações	 fornecidas	 e	
também	nos	conteúdos	abordados.	Você	pode	escolher	entre	um	mapa	mental,	um	texto	
dissertativo,	uma	enumeração	em	tópicos.	O	essencial	é	que	as	informações	importantes	
quanto	ao	surgimento	da	técnica	fotográfica	na	sociedade	da	época	estejam	presentes.
Imagens	famosas:	
I-	 Os	telhados	da	vila	vistos	de	sua	casa	de	campo	de	Le	Gras,	na	vila	de	Saint	Loup	de	
Varenne,	perto	de	Chálon-sur-Saóne,	sua	cidade	natal	–	Niépce.
II-	 Mesa	 Posta,	 cujo	 original	 desapareceu	 misteriosamente	 pouco	 tempo	 depois	 da	
exposição,	ocorrida	em	1890,	e	dele	só	se	conhece	uma	reprodução,	feita	a	partir	de	um	
original	sobre	vidro,	apresentada,	naquele	ano,	à	Sociéte	Française	de	Photographie.
III-	Janela	da	biblioteca	da	abadia	de	Loacock	Abbey,	considerada	a	primeira	fotografia	
obtida	pelo	processo	negativo/positivo	–	de	William	Henry	Fox	Talbot.
IV-	1840	–	Chegada	do	daguerreótipoao	Rio	de	Janeiro	e	tomada	do	Largo	do	Paço.	
V-	 1844	–	Publicação	por	Talbot	do:	The	pencil	of	Nature,	primeira	obra	ilustrada	com	
fotografias,	 editada	em	seis	volumes	com	24	talbótipos	originais.	Apresentava	as	
explicações	detalhadas	dos	trabalhos,	estabelecendo	certos	padrões	de	qualidade	
para	a	imagem.
21
TÉCNICAS E CORRENTES FOTOGRÁFICAS
UNIDADE 1 TÓPICO 2 - 
1 INTRODUÇÃO
Neste	 tópico	 serão	 abordadas	 as	principais	 técnicas	 e	 correntes	 fotográficas	
que	 se	 destacaram	 ao	 longo	 dos	 tempos.	 Você	 conhecerá	 o	 processo	 histórico	 de	
surgimento	da	fotografia	no	Brasil,	bem	como	o	trabalho	de	alguns	fotógrafos	eminentes,	
cujas	técnicas	se	destacaram	na	evolução	da	fotografia.
O	 contexto	 histórico	 envolvendo	 o	 surgimento	 da	 fotografia	 compreende	 a	
efervescência	científico-tecnológica	a	que	a	Europa	assistia	desde	o	século	XVIII	e	a	
Revolução	 Industrial:	novas	fontes	de	energia,	máquinas,	construções	engenhosas	e	
transformações	na	sociedade	dotam	o	homem	de	uma	nova	visão,	de	um	“admirável	
mundo	novo”	em	que	o	humano	se	vê	capaz	de	dominar	as	forças	naturais	e	as	ciências	
para	reinar	soberano.	
Acadêmico, a fim de enriquecer sua trajetória, acostume-se a consultar regularmente 
periódicos e revistas específicas dedicadas ao tema da “Fotografia”. Por exemplo:
• A Revista Zum, apresenta uma vasta gama de reportagens e temas diversos 
aliando fotografia, coletâneas, indicações de leituras etc. Disponível em: https://
revistazum.com.br/.
• Photomag, a revista on-line do Instituto Internacional de Fotografia, 
apresenta conceitos aprofundados de fotografia, técnicas, imagens, 
dicas de aplicativos etc. Possui artigos esclarecedores sobre 
técnicas e comportamentos do fotógrafo na atualidade. 
Disponível em: https://www.iif.com.br/photomag/.
• O site da Revista Fotografia Total apresenta uma lista de revistas 
on-line nacionais e internacionais (em língua inglesa, francesa e 
portuguesa de Portugal). Habitue-se a consultar as páginas e constituir 
o seu repertório de conhecimentos individualizados, segundo suas 
preferências. Disponível em: https://bit.ly/3IuDTN3.
Se você preferir revistas em suporte físico, temos como exemplo: Fotografe 
Melhor, Revista Fotografia ou a Revista Phox, que você, acadêmico, poderá 
encontrar em bancas ou acessar o site e assiná-las.
DICA
22
As	 imagens	 tornadas	 possíveis	 através	 da	 técnica	 fotográfica	 contribuem	 à	
expansão	desse	pensamento.	Num	primeiro	momento,	privilegiaram	os	temas	derivados	
das	 tradições	 pictóricas:	 retrato,	 paisagem,	 natureza	 morta.	 Até	 então	 o	 retrato,	 já	
praticado	no	Egito,	na	Grécia	e	em	Roma	para	finalidades	diversas	e	adquirindo	gênero	
autônomo	no	século	XVI,	vigorava	como	símbolo	de	uma	classe	burguesa	que	se	queria	
representada.	Diversas	escolas	e	gêneros	desenvolvem,	por	técnicas	diversas,	retratos	
de	membros	 das	 famílias	 abastadas.	 É	 a	 representação	 da	 imagem	perenizada	 pela	
pintura	e	pelo	desenho.
O	 desenvolvimento	 da	 fotografia	 levará	 à	 substituição	 dos	 retratos	 pintados	
pelos	retratos	fotografados,	que	adentram	os	lares	e	setores	da	sociedade	para	aí	fincar-
se	como	gênero	 institucionalizado	e	vocacionado	a	perenizar	épocas.	É	assim	que	o	
século	XX	assiste	a	uma	explosão	de	fotógrafos,	munidos	dos	mais	diversos	aparatos,	
para	eternizar	sentimentos,	as	paisagens	mutantes	pela	urbanização	das	metrópoles,	
novos	hábitos	de	lazer	e	cultura	numa	sociedade	em	total	transformação.	Ao	mesmo	
tempo,	um	gosto	estético	pronunciado	tanto	pela	técnica	quanto	pelos	objetos	diante	
da	objetiva	desenvolve-se.
A	 fotografia	 torna-se	 testemunha	 de	 vivências,	 recurso	 de	 especialidades	
científicas	 em	 que	 tornará	 a	 compreensão	 dos	 fenômenos	 acessível	 e	 objetiva,	
necessidade	social	que	faz	conviverem	os	estúdios	fotográficos	com	igrejas,	padarias,	
açougues,	consultórios	de	médicos.	Ou	seja:	o	fotógrafo	adquire	um	prestígio	social	que	
o	torna	 indispensável	na	sociedade.	Neste	tópico,	você	verá	numa	primeira	seção,	as	
grandes	etapas	da	fotografia	através	do	tempo	e	do	mundo	e,	numa	segunda	etapa,	as	
categorias	de	fotografias	que	marcaram	épocas.
2 A FOTOGRAFIA NO MUNDO E NO BRASIL
No	 contexto	 histórico	 em	 que	 a	 fotografia	 se	 desenvolveu,	 as	 mudanças	
ocorrem	sobretudo	no	campo	das	ideias:	de	repente,	foi	dada	a	todos,	a	possibilidade	de	
acessarem	a	um	universo	idealizado	e	construído,	marco	de	um	instante	a	ser	engolido	
pelo	tempo	e	pertencer	ao	passado,	mas	que	poderia	ser	rememorado,	perenizado	pela	
fotografia.	Assim,	são	consequências	imediatas	dessa	técnica:	
Admirável Mundo Novo é um romance de ficção do escritor inglês Aldous 
Huxley, escrito em 1931 e ambientado em Londres no ano de 2540 – ou 
632 d.F. (depois de Ford), quando a civilização do progresso é profetizada. 
Está entre as cem maiores obras da Literatura Britânica e vale a leitura: 
HUXLEY, Aldous. Admirável mundo novo. 22. ed. Trad. de Lino Vallandro e 
Vidal Serrano. São Paulo: Editora Globo, 2014.
DICA
23
• Natureza artística:	 o	 debate	 sobre	 a	 natureza	 artística	 do	 processo	 ou	 sua	
essência	meramente	 comercial.	 Há	 forte	 resistência	 no	mundo	 artístico-literário	
da	época.	Charles	Baudelaire	atribui	à	fotografia	uma	natureza	diabólica	(MAUAD,	
1996).	Como	em	todo	desenvolvimento	de	uma	nova	técnica,	 a	 fotografia	trouxe	
receio	 ao	 campo	 das	 artes	 e	 fez	 rediscutirem-se	 conceitos	 e	 práticas,	 e	muitos	
pintores	 artistas	 acabaram	migrando	 para	 o	 universo	 da	 fotografia,	 dentre	 eles,	
Nadar	(BURMESTER,	2006).
• Imagem documental:	o	uso	institucionalizado	da	imagem	pessoal	em	documentos	
de	identidade,	passaporte,	formulários	de	todo	tipo,	além	do	uso	recreativo	(FAHRI	
NETO,	2018).	
• Valor jurídico: a	fotografia,	vista	como	cópia	fiel	da	realidade,	tornou-se	peça	chave	
no	campo	forense	–	ela	serve	como	prova	pericial	dos	fatos	em	processos	jurídicos	e	
integra	os	diversos	processos	de	legitimação	pericial.	
•	 A	fotografia	como	publicidade:	como	fator	de	atração	e	venda,	os	jornais	passam	
a	 ilustrar	 as	 matérias	 que,	 até	 então,	 recebiam	 poucas	 ilustrações	 gráficas.	 A	
descoberta	da	técnica	integra	os	gêneros	do	discurso	–	jornalístico,	panfletagem	etc.	
–	e	as	práticas	sociais.
• A memória preservada:	 registro	 das	 datas	 marcando	 passagens	 rituais	 dos	
processos	da	vida,	como	batizados,	casamentos	e	morte,	fixadas	pelas	fotografias.	
Neste	aspecto,	a	fotografia	se	torna	registro	histórico	(MAUAD,	1996);
• O discurso reconfigurado: “a	 técnica	 fotográfica	 invade	 o	 imaginário	 popular	
e	 reconfigura	 a	 linguagem	 com	 frases	 do	 tipo:	 ‘Uma	 foto	 vale	 mais	 que	 mil	
palavras’,	 ‘Mais	vale	uma	foto	que	 longos	discursos’,	 ‘Não	fotografou?	Dançou!’”	
(FIGUEIREDO,	2005,	p.	204).
• A evidência da natureza humana:	porque,	subitamente,	as	pessoas	perceberam	
a	passagem	inevitável	do	tempo	e	que	todas	coisas	desaparecem,	as	fotografias	
sobreviveriam	 para	 reativar	 a	 memória.	 O	 mundo	 adotou-a	 como	 prática	 em	
todas	as	situações	do	cotidiano,	em	formas	ortodoxas	exibindo	a	sua	crueza	–	
fotografias	de	mortos	no	caixão	e	registro	testemunhal	de	extermínios	em	larga	
escala	(I	Guerra	Mundial).	
No portal Domínio Público, do governo federal, você pode consultar 
a dissertação de mestrado de Cristiano Franco Burmester (2006) e 
conhecer mais implicações da natureza da fotografia no período. Intitulada 
Fotografia: do analógico para o digital: um estudo das transformações 
no campo da produção de imagens fotográficas, está disponível para 
download no endereço: https://bit.ly/3IAekKr.
DICA
24
A	 popularização	 da	 técnica	 fotográfica	 pelo	 mundo	 deu-se,	 sobretudo,	 a	
partir	de	dois	eventos	de	proporções	globais	e	pouco	relacionados	ao	prazer	que	a	
fotografia	provoca.
• A crise de 1929:	conhecida	como	“o	crash	do	século”,	iniciou	com	uma	queda	brutal	
na	 bolsa	 de	 Nova	 Iorque	 e	 levando	 à	 falência	 inúmeros	 investidores	 americanos	
antes	de	se	alastrar	mundo	afora.	Estasituação	de	crise	que	se	seguiu,	levou	todo	
o	setor	econômico	e	produtivo	a	refletir	sobre	o	futuro.	Investimentos	são	feitos	em	
cima	 de	 previsões.	A	 aposta	 em	 bens	 de	 consumo	 atrativos	 incluiu	 as	máquinas	
fotográficas,	pois	a	técnica	havia	caído	no	gosto	das	classes	mais	elevadas.	Como	
toda	nova	tecnologia	atrai	o	público,	após	o	crash	americano,	os	aparelhos	tornaram-
se	populares,	aumentando	as	vendas	e	fazendo	caírem	os	preços.	Assim,	em	pouco	
tempo,	a	maioria	das	pessoas	dispunha	do	seu	aparelho	e	imortalizava	aspectos	da	
vida	em	sociedade.
• A guerra fria dos anos 1960 e a corrida espacial:	a	competição	entre	soviéticos	e	
americanos	conduziu	ao	desenvolvimento	de	uma	tecnologia	fotográfica	permitindo	
a	 captura	 de	 imagens	 espaciais	 sem	 necessidade	 de	 filme	 nem	 de	 um	 fotógrafo	
atrás	da	câmera.	Esse	fato	foi	o	embrião	da	tecnologia	digital.	A	sonda	Mariner	4,	em	
1965,	fez	as	primeiras	tomadas	de	Marte	–	22	imagens	em	preto	e	branco	com	0,04	
megapixels	cada	uma	e	que	levaram	quatro	dias	para	chegar	à	Terra.	O	primeiro	passo	
estava	dado	para	a	expansão	da	fotografia	digital	pelo	mundo	(LEITE,	2009).	Estes	
dois	acontecimentos	foram	propulsores	da	popularização	das	técnicas	fotográficas	
pelo	mundo.	De	modo	particular,	a	dicotomia	que	marcou	e	marca	o	discurso	das	
ideias	 e	 a	 fotografia,	 é	 seu	 caráter	 de	 arte.	 Esta	polêmica	 inicial	 das	 correntes	de	
ideias	 europeias	 dos	 séculos	 XIX	 e	 XX	 sobre	 o	 verdadeiro	 estatuto	 da	 fotografia,	
acabou	resolvida	pelas	práticas	sociais	e	os	usos	distintos	reservados	a	fotografia.	Na	
atualidade,	a	dicotomia	encontra-se,	sobretudo,	no	campo	da	fotografia	como	marco	
de	uma	realidade	captada,	o	momento	ocorrido	no	instante	do	declique	e	a	fotografia	
resultante	das	múltiplas	possiblidades	proporcionadas	tecnologia	digital.
Pela	natureza	da	 imagem	fotográfica	e	a	abrangência	mundial	que	a	 imagem	
alcançou,	a	fotografia	foi	a	causa	maior	da	mudança	de	paradigma	da	sociedade	marcada	
pela	 escrita,	 linear,	 para	 uma	 sociedade	 impregnada	 da	 imagem	 e	 a	 coexistência	
dinâmica	de	fatores	simultâneos	(DUBOIS,	2017).
Ao	Brasil,	 como	vimos,	a	fotografia	chega	na	primeira	metade	do	século	XIX,	
após	introdução	da	técnica	litográfica,	trazida	em	1817	pelo	artista	francês	Arnaud	Julien	
Pallère.	Aqui,	a	técnica	teve	ampla	aceitação	entre	os	membros	da	família	real	e	das	elites	
cariocas.	Daí	resultam	retratos	do	príncipe	regente	e	sua	família	em	um	estilo	despojado,	
se	 comparado	 ao	 estilo	 pomposo	das	pinturas	 reais	 europeias	 clássicas	 (CHIARELLI,	
2005).	Torna-se,	assim,	testemunha	de	uma	época	e	um	estágio	de	transformação	do	
país,	tarefa	até	então	reservada	ao	francês	Jean-Baptiste	Debret	e	à	Academia	Artística.
A	 seguir,	 veremos	 as	 grandes	 categorias	 de	 fotografias	 e	 os	 fotógrafos	 que	
marcaram	época.
25
3 GRANDES CATEGORIAS DE FOTOGRAFIA
Antes	de	tratarmos	de	categorias	de	fotografias	e	seus	representantes,	convém	
efetuarmos	uma	precisão	sobre	dois	conceitos	que	se	referem	a	duas	palavras	de	uso	
corrente:	fotografia	e	a	forma	reduzida	foto.
A	fotografia,	desde	o	seu	surgimento,	mostrou-se	como	forma	de	comunicação	
dotada	de	características	e	linguagem	própria.	A	partir	daí,	foi	empregada	para	finalidades	
diversas:
• Lazer:	numa	primeira	fase,	as	pessoas	afortunadas	–	e	que	dispunham	dos	meios	
financeiros	para	pagar	pelos	serviços	de	um	fotógrafo	–	acorreram	para	se	verem	
retratadas	 e	 registrar	 tudo	 que	 o	 pudesse	 ser	 capturado	 para	 a	 posteridade	 pela	
objetiva	dos	fotógrafos	–	paisagens,	objetos,	cenas	do	cotidiano	etc.	São	fotógrafos	
deste	período:	Nadar,	Carjat,	Le	Gray.
• Comunicação: uso	da	fotografia	em	cartões	de	visita	–	os	foto-cartões	criados	por	
Disdéri	(André	Adolfo	Eugênio)	–	a	partir	de	1850.	A	fotografia	se	torna	acessível	pelo	
avanço	progressivo	das	técnicas	de	fixação	da	imagem	permitindo	várias	impressões	
de	 imagens	 em	 uma	mesma	 foto,	 além	 do	 barateamento	 progressivo	 dos	 custos	
relacionados	ao	processo.
Convém enfatizar que, dentre as principais categorias de fotografia encontram-se o 
fotojornalismo, a fotografia de moda, a fotografia de publicidade e propaganda, 
de precisão científica e pericial, além dos usos sociais da fotografia para os 
quais, você, acadêmico, também estará preparado após esta formação: 
casamentos, batizados, festas e cerimônias em geral. Neste momento não 
abordaremos estas categorias de fotografia de maneira detalhada, já que serão 
aprofundadas na Unidade 3 desta obra.
IMPORTANTE
“Foto é a imagem obtida pelo procedimento da fotografia; Fotografia é 
o procedimento técnico que permite obter a imagem de um objeto” 
(SOULAGES,1986, p. 26).
NOTA
26
•	 Popularização	 da	 fotografia:	 por	 volta	 de	 1880,	 com	 a	 adesão	 do	 público	 em	
geral	e	o	desenvolvimento	de	técnicas	facilitando	o	manuseamento	e	a	revelação.	
Quem	não	pudesse	adquirir	o	aparelho	e	os	materiais,	comparecia	ao	estúdio	de	um	
fotógrafo	para	fazer	o(s)	seu(s)	retrato(s),	normalmente	famílias	em	grandes	ocasiões	
compareciam	ou	faziam	comparecer	o	fotógrafo	aos	eventos,	uma	tradição	que	se	
perpetua	até	os	dias	de	hoje.
•	 Duas	fotografias:	distinção	da	fotografia	como	representação	e	da	fotografia	como	
arte	expressiva.	Esta	polêmica	norteou	o	pensamento	europeu	a	partir	dos	anos	1840	
e	 durante	 aproximadamente	 um	 século.	 Grandes	 fotógrafos	 artísticos	 são:	 Nadar,	
Carjat,	Le	Gray,	Hill,	Adamson	e	Júlia	Cameron.
•	 A	fotografia	industrial:	Disdéri	destaca-se	como	fotógrafo	 interessado	na	venda	
de	 seu	 produto	 e	 não	 no	 valor	 artístico	 da	 técnica.	 Logo,	 inventa	 um	 formato	
reduzido	6x9	com	8	fotos	numa	prancha,	o	que	barateia	o	produto	e	faz	aumentar	as	
vendas.	A	partir	daí	os	produtos	também	passam	a	ser	fotografados	para	as	vendas.	
Evidentemente,	 também	 poderíamos	 classificar	 as	 imagens	 fotográficas	 segundo	
a	 finalidade,	 o	 suporte,	 a	 relação	 que	 estabelecem	 com	 os	 agentes	 envolvidos,	
produtor,	receptor	etc.	Aqui	estamos	introduzindo	o	assunto,	que	será	desenvolvido	
nos	próximos	 tópicos	 e	 unidades.	A	 seguir,	vamos	 abordar	 alguns	 fotógrafos	 cujo	
papel	foi	decisivo	no	âmbito	da	fotografia	e/ou	da	sociedade	em	que	se	inscrevem.
4 FOTÓGRAFOS QUE MARCARAM ÉPOCAS
Agora	que	você	já	viu	como	a	fotografia	surgiu	como	técnica	e	prática	social,	
vamos	 olhar	 com	mais	 atenção	 para	 as	 pessoas	 que	 contribuíram,	 através	 da	 ação	
e	 prática	 da	 fotografia,	 a	 sua	 expansão	 e	 aprimoramento	 tanto	 como	 arte	 quanto	
produto	 inserido	 nas	 práticas	 sociais.	 Assim,	 você	 verá,	 num	 primeiro	 momento,	 os	
fotógrafos	e	amadores	da	fotografia	pioneiros,	nos	séculos	XIX	e	inícios	do	século	XX.	
Em	seguida,	alguns	nomes	do	ramo	que	mais	se	sobressaíram	na	fotografia	até	os	dias	
atuais.	 Evidentemente,	 esta	 abordagem	 é	 arbitrária	 e	 alguns	 fotógrafos	 de	 renome,	
apenas,	foram	selecionados.	Mas	o	leque	de	profissionais	de	destaque	é	imenso	e	você,	
acadêmico,	poderá	ampliar	seus	conhecimentos	sobre	estilos	e	fotógrafos	a	partir	de	
suas	leituras	e	pesquisas	pessoais.	Vamos	lá!
Acadêmico, abordaremos este aspecto relacionado à fotografia no Tópico 3 
deste livro.
ESTUDOS FUTUROS
27
4.1 OS PIONEIROS
• Gaspar Félix Tournachon:	mais	 conhecido	 como	Nadar.	 Foi	membro	da	Sociedade	
Francesa	de	Fotografia	e	como	fosse	também	voltado	a	voar,	autor	da	primeira	foto	aérea	
de	Paris.	Fotografou	as	maiores	personalidades	da	época,	veja	na	imagem	a	seguir.	
FIGURA 11 – NADAR. PRIMEIRA FOTO AÉREA (PARIS – 1858)
FONTE: <https://bit.ly/3Rw0OeT>. Acesso em: 2 jun. 2020.
• Etienne Carjat (1828-1906):	 jornalista,	caricaturista	e	fotógrafo,	fundou	a	revista	
Le	Boulevard.	Ficou	conhecido	por	seus	retratos,	caricaturas	de	pessoas	influentes	
dos	círculos	de	Paris	nos	fins	do	século	XIX,	seja	na	política,	nas	artes	ou	na	literatura.	
São	 de	 sua	 autoria	 os	 célebres	 retratos	 de	 poetas,	 tais	 como,	 Arthur	 Rimbaud	 e	
Charles	Baudelaire,	veja	na	figura	a	seguir.28
FONTE: <https://bit.ly/3uIN1rD>. Acesso em: 2 jun. 2020.
• Gustave Le Gray: considerado	o	maior	fotógrafo	francês	do	século	XIX,	 inovou	na	
técnica	 e	 serviu	 de	 referência	 para	muitos	 colegas	 de	 profissão,	 inclusive	 Nadar.	
Artista	de	formação,	 instruiu	Duchamps	na	técnica	e	 foi	 eleito	 fotógrafo	oficial	de	
Napoleão	III.	Suas	 inovações:	encerar	o	negativo	para	obtenção	de	maior	definição	
nos	detalhes;	desenvolvimento	teórico	do	método	do	colódio	úmido	(atribuído	a	F.	
Scott	Archer);	dupla	impressão	com	negativos	–	uso	de	uma	tomada	para	a	água	e	
outra	para	o	céu.	
• André Adolfo Eugênio Disdéri:	 iniciou	 na	 fotografia	 como	 daguerreotipista,	 mas	
adquiriu	renome	pela	patente	do	cartão	de	visitas	com	imagem.	Aderiu	ao	retrato	de	
corte	academista,	gênero	em	que	se	procura	revelar,	através	da	imagem,	características	
psicológicas	 da	 pessoa	 retratada.	Veja	 na	 imagem,	 o	 seu	 autorretrato,	 que	dá	 uma	
dimensão	de	como	o	fotógrafo	concebia	a	exposição	à	captura	pela	imagem.
FIGURA 12 – CARJAT. RETRATOS DE ARTHUR RIMBAUD
29
FIGURA 14 – ANDRÉ ADOLFO-EUGÊNIO DISDÉRI. AUTORRETRATO, C. 1860. 
PARIS, FRANÇA. ACERVO DA REUNIÃO DOS MUSEUS NACIONAIS
FONTE: <https://bit.ly/343ImlW>. Acesso em: 26 jun. 2020.
• Hill & Adamsom:	 Davi	 Otávio	 Hill	 (1802-1870)	 fotógrafo	 e	 pintor	 escocês,	 usou	
calótipos	 e	 tornou-se	 famoso	 por	 seus	 retratos.	 Robert	Adamson	 (1821-1848),	 foi	
químico	 e	 fotógrafo	 associado	 de	 Hill,	 famoso	 pela	 produção	 de	 retratos.	 Ambos	
trabalharam	em	conjunto	e	ficaram	conhecidos	por	Hill	&	Adamson,	uma	sociedade	
que	 produziu	 retratos,	 paisagens	 e	 documentários	 sociais	 da	 época,	 na	 Escócia	
(Edimburgo),	veja	a	figura	a	seguir.
FIGURA 15 – HILL & ADAMSON. PESCADORAS DE NEWHAVEM
FONTE: <https://images.metmuseum.org/CRDImages/ph/original/DP352694.jpg>. Acesso em: 2 jun. 2020.
30
• Júlia Margarete Cameron (1815-1879): britânica	 famosa	 por	 retratar	 mulheres	
de	destaque	da	época,	dando	um	aspecto	de	foco	suave	a	seus	retratos.	Por	tratar	
a	fotografia	como	arte	e	dar	este	aspecto	nebuloso	às	tomadas	que	fazia,	não	foi	
devidamente	 reconhecida	 em	 seu	 tempo.	 Mas	 observe	 a	 ternura	 e	 a	 paz	 que	 se	
desprendem	da	imagem.
FIGURA 16 – RELIGIOSIDADE E ARTE EM CAMERON
FONTE: <https://bit.ly/3AIAFn7>. Acesso em: 26 jun. 2020.
• Antônio Hércules Romualdo Florence (1804-1879):	francês	radicado	em	Campinas,	
foi	um	dos	inventores	da	Fotografia.	Além	de	fotógrafo	era	desenhista	e	polígrafo.	Tinha	
um	interesse	particular	no	 índio.	Desenvolveu	um	sistema	de	 impressão	da	 imagem	
por	contato,	de	onde	vem	o	termo	“fotografia”,	que	quer	dizer	escrita	pela	 luz.	A	ele	
é	 creditada	 a	 invenção	 da	 fotografia,	 três	 anos	 antes	 do	 feito	 por	Daguerre,	mas	 a	
contribuição	do	governo	francês	na	obra	deste	acabou	por	apagar	o	feito	de	Florence.
31
FIGURA 17 – HÉRCULES FLORENCE. AUTORRETRATO
FONTE: <https://bit.ly/3P6KkbB>. Acesso em: 2 jun. 2020.
• Marc Ferrez (1843-1923):	não	poderíamos	fechar	esta	seção	sem	citar	o	pioneiro	na	
crônica	visual	fotográfica	do	território	nacional.	Filho	de	pais	franceses,	foi	o	primeiro	
verdadeiro	fotógrafo	brasileiro.	Entre	1864	e	1915,	Ferrez	percorreu	o	país	inteiro	para	
registrar	paisagens	urbanas	e	rurais.	Metade	desta	produção	retraça	o	Rio	de	Janeiro	
antigo	e	seus	moradores	(ESTEVES,	2019a).	Se	hoje	conhecemos	imagens	reais	do	
cotidiano	da	época,	é	graças	à	crônica	visual	estabelecida	por	ele,	tanto	de	pessoas	
quanto,	sobretudo,	paisagens	e	arquitetura	da	época.	São	dele	retratos	que	ficaram	
famosos,	como	o	de	Machado	de	Assis	e	os	primeiros	cartões	postais	com	vistas	da	
capital,	a	Rio	de	Janeiro	de	então,	veja	na	imagem	a	seguir.
FIGURA 18 – MARC FERREZ. PANORAMA DO RIO ANTIGO
FONTE: <https://bit.ly/3c869ci>. Acesso em: 2 jun. 2020
32
4.2 FOTÓGRAFOS DE TODOS OS TEMPOS 
Desde	a	invenção	da	fotografia	até	a	atualidade,	o	número	de	profissionais	que	se	
destacaram	na	técnica	é	imenso,	tornando-se	difícil	selecionar	os	melhores	fotógrafos,	
pois	nos	faltariam	critérios	objetivos	para	aqui	fazê-lo.	Porém,	na	seleção	apresentada	
a	 seguir,	 cada	 fotógrafo	 destacou-se	 por	 um	 ou	 outro	 critério	 que	 consideramos	
fundamental	para	o	seu	preparo	nesta	trajetória	de	formação	em	Fotografia.	Vamos	lá:
• Henry Cartier-Bresson (1908-2004):	francês,	considerado	o	pai	do	fotojornalismo.	
Aprendeu	as	artes	com	André	Lhote	e	o	grupo	cubista	Section	d’Or	que	se	dedicava	
ao	estudo	da	proporção	áurea.	Viajou	para	a	África	e,	ao	voltar,	publicou	suas	fotos.	
Também	 estudou	 cinema	 e,	 com	 Jean	 Renoir,	 lançou	 Partie	 de	 Campagne.	 Seu	
trabalho	 é	marcado	 pela	 espontaneidade,	 leveza,	 a	 vida	 que	 circula	 nas	 imagens	
capturadas	 pelo	 seu	 olho	 atento	 e	 seletivo.	Teve	 trabalhos	 conjuntos	 com	Robert	
Capa,	David	Seymour,	William	Vandivert	e	George	Rodger,	da	Magnum	Photos.	Falar	
de	fotografia	–	ou	cinema	–	e	não	citar	seu	nome	seria	como	falar	de	arte	e	não	citar	
Da	Vinci.	Dedicou-se	também	à	publicação	de	livros	sobre	a	fotografia	e	à	pintura,	
tendo	 frequentado	 grupos	 de	 pensadores	 como	 André	 Breton.	 Também	 estudou	
profundamente	a	linguagem	da	pintura,	sobretudo	a	seção	áurea,	com	André	Lhote.	
Para	Cartier-Bresson,	não	é	o	fotógrafo	quem	tira	a	foto,	mas	a	foto	–	o	 instante.	
Praticou:	a	técnica	do	Trompe	l’oeil,	que	faz	objetos	parecerem	outros,	o	fotojornalismo	
–	a	foto	deve	comunicar	o	fato.	São	dele	muitas	das	fotos	famosas	sobre	a	II	Guerra	
Mundial	e	foi	o	primeiro	a	mostrar	através	da	fotografia	a	União	Soviética	ao	mundo.	
Considerava	a	cor	própria	da	pintura	e	o	preto	e	branco	característico	da	fotografia,	
que,	assim,	põe	o	foco	no	conteúdo	e	não	na	forma.
Um artigo de Juan Esteves publicado na revista Fotografe Melhor apresenta 
uma visão de conjunto do trabalho de Marc Ferrez: O fotógrafo do Império 
retraça a crônica visual do Rio de Janeiro na virada do século, um trabalho 
apresentado no Instituto Moreira Sales até julho de 2019. Também 
retraça as viagens do fotógrafo pelo Brasil, apresentando imagens e seu 
contexto, bem como um breve glossário de termos da época: heliografia, 
daguerreótipo, calótipo ou talbótico, colódio, estereoscopia e lanterna 
mágica (ESTEVES, 2019a).
DICA
33
FIGURA 19 – CARTIER-BRESSON. DOIS CURIOSOS ESPIANDO EM BURACO EM MURO (BRUXELAS, 1932)
FONTE: <https://bit.ly/3aAl5PZ>. Acesso em: 2 jun. 2020.
• Annie Leibovitz (1949-):	fotógrafa	da	atualidade,	renomada	por	suas	tomadas	de	
celebridades.	Em	1991,	retrata	para	a	capa	da	revista	Vanity	Fair,	a	atriz	Demi	Moore	
grávida,	 veja	 a	 imagem	 disponível	 em:	 https://www.vanityfair.com/news/2011/08/
demi-moore-201108.	Também	é	autora	da	célebre	imagem	de	John	Lennon	e	Yoko	
Ono	na	manhã	do	assassinato	de	John	Lennon;	e	da	foto	de	Whoopy	Goldberg	dentro	
de	uma	banheira	cheia	de	leite.	
• Sebastião Salgado: (1944-):	determinado	a	mostrar	o	que	há	de	mais	amplo	e	trágico	
na	 natureza	 humana,	 especializou-se	 no	 fotojornalismo	 integrando	 várias	 agências	
fotográficas	–	Sygma,	Gamma,	Magnum.	Em	suas	capturas	serviu-se	unicamente	da	
técnica	do	preto	e	branco	pela	forte	expressividade	que	proporciona.	São	dele	os	maiores	
registros	de	pessoas	e	 suas	 tragédias	em	todas	as	partes	do	mundo.	Teve	trabalhos	
focando	atividades	manuais,	as	diversidades	culturais,	tragédias	de	secas	e	ambientais,	
ao	mesmo	tempo	em	que	protestam	contra	a	quebra	de	direitos	e	da	dignidade	humana.	
Na	obra	Êxodos	afirma:	
Mais	 do	 que	 nunca	 sinto	 que	 a	 raça	 humana	 é	 somente	 uma.	Há	
diferenças	 de	 cores,	 línguas,	 culturas	 e	 oportunidades,	 mas	 os	
sentimentos	 e	 reações	 das	 pessoas	 são	 semelhantes.	 Pessoas	
fogem	das	guerras	para	escapar	da	morte,	migram	para	melhorar	sua	
sorte,	constroem	novas	vidas	em	terras	estrangeiras,	adaptam-se	a	
situações	extremas	(SALGADO,	ANO,	p.	8).	
Recebeu	praticamente	todos	os	prêmios	em	escala	mundial	e,	em	1994,	fundou	
a	sua	própria	agência	As	 Imagens	da	Amazônia.	Com	a	esposa	Lélia	Wanick	Salgado,autora	do	projeto	gráfico,	lançou	uma	profusão	de	livros.	Realizou	parcerias	com	grandes	
nomes	da	Literatura	e	das	Artes,	tais	como	José	Saramago	e	Chico	Buarque,	além	de	
integrar	a	Academia	de	Belas	Artes	da	França,	onde	reside.	
34
FIGURA 20 – SEBASTIÃO SALGADO E SUA SERRA PELADA (1996)
FONTE: <https://incrivelhistoria.com.br/sebastiao-salgado-serra-pelada/>. Acesso em: 2 jun. 2020.
• Ansel Easton Adams (1902-1984):	adquiriu	celebridade	por	suas	imagens	do	oeste	
americano,	sempre	em	preto	e	branco.	Defendia	a	fotografia	pura,	de	foco	nítido	e	uso	
integral	da	faixa	de	imagem	o	que	caracteriza	seu	estilo	de	fotógrafo	de	paisagens.	
Era	defensor	do	meio	ambiente	e	da	natureza.	A	foto	do	Half	Dome,	no	Yosemite	Park	
lançou-o	no	mundo	como	um	olhar	sensível	para	a	paisagem,	veja	a	Figura	21.	
FIGURA 21 – ANSEL ADAMS. MONOLITH – THE FACE OF THE HALF DOME. YOSEMITE PARK (1927)
FONTE: <https://bit.ly/3nXfBlq>. Acesso em: 2 jun. 2020
35
• Robert Capa, nome verdadeiro Ernö Friedmann (1913-1954): É	um	dos	maiores	
fotógrafos	de	guerra	da	história,	pois	considerava	que	devia	estar	próximo	do	objeto	a	
capturar.	Cobriu	grandes	guerras	como:	a	Guerra	Civil	espanhola,	a	II	Guerra	Mundial,	
Guerra	 da	 Indochina,	 onde	 morre	 ao	 pisar	 numa	 mina.	 Juntamente	 com	 David	
Seymour,	 Henri	 Cartier-Bresson	 e	 George	 Rodger	 funda,	 após	 o	 final	 da	 segunda	
grande	guerra,	a	agência	Magnum.	A	esposa,	Gerda	Taro,	morreu	atropelada	por	um	
tanque,	em	1934,	enquanto	cobriam	a	Guerra	Civil	espanhola.	Tira	então	sua	fotografia	
mais	famosa:	Morte	de	um	miliciano,	publicada	na	Time,	em	1936,	veja	a	imagem.
FONTE: <https://n.i.uol.com.br/ultnot/0908/19capa.jpg>. Acesso em: 2 jun. 2020.
• Helmuth Newton,	 nome	 verdadeiro	Helmuth Neustädter (1920-2004):	 um	 dos	
maiores	fotógrafos	alemães,	naturalizado	australiano,	especializado	na	fotografia	de	
moda.	Conhecido	por	suas	 imagens	controversas,	 irreverentes	e	provocativas.	Por	
essa	 razão	 foi	 amplamente	 criticado,	mas	 seu	 trabalho	 introduziu	 sensualidade	 e	
glamour	nas	fotografias	de	moda.	Especializou-se	na	fotografia	de	nus.	
• Robert Doisneau (1912-1995):	pessoa	simples,	era	um	fotógrafo	de	rua,	registrando	o	
cotidiano	das	pessoas,	a	vida	em	sua	passagem,	sem	alarde.	Influenciado	por	Cartier-
Bresson,	ficou	famoso	com	a	fotografia	O	Beijo	do	Hôtel	de	Ville,	em	1950,	da	qual	
é	 impossível	dissociá-lo.	Mas	seu	trabalho	foi	além,	 incluindo	a	fotografia	colorida,	
publicitária,	entre	outros	gêneros.	Veja	na	imagem	a	seguir	o	famoso	beijo	em	Paris	
capturado	pelas	lentes	de	Doisneau:
Ansel Adams foi o criador do sistema de zonas, que divide a tela em diferentes 
zonas pelas quais é efetuada a distribuição dos sujeitos fotografados. 
Veremos este aspecto em nossa Unidade 2. Não deixe de ler a matéria 
completa em: ESTEVES, Juan. O mestre do P&B. Revista Fotografe Melhor, 
São Paulo, a. 23, ed. 275, p. 22-26, ago. 2019b.
DICA
FIGURA 22 – ROBERT CAPA. MORTE DE UM MILICIANO (1936)
36
FIGURA 23 – ROBERT DOISNEAU. LE BAISER DE L’HOTEL DE VILLE (1950)
FONTE: <https://bit.ly/3RqyzhQ>. Acesso em: 2 jun. 2020.
• Elliot Erwit	(1928-):	nasceu	na	França,	mas	elegeu	os	Estados	Unidos	da	América	
como	país	de	residência.	Membro	da	Magnum,	é	conhecido	por	fotos	documentais	
em	preto	e	branco,	bem	como	pela	 ironia	e	o	 inusitado	nas	 imagens,	pois	 integra	
o	 lúdico	e	a	 ilusão	ao	 jogo	de	cenas.	Uma	fotografia	de	Erwit	se	deixa	 reconhecer	
num	 lance	de	olhos,	pois	apresenta	 identidade	própria.	Possui	uma	predileção	por	
fotografar	cachorros	e	suas	relações	com	humanos,	veja	na	imagem	a	seguir.
FIGURA 24 – ELIOT ERWIT E O JOGO DA ILUSÃO
FONTE: <https://bit.ly/3P0l3Qn>. Acesso em: 2 jun. 2020.
• Walter Firmo (1937-):	 jornalista,	 professor	 e	 fotógrafo	 autodidata	 que	 aprendeu	
apenas	a	teoria	da	luz	lateral	e	das	sombras	quando	jovem.	A	partir	daí,	registrou	
o	cotidiano	em	fotos	jornalísticas,	buracos	de	rua,	gentes,	cenas	espalhadas	pelo	
Brasil,	 que	 capturava	 com	 seu	 olhar	 sensível	 e	 observador.	 Usou	 da	 fotografia	
em	cores	e,	entre	suas	fotos	mais	famosas	estão	os	retratos	de	Dona	Ivone	Lara,	
Pixinguinha	e	Cartola.
37
FONTE: <https://bit.ly/3j6z3rL>. Acesso em: 2 jun. 2020.
Evidentemente,	muitos	outros	nomes	poderiam	integrar	esta	lista	em	que	incluímos	
aqueles	 que	 julgamos	 pertinentes	 pela	 variedade	 de	 estilos	 e	 abordagens	 da	 imagem,	
oscilando	entre	arte	e	representação,	numa	intencionalidade	comunicativa	que	apresenta	
a	fotografia	como	linguagem	incomparável	para	a	leitura	do	mundo	e	dos	seres	humanos.
Que tal viajar através do tempo pela fotografia? Assista ao vídeo de Guy 
Jones: 1838-2019: Street Photography – A photo for every year. Acesse o 
endereço: https://youtu.be/X3K7NwKE7PI e observe a composição das 
imagens, a evolução da técnica fotográfica, os ângulos, efeitos etc. 
DICA
• Irving Penn (1917-2009):	 fotógrafo	 de	 moda,	 destacou-se	 pela	 elegância,	 o	
minimalismo	 e	 a	 simplicidade	 em	 suas	 tomadas.	 Durante	 décadas	 trabalhou	 para	
a	 revista	 Vogue,	 especializando-se	 nas	 fotos	 de	 artistas	 e	 famosos.	 Entre	 suas	
imagens	de	renome	estão	uma	tomada	de	Gisele	Bünchen	e	Pablo	Picasso	(Figura	
25).	 Considerava	 que	 uma	 boa	 fotografia	 é	 aquela	 que	 transforma	 o	 espectador	
depois	 que	 a	 vê.	 Assim,	 suas	 imagens	 de	 celebridades	 eram	 sempre	 originais	 e	
transgressoras	(fotografias	de	nus),	suspendendo	o	tempo.
FIGURA 25 – IRVING PENN – PABLO PICASSO
Chegamos,	assim,	ao	final	deste	tópico.	A	fim	de	complementar	o	seu	aprendizado	
nesta	 introdução	 à	 fotografia,	 leia	 o	 texto	 apresentado	 como	 leitura	 complementar	
e	 consolide	 os	 seus	 conhecimentos	 no	 resumo	 do	 tópico,	 bem	 como	 realizando	 as	
autoatividades	a	seguir.
38
Fotografia	e	pós-fotografia:	do	controle	ao	descontrole
Leon	Fahri	Neto
I
[...]	
No	início	dos	seus	tempos,	a	 imagem-foto	não	insistia,	de	modo	algum,	em	sua	
pureza	fotográfica.	Inúmeras	técnicas	de	transformação	a	encaminhavam	para	a	imagem-
pintura	e,	de	volta,	para	a	imagem-foto.	
Era,	 lá	pelos	anos	 1860-1880,	o	novo	 frenesi	 das	 imagens	 [...].	 Era	
a	 época,	 com	 todos	 os	 novos	 poderes	 adquiridos,	 da	 liberdade	de	
transposição,	de	deslocamento,	de	transformação,	de	semelhanças	e	
falsas	semelhanças,	de	reprodução,	de	duplicação,	de	trucagem.	[...]	
os	fotógrafos	faziam	pseudoquadros;	os	pintores	utilizavam	as	fotos	
como	esboços.	 [...]	amava-se	talvez	menos	os	quadros	e	as	placas	
sensíveis	que	as	próprias	 imagens,	 sua	migração	e	 sua	perversão,	
sua	adulteração,	sua	diferença	mascarada	(FOUCAULT,	1975,	p.	1575).
Com	isso,	percebe-se	o	quanto	é	questionável	aquela	parte	da	nossa	definição	
inicial	 que	 afirma	 a	 foto	 como	 uma	 imagem	 que	 se	 fez	 sem	 o	 intermédio	 da	 mão	
humana.	A	foto	pode	ser	uma	imagem	manipulada,	trucada.	Mesmo	assim,	não	podemos	
desprezar	a	impressão	de	objetividade	que	experimentamos	diante	da	maioria	das	fotos.	
Em	geral,	tendemos	a	considerar	a	imagem	virtual	como	apreendida,	sem	intervenção	
humana,	pelas	capacidades	internas	da	objetiva	e	da	câmera,	e	que,	na	sua	atualização,	
o	aparelho	atualizador	é	totalmente	automatizado.	Esse	automatismo	de	segundo	grau	
se	coloca	como	fundamento	da	nossa	confiança	na	objetividade	essencial	da	fotografia.
A	originalidade	da	fotografia	em	relação	à	pintura	reside,	pois,	na	sua	
objetividade	essencial.	Tanto	é	que	o	conjunto	de	lentes	que	constitui	
o	 olho	 fotográfico	 em	 substituição	 ao	 olho	 humano	 denomina-se	
precisamente	‘objetiva’.	[Com	a	invenção	da	fotografia...].	Pela	primeira	
vez,	 “uma	 imagem	do	mundo	 exterior	 se	 forma	 automaticamente,	
sem	 a	 intervenção	 criadora	 do	 homem,	 segundo	 um	 rigoroso	
determinismo	(BAZIN,	1945,	p.	31).
II
A	sensação	de	objetividade,	 com	que	nos	afeta	uma	 imagem-foto,	 explica	a	
difusão	do	dito	popular:	 “uma	 imagem[-foto]	vale	mais	do	que	mil	palavras”.	Temos	a	
impressão	e	a	confiança	nessa	impressão	de	que	uma	imagem-foto	nos	conta	muito	clara

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