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Tema 1: Crise estrutural do capital, o mundo do trabalho e as condições da subjetividade humana Referência: REMPEL, Enaide Tereza. As novas configurações das relações sociais em face à crise estrutural do capital. In: ARRUDA, Roberto. Trabalho, subjetividade e formação humana em tempos de reestruturação do capitalismo / organizador Roberto Arruda. – Rio de Janeiro: UERJ, LPP, 2017. À princípio, tem-se uma visão fragmentada acerca das relações sociais, ambientais, simbólicas e de produção na sociedade. Esses pilares estão relacionados, inclusive são influenciados por interesses de cunho político e econômico. É fato que o acúmulo de capital gera o crescimento econômico em uma sociedade, entretanto não proporciona melhorias significativas na qualidade de vida daqueles que vivem em condição de vulnerabilidade social. Na verdade, o capitalismo, fundamento na propriedade privada e acúmulo dos bens de produção, acaba contribuindo para a disparidade econômica e o fortalecimento da estrutura de classes. O sistema capitalista é beneficiado pelo avanço científico e tecnológico e em decorrência da exploração desenfreada dos recursos naturais, tem-se os problemas ambientais. Assim, além das relações de poder presentes nas relações sociais entre o empregador e o empregado, tem-se a relação abusiva entre o homem e a natureza. No que se refere a subjetividade humana no sentido do reconhecimento da individualidade, o capitalismo contribui para a afirmação da identidade moldada com base nas relações de consumo, o que é fortemente influenciado pelo contexto em que está inserido, pela mídia, etc. Enfim, apesar de continuar fazendo parte do coletivo e, muitas vezes, ser moldado por fatores externos, o indivíduo tem sua individualidade associada à suas preferências, que podem deixar de ser influenciadas quando este passa a refletir sobre si e sobre as relações sociais, culturais e ambientais. Apesar do sistema continuar influenciando diretamente na vida das pessoas, percebe-se que a necessidade de descobrir a própria essência e reconhecer sua individualidade se tornou uma tendência do mundo contemporâneo. De encontro a isso, tem-se uma maior consciência sobre o coletivo e a natureza. Diante disto, as preocupações com as questões de sustentabilidade estão cada vez mais recorrentes na sociedade atual, tal perspectiva pode ganhar força suficiente para começar a moldar o sistema ao invés de ser moldado: ao se impor sobre suas relações de consumo exigindo que as organizações adquiram políticas voltadas para a sustentabilidade ambiental e social, gerando menos impactos negativos ao ambiente e construindo relações sociais que contribuem para a melhoria na qualidade de vida. Percebe-se que a maneira como as relações sociais estão sendo construídas atualmente, em meio a emancipação da mentalidade das pessoas e consolidação da subjetividade humana, tem-se como consequência uma potencial crise estrutural do capitalismo. Nessa perspectiva, o mundo do trabalho pode se transformar assim como as relações ambientais e sociais, visto que todas estão inter-relacionadas.
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