Buscar

Criatividade em projetos de mobiliário para espaços residenciais e comerciais

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 21 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 21 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 21 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

DESIGN DE 
MOBILIÁRIO
Camila de Cássia das Dores Ogava 
Criatividade em projetos 
de mobiliário para espaços 
residenciais e comerciais
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Exemplificar projetos criativos de mobiliário para espaços residenciais 
e comerciais.
  Exercitar a percepção espacial, formal e criativa por meio de projetos 
de mobiliário para espaços residenciais.
  Exercitar a percepção espacial, formal e criativa por meio de projetos 
de mobiliário para espaços comerciais.
Introdução
Neste capítulo, você vai saber mais sobre como o repertório de infor-
mações rearranjadas pode estimular a criatividade no desenvolvimento 
de projetos de mobiliários residenciais ou comerciais. Você vai verificar 
exemplos de projetos mobiliários que empregam a criatividade na 
estrutura formal do projeto, transformando-o em ícone de design, 
ou que fazem uso da criatividade na funcionalidade dos projetos, 
promovendo benefícios aos usuários. Além disso, você vai conhecer 
mais sobre a percepção espacial e formal em projetos de mobiliários 
para ambientes comerciais e residenciais, compreendendo alguns 
aspectos de Gestalt aplicados na prática em diversos projetos, os quais 
podem melhorar a compreensão das mensagens transmitidas pelos 
projetos mobiliários.
Criatividade em projetos de mobiliário para espaços residenciais e comerciais2
Projetos criativos de mobiliário
Projetar mobiliários exige o uso sistemático da criatividade para atender a 
necessidades de uso, funcionalidade e estética, de acordo com as possibilida-
des técnicas, de fabricação e materiais disponíveis. As boas ideias de projeto 
não são consequência de uma mente puramente brilhante e talentosa, mas da 
capacidade de reunir fragmentos de experiências, conhecimentos, informações 
e todo o repertório adquirido pelas vivências, rearranjando-os de uma nova 
forma, conforme leciona Johnson (2011). Nesse sentido, a criatividade pode 
ser compreendida como uma “[...] combinação original de ideias já conhecidas”, 
conforme aponta Boden (1999, p. 81). Portanto, as ideias são a matéria-prima 
da criatividade para se gerar projetos inovadores.
A criatividade pode ser expressa de várias maneiras no mobiliário, seja 
pela configuração da forma, pela utilização de materiais pouco comuns, 
pela harmonização de cores, pelo uso de diferentes técnicas de produção e 
montagem e pela funcionalidade. O mobiliário criativo impacta o ambiente 
onde está inserido e, por fim, impacta os usuários e visitantes do ambiente.
A seguir, na Figura 1a, veja a poltrona Mole, ícone do design brasileiro, 
criada por Sergio Rodrigues. A obra venceu um concurso na Itália em 1961, 
ficando à frente de centenas de outras peças mobiliárias, pois o júri entendeu 
que o móvel “[...] não era influenciado por modismos e era absolutamente 
representativo de sua região de origem” (ROCHA, 2016, documento on-
-line). A brasilidade representada de forma criativa e inovadora fizeram 
dela um ícone, o que rendeu à mesma, anos mais tarde, um lugar no acervo 
permanente do Museu de Arte Moderna de Nova York (MoMa). A Figura 1b 
mostra a icônica poltrona Aspas, mais conhecida como Chifruda, também 
do designer Sergio Rodrigues, criada em 1962 para a exposição “O móvel 
como obra de arte”. A peça já foi exposta em diversas partes do mundo 
(ANUAL DESIGN, 2011).
3Criatividade em projetos de mobiliário para espaços residenciais e comerciais
Figura 1. Poltronas do designer Sergio Rodrigues: a) Mole, 1957; b) Aspas/
Chifruda, 1962.
Fontes: a) Adaptada de Andréa (2017); b) Adaptada de Anual Design (2011).
A criatividade do mobiliário do designer Sergio Rodrigues se encontra na 
maneira inovadora de representar a brasilidade, caracterizada principalmente 
pela construção formal de suas peças, utilizando-se de materiais muito comuns da 
cultura do país, como couro e madeiras de lei, em composições originais e criativas.
Acesse o link abaixo para saber mais sobre a trajetória e os projetos de Sergio Rodrigues.
https://goo.gl/kHB5aX
Criatividade em projetos de mobiliário para espaços residenciais e comerciais4
O escritório holandês Mecanoo também se utilizou das formas para criar 
uma linha de mobiliários modulados para ambientes comerciais, de apren-
dizagem ou de trabalho colaborativo. A linha de móveis HUBB se utiliza 
de formas minimalistas, cores neutras e modularidade para transformar os 
ambientes onde o mobiliário é inserido, podendo criar espaços de estudo/
trabalho individualizados ou colaborativos, totalmente abertos ou mais 
intimistas, de acordo com a necessidade dos usuários. Confira a explanação 
do projeto na Figura 3.
Figura 2. Apresentação de todas as peças que compõem o projeto de mobiliário HUBB. 
Na primeira fileira, são mostrados os assentos; logo abaixo, os elementos que servem 
como mesas; após, os elementos que servem como cobertura, para gerar nichos; por fim, 
divisórias e luminárias.
Fonte: Adaptada de Mecanoo (2018).
5Criatividade em projetos de mobiliário para espaços residenciais e comerciais
Veja, na Figura 3, a proposta de implantação do projeto.
 Figura 3. Proposta de implantação do projeto HUBB.
Fonte: Adaptada de Mecanoo (2018).
O projeto conta ainda com a utilização de materiais recicláveis, como PET, 
buscando uma produção mais sustentável. O projeto criado pela Mecanoo 
já foi produzido pela empresa Gispen e implantado em uma universidade e 
objetiva criar um espaço colaborativo, multiuso e que fomente a criatividade 
colaborativa (BARI, 2017).
 A criatividade pode ser expressa no mobiliário também pelo uso de ma-
teriais pouco comuns para a fabricação tradicional. A combinação e recom-
binação de materiais e formas pode gerar novas possibilidades criativas para 
os projetos mobiliários.
O uso do palete de madeira tem crescido na produção de mobiliários 
residenciais e comerciais, seja em áreas internas ou áreas externas, pois 
a matéria-prima é barata e tem conceitos de sustentabilidade, uma vez 
Criatividade em projetos de mobiliário para espaços residenciais e comerciais6
que é material de reúso. A estética dos móveis desenvolvidos a partir de 
paletes pode variar entre rústica e moderna, dependendo do acabamento e 
da composição do ambiente. A exemplo disso, em 2015, a marca de perfu-
maria e cosméticos Granado abriu uma loja temporária toda elaborada a 
partir de paletes e caixotes de feira, pois a empresa queria que a loja tivesse 
um conceito de sustentabilidade bem claro (Fator Brasil, 2015). Veja, na 
Figura 4, o resultado.
Figura 4. Loja temporária da empresa Granado, no Rio de Janeiro, em 2015, com mobiliário 
todo feito a partir de paletes e caixotes de feira.
Fonte: Adaptada de Fator Brasil (2015).
Nas imagens da Figura 5, veja como o uso dos paletes pode ter estilos 
diferentes de acordo com a necessidade e a proposta do ambiente.
7Criatividade em projetos de mobiliário para espaços residenciais e comerciais
Figura 5. (a) Sofás para ambiente interno feitos de paletes. (b) Mesas e assentos 
de um restaurante no terraço de um prédio, elaborados em paletes. (c) Sacada 
com sofá de paletes e futon.
Fonte: (a) Adaptada de Cunha (2014); (b) Adaptada de krzysieka2/Shutterstock.com; (c) 
Adaptada de Leroy Merlin (2018).
Criatividade em projetos de mobiliário para espaços residenciais e comerciais8
 A combinação de elementos pouco comuns ou o rearranjo de elementos 
comuns pode gerar peças de mobiliário muito criativas e compor ambientes 
com muito estilo e personalidade, de acordo com a necessidade dos projetos.
O exercício da percepção
De acordo com o dicionário on-line Michaelis (2018), percepção é “ato ou 
efeito de perceber; capacidade de distinguir por meio da mente, inteligência; 
representação mental das coisas”. A percepção também está diretamente 
relacionada ao pensamento analítico, o qual possibilita notar diferenças e 
similaridades em uma situação que ainda não haviam sido notadas, conforme 
lecionam Zavadil, Silva e Tschimmel(2016).
Percepção criativa
A percepção criativa geralmente tende a ser iniciada nas etapas iniciais dos projetos 
de desenvolvimento, uma vez que as metodologias de design separam uma etapa do 
processo exclusivamente para o desenvolvimento criativo, gerido por ferramentas 
ou métodos de criação como geração de alternativas, brainstorming, etapa de 
ideação, entre outras. Apesar disso, essa percepção não fi cará condicionada às 
primeiras etapas, tendendo a estar presente em todo o processo do projeto.
Nesses momentos, a criatividade deve se dar pela percepção do problema 
a ser solucionado, buscando-se estímulos que possam clarear as ideias de 
solução. Conhecer o problema em projetos mobiliários tem a ver com o co-
nhecimento das necessidades dos usuários e dos espaços, das condicionantes 
técnicas, entre outros.
As etapas criativas também devem contar com aspectos cognitivos do 
designer, ou seja, com analogias pertinentes às suas experiências e vivências 
e ao seu conhecimento sobre materiais, formas e técnicas de fabricação. Isso 
possibilitará que as informações possam ser reconfiguradas e/ou ressignifi-
cadas, gerando soluções criativas. Portanto, a percepção também está ligada 
aos processos criativos no desenvolvimento de projetos, colaborando para a 
organização de sensações que podem ser estimuladas por aspectos ambientais 
do projeto, conforme leciona Sternberg (2012). De acordo com Kao (2014), 
as soluções mais originais tendem a sair de analogias distantes, isto é, ligar 
coisas que parecem não ter relações claras com o problema.
A Figura 6 mostra a cadeira Esqueleto, cujas formas do encosto e assento 
fazem alusão a cabides e à coluna vertebral humana. Tais referências não 
9Criatividade em projetos de mobiliário para espaços residenciais e comerciais
estão diretamente ligadas ao ato de sentar, mas renderam uma solução formal 
interessante e original ao projeto mobiliário.
Figura 6. Cadeira Esqueleto, do designer Pedro Paulo Santoro.
Fonte: Adaptada de Radar Decoração (2014).
A percepção criativa é, portanto, uma exposição do designer de interiores aos estímulos 
projetuais e aos próprios conhecimentos e vivências do profissional, aplicados por 
meio de um método ou ferramenta de criação de soluções inovadoras. Geralmente, a 
percepção criativa está intimamente ligada com a representação gráfica das possíveis 
soluções. Isso porque aquilo que foi percebido e posteriormente imaginado deverá 
também ser compartilhado em linguagem gráfica específica. Para que isso ocorra, a 
percepção espacial é fundamental.
Percepção espacial
A percepção espacial, conforme apontam Ramos e Gallo (2014), presume 
a capacidade de criar e transformar imagens mentais, perceber formas, 
reconhecer formas, manipular mentalmente as composições formais, além 
de permitir a interação e a relatividade entre objetos, espaços, distâncias 
e observador. Ela, então, exige sensibilidade para formas, linhas, cores 
e volumes e a compreensão da relação entre esses elementos. É preciso 
visualizar os objetos e criar imagens mentais deles, conforme leciona Souza 
Criatividade em projetos de mobiliário para espaços residenciais e comerciais10
(2013), para, mais tarde, traduzi-los como desenho no desenvolvimento 
dos projetos mobiliários.
A percepção espacial precisa ser estimulada e treinada para se tornar rápida e eficaz nos 
processos de desenvolvimento do projeto mobiliário. Conhecimentos de geometria 
e linguagem visual poderão estimular essa capacidade. Veja, no link a seguir, como a 
percepção espacial pode ser desenvolvida e estimulada por meio da manipulação de 
formas, linhas e cores — nesse caso, por meio de um jogo on-line.
https://goo.gl/Amz5bA
Percepção formal
É mais fácil representar o mobiliário quando se tem a clara percepção das 
suas formas geométricas. O entendimento de que a peça é um agrupamento 
de formas simples, ligadas por linhas retas ou curvas, permite uma melhoria 
na percepção espacial e formal dos objetos. 
Observe, nas imagens da Figura 7, alguns exemplos de mobiliários cujas 
geometrias estão destacadas, facilitando a percepção formal.
Figura 7. Formas geométricas do mobiliário são destacadas na vista lateral.
Fonte: (a) Adaptada de Archiscene (2012); (b) Adaptada de Tuvie (2018).
11Criatividade em projetos de mobiliário para espaços residenciais e comerciais
Para o designer, é necessário conhecer e dominar formas pré-figurativas 
(pontos, linhas, planos, volumes, etc.), que são a base de todas as formas. Essas 
formas permitirão ao profissional uma maior facilidade de representação 
das formas do mobiliário e das leis que regem as configurações formais — 
Gestalt —, como simetria, contraste, fechamento, unidade, entre outras. A 
representação precisa do mobiliário permite ao cliente/usuário compreender 
a forma do móvel como um todo, percebendo de maneira mais objetiva a 
mensagem da peça. O domínio desses conhecimentos é fundamental para que 
as mensagens — em forma de projetos — sejam percebidas pelos usuários, 
clientes, consumidor.
Todos os projetos são repletos de mensagens, sejam de estilo de vida, de 
crença, de propósitos, entre outras. Saber transmitir essa mensagem por meio 
de projetos mobiliários é um dos grandes desafios do profissional do design, já 
que as relações de forma, contexto e significado são associadas à linguagem 
do produto, conforme leciona Santos (2009).
A percepção visual busca entender a relação homem/produto a partir do contato 
visual/perceptivo, por meio da Gestalt (forma), tanto na comunicação meramente por 
meio de imagens, como na comunicação por meio de produtos usáveis, conforme 
lecionam Wachowicz e Arbigaus (2003). As principais leis da Gestalt são: segregação, 
unificação, fechamento, continuidade, proximidade, semelhança e pregnância da 
forma. Já as principais categorias conceituais são harmonia/desarmonia, equilíbrio/
simetria, contraste/cor, conforme aponta Gomes Filho (2010).
Percepção formal e espacial em residências
Uma das principais leis da Gestalt é o fechamento, que se caracteriza pela 
força de organização, que tende à formação de unidades em todos fechados. 
Nesse caso, tem-se a sensação de fechamento visual da forma em uma ordem 
estrutural defi nida, a fi m de constituir uma fi gura mais completa, conforme 
leciona Gomes Filho (2010).
Na Figura 8a, note que, apesar de não haver uma delimitação de paredes 
em torno do mobiliário no jardim, é possível perceber um ambiente retangular 
e intimista; ou seja, existe uma percepção de fechamento apenas com a dispo-
sição do mobiliário. O mesmo acontece na Figura 8b, que apresenta um loft 
Criatividade em projetos de mobiliário para espaços residenciais e comerciais12
(apartamento sem divisórias) cujos ambientes são formados pela disposição do 
mobiliário em torno de um vértice, proporcionando um fechamento imaginário 
dos espaços de sala de estar e sala de jantar.
Figura 8. (a) Mobiliário de área externa. (b) Loft (apartamento sem divisórias).
Fonte: (a) Adaptada de GavranBoris ⁄Shutterstock.com; (b) Adaptada de jovana veljkovic ⁄Shutterstock.com.
O equilíbrio é uma das categorias conceituais da Gestalt. Em uma compo-
sição equilibrada, todos os fatores, como distribuição, configuração, direção e 
localização, determinam-se mutuamente de tal maneira que nenhuma alteração 
13Criatividade em projetos de mobiliário para espaços residenciais e comerciais
pareça possível, e o todo parece necessitar de todas as partes, conforme leciona 
Gomes Filho (2010).
Na Figura 9, observe que a composição do mobiliário do quarto possui 
um equilíbrio simétrico, no qual ambos os lados da cama possuem elemen-
tos que proporcionam o mesmo peso visual, o mesmo direcionamento de 
linhas e a utilização de praticamente as mesmas formas, com localizações 
semelhantes.
Figura 9. Quarto de casal utilizando equilíbrio simétrico.
Fonte: Adaptada de ImageFlow/Shutterstock.com.
Outro recurso de percepção muito utilizado é o contraste, que significa 
fundamentalmente distinção.É a distinção de um elemento em relação a outro; 
como estratégia visual, pode estar nas diferentes formas de usar as cores, 
sombras e proporções, conforme aponta Gomes Filho (2010).
Veja, na Figura 10, o uso de cores contrastantes em móveis e objetos 
de decoração. A utilização de mobiliários que contrastem com o ambiente 
tende a chamar a atenção para uma peça importante, cujas formas se des-
taquem no ambiente. Isso pode colaborar para um ambiente moderno e 
sem monotonia.
Criatividade em projetos de mobiliário para espaços residenciais e comerciais14
Figura 10. Sala utilizando recurso de contraste para sair do óbvio e destacar mobiliário.
Fonte: Adaptada de Photographee.eu/Shutterstock.com.
Exercitando a percepção em ambientes comerciais
Projetos mobiliários para ambientes comerciais também podem se utilizar 
dos recursos de percepção visual e formal para transmitir mensagens aos 
clientes e usuários.
Observe, na Figura 11, o projeto de um espaço de trabalho colaborativo, utili-
zando o contraste em peças de mobiliários A utilização desse recurso nesse tipo 
de ambiente busca fomentar a criatividade, a produtividade e a socialização entre 
os usuários; por isso, pontos de cor e formas contrastantes nos móveis geram a 
percepção de espaço em movimento, quebrando qualquer aspecto de monotonia.
Figura 11. Projeto de espaço de trabalho colaborativo.
Fonte: Adaptada de Kelleher Photography/Shutterstock.com.
15Criatividade em projetos de mobiliário para espaços residenciais e comerciais
A semelhança é também uma lei da Gestalt, que compreende que a igualdade 
de forma e de cor desperta também a tendência de se construir unidades, isto é, 
de estabelecer agrupamentos de partes semelhantes, conforme leciona Gomes 
Filho (2010). A utilização da semelhança em mobiliários de ambientes comerciais 
serve tanto para padronizar o ambiente de acordo com a imagem corporativa 
da empresa quanto para estabelecer semelhança entre os usuários do espaço.
Na Figura 12, observa-se uma sala de espera cujos assentos são todos 
em cores neutras, de mesmo modelo e material. Essa padronização gera no 
usuário do espaço a percepção de igualdade perante os demais usuários; além 
disso, comunica os valores e conceitos corporativos por meio de uma gestão 
de design formal.
Figura 12. Sala de espera com assentos semelhantes.
Fonte: Adaptada de Basileus/Shutterstock.com.
A harmonia visual representa uma disposição formal organizada e propor-
cional em todo o ambiente e entre as partes (mobiliário/decoração/arquitetura, 
por exemplo). Ela busca a integração e a coerência das formas, conforme 
leciona Gomes Filho (2010).
Veja, na Figura 13a, uma casa de banho, cujas formas, cores e materiais de 
mobiliários e decoração são formalmente organizados; os padrões formais e 
cores se repetem de uma forma proporcional ao ambiente. Na Figura 13b, observe 
um hall do spa Atlantis, em Zurich, na Suíça, cujas cores, formas, disposição 
do mobiliário e objetos de decoração são coerentes e formalmente integrados.
Criatividade em projetos de mobiliário para espaços residenciais e comerciais16
Figura 13. (a) Casa de banho. (b) Hall do Spa Atlantis, na Suíça.
Fonte: (a) Adaptada de ImageFlow/Shutterstock.com; (b) Adaptada de Atlantis (2015).
Exercitar a visão espacial e formal pode melhorar o desempenho dos 
projetos mobiliários, facilitando recombinações de informações de maneira 
criativa e inovadora, desenvolvendo competências técnicas e favorecendo, 
assim, projetos mais completos.
17Criatividade em projetos de mobiliário para espaços residenciais e comerciais
ANDRÉA. Poltrona mole. Almoço de Sexta, 24 jul. 2017. Disponível em: <http://www.
almocodesexta.com.br/sergio-rodrigues-poltrona-mole/>. Acesso em: 19 nov. 2018.
ANUAL DESIGN. Poltrona chifruda. Anual Design, 24 ago. 2011. Disponível em: <https://
www.anualdesign.com.br/blog/1003/poltrona-chifruda/>. Acesso em: 19 nov. 2018.
ARCHISCENE. Dis(order) Furniture by Sanjin Halilovic. 5 abr. 2012. Disponível em: <http://
www.archiscene.net/wp-content/gallery/archiscene/disorder-furniture04.jpg>. Acesso 
em: 19 nov. 2018.
ATLANTIS. Spa. nov. 2015. Disponível em: <https://atlantisbygiardino.ch/wp-content/
uploads/2015/11/Lounge-dipi%C3%B9-Spa-Atlantis-by-Giardino-e1457685667547.
jpg>. Acesso em: 19 nov. 2018.
BARI, O. Mecanoo e Gispen criam Coleção de Mobiliário Modular para Ambientes Fle-
xíveis de Aprendizado. ArchDaily, 11 abr. 2017. Disponível em: <https://www.archdaily.
com.br/br/868559/mecanoo-e-gispen-criam-colecao-de-mobiliario-modular-para-
-ambientes-flexiveis-de-aprendizado>. Acesso em: 19 nov. 2018.
BODEN, M. A. Dimensões da criatividade. Porto Alegre: Artmed, 1999.
CUNHA, K. Aposte nos paletes. 9 out. 2014. Disponível em: <http://www.karlacunha.
com.br/wp-content/uploads/2014/10/sofas-palete.jpg>. Acesso em: 19 nov. 2018.
DENVIR, M. Gestalt: introdução às suas leis. Design Culture, 5 fev. 2013. Disponível em: 
<https://designculture.com.br/gestalt-introducao-as-suas-leis>. Acesso em: 19 nov. 2018.
FATOR BRASIL. Nova loja Granado. 2015. Disponível em: <https://www.revistafatorbrasil.
com.br/imagens/fotos2/nova_loja_granado>. Acesso em: 19 nov. 2018.
GOMES FILHO, J. Gestalt do objeto: sistema de leitura visual da forma. São Paulo: Es-
crituras, 2010.
JOHNSON, S. De onde vêm as boas ideias. Rio de Janeiro: Zahar, 2011.
KAO, CHEN-YAO. Exploring the relationships between analogical, analytical, and creative 
thinking. Thinking Skills and Creativity, v. 13, p. 80-88, 2014.
LEROY MERLIN. Varanda pequena com sofá de pallets. 2018. Disponível em: <https://cdn.
leroymerlin.com.br/contents/varanda_pequena_com_sofa_de_pallets_0a31_original.
jpg>. Acesso em: 19 nov. 2018.
Criatividade em projetos de mobiliário para espaços residenciais e comerciais18
MECANOO. HUBB — Learning Environments. 2018. Disponível em: <https://www.
mecanoo.nl/Projects/project/192/HUBB-Learning-Environments?t=0>. Acesso em: 
19 nov. 2018.
PERCEPÇÃO. Michaelis: Dicionário Brasileiro da Língua Portuguesa, 2018. Disponível 
em: <http://michaelis.uol.com.br/busca?id=kLqvn>. Acesso em: 19 nov. 2018.
RADAR DECORAÇÃO. Esqueleto. jun. 2014. Disponível em: <http://radardecoracao.com.
br/wp-content/uploads/2014/06/esqueleto.jpg>. Acesso em: 19 nov. 2018.
RAMOS, F. S.; GALLO, H. Geometria, meios expressivos e desenvolvimento cognitivo: 
uma experiência com estudantes de Design. P&D Design, v. 22, nº. 1, 2014. 
ROCHA, P. Sergio Rodrigues: o legado do mestre das cadeiras. Isto É, nº. 2552, 10 set. 
2014. Disponível em: <https://istoe.com.br/381117_SERGIO+RODRIGUES+O+LEGADO
+DO+MESTRE+DAS+CADEIRAS/>. Acesso em: 19 nov. 2018. 
SANTOS, C. T. Significado. ABC Design, 21 ago. 2009. Disponível em: <http://www.
abcdesign.com.br/significado/>. Acesso em: 19 nov. 2018.
SOUZA, G. J. A percepção espacial e o ensino de desenho técnico. Centro Universitário 
de Brasília (UniCEUB), 2013. Disponível em: <https://www.docsity.com/pt/a-percepcao-
-espacial-e-o-ensino-de-desenho-tecnico-apostilas-design/292118/>. Acesso em: 19 
nov. 2018.
STERNBERG, R. J. Psicologia cognitiva. São Paulo: Cengage Learning, 2012.
TUVIE. Shape and function modular furniture by Sanjin Halilovic. 2018. Disponível em: 
<http://www.tuvie.com/wp-content/uploads/shape-and-function-modular-furniture-
-by-sanjin-halilovic1.jpg>. Acesso em: 19 nov. 2018.
WACHOWICZ, L. A.; ARBIGAUS, M. L. G. Aprendizagem por meio da Gestalt na formação 
de competências do profissional de desenho industrial. Revista Diálogo Educacional, 
Curitiba, v. 4, n. 9, p. 91-104, maio/ago. 2003.
ZAVADIL, P.; SILVA, R. P.; TSCHIMMEL, K. Modelo teórico do pensamento e processo 
criativo em indivíduos e em grupos de design. Design & Tecnologia, v. 6, nº. 12, 2016.

Continue navegando