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Nº 94
Ano 8/2020
1ª Edição
A
TIV
ID
A
D
ES R
ECR
EA
TIV
A
S
Ministério dos Desbravadores
Igreja Adventista do Sétimo Dia
FOGUEIRAS E COZINHA 
AO AR LIVRE
AR - 020
Responda rápido, quando você pensa em acampamen-
to quais são as primeiras coisas que vem a sua mente? Muito 
provavelmente você pensou em barraca, natureza e é claro, 
fogo. Acampamento sem uma boa fogueira é um acampa-
mento incompleto. O fogo tem sido um fenômeno presente 
na vida da humanidade praticamente desde o princípio da 
história. Quando vemos os filhos do primeiro casal utilizando 
o fogo como parte do ritual de adoração para queimar os 
holocaustos, ou como o fogo era o principal elemento no 
cotidiano da sociedade, seja para cozinhar, iluminar ou ainda 
em combate, usado para destruição, temos a certeza de que 
sem o fogo a humanidade jamais seria a mesma. Na maioria 
destes usos, percebemos que o fogo cumpre uma função 
de unificar, quer seja Deus com seu povo através da oferta 
de sacrifício do cordeiro, ou quer seja para aproximar pesso-
as em uma noite gelada de acampamento.
 E justamente por trazer este simbolismo de união, es-
colhemos o tema desta especialidade, que sempre nos uniu 
como pai e filho, para celebrarmos este laço no dia dos pais. 
Junte-se a nós e venha encantar-se com a beleza e a arte da 
fogueira e da cozinha ao ar livre.
1ª Edição: Disponível em
www.mundodasespecialidades.com.br 
Direção Geral: Pedro Paz, Rossalles Freitas e 
Victor Ariel
Equipe de Coordenadores:
Claudio Henrique | Colunas 
Fábio Rezende | Publicidade 
Gabriel Silveira | Guias de Desbravadores 
Kaiio Victor | Diagramação 
Maira Cardoso | Linguística Português 
Nalva Martins | Guias de Aventureiros 
Neto Sputinyk | Web 
Ronald Vásquez | Linguística Espanhol
Revisão Linguística: Maira Cardoso 
Diagramação e Edição: Rossalles Freitas
Autores: Neri Freitas e Rossalles Freitas
 
CONTATO 
+55 81 9 9835-8482 
 
DIREITOS RESERVADOS: 
A reprodução total ou parcial deste material por 
qualquer meio, assim como a tradução ou difusão 
dos conteúdos do site Mundo das Especialidades 
fica proibida, salvo se realizada a expressa 
referenciação ao site e seus autores. Todos os 
direitos são reservados para o site Mundo das 
Especialidades.
 
IGREJA ADVENTISTA DO SÉTIMO DIA 
MINISTÉRIO DOS DESBRAVADORES 
Recife, PE, Agosto de 2020
Meu nome é Rossalles Frei-
tas. Sou Líder Master Avan-
çado e membro do Clube 
Missioneiro em Santo Ânge-
lo/RS. Sou Designer Gráfico 
e formado em Direito. Tem 
muita coisa que me fascina, 
entre dinossauros, leitura, 
trekking, vôlei, artes e design, 
enigmas, pregar o Evangelho 
e viver aventuras intensas. Meu ministério, com certe-
za, é o Clube de Desbravadores e quero participar da 
última investidura: a da coroa da vida eterna! Você vem 
comigo?
Meu nome é Neri Freitas Fer-
reira. Sou Líder, e atualmente 
participo do Clube Missionei-
ro em Santo Ângelo/RS. Sou 
Comissário de Polícia Civil, 
formado em Direito e Espe-
cialista em Gestão de Segu-
rança Pública. Gosto muito da 
vida da campanha junto da 
natureza e de cavalos, hobby 
que me levou a criar cavalos crioulos. Gosto de jogar 
futebol, acampar, fazer caminhadas e trilhas. Acredito 
que meu ministério é servir e proteger, e também ser 
um Desbravador. Meu objetivo é estar no Campori Ce-
lestial para receber a Coroa da Vida.
mundodasespecialidades @mundodasespecialidadesmundodasespecialidades@gmail.com
EXPEDIENTE
3
Muitas vezes as pessoas não conseguem 
mensurar a importância do fogo quando compara-
do à água, uma vez que se diz que a água é fonte 
de vida. Porém, o fogo é uma necessidade funda-
mental para prolongar a sobrevivência do Homem 
junto à natureza, seja em áreas de selva, deserto ou 
de frio extremo, sendo um valioso e indispensável 
recurso para aumentar e melhorar as condições de 
vida do ser humano.
 
Por meio do fogo é possível:
• Purificar a água através da fervura;
• Cozinhar;
• Secar a roupa;
• Aquecer o corpo;
• Iluminar;
• Sinalizar
• Proporcionar segurança noturna em razão 
da luz, calor e fumaça.
Existem vários tipos de fogueiras 
possíveis de serem construídas para 
que atendam diferentes necessidades 
ao ar livre. Estas variações estão liga-
das a diversidade de técnicas, materiais 
disponíveis, facilidades e, como já dito, 
necessidade das circunstâncias. Va-
mos aprender a seguir, alguns tipos de 
fogueiras, seus usos, e que técnicas e 
materiais são indispensáveis para cons-
truí-las.
Importância
do fogo
Tipos de
fogueira
4
Fogo do Conselho – é sem dúvidas, o 
fogo mais conhecido entre os desbravadores. 
O fogo do conselho é, inclusive, um dos sím-
bolos máximos em nosso meio. Seu objetivo 
é grandioso, pois é ao seu redor que fazemos 
as principais meditações de um acampamen-
to e grandes decisões são tomadas. O fogo do 
conselho tem formato de pirâmide, construído 
de forma quadrada com as madeiras de maior 
espessura embaixo, reduzindo o tamanho e a 
espessura em seu topo. O “miolo” deve conter 
a isca com as madeiras mais finas, de forma a 
entrelaçá-la entre toda a fogueira, tomando o 
cuidado para que o ar possa circular sem que o 
fogo seja abafado. Um dos erros mais comuns 
relacionados a esta fogueira é quanto à forma 
correta de acendê-la. Deve-se iniciar o fogo 
pelo topo da pirâmide, pois ali é onde há maior 
presença de oxigênio. Também assim o fogo 
iniciará pequeno e no auge da meditação terá 
chegado ao seu ápice. Outro fator importan-
te é que o fogo do conselho deve se dissipar 
sozinho, e sua duração deve coincidir com a 
duração da meditação. Uma tradição antiga diz 
que as cinzas do fogo do conselho devem ser 
guardadas em um recipiente e sempre colo-
cadas no próximo fogo do conselho em outro 
evento, simbolizando assim, que os conselhos 
sempre seriam renovados.
Altar de cozinha – também chamado 
de fogo de altar, é uma fogueira muito prática 
para se cozinhar, por ser construída mais alta 
do solo. Exige um nível de dedicação um pou-
co maior, uma vez que precisa da construção 
de uma estrutura um pouco diferente. Seus 
benefícios imediatos são três: cozinhar sem 
precisar se agachar, não danificar o solo ao 
redor, e proteção contra água ou úmidade. A 
ideia é construir uma espécie de mesa (um al-
tar) com uma estrutura de barro onde poderá 
se acender uma fogueira, evitando assim, fazer 
a fogueira no solo e impedindo que a fogueira 
desmorone, sendo que para isso é preciso ter 
suas bases de sustentação bem fixas no chão.
Se o fogo está acabando é porque 
você já falou demais, fica a dica! ;)
Fogo do Conselho
Altar de Cozinha
5
Fogo de trincheira – este tipo de fo-
gueira é bastante útil para locais e dias onde 
o vento possa ser um empecilho. A trinchei-
ra é uma vala, cavada com não muita pro-
fundidade, feita para que o vento cruze por 
dentro dela, sendo usado a favor da foguei-
ra, impedindo a dissipação do calor. Den-
tro da trincheira se coloca a isca, e entre as 
duas extremidades se constrói uma trempe 
de madeira, com galhos verdes, ou se utili-
za uma pronta. Exige certo nível de esforço 
a mais para se confeccionar a vala e não é 
nem um pouco recomendado para solos 
muito duros, justamente em razão do nível 
de esforço.
Cercadura de pedra – é uma foguei-
ra que tem por objetivo principal impedir 
que o fogo se alastre, bem como, proteger 
a fogueira da ação do vento, e reter o calor. 
Constrói-se um semicírculo ou círculo com-
pleto com pedras e a isca é posta ao centro. 
A muralha de pedra deve ser alta o suficiente 
e feita com rochas sólidas para que não es-
tourem com a ação do calor. O ideal é aliá-lo 
com o estilo de fogueira cama rápida, sendo 
também ótima para assar os alimentos.
Cama rápida – trata-se de uma técnica 
a ser aliada a outras fogueiras. A cama rápida 
é o nome dado a uma panela pendurada em 
uma vara escorada. O ideal é escorar a ma-
deira em duas forquilhas cravadas ao chão 
do lado de fora da fogueira, uma de cada 
lado, ou ainda em uma única vara presa ao 
chão com uma pedra ou forquilha. Assim a 
madeira ficajustamente acima das labare-
das, onde se pendura uma panela, obtendo-
-se um efeito muito próximo ao de um fogão. 
Fogo de Trincheira
Cercadura de pedra
Cama rápida com 
2 forquilhas Cama rápida com 
1 forquilha
6
Fogo Estrela – é a melhor fogueira para 
ser aliada a cama rápida, uma vez que sem 
esta técnica, sua utilidade limita-se a aquecer 
ou assar utilizando as brasas. Seu maior bene-
fício é não exigir uma quantidade grande de 
lenha, mas que sejam compridas o suficiente 
para irem sendo empurradas para o centro 
da fogueira à medida que forem queimando. 
A fogueira é construída com a lenha se entre-
cruzando e com a isca no centro, com espaço 
suficiente para haver oxigênio.
Fogo de Caçador – uma das melhores e 
mais práticas fogueiras para se cozinhar. Seu 
benefício está no fato de não exigir muito es-
forço em sua construção. É Necessário posi-
cionar duas toras grossas de forma paralela e 
com espaço suficiente entre elas para montar 
a isca. Entre as toras o ideal é construir uma 
trempe de madeira ou acondicionar uma de 
ferro, para servir de suporte.
Fogo Refletor – a principal função desta fogueira é 
aquecer e não deixar que o calor se dissipe com o vento, 
mas seja aproveitado, podendo também ser usado para 
cozinhar. Muito usado para aquecer barracas, pois se cons-
trói a uma distância segura e com a proteção refletora de 
frente para a entrada da barraca, para que assim o calor se 
propague para dentro dela. É importante que as madeiras 
utilizadas para construção da parede refletora sejam ver-
des e grossas, podendo formar uma espécie de muralha, 
evitando que desmoronem e sejam queimadas junto.
Fogo de Buraco - a principal característica desse tipo 
de fogueira é que o calor do fogo pode ser muito mais 
aproveitado devido a sua concentração, e não se dissipa 
com o vento. Pode ser construída em barrancos, cupinzei-
ros abandonados, e preferencialmente em terrenos com 
aclive acentuado, para facilitar a escavação. Quando feito 
em um barranco ou aclive, primeiro se escava na posição 
vertical, mais ou menos 50 cm. Em seguida faz um bura-
co (portinhola) na posição horizontal até se encontrar com 
o buraco escavado na vertical, ajustando-se então na for-
ma desejada. Essa portinhola é por onde será construído o 
fogo, e o buraco na vertical servirá como condutor do calor 
onde a fumaça sairá e onde pode se preparar o alimento 
em uma panela, com ou sem o uso de uma trempe.
Para construir a parede refletora, mede-se a espessura das 
madeiras que servirão para montá-la e cortam-se todas do mesmo 
tamanho. Em seguida, cria-se com galhos mais finos e verdes uma 
espécie de base de sustentação para que a parede permaneça em 
pé sem cair.
Fogo Estrela
Fogo Caçador Fogo Refletor
Fogo de Buraco
7
Não são muitos os itens necessários para que 
o fogo possa ser produzido. Uma gota de orvalho, 
no ângulo certo, fazendo com que a luz do sol crie 
um feixe de calor sobre galhos secos em uma flo-
resta, podem ser o suficiente para começar um 
grande incêndio. Em outras palavras, para que o 
fogo exista, são necessários somente 3 requisitos 
fundamentais: oxigênio, ignição e combustível.
Para construir uma fogueira, portanto, é ne-
cessário controlar e fazer o uso correto destes 3 
elementos. Conseguir com que cada um esteja 
presente na “equação” é algo que pode ser execu-
tado de diferentes maneiras. O oxigênio é a parte 
mais fácil, uma vez que está presente em nossa at-
mosfera. No entanto, ainda assim, algumas vezes 
conseguimos torna-lo tão escasso empilhando um 
monte de madeiras, gravetos e tudo que “queima”, 
que conseguimos fazer a façanha de eliminá-lo do 
processo. Tome cuidado então para não abafar o 
fogo. O combustível vai depender do que você tem 
à mão, como as madeiras disponíveis e qualquer 
outro item que possa ser queimado. Por fim, a ig-
nição é normalmente obtida por meio da fricção. 
Quando riscamos um fósforo, por exemplo, esta-
mos friccionado a cabeça do palito contra uma su-
perfície que produza calor e faíscas, fazendo com 
que a substância da ponta do palito esquente até 
pegar fogo. O mesmo ocorre com o funcionamento 
de um isqueiro quando giramos sua pequena en-
grenagem, ou quando riscamos uma pederneira. 
Tudo isso tem o objetivo de produzir calor e gerar 
faíscas que se alastrem pelo combustível e pro-
duzam o fogo. Vejamos alguns exemplos de itens 
que podem ajudar a obter algum dos elementos 
necessários para produzir o fogo.
Equipamentos
de incendiário
8
IGNIÇÃO
• Fósforos – o mais comum e prático entre todos.
• Isqueiro – uma excelente opção.
• Pederneira – usada pelos mais ousados e que desejam 
usar uma técnica um pouco mais “primitiva” para iniciar o 
fogo.
• Lupa – usada para concentrar o feixe de calor do sol, 
embora seja uma técnica mais demorada.
• Arco de fricção – fazer fogo desta forma é, muito prova-
velmente, a forma mais desafiadora de técnica de ignição, 
uma vez que o esforço é muito grande e a forma tem de ser 
precisa para que possa se confeccionar o fogo.
• Pedra de carbureto - muito utilizado em solda. Quando 
em contato com a água, o carbureto entra em combustão 
e acaba gerando fogo, o que faz dela um artigo proibido de 
ser usado em vários lugares para pescar, mas uma excelente 
opção para ser usada até mesmo em condições adversas do 
clima.
COMBUSTÍVEL
Todos eles funcionam perfeitamente como combustível 
inicial, por queimarem rapidamente e alastrar as chamas.
• Sisal – bem desfiado pode ser uma boa isca.
• Bombril – tem uma propriedade muito similar ao sisal.
• Papel – jornais, papel higiênico, ou qualquer outro papel, 
somente deve ser utilizado quando não se puder dispor de 
outros combustíveis naturais por alguma razão, como a umi-
dade.
• Iscas de madeira.
OXIGÊNIO
• Fole – uma vez que o oxigênio é fundamental para exis-
tência do fogo e está presente no ambiente, um bom equi-
pamento capaz de auxiliar em sua dispersão é o fole, que 
pode ser confeccionado de forma artesanal com garrafa pet, 
por exemplo.
Não utilize combustíveis que possam oferecer algum risco, 
como álcool, gasolina e similares. Estas substâncias podem 
até apresentar algum resultado rápido, mas se mal utilizadas 
farão com que você crie uma falsa confiança e sensação de 
segurança. Líquidos inflamáveis podem se alastrar ou ainda 
conduzir as chamas para o seu próprio corpo. Sem falar que 
a honra do desbravador está em dominar a arte do fogo, e 
não em utilizar qualquer tipo de atalho, uma vez que este 
tipo de facilidade nem sempre poderá estar disponível. 
Se você não aprender a fazer da forma correta e natural, 
poderá ter sérios problemas.
É Importante que materiais 
como iscas e itens de ignição, 
estejam protegidos da umida-
de em um acampamento ou 
no transporte em uma mochi-
la, para que funcionem ade-
quadamente na hora de fazer 
fogo.
Dica!
Importante!
9
Para que tenhamos uma fogueira de 
qualidade e que atenda às nossas neces-
sidades em um acampamento, é extrema-
mente importante fazer uma boa escolha 
do combustível que será utilizado. O com-
bustível primário de uma fogueira é a ma-
deira. O ideal é ir em busca de madeira livre 
de umidade, sadias e de diferentes espes-
suras. Se for possível encontrar galhos que 
possuam algum tipo de fibras ou folha que 
também esteja seca, isso ajudará como 
isca para espalhar a chama.
As madeiras a serem usadas para uma 
fogueira serão cortadas de acordo com a 
técnica a ser utilizada, variando de acordo 
com o tipo de fogueira que será construída. 
O usual em todo tipo de fogueira, é que se 
tenha madeira de pelo menos quatro es-
pessuras diferentes: galhos finos, médios, 
grandes e toras. Os galhos finos são usados 
para o início do fogo, junto das iscas. Os ga-
lhos médios servem para encorpar o fogo 
e não deixar que se apague quando for ini-
ciado, além de demorarem mais para quei-
mar, dando tempo de que os galhos mais 
grossos começam a pegar fogo. Os galhos 
grandes e as toras serão aqueles que for-
marão brasas e queimarão por mais tempo, 
formando ocalor necessário em uma fo-
gueira. As toras ainda podem ser utilizadas 
como sustentação em diferentes tipos de 
fogueiras.
Madeeeeiiiiraaaa!!!
Quando se prepara (corta) a madeira 
para o fogo, é importante que a pessoa que 
está preparando se afaste do grupo, evi-
tando ferir alguém com alguma lasca que 
possa voar, ou mesmo com as ferramentas. 
É possível utilizar algum tronco ou pedra 
para escorar a lenha e cortá-la, utilizando 
as fermentas próprias para cada caso, ou 
colocar a lenha diretamente no chão. Os 
galhos finos e médios geralmente podem 
ser quebrados com as mãos para ajustar-
-se ao tamanho da fogueira, embora seja 
necessário tomar cuidado para não se ferir 
com espinhos ou pontas agudas. Algumas 
vezes pode ser necessário remover alguma 
aresta com o uso de uma faca ou canivete, 
sendo que nesta situação, deve-se utilizar 
a lâmina voltada para o lado de fora do cor-
po, para evitar algum “tranco” que cause al-
gum ferimento.
Gravetos finos
Gravetos médios
Gravetos grandes
Toras
Se estiver próximo de alguma 
mata de pinos, olhe para o chão. 
Provavelmente ele estará forrado 
de folhas secas, cascas de árvore e 
pinhas caídas, que são excelentes 
iscas para a fogueira. Sua composição 
possui uma espécie de resina e 
podem manter o fogo aceso por 
bastante tempo. Encha as mãos e 
estoque este material em abundância 
para ter uma fogueira viva.
10
A lenha grande, por sua vez, em al-
guns casos também precisa ser ajustada 
ao tamanho da fogueira, para que assim, 
ela possa ser controlada com maior preci-
são. Geralmente, a madeira grande não se 
quebra com a força unicamente das mãos, 
sendo necessária alguma ferramenta para 
cortá-la, como serra, facão, machado ou 
machadinha. Qualquer uma destas ferra-
mentas exige todo o cuidado ao ser utiliza-
da, uma vez que são lâminas, e podem ferir 
ou machucar. Nunca deixe a mão de apoio 
próxima a parte da madeira que estará sen-
do cortada ou golpeada com a lâmina, pois 
um erro pode custar até mesmo um dedo! 
Tenha cuidado também com o tipo de ma-
deira, se for muito dura, trará imensas difi-
culdades em ser cortada, podendo inclusi-
ve cegar a lâmina da ferramenta.
Por fim, toras são as lenhas que exi-
gem um maior esforço para serem corta-
das, caso isso seja necessário. Geralmente, 
a melhor ferramenta para o corte de toras 
é o machado pesado, que exige força e 
técnica adequadas. As toras são cortadas 
com uma lâmina devidamente afiada que é 
empurrada para atravessar a madeira, utili-
zando seu próprio peso. Golpeia-se a lenha 
com o machado, até que a lâmina fique cra-
vada e firme na madeira, buscando atingi-la 
onde já exista uma rachadura para aprovei-
tar a direção do cerne. Se a madeira não ra-
char no primeiro golpe ou a lâmina não ficar 
cravada o suficiente para criar uma fissura, 
repita o processo. Em seguida, utiliza-se a 
força para golpear a madeira cravada em 
um cepo (preferencialmente) ou no próprio 
chão, embora isso vá lhe cansar muito mais 
rápido.
A boa madeira para o fogo não pode 
ser verde, por isso, nem pense em sair cor-
tando galhos ou árvores pequenas para 
acender fogo. Além de um desrespeito 
para com a natureza, será um esforço inútil 
ou que produzirá algum resultado mínimo 
com um esforço colossal e desnecessário, 
uma vez que madeiras verdes possuem 
grande quantidade de umidade por esta-
rem se nutrindo ligadas ao solo. A nature-
za nos fornece, na maioria das vezes, tudo 
aquilo que precisamos para iniciar uma boa 
fogueira, portanto, olhe ao seu redor e use 
o que tiver disponível. Temos o costume de 
olhar para o chão e sair catando os gravetos 
que encontramos. O correto é ir em bus-
ca das quatro espessuras de madeira que 
mencionamos, além de alguma isca, crian-
do primeiro um estoque com todas elas se-
paradas e organizadas, para depois montar 
a fogueira.
Olhe além do chão. Podem haver galhos presos 
em árvores, que por não estarem em contato 
com o solo, estarão livres da umidade.
Dica!
O inseto psychidae recolhe e serra 
pequenos pedaços de madeira para 
construir seu abrigo.
11
É importante que se tenha em mente algumas regras de 
segurança para montar uma fogueira, que garantirão tanto a 
sua integridade quanto a segurança do ambiente. Devemos 
também observar as circunstâncias e as situações em rela-
ção a necessidade de acender uma fogueira e local onde se 
está. Algumas das principais regras de segurança são:
• 1ª – Escolha um local adequado, de preferência 5m 
afastado das árvores e das barracas.
• 2ª – Faça uma breve limpeza do local, para evitar que 
o fogo se espalhe.
• 3ª – Em caso de utilizar pedras por alguma razão, evite 
usar rochas sedimentares que possam rachar e estourar com 
o calor.
• 4ª – Procure juntar lenha bem seca, sempre observan-
do que não tenham insetos ou animais abrigados sob elas 
que possam causar algum tipo de acidente.
• 5ª – Faça uma vistoria do local, para assegurar-se de 
não haver nas proximidades algum tipo de toca de animais 
peçonhentos ou colmeias de abelhas, vespas ou outros inse-
tos que possam sentir-se ameaçados pelo calor e pela movi-
mentação.
• 6ª – Colete a lenha para a fogueira enquanto ainda 
houver luz do dia para evitar ser surpreendido por possíveis 
picadas de insetos ou animais peçonhentos.
• 7ª - Evite fazer fogueira em passarelas e trilhas de ani-
mais, nem tão próximo a bebedouros ou lugares de possíveis 
pernoites de animais.
• 8ª – Jamais deixe material inflamável próximo ao fogo.
• 9ª – Não brinque com fogo, isso pode causar sérios 
problemas e iniciar um incêndio.
• 10ª – Após utilizar a fogueira, certifique-se de apaga-la 
e garantir que não possa reacender e espalhar-se uma vez 
mais. O ideal é enterrar as brasas.
• 11ª – Faça uma fogueira do tamanho que será estrita-
mente necessário, assim você poupa recursos naturais e terá 
maior controle sobre o fogo.
• 12ª – Não fique muito perto do fogo, para evitar quei-
maduras.
• 13ª – Jamais deixe a fogueira sozinha, isso evita que o 
fogo saia do controle. Vigie-o atentamente.
• 14ª – Sempre observe a direção do vento para escolher 
como e onde montar sua fogueira.
• 15ª – Tenha água por perto caso seja preciso apagar o 
fogo rapidamente ou controlar caso venha a se alastrar por 
alguma razão.
Regras de
segurança
Em alguma situação de 
emergência, fazer ou não uma 
fogueira pode ser uma decisão 
importante a ser tomada. 
Fogueiras podem ser vistas 
de longe à noite, ou ainda 
sentidas (pela fumaça) a uma 
boa distância. Se o objetivo for 
não chamar a atenção, talvez a 
melhor decisão seja não fazer 
uma.
Importante!
12
Tenha sempre em mente a máxima já explica-
da anteriormente aqui: diferentes fogueiras exigi-
rão diferentes técnicas. Porém, apesar de existirem 
várias possibilidades de tipos de fogueiras, alguns 
passos são comuns a todas elas.
• Escolha um bom local para construção da 
fogueira. Como já mencionamos, o ideal é obede-
cer a distância de pelo menos 5m das árvores e de 
qualquer barraca.
• Faça uma limpeza do terreno onde a foguei-
ra será construída, observando para que não haja 
a possibilidade do fogo se alastrar e provocar um 
incêndio.
• Colete toda a lenha que será necessária e 
organize-a de maneira a separar as diferentes es-
pessuras, iscas e quaisquer outro material que esti-
ver a disposição. Lembre-se, é melhor sobrar lenha 
do que faltar.
• Após ter todos os materiais à mão, construa 
a base da fogueira escolhida. Coloque uma quanti-
dade de folhas e gravetos secos, juntamente com 
sua isca ou mecha principal, para que seja possível 
aumentar o poder de combustão e iniciar o fogo.
• Acrescente madeiras de maior espessura, 
para que o fogo aumente e se mantenha aceso, 
formando brasas posteriormente. O ideal é cons-
truir a fogueira em forma de pirâmide, começando 
com a isca no miolo da fogueira e aumentando a 
espessura para o lado de fora.
• Tome o cuidado de permitir que o oxigênio 
circule entre o combustível, do contrário será im-
possível acender e manter o fogo aceso.
• Inicie seu fogo coma técnica de ignição que 
tiver escolhido, começando pela isca principal de 
acendimento.
• A medida em que o fogo for se propagando, 
alimente-o com mais lenha, para que possa man-
ter a fogueira acesa. Não se preocupe em ter sem-
pre altas labaredas disponíveis. O mais importante 
é a intensidade de calor que o fogo produz.
Como fazer
uma fogueira
A tarefa de fazer uma fogueira com 
apenas um palito de fósforo não é 
uma das mais fáceis, especialmente 
para aqueles que não têm experiência 
ou habilidade com fogueiras. O 
mais importante é riscá-lo bem 
pertinho da isca principal evitando 
movimentá-lo bruscamente para não 
apagá-lo. Também é fundamental 
observar a corrente de ar, pois a 
pequena chama gerada na fricção 
do fósforo é muito frágil e o vento, ou 
mesmo a respiração, podem apaga-
la com muita facilidade. A dica para 
evitar a corrente de ar, é usar alguma 
proteção ao redor da fogueira, seja 
uma lona, casaco, plásticos ou até 
mesmo troncos e folhas disponíveis 
no ambiente do acampamento, 
ou ainda na ausência de qualquer 
destas, proteger com o corpo.
Apenas um fósforo
13
Talvez mais difícil do que iniciar o fogo com 
um único palito e mantê-lo aceso, seja a árdua 
tarefa da classe de Pioneiro, onde é preciso fazer 
uma fogueira em clima chuvoso. Este desafio é re-
almente problemático, uma vez que praticamente 
impossibilita a construção de uma fogueira, ou difi-
culta em um nível absurdo. No entanto, não é uma 
tarefa impossível, exige apenas um esforço muito 
maior e uma técnica bastante refinada. Existem 
pelo menos três situações em que uma fogueira 
precisa ser pensada para clima chuvoso: quando 
está chovendo, quando já choveu e está tudo mo-
lhado com a possibilidade de mais chuva, e ainda 
quando a chuva é eminente mas ainda não come-
çou.
Nas três situações, é importante escolher um 
bom lugar para construir a fogueira, que possibilite 
montar um teto, ou proteção contra a chuva. Ainda 
assim, o maior problema com certeza não é o fenô-
meno da chuva em si, mas como as coisas ficarão 
completamente encharcadas no solo. Quando está 
chovendo ou já choveu, todo o material ao redor 
com certeza estará molhado e, por isso, é preci-
so buscar tudo aquilo que possa estar o mais seco 
possível, embaixo e no meio das árvores onde a 
água teve menos acesso (o que é muito difícil de 
encontrar). Ao coletar madeira, é importante esco-
lher as mais grossas, rachá-las e retirar lascas bem 
finas de seu interior, pois a água penetra lentamen-
te o cerne da madeira e, geralmente, o miolo de 
lenhas mais grossas estará seco.
O abrigo poderá ser construído com materiais 
naturais, como galhos e folhas, ou o que estiver a 
disposição como capas, casacos e lonas. Indepen-
dente do material, é muito provável que a água ain-
da assim chegará a fogueira, seja por gotejamento 
ou mesmo infiltração. Se utilizar galhos, escolha 
aqueles que apresentem uma estrutura bastante 
fechada e com largas folhas. Construa a proteção 
nem tão baixa a ponto de abafar o fogo e não con-
seguir utilizá-lo, e nem tão alta a ponto da chuva 
conseguir apaga-lo pelas laterais. Também é im-
portante fazê-lo largo e construir a fogueira bem 
no centro.
Fogo
abaixo d’água
14
Algumas dicas que podem auxiliar nes-
te processo desafiador são:
• Não entre em pânico, mas mantenha o 
senso de urgência, uma vez que a chuva ga-
nhará terreno muito rapidamente.
• Escolha o local mais seco e protegido 
que tiver a disposição.
• Construa o abrigo primeiro, planejando 
como irá construir a fogueira.
• Colete todos os materiais que conseguir. 
Tudo aquilo que estiver seco e não for ver-
de poderá ser útil. É realmente difícil achar 
material seco, então lembre-se de rachar a 
lenha grossa e retirar a parte seca do miolo.
• Se ainda não choveu, colete o máximo 
de materiais possíveis e proteja-os da água.
• Tenha sempre seus materiais de ignição 
protegidos contra a água.
• Se conseguir, tente observar o clima e 
escolha o momento mais propício para tra-
balhar na fogueira, afinal, tentar fazer fogo 
abaixo de uma tromba d’água é realmente 
desafiar a lógica.
Comida
mateira
Assim como no dia a dia, em um 
acampamento a alimentação precisa ser 
feita com equilíbrio para que o corpo re-
ceba todos os nutrientes necessários para 
o bom funcionamento e para mantermos 
a saúde. Este equilíbrio nutricional está na 
ingestão balanceada de proteínas, gordu-
ras, carboidratos, fibras e vitaminas. Dife-
rentes alimentos apresentam diferentes 
taxas de cada uma destas propriedades, 
e o segredo está em conseguir alimen-
tar-se com aquilo que possa se comple-
mentar entre si. Fazer isso já é um desafio 
e tanto em nosso cotidiano, e fazer isso em 
um acampamento, onde a comodidade é 
mínima e as facilidades são poucas, exige 
bastante criatividade e técnica.
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Isso porque, a variedade de alimentos que 
são viáveis para serem levados em acampamen-
tos é muito mais limitada do que encher o carro no 
supermercado e depois acondicionar os alimentos 
devidamente em casa. Um acampamento exige 
praticidade, com o transporte de coisas pequenas 
e leves, que funcionem sem precisarem de suporte 
de outro objeto ou utensílio, e que sejam extrema-
mente funcionais. Por exemplo, você não irá levar 
um monte de tomates na mochila ou em caixas 
para fazer um molho em um acampamento, mas 
vai deixa-lo pronto antes de sair e transportá-lo em 
uma embalagem bem vedada e que ocupe o me-
nor espaço e peso possível.
Este é apenas um exemplo da praticidade 
que se busca em acampamentos. Tudo vai de-
pender sempre da estrutura que sua atividade vai 
exigir. Estamos tomando como base um acampa-
mento rústico, onde a maior parte dos utensílios 
são levados pelos acampantes, e as refeições se-
rão preparadas em fogo de chão, sem aparelhos 
elétricos e similares. Tenha em mente que quanto 
mais facilidades você tiver em seu acampamento, 
maiores serão suas opções.
A seguir veremos alguns alimentos que po-
dem ser preparados em uma fogueira de acampa-
mento, ou ainda alguns complementos que serão 
úteis em uma refeição campeira. Não daremos a 
você um cardápio pronto, mas diante destas su-
gestões, com mais alguma pesquisa ou receita 
própria e tendo em mente um conhecimento nu-
tricional básico, monte um cardápio balanceado e 
próprio para atender as suas necessidades ao co-
zinhar em uma fogueira.
• Ovos – podem ser feitos de inúmeras ma-
neiras diferentes, desde cozidos em uma panela 
com água, até cozidos dentro de uma crosta de 
barro. Podem também ser fritos em uma frigideira 
ou uma pedra, e até mesmo espetados. Seu gran-
de benefício é justamente a versatilidade em mo-
dos de preparo.
• Pão – é possível levar a massa pronta para 
ser assada na fogueira ou pode ser feito no próprio 
acampamento com farinha, sal e fermento.
Ingredientes: 
500g de farinha de trigo;
1 ovo;
1 colher de sopa de sal.
Preparo: Quebre o ovo e misture 
com a farinha e o sal, amassando os 
ingredientes. Este processo pode ser 
feito em uma embalagem vedável. 
Quando der liga, basta retirá-lo e 
sovar mais um pouco. Em seguida, 
enrole-o em um espeto, e o pão 
de caçador estará pronto para ser 
assado na fogueira. 
Existem diferentes receitas que 
acrescentam outros ingredientes, e 
você pode fazer experiências de acordo 
com seu gosto e criatividade. Esta é a 
receita base e a mais simples para não 
precisar de muitas coisas.
Pão de Caçador
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• Frutas – são importantes em razão do va-
lor nutricional. Uma opção é levá-las desidratadas 
para poupar espaço na bagagem.
• Leite – é rico em gordura e pode ser fervido 
na fogueira e combinado com uma variedade de 
cereais e grãos.
• Massa – de diferentes formatos.
• Arroz – é possível fazê-lo do zero ou com-
prar sua versão pré-cozida. O desafio é fazê-lo em 
uma panela de bambu.
• Feijão – procure pelo feijão pré-cozido em 
mercados. Depois basta acrescentar um pouco de 
água e sua refeição ficará muito melhor.
• Batata – doce ou inglesa, pode ser assada 
na brasa envolta em papel alumínio.
•Cenoura – pode ser assada na brasa envolta 
em papel alumínio ou ainda acrescentada a uma 
panela com água junto de batata, massa e sal for-
mando uma deliciosa sopa.
• Milho – espetado e assado, se ficar um pou-
quinho queimado fica até melhor.
• PVT e Glúten – devem ser preparados por 
quem sabe e de forma antecipada.
• Saladas – alface, rúcula, vagem, couve, exis-
tem muitas variedades. O importante é mantê-las 
bem acondicionadas e frescas.
• Cebola – cebola espetada e assada ou cor-
tada e usada como tempero.
• Temperos – alho, salsinha, cebolinha, man-
jericão, louro... São inúmeros temperos que ocu-
pam pouco espaço na bagagem e darão um sabor 
especial a comida.
• Abobrinha – pode ser cortada e feita à mila-
nesa com farinha de rosca e ovo.
• Mandioca – pré cozida é uma excelente op-
ção até mesmo para ser feita com ovos.
• Moranga – além de ser um ótimo alimento, 
sua casca serve até mesmo como panela.
• Cogumelos – coma somente se souber que 
não são venenosos ou poderão fazer algum mal.
17
Cada um destes alimentos, e vários ou-
tros que não foram mencionados, passam 
por diferentes processos de preparação 
sendo refogados, assados, cozidos ou fritos. 
É importante para um desbravador saber a 
diferença entre cada um destes modos de 
preparo, até mesmo para ampliar sua gama 
de conhecimento e possibilidades e jamais 
“se apertar” quando o assunto for comida 
(mesmo em casa).
Refogar é quase fritar, só que em pou-
ca gordura fervente, ou seja, preparar o ali-
mento em alta temperatura mas com pouca 
gordura (óleo, azeite, manteiga), e mexendo 
ele o tempo todo para misturar bem. Para 
saber se a quantidade de gordura está cer-
ta para refogar, basta que ela molhe o ali-
mento o suficiente e pronto. Já a técnica 
de fritar, exige uma quantidade de gordura 
um pouco maior, para mergulhar o alimen-
to ou molhá-lo muito mais. Batatas e ovos 
são exemplos de alimentos que podem ser 
preparados fritos.
Cozinhar é uma palavra que se aplica 
basicamente a todo processo de preparo 
do alimento. De forma técnica, está mais li-
gada ao ato de usar a água e o fogo para 
preparar um alimento, como o arroz ou um 
ovo cozido, por exemplo. Por fim, a técnica 
de assar é aquela que praticamente não 
envolve gordura além daquela presente no 
próprio alimento. O calor é o meio utiliza-
do no preparo da comida, como no caso do 
pão de caçador, por exemplo, ou de bata-
tas e cenouras que são colocadas na brasa 
para assar, e ainda milhos.
Para estar bem preparado para fazer 
comida mateira, é importante carregar uma 
pequena panela com alça, que se adapte 
aos mais diversos tipos de fogueiras. Um 
caldeirãozinho é indicado quando a ideia 
for construir uma fogueira do tipo cama rá-
pida. A panela é fundamental, porque nela 
o desbravador poderá preparar os alimen-
tos utilizando a maior parte das técnicas. É 
importante no entanto, que essa panela não 
seja pesada demais e consiga comportar o 
volume do alimento que se pretende pre-
parar. Ainda é possível montar uma panela 
improvisada com casca de coco, casca de 
moranga, com bambu e até mesmo fritar 
um ovo na casca de laranja, o que facilita 
bastante no reaproveitamento de alimentos 
e dá um “level-up” nas habilidades mateiras.
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Quando vamos para o meio da nature-
za é importante tomar algumas precauções 
que poderão evitar uma série de incômo-
dos quando o assunto é comida. Um destes 
cuidados é com relação a conservação. Na 
maioria das vezes não teremos comodida-
des ou utensílios que ajudem a manter os ali-
mentos frescos e fora do alcance de animais. 
Para suprir esta carência, algumas técnicas 
usando o que dispomos, poderão ajudar.
Se estivermos nas proximidades de al-
gum riacho, pode-se vedar os alimentos em 
sacolas ou caixas adequadas, adicionar um 
peso dependendo do alimento, e amarrar 
em uma árvore ou pedra para em seguida 
colocá-lo na água, tomando todo o cuida-
do para que a correnteza não o leve. Assim 
nosso alimento estará fresco e protegido da 
ação da maioria dos animais. Outra possibi-
lidade é cavar um buraco no chão de apro-
ximadamente 80cm, uma profundidade em 
que a umidade da terra tem uma ação iso-
lante, para enterrar os alimentos, desde que 
bem vedados e protegidos. Após colocar o 
alimento dentro do buraco, deve-se prote-
ger com uma barreira de madeira ou taqua-
ra, cobrindo novamente com uma camada 
de terra. Uma terceira técnica, seria erguer 
os alimentos ensacados ou em uma rede, 
com uma corda em um galho ou varal de 
pioneiria. Para evitar o ataque, principalmen-
te de insetos, o alho é um repelente natural 
que pode ser utilizado, devendo ser moído e 
passado por toda a corda.
Cuidados Importantes
com os alimentos
Ainda uma outra forma bastante útil, 
que exige um pouco mais de trabalho, é a 
construção de pioneirias. Fazer uma pia de 
acampamento, uma mesa, ou um utensílio 
que possibilite armazenar tanto os alimen-
tos quanto os equipamentos, é algo vital em 
acampamentos que vão exigir uma estrutura 
maior. Construir uma verdadeira cozinha ma-
teira utilizando técnicas de pioneirias, pode 
não ser a tarefa mais fácil, mas com certe-
za vai ajudá-lo a se organizar de uma forma 
muito mais precisa e segura.
Um cuidado que também envolve as 
panelas e equipamentos usados para cozi-
nhar, é a questão da higiene. É importante 
em quaisquer circunstâncias e, durante um 
acampamento, trilha ou passeio na natureza, 
não poderia ser diferente. Todos os utensílios 
devem ser limpos antes de serem utilizados 
e devidamente lavados, após o uso, em água 
corrente e limpa. Ao fazer isso, tenha o cui-
dado em utilizar itens biodegradáveis para 
não prejudicar o meio ambiente. Quando co-
zinhamos em fogueira, estamos ao ar livre, 
e expostos a micro-organismos diferentes 
daqueles com que nosso corpo está habi-
tuado, sendo possível que haja alguma re-
ação adversa e negativa para nossa saúde 
quando não limpamos cada item de forma 
cuidadosa e correta. Além disso, a limpeza 
adequada em um acampamento evita a pro-
liferação de moscas e outros insetos, e evita 
atrair roedores e outros animais, até mesmo 
os peçonhentos.
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Referências:
https://www.unimed.coop.br/viver-bem/alimentacao/dez-dicas-para-uma-alimentacao-saudavel
https://www.ecodurismo.com.br/post/2018/01/04/a-arte-de-cozinhar-durante-o-acampamento
O mais completo guia de sobrevivência – ed. Catapulta
O livro perigoso para garotos – Conn e Hal Iggulden
O livro das garotas audaciosas – Andrea J. Buchannan & Miriam Peskowitz
https://www.youtube.com/watch?v=iFK0r0txNN0
http://fuiacampar.com.br/pao-de-cacador/
https://socorronacozinha.com.br/refogar/
Manual Sobrevivência na Selva – IP 21 – 80 (Instruções Provisória) - Exército Brasileiro – 2ª Edição – 1999.
1. Preparar, entre as seguir, cinco diferentes tipos de fogueiras e saber o uso 
específico de cada uma. Dois destes devem ser próprios para cozinhar alimentos:
a) Fogo do Conselho
b) Altar de Cozinha
c) Fogo de Trincheira
d) Cercadura de Pedra
e) Cama Rápida
f) Fogo Estrela
g) Fogo de Caçador
h) Fogo Refletor
2. Preparar madeira e gravetos com segurança.
3. Demonstrar as técnicas corretas de começar uma fogueira.
4. Começar uma fogueira com um palito de fósforo e mantê-la acesa por, no 
mínimo, 10 minutos.
5. Conhecer e praticar cinco regras de segurança.
6. Demonstrar como cortar corretamente madeira para fogueira.
7. Demonstrar habilidade para começar uma fogueira em tempo chuvoso.
8. Demonstrar habilidade para refogar, cozinhar, fritar e assar alimentos. Assar um 
pão num espeto e assar outro alimento em papel alumínio.
9. Conhecer um método natural, além do gelo, para manter os alimentos gelados/
frios enquanto estiver acampando.
10. Conhecer maneiras de manter o alimento e utensílios a salvo de ataque de 
animais e insetos.
11. Por que é importante manter limpos os utensílios usados para cozinhar e 
comer?
12. Demonstrar conhecimento da nutrição apropriada e combinação de alimentos, 
fazer um cardápio completo e balanceado para seis refeições de acampamento. Incluiro seguinte:
a) Um desjejum, almoço ou jantar para um dia de caminhada, no qual a alimentação 
leve é importante. A refeição não deve ser cozida, pois perde muito de seus valores 
nutritivos.
b) As cinco refeições restantes podem ser feitas com qualquer tipo de comida: 
alimentos enlatados, frescos, congelados ou desidratados.
13. Fazer uma lista dos suprimentos que serão necessários para preparar as seis 
refeições acima.
14. Saber como preparar os alimentos com segurança, dispor do lixo 
adequadamente e lavar os utensílios.
Requisitos
acompanhe seu desenvolvimento
ME

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