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@veterinariando_ Intestino delgado Diarreias agudas • Caracterizada como aumento de água nas fezes, com presença de dor e aumento na frequência e do volume fecal • Diarreia aguda → início repentino e com duração de até 7 dias (quadro comum em cães e gatos) • Quadro pode estar associado com: vômitos, dores abdominais, borborigmos entre outros sintomas • Não há necessidade de realização de testes diagnósticos → Causas comuns, são: alteração ou intolerância na dieta, medicamentos, toxinas, parasitas intestinais, presença de microrganismos infecciosos, distúrbios sistêmicos ou metabólicos Diarreias agudas relacionadas a dieta, parasitos e medicamentos = menor gravidade e autolimitante → Diarreias agudas graves necessitam de intervenção por trazerem risco ao paciente Quadro com maior recorrência em animais menores ou com até 1 ano de idade Geralmente possui como causa enterites infecciosos, como a parvovirose → Existem 4 principais mecanismos de ação envolvidos na diarreia aguda: 1. Alterações de osmolaridade 2. Distúrbios que promovem a hipersecreção 3. Aumento na taxa de permeabilidade das mucosas 4. Alteração da motilidade intestinal Geralmente ocorrem por distúrbios absortivos, onde os nutriente não são devidamente digeridos e absorvidos, permanecendo no lúmen do intestino e atraindo osmoticamente concentrações elevadas de água Esses mesmos nutrientes que estão retidos podem ocasionar crescimento bacteriano e aumento na fermentação Causas desse tipo de diarreia : excesso de alimento, trocas repentinas na alimentação e ingestão de alimento que possui baixa digestibilidade Ocasionado pela estimulação excessiva nas criptas dos enterócitos, que irá secretar elevadas concentrações no volume de fluido Esse aumento de volume excede a capacidade de absorção do intestino São alterações mais comuns em causas infecciosas, como: bacilos e salmonela Os subprodutos secretados durante o crescimento bacteriano, também é responsável por hiperestimular as secreções intestinais Tem como resultado a perda de fluidos, eletrólitos, proteínas e hemácias no interior do lúmen do intestino Esse aumento de permeabilidade, geralmente está relacionado com: processos erosivos, úlceras, inflamações e neoplasias De forma geral, são condições secundárias a distúrbios que provocam diarreia A redução das contrações segmentares do intestino e o aumento no transporte de substâncias ingeridas excedem as capacidades de digestão e absorção do intestino Podem ser decorrentes dos produtos do metabolismo do crescimento de bactérias, comum em doenças inflamatórias e hipertireoidismo felino → Diarreias moderadas a graves podem ser responsáveis por quadros clínicos importantes, como: desidratação, choque hipovolêmico, distúrbios eletrolíticos e acidobásicos. Além disso, o animal pode apresentar hipopotassemia, hipocalemia e hiponatremia → A acidose metabólica é decorrente das perdas intestinais de bicarbonato e pela desidratação, seguindo para um quadro de hipovolemia, metabolismo anaeróbio e produção de ácido láctico → Óbito → secundário aos desequilíbrios hidroeletrolíticos → Importante a coleta de dados pelo histórico clínico detalhado → Filhotes de cães e gatos são mais suscetíveis → histórico é importante para a verificação de dados e exclusão de algumas causas, como: problemas na dieta, exposição a substâncias tóxicas, plantas, medicamentos, vacinação ou exposição com contactantes doentes → Diarreias agudas → decorrentes de problemas que ocorrem em intestino grosso ou distúrbios combinado entre intestino grosso e delgado Sintomas associado a intestino delgado: melena, frequência de defecção normal a levemente aumentada e produção de grande volume de conteúdo fecal por evacuação Sintomas associado ao intestino groso: hematoquezia, tenesmo, excesso de muco, frequência de defecação moderada a extremamente alta e redução de volume de fezes por defecação. Além disso, vômitos, depressão, redução de apetite e dor abdominal pode estar associados → Palpação abdominal – presença de gases ou fluídos, distensão de alças intestinais e dor abdominal → Desidratação – avaliação por meio de mucosa que se apresenta ressecada, há perda de elasticidade da pele, prolongamento de TPC, extremidade se apresentam frias e há enoftalmia → Quadros sistêmicos – febre, icterícia, ascite, linfadenopatias, oligúria ou anúria, hepatomegalia, secreções nasais ou oculares e tosse → Importante determinar a gravidade do problemas, se é uma diarreia autolimitante ou se o animal apresenta um quadro de risco → Alterações de estado grave → desidratação de moderada a grave, dor abdominal, melena ou hematoquezia, prostração, massa abdominal palpável, êmese ou sinais sistêmicos Nesses casos podem ser solicitados: hemograma e contagem de plaquetas, glicemia, proteínas totais e albumina sérica, ureia e potássio séricos Filhotes com quadros de gastrenterites hemorrágicas → necessidade de tratamento suporte agressivo Animais imunossuprimidos → devem ser internados para avaliação → Fluidoterapia com soluções de Ringer com lactato ou NaCl 0,9% devem ser administrados para repor a volemia do paciente → A reposição das perdas estimadas deve ser feita nas primeiras 4-6h → Reposição de potássio sérico – é feita por meio de sua adição aos fluidos parenterais (o ideal é que a reposição se baseie na concentração encontrada no plasma, mas caso não havendo possibilidade de dosar a reposição empírica deve ser feita) → Glicose – indicada para pacientes em estado de hipoglicemia → Antibioticoterapia – preconizada para prevenir sepse, devido a translocação de bactérias Frequentemente utiliza-se: quinolonas ou cefalosporinas e metronidazol A administração de antibióticos pode não ser necessária → Controle de êmese – utilização de Ondansetrona (0,5mg/kg IV a cada 12) ou maropitano (2mg/kg SC a cada 24h) → Suporte nutricional → é fundamental, o restabelecimento da nutrição enteral precoce por meio da utilização de sonda nasoesofágica é indicado assim que houver controle da hidratação e da êmese → Outras medidas – transfusão de plasma + heparina (em pacientes com coagulação intravascular disseminada) e hipoalbuminemia grave (uso de albumina humana ou coloides sintéticos) • Exames mais simples ou menor quantidade de exames já são o suficiente para definir um diagnósticos: exames seriados de amostras de fezes, cultura de material fecal, citologia fecal e mensuração de proteínas totais sanguíneas e hematócrito • Importância dos exames – definir grau de desidratação e fornecimento de valores que servirão como parâmetro caso ocorra persistência dos sintomas • Suspeite de intolerância ou sobrecarga alimentar – retirar da dieta o fator desencadeante do quadro e considerar oferecer uma dieta terapêutica de alta digestibilidade (realizar adaptação gradativa em casos de nova dieta ) • Parasitos gastrointestinais – desequilíbrio resolvido em cerca de 3 dias após a administração de antiparasitários corretos • Agente causador desconhecido – diagnóstico de diarreia aguda autolimitante pode ser considerado e adoção de terapêutica sintomática deve ser utilizada → Diarreias autolimitantes → prognóstico excelente → Diarreias graves depende de alguns fatores (gravidade dos distúrbios eletrolíticos, resposta a terapêutica, necessidade de terapêutica invasiva e cirurgia) → prognóstico reservado a ruim Diarreias crônicas • É considerada crônica quando o quadro persiste por mais de 3 semanas VOLUME Aumentado (>3x) Normal a aumentado ASPECTO Pastosa/ aquosa Variável FREQUÊNCIA DE DEFECAÇÃO Aumentada (2-4x ao dia) Aumentada (3-10x ao dia) MUCO RaroFrequente SANGUE Melena Hematoquezia ESTEATORREIA Pode ou não estar presente Ausente BORBORIGMOS Pode ou não estar presente Pode ou não estar presente DISQUEZIA/ TENESMO Ausente Frequente URGÊNCIA Pode ou não estar presente Frequente EMAGRECIMENTO Pode ou não estar presente Ausente ÊMESE Frequente Frequente APETITE Variável Normal ou reduzido → Classificadas como: doenças de má digestão (intraluminais) e doenças de má absorção (mucosa intestinal) → Linfangiectasia → distúrbio pós- mucosa (devido à sua localização na submucosa) • Parasitismo • Insuficiência pancreática exócrina • Supercrescimento bacteriano intestinal • Síndrome do intestino curto • Hipersensibilidade alimentar • Doença inflamatória intestinal • Linfoma intestinal ou outras neoplasia • Linfangiectasia (congênita ou adquirida) Abordagem inicial → exames (hemograma, bioquímica sérica com dosagem de proteínas totais e albumina, triglicéride e colesterol e exame de urina) Ultrassom → visualizar perda da estratificação das camadas do intestino e linfadenopatia (sugestivo de doença grave) o Termo utilizado para doenças clinicamente heterogêneas, idiopáticas, caracterizadas por inflamação da mucosa intestinal o Mais comuns: enterite linfocítica- plasmocítica, enterite eosinofílicas e enterite granulomatosa o Etiologia → multifatorial, podendo ser uma doença genética imunomediada e uma resposta imune contra antígenos da dieta ou dos microrganismo intraluminais o Inflamação crônica → alterações na arquitetura da mucosa intestinal provocando síndrome de má absorção o Diagnóstico → exclusão de outras causas de diarreia e por meio da avaliação de achados em biopsia o Tratamento → tratamentos farmacológicos com imunossupressores + dieta hipoalergênica ou de eliminação Prednisona → primeira escolha para cães (1 a 2mg/kg a cada 24h por 2-4 semanas) – fazer desmame até a retirada completa do medicamento Azatioprina → pode ser associada com corticoides (indicado para pacientes que desenvolvem efeitos adversos ou refratárias aos corticoides) – realizar monitoramento de hemograma a cada 7 dias por 2 meses devido ao risco de mielossupressão grave. Dose de 2mg/kg VO a cada 24h por 30 dias Ciclosporina → indicado para casos graves de enterite linfocítica-plasmocítica refratarias ao uso de corticoides. Usar dose de 5- 10mg/kg VO a cada 24h o É um síndrome heterogênea, decorrente da dilatação dos vasos linfáticos da mucosa e submucosa do TGI o Forma congênita → má formação dos vasos linfáticos o Forma adquirida → a dilatação dos vasos ocorre devido obstrução da drenagem linfática, que podem ter como causa alterações da arquitetura da mucosa e da submucosa do intestino por inflamação, infiltração ou obstrução por lipogranulomas o Hipoproteinemia grave, hipocolesterinemia e linfopenia → indicativos de quadro de linfangiectasia o As alterações hematológicas são decorrentes da obstrução do fluxo linfático, que causa perda da linfa para o lúmen do intestino. Essa linfa contém proteínas plasmáticas, linfócitos, lipídeos e vitaminas lipossolúveis o Sintomatologia em cães → diarreia, vomito e anorexia, podendo apresentar ascite devido a redução da pressão oncótica plasmática. Além disso pode ocorrer hipocalcemia, devido a má absorção de vitamina D o Tratamento → depende da causa base e por meio do diagnóstico através da avaliação de biopsias Linfangiectasia inflamatória – tratar causa base, ou seja, a inflamação Linfangiectasia lipogranulosa – dieta restrita em gordura
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