o ideal ainda é a prevenção, portanto buscar no ambiente de trabalho, a adequação de cadeiras e mesas é o ideal para 17 protegê-la. Mas, quando não for possível contar com um escritório mais adequado, o indivíduo deve procurar sempre sentar em cadeiras com encosto reto. Atualmente várias empresas já buscam a melhoria da qualidade do trabalho dos empregados e já estabelecem uma série de programas como forma de incentivar a saúde do trabalhador. Nas grandes capitais e áreas mais industrializadas, o empresariado, já consciente de eventuais problemas, está investindo nestes programas, como também, em estudos sobre as vantagens da ergonomia para a melhoria da produção nas empresas. Se por um lado, o uso da ergonomia pode sugerir maior gasto, por outro representa uma economia para a empresa e como benefício, a melhoria da saúde do trabalhador e da sociedade. 5 ATRIBUTO DA ANÁLISE ERGONÔMICA DO TRABALHO Ao avaliar a organização do trabalho, deve-se prestar atenção nos documentos referentes ao trabalho real e ao trabalho prescrito na análise de requisitos e tarefas. O trabalho real constitui-se nas tarefas que o colaborador realiza diariamente em seu ambiente de trabalho, chamadas de tarefas reais. Por outro lado, o trabalho prescrito é aquele que está definido e escrito nas atribuições do cargo; portanto, quando o trabalhador executa as atividades que estão prescritas na sua atribuição, ele executa o trabalho especificado. É importante observar sempre a situação real de trabalho, levando em consideração a divisão de trabalho esperada com base na hierarquia organizacional, nível de escolaridade, treinamento pessoal e experiência, por exemplo. A partir daí, a descrição da produção relativa ao tempo destinado às tarefas é referenciada à realidade desse trabalhador. Em uma entrevista detalhada, podem ser coletadas notas sobre as variações diárias, semanais e mensais do volume de atendimento, incluindo variações e complicações mais frequentes. Nesse sentido, algumas empresas adotam sistemas de registro dessas variáveis, que podem ser úteis em análises comparativas. No entanto, uma possível abordagem menos mecanicista para coletar informações de trabalhadores na análise de tarefas é interessante. 18 A análise do local de trabalho visa investigar as tarefas, posturas e movimentos dos trabalhadores, bem como as exigências físicas e cognitivas do trabalho realizado (IIDA, 2005). A NR 17 estabelece que onde as atividades exijam constante necessidade e atenção intelectual, como em salas de controle, laboratórios, escritórios, salas de desenvolvimento ou análise de projetos, Brasil (1990), aponta que: a) os níveis de ruído, a serem medidos por meio de decibelímetro nos postos e no ambiente de trabalho. É indicado que os níveis de ruído sejam medidos próximo à zona auditiva, e as demais variáveis, na altura do tórax do trabalhador. Assim, a medição de ruído em salas de reunião de escritório, por exemplo, deve obedecer ao limite de 30 a 40dB (A) ou 25 a 35NC, entre outras especificações de locais de trabalho que devem ser consultadas na NBR 10.152. b) O índice de temperatura efetiva deve ficar entre 20 e 23°C, podendo ser medido por meio de um termômetro de globo bulbo seco úmido. c) A velocidade do ar não deve ser superior a 0,75 m/s, podendo ser medida por meio de anemômetro. d) A unidade relativa do ar não deve ser inferior a 40%. 8 Análise ergonômica do trabalho A análise dos trabalhos estático e dinâmico é feita por meio do estudo das posturas do trabalhador durante as suas atividades. O trabalho estático requer contração constante de certos músculos para manter uma determinada posição. No trabalho dinâmico, as contrações e o relaxamento dos músculos são alternados. As posturas referem-se à posição das partes do corpo. Segundo Iida (2005), existem três situações em que a má postura pode produzir danos: Nos trabalhos estáticos; Nos trabalhos que exigem muita força; Nos trabalhos que exigem posturas desfavoráveis. Outras condições, quando adicionadas a essas posturas, como trabalho em pé leve ou trabalho pesado ou de precisão, também devem ser avaliadas simultaneamente. As condições de trabalho no ambiente são exemplos de medidas que devem ser adaptadas às características dos trabalhadores. Quando o objetivo é o conforto ambiental, o foco está na adaptação adequada do colaborador ao ambiente para realizar a tarefa; se o objetivo é o conforto térmico, envolve processos de transferência de calor (por exemplo, condução, convecção, evaporação e condensação) e radiação, 19 apropriados em situações em que há equilíbrio entre a produção de calor e a perda de calor (WEBER, 2018). As condições de iluminação no local de trabalho também são importantes. Todas as superfícies do campo visual devem possuir a mesma ordem de luminosidade, além de levar em conta as adaptações no desempenho ocular, como nos ofuscamentos. De acordo com WEBER (2018), os ofuscamentos podem ser classificados em: Relativos: por excessivos contrastes de claridade em diferentes partes do campo visual. Absolutos: quando a fonte de luz é muito clara, tornando difícil a adaptação. Adaptativos: de forma temporária quando sai de um quarto escuro. A iluminação deve ser medida por meio de luxímetro com fotocélula corrigida para a sensibilidade do olho humano, para conforto visual e bom desempenho óptico. Além disso, as condições devem ser atingidas em função do ângulo de incidência, com ênfase na quantidade de luz refletida ou emitida sobre uma superfície de forma adequada, com equilíbrio especial das luminâncias das superfícies, uniformidade temporal da iluminação e eliminação do ofuscamento com luzes apropriadas (KROEMER; GRANDJEAN, 2007). Outros fatores devem ser considerados como, a avaliação do trabalho manual sentado ou que tenha de ser feito em pé exige mobiliário que atenda ao estabelecido na NR17 e que permita variações posturais, com ajustes de fácil acionamento, de modo a prover espaço suficiente para o conforto do trabalhador. Para isso, alguns parâmetros são necessários, como monitores de vídeo e teclados com mecanismos de regulagem, bancada com medidas calculadas, inclusive para zonas de alcance a partir do ombro do operador em posição de trabalho, plano de trabalho com bordas arredondadas e assentos conforme padronização normativa. Nas atividades de processamento eletrônico de dados, devem ser analisadas as exigências de digitação: não deve ser levado em consideração o número individual de toques sobre o teclado para efeito de remuneração. Assim, Análise ergonômica do trabalho o empregador não deve solicitar um número máximo de toques reais maior 20 que 8 mil por hora trabalhada, e o tempo efetivo de entrada de dados não deve exceder o limite máximo de 5 horas, com, no mínimo, uma pausa de 10 minutos para cada 50 minutos trabalhados, não deduzidos da jornada de trabalho. O Anexo I da NR17 regulamenta as condutas ergonômicas dos sistemas de autosserviço e checkout, como supermercados, hipermercados e comércio atacadista, estabelecendo que o trabalho dos operadores de checkout deve (BRASIL, 2021): Atender às características antropométricas de 90% dos trabalhadores; Certificar a postura para o trabalho na posição sentada e em pé, respeitando os ângulos-limite e as trajetórias naturais dos movimentos, com mobiliário sem quinas vivas ou rebarbas; Oferecer apoio para os pés, independentemente da cadeira; Aderir, em cada posto de trabalho, um sistema de esteira eletromecânica para melhor movimentação de mercadorias nos checkouts com cumprimento de 2,70 metros ou superior. O Anexo II da NR17 regulamenta as condutas ergonômicas do trabalho em atendimento de telemarketing/teleatendimento, setores e postos