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Maysa Veiga – Odontologia - UFPE 
Patologia oral & maxilofacial / Neville, B; et al. Rio de Janeiro: Elsevier , 2009. 3ª edição. 
 
Mucocele 
É um fenômeno de extravasamento de muco, é 
uma lesão comum da mucosa oral resultante da 
ruptura de um ducto de glândula salivar menor 
e o extravasamento da mucina para dentro dos 
tecidos moles adjacentes. Este extravasamento 
geralmente é resultante de um trauma local de 
rápido crescimento. A mucocele não é um cisto 
verdadeiro porque não tem revestimento 
epitelial circundante, se forma um tecido de 
granulação na periferia da saliva formando um 
nódulo bem delimitado e macrófagos são vistos 
em sua microscopia. Em alguns casos, um ducto 
salivar rompido pode ser identificado 
desembocando dentro da área. As glândulas 
salivares menores adjacentes geralmente contêm 
um infiltrado inflamatório crônico e ductos 
dilatados. Podem ter seus tamanhos variando de 
1 a 2 mm a alguns centímetros. 
São mais comuns em crianças e adultos jovens, 
talvez pelo fato de os indivíduos mais jovens 
estarem mais propensos a experiências de 
trauma que induz ao extravasamento de mucina. 
Muitos pacientes relatam uma história de 
aumentos de volume recorrentes, que podem 
romper-se periodicamente e liberar seu conteúdo 
fluido por conta do epitélio que fica muito fino e 
pode romper com qualquer pressão e às vezes a 
formação de uma úlcera na área. O local mais 
comum é o lábio inferior, mas também podem 
aparecer no ventre da língua onde tem maior 
chance de recidiva. 
Algumas mucoceles são lesões autolimitantes 
que se rompem e cicatrizam sozinhas. 
Entretanto, muitas dessas lesões são de natureza 
crônica, e a excisão cirúrgica local é necessária. 
Para minimizar o risco e recorrência, o cirurgião 
deve remover qualquer glândula salivar menor 
que possa localizar-se dentro da lesão quando a 
área for excisada. O tecido excisado deve ser 
submetido à avaliação microscópica para 
confirmar o diagnóstico e descartar a 
possibilidade de tumores de glândula salivar. O 
prognóstico é excelente, embora ocasionalmente 
algumas mucoceles possam recidivar, 
necessitando de reexcisão, especialmente se as 
glândulas subjacentes não tiverem sido 
removidas. 
 
 
 
 
Rânula 
É um termo usado para mucoceles que ocorrem 
no soalho de boca. A origem da mucina 
extravasada é usualmente a glândula sublingual, 
mas as rânulas podem também se originar do 
ducto da glândula submandibular ou, 
possivelmente, das glândulas salivares menores 
presentes no soalho de boca. Grandes rânulas 
Maysa Veiga – Odontologia - UFPE 
Patologia oral & maxilofacial / Neville, B; et al. Rio de Janeiro: Elsevier , 2009. 3ª edição. 
usualmente originam-se do corpo da glândula 
sublingual, embora lesões pequenas possam se 
desenvolver ao longo da prega sublingual a partir 
dos ductos superficiais de Rivini. 
A rânula em geral se apresenta como um 
aumento de volume flutuante, de formato 
abaulado e coloração azulada no soalho de boca, 
embora lesões profundas possam apresentar a 
coloração normal da mucosa. As rânulas são 
vistas mais frequentemente em crianças e 
adultos jovens. Estas lesões tendem a ser maiores 
que as mucoceles nas localizações orais, 
geralmente se desenvolvendo como grandes 
massas que preenchem o soalho da boca e 
elevam a língua. 
A rânula, em geral, localiza-se lateralmente à 
linha média, uma característica que pode 
auxiliar no diagnóstico diferencial do cisto 
dermoide da linha média. Assim como algumas 
mucoceles, as rânulas podem se romper e liberar 
seu conteúdo mucinoso, e então se formam 
novamente. 
➢ Rânula Mergulhante: ocorre quando a 
mucina extravasada disseca através do 
músculo milo-hioide e produz o aumento 
de volume dentro do pescoço 
 
A aparência microscópica da rânula é similar à 
da mucocele em outras localizações clínicas. A 
mucina extravasada incita a formação de um 
tecido de granulação reacional que tipicamente 
contém macrófagos espumosos. 
O tratamento da rânula consiste na remoção da 
glândula sublingual e/ou marsupialização. A 
marsupialização (descompressão) consiste na 
remoção da porção superior da lesão intraoral, 
que geralmente pode ser bem-sucedida para as 
rânulas pequenas e superficiais associadas aos 
ductos de Rivini. Entretanto, a marsupialização 
geralmente não é bem-sucedida para as rânulas 
grandes que se desenvolvem a partir do corpo da 
glândula sublingual, e a maioria dos autores 
enfatiza que a remoção da glândula afetada é 
uma importante consideração na prevenção de 
recorrências da lesão. Se a glândula for 
removida, pode não ser necessária a dissecção 
meticulosa do limite da lesão para sua resolução, 
mesmo para as rânulas mergulhantes. 
 
 
Cisto do Ducto Salivar 
 É uma cavidade delimitada por epitélio que 
surge a partir do tecido da glândula salivar. Ao 
contrário das mucoceles comuns, é um cisto de 
desenvolvimento verdadeiro delimitado por 
epitélio que é separado dos ductos salivares 
normais adjacentes. A causa deste cisto é incerta. 
Também pode ocorrer a dilatação dos ductos 
salivares semelhantes a um cisto 
secundariamente a uma obstrução ductal (p. ex., 
tampão de mucina e sialolito), que cria uma 
pressão intraluminal aumentada. Embora alguns 
autores relatem estas lesões como cistos de 
retenção mucosos, elas provavelmente 
representam ectasias ductais e não cistos 
verdadeiros. usualmente ocorrem em adultos e 
podem surgir tanto dentro das glândulas 
salivares maiores quanto das menores. 
Os cistos das glândulas salivares maiores são 
mais comuns dentro da glândula parótida, 
apresentando-se como aumento de volume de 
crescimento lento e assintomático. Os cistos 
intraorais podem ocorrer em qualquer 
localização onde haja glândula salivar menor, 
porém ocorrem com maior frequência no soalho 
Maysa Veiga – Odontologia - UFPE 
Patologia oral & maxilofacial / Neville, B; et al. Rio de Janeiro: Elsevier , 2009. 3ª edição. 
de boca, na mucosa jugal e nos lábios. Estas 
lesões geralmente se assemelham às mucoceles e 
são caracterizadas por aumentos de volume 
flutuantes e de consistência amolecida. Alguns 
cistos podem ser relativamente firmes à palpação 
. As lesões individuais geralmente apresentam 
nódulos dolorosos que exibem orifícios ductais 
dilatados na superfície mucosa. Pode ser 
observada a drenagem de muco ou pus desses 
ductos dilatados. O revestimento do cisto do 
ducto salivar é variável e pode consistir em 
epitélio cuboidal, colunar, ou pavimentoso 
atrófico circundando o lúmen contendo uma 
secreção fluida ou mucoide. Os cistos do ducto 
salivar isolados são tratados através da excisão 
cirúrgica conservadora. Para os cistos nas 
glândulas salivares maiores, a remoção parcial 
ou total da glândula pode ser necessária. A lesão 
não sofre recidivas. 
 
 
 
Sialolitíase 
Os sialólitos são estruturas calcificadas que se 
desenvolvem dentro do sistema ductal salivar da 
glândula submandibular. Os pesquisadores 
acreditam que eles surgem através da deposição 
de sais de cálcio ao redor de um ninho de debris 
na luz do ducto. Os debris podem incluir um 
muco espesso, bactéria, células do epitélio do 
ducto ou corpos estranhos. A causa dos sialólitos 
é incerta, mas sua formação pode ser provocada 
pela sialadenite crônica e pela obstrução parcial. 
Seu desenvolvimento não está relacionado a 
nenhum transtorno sistêmico do cálcio ou do 
metabolismo do fósforo. 
Os sialolitos também podem se formar dentro 
das glândulas salivares menores, mais 
comumente nas glândulas do lábio superior e da 
mucosa jugal. Os cálculos salivares podem 
ocorrer em qualquer faixa etária, porém, 
ocorrem mais comumente em adultos jovens e 
de meia-idade. A sialolitíase das glândulas 
salivares maiores com muita frequência causa 
episódios de dor ou aumento de volume na 
glândula afetada, particularmente durante as 
refeições. A gravidadedos sintomas é variada, 
dependendo do grau de obstrução e da 
quantidade de pressão negativa resultante 
produzida dentro da glândula. Se o cálculo 
estiver localizado próximo à porção terminal do 
ducto, um aumento de volume duro pode ser 
palpado logo abaixo da mucosa. 
Os sialólitos pequenos das glândulas maiores 
podem, algumas vezes ser tratados de forma 
conservadora com massagens na glândula e 
esforço para expelir a pedra através do orifício 
do ducto. Os sialogogos (drogas que estimulam 
o fluxo salivar), a aplicação local de calor e o 
aumento da ingestão de líquidos também podem 
promover a saída da pedra. Os sialólitos grandes 
usualmente necessitam de remoção cirúrgica. 
Caso ocorra um dano inflamatório significativo 
dentro da glândula, esta também deverá ser 
removida. Os sialólitos das glândulas salivares 
menores são mais bem tratados por excisão 
cirúrgica, incluindo a glândula associada. 
 
Maysa Veiga – Odontologia - UFPE 
Patologia oral & maxilofacial / Neville, B; et al. Rio de Janeiro: Elsevier , 2009. 3ª edição. 
Sialoadenites 
A inflamação das glândulas salivares pode ser 
oriunda de diversas causas infecciosas e não 
infecciosas, nessas são causadas por Sarcoidose, 
pós radioterapia, síndrome de Sjögren e 
idiopáticas. A infecção viral mais comum é a 
caxumba, embora outros vírus possam causar 
infecções das glândulas salivares, incluindo 
Coxsackie A, ECHO, coriomeningite, 
parainfluenza e o citomegalovírus (em recém-
nascidos). A maioria das infecções bacterianas 
surge como resultado da obstrução ductal ou da 
diminuição do fluxo salivar, permitindo a 
disseminação retrógada das bactérias através do 
sistema ductal. 
➢ Sialoadenite Necrotisante Subaguda: é 
uma forma de inflamação das glândulas 
salivares que ocorre comumente em 
adolescentes e adultos jovens. A lesão 
usualmente envolve as glândulas 
salivares menores do palato duro e do 
palato mole, apresentando-se como um 
nódulo doloroso recoberto por mucosa 
eritematosa intacta. Esta lesão não ulcera 
ou destaca tecido necrótico. Têm sido 
consideradas causas alérgicas ou 
infecciosas para esta condição. 
Em pacientes com sialadenite aguda, observa-se 
um acúmulo de neutrófilos dentro do sistema 
ductal e acinar. A sialadenite crônica é 
caracterizada por uma infiltração difusa ou focal 
no parênquima glandular por linfócitos e 
plasmócitos. É comum a atrofia dos ácinos, bem 
como a dilatação dos ductos. Se houver a 
presença de fibrose associada, o termo 
sialadenite crônica esclerosante é utilizado. A 
sialadenite necrosante subaguda é caracterizada 
por um intenso infiltrado inflamatório misto que 
consiste em neutrófilos, linfócitos, histiócitos e 
eosinófilos. Há perda da maioria das células 
acinares, e a maioria dos remanescentes exibe 
necrose. Os ductos tendem a estar atróficos e não 
apresentam hiperplasia ou metaplasia escamosa. 
O bloqueio do ducto pode ser causado por 
sialolitíase, estreitamentos congênitos, ou por 
compressão pela presença de um tumor 
adjacente. A diminuição do fluxo salivar pode 
ser resultante da desidratação ou de medicações 
que inibem as secreções. A glândula afetada 
apresenta-se com aumento de volume e 
dolorida, e a pele sobrejacente pode apresentar-
se quente e eritematosa. Podem estar presentes 
febre baixa e trismo. Quando a glândula é 
massageada, geralmente é observada uma 
drenagem purulenta a partir do orifício do ducto. 
Sua etiologia é desconhecida não estando 
relacionadas à alterações no metabolismo 
sistêmico de cálcio e ferro podendo acometer 
jovens e adultos. 
O tratamento da sialadenite aguda inclui 
antibioticoterapia apropriada e a reidratação do 
paciente para estimular o fluxo salivar. A 
drenagem cirúrgica pode ser necessária se 
houver formação de abscesso. Embora este 
esquema terapêutico seja geralmente eficiente, 
tem sido relatada uma taxa de mortalidade de 
20% a 50% em pacientes debilitados, em 
decorrência da disseminação da infecção e sepse. 
A conduta da sialadenite crônica depende da 
gravidade da condição e varia de uma terapia 
conservadora até a intervenção cirúrgica.

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