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livro Conforto térmico e luminotécnico

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Prévia do material em texto

Indaial – 2020
e Acústico
Prof. Vanderlei Rotelli
1a Edição
conforto térmico, 
Luminotécnico 
Elaboração:
Prof. Vanderlei Rotelli
Copyright © UNIASSELVI 2020
Revisão, Diagramação e Produção:
Equipe Desenvolvimento de Conteúdos EdTech
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada pela equipe Conteúdos EdTech UNIASSELVI
Impresso por:
R843c
Rotelli, Vanderlei
 Conforto térmico, luminotécnico e acústico. / Vanderlei Rotelli. – 
Indaial: UNIASSELVI, 2020.
 240 p.; il.
 ISBN 978-65-5663-182-0
 ISBN Digital 978-65-5663-180-6
 1. Conforto ambiental. - Brasil. 2. Conforto luminotécnico. – Brasil. 
Centro Universitário Leonardo da Vinci.
CDD 720.47
Olá, acadêmico! Seja bem-vindo ao Livro Didático Conforto Térmico, Luminotécnico 
e Acústico, que apresentará os principais conceitos relacionados ao conforto ambiental, e 
que devem ser aplicados pelos designers de interiores nos seus projetos.
De posse de algumas informações acerca desses assuntos, o designer pode 
melhorar a qualidade de vida do usuário. O livro está estruturado em três unidades, 
estas que pretendem discutir os temas apresentados.
A Unidade 1 tratará do conforto térmico nas edificações, apresentando alguns 
conceitos e algumas alternativas que podem ser utilizados pelo designer de interiores.
 
A Unidade 2 procurará explicitar as ideias a respeito do conforto acústico, 
falando sobre as principais formas de absorção e de isolamento acústico.
A Unidade 3 introduzirá o conforto luminotécnico, discorrendo sobre alguns 
conceitos físicos e fisiológicos da luz, sobre os vários efeitos luminosos e os principais 
tipos de luminárias. 
Boa leitura e bons estudos!
Prof. Vanderlei Rotelli
APRESENTAÇÃO
Olá, acadêmico! Para melhorar a qualidade dos materiais ofertados a você – e 
dinamizar, ainda mais, os seus estudos –, nós disponibilizamos uma diversidade de QR Codes 
completamente gratuitos e que nunca expiram. O QR Code é um código que permite que você 
acesse um conteúdo interativo relacionado ao tema que você está estudando. Para utilizar 
essa ferramenta, acesse as lojas de aplicativos e baixe um leitor de QR Code. Depois, é só 
aproveitar essa facilidade para aprimorar os seus estudos.
GIO
QR CODE
Olá, eu sou a Gio!
No livro didático, você encontrará blocos com informações 
adicionais – muitas vezes essenciais para o seu entendimento 
acadêmico como um todo. Eu ajudarei você a entender 
melhor o que são essas informações adicionais e por que você 
poderá se beneficiar ao fazer a leitura dessas informações 
durante o estudo do livro. Ela trará informações adicionais 
e outras fontes de conhecimento que complementam o 
assunto estudado em questão.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos 
os acadêmicos desde 2005, é o material-base da disciplina. 
A partir de 2021, além de nossos livros estarem com um 
novo visual – com um formato mais prático, que cabe na 
bolsa e facilita a leitura –, prepare-se para uma jornada 
também digital, em que você pode acompanhar os recursos 
adicionais disponibilizados através dos QR Codes ao longo 
deste livro. O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura 
interna foi aperfeiçoada com uma nova diagramação no 
texto, aproveitando ao máximo o espaço da página – o que 
também contribui para diminuir a extração de árvores para 
produção de folhas de papel, por exemplo.
Preocupados com o impacto de ações sobre o meio ambiente, 
apresentamos também este livro no formato digital. Portanto, 
acadêmico, agora você tem a possibilidade de estudar com 
versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador.
Preparamos também um novo layout. Diante disso, você 
verá frequentemente o novo visual adquirido. Todos esses 
ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos 
nas pesquisas institucionais sobre os materiais impressos, 
para que você, nossa maior prioridade, possa continuar os 
seus estudos com um material atualizado e de qualidade.
ENADE
LEMBRETE
Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma 
disciplina e com ela um novo conhecimento. 
Com o objetivo de enriquecer seu conheci-
mento, construímos, além do livro que está em 
suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, 
por meio dela você terá contato com o vídeo 
da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complementa-
res, entre outros, todos pensados e construídos na intenção de 
auxiliar seu crescimento.
Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que 
preparamos para seu estudo.
Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada!
Acadêmico, você sabe o que é o ENADE? O Enade é um 
dos meios avaliativos dos cursos superiores no sistema federal de 
educação superior. Todos os estudantes estão habilitados a participar 
do ENADE (ingressantes e concluintes das áreas e cursos a serem 
avaliados). Diante disso, preparamos um conteúdo simples e objetivo 
para complementar a sua compreensão acerca do ENADE. Confi ra, 
acessando o QR Code a seguir. Boa leitura!
SUMÁRIO
UNIDADE 1 - CONFORTO ACÚSTICO ..................................................................................... 1
TÓPICO 1 - CARACTERÍSTICAS FÍSICAS E FISIOLÓGICAS DO SOM ...................................3
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................................3
2 CARACTERÍSTICAS FÍSICAS E FISIOLÓGICAS .................................................................4
RESUMO DO TÓPICO 1 ......................................................................................................... 19
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................. 20
TÓPICO 2 - CONCEITOS DE ACÚSTICA ARQUITETÔNICA: ABSORÇÃO, 
REFLEXÃO E REVERBERAÇÃO ............................................................................................ 21
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 21
2 CONCEITOS ....................................................................................................................... 21
RESUMO DO TÓPICO 2 ........................................................................................................ 34
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................. 35
TÓPICO 3 - NÍVEIS DE RUÍDO (NBR) ...................................................................................37
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................37
2 ABORDAGEM ....................................................................................................................37
RESUMO DO TÓPICO 3 ........................................................................................................ 40
AUTOATIVIDADE .................................................................................................................. 41
TÓPICO 4 - TIPOS E MATERIAIS PARA TRATAMENTO ACÚSTICO ................................... 43
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 43
2 EXEMPLOS ....................................................................................................................... 43
RESUMO DO TÓPICO 4 ........................................................................................................ 58
AUTOATIVIDADE ..................................................................................................................59
TÓPICO 5 - GEOMETRIA ACÚSTICA .................................................................................... 61
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 61
2 ABORDAGEM .....................................................................................................................61
RESUMO DO TÓPICO 5 ........................................................................................................ 69
AUTOATIVIDADE ..................................................................................................................70
TÓPICO 6 - PROJETOS DE TRATAMENTO ACÚSTICO EM AUDITÓRIOS ........................... 71
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 71
2 TRATAMENTO .................................................................................................................... 71
RESUMO DO TÓPICO 6 ......................................................................................................... 77
AUTOATIVIDADE ..................................................................................................................78
UNIDADE 2 — CONFORTO TÉRMICO ...................................................................................79
TÓPICO 1 — NOÇÕES DE CONFORTO TÉRMICO ..................................................................81
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................81
2 ABORDAGEM ....................................................................................................................81
3 VARIÁVEIS HUMANAS ..................................................................................................... 88
4 VARIÁVEIS AMBIENTAIS ................................................................................................. 88
RESUMO DO TÓPICO 1 ........................................................................................................ 90
AUTOATIVIDADE .................................................................................................................. 91
TÓPICO 2 - TROCAS TÉRMICAS ......................................................................................... 93
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 93
2 EXPLANAÇÃO .................................................................................................................. 93
3 TROCAS TÉRMICAS SECAS ..............................................................................................95
3.1 CONVECÇÃO .........................................................................................................................................95
3.2 RADIAÇÃO ........................................................................................................................................... 97
3.3 CONDUÇÃO ..........................................................................................................................................99
4 TROCAS TÉRMICAS ÚMIDAS ..........................................................................................102
4.1 EVAPORAÇÃO .....................................................................................................................................102
4.2 CONDENSAÇÃO ................................................................................................................................103
RESUMO DO TÓPICO 2 ...................................................................................................... 104
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................105
TÓPICO 3 - PROTEÇÃO TÉRMICA: MATERIAIS E TÉCNICAS ...........................................107
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................107
2 MATERIAIS ISOLANTES ..................................................................................................107
2.1 MANTAS ...............................................................................................................................................108
2.2 ISOLANTES ÚMIDOS PROJETADOS E INJETADOS ...................................................................109
2.3 PAINÉIS RÍGIDOS ..............................................................................................................................109
2.4 MATERIAIS REFLETIVOS E MEMBRANAS ISOLANTES .............................................................110
2.5 SIP OU PAINÉIS SANDWICH PRÉ-FABRICADOS ........................................................................110
3 TÉCNICAS DE PROTEÇÃO TÉRMICA ...............................................................................111
RESUMO DO TÓPICO 3 ....................................................................................................... 118
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................ 119
TÓPICO 4 - GEOMETRIA DA INSOLAÇÃO/CARTA SOLAR ............................................... 121
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 121
2 GEOMETRIA SOLAR ........................................................................................................ 121
3 CARTA SOLAR .................................................................................................................124
RESUMO DO TÓPICO 4 .......................................................................................................136
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................ 137
TÓPICO 5 - VENTILAÇÃO/CONVECÇÃO ...........................................................................139
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................139
2 VENTILAÇÃO ...................................................................................................................139
3 CONVECÇÃO ...................................................................................................................142
RESUMO DO TÓPICO 5 ....................................................................................................... 147
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................148
TÓPICO 6 - APLICAÇÃO DE MATERIAIS EM PROJETOS ..................................................149
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................149
2 APLICAÇÃO .....................................................................................................................149
LEITURA COMPLEMENTAR ...............................................................................................154
RESUMO DO TÓPICO 6 .......................................................................................................160
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................ 161
UNIDADE 3 — CONFORTO LUMINOSO ...............................................................................163
TÓPICO 1 — NATUREZA DA LUZ ........................................................................................165
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................165
2 ABORDAGEM ...................................................................................................................165
RESUMO DO TÓPICO 1 .......................................................................................................169
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................170
TÓPICO 2 - CARACTERÍSTICAS FÍSICAS E FISIOLÓGICAS DA LUZ ................................171
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................................1712 CARACTERÍSTICAS FÍSICAS DA LUZ .............................................................................171
3 CARACTERÍSTICAS FISIOLÓGICAS DA LUZ ................................................................. 175
RESUMO DO TÓPICO 2 .......................................................................................................180
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................ 181
TÓPICO 3 - NÍVEIS DE ILUMINÂNCIA ................................................................................183
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................183
2 FLUXO LUMINOSO ..........................................................................................................183
3 INTENSIDADE LUMINOSA ..............................................................................................185
4 ILUMINÂNCIA ..................................................................................................................185
5 LUMINÂNCIA ...................................................................................................................186
6 TEMPERATURA DE COR ..................................................................................................187
7 ÍNDICE DE REPRODUÇÃO DE CORES .............................................................................188
8 EFICIÊNCIA LUMINOSA ..................................................................................................189
RESUMO DO TÓPICO 3 .......................................................................................................193
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................194
TÓPICO 4 - CÁLCULO LUMINOTÉCNICO ..........................................................................195
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................195
2 CÁLCULO ........................................................................................................................195
RESUMO DO TÓPICO 4 ...................................................................................................... 203
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................... 204
TÓPICO 5 - EFEITOS DE ILUMINAÇÃO EM PROJETOS RESIDENCIAIS ......................... 205
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 205
2 EFEITOS DE ILUMINAÇÃO ............................................................................................. 205
2.1 ILUMINAÇÃO DIRETA ....................................................................................................................... 206
2.2 ILUMINAÇÃO INDIRETA....................................................................................................................207
2.3 ILUMINAÇÃO DE DESTAQUE ...........................................................................................................211
2.4 ILUMINAÇÃO DE TAREFA ................................................................................................................ 212
2.5 WALL WASHING .................................................................................................................................214
2.6 UPLIGHT ............................................................................................................................................ 215
2.7 BACK LIGHT ........................................................................................................................................ 217
3 TIPOS DE LUMINÁRIAS ...................................................................................................218
3.1 PLAFON ................................................................................................................................................218
3.2 LUMINÁRIAS PENDENTES ............................................................................................................. 220
3.3 LUSTRES ............................................................................................................................................ 221
3.4 SPOT ....................................................................................................................................................222
3.5 LUMINÁRIAS DE MESA ................................................................................................................... 223
3.6 LUMINÁRIAS DE PISO ..................................................................................................................... 224
3.7 ARANDELAS ...................................................................................................................................... 225
3.8 BALIZADORES .................................................................................................................................. 226
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................. 228
RESUMO DO TÓPICO 5 ...................................................................................................... 236
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................... 237
REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 238
1
UNIDADE 1 -
CONFORTO ACÚSTICO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• entender as características físicas e fi siológicas do som;
• conhecer as formas de propagação do som;
• compreender os conceitos de absorção, refl exão e reverberação;
• entender os níveis de ruído indicados na norma;
• conhecer os principais materiais e técnicas de tratamento acústico.
A cada tópico desta unidade você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar 
o conteúdo apresentado.
TÓPICO 1 – CARACTERÍSTICAS FÍSICAS E FISIOLÓGICAS DO SOM
TÓPICO 2 - CONCEITOS DE ACÚSTICA ARQUITETÔNICA: ABSORÇÃO, REFLEXÃO E 
REVERBERAÇÃO
TÓPICO 3 – NÍVEIS DE RUÍDO (NBR)
TÓPICO 4 – TIPOS E MATERIAIS PARA TRATAMENTO ACÚSTICO
TÓPICO 5 – GEOMETRIA ACÚSTICA 
TÓPICO 6 – PROJETOS DE TRATAMENTO ACÚSTICO EM AUDITÓRIOS
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure 
um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.
CHAMADA
2
CONFIRA 
A TRILHA DA 
UNIDADE 1!
Acesse o 
QR Code abaixo:
3
CARACTERÍSTICAS FÍSICAS E FISIOLÓGICAS 
DO SOM
1 INTRODUÇÃO
Podemos entender o conforto ambiental como um estado de satisfação de 
uma pessoa em um determinado local, ou seja, se uma pessoa está confortável em um 
ambiente quando todos os estímulos a deixam em um estado de tranquilidade e calma. 
Resumidamente, podemos dizer que uma pessoa está confortável em relação a um 
fenômeno quando pode observá-lo ou senti-lo, sem incômodo ou preocupação. Essa 
observação pode parecer óbvia, mas preste atenção quando isso acontece, ou seja, 
como na maior parte das vezes não estamos confortáveis em nosso dia a dia, seja na 
rua, nos nossos locais de trabalho ou, até mesmo, nas nossas residências.
 
Estar confortável em um local vai além da acústica, ou seja, depende do conforto 
térmico, do conforto luminoso, do conforto ergonômico etc. Além disso, existe um fator 
psicológico, que é difícil de ser quantificado, por ser pessoal, isto é, se você gosta do 
estilo de música que está tocando no rádio, se você está aproveitando o fenômeno 
de maneira plena e sem desconforto. Contudo, se você não gosta do estilo de música, 
você não está aproveitando o fenômeno, independentemente do volume do som e da 
qualidadedos aparelhos que estão sendo utilizados. Você consegue perceber como a 
referência é pessoal e difícil de mensurar? De qualquer forma, existem vários parâmetros 
que precisamos seguir, e que estudaremos no decorrer do curso.
 
Independentemente de tudo isso, a redução das interferências e dos ruídos é 
um requisito para o conforto acústico, e vamos estudar como pode ser medido e como 
podemos resolver esses problemas. Pronto (a) para começar?
Nesta disciplina, estudaremos as principais características físicas do som, 
além de como nossos projetos de interiores são diretamente afetados por esse tipo de 
interferência, ou seja, como o ruído em excesso pode atrapalhar o conforto dos nossos 
usuários e, principalmente, como podemos tratar desse incômodo e melhorar a situação 
das pessoas envolvidas.
Esperamos que, com o conteúdo, você consiga entender a performance de 
materiais acústicos e fazer as adaptações e alterações necessárias em projetos que 
necessitam de tratamento acústico.
TÓPICO 1 - UNIDADE 1
4
2 CARACTERÍSTICAS FÍSICAS E FISIOLÓGICAS
Primeiramente, estudaremos as características físicas do som, pois é preciso 
entender como o som se comporta fi sicamente, para que seja possível compreender 
como as formas de absorção e vedação trabalham.
A nossa primeira pergunta deve ser: “O que é o som?” Teremos várias respostas 
para essa pergunta, dependendo da fonte em que pesquisarmos. Isto é, se procurarmos 
por uma resposta na física, veremos que o som é uma forma de energia vibratória que 
se propaga em um meio, já a psicologia menciona que o som é uma sensação inerente 
a cada indivíduo, ou seja, cada ciência dá uma resposta para a pergunta, mas o que 
precisamos entender para nosso uso é mais simples e direto, ou seja, como deixar o 
indivíduo confortável com relação ao fenômeno acústico.
Fisiologicamente, percebemos o som pela vibração das moléculas de ar que 
estão suspensas no ambiente, isto é, o som se propaga através de um meio, no caso, o 
ar, e o que percebemos é essa vibração. 
Conforme as partículas mais próximas dessa fonte vão se movendo, elas vão 
atingindo outras partículas que estão nas proximidades, que também se movem e 
atingem outras partículas e, dessa maneira, o som vai se propagando. Quanto mais 
distante da fonte sonora uma partícula estiver, menor será a força com a qual ela será 
atingida e irá se mover.
Imagine a seguinte situação: o som parte de uma fonte, que inicia o 
movimento das partículas. Essa fonte sonora pode ser uma pessoa, um 
veículo, um aparelho de som, enfi m, qualquer fonte que você puder 
imaginar.
NOTA
5
FIGURA 1 – PROPAGAÇÃO DO SOM
FONTE: O autor
O som pode ser percebido entre ambientes, até mesmo, através de pequenas 
vibrações. Por que você acha que isso acontece? Exatamente! Como o som se propaga 
pela vibração das moléculas, quando as partículas de ar se chocam contra um obstáculo, 
como uma parede, por exemplo, elas fazem com que as partículas da parede vibrem, 
transmitindo o som, através dessa vibração, para os cômodos contíguos. Portanto, 
quanto mais fina for uma parede, mais ela vibra, e mais som é transmitido.
O som também pode ser definido como uma diferença de pressão, ou seja, a 
pressão atmosférica é constante e estática, e quando uma pessoa fala ou faz algum 
barulho, ela está interferindo na pressão atmosférica, causando um abalo que será 
sentido pelas outras pessoas, como um som. Dependendo da pressão sonora envolvida, 
esse abalo na pressão pode ser sentido, fisicamente, pelo deslocamento do ar, além do 
barulho, como quando ocorre a explosão de uma bomba. 
Assim, começaremos a entender alguns conceitos importantes para a 
compreensão do comportamento e como podemos fazer o tratamento acústico dos 
espaços.
A primeira coisa que você deve saber é que o som é uma onda e que se propaga 
de maneira tridimensional, ou seja, a partir de um emissor, o som se propagará em todas 
as direções. Além disso, como qualquer tipo de onda, o som precisa de um meio físico 
para se propagar, isto é, o som só se propaga se houver um material no qual ele se 
espalha. Como vimos, a colisão entre as partículas propaga o som, portanto, se não 
existirem partículas, o som não pode se propagar.
Estudaremos alguns parâmetros dessa onda, que a caracterizam e que 
permitem a quantificação do som. O primeiro parâmetro relativo a uma onda, que 
devemos entender, é a “frequência”. A frequência de uma onda pode ser entendida 
6
como o número de ciclos que uma onda faz em um determinado período de tempo, ou 
seja, quantas vezes essa onda sai do seu estado de repouso, atinge seu ponto máximo 
(conhecido como pico), atinge seu ponto mínimo (conhecido como vale), e volta ao seu 
estado inicial de repouso.
O físico que definiu esse tipo de medição foi Heinrich Rudolf Hertz, que 
determinou que a frequência é o número de ciclos em um segundo. Essa medida, em 
homenagem a esse físico alemão, ficou conhecida como Hertz.
A seguir, será possível observar que, em um período de um segundo, a onda 
percorre dois ciclos completos, o que significa que essa onda tem uma frequência de 2 
Hertz, ou 2 Hz.
FIGURA 2 – FREQUÊNCIA
FONTE: O autor
O próximo parâmetro a ser estudado é o “período” de uma onda. Esse “período” 
tem uma relação direta com o tempo. O período de uma onda pode ser definido como 
o tempo de duração de um ciclo, ou seja, o tempo que uma onda leva para sair do seu 
estado de repouso, atingir seu pico, atingir seu vale, e voltar ao estado inicial de repouso.
Vimos, anteriormente, que a frequência da onda é de 2 Hz, ou seja, em um 
segundo, a onda percorre dois ciclos. Qual é o período da onda representada? Isso 
mesmo! 0,5 segundos, ou seja, se, em um segundo, a onda percorre dois ciclos, isso 
significa que ela percorre um ciclo em 0,5 segundos.
7
FIGURA 3 – PERÍODO
FONTE: O autor
Em tipos de ondas diferentes, esse período pode ter uma variação praticamente 
infi nita de tempo, de muito curto a muito extenso, mas, é claro que, quando falamos de 
som, esses tempos são muito pequenos.
Um outro parâmetro que utilizamos para defi nir as ondas sonoras é a “Amplitude”. 
Podemos defi nir a amplitude de onda como a distância entre o ponto de equilíbrio da 
onda e o seu pico ou o seu vale.
Como falamos de distância, a medida da unidade da amplitude da onda pode ser o 
metro, o centímetro ou, ainda, o milímetro. Também podem ser utilizadas outras medidas, 
como o Pascal, mas, para nossos trabalhos, utilizaremos o metro ou suas divisões.
A seguir, será possível ver que a amplitude da onda que está representada é de 
0,012cm.
A amplitude de uma onda vai do repouso até o pico.
NOTA
8
FIGURA 4 – AMPLITUDE
FONTE: O autor
Apenas para fixar os conceitos que vimos, qual é a frequência da onda 
representada? Como sabemos que a frequência é medida em segundos, podemos 
verificar que um ciclo completo dessa onda demora dois segundos, certo?! Isso significa 
que a frequência é de 0,5 Hz, ou seja, em um período de um segundo, a onda percorre a 
metade de um ciclo. Além disso, qual é o período da onda? Isso mesmo! Essa onda tem 
um período de dois segundos, ou seja, a onda faz um ciclo completo em dois segundos.
O próximo parâmetro a ser estudado é o “Comprimento de Onda”. No parâmetro 
anterior, o comprimento é dado em metros, centímetros ou milímetros, pois é uma medida 
de distância. Essa distância é medida entre pontos iguais da onda, isto é, a distância é 
medida entre o momento de repouso, ou o de pico, ou o de vale. O comprimento da onda 
fornece a distância entre pontos da onda que têm as mesmas características.
A seguir, poderemos notar que o comprimento de onda é de 10m, ou seja, a 
distância entre pontos iguais dessa onda é de 10m. Podemos perceber que existe uma 
letra grega, o λ (lambda). Esse é o símbolo utilizado para indicar o comprimento de onda. 
Também é possível perceber que não temos a presença do tempo, então, não podemos 
calcular o período e a frequência da onda.
9
FIGURA 5 – COMPRIMENTO DE ONDA
FONTE:O autor
O último parâmetro que existe para todas as ondas é a “Velocidade”. A velocidade, 
obviamente, é uma medida da rapidez com que a onda se propaga em algum meio. A 
velocidade é representada pela letra “v”.
A velocidade de propagação (v) é a divisão da distância percorrida pela onda 
pelo tempo necessário para percorrer essa distância. Como estamos falando de uma 
distância dividida por um tempo, a unidade de medida da velocidade de propagação é 
dada em metros por segundo (m/s). 
Você já deve ter percebido que a velocidade de onda é uma relação entre o 
comprimento de onda (λ) e o período, ou seja, é a divisão do comprimento de onda pelo 
período.
10
FIGURA 6 – VELOCIDADE DE PROPAGAÇÃO DA ONDA
FONTE: O autor
No caso do som, quanto mais denso o meio no qual a onda está se propagando, 
mais rápida é a sua velocidade. Isso significa que o som se propaga mais rápido na água 
do que no ar, por exemplo. Para que se tenha uma ideia, consideramos que a velocidade 
do som no ar é de 340 m/s.
QUADRO 1 – VELOCIDADE DO SOM EM DIFERENTES MEIOS
FONTE: <https://www.todamateria.com.br/velocidade-do-som/>. Acesso em: 5 jul. 2019.
11
Para nós, designers, pensando no conforto acústico dos nossos clientes, o 
fato de o som se propagar mais rapidamente no concreto do que no ar, por exemplo, 
pode ser um problema muito grave e difícil de ser resolvido. Por que isso pode ser um 
problema? Como o som se propaga mais rápido em meios mais densos, fica mais difícil 
de absorvê-lo, ou seja, é mais difícil de absorver o som que está se propagando pelo 
concreto do que o som que se propaga pelo ar.
Já que estamos falando da velocidade de propagação do som, temos a certeza 
de que você já assistiu a algum filme da série Guerra nas Estrelas, ou algum outro filme 
de ficção científica. Podemos perceber que a maior parte desses filmes tem várias 
cenas de ação, com explosões, raios disparando e naves voando para todos os lados. 
Outra coisa presente na maior parte desses filmes é o som das explosões, das armas 
e das naves. Você acha que essas cenas aconteceriam, de verdade, caso tivéssemos 
a tecnologia, isto é, as batalhas seriam tão barulhentas? Isso mesmo, é claro que não 
ouviríamos nenhum som, porque, como já vimos, o som precisa de um meio para se 
deslocar e, no espaço, há o vácuo, o que quer dizer que não existe nenhum meio físico 
que permita o deslocamento do som. Essa é uma liberdade que os cineastas tomam 
para que os filmes fiquem mais emocionantes.
Simples até agora, certo?! Então, estudaremos algumas características fisiológicas 
do som, estas que têm a ver com a nossa audição e a maneira como nós o percebemos.
A primeira característica sonora que vamos estudar é a “Intensidade Sonora”. A 
intensidade sonora tem relação direta com a quantidade de energia transportada pela 
onda sonora. 
A intensidade sonora é o que chamamos, normalmente, de volume do som. 
Quando uma pessoa pede para que aumentemos o volume do rádio ou da televisão, ela 
está pedindo para que aumentemos a intensidade sonora, ou seja, a quantidade de energia 
que aquela onda sonora está transportando. A intensidade sonora é medida em decibéis, 
que é uma divisão de 1 bel. Essa escala é relativa, isto é, não tem dimensão, e é uma escala 
logarítmica, ou seja, 2dB não são o dobro de 1dB, mas uma quantidade muito maior. 
0 dB é o limiar da audição, ou seja, o som mais baixo que o ser humano consegue 
ouvir, enquanto 120 dB é o limiar da dor, causando a surdez com uma exposição muito 
curta. O decibel será usado em nossos cálculos acústicos.
Existe uma lei da física que nos ajuda a entender como a intensidade sonora 
diminui com a distância. É a lei do inverso do quadrado da distância.
A seguir, poderemos entender como o som perde sua potência conforme vai 
se distanciando da fonte. Se você tem uma distância “r”, o som atinge uma área “A”; 
se dobrarmos a distância para “2r”, a área atingida pelo som quadruplica, ou seja, a 
intensidade sonora é inversamente proporcional ao quadrado da distância. 
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FIGURA 7 – LEI DO INVERSO DO QUADRADO DA DISTÂNCIA
FONTE: <https://taniapinto23.files.wordpress.com/2011/04/imagem12.gif>. Acesso em: 6 jul. 2019.
Na prática, significa que, se da fonte sonora estiver saindo uma intensidade 
de som igual a “X”, o ponto “r”, localizado 1m de distância da fonte, chegará à mesma 
quantidade de som “X”. No ponto 2r, localizado 2m de distância da fonte, a intensidade 
de som que chegará será de “X/4”, ou seja, apenas 0,25X em relação ao som que está 
saindo da fonte original. No ponto “3r”, que está localizado 3m de distância da fonte 
original, a intensidade de som que chegará será de “X/9”, nove vezes menos do que o 
som que saiu da fonte. 
Essa lei tem uma relação direta com o que vimos no começo desta unidade, isto 
é, conforme a distância da fonte sonora aumenta, as partículas que foram movimentadas 
por essa fonte vão perdendo a sua força. Isso pode ser um grande problema para um 
show, por exemplo, pois as pessoas, mais perto das caixas acústicas, ouvirão uma 
quantidade ensurdecedora de som, garantindo que as pessoas mais distantes dos 
palcos e das caixas acústicas consigam ouvir algum som. Você consegue perceber 
como isso influencia, diretamente, nossos projetos de auditórios e teatros? Onde colocar 
as caixas acústicas, de tal forma a garantir que todos os presentes ouçam a mesma 
quantidade de som? Acertar esse cálculo e esse posicionamento é um grande desafio 
para os especialistas em som arquitetônico.
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FIGURA 8 – POSICIONAMENTO DAS CAIXAS ACÚSTICAS
FONTE: <https://bit.ly/3mNmHs0>. Acesso em: 6 jul. 2019.
No exposto, temos um grupo de caixas acústicas na posição “ST1”. Essa é a 
posição mais tradicional de uso dessas peças no palco, próximo aos músicos, ou no 
púlpito, próximo ao pastor ou ao padre, se pensarmos em um local de culto. Nessa posição, 
podemos ter a certeza de que, se o ouvinte “ov1” estiver ouvindo confortavelmente, o 
ouvinte “ov2”, mais distante do palco, ou do púlpito, não estará ouvindo praticamente 
nada, enquanto que se o ouvinte “ov2” estiver ouvindo confortavelmente, certamente, 
o ouvinte “ov1” estará com uma intensidade sonora ensurdecedora. Já a posição do 
conjunto de caixas acústicas indicado na posição “ST2”, no alto do palco, diminui a 
diferença entre as distâncias que o som deve percorrer entre os ouvintes “ov1” e “ov2”, 
o que quer dizer que a diferença entre a intensidade sonora ouvida pelos dois ouvintes 
é menor. 
Essa é uma das formas de resolver o problema. Você consegue pensar em 
alguma outra? Isso mesmo! Podemos ter um conjunto de caixas acústicas, com 
menor potência, na parte dos fundos da sala. Podemos, ainda, colocar os alto-falantes 
pendurados no centro da sala. Você percebe como existem outros modos? O que 
precisamos é entender a física do som, e como podemos resolver os problemas do 
nosso cliente. Dessa forma, o estudo das características físicas e fisiológicas do som 
influencia, diretamente, a qualidade do nosso trabalho.
O exposto a seguir mostrará a escala de decibéis, e é possível notar que sons 
até cerca de 50 dB são considerados repousantes, já que não incomodam. A partir disso, 
os sons começam a incomodar, fatigar, e chegam a ser perigosos ou dolorosos. 
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FIGURA 9 – ESCALA DE DECIBÉIS
FONTE: <https://qualidadeonline.files.wordpress.com/2011/09/rudo.jpg>. Acesso em: 14 dez. 2019.
É importante que o designer conheça essa escala por vários motivos, por 
exemplo, se o profissional estiver fazendo uma reforma de um imóvel que vai mudar de 
uso, transformando-se em uma indústria, ou algum outro uso, que seja uma fonte de 
ruído muito grande. Portanto, será preciso que seja projetado um tratamento acústico 
apropriado, diminuindo o ruído provocado pelo novo uso e reduzindo o estresse dos 
funcionários e dos moradores do entorno.
A segunda característica do som que vamos estudar é o “Timbre”. É essa a 
característica que nos permite diferenciar as fontes sonoras. Aliás, é uma característica 
da fonte sonora,e não do som. Você já deve ter ouvido falar de instrumentos que têm 
uma afinação diferente dos outros, certo?! Isso acontece, com frequência, em uma 
orquestra. Um violino, por exemplo, pode ter uma afinação diferente de outro violino.
 
É o timbre que nos permite reconhecer a diferença entre violinos com diferentes 
afinações. É o timbre que permite que um maestro reconheça algum instrumento que 
esteja fora do tom em meio a uma orquestra com dezenas de outros instrumentos, ou 
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uma voz desafinada em um coral com dezenas de outras vozes. É o timbre que permite 
distinguir as diferenças em sons que têm a mesma intensidade e a mesma frequência, 
identificando cada uma das fontes sonoras. 
Nós também conseguimos identificar as emoções de uma pessoa pela sua voz, 
diferenciar os timbres de voz de nossos amigos e saber quem está ao telefone logo no 
começo da nossa conversa.
A seguir, será possível ver que o timbre tem uma relação direta com a forma da 
onda, pois, muitas vezes, a amplitude e a frequência são as mesmas, mas o formato da 
onda permite perceber as diferenças.
FIGURA 10 – COMPARAÇÃO ENTRE TIMBRES
FONTE: <http://ondasdosaber1.blogspot.com/2016/06/musica.html>. Acesso em: 6 jul. 2019.
A terceira característica que estudaremos é a “Altura do Som”. Altura do som 
não tem a ver com a intensidade e o “volume” do som. Essa “Altura”, a qual estamos 
nos referindo, tem a ver com a classificação do som em “Graves”, “Médios” e “Agudos”, e 
não com a frase usual que diz que “o som está alto” quando o volume do som é muito 
grande, como vimos, essa é a intensidade sonora. É importante que você entenda essa 
diferença, pois ajudará a entender os materiais de absorção sonora.
Essa “Altura sonora” está relacionada com a frequência sonora, com o número 
de ciclos por segundo, ou Hertz, e está associada à música, mas também é importante 
para nosso tratamento acústico.
A altura do som está relacionada diretamente com a frequência. Como será 
possível observar, quanto menor a frequência, mais grave ou grosso o som, e quanto 
maior a frequência, mais agudo ou mais fino o som.
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FIGURA 11 – ALTURA OU FREQUÊNCIA SONORA
FONTE: <http://8ondassonoras.weebly.com/o-espectro-sonoro.html>. Acesso em: 5 jul. 2019.
A seguir, acompanharemos uma comparação entre os sons graves e os sons 
agudos.
FIGURA 12 – COMPARAÇÃO ENTRE ONDAS GRAVES E AGUDAS
FONTE: <https://bit.ly/3NUlL0V>. Acesso em: 6 jul. 2019.
A última característica do som é a “inteligibilidade”, ou seja, o grau de compreensão 
do que está sendo dito. No design de interiores, é um conceito fundamental. Você 
já pensou se, em um projeto de auditório ou de teatro, as pessoas não conseguirem 
entender o que está sendo falado? Uma sala de aula onde os alunos não consigam 
entender o que está sendo dito pelo professor? Falando em termos fisiológicos, qual é o 
efeito de todas essas características para o ouvido humano, ou seja, como, efetivamente, 
essas qualidades nos afetam? 
Primeiramente, estudaremos como ouvimos o som, ou seja, como funciona a 
nossa audição. O ouvido humano é dividido em três partes: o ouvido externo, o ouvido 
médio e o ouvido interno.
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O ouvido externo, de forma simples, constituído, principalmente, pela orelha, 
funciona para direcionar as ondas sonoras que chegam até essa parte do sistema 
em direção ao canal auditivo. Daí, chegam a forma e o posicionamento da orelha, 
que concentram as ondas sonoras e as direcionam, melhorando a audição. Caso uma 
pessoa perca a orelha em algum acidente, isso não altera a audição, apenas diminui a 
quantidade de som que chega ao canal auditivo.
O ouvido médio é composto pelo tímpano e por três pequenos ossos, chamados 
de martelo, bigorna e estribo, que são os responsáveis por transmitir as vibrações do 
meio pelo qual o som é transportado para o ouvido interno, através de movimentos 
contínuos e muito rápidos. É claro que essa é uma simplificação, pois o que interessa são 
os desconfortos causados pelo excesso de ruído e como podemos resolvê-lo, certo?! 
Finalmente, no ouvido interno, temos a cóclea, que tem a forma de um caracol. 
Essa parte do ouvido é a responsável por transformar as vibrações em impulsos elétricos 
que serão transmitidos para o cérebro.
FIGURA 13 – OUVIDO
FONTE: <https://www.colegioweb.com.br/acustica/qualidades-fisiologicas-do-som.html>. Acesso em: 6 jul. 2020.
Nosso cérebro é capaz de distinguir os timbres do som, o tom (ou altura) e a 
intensidade sonora, conhecida como o volume do som.
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O timbre, como já estudamos, é o que permite identificar e distinguir os sons, se 
estamos ouvindo um violão ou uma guitarra.
O tom permite perceber se um som é grave ou agudo, o que está diretamente 
relacionado com a frequência da onda sonora, ou seja, um som grave tem uma frequência 
baixa, enquanto um som agudo tem uma frequência mais alta.
Por fim, a intensidade sonora permite saber se o som está alto ou baixo, isto é, 
quando pedimos que alguém aumente ou abaixe o volume do som da televisão, estamos 
falando sobre intensidade sonora. Caso essa intensidade seja muito alta, poderemos 
sentir dores e, até mesmo, perder a audição, em casos extremos.
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Neste tópico, você aprendeu:
• O som se propaga em ondas tridimensionais, pela diferença de pressão.
• A frequência sonora é o número de ciclos em um período.
• O período é o tempo de duração de um ciclo.
• A amplitude é a distância entre o ponto de equilíbrio e o pico ou o vale de uma onda.
• O comprimento é a distância entre pontos de uma onda com as mesmas características. 
• A intensidade sonora é o volume do som, medido em decibéis.
• A lei do inverso do quadrado, isto é, a intensidade sonora, é inversamente proporcional 
ao quadrado da distância.
• O timbre é uma característica da fonte sonora.
• A altura do som está relacionada com a frequência sonora; quanto maior a frequência, 
mais agudo o som. Quanto menor a frequência, mais grave o som.
• A inteligibilidade é o grau de compreensão da fala.
• O ouvido humano é dividido em ouvido externo, ouvido médio e ouvido interno.
RESUMO DO TÓPICO 1
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1 Analise a frase a seguir: Esta característica do som está associada à forma da onda, 
e nos permite distinguir sons da mesma frequência, produzidos por instrumentos 
diferentes. É caracterizado pela composição de frequências que constituem a onda 
sonora emitida pelo instrumento. A qual característica do som a frase se refere?
a) ( ) Frequência.
b) ( ) Período.
c) ( ) Onda.
d) ( ) Timbre.
e) ( ) Altura.
2 Este é o órgão responsável pela transformação dos sinais acústicos em sinais neurais. 
É um canal espiral ósseo que possui uma forma que lembra a concha de um caracol, 
localizado no interior do osso temporal. A qual órgão estamos nos referindo?
a) ( ) Bigorna.
b) ( ) Cóclea.
c) ( ) Tímpano.
d) ( ) Canal Auditivo.
e) ( ) Orelha.
AUTOATIVIDADE
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CONCEITOS DE ACÚSTICA ARQUITETÔNICA: 
ABSORÇÃO, REFLEXÃO E REVERBERAÇÃO
1 INTRODUÇÃO
Em termos de acústica arquitetônica, a inteligibilidade é uma das características 
mais importantes, já que garante a eficiência acústica de qualquer espaço. De nada vai 
adiantar que seu projeto atenda a todas as normas, que esteja esteticamente agradável, 
que seja acessível a pessoas com deficiência, que seja sustentável, ou qualquer outro 
parâmetro que você quiser adotar, se as pessoas não puderem se comunicar, ou mesmo 
permanecer no espaço por causa do ruído que existe naquele ambiente, e nem mesmo 
conseguir entender o que está sendo dito, em casos de auditórios, teatros e salas de 
concerto.
Você já deve ter assistido a alguma aula ou palestra na qual muita gente estava 
falando, fica impossível entender o que o professor ou o palestrante está dizendo, ou 
mesmo ter ido a um concerto, e não ter conseguido perceber a sutileza e os detalhes da 
música, devido ao ruído que estava no ambiente, certo?! Isso significa que não havia a 
inteligibilidade da fala das pessoas, ou dos instrumentos musicais da orquestra.
É precisose aprofundar no estudo do comportamento das ondas sonoras 
no espaço, pois isso ajuda a entender como funciona a acústica nos ambientes, e os 
tratamentos acústicos que podem ser projetados. Ainda, é possível compreender a 
geometria do som, e por que a maior parte dos auditórios, dos teatros e das salas de 
concerto possui formas que não são ortogonais.
 
2 CONCEITOS
Como já foi dito, uma onda sonora parte de um emissor. Essa onda tende a se 
propagar de maneira esférica, ou seja, em todas as direções, indefinidamente, caso não 
haja nenhum obstáculo em seu caminho.
UNIDADE 1 TÓPICO 2 - 
22
FIGURA 14 – PROPAGAÇÃO DA ONDA SONORA
FONTE: O autor
Quando essas ondas encontram um obstáculo, como uma superfície lisa e dura, 
como uma parede, por exemplo, elas se refletem, ou seja, elas se chocam contra essa 
superfície, e retornam em direção à fonte emissora. As linhas vermelhas representam 
as ondas que se chocam com a superfície rígida e que são refletidas. É necessário que 
o bloqueio seja feito por uma superfície dura, pois, caso a superfície não seja resistente, 
ela transmite a vibração e, consequentemente, o som, para a parte posterior.
FIGURA 15 – REFLEXÃO
FONTE: O autor
23
Quando a onda sonora atinge uma superfície dura e lisa, já sabemos o que 
acontece. Essas ondas são refletidas em direção à fonte emissora, mas, e se a superfície 
tiver uma abertura, o que será que acontece?
FIGURA 16 – DIFRAÇÃO
FONTE: O autor
Dessa maneira, fica mais fácil de entender, certo?! O que ocorre com essa 
abertura é um efeito chamado de difração, com representação pelas ondas na cor 
magenta. No fenômeno da difração, uma parte das ondas sonoras passa pela abertura e 
prossegue da maneira como se fosse esperada, caso não haja uma barreira. A diferença 
é que essas ondas sonoras que passam pela abertura têm apenas uma perda de 
potência sonora.
A próxima característica do som a ser estudada é a ressonância. A ressonância 
pode ser entendida como a vibração de um corpo, influenciada pela vibração de outro 
corpo. Você já deve ter visto a cena clássica de um copo de cristal sendo quebrado 
por uma pessoa que utiliza apenas a voz, certo?! Isso acontece pela ressonância, ou 
seja, a voz da pessoa emite vibrações, fazendo com que as partículas da atmosfera se 
movimentem em determinada frequência. Caso a frequência dessas vibrações coincida 
com a frequência das vibrações das partículas que compõem o vidro da taça, o aumento 
da amplitude da onda, devido ao aumento da potência, faz com que a estrutura da taça 
acabe por colapsar e quebrar.
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Todavia, a ressonância tem um papel muito importante em nossos estudos 
sonoros, para que possamos entender o funcionamento dos instrumentos musicais e 
como eles produzem seu som característico. Um instrumento de corda funciona por 
ressonância, ou seja, quando o músico aperta a corda de um violão, sua corda é dividida 
em duas partes, que vibram em frequências próximas, e aumentam a sua potência. Isso 
se associa à caixa ressonante, que é o corpo do instrumento, amplifi cando o som. 
Uma outra característica muito importante que precisamos conhecer é a 
“difusão”. Essa é a característica do som que faz com que uma sala tenha uma qualidade 
de som mais homogênea.
Para estudar esse e outros fenômenos sonoros, no entanto, é preciso fazer 
uma pequena pausa, para entender uma regra simples, mas fundamental no estudo da 
acústica. O som se propaga através de ondas tridimensionais, ou seja, o som se desloca 
em todas as direções ao mesmo tempo. Para nossos estudos, trabalhar com uma onda, 
ou com a ideia de uma esfera, seria muito difícil, tanto em termos de visualização e de 
desenho, como em termos de cálculos e de fórmulas matemáticas.
Os especialistas fazem uma diferenciação no momento dos desenhos, dos 
projetos e dos cálculos acústicos: eles transformam as ondas sonoras em raios sonoros. 
Não somos nós, designers e arquitetos, que fazemos essa transformação, mas sim os 
físicos, especializados no campo da acústica. Segundo esses estudiosos, em termos 
de resultado do projeto, a diferença entre se trabalhar com ondas sonoras ou com raios 
sonoros é insignifi cante, e não existem grandes alterações. Por tudo isso, a partir deste 
momento, portanto, em nossos cálculos e em nossos projetos, vamos considerar que 
o som se propaga em raios. Isso não altera em nada o que estudamos até agora, e 
facilitará nossos estudos.
Essa mudança é muito importante para que entendamos, de maneira mais clara 
e direta, os conceitos com os quais vamos trabalhar a partir de agora, a começar pela 
difusão sonora.
Como foi dito, a difusão sonora faz com que o som seja distribuído de forma 
uniforme por todo o ambiente, mas como esse efeito é conseguido, isto é, como o som 
pode se espalhar de forma homogênea no ambiente?
Este vídeo demonstra como um copo pode ser quebrado apenas com a voz 
de uma pessoa: https://www.youtube.com/watch?v=4S8NmgO9TL0.
DICA
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FIGURA 17 – DIFUSÃO DAS ONDAS SONORAS
FONTE: O autor
É possível ver como os raios sonoros se chocam com uma superfície que é 
sólida e rígida, mas que não é lisa. Em uma superfície lisa, esses raios voltariam na 
mesma direção da qual vieram, e com o mesmo ângulo. Na difusão sonora, como a 
superfície tem vários ângulos diferentes, podemos ver como os raios mudam de direção. 
O que acontece é que a difusão causa um espalhamento do som, de forma 
homogênea, distribuindo-o de forma mais uniforme no ambiente. Essa é uma das 
características que mais utilizamos no tratamento acústico, pois, com uma certa 
intensidade sonora, conseguimos preencher um ambiente de maneira regular.
Contudo, como funciona essa difusão? Os raios sonoros se chocam com uma 
superfície rígida, e são refletidos de volta à fonte, certo?! No caso da difusão, é feita uma 
alteração nos ângulos das superfícies. A seguir, você poderá notar que cada pedaço 
daquela superfície tem um ângulo diferente. Os raios são refletidos sempre com o 
mesmo ângulo com o qual incidem, o que significa que, quando alteramos o ângulo da 
superfície de reflexão, alteraremos, também, o ângulo de saída da reflexão.
26
FIGURA 18 – DETALHE DA DIFUSÃO SONORA
FONTE: O autor
A variação no ângulo de entrada dos raios, então, faz com que controlemos, 
de forma mais rápida e eficiente, a qualidade do som no ambiente. Usamos o princípio 
da difusão para a redução do ruído e do tempo de reverberação (ainda vamos estudar 
o que é o tempo de reverberação, não se preocupe!) e para o direcionamento do som, 
melhorando a inteligibilidade e a qualidade do som em um ambiente.
O exposto a seguir mostrará um modelo de difusor acústico, que é colocado 
em uma superfície vertical, como uma parede, para que o som se espalhe de forma 
homogênea por todo o ambiente, direcionando as ondas, ou os raios sonoros, para 
lugares que tenham pouca intensidade sonora no local. 
FIGURA 19 – DIFUSORES DE SOM
FONTE: <https://www.vibrasom.ind.br/produtos-acusticos/difusor-acustico.html>. Acesso em: 26 jul. 2019.
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É claro que uma outra preocupação deve ser a estética final, ou seja, o aspecto 
que o projeto terá. Esse deve ser um dos fatores a ser considerado na execução de 
um projeto acústico, já que existe uma grande variedade de difusores no mercado, e a 
escolha de qual será utilizado é feita pelo projetista responsável. 
A difusão sonora nos ajuda a entender por que, em um teatro, em um auditório 
e, até mesmo, nos cinemas, muitas superfícies não são ortogonais, tendo inclinações 
e ângulos estranhos, não é mesmo?! Nesses casos, temos a junção da estética do 
espaço com a funcionalidade da acústica do local. Esse trabalho, muitas vezes, une o 
especialista em acústica (que pode ou não ser um designer de interiores), que vai definir 
os ângulos e os tamanhos das superfícies (como estudaremos mais à frente), com o 
designer de interiores, que vai definir os materiais, cores e texturas que serão utilizados, 
unindo a técnica com a estética do projeto.
Uma outra característica do som quedevemos entender, e que é muito 
importante para a execução de um bom projeto de acústica, é a “reverberação”. A 
reverberação também tem uma relação direta com a reflexão.
Esse fenômeno pode ser entendido como um “prolongamento” do som, isto é, 
quando as ondas sonoras são refletidas várias vezes dentro de um ambiente, fazendo 
com que um som demore por muito tempo para se extinguir. 
Um tempo muito longo de reverberação faz com que o som fique ininteligível, ou 
seja, impossível de ser entendido. Isso acontece porque você acaba ouvindo o mesmo 
som várias vezes.
Como é possível ver a seguir, existem vários raios sonoros que chegam no 
receptor a partir do emissor, e cada um desses raios faz um percurso diferente, alguns 
mais diretos e, portanto, mais rápidos, e alguns com mais desvios e, portanto, mais 
lentos. Todavia, o que isso significa?
FIGURA 20 – REVERBERAÇÃO
FONTE: <https://www.clickestudante.com/reflexao-sonora.html>. Acesso em: 26 jul. 2019.
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Isso quer dizer que teremos vários raios sonoros chegando ao mesmo receptor 
em tempos diferentes, ou seja, esse receptor ouvirá o mesmo som várias vezes, em 
momentos diferentes. Você já pode imaginar o que isso quer dizer, certo?! Isso mesmo! 
Ficará muito difícil de conseguir entender o que está sendo dito, já que a mesma letra 
e as mesmas palavras chegarão aos ouvidos do receptor em vários momentos. É claro 
que a intensidade sonora vai diminuindo com o tempo, ou seja, quanto mais tempo os 
raios sonoros ficarem no ambiente, menos potência eles terão e, com o tempo, o som 
desaparecerá, mas, até que isso aconteça, o entendimento da fala será quase impossível.
O tempo de reverberação tem uma relação direta com o tamanho do ambiente, 
ou, mais precisamente, com o volume do ambiente, isto é, ambientes com grandes 
volumes possuem um tempo de reverberação maior, o que quer dizer que o som ficará 
mais tempo circulando nesse espaço, e isso pode ser uma coisa interessante.
Por exemplo, imagine que você foi assistir a um concerto em um teatro de ópera. 
Geralmente, esse tipo de teatro possui um volume muito grande, com diversos níveis de 
assentos para espectadores. É muito importante que esse tipo de ambiente tenha um 
grande tempo de reverberação, garantindo que todas as pessoas que estão assistindo 
ao concerto ouvirão a música claramente e com todos os detalhes e nuances que o 
autor da peça imaginou. Outro exemplo é uma catedral gótica com um grupo de padres 
rezando uma missa com o auxílio do canto gregoriano, ou uma récita de um órgão. O 
tempo de reverberação, dentro de uma dessas igrejas, deve ser muito alto, chegando a 
vários segundos, e esse tempo faz parte dos efeitos característicos desse tipo de música, 
ou seja, as composições feitas para serem executadas nesses espaços não teriam a 
mesma sonoridade em espaços menores, ou com um tempo de reverberação menor. 
Agora, imagine esse mesmo tempo de reverberação em um ambiente pequeno, como 
em uma sala de reunião. O efeito seria desastroso, certo?! Nenhum dos participantes 
conseguiria entender o que estaria sendo falado.
A reverberação e a reflexão nos ajudam a entender um outro fenômeno muito 
característico do som: o “eco”. Esse fenômeno pode ser considerado como um tipo 
muito específico de reverberação. O eco é a repetição, inteligível, de uma palavra que 
acaba de ser dita.
Como o ouvido humano tem a capacidade de distinguir sons com um intervalo 
mínimo de 0,1s, é preciso que o tempo mínimo entre a emissão de um som e seu retorno para 
a fonte emissora seja de 0,1s, ou seja, se eu disser uma palavra, é preciso que haja um intervalo 
de, pelo menos, 0,1s para que essa palavra retorne aos meus ouvidos, e seja entendida. 
Contudo, o que isso quer dizer na prática? A velocidade do som é de cerca de 
340m/s, e como conseguimos distinguir sons com intervalos de 0,1s, isso significa que o 
som precisa percorrer, pelo menos, 34m antes de retornar aos ouvidos da fonte emissora, 
para que seja entendido. Ainda, para que seja considerado um eco, o som que acabou de 
ser emitido deve encontrar uma barreira rígida, pelo menos, 17m de distância, para que 
seja captado corretamente pelo emissor.
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FIGURA 21 – ECO
FONTE: <https://ondasmecanicasantares.blogspot.com/2011/04/fenomenos-acusticos-ecos.html>. 
Acesso em: 29 jul. 2019.
Você consegue entender a diferença entre o eco e a reverberação, não é?! 
Isso mesmo! Para que tenhamos um eco, além de uma distância mínima, o ideal é que 
tenhamos apenas um obstáculo. Caso tenhamos uma distância menor do que essa 
e mais obstáculos, como paredes em um ambiente fechado, por exemplo, teremos a 
reverberação. A principal diferença entre esses dois fenômenos é a inteligibilidade do 
som, ou a falta dela. Esse é um dos motivos pelos quais o eco acontece, geralmente, em 
ambientes abertos.
Finalizando os conceitos que devemos entender, falaremos, agora, da “absorção” 
e “transmissão” sonora. 
A absorção sonora, na verdade, não é uma característica do som propriamente 
dito, mas dos materiais que são utilizados em nossos projetos. Como o próprio nome já 
indica, a absorção sonora é a capacidade de um material qualquer de “absorver” o som, 
ao invés de refleti-lo. Essa característica dos materiais é muito importante em nossos 
projetos, já que, em muitos casos, será necessário diminuir o tempo de reverberação 
dos ambientes.
Todos os materiais são absorventes em maior ou menor proporção e, quando 
fazemos o tratamento acústico de um ambiente, na verdade, estamos trabalhando com 
esse aspecto de cada material. Os materiais mais absorventes são os mais porosos, 
flexíveis e leves (lembre-se: quando falamos de reflexão sonora, dissemos que o material 
era rígido? Agora, ficou mais fácil entender o porquê, certo?!). 
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Quando um material apresenta esse tipo de característica, as partículas que 
colidem com a sua superfície acabam por perder um pouco da sua potência, pela 
transmissão que ocorre dessa energia para essa superfície. Quando essas partículas 
retornam ao ambiente, elas estão com menos energia e, portanto, perdem sua potência 
sonora. A seguir, será possível ver o raio sonoro chegando, e poderemos notar que o 
material que compõe a parede não é rígido. Quando o raio atingir essa superfície, ela vai 
se mover, absorvendo uma parte da energia incidente. 
FIGURA 22 – ABSORÇÃO SONORA
FONTE: O autor
Em ambientes com grandes volumes, que precisam diminuir o tempo de 
reverberação, materiais com altos índices de absorção são os mais utilizados, já que 
ajudam a diminuir e a absorver o excesso de som no ambiente.
Finalmente, a “transmissão” sonora, de forma semelhante à absorção sonora, 
é uma característica dos materiais, e não do som propriamente dito, mas também é 
fundamental em nossos projetos. Todos os materiais, em alguma proporção, transmitem o 
som. A transmissão sonora ocorre quando uma parte das ondas sonoras que chega a um 
material é transmitida. A seguir, veremos um raio sonoro que atingirá uma superfície rígida. 
FIGURA 23 – TRANSMISSÃO SONORA
FONTE: O autor
31
Quando uma onda sonora atinge um material resistente, uma parte dessa onda 
é refletida, como já vimos, mas uma parte da energia dessa onda fará com que esse 
material resistente comece a vibrar, e essa vibração transmitirá uma porção da energia 
da onda sonora, criando uma nova fonte de ruído.
Poderemos ver um raio sonoro que está chegando a uma superfície que não é 
muito espessa, mas que é rígida (a parede representada é de concreto). Dessa maneira, 
você pode imaginar que essa parede refletirá uma porção desse raio, como já estudamos, 
e uma outra parte da energia dessa onda será absorvida pelo concreto (sim, apesar de ser 
um material muito rígido, o concreto absorve de 1 a 2 % da energia sonora). Finalmente, 
uma parte dessa energia fará com que a parede de concreto se mova e se deforme (muito 
pouco), sendo o bastante para que um pouco da energia sonora passe para o ambiente 
contíguo, criando uma fonte de ruído nesse próximo ambiente e,dependendo dos materiais 
envolvidos e da potência sonora incidente, isso pode se tornar um grande problema.
Essa capacidade de transmissão de som de qualquer material tem uma conexão 
direta com a espessura e a resistência desse material, isto é, quanto mais duro e espesso 
for o material utilizado para a construção de uma parede, por exemplo, menor será a sua 
capacidade de transmissão sonora. Você consegue saber por que isso acontece? Exatamente! 
Mais energia será necessária para movimentar as partículas que compõem esse material. 
Quanto mais distante da fonte emissora do som, mais essas ondas vão perdendo potência, e 
mais essa transmissão de energia entre as partículas vai perdendo energia.
FIGURA 24 – TRANSMISSÃO ATRAVÉS DE PAREDES GROSSAS
FONTE: O autor
Se aumentarmos a espessura dos materiais de construção e de acabamento, 
mais conforto acústico teremos em um ambiente, não é mesmo?! O grande problema é 
que, além do aumento óbvio dos custos, teremos uma grande distorção dos tamanhos 
das edificações e dos cômodos, pois paredes mais espessas significarão espaços 
internos menores.
32
Agora, conheceremos as formas de transmissão sonora, para entendermos 
como podemos evitá-las ou, pelo menos, diminuí-las.
A transmissão sonora ocorre de duas formas: transmissão aérea e transmissão 
por impacto. 
É a transmissão aérea que faz com que os moradores de unidades residenciais 
contíguas ouçam os ruídos uns dos outros. As ondas sonoras emitidas pelos moradores, 
ou por aparelhos, como televisores, chegam até as paredes. Como já vimos, nas paredes, 
uma parte do som é refletida de volta para o emissor, enquanto outra parte é transmitida 
através dessas superfícies. Essa transmissão faz com que um morador ouça a televisão 
do seu vizinho, quando esta está com o volume alto, ouça uma conversa mais acalorada, 
ou, até mesmo, o aspirador ou o liquidificador, quando estes emitem volumes de som 
muito altos.
A transmissão por impacto, como o próprio nome já diz, é feita através do 
impacto de superfícies, provocando o movimento em uma delas, gerando um ruído que 
é ouvido no outro lado de uma das superfícies.
Esse tipo de transmissão é muito comum em lajes, isto é, quando o seu vizinho 
do andar de cima pisa com muita força, usa um sapato com o salto rígido, ou quando um 
objeto pesado cai no chão, essa pancada gera um movimento na laje. Esse movimento é 
percebido pelo vizinho de baixo, como um ruído muito incômodo e, dependendo da fonte, 
como um ruído constante, como alguém que esteja andando de salto na sua cabeça.
A transmissão por impacto também ocorre em paredes ou em qualquer 
superfície rígida. Se o seu vizinho estiver colocando um prego na parede para pendurar 
um quadro, você ouvirá o barulho dessa transmissão por impacto.
Para moradores de edifícios, por exemplo, é muito comum o incômodo de 
uma obra, ou de uma furadeira sendo usada em alguma das outras unidades. Além 
do barulho causado por esses transtornos, temos mais um fator complicador: o som 
se desloca mais rápido em meios mais densos, certo?! Como o concreto é um meio 
denso, você ouve o ruído provocado pela obra, mas não consegue identificar de onde 
vem o som, o que pode ser muito inconveniente, se esse som estiver sendo feito fora 
do horário estabelecido.
33
FIGURA 25 – TRANSMISSÃO SONORA
FONTE: O autor
34
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu:
• Reflexão acontece quando uma onda sonora se choca com uma superfície dura e 
rígida e retorna para o emissor.
• Difração acontece quando uma parte de uma onda passa por uma abertura, e 
prossegue normalmente.
• Ressonância é a vibração de um corpo influenciada por outras vibrações.
• Difusão é a reflexão dos raios sonoros nos mesmos ângulos incidentes.
• Reverberação é a reflexão reiterada das ondas sonoras.
• Tempo de reverberação é o tempo que uma onda sonora leva para se extinguir em um 
ambiente.
• Eco é a repetição inteligível de uma palavra que acaba de ser pronunciada.
• Absorção é a capacidade dos materiais de absorverem e extinguirem o som.
• Transmissão é uma característica dos materiais, transmitindo uma parte do som 
incidente, e ocorre de duas formas: transmissão aérea, que é a propagação do som 
pelo ar, e transmissão por impacto, que é a propagação do som pelo impacto sobre 
uma superfície.
35
1 Analise o exposto a seguir:
 
FONTE: O autor
Podemos ver três comportamentos diferentes dos raios sonoros. Qual das alternativas a 
seguir indica, corretamente, a sequência desses comportamentos?
a) ( ) Absorção; Reflexão; Transmissão.
b) ( ) Reflexão; Difusão; Absorção.
c) ( ) Reverberação; Difusão; Absorção.
d) ( ) Difusão; Absorção; Transmissão.
e) ( ) Reflexão; Absorção; Difusão.
2 Esta característica acústica é gerada quando uma fonte emite um som de frequência 
igual à frequência de vibração natural de um receptor. Como em todo tipo de 
ressonância, ocorre uma espécie de amplificação do som, aumentando a intensidade. 
A qual característica do som estamos nos referindo?
a) ( ) Propagação.
b) ( ) Eco.
c) ( ) Ressonância.
d) ( ) Difração.
e) ( ) Reverberação.
AUTOATIVIDADE
36
37
TÓPICO 3 - 
NÍVEIS DE RUÍDO (NBR)
1 INTRODUÇÃO
Quando falamos sobre conforto ambiental acústico, você já deve ter notado que, 
mesmo que esse conceito seja subjetivo, ele deve estar balizado por alguns parâmetros, 
ou seja, devemos ter algumas diretrizes e alguns valores mínimos que guiem nossos 
projetos e garantam um mínimo de tranquilidade para os usuários. 
No caso brasileiro, esses parâmetros estão estabelecidos em nossas Normas 
Técnicas e de Desempenho (NBR), e estas devem ser obedecidas por todos, desde 
os proprietários de imóveis comerciais e industriais, por proprietários de imóveis 
residenciais e, especialmente, pelos projetistas responsáveis pelas alterações e pelo 
tratamento acústico das edificações.
2 ABORDAGEM 
A NBR 10151, por exemplo, trata da medição do nível sonoro em áreas habitadas. 
Essa Norma indica as formas de medição desses níveis, ou seja, ela indica como 
esses níveis devem ser auferidos, de tal forma que a medição seja quantitativa, e não 
qualitativa, isto é, de forma que ela não dependa de opiniões, e sim de números diretos. 
Essa Norma, portanto, facilita as medições e agiliza os processos de notificações e 
multas, em caso de excesso de ruído provocado por edificações de uso industrial ou 
comercial em áreas residenciais. 
A NBR 10151 indica os níveis sonoros para cada área, seja rural ou urbana, 
preservando o conforto da vizinhança em função da utilização, ou seja, os níveis 
sonoros que são admitidos em uma área rural são de, no máximo, 40 db, enquanto o 
nível admitido em uma área industrial é de 70 db. A escala de decibéis é uma escala que 
aumenta de maneira logarítmica, então, a diferença entre 40 db e 70 db é muito maior.
Podemos perceber como, nas nossas cidades, esse tipo de cuidado não existe, 
e os níveis de ruídos aos quais estamos sujeitos são muito mais altos do que seria 
recomendado, não é mesmo?! 
UNIDADE 1
38
A NBR 10152 fixa valores para o conforto acústico em ambientes, isto é, essa 
norma indica qual a quantidade máxima de som que deve haver em um ambiente, para 
que ele seja confortável. Esses valores são indicados em função do uso de cada espaço. 
Essa NBR também indica como calcular e medir a quantidade de som em cada um 
desses ambientes, e nos ajuda a pensar no tratamento sonoro que deve ser aplicado, 
objetivando o atendimento a esses valores.
No caso de designers, arquitetos e engenheiros, temos uma Norma muito 
importante, a NBR 15575, de 2013, que fixa o desempenho das vedações usadas em 
edificações, ou seja, o quanto essas vedações, sejam paredes, caixilhos, ou lajes entre 
as unidades, podem deixar passar som, isto é, qual a quantidade de som que pode ser 
transmitida entre as unidades de uma edificação. Caso esses índices, dentro de uma das 
unidades habitacionais da edificação, superem o que foi fixado na NBR, os projetistas 
e construtorespodem ser processados judicialmente, ou seja, uma edificação deve ser 
projetada para atender aos parâmetros fixados na Norma de Desempenho.
O objetivo da NBR 15575 é obrigar todos os participantes do processo de projeto 
e construção a se preocuparem, entre outras coisas, com o conforto acústico dos 
habitantes das unidades. Ao fixar um patamar máximo de ruído que pode entrar em uma 
unidade, a Norma de Desempenho 15575 fará com que todas as partes de uma edificação 
precisem ser especificadas, pensando na melhoria da qualidade de vida das pessoas. As 
janelas, por exemplo, deverão ser escolhidas levando em consideração a localização da 
edificação, isto é, se o prédio estiver localizado em uma avenida com grande tráfego 
de veículos, os caixilhos que serão especificados deverão absorver muito mais som, 
evitando a transmissão do ruído para dentro do ambiente. Já uma edificação que esteja 
em uma rua mais tranquila, que tenha apenas tráfego local, pode ter caixilhos que não 
absorvam tanto som e que, geralmente, têm um custo bem mais baixo. A NBR 15575 
impõe limites à transmissão sonora aérea e por impacto, o que significa que o material 
que será utilizado para a vedação entre as unidades deverá ser escolhido em função da 
sua absorção sonora, ou deverá ser combinado com algum tipo de isolante acústico, 
evitando ou diminuindo a transmissão aérea. A mesma coisa acontece com as lajes, que 
deverão receber uma camada de isolante acústico, evitando a transmissão por impacto.
Outra norma que deve ser utilizada em nossos projetos é a NBR 12179. Essa 
norma traz critérios sobre o tratamento acústico de ambientes fechados, listando 
os níveis de absorção sonora dos vários materiais utilizados para a construção e 
para o acabamento das construções. Deve ser utilizada nos cálculos dos tempos de 
reverberação dos espaços. 
39
A NBR 12179 também fala sobre o estudo geométrico-acústico (que estudaremos 
mais à frente), apresentando sua importância para o tratamento acústico de grandes 
ambientes, além de defi nir os valores de tempo de reverberação, em função do seu uso 
e do seu volume.
Você consegue perceber que, devido a todas essas normas e regulamentações 
que, como já foi falado, a poluição sonora e o ruído urbano nas grandes cidades são 
problemas sérios e, como designers de interiores e cidadãos, precisamos fazer o possível 
para ajudar a resolver essas situações. Certamente, um bom projeto de interiores é um 
grande passo para a solução.
O tratamento acústico é dividido em “Isolamento” Acústico, quando se evita 
que o som entre em uma sala de um recinto, e o “Condicionamento” Acústico, 
que é a melhoria na distribuição do som e no tempo de reverberação.
NOTA
40
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu:
• Os parâmetros de projetos acústicos e de limites de ruído estão estabelecidos nas 
Normas Técnicas e de Desempenho (NBR).
• A NBR 10151 estabelece parâmetros de níveis sonoros para áreas urbanas e rurais.
• A NBR 10152 indica valores para o conforto acústico de ambientes, conforme o uso 
desses espaços.
• A NBR 12179 traz critérios para o tratamento acústico e para o estudo geométrico-
acústico de ambientes.
• A NBR 15575 discorre sobre o desempenho acústico de edificações, estabelecendo 
parâmetros a serem respeitados. 
41
1 De acordo com a NBR 10151, qual é o nível máximo de ruído que pode existir em uma 
área rural?
a) ( ) 30 db.
b) ( ) 40 db.
c) ( ) 50 db.
d) ( ) 60 db.
e) ( ) 70 db.
2 Nosso trabalho, como designers de interiores, é guiado e definido por várias Normas, 
que estabelecem regras que devem ser seguidas a respeito de vários aspectos do 
conforto ambiental. No caso do Conforto Acústico, qual NBR define o desempenho 
acústico das vedações?
a) ( ) NBR 10151.
b) ( ) NBR 9050.
c) ( ) NBR 15575.
d) ( ) NBR 12179.
e) ( ) NBR 10152.
AUTOATIVIDADE
42
43
TÓPICO 4 -
 TIPOS E MATERIAIS PARA TRATAMENTO 
ACÚSTICO
1 INTRODUÇÃO
A absorção sonora ocorre quando uma onda de som chega até um determinado 
material e é “absorvida” por este, ou seja, esse som para de se propagar, e não é refletido 
de volta para o ambiente, ou para a fonte, mas você já entendeu isso, certo?
Como a absorção sonora está diretamente ligada à dissipação sonora, já que o 
som penetra nesses materiais e perde a sua potência, os materiais que são considerados 
bons absorvedores de sons são os materiais porosos, leves e moles.
FIGURA 26 – ABSORÇÃO SONORA
FONTE: O autor
2 EXEMPLOS
O que acontece, se pensarmos em uma escala pequena, é que os raios sonoros 
penetram nesses materiais macios através dos poros ou aberturas que esses materiais 
apresentam, e vão perdendo a sua potência, ficando “presos” nessas fibras ou nesses 
pequenos espaços. Assim, os materiais que são considerados bons absorvedores 
sonoros incluem as espumas, as lãs, de vidro, de rocha, ou de PET, os tecidos, desde que 
tenham uma espessura relativamente grande, e os feltros (você já deve ter reparado 
que as paredes dos cinemas e de alguns teatros são revestidas de carpete, certo?! 
Agora você entendeu a razão disso). 
UNIDADE 1
44
O exposto anterior mostra uma ampliação de um corte em um pedação de lã de 
PET. É possível ver o raio sonoro chegando com potência. Conforme o raio vai rebatendo 
em cada uma das fibras que compõem o material, ele vai perdendo energia e, portanto, 
potência, até que se dissipe, e mesmo que ele retorne para o ambiente, não causará 
nenhum problema.
A escolha do material que será utilizado no tratamento acústico de um ambiente 
depende de vários fatores, além da sua capacidade de absorção. Devemos levar em 
conta, por exemplo, o peso e o volume em relação ao ambiente onde esse material será 
empregado, ou seja, materiais que ocupam muito espaço podem diminuir a área de um 
ambiente, causando problemas de circulação, por exemplo.
A resistência ao fogo deve ser considerada, por razões óbvias. Também é preciso 
se preocupar com a manutenção e a limpeza, já que esse material, muitas vezes, ficará 
exposto no ambiente, e deve resistir à interação das pessoas.
Outra característica fundamental desses materiais, e tão importante quanto estas, 
é a estética, ou seja, o material escolhido deve ser condizente com o seu projeto, compondo, 
de maneira agradável, o ambiente, tanto em termos de cores, quanto texturas, dimensões 
etc. Você notará que há uma grande variedade, o que nos permite composições muito 
interessantes durante a concepção e implantação de um projeto de tratamento acústico. 
Os materiais absorventes podem ser divididos de acordo com suas 
características. Vamos começar com os materiais fibrosos: quando falamos sobre esse 
tipo de material, estamos falando de materiais compostos de fibras, e aqui podemos 
listar todos os tipos de materiais compostos de filamentos, e vendidos em mantas, como 
as lãs, sejam de rocha, de PET, de vidro, ou de outros materiais. A grande variedade de 
espessuras e de densidades é uma das vantagens desse tipo de material, pois quanto 
mais denso, mais pesado o material, a escolha de qual tipo de lã utilizar no projeto tem 
uma relação direta com dimensões e quantidade de som a ser absorvido.
FIGURA 27 – LÃ DE ROCHA
FONTE: <https://bit.ly/2vXEpPk>. Acesso em: 18 out. 2019.
45
Por suas características, geralmente, esses materiais são utilizados em associação 
com outros, como o preenchimento para placas de drywall, ou colocadas entre duas 
paredes de alvenaria.
Também são muito utilizados os materiais porosos, compostos, principalmente, 
pelas espumas acústicas. Como todas as espumas, essas são fabricadas em uma 
grande variedade de densidades e espessuras. Geralmente, vendidas em rolos ou placas, 
possuem uma grande variedade de tipos de textura em sua superfície. Normalmente, 
aplicadas diretamente sobre uma superfície, têm, como ponto negativo, a estética do 
projeto, de maneira semelhante às lãs.
FIGURA 28 – ESPUMA ACÚSTICA
FONTE: <https://bit.ly/3QmpGFj>. Acesso em: 18 out. 2019.
Os painéis flexíveis também são uma

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