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AULA 02 - LESÕES PRODUZIDAS POR AÇÃO PERFURANTE

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LESÕES PRODUZIDAS POR AÇÃO PERFURANTE
As lesões causadas por meios ou instrumentos perfurantes, possuem aspecto
pontiagudo, alongado e fino, e diâmetro transverso reduzido. Exemplos mais comuns
destes instrumentos: o estilete, a sovela, a agulha, o florete e o furador de gelo. Esses
meios ou instrumentos quase sempre atuam por percussão ou pressão, afastando as
fibras do tecido e, raramente, seccionando-as.
As lesões produzidas por ação perfurante denominam-se feridas punctiformes ou
punctórias, por apresentarem forma de ponto. Têm como características a abertura
estreita; são de raro sangramento, de pouca nocividade na superfície e, às vezes, de
certa gravidade na profundidade, a depender do órgão atingido; e, quase sempre, menor
diâmetro que o do instrumento causador, graças à elasticidade e à retratilidade dos
tecidos cutâneos.
O trajeto dessas feridas é representado por um túnel estreito no tecido lesado,
representado no cadáver por uma linha escura. O ferimento de saída, quando observado,
é em geral mais irregular e de menor diâmetro que o de entrada.
Quando o instrumento perfurante é de médio calibre, a forma das lesões obedece
às leis de Filhos (Edouard Filhos) e Langer (Karl Ritter von Langer)
A 1ª lei de Filhos diz que, quando um instrumento perfurante de médio calibre é
utilizado, a ferida produzida pode se assemelhar ás feridas produzidas por instrumentos
de dois gumes. 
A ferida produzida por instrumentos de dois gumes possui aparência de casa de
botão, ou seja, exibe dois ângulos agudos. Isso acontece por causa das chamadas linhas
de tensão. Essas linhas representam a direção das fibras musculares no corpo. 
Por exemplo, quando uma vitima é atingida por um instrumento perfurante de
médio calibre, como por exemplo, uma sovela; a ferida não toma o aspecto circular, como
é esperado, e sim a forma de instrumento de dois gumes, em virtude, exclusivamente
dessas linhas de tensão que puxam as bordas dessa ferida. Então, a ferida que era para
ser circular, a linha de tensão “puxa” e faz com que ela tome a forma de fenda. Desse
modo, a ferida produzida por instrumento de médio calibre obedecerá sempre a 1ª lei de
Filhos.
A segunda lei de Filhos diz que quando as lesões ocorrem em uma mesma região
do corpo, onde as linhas de força tenham um único sentido, seu maior eixo terá sempre a
mesma direção, ou seja, terá sempre a mesma direção do feixe de tensão. Nesse sentido,
as lesões produzidas por instrumentos perfurantes de médio calibre seguem o sentido das
linhas de força das fibras elásticas da pele, sendo paralelas entre si. 
Uma ferida em formato de “casa de botão” terá sempre dois eixos principais: um
grande, representado pela linha de cor preta e um pequeno, representado pela linha de
cor azul, como na figura abaixo.
O que a lei diz é que esse maior eixo, representado pela linha preta, terá a mesma
direção da linha de tensão onde foi feito o trauma.
Vamos exemplificar com as linhas de tensão da perna. Olhando da esquerda para
a direita, observamos que o direcionamento delas é levemente inclinado para baixo. 
Dessa forma, se uma lesão por instrumento de médio calibre for feita nesse local, a
ferida teria o formato de “casa de botão” e o seu maior eixo seguiria essa direção da linha
de tensão, ou seja, levemente inclinada para baixo. 
A Lei de Langer diz que quando a ferida for causada numa região de confluência
dessas linhas de tensão, com direções diferentes, isto é, cada lado tem sua linha de
tensão; a lesão pode tomar aspecto de triângulo, quadrilátero ou estrela. Exemplos de
região com linhas de confluência: glúteos, seios, ombro, ou seja, todo lugar de
cruzamento dessas linhas serve como exemplo. 
Em seu trajeto, os instrumentos perfurantes podem produzir ferimentos que
terminam em fundo de saco, em uma cavidade, ou podem transfixar um segmento,
resultando em dois orifícios: um de entrada e outro de saída, além de um trajeto. 
O orifício de entrada possui forma de ponto, pequenas dimensões e é pouco
sangrante. O orifício de saída, quando existe, é muito parecido com o de entrada,
apresentando, no entanto, suas bordas discretamente evertidas. 
No entanto, não se pode estabelecer o comprimento do meio perfurante pela
profundidade de penetração. Além de nem sempre penetrar em toda a sua extensão,
pode ainda variar essa profundidade com a posição da vítima. Pode acontecer de a
profundidade de penetração ser maior que o próprio comprimento da arma quando esta,
por exemplo, atinge uma região onde haja depressibilidade dos tecidos superficiais, como
no ventre. Lacassagne chamou essas lesões de “feridas em acordeão”. 
Em algumas situações ocorre o chamado efeito ou feridas ou lesões em acordeão
de Lacassagne, ou seja, a profundidade de penetração ser maior que o tamanho do
instrumento. Quando uma parte do corpo é comprimida, isso gera um acúmulo de tecido,
e faz com que a lesão tenha uma profundidade maior, isto é, uma sovela de 10 cm, por
exemplo, pode produzir uma lesão de 15 cm de profundidade. 
 
A gravidade desses ferimentos depende dos órgãos e estruturas atingidos ou de
eventuais infecções. A causa jurídica é, na maioria das vezes, homicida e, mais
raramente, de origem acidental ou suicida.

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