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ESTÁGIO PSICOLOGIAESTÁGIO PSICOLOGIA HOSPITALARHOSPITALAR ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO A PACIENTES COM CÂNCER Nicole BarrettoNicole Barretto Conteúdo da Apresentação - O que é o câncer? - Fatores psicossociais da doença - Papel do Psicólogo - Referências O QUE É O CÂNCER? "O câncer se caracteriza pela perda do controle da divisão celular e pela capacidade de invadir outras estruturas orgânicas." Na prática, essas neoplasias são denominadas de tumores. Podendo ser Maligno ou Benigno. As neoplasias malignas ou tumores malignos manifestam um maior grau de autonomia e são capazes de invadir tecidos vizinhos e provocar metástases, podendo ser resistentes ao tratamento e causar a morte do hospedeiro. O processo de formação do câncer é chamado de carcinogênese ou oncogênese e, em geral, acontece lentamente, podendo levar vários anos para que uma célula cancerosa se prolifere e dê origem a um tumor visível. O que pode causar a doença Além de fatores genéticos pré existentes na pessoa, existem fatores chamados AGENTES CANCERÍGENOS que podem contribuir para o início, promoção e progressão da doença como: TABAGISMO E EXPOSIÇÃO PROLOGANDA A AGENTES QUÍMICOS Por ser entendido como um conjunto de mais de 100 doenças, os sintomas de cânceres malignos variam de acordo com cada tipo de câncer, porém, existem sinais e sintomas mais comuns do câncer, que podem incluir: Protuberância anormal ou inchaço no pescoço, mama, abdome, testículo ou em outro local do corpo. Cansaço inexplicável e perda de energia. Hematomas frequentes. Sangramento anormal. Dor contínua. Febre ou sintomas inespecíficos que não melhoram. Dores de cabeça frequentes, muitas vezes com vômitos. Alterações na visão ou mudanças repentinas de comportamento. Perda de apetite ou perda de peso não planejada. Aparecimento de pintas novas ou manchas na pele, que mudam de tamanho, forma ou cor. Sintomas A palavra câncer vem do grego karkínos, que quer dizer CARANGUEJO - Essa palavra foi utilizada pela primeira vez por Hipócrates, considerado o pai da Medicina que viveu entre 460 a 377 a.C. - A explicação corrente deste nome é que o tumor canceroso se espalha pelo corpo como as patas e pinças do caranguejo, ou que as próprias ramificações do tumor lembram os membros desse crustáceo. Curiosidades É uma doença muito antiga - estudos em múmias egípcias comprovam que esta doença já afetava o homem há mais de 3 mil anos. Doença fortemente associada a fatalidade (sofrimento psíquico) FATORES PSICOLÓGICOS DA DOENÇA "O câncer desencadeia reações devastadoras tanto no âmbito orgânico como no emocional, provocando sentimentos, desequilíbrios e conflitos internos, além de causar um sofrimento tão intenso capaz de resultar em desorganização psíquica, consequências estas que, vão depender da localização, do estágio da doença e do tratamento. - Apesar do avanço tecnológico da medicina, o seu diagnóstico ainda é encarado, muitas vezes, como sentença de morte mesmo que comprovadamente sejam passíveis de cura ou controle." Silva, 2008 Após o choque inicial do diagnóstico de câncer, os pacientes costumam apresentar respostas emocionais como ansiedade, raiva e depressão. - O diagnóstico também desencadeia uma série de sentimentos como impotência, desesperança, temor e apreensão. - Estudos apontam que o câncer está ligado a ideação suicida e ao suicídio logo após o diagnóstico. - A questão financeira pode ser um fator significativo, considerando que o tratamento exige exames, consultas, especialistas e, em muitos casos, afastamento do trabalho. Além disso, o câncer envolve mudanças corporais que afetam a autoestima do paciente (tumores, feridas, perda de cabelo e imagem corporal modificada que gera perda de identidade) Mudanças na rotina e autoestima Uma doença grave pode provocar a ruptura do equilíbrio familiar. As alterações na dinâmica familiar iniciam-se na fase pré- diagnóstica, no princípio dos sintomas, perpassam por todo o adoecimento e podem continuar após a morte ou cura da pessoa doente. Família Fatores familiares facilitadores: Uma estrutura familiar com flexibilidade para mudanças de papéis, boa comunicação entre equipe de saúde, paciente e família, conhecimento acerca de sintomas e da doença, participação ativa nas diversas fases da doença e tratamento, disponibilidade de apoio formal e informal são considerados fatores facilitadores para um bom enfrentamento Fatores familiares complicadores: padrões familiares disfuncionais de se relacionar, interagir, comunicar e resolver problemas; ineficiência ou inexistência de suporte formal e informal; crises familiares concomitantes à doença; ausência de recursos financeiros e sociais aliados à baixa qualidade nos cuidados médicos e na comunicação com a equipe de saúde; estigmas que envolvem a doença Família É preciso cuidar da família antes desse processo todo acontecer, para que seja possível elaborar o luto da melhor maneira possível. São eles que ficam e são os que mais sofrem, também. Sobre como trabalhar a questão do câncer com a família, a médica geriatra Ana Cláudia Arantes cita É comum no hospital, observar familiares renunciando algumas das suas necessidades pessoais para acompanhar o paciente, esse cuidador nesse momento se submete a uma nova realidade, em que, sua rotina estará voltada parcialmente aos cuidados do paciente e é submetido a diversos fatores como: Família Súbita e inesperada instalação da doença; Incerteza sobre o prognóstico; Medo de que o paciente sinta dor, tenha uma inabilidade pós- evento mórbido ou morra; Falta de privacidade e de individualidade; Ambiente desconhecido e aterrorizante; Separação física do paciente e/ou distância de casa sem um grupo de amigos, vizinhos ou parentes com quem havia convivido, ou que dê sensação de amparo e disponibilidade. Quebra das rotinas Sentimentos de isolamento Sentimentos de perda de controle Outros problemas, como cuidados com as crianças que estão em casa Outras doenças na Família Perda de proventos Despesas extraordinárias para custeios de manutenção nas proximidades do hospital e/ou para custos do tratamento. Mudanças nos papéis familiares Outros fatores que geram mudanças na vida dos familiares: Assim, o surgimento deste segmento somente foi possível com a diminuição do estigma existente em relação a esta doença, o que permitiu importantes mudanças de atitudes em relação ao câncer e ao seu portador. O PAPEL DO PSICÓLOGO A atuação da Psicologia especificamente no tratamento dos pacientes oncológicos teve seu início a partir da década de 70 em virtude dos vários aspectos psicológicos que se encontram relacionados ao paciente portador de câncer. Apesar de consolidada na década de 70, em 1961 o médico oncologista José Schavèlson, no ano 1961, propôs o termo psico- oncologia. Ele usou este termo para designar essa nova área do conhecimento, formada por um ramo da medicina que se ocuparia em prestar assistência ao paciente com câncer, do seu contexto familiar e social e dos aspectos médico-administrativos presentes no cotidiano do paciente com câncer. Psico-Oncologia Desenvolvimentais, considerados os diferentes contextos de desenvolvimento. Socioeconômicos e culturais do paciente e dos familiares. Capacidade de enfrentamento de situações estressantes. Nível de coesão e facilidade de comunicação entre os membros da família. História pessoal e familiar do paciente. A compreensão mais precisa da influência destes fatores poderia ajudar a delimitar, inclusive metodologicamente, a intervenção profissional da Psicologia dentro da Oncologia. Aspectos sociais Em relação às variáveis psicossociais, a assistência ao paciente com câncer e sua família, deveria envolver a compreensão da interação entre diversos fatores: Auto-conhecimento sobre a doença Um aspecto que vem sendo abordado pela Psico-Oncologia é a necessidade do paciente saber de sua doença e de seu estado. É importante que o profissional saiba como contar e transmitir a certezaque o paciente receberá o melhor tratamento, e que a cura é uma meta em conjunto. Diversos estudiosos da Psico-oncologia discutem esta questão da informação do diagnóstico sobre o que contar, como contar e a quem contar. Parece haver um consenso de que se deve informar o paciente de acordo com o que ele deseja e está preparado para saber, sendo assim, ele sinaliza o quanto ele pode e deseja saber. Psicoeducação Destaca-se a importância da aquisição de conhecimentos relativos ao câncer e ao tratamento para o enfrentamento efetivo. Isso contribui em tomadas de decisões do paciente acerca do seu tratamento, informando adequadamente familiares e amigos, planejando o futuro e, dessa forma, criando um maior controle da situação. Auxiliar no momento do diagnóstico; Informar sobre a doença; Esclarecer os tratamentos a que será submetido e os possíveis Efeitos colaterais e como lidar com eles; Ajudar o paciente a enfrentar a doença através de técnicas específicas, visando sua participação ativa na evolução do tratamento. O psicólogo deve atuar junto ao paciente oncológico, à família e também à sociedade. Em relação ao paciente oncológico deve: O papel do psicólogo Uma das preocupações da Psico-Oncologia consiste no cuidado com os cuidadores. Por cuidador pode-se entender tanto o cuidador profissionalizado, pertencente a uma equipe de promoção de saúde, quanto o cuidador domiciliar, que pode ser um enfermeiro contratado, um familiar, um vizinho, ou seja, aquele que estiver disponível e que o paciente aceite como o que vai cuidar dele. Cuidar dos cuidadores Tanto a equipe no atendimento quanto o cuidador individual do paciente enfrentam situações semelhantes de angústia, desamparo, frustração e impotência, sendo importante que se tenha um olhar sobre suas necessidades e demandas. Só o tempo é capaz de amenizar a dor de perder alguém que amamos. A saudade e as lembranças são eternas, permanecem vivas, florescem e, como o amor, jamais morrem. Aurilene Damasceno Referências FONSECA , R.; CASTRO, M. M. A importância da atuação do psicólogo junto a pacientes com câncer: Uma abordagem psico- oncológica. Psicologia e Saúde em debate , [S. l.], p. 54-72, 1 out. 2016. A-B-C DO CÂNCER: Abordagens básicas para o controle do câncer. 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Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php? script=sci_arttext&pid=S1677-11682012000100007&lng=pt&nrm=iso>. acessos em 28 ago. 2022. http://dx.doi.org/10.5752/P.1678-9563.2012v18n1p73. POR UMA morte com menos sofrimento. [S. l.]: Instituto Vencer o Câncer, 17 dez. 2014. Disponível em: https://vencerocancer.org.br/dia-a-dia-do-paciente/por-uma-morte-com-menos-sofrimento/. Acesso em: 28 ago. 2022. DE BARROS , A.G.L. et al. A FAMÍLIA FRENTE AO CONTEXTO DO DIAGNÓSTICO DE CÂNCER. Repositório Digital Univag , Mato Grosso, v. 1, p. 1-21, 2018. http://dx.doi.org/10.5752/P.1678-9563.2012v18n1p73
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