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Aula 05
SEC-BA (Professor de Geografia)
Conhecimentos específicos - 2022
(Pré-Edital)
Autor:
Sergio Henrique
28 de Abril de 2022
05303426343 - João Batista Gomes do Amaral
 
 
 
 
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SUMÁRIO 
00. Bate Papo Inicial .......................................................................................................... 3 
1. Industrialização .............................................................................................................. 4 
1.1. Primeira Revolução Industrial .................................................................................................... 5 
1.2. Segunda Revolução Industrial (Fordismo).................................................................................. 6 
1.3. Terceira Revolução Industrial (Toyotismo)................................................................................. 6 
2. O Processo de Industrialização do Brasil ........................................................................ 8 
2.1. Substituição de Importações (1917) .......................................................................................... 9 
2.2. Era Vargas (30/40) ..................................................................................................................... 9 
2.3. JK (1950) ................................................................................................................................... 11 
2.4. Ditadura (60/70) ...................................................................................................................... 11 
2.5. Década Perdida da Economia Brasileira (1980) ....................................................................... 12 
2.6. As Políticas Neoliberais no Brasil: Abertura para o Capital Internacional (1990) ................... 13 
2.7. A Distribuição Industrial Brasileira ........................................................................................... 14 
3. Concentração Industrial ............................................................................................... 17 
4. Desconcentração Industrial .......................................................................................... 19 
4.1 Formação de Novos Centros Industriais .................................................................................... 19 
5. Fontes de Energia ........................................................................................................ 22 
5.1. Hidroeletricidade ...................................................................................................................... 24 
5.1.1. Impactos da Instalação de Hidrelétricas ............................................................................................................... 25 
5.1.2. O Potencial Hidrelétrico Brasileiro. ...................................................................................................................... 26 
5.2. O Petróleo ................................................................................................................................. 28 
5.2.1. Não somos Autossufientes? Porque Importamos? .............................................................................................. 29 
5.2.2. A Plataforma Continental e a Produção de Petróleo............................................................................................ 30 
5.3. Carvão e Gás Natural ............................................................................................................... 32 
5.4. Energia Nuclear ........................................................................................................................ 33 
5.5. Tendências de um Cenário Futuro ............................................................................................ 34 
6. Orientações de Estudos (Checklist) e Pontos a Destacar) ............................................. 36 
7. Questionário de Revisão .............................................................................................. 40 
Questionário – Somente Perguntas ................................................................................................ 40 
Questionário – Perguntas e Respostas ........................................................................................... 40 
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8. Exercícios ..................................................................................................................... 44 
9. Considerações Finais .................................................................................................. 175 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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00. BATE PAPO INICIAL 
 Olá, caro amigo concurseiro. É com grande prazer que o recebo novamente para falarmos de 
geografia. Estudar a aula anterior é fundamental para que você possa compreender muitas das 
coisas que vamos tratar aqui. Estudar a teoria e resolver os exercícios é a melhor forma para 
memorizar o conteúdo e ficar confiante para resolver a sua prova. Tenha sempre em mente seus 
objetivos e as coisas que te motivam, para que eles possam te dar a energia necessária para você 
alcançar seu sucesso. Vamos lá! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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1. INDUSTRIALIZAÇÃO 
A revolução industrial teve início na Inglaterra. Foi o país pioneiro da industrialização 
europeia, pois reunia muitos fatores favoráveis como rios que facilitavam o escoamento da 
produção, uma burguesia com capital volumoso para investimentos, avanços científicos na mecânica 
e grandes reservas de carvão e ferro. A revolução industrial foi um processo de mecanização do 
trabalho e modernização das formas produtivas, cujas nações pioneiras foram a já citada Inglaterra, 
França, Holanda e Bélgica. São chamados de países de industrialização de primeira geração. A 
segunda revolução industrial ocorreu também no continente europeu, na Alemanha e Itália, em 
meio a um processo político-militar de formação dos respectivos Estados Nacionais. Este modo de 
produção transpôs o continente e os países não europeus que mais se destacaram foram os EUA e 
Japão. Estes países são os que possuem um maior grau de desenvolvimento industrial, tecnológico, 
urbanização e uma grande concentração de capital. O processo de urbanização mais antigo faz com 
que alguns espaços sejam tradicionalmente industriais, urbanizados e desenvolvidos, como a costa 
Leste do EUA e a Europa Central. 
Os polos industriais nos países de industrialização emergente, os BRICS (refere-se à Brasil, 
Rússia, Índia, China e África do Sul), que se industrializaram após a Segunda Guerra Mundial, com a 
mundialização do comércio e expansão das multinacionais (fatores da globalização), são espaços 
industriais que ainda carecem de profundas melhorias, tanto quanto a situação do trabalho cada vez 
mais precário e quedemanda uma maior inclusão das pessoas no espaço urbano. No mapa a seguir 
podemos visualizar como ocorre a distribuição industrial e podemos associá-la a Divisão 
Internacional do Trabalho (DIT), pois os países Norte-Americanos e da Europa Ocidental, fornecem 
produtos tecnológicos a altos preços associados à mão de obra qualificada; enquanto que os países 
emergentes como Brasil, Argentina, México, Rússia, China, Índia, entre outros, são vistos como 
potenciais mercados consumidores dessa tecnologia. Assim como os países semi-industrializados, 
do Norte da África e Oriente Médio, e os essencialmente rurais africanos e sul-americanos, os países 
emergentes fornecem produtos primários como commodities agrícolas e produtos de mineração a 
preços baixos e importam produtos tecnológicos a preços altos. 
 
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1.1. PRIMEIRA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL 
No século XVIII, a Inglaterra tornou-se uma potência econômica internacional dominante e 
acumulou grandes somas de capital. Além disso, o grande número de portos naturais e rios 
navegáveis, muitos ligados por novos canais, significava que o consumo interno e o internacional 
podiam ser facilmente interligados. A crescente industrialização contribuiu para o êxodo rural e com 
a grande oferta de mão de obra barata atraída pelo trabalho fabril em conjunto com as colônias na 
África e na Ásia que garantiam fornecimento de matéria-prima com mão de obra barata o setor foi 
rapidamente alavancado. 
Em meados do século XVIII e início do XIX, houve o surgimento da mecanização que operou 
significativas transformações em quase todos os setores da vida humana. Foi a separação definitiva 
entre o capital, representado pelos donos dos meios de produção, e o trabalho, representado pelos 
assalariados. A mecanização se estendeu do setor têxtil para a metalurgia, transportes, agricultura, 
pecuária e todos os outros setores da economia. A Revolução Industrial estabeleceu a definitiva 
supremacia burguesa na ordem econômica. Mas nem todos se industrializaram ao mesmo tempo, 
permanecendo na condição de fornecedores de matérias primas e produtos agrícolas para os países 
industrializados. Essas diferenças marcam até hoje as nações do mundo que são divididas entre 
países desenvolvidos e em desenvolvimento. Uma das maneiras de se mensurar quão avançado é 
determinado país é pelo seu grau de industrialização. 
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1.2. SEGUNDA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL (FORDISMO) 
Ao final do século XIX, o período conhecido como a fase da livre concorrência fica para trás e 
o capitalismo se tornava cada vez menos competitivo e mais monopolista. Nesta época, o império 
alemão surge como a grande potência industrial graças a abundância do minério de ferro e sua 
cultura militar. Antes chefiada pela Prússia, a Alemanha realizou reformas políticas e econômicas 
que unificaram o país tornando-a uma indústria poderosa. Se estabeleciam as bases do progresso 
tecnológico e científico. O constante aperfeiçoamento dos produtos e técnicas, para melhor 
desempenho industrial, deram as condições necessárias para o crescimento do imperialismo 
colonialista. Surge aí o Fordismo criado por Henry Ford, quando instala então a primeira linha de 
produção semiautomatizada de automóveis no ano de 1914. 
Este se tornaria o modelo de gestão que perduraria até meados da década de 1980. Este 
sistema de produção em massa, denominado linha de produção, constituía-se em linhas de 
montagem semiautomáticas, possibilitadas pelos pesados investimentos para o desenvolvimento de 
maquinários e instalações industriais. A diminuição dos preços vem então acompanhada pela queda 
na qualidade dos produtos fabricados e alta carga de trabalho mal remunerada. Por conseguinte, 
este modelo se espalha pelo mundo e se consolida no pós-guerra garantindo os anos dourados de 
prosperidade aos países desenvolvidos. 
Este período foi marcado pela consolidação do progresso científico e tecnológico, se 
espalhando por outros países da Europa. Muitas descobertas foram importantes para alavancar esse 
progresso que merecem destaque: 
✓ A invenção da lâmpada incandescente; 
✓ A criação dos meios de comunicação (telégrafo, telefone, televisão, cinema e rádio); 
✓ E diversos avanços na área da medicina e da química, como a descoberta dos 
antibióticos e das vacinas. 
 
1.3. TERCEIRA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL (TOYOTISMO) 
A Terceira Revolução Industrial, também chamada de Revolução Informacional, tomou força 
na segunda metade do século XX, momento em que a eletrônica aparece como verdadeira 
modernização da indústria. Isto aconteceu após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) e segue até 
a atualidade. Para alguns, a descoberta científica da possibilidade de utilizar a energia nuclear do 
átomo está associada ao seu início. Para outros, seu início foi por volta de 1970, com o 
descobrimento da robótica, empregada na linha de montagem de automóveis. Há ainda quem 
defenda que iniciou-se a partir dos anos 1990, com o uso do computador pessoal e a internet. Enfim, 
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o fato é que a Terceira Revolução Industrial trouxe um progresso tecnológico imensurável atrelado 
também a um grande desenvolvimento agropecuário, de prestação de serviços e comercial em geral. 
A economia cresceu abruptamente com as novas conquistas dos grandes centros de pesquisas dos 
países desenvolvidos, tendo na globalização a maneira perfeita de difundir e massificar os produtos 
tecnológicos produzidos. 
Dentre as suas principais características estão: 
✓ O uso de tecnologia e do sistema informático na produção industrial; 
✓ O desenvolvimento da robótica, engenharia genética e biotecnologia; 
✓ A diminuição dos custos e aumento da produção industrial; 
✓ A flexibilização do trabalho; 
✓ A produção por demanda (just-in-time) sem a necessidade de acumular a produção em 
grandes galpões; 
✓ A aceleração da economia capitalista; 
✓ A busca pela utilização de várias fontes de energia, inclusive as menos poluentes; 
✓ Busca polo selo sustentável e aumento da consciência ambiental; 
✓ A consolidação do capitalismo financeiro; 
✓ A terceirização da economia; 
✓ A expansão das empresas multinacionais; 
✓ Substituição dos postos de trabalho não qualificados por máquinas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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2. O PROCESSO DE INDUSTRIALIZAÇÃO DO BRASIL 
A industrialização dos países periféricos coincide com a expansão das chamadas empresas 
multinacionais. Essa expansão consiste na instalação de subsidiárias nos países periféricos, que 
fabricarão produtos que já tenham atingido no país de origem a fase de declínio e deseu ciclo de 
vida. A industrialização no Brasil foi historicamente tardia. Na Europa já se desenvolvia a Primeira 
Revolução Industrial e o Brasil vivia sob o regime de economia colonial. Os principais 
impulsionadores deste movimento foram os cafeicultores do estado de São Paulo que, após a crise 
do café em 1929, investiram o capital acumulado com as lavouras em maquinário industrial. Até 
então, a indústria brasileira se resumia em processamento de alimentos e produção de tecidos, 
exercida por indústrias de pequeno e médio porte comandadas pela classe burguesa em ascensão. 
Logo após se desenvolveram os setores de bens de consumo duráveis (móveis, automóveis, etc.) e 
não duráveis (calçados, roupas, alimentos etc.). 
A década de 1950 marcou a formação de um dos maiores polos tecnológicos nacionais, em 
São José dos Campos, com a instalação do Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA) e logo na 
década de 60 foi a vez do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), responsável pela 
construção de satélites espaciais. Logo vieram a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária 
(EMBRAPA), o instituto Adolfo Lutz, a Fundação Oswaldo Cruz, etc. Percebe-se no Brasil uma 
concentração da atividade industrial na região Sudeste. Durante as décadas de 1960, 70 e 80, 
houveram gradativos movimentos de descentralização industrial, expandindo a industrialização para 
as regiões Norte, Nordeste, Sul e Centro-Oeste. Entre os anos de 1950 a 1980 ocorreu a implantação 
de setores mais diversificados de bens intermediários (autopeças para montadoras). Após a Segunda 
Guerra Mundial, o crescimento industrial de São Paulo ocorreu no chamado ABCD paulista (Santo 
André, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul e Diadema), tendo como base a indústria 
automobilística estrangeira. 
Pontos positivos do processo de industrialização: 
✓ Contração do volume de exportações de produtos manufaturados estrangeiros; 
✓ Crescimento da produção de produtos nacionais associada à queda de preço; 
✓ Geração de milhares de empregos no setor da indústria; 
✓ Desenvolvimento das relações de trabalho nas áreas das indústrias, com a criação dos 
sindicatos na intenção de defesa dos direitos dos trabalhadores; 
✓ Ascensão dos setores de comunicação, transporte e desenvolvimento urbano. 
Pontos negativos do processo de industrialização: 
✓ Aumento da poluição com o lançamento de rejeitos químicos no ar e nos rios, além da 
prática de crimes ambientais; 
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✓ Utilização de mão de obra infantil; 
✓ Crescimento desregrado dos centros urbanos por meio do êxodo rural e da imigração, 
incapaz de acomodar o grande fluxo de pessoas. 
 
2.1. SUBSTITUIÇÃO DE IMPORTAÇÕES (1917) 
Durante a Primeira Guerra Mundial, a Europa estava impossibilitada de produzir e 
principalmente exportar. Foi então que o Brasil passou a exportar grande parte dos alimentos 
produzidos para os países da Tríplice Entente. O capital inicial veio justamente do setor cafeicultor 
composto principalmente por italianos que se tornaram pequenos proprietários de fazendas de café. 
As primeiras indústrias tinham grau de complexidade menor, como as têxtis e alimentícias. A 
ocorrência das exportações passou a afetar o abastecimento interno de alimentos, causando 
elevação dos preços da pequena quantidade de produtos disponíveis no mercado. A 
industrialização fez surgir no Brasil o novo perfil social do operário fabril. Embora o salário subisse, 
o custo de vida aumentava de forma desproporcional, deixando os trabalhadores em más condições 
para sustentar suas famílias e fazendo com que as crianças precisassem trabalhar para 
complementar as rendas domésticas. No ano de 1917 o Brasil passou por uma greve geral dos 
trabalhadores industriais, no contexto das agitações revolucionárias da Rússia. O movimento 
operário começou a surgir ainda no final do século XIX, mas foi com a industrialização provocada 
pela Primeira Guerra que fez com que rapidamente se transformasse em uma das principais forças 
políticas de sua época. Já em 1917, pode ser visto como um dos maiores movimentos operários do 
mundo. 
 
Ficou conhecida como Tríplice Entente (entente = acordo, contrato) a coalizão militar 
constituída na primeira década do século XX, onde os Impérios Britânico, Russo e República 
Francesa se uniram para fazer frente à política expansionista de outro bloco, a Tríplice 
Aliança (constituída pelos Impérios Alemão, Italiano e Austro-Húngaro), formado em 1882 
 
2.2. ERA VARGAS (30/40) 
Vargas foi um marco da industrialização e urbanização do país. Se destacou por iniciar um 
sistemático processo de industrialização, baseado na forte intervenção do Estado na economia 
nacional e na substituição de importações. Governa entre 1930 e 1945, e depois de um mandato 
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presidencial de Dutra, retorna e governa até 1954. Chegou ao poder num país rural e quando se 
suicidou, o Brasil já tinha uma industrialização proeminente em curso e a população passava a ter 
um perfil cada vez mais urbano. Seu projeto de política econômica que podemos chamar de 
nacionalismo econômico, procurou manter uma maior independência com relação ao capital 
internacional. O projeto de governo de Vargas procurou industrializar o Brasil com empresas 
estatais, e indústrias de base (mineração, siderurgia, metalurgia e energia). 
Entre as empresas que foram construídas podemos destacar: A companhia Vale do Rio Doce 
em Minas Gerais (privatizada em 97 no governo FHC), a Usina de Tubarão (ES), a Usina de Volta 
Redonda (RJ), a Usina Hidrelétrica de Paulo Afonso, no Rio São Francisco (MG) e a Petrobrás, que 
por sua vez, foi criada em meio a uma grande campanha nacionalista “o petróleo é nosso”. Nessa 
época, Vargas criou a ANP (Agência Nacional de Petróleo) e a Petrobrás era detentora do monopólio 
de extração e refino. Seu monopólio foi quebrado em 97, no governo FHC, e hoje o Estado possui 
aproximadamente 28% das ações da empresa. Também foi durante esse governo houve outro feito 
notório com a Consolidação das Leis de Trabalho (CLT) na intenção de estruturar e organizar o setor 
industrial trabalhista. 
As principais características da era Vargas apesar de complexas podem ser resumidas a: 
✓ Centralização do poder: Vargas tomou medidas para enfraquecer o Legislativo e reforçar 
os poderes do Executivo. Essa característica ficou evidente durante o Estado Novo. 
✓ Política trabalhista: Atuou de forma consistente na ampliação dos benefícios trabalhistas. 
Criou o Ministério do Trabalho e concedeu direitos aos trabalhadores. Reforçou seu poder 
aproximando-se das massas. 
✓ Propaganda política: O uso da propaganda como forma de ressaltar as qualidades de seu 
governo foi uma marca forte de Vargas e que também ficou evidente durante o Estado 
Novo à partir do Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP.) 
✓ Capacidade de negociação política: A capacidade política de Vargas não surgiu do nada, 
mas foi sendo construída e aprimorada ao longo de sua vida política. Vargas tinha uma 
grande capacidade de conciliar grupos opostos em seus governos, como aconteceu em 
1930, quando oligarquias dissidentes e tenentistas estavam no mesmo grupo apoiando-
lhe. 
A postura de Vargas no poder do Brasil durante esse período pode ser também relacionadacom o populismo, principalmente pelos aspectos da sua relação direta e não institucionalizada do 
líder com as massas; da defesa da união das massas; de uma liderança baseada no carisma e um 
sistema partidário frágil. 
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2.3. JK (1950) 
O presidente Juscelino Kubitschek aplicou um projeto de governo bastante arrojado para a 
época. Na busca de industrializar a qualquer custo, lançou o “Plano de Metas”, que prometia 
desenvolver o país “50 anos em 5”. As cinco principais metas eram: indústria, energia, transportes, 
educação e saúde. Fundamentalmente realizou uma abertura de capital, retirando barreiras 
alfandegárias e protecionistas, e investiu em infraestrutura construindo usinas hidrelétricas e 
rodovias que integravam o Brasil. É importante lembrarmos que quanto maior o desenvolvimento 
industrial, maior a demanda energética. Para alcançar os objetivos do Plano de Metas era necessária 
uma intervenção maior do Estado na economia, priorizando então, a entrada de capitais 
estrangeiros no país, principalmente pela indústria automobilística. Ressalta-se que nesse período o 
Brasil iniciou o processo de endividamento externo. 
A meta síntese do Plano de Metas, e que projetou a imagem de JK foi a construção de Brasília. 
A ideia de construção de uma cidade para abrigar o Distrito Federal e que estivesse no centro de 
nosso território (para integrar o país e contra invasões estrangeiras) já era bem antiga, proposta 
durante o Império, por José Bonifácio. JK concretizou um projeto de mais de um século na época. 
Entre as razões para a construção de Brasília podemos citar: 
✓ Centralizar a administração política brasileira. 
✓ Levar o desenvolvimento ao interior. 
✓ É estrategicamente mais seguro para o Estado em caso de conflitos internacionais. 
✓ Afastar a capital das tensões políticas do RJ, metrópole populosa cuja população era 
bastante politizada à época e com frequência ocorriam manifestações. 
 
2.4. DITADURA (60/70) 
 Foi um período de realização de grandes obras públicas, em que ocorreu um grande 
crescimento e fortalecimento da construção civil. O capital internacional foi bastante presente, mas 
também foi disciplinado. Uma imagem de crescimento industrial e de colocação do Brasil entre as 
potências mundiais, possibilitou a internacionalização da economia brasileira. “É preciso crescer o 
bolo para depois distribuí-lo”. 
O setor energético também se desenvolveu nesta época quando ocorreu um grande salto na 
modernização agrícola com a implantação do agronegócio a partir da década de 70, e o 
desenvolvimento do Proálcool (Programa Nacional do Álcool, que criou o etanol), e também 
marcado pelo “milagre econômico”, no governo Médici. A política econômica que foi batizada de 
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“milagre”, foi feita com o objetivo de estimular o consumo e a produção. Mas foi feita à base de 
empréstimos internacionais para oferecer crédito às classes média e alta e para baratear o custo da 
produção, congelaram os salários. Em cinco anos o crescimento e o consumo foram expressivos, mas 
logo ocorreu uma grande espiral inflacionária que perdurou até a década de 80. A acumulação de 
renda no topo da pirâmide deu um salto nos primeiros anos de regime militar. Em outras palavras, 
se em 1965 o 1% mais rico ganhava cerca de 10 vezes a renda média do país, em 1968 esse mesmo 
1% ganhava 16 vezes. O nível de educação é o principal fator isolado para explicar o aumento da 
desigualdade. Como o Brasil crescia a taxas altas no período do “milagre”, a demanda por 
profissionais qualificados era maior que a oferta deles no mercado, forçando o aumento dos salários 
e, portanto, da renda dos que estavam nesse topo. 
 
2.5. DÉCADA PERDIDA DA ECONOMIA BRASILEIRA (1980) 
Foi assim chamada, por ter sido um período de grande recessão. O Brasil ainda colhia os frutos 
negativos da política econômica do “milagre”. Houve uma reversão no trajeto de crescimento 
seguido pela economia brasileira que mergulha na mais grave crise de sua história. O país passou 
por uma inflação que chegava a 900% ao ano e taxas de desemprego acima dos 15%. O PIB per 
capita, que de 1970 a 1980 vinha se expandindo à taxa média de 6,1% ao ano, decaiu 13% nos 
próximos 3 anos. O crescimento na década foi muito baixo e apresentou vários momentos de 
recessão. Não apenas se formaram e se firmaram inúmeras entidades e partidos populares, fruto 
das maiores mobilizações sociais de toda a história brasileira, como se abriu uma nova fase histórica 
para o país, através do fim da ditadura. 
Após o Estado Novo, foi promulgada durante o governo do Presidente Eurico Gaspar Dutra, a 
constituição de 1946 que buscava a redemocratização do Estado brasileiro. Restabeleceu os direitos 
individuais, extinguindo a censura e a pena de morte. Esta constituição vigorou por 21 anos. A 
constituição de 1967, promulgada no governo de Castelo Branco, traz de volta o totalitarismo, 
oficializando e institucionalizando a ditadura do Regime Militar de 1964. A Constituição ainda 
autorizava a expedição de decretos-lei, a nomeação de senadores pelas Assembleias Legislativas, a 
prorrogação do mandato presidencial para seis anos e a alteração da proporcionalidade de 
deputados no Congresso, tudo isso com respaldo do Ato Institucional nº 5 (AI-5). A constituição de 
1967 também vigorou por 21 anos, quando em 1988 foi promulgada a atual constituição em vigor 
no Brasil, chamada de “constituição cidadã”. Os direitos individuais e as liberdades públicas são 
ampliados e fortalecidos. É garantida a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à 
segurança e à propriedade. Foram lançadas novas moedas (cruzeiro e cruzado), na tentativa de 
estabilizar a economia nos anos 80 e domar a inflação e a escalada dos preços, mas a estabilização 
da economia só veio a partir do plano real em 92, criado por FHC. 
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2.6. AS POLÍTICAS NEOLIBERAIS NO BRASIL: ABERTURA PARA O CAPITAL INTERNACIONAL 
(1990) 
O neoliberalismo tem como principais características a mínima cobrança de impostos e 
a privatização dos serviços públicos com a diminuição drástica da participação estatal na economia. 
O primeiro programa de governo nitidamente neoliberal que temos no Brasil foi implantado no 
governo de Fernando Collor de Melo. Este foi o responsável pela abertura de mercado (retirar 
impostos e entraves para o capital estrangeiro) e dar início à uma agenda de privatizações das 
empresas públicas. Os investimentos estrangeiros aumentaram muito e ocorreu uma enxurrada de 
produtos importados no nosso mercado. Muitas empresas nacionais foram prejudicadas o que 
aumentou o desemprego e consequentemente a violência urbana. Por outro lado, levou o mas 
empresariado nacional a se adaptar à concorrência estrangeira forçando sua modernização e 
aumentando a competitividade. 
As políticas neoliberais foram aprofundadas durante o governo do presidente Fernando 
Henrique Cardoso. Emseu governo as políticas neoliberais foram seguidas: aumentou a idade para 
a aposentadoria (diminui os gastos públicos), criou o banco de horas (os funcionários recebem suas 
horas extras através de folga, o que diminui o custo do trabalho para o empresário), concedia 
vantagens fiscais (impostos) e de juros às grandes empresas e instituições financeiras, mas sem 
dúvida o elemento que mais marcou seu governo foi a realização das privatizações das empresas 
estatais (pertencentes ao Estado). Foram privatizadas as telecomunicações, estradas (instalação de 
pedágios), ferrovias, bancos estaduais e minérios (privatização da CVRD – Cia Vale do Rio Doce) e 
retirou o monopólio da Petrobrás das atividades ligadas à extração e refino. Vale lembrar que o 
processo de privatizações gerou bastantes polêmicas e geram até hoje. Atualmente a opinião pública 
se divide nos debates sobre a privatização de empresas como o Banco do Brasil, os Correios, os 
presídios nacionais, e a mais polêmica gira em torno da privatização do Sistema Único de Saúde 
(SUS), sistema gratuito de referência mundial, mas que demanda uma fatia considerável do 
orçamento da união. 
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2.7. A DISTRIBUIÇÃO INDUSTRIAL BRASILEIRA 
 A economia brasileira é a nona maior do 
mundo e apesar de atualmente viver um período de 
instabilidade política e baixo crescimento 
econômico, possui certa estabilidade devido seu 
desenvolvimento nos últimos anos, que permitem 
enfrentar crises internas e externas com abalos 
sociais menores que há décadas atrás. Somos 
emergentes, ou seja, subdesenvolvidos 
industrializados, portanto dependentes de capital e 
tecnologia estrangeira. O desenvolvimento 
industrial do país remonta o seu desenvolvimento 
durante o século XX. 
A População Economicamente Ativa (PEA) 
que está empregada no setor secundário (indústria) 
segue a lógica de que é maior onde é obviamente 
mais industrializado, portanto a maior quantidade 
de trabalhadores ocupados na indústria está 
empregada no Sudeste, destacadamente o estado de SP, principalmente na RMSP (Região 
Metropolitana de São Paulo), como podemos ver no mapa acima. Em Manaus devemos lembrar que 
temos a “Zona Franca de Manaus”, pela SUDAM (criada pela Superintendência para o 
Desenvolvimento da Amazônia). Zona Franca é um local que oferece infraestrutura e isenções 
fiscais. O Nordeste brasileiro, destacadamente os estados da Bahia, Pernambuco e Ceará, na região 
litorânea da Zona da Mata Nordestina e também no Sul do país os três estados são bastante 
industrializados. Em geral em todas as regiões temos indústria têxtil e alimentícia, e quanto maior o 
desenvolvimento, maior a variedade industrial. O Centro-Oeste vem se desenvolvendo bastante, 
sobretudo o estado de Goiás. Os diversos estados brasileiros estão sendo beneficiados pela 
desconcentração industrial que teve início na década de 90. 
Observe no mapa abaixo a concentração industrial e o perfil das indústrias regionais. Na 
região Norte predominam indústrias extrativas. Todo o litoral possui industrias de bens não duráveis 
(alimentos, roupas, calçados) e no Sudeste se concentram a indústrias de bens intermediários 
(equipamentos) e duráveis, além das indústrias de alta tecnologia como aeroespacial, em São José 
dos Campos, por exemplo. 
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Porque a atividade turística é uma indústria? 
O turismo é um organizador do espaço, visto que a necessidade de atender as condições das 
atividades propostas gera o investimento na infraestrutura. A indústria do turismo é grande 
geradora de receita; é social por gerar grande número de postos de trabalho direto e indireto; 
cultural, pois preserva a identidade do lugar, como monumentos históricos; e ambiental, por aliar 
renda e preservação. Acopla vários serviços e produtos diferentes para oferecer o produto final que 
é o pacote turístico. Produz a transformação de serviços isolados num serviço específico. O Brasil 
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possui um grande potencial de exploração do turismo, pois nosso extenso litoral, repleto de 
balneários, natureza exuberante e locais históricos bastante conhecidos mundialmente, tornam o 
turismo no país um grande atrativo. Contudo a carência em infraestrutura e a desqualificação dos 
serviços dificultam o avanço do setor. 
Nossa industrialização teve sua primeira manifestação no século XIX, quando Irineu 
Evangelista, mais conhecido como Barão de Mauá, marcou época, na segunda metade do século XIX. 
Um pequeno grupo de empreendedores industriais, o mais exemplar foi Mauá, com financiamentos 
ingleses e com o capital de investimento excedente após a abolição do tráfico de escravos com a Lei 
Eusébio de Queiroz. Foi somente um surto industrial, e o nosso processo de industrialização terá 
realmente início a partir da primeira guerra mundial. Os principais momentos para a industrialização 
estão enumerados a seguir. 
 
 
 
 
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3. CONCENTRAÇÃO INDUSTRIAL 
Durante o período do Estado Novo 
(1937-1945), em resposta à grande depressão 
iniciada em 1929, iniciaram-se as políticas em 
favor da implantação de indústrias no país 
devido à política de substituição de 
importações, assumida de maneira mais 
proeminente durante o governo Vargas se 
intensificaram a partir da aplicação do Plano de 
Metas. Nesse contexto, instaurou-se no país a 
chamada industrialização por substituição de 
importações. A infraestrutura nacional, em 
função da grande influência da elite cafeeira do 
Sudeste nos anos anteriores, encontrava-se 
limitada à esta região do país, favorecendo a 
formação de um polo industrial. Nesta época, a 
indústria vivia um período em que se 
preconizava a produção em massa com as 
chamadas economias de aglomeração, 
premissas do Fordismo. Confira no mapa a 
grande concentração industrial no Sudeste, principalmente no estado de São Paulo. 
O espaço geográfico brasileiro era pouco interligado, tendo uma estrutura de arquipélago 
econômico com áreas desarticuladas. Esta integração reflete nossa divisão inter-regional do trabalho 
com a região Sudeste polarizando as demais. Esta região como um todo, possui uma gama de 
multinacionais que variam entre automobilística, petroquímica, alimentares, de minerais não 
metálicos, têxtil, de vestuário, metalúrgica, mecânica, etc. É um centro industrial bem desenvolvido 
com variedade e volume de produção. Porém, o processo industrial não atingiu integralmente a 
região, o que produziu desigualdades dentro do próprio Sudeste. O estado do Rio de Janeiro, apesar 
de não possuir as mesmas características de alta produção e concentraçãocomo São Paulo, foi por 
tempos a capital administrativa do Brasil e possui também um grande parque industrial, destacando-
se as indústrias de refino de petróleo, estaleiros, indústria de material de transporte, tecelagem, 
metalurgia, papel, têxtil, vestuário, alimentos, etc. Minas Gerais desde a colonização sempre esteve 
ligado à mineração e devido a essa característica principal, ganhou grande importância no setor 
metalúrgico em meados de 1945. A produção abrange aço, ferro-gusa e cimento para as principais 
fábricas do Sudeste. A capital mineira atualmente é um grande centro industrial diversificado, com 
indústrias que vão desde o extrativismo até setor automobilístico. O estado do Espírito Santo é 
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menos industrializado que os demais estados do Sudeste e possui principalmente centros industriais 
especializados como: Aracruz, Ibiraçu, Cachoeiro de Itapemirim. A cidade de Vitória possui 
atividades econômicas diversificadas, relacionadas à sua situação portuária e às indústrias ligadas à 
usina siderúrgica de Tubarão. 
Em suma: 
✓ Com o ciclo do café São Paulo acumulou capitais e teve o primeiro mercado consumidor, 
formado por imigrantes italianos livres. 
✓ A industrialização por substituições de importações ocorreu onde tinha capital 
acumulado e mercado consumidor, ou seja, SP. 
✓ A política industrializante de Vargas seguiu critérios de proximidade das jazidas (MG), do 
mercado consumidor e dos portos para a exportação. 
✓ As multinacionais instaladas no país durante o governo JK se estabeleceram perto do 
mercado consumidor, das matérias primas e dos portos. 
✓ A dinâmica da indústria e comércio concentrados no Sudeste manteve esta tendência até 
a década de 90. Neste período o Sudeste vive um grande crescimento urbano e 
populacional. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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4. DESCONCENTRAÇÃO INDUSTRIAL 
A desconcentração industrial é um processo que observamos desde a década de 90. Alguns 
estados brasileiros passaram a oferecer vantagens locacionais, principalmente isenção de impostos. 
A Essa disputa entre os estados para obter mais investimentos é a Guerra Fiscal. As empresas 
procuram também mão de obra barata para diminuir os custos de produção. O Nordeste brasileiro 
tem se destacado. Por exemplo, a Ford que montou uma fábrica em Camaçari na Bahia e a Fiat que 
abriu uma nova fábrica em Recife. O estado de Goiás se destaca também como polo automobilístico 
assim como o Paraná, que é especialmente beneficiado pela bacia do Rio Paraná, em que há a 
hidrovia Tietê-Paraná, que integra a produção de São Paulo aos mercados do Mercosul. A 
desconcentração industrial no Brasil, portanto, se realiza pelo processo migratório das fábricas e 
empresas por todo o território, desfazendo lentamente a centralização do Sudeste, porém, com 
pequena chance de reversão total de cenário. Atualmente as grandes companhias caminham em 
direção às áreas interioranas dos estados, instalando-se nas chamadas cidades médias. Com a 
evolução das técnicas e dos meios de transporte e comunicação, a tendência é a formação de regiões 
especializadas em setores produtivos específicos, como o farmoquímico, o automobilístico, o 
alimentício, o industrial de base, e afins. Existe, com isso, uma série de fatores locacionais que deve 
ser atendidos pelos governos regionais e municipais para a atração do maior número de empresas, 
geração de empregos e dinamização da economia. 
 
4.1 FORMAÇÃO DE NOVOS CENTROS INDUSTRIAIS 
A região Sul é a segunda mais 
industrializada, sendo que o seu processo 
industrial se vincula à produção agrária com 
objetivo de abastecer o mercado interno e as 
exportações. O início do processo 
de industrialização teve o imigrante como 
elementar de suma importância visto que 
eram tanto consumidores quanto produtores 
no processo industrial de produtos agrícolas, 
muitas vezes em estrutura familiar e artesanal. A região Sul também atuou como fonte de matéria-
prima para o desenvolvimento do polo industrial do Sudeste. A exportação foi a grande aposta do 
processo industrial visto que concorrência era inviável. Passaram a exportar produtos tradicionais 
como calçados e produtos alimentares. Posteriormente a expansão da soja começa a moldar o 
espaço com investimentos estrangeiros no setor industrial de implementos agrícolas. Objetivando a 
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integração brasileira com os países do Mercosul, a indústria do Sul conta com empresas no setor 
petroquímico, carboquímico, siderúrgico entre outras. 
A industrialização da região Nordeste vem se modificando, se modernizando, mas ainda é 
precária comparada às indústrias do Centro-Sul. A agroindústria açucareira é uma das mais 
importantes, visando, sobretudo, a exportação do açúcar e do álcool. A exploração petrolífera no 
Recôncavo Baiano atraiu indústrias ligadas à produção, refino e utilização de derivados do petróleo. 
Entretanto, após o descobrimento dos campos de petróleo em Santos, os investimentos nesta área 
diminuíram consideravelmente. O sistema industrial do Nordeste, concentrado na Zona da Mata, 
principalmente nas capitais Recife, Salvador e Fortaleza, tem pouca integração interna. A rede 
rodoviária está mais integrada a outras regiões do que dentro do próprio Nordeste. A construção da 
rodovia, ligando o Nordeste ao Sudeste e ao Sul, possibilitou o abastecimento do Nordeste com 
produtos industrializados no Sudeste e o deslocamento da população nordestina em direção ao 
mesmo. Essa nova indústria de alta tecnologia e capital intenso, não absorve a mão-de-obra que 
passa a se subempregar na área de serviços ou fica desempregada. A concentração das indústrias 
pertence a um grupo seleto de empresários que pagam salários muito baixos empobrecendo a 
população operária. 
As indústrias de máquinas e insumos agrícolas, instaladas no Sudeste, tiveram mercado 
consumidor certo no Centro-Oeste, ao incentivarem o cultivo de produtos para exportação em 
grandes áreas mecanizadas, o que transformou essa região na segunda maior em criação de bovinos 
do País, com sua produção de carne visando o mercado interno e externo. Sua indústria se baseia 
no beneficiamento de matérias-primas e cereais, agregando maior valor de sua produção industrial. 
As outras atividades industriais são voltadas para a produção de bens de consumo, como: alimentos, 
móveis, entre outros. Goiás conta com indústrias distribuídas por: Goiânia, Anápolis, Itumbiara, Pires 
do rio, Catalão, Goianésia e Ceres, sendo Goiânia e Anápolis os centros industriais mais significativos, 
graças ao seu mercado consumidor. 
A atividade industrial na região Norte, é pouco expressiva, se comparada às outras regiões 
brasileiras. Porém, os investimentos aplicados, principalmente nas últimas décadas, na área dos 
transportes, comunicações e energia possibilitaram a algumas áreas o crescimento no setor 
industrial, visando à exportação. Grande 
parte das indústriasestá localizada próxima à 
fonte de matérias-primas como a extração de 
minerais e madeiras, com pequeno 
beneficiamento dos produtos. A 
agroindústria regional dedica-se basicamente 
ao beneficiamento de matérias-primas 
diversas, destacando-se a produção de 
laticínios, o processamento de carne, ossos e 
couro, a preservação do pescado, a extração 
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de suco de frutas, o esmagamento de sementes para fabricação de óleos, a destilação de essências 
florestais, prensagem de juta, etc. As principais regiões industriais são Belém e Manaus, sendo que 
a Zona Franca de Manaus (ZFM, na imagem acima) existe desde 1957 com intuito objetivo de firmar 
na capital um entreposto destinado ao beneficiamento de produtos para posterior exportação. Os 
incentivos fiscais atraíram para a ZFM, como investimentos nacionais e estrangeiras principalmente 
da indústria eletrônica de consumo. Nos anos 80, a Política Nacional de Informática impediu que a 
produção de computadores e periféricos e de equipamentos de telecomunicações se deslocasse 
para Manaus e a ZFM manteve apenas o segmento de consumo da indústria eletrônica, entretanto, 
esse patamar não se manteve nos anos seguintes causando uma queda na produção. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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5. FONTES DE ENERGIA 
Toda a vida na Terra está diretamente ligada com a energia gerada pelo Sol, fonte de energia 
natural que proporciona condições ideais para as formas de vida que conhecemos. O Sol ainda é o 
responsável pelas condições climáticas como temperatura e radiação, por exemplo, que 
determinam a disponibilidade de água em forma líquida e movimentos de massas de ar que podem 
ser utilizados para geração de energia como veremos mais detalhadamente aqui, no decorrer dos 
nossos estudos. 
A palavra “Energia”, derivada do grego “ergos” e significa “trabalho”. Inicialmente, foi usada 
para se referir a muitos dos fenômenos relacionados aos termos: “vis viva” (ou “força viva”) e 
“calórico”. A palavra energia apareceu pela primeira vez em 1807, sugerida pelo médico e físico 
inglês Thomas Young. A opção de Young pelo termo energia está diretamente relacionada com a 
concepção da capacidade de um corpo realizar algum tipo de trabalho mecânico. Um brinquedo de 
criança que produz luzes, movimentos e sons variados, alimentado por uma bateria que armazena 
energia elétrica, tem o seu funcionamento interrompido uma vez que essa bateria se esgota, o que 
o impossibilita de exercer corretamente as suas funções programadas. Nós, seres humanos, nos 
mantemos pela energia metabolizada na digestão de alimentos de origem vegetal ou animal. Esta é 
a fonte de energia para a manutenção da vida humana. Entretanto, com o desenvolvimento das 
sociedades foi surgindo a demanda industrial por energia. 
As fontes de energia são recursos naturais ou artificiais utilizados pelas sociedades humanas 
para geração de energia. A principal fonte de energia usada no decorrer dos séculos foi a lenha. A 
partir da primeira revolução industrial surgiram novas formas de produzir energia. No século XVIII, 
o carvão foi o principal recurso, e no século XIX, na segunda revolução industrial que aconteceu nos 
EUA, desenvolveram o uso prático para a eletricidade e para o petróleo. A partir daí teve início o 
processo de propagação da rede elétrica. As cidades que traçavam rede de eletrificação passavam 
por uma grande modernização e desenvolvimento do espaço urbano. O petróleo passou a ser a 
matriz energética da maioria dos países desenvolvidos. 
O petróleo se tornou, e ainda é o recurso estratégico mais importante do planeta, pois é a 
matriz energética mundial e a as relações internacionais são diretamente influenciadas pelos fluxos 
e produção do deste recurso. No início do século XXI houveram ataques norte-americanos no ao 
Oriente Médio, no Afeganistão em 2001, e no Iraque em 2003. Sob a bandeira da guerra ao terror, 
a região mais estratégica do mundo, campeã mundial na produção de petróleo, foi militarmente 
ocupada. A presença militar no golfo pérsico garante a posse territorial das fontes do recurso. As 
vertentes ambientais que surgiram após a segunda guerra mundial passaram a denunciar os 
profundos impactos provocados pela queima de combustíveis fósseis ao meio ambiente, que 
resultam no lançamento de grandes quantidades de gás carbônico e outros poluentes na atmosfera 
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que são responsáveis pelo efeito estufa e chuva ácida. A partir da década de 70, no auge da terceira 
revolução industrial (Revolução Tecnológica ou Toyotismo), foram desenvolvidas diversas novas 
formas de se obter energia. Neste contexto ocorreu uma das maiores crises do capitalismo no século 
XX: As crises do Petróleo em 1973 e 1979. Foram causadas por conflitos no Oriente Médio, em que 
a OPEP (Organização dos países produtores de petróleo) interviu cortando a produção, reduzindo 
drasticamente a oferta mundial pelo combustível. Em semanas, o preço do barril passou de $ 12 
(doze dólares), chegando a $ 72 (setenta e dois dólares). O impacto no mundo todo foi grande, 
especialmente no Brasil cuja dependência do recurso era notável. Passamos a investir em energias 
alternativas (alternativas ao uso de Petróleo) e renováveis. 
Já possuíamos importantes hidrelétricas no Brasil desde a década de 40 com a criação de 
CHESF, por Vargas, e de lá para cá esta matriz tornou-se de grande importância. Em 54, em meio aos 
calores da campanha “petróleo é nosso” e a criação da Petrobrás, chegou a ser proposta a criação 
da Eletrobrás, que recebeu uma grande oposição de setores do empresariado que queriam maior 
participação do capital estrangeiro. A sua criação tramitou no congresso por anos. O presidente JK 
investiu muito na infraestrutura energética, destacadamente usinas hidrelétricas, como por 
exemplo, a companhia hidrelétrica de Furnas. Foi no governo Jânio Quadros que foi criada a 
Eletrobrás. Entre suas atribuições, podemos citar a construção das linhas de transmissão e 
subestações destinadas ao suprimento de energia elétrica do país. No período militar também 
ocorreu uma grande expansão da hidroeletricidade com a construção da Usina de Itaipu. Abastece 
quase todo o Sul e Sudeste do país e é uma empresa binacional. Foi construída em grande maior 
parte com recursos brasileiros, mas é de comum acordo que dividamos metade da produção com o 
Paraguai, que por sua vez a comercializa exclusivamente com o Brasil. Nas negociações foi 
importante incluir a Argentina, pois a construção da hidrelétrica poderia atingir o fluxo de água para 
os territórios drenados ao Sul. São águas transfronteiriças, ou seja, quando um mesmo rio ou bacia 
pertence a mais de um país. Foi até 2010 a maior usina do mundo, superada pela usina de 3 
gargantas, na China. 
O Brasil sofreu um forte impacto da crise do petróleo e além dos investimentos em 
hidroeletricidade estimulouo desenvolvimento de pesquisas do Proálcool (Programa Nacional do 
Álcool) que culminou com o desenvolvimento do etanol combustível. A segunda metade do século 
XX foi um período de ampliação do uso das energias alternativas: a hidroelétrica e o etanol. O etanol 
é vantajoso por ser renovável e emitir uma menor quantidade de gás carbônico na atmosfera. A 
hidrelétrica é também vantajosa, pois é uma energia renovável e limpa, seu custo de instalação 
apesar de ser alto em médio prazo possui bom custo benefício. As fontes de energia podem ser: 
Estes podem ser renováveis ou não-renováveis. Os recursos renováveis são aqueles que após 
serem utilizados para a geração de energia continuam disponíveis para diversos usos por não terem 
sua estrutura alterada, como por exemplo a água e o vento. Os recursos não-renováveis, são 
aqueles, sendo que são extraídos e utilizados de uma fonte limitada, como o petróleo por exemplo. 
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✓ Não renováveis: são aquelas que são obtidas de jazidas. São formadas em condições 
específicas de temperatura e pressão e levam milhões de anos, sendo assim finitas. Por 
exemplo a energia nuclear (urânio e plutônio), o carvão, o gás natural e o petróleo. 
✓ Renováveis: são aquelas que após serem utilizadas para a geração de energia continuam 
disponíveis para seus usos diversos. Podem ser reproduzidas indefinidamente como o etanol, 
produzido no Brasil a partir da cana-de-açúcar, ou como nos EUA, produzido a partir do milho. 
Também podemos citar a semente de mamona, girassol e o nosso destaque da aula, a energia 
hidroelétrica. São também energias renováveis a solar, absorvida pelas placas fotovoltaicas, 
eólica e geotérmica. 
A eletricidade é a energia, e ela pode ser obtida através de diferentes fontes: se for produzida 
pela energia mecânica das águas, é a hidroelétrica; se for produzida pelo movimento dos corpos é a 
cinética; se produzida pela queima de carvão, gás ou petróleo, é termelétrica; se produzida a partir 
do urânio ou plutônio, é termonuclear. 
 
5.1. HIDROELETRICIDADE 
Para sua produção há um limitante natural, pois são necessárias grandes quedas d’agua, que 
só existem em rios de planalto. A energia hidroelétrica é totalmente renovável e limpa. Renovável, 
pois é produzida pela força das águas que movimentam as turbinas, então enquanto os rios forem 
abastecidos e caudalosos há potencial para a produção. Limpa, pois a água que entra na turbina é a 
mesma que sai, e não recebe nenhum tipo de aditivos. Esta produção de energia hidrelétrica pode 
ser realizada por meio de Centrais Geradoras Hidrelétricas (CGH), Pequenas Centrais Hidrelétricas 
(PCH) ou por meio de Usinas Hidrelétricas de Energia (UHE). As CGH têm potencial para gerar até 5 
MW, e representam cerca de 4% da produção brasileira. As PCH produzem até 30 MW (megawatts) 
por hora (sendo que 1MW de potência pode alimentar aproximadamente 1.000 casas) e funcionam 
a fio d’água, ou seja, não dispõem de reservatório, sendo a vazão do próprio rio que regulariza o 
fluxo de água e consequentemente o potencial de geração de energia. Já as UHE são aquelas que 
possuem grande infraestrutura onde o barramento detém grandes volumes de água em 
reservatórios que regulam a geração de energia. A UHE de Furnas, localizada no Sul de Minas Gerais, 
tem potencial de geração de 1.216 MW por hora, por exemplo. A energia potencial gravitacional 
contida nesse grande volume d’água com grande pressão, movimenta as turbinas transformando 
energia hidráulica em energia elétrica que por sua vez é transmitida para as linhas de transmissão 
interligadas à rede de transmissão, como podemos visualizar na ilustração a seguir. 
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Por este ângulo é muito interessante e viável, mas e quanto aos impactos? Sim eles existem 
e não são pequenos ou desprezíveis. Confira: 
 
5.1.1. Impactos da Instalação de Hidrelétricas 
✓ Construção de uma grande barragem, que altera a paisagem local e impacta os 
ecossistemas. O barramento do rio altera drasticamente o ambiente aquático, 
transformando o ambiente lótico (água corrente) em ambiente lêntico (água sem fluxo). Isso 
reflete diretamente na fauna e flora locais. 
✓ Alteração do microclima da região (devido à maior umidade em razão da maior evaporação). 
A instalação de reservatórios também está associada a sismicidade induzida, ou seja, o 
enchimento de reservatórios formados pela construção de barragens ou açudes pode 
induzir a ocorrência de sismos e eventualmente produzir danos severos a essas estruturas e 
construções vizinhas. 
✓ Desenvolvimento e crescimento das cidades ao redor, que pode ser virtuosa ou 
problemática, dependendo de como o processo ocorre e é conduzido. A instalação de 
empreendimentos ao redor dos reservatórios também é comum, previsto inclusive na 
Política Nacional de Recursos Hídricos (Lei 9.433/97) que prevê o uso múltiplo das águas, 
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tanto na geração de energia quanto na navegação, abastecimento industrial, irrigação, 
recreação e turismo, pesca e aquicultura, etc. 
✓ Grande emissão de CH4 (metano), devido a decomposição de matéria orgânica. A vegetação 
apodrece, lançando no ar doses gigantescas de CO2 (dióxido de carbono) e metano. Em 
alguns casos as emissões poderiam até superar as de usinas de carvão, o mais poluente dos 
combustíveis fósseis. 
✓ Deslocamento das populações dos locais atingidos pela construção da barragem. Neste 
contexto, surge no início dos anos 70, o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB). Sua 
história é marcada por lutas para garantir os direitos das pessoas que tiveram ou estão em 
iminência de terem suas terras inundadas pelas construções de usinas hidrelétricas, entre 
elas camponeses, pequenos agricultores, sem-terra, índios, pescadores, ribeirinhos, 
quilombolas e mineradores. 
 
5.1.2. O Potencial Hidrelétrico Brasileiro. 
O Brasil possui um alto potencial hidrelétrico, pois nosso relevo é predominantemente 
planáltico e há em nosso território rios extensos, caudalosos e com grandes quedas d’água. Há dez 
anos trás o Brasil produzia cerca de 114.000 MW e importava dos países vizinhos cerca de 7.000 
MW. Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), o Brasil fechou o ano de 2019 com 
capacidade instalada de gerar 170.071 MW. 
Desde a década de 40, o país investe em hidroeletricidade. Foi durante o governo de Getúlio 
Vargas que foi criada a Companhia Hidrelétrica do São Francisco (CHESF) cuja primeira usina foi a de 
Paulo Afonso na divisa dos estados da Bahia e Alagoas. Os investimentos na hidroeletricidade 
ganharam impulso durante o governo JK, que investiu na produção de energia para a tender a 
crescente demanda industrial, em que foram construídas várias usinas na Bacia do Rio Paraná, como 
o complexo de Furnas, que foi ampliado e hoje conta com 11 usinas conectadas, que somam um 
potencial de mais de 6.000 MW instalados. No período da Ditadura Militar foi construída a usina deItaipu que até recentemente era a maior usina hidrelétrica em geração de energia do planeta. O rio 
Paraná, onde encontra-se a UHE Itaipu, é parte da Bacia do rio da Prata e uma usina deste porte na 
região, poderia interferir no fluxo de água para a Argentina, então também foi necessário negociar 
com ela. Durante esse período também foi construída a usina amazônica de Balbina, no rio Uatumã 
e de Tucuruí, no rio Tocantins. 
O potencial hidrelétrico brasileiro consiste em cerca de 260.000 MW. Contudo apenas 68% 
desse potencial foi inventariado. Entre as bacias com maior potencial destacam-se as do Rio 
Amazonas e do Rio Paraná. Na Bacia do Amazonas, destaca-se a sub-bacia do Rio Xingu, com 12,7% 
do potencial inventariado no país, onde localiza-se a UHE Belo Monte. Outras sub-bacias do 
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Amazonas, cujos potenciais estimados são consideráveis, são a do Rio Tapajós, a do Rio Madeira e a 
do Rio Negro. Na Bacia do Tocantins, destaca-se a sub-bacia do Rio Itacaiunas e outros, com 6,1% do 
potencial brasileiro inventariado. Na Bacia do São 
Francisco, o destaque vai para a região do seu 
baixo curso, entre Maceió-AL e Aracajú-SE, que 
representa 9,9% do potencial inventariado. Na 
Bacia do Paraná, existem várias sub-bacias com 
grandes potenciais, entre elas a Paraná, 
Paranapanema e outros, com 8,1% do potencial 
hidrelétrico inventariado no país. 
Observe atentamente o mapa ao lado que 
nos mostra o potencial hidrelétrico das Bacias 
brasileiras. A Bacia do Rio Paraná é o maior 
potencial instalado, e o rio São Francisco o 
segundo. São duas bacias cujos rios são de 
planalto (o rio são Francisco nasce em MG na 
região planáltica da serra da canastra e seu curso 
vai para o nordeste em que corre por uma 
depressão). 
 
 
 
Observe atentamente a imagem acima. Perceba que as usinas mais antigas, com tecnologia 
que não levava em conta a exploração sustentável possuem um enorme lago como é Tucuruí, 
Sobradinho, Serra de mesa. As usinas mais recentes levam em conta no projeto de criação, através 
dos EIAs (Estudos de Impacto Ambiental) a preocupação em impactar minimamente. São as 
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chamadas usinas à fio d’agua, por exemplo Xingó, Marimbondo, Jirau, Santo Antônio e Belo Monte. 
Esta última se firma como a maior hidrelétrica 100% brasileira e junto com o reservatório 
Intermediário, a área alagada do empreendimento totaliza 478 quilômetros quadrados – 
considerada pequena se comparada à área alagada por outros empreendimentos hidrelétricos e à 
capacidade instalada da usina. 
 
5.2. O PETRÓLEO 
Desde o século XIX há pesquisas e prospecção em busca de petróleo. O Primeiro poço foi 
perfurado no interior de São Paulo, em 1896. Na república velha, em 1907 foi criado o Serviço 
Geológico e Mineralógico. Durante a Era Vargas a exploração de petróleo teve um grande impulso. 
Em 1937 foi descoberto petróleo no recôncavo baiano. No ano seguinte foi criado o “conselho 
Nacional do Petróleo”, e consequente nacionalização das jazidas. Em 1953 é criada a Petrobrás para 
gerir os monopólios. Havia a participação do capital internacional na distribuição dos poços de 
gasolina, mas a prospecção, refino e distribuição eram monopólio estatal. 
Em 1997 durante o governo FHC, caracterizado pela implantação de um projeto econômico 
neoliberal, e para reduzir a participação do Estado na economia foram privatizadas algumas 
empresas como a CVRD (Cia Vale do Rio Doce) e a Petrobrás teve o monopólio “quebrado", mas 
continuou sob controle estatal. No mesmo ano foi criada a ANP (Agencia Nacional de Petróleo). 
Ingressamos no grupo de países que produzem mais de 1 milhão de barris por dia. 
A principal bacia produtora de petróleo é a de campos no RJ, e de Santos em São Paulo. Em 
2003, foi descoberto o campo de Mexilhão, uma grande jazida de gás natural na Bacia de Santos. Em 
2006, o Brasil anunciou sua autossuficiência em petróleo. No ano seguinte, 2007, foi descoberta uma 
enorme jazida de petróleo campo de Tupi na camada do Pré-Sal (a 7 mil metros abaixo do nível do 
mar) da Bacia de Santos. Em 2008 foi divulgado o campo de Júpiter também no Pré-Sal da bacia de 
Santos. A reserva está localizada no território marítimo de 4 estados: Espírito Santo, Rio de Janeiro, 
São Paulo e Paraná. O monopólio do Estado sobre o petróleo não terminou na verdade. O Estado 
continua sendo responsável pela prospecção e lavra, refino, importação e transporte de óleo bruto, 
mas poderá ceder esses direitos para outras empresas que se habilitarem. Cabe a empresa alguns 
direitos, como por exemplo, a de determinar a prioridade sobre certos campos de exploração e 
destinando outros para outras empresas. O órgão que regula estas atividades é a ANP (Agência 
Nacional de Petróleo). 
A descoberta de esquemas de corrupção dentro da Petrobras, fizeram com que despencasse 
no mercado de valores, o que influenciou diretamente em sua produção, levando à importação de 
combustível e abertura de mercado. Em crescente recuperação, a empresa registrou lucro de R$ 25 
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bilhões em 2018 alcançando o patamar de 3,16 milhões de barris de óleo por dia. A ANP prevê que 
em 2030 o Brasil estará produzindo 7,5 milhões de barris diários, o que atraiu interesses de 
investidores estrangeiros. No final de 2019 houve o chamado “megaleilão do Pré-Sal”, onde duas 
áreas foram arrematadas e renderam R$ 70 bilhões aos cofres públicos, entretanto esse resultado 
divide opiniões. Senadores 
governistas comemoraram a operação 
enquanto que para os da oposição o 
resultado ficou aquém do esperado. 
 A Petrobrás explorava três 
regiões em terra: 
✓ Bahia (recôncavo baiano). 
✓ Rio Grande do Norte. 
Atualmente é a maior 
produção em terra. 
✓ Bacia de Campos no Rio de 
Janeiro. 
85% da nossa produção é marítima. O petróleo marítimo é o off-shore e o terrestre on-shore. 
Internamente o produto é transportado por oleodutos. São mais de 30 mil km deles. Externamente 
é pela frota da FRONAPE (frota nacional de petroleiros), dos quais 46 pertencem à Transpetro, órgão 
da Petrobras. 
 
A importação de petróleo é representativa. Nosso principal fornecedor é a Nigéria, seguida 
pela Argentina, Venezuela e México. 
 
5.2.1. Não somos Autossufientes? Porque Importamos? 
Isso ocorre principalmente pelo tipo da amostra dos recursos que serão refinados. Existe o 
petróleo leve e o pesado. O mais valioso é o petróleo leve, pois em seu processo de refino são 
adquiridos mais componentes leves, que são o gás metano (GLP-gás liquefeito de petróleo), gasolina, 
querosene e o Nafta. É um dos subprodutos do petróleo mais valiosos, pois deles são extraídos 
vários outros subprodutos importantes na indústria química. O petróleo pesado produz 
componentes de massa molecular mais pesada como graxas e asfalto. Cada poço possui um tipo de 
amostra diferente. O predominante no Brasil é o pesado, menos valioso, e importamos petróleo 
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leve. O Refino é um processo de destilação fracionada realizado na indústria química pesada. Nossa 
infraestrutura de refino é limitada e mesmo com a abertura de novas refinarias como a Abreu e Lima 
na região metropolitana do Recife, parte é refinada na Argentina e na Venezuela. 
O Brasil conta atualmente com 107 refinarias e a previsão é que chegue a 170 em 2030. No 
entanto, grande parte dessas refinarias não tem capacidade de refinar o petróleo brasileiro. Isto 
ocorre porque estas refinarias, eu sua maioria instaladas durante o período de regime militar, foram 
construídas com tecnologia para atender ao mercado automotivo emergente que necessitava de 
produtos derivados de petróleo. Assim importava-se o petróleo leve. Em 2018, segundo dados da 
ANP, o Brasil exportou 410 milhões de barris de petróleo, a maior parte para a China. No mesmo 
ano, o país importou cerca de 68 milhões de barris, na maior parte de países da África e do Oriente 
Médio. O país também importa derivados de petróleo, como gasolina e, principalmente, diesel. O 
que o país extrai seria suficiente para atender à demanda nacional, pois produzimos mais que 
consumimos. Mas os produtos não são os mesmos. Exportamos óleo e importamos combustíveis e 
derivados. 
5.2.2. A Plataforma Continental e a Produção de Petróleo. 
Na imagem abaixo podemos ver uma representação da Plataforma Continental. É a 
continuação do litoral até o fundo oceânico (planície abissal). Está destacada pela cor laranja. Talude 
continental é a escarpa (a costa íngreme que liga o topo da plataforma ao piso abissal). Sua formação 
rochosa é sedimentar. É uma grande bacia sedimentar submarina, rica em petróleo e gás, que faz 
parte dos limites territoriais brasileiros. Por isso a plataforma continental é uma região estratégica 
e que pode despertar cobiça internacional. Há duas maneiras de observar a plataforma. Do ponto 
de vista físico e do jurídico. Existe a ZEE 
(Zona Econômica Exclusiva), que 
corresponde aos limites além das 
águas territoriais do país, mas que é de 
exploração exclusiva do Brasil. E os 
poços do Pré-Sal estão no talude, que 
ultrapassam estes limites. O Brasil há 
anos pediu a ampliação dos limites da 
plataforma continental, 
correspondendo a 350 MN e assegura 
o domínio dos recursos. 
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Agora veja como estão 
dispostas as camadas geológicas e o 
quão complexa é a extração do 
petróleo disponível na região do 
Pré-Sal. O petróleo chega à 
plataforma através de conduto 
chamada de riser. A Petrobras 
atualmente é referência e líder 
mundial em tecnologia de 
exploração petrolífera em águas 
profundas. Entre os desafios estão a 
ancoragem de plataformas; 
caracterização das rochas dos 
reservatórios; separação, 
armazenagem e transporte do CO2 
e gás natural; garantia de 
escoamento de petróleo e gás, entre outros. O patamar alcançado pela empresa atualmente foi 
atingido por meio de investimentos em Pesquisa e Tecnologia (P&D) no campo de extração de 
petróleo offshore desde meados de 1955 que levaram às descobertas de petróleo em diversos 
campos e ao desenvolvimento de tecnologias e equipamentos para a exploração em águas 
profundas principalmente trazidas pelo Programa de Capacitação Tecnológica em Águas Profundas 
(PROCAP). 
 Como o petróleo do Pré-Sal é de águas 
profundas, seu custo de exploração é muito alto. A 
perfuração tem que vencer uma grande 
profundidade. São aproximadamente 2.000 metros 
de profundidade até o piso do talude. A partir de 
5.000 metros encontramos o petróleo do Pré-Sal. As 
jazidas são datam do período Cretáceo da Era 
Mesozoica e se formaram a aproximadamente 130 
milhões de anos, quando o supercontinente Pangeia 
se dividiu em Laurásia e Gondwana. Sendo assim, o 
petróleo na camada do Pré-Sal também é encontrado no litoral africano. 
 
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5.3. CARVÃO E GÁS NATURAL 
Ambos são combustíveis fósseis. O carvão mineral é formado por troncos, raízes, galhos e 
folhas de árvores gigantes que cresceram há 250 milhões de anos em pântanos rasos. Essas partes 
vegetais, após morrerem, depositaram-se no fundo lodoso e ficaram encobertas. O tempo e a 
pressão da terra que foram se acumulando sobre o 
material transformaram-no em uma massa negra 
homogênea – as jazidas de carvão. Atualmente, o 
principal uso da combustão direta do carvão é na 
geração de eletricidade, por meio de usinas 
termoelétricas. Essa tecnologia está bem desenvolvida 
e é economicamente competitiva. Entretanto, os impactos ambientais das usinas a carvão são 
grandes, não só pelas emissões atmosféricas, mas também pelo descarte de resíduos sólidos e 
poluição térmica, além dos riscos inerentes à mineração. 
As reservas de carvão mineral são maiores no Hemisfério Norte que no Hemisfério Sul. Entre 
os motivos, está o fato de haver maior quantidade de terras emersas e amplitude térmica maior 
(verão quente e invernos rigorosos) que favorecem a atividade biológica. A China é a maior 
produtora e consumidora. Seguindo este padrão geológico as reservas do Brasil são pobres. Estão 
todas localizadas no sul do país, numa formação geológica antiga que data do período 
permocarbonífero, que está localizada entre o escudo cristalino da Serra do Mar e a Bacia 
sedimentar do Paraná. As principais áreas produtoras são no vale do rio do Peixe e das cinzas, no Pr. 
Vale do rio Tubarão em Santa Catarina e Vale do Jacuí no RS. Localizada no município de Candiota-
RS, a 400 km de Porto Alegre, está inserida a maior jazida de carvão mineral do Brasil. As reservas 
são de 1 bilhão de toneladas passíveis de serem mineradas a céu aberto, em profundidade de até 
50 metros. 
Já o gás natural é uma substância composta por hidrocarbonetos que permanecem em 
estado gasoso nas condições atmosféricas normais. É essencialmente composta pelos 
hidrocarbonetos metano (CH4), com teores acima de 70%, seguida de etano (C2H6) e, em menores 
proporções, o propano (C3H8), usualmente com teores 
abaixo de 2%. O gás natural produzido no Brasil é 
predominantemente de origem associada ao petróleo e 
se destina a diversos mercados de consumo, sendo os 
principais, a geração de energia termelétrica e os 
segmentos industriais, utilizado como matéria-prima nas 
indústrias petroquímica (plásticos, tintas, fibras sintéticas 
e borracha) e de fertilizantes (ureia, amônia e seus 
derivados), veicular (GNV), comércio, serviços, domicílios 
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etc. O gás é transportado das fontes produtoras até os consumidores por tubulação chamadas de 
gasodutos. O principal fornecedor de gás natural para o Brasil é a Bolívia. 
 
5.4. ENERGIA

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