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ACAO NEGATORIA DE PATERNIDADE CC EXONERACAO DE ALIMENTOS

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA XX VARA DE FAMÍLIA DA COMARCA DO FORO DO 
JABAQUARA 
 
 
 
 
 
 
 
JAIRO, já qualificado nos autos, residente e domiciliado a xxx, n°. xxx, Bairro xxxxx, xxxxxx - xx, CEP: xxx, 
telefones n° (DDD) xxx, por seus procuradores e advogados, com escritório profissional situado à xxxx 
conforme instrumento de mandato em anexo, vem, respeitosamente, à elevada presença de Vossa 
Excelência, propor a presente 
 
AÇÃO NEGATÓRIA DE PATERNIDADE C/C EXONERAÇÃO DE ALIMENTOS 
 
em face de MARIANA, menor, púbere, representado pela sua genitoraROSALVA, residente e domiciliada 
à Rua xxx, n° xxx, xxx, xxx, CEP: xxx, pelas razões de fato e direito a seguir 
 
1- DAS INTIMAÇÕES/NOTIFICAÇÕES/PUBLICAÇÕES 
 
Requer o Autor, que todas as intimações, notificações e publicações sejam endereçadas ao Advogado xxx, 
OAB xxx, sob pena de nulidade do ato processual, conforme entendimento jurisprudencial consolidado. 
 
2- DO BENEFÍCIO DA JUSTIÇA GRATUITA 
 
O Demandante não tem condições financeiras para custearem as despesas processuais e os honorários 
advocatícios, sem prejudicar seu sustento e de sua família. 
Desta forma, valendo-se da Lei n° 1.060/50 e do artigo 105, do CPC, cabível os auspícios da Justiça 
Gratuita, requerem os patronos do Autor a concessão de tal benesse. 
 
3- DA AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO OU DE MEDIAÇÃO 
 
Declara o autor da presente demanda, em cumprimento ao disposto no § 5°, do art. 334, da lei n° 13.105, 
de 16 de março de 2015, que não possui interesse na autocomposição, requerendo, após manifestação do 
réu, a não realização da audiência de conciliação ou de mediação. 
 
4- DOS FATOS 
 
Em maio de 2021 Jairo casou-se com Rosalva, vindo a nascer a menor Mariana no dia 2 de fevereiro de 
2022. Jairo registrou a criança em seu nome. 
Ocorre que quando a criança tinha apenas quatro meses de idade, Jairo descobriu que Rosalva o traia com 
outro homem, o que levou ao divórcio do casal, ficando estabelecida uma pensão alimentícia no valor de 
R$ 2.000,00 para a menor Mariana, conforme sentença de homologação de acordo judicial, Processo n. 
xxxx. 
Jairo, muito abalado, tinha pouco contato com a filha Mariana, pois com o passar do tempo, ficava evidente 
que a menina não possuía nenhum traço dele e de sua família. 
Confrontada com esta informação, Rosalva confessou que realmente teve um outro namorado pouco antes 
de ficar grávida de Mariana, contudo declarou não ter dúvidas que Jairo é o pai de Mariana. 
 
5- DO DIREITO 
 
Embasa-se a presente Demanda em erro substancial, elencado no art. 139 do Código Civil, posto que, 
notável se faz a ideia de que o Autor somente registrou o menor devido a sua aparente paternidade, guiado 
pelo sentimento de boa fé, moral e bons costumes. 
 
"Art. 139 - O erro é substancial quando: 
I - interessa à natureza do negócio, ao objeto principal da declaração, ou a alguma das qualidades a ele 
essenciais; 
II - concerne à identidade ou à qualidade essencial da pessoa a quem se refira a declaração de vontade, 
desde que tenha influído nesta de modo 
relevante; 
III - sendo de direito e não implicando recusa à aplicação da lei, for o motivo único ou principal do negócio 
jurídico." 
 
Por conseguinte, cita-se também o art.138 da Lei em pauta, em virtude de que, o Autor apenas procedeu 
com o registro do menor púbere em decorrência de sua aparente paternidade, posto que, caso soubesse 
da realidade acerca da questão, o próprio não procederia da mesma maneira. 
 
"Art. 138 - São anuláveis os negócios jurídicos, quando as declarações de vontade emanarem de 
erro substancial que poderia ser percebido por pessoa de diligência normal, em face das 
circunstâncias do negócio." 
 
Dessa forma, sendo o reconhecimento do filho um ato jurídico stricto sensu, e tendo ele sido praticado em 
função de erro substancial, está sujeito à desconstituição por vício de consentimento. 
 
A ação negatória de paternidade enquadra-se na definição de ação desconstitutiva negativa, ou seja, visa 
extinguir a relação jurídica de filiação estabelecida entre o suposto pai e o adolescente. 
 
Assim, não obstante conste no registro de nascimento o nome do Autor como pai, tem este a oportunidade 
de questionar a paternidade assumida por meio da ação, visto que, no tocante ao direito de família é 
necessário levar em consideração a verdade material detrimento da verdade formal, embasada nos artigos, 
1.601 e 1.604 da Lei Adjetiva Civil, descritos abaixo: 
 
"Art. 1.601 - Cabe ao marido o direito de contestar a paternidade dos filhos 
nascidos de sua mulher sendo tal ação 
imprescritível." 
 
"Art. 1.604 - Ninguém pode vindicar estado contrário ao que resulta do registro de nascimento, 
salvo provando-se erro ou falsidade do registro." 
 
No mesmo sentido entendeu-se o STJ: 
 
Recurso Especial. Nomem Iuris. Demanda. Princípio romano da mihi factum dado tibi jus. 
Aplicação. União estável. Entidade familiar. Reconhecimento do ordenamento jurídico. Requisitos. 
Convivência pública, contínua e duradoura. Objetivo de constituir família. Deveres. Assistência, 
guarda, sustento, educação dos filhos, lealdade e respeito. Artigo 1.597, do Código Civil. 
Presunção de concepção dos filhos na constância do casamento. Aplicação ao instituto da união 
estável. Necessidade. Esfera de proteção. Pai companheiro. Falecimento 239 (duzentos e trinta e 
nove dias) antes do nascimento de sua filha. Paternidade. Declaração. Necessidade, Recurso 
Especial provido. I. Desimporta o nome iuris dado à demanda, pois, na realidade, aplicar-se-á o 
adágio romano da mihi factum dado tibi jus. II. O ordenamento jurídico pátrio reconhece como 
entidade familiar, a união estável entre pessoas (ADPF n. 132/RJ, Rel. Min. Ayres Brito, Dje de 
14.10.2011), configurada na convivência pública, contínua e duradoura estabelecida com o 
objetivo de constituição de família (art. 1.723 do Código Civil), com atenção aos deveres de 
lealdade, respeito, assistência de guarda, sustento e educação de filhos (art. 1.724 do Código 
Civil), de modo a permitir aplicação, às relações patrimoniais, no que couber, das regras 
pertinentes ao regime de comunhão parcial de bens (art. 1.725 do Código Civil). III. A lei não exige 
tempo mínimo nem convivência sob o mesmo teto, mas não dispensa outros requisitos para 
identificação da união estável como entidade ou núcleo familiar, quais sejam: convivência 
duradoura e pública, ou seja, com notoriedade e continuidade, apoio mútuo, ou assistência mútua, 
intuito de constituir família, com os deveres de guarda, sustento e educação dos filhos comuns, se 
houver, bem como os deveres de lealdade e respeito. IV. Assim, se nosso ordenamento jurídico, 
notadamente o próprio texto constitucional (art. 226, § 3o), admite a união estável e reconhece 
nela a existência sistemática ao art. 1.597, II, do Código Civil, para que passe a contemplar, 
também, a presunção de concepção dos filhos na constância de união estável. V. Na espécie, o 
companheiro da mãe da menor faleceu 239 (duzentos e trinta e nove) dias antes ao seu 
nascimento. Portanto, dentro da esfera de proteção conferida pelo inciso II do art. 1.597, do Código 
Civil, que presumem concebidos na constância do casamento os filhos nascidos nos trezentos dias 
subsequentes, entre outras hipóteses, em razão de sua morte. VI. Dessa forma, em homenagem 
ao texto constitucional (art. 226, § 3o e ao Código Civil, art. 1.723), que conferiram ao instituto da 
união estável a natureza de entidade familiar, aplicam-se as disposições contidas no artigo 1.597, 
do Código Civil, ao regime de união estável. VII. Recurso especial provido (STJ, Terceira Turma. 
REsp n. 1.194.059/SP. Relator: Ministro Massami Uyeda. Julgado em 06.11.2012). 
 
Importante salientar que, o exame de DNA será a prova material que dará ensejo à exclusão da paternidade 
do Requerente sobre o Requerido. 
 
Desse modo, ao Autor seria ensejada a liberação de todas as obrigações que lhe são inerentes da 
paternidade para com o menor Requerido caso seia comprovado,de forma inquestionável, não ser o menor 
seu descendente, haja vista que não existia nenhum vínculo que justificasse a manutenção de obrigações 
decorrentes da paternidade inexistente. 
 
De todo o exposto, requer-se que, após as diligências e provas, se proceda à retificação do Registro Público 
para que este seja compatível com a realidade atual, com a declaração de nulidade do assento de 
nascimento do Requerido, bem como a exclusão do nome do Requerente e dos avós paternos e a imediata 
cessação dos descontos nos provimentos mensais do Requerente relativos aos alimentos em favor do 
Requerido. 
 
6- DO PEDIDO 
 
Em face do exposto requer: 
 
A- Que seja deferido os auspícios da Justiça Gratuita nos termos do art. 14, § 1°, da Lei 5.584/1970, 
por não ter o Autor condições de arcar com o pagamento de custas e demais despesas 
processuais sem prejuízo de seu sustento, bem como: 
 
B- A realização do exame de paternidade (DNA), que no caso do requerente, deverá ser feito via 
precatória, no município em que este reside, o qual seja xxx, ou localidade mais próxima; 
 
 
C- Em caso do resultado do exame ser negativo, requer-se também a procedência da Ação, com a 
consequente declaração de que o Requerente não é o pai biológico do Requerido; 
 
D- Seja declarada a nulidade do assento de nascimento do Requerido, bem como seja excluído o 
nome do Requerente e dos avós paternos do referido documento; 
 
E- Seja deferida a exoneração de alimentos prestados em favor do Requerido, no equivalente a 15% 
(quinze por cento) dos rendimentos do Requerente, caso seja verificada a inexistência de 
parentesco entre ambos; 
 
F- A condenação da Requerida, na pessoa de sua representante legal, no pagamento dos honorários 
advocatícios arbitrados em 20% do valor da condenação. 
 
 
Por fim, protesta e requer provar O alegado por todos os meios de prova admitidos em direito, notadamente, 
depoimento pessoal, oitiva de testemunhas, juntada ulterior de documentos, bem como, quaisquer outras 
providências que Vossa Excelência julgue necessária à perfeita resolução do feito, ficando tudo de logo 
requerido. 
 
 
Dá-se a causa, o valor de R$ xxx, para efeitos meramente fiscais. 
 
 
 
 
Termos em que, Pede deferimento. 
 
Local, Data. 
 
ADVOGADO 
 
OAB/XXX

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