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Socorro Meus Alunos Sumiram!

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Digitalizado por:
Ray Johnston
Editora li Betânia
L iv r o s q u e f a l a iv í d é D e u s
Caixa Postal 5010 - 31611-970 Venda Nova, MG
Título do original em inglês:
Help! fm a Sunday School Teacher!
Copyright © 1995 by Youth Specialties, Inc.
Publicado originalmente em inglês por Youth Specialties, Inc., 
California 92021.
Tradução de Helen Hope Gordon Silva
Revisão de José Gabriel Said
Primeira edição, 1998
Todos os direitos reservados pela 
Editora Betânia S/C 
Caixa Postal 5010 
31611-970 Venda Nova, MG.
É proibida a reprodução total ou parcial 
sem permissão escrita dos editores.
Composto e impresso nas oficinas da 
Editora Betânia S/C 
Rua Padre Pedro Pinto, 2435 
Belo Horizonte (Venda Nova), MG.
Printed in Brazil
DEDICATÓRIA
Com muito carinho, dedico este livro a três casais:
Morgan e Sandy Davis,
que com sua fé contagiante, seu apoio ao nosso ministério e 
sua capacidade de apreciar a vida, estão mudando o mundo de 
Moscou a Marin.
Jim e Barbara Edens
cujo entusiasmo, generosidade e fidelidade no serviço cristão 
constituem para mim e Carol um precioso exemplo e uma 
maravilhosa base de apoio.
Ron e Eunice Krieger
cujo compromisso com Cristo, com um viver digno, com a 
boa criação dos filhos e um com o outro, tem causado um 
impacto tremendo sobre sua família e sobre a nossa também.
AGRADECIMENTOS
Nossa carinhosa gratidão a:
Tic Long, por estar sempre atento àquilo que de fato tem impor­
tância, e sempre pronto a percorrer a segunda milhâ.
#*■Karl Grubaugh e Bill Romanelli, por sua grande ajuda no prepa­
ro dos originais.
Kim Larson, por sua habilidade na editoração e seu amor para 
com nossos quatro filhos.
Cindy Uhler, Stacey Wade, Norma Wilson e Pat Pankratz, por se 
encarregarem, com toda a boa vontade, dedicação e gentileza, 
dos telefonemas, das interrupções e agendas superlotadas, 
tornando o escritório um lugar prazeroso e acolhedor.
Noel Becchetti, pela sua disposição em caminhar a segunda milha.
Bob Gaddini, Jeff Koons e Rob Dirkes, por estarem sempre 
prontos a atender à garotada.
Dave e Shelly Olson, pela sua parceria no evangelho.
Burt e Irene Burgess, por terem me dado o melhor presente: 
uma esposa que qualquer homem desejaria ter.
INDICE
Introdução: A escola dominical vale a pena?....................... 11
Primeira Parte: Cinqüenta Maneiras de Tornar a Escola
Dominical Mais Vibrante............................ 13
1. Dê aos Seus Alunos Conteúdo............................................ 14
2. Dê Ação à Sua Turma......................................................... 16
3. Providencie Para que a Ttirma Goze de Bons
Relacionamentos................................................................. 18
4. Proporcione Experiência à Sua Túrnia.............................. 20
5. Podem Não lhe Dar Presentes, mas Precisam de Você.... 22
6. Responda às Perguntas dos Seus Alunos........................... 24
7. Mantenha a Curiosidade da Túrma Aguçada.................... 26
8. Cuidado: Você Poderá Gostar Muito Dessa TUrma............ 28
9. Se Tiver Dúvida, Diga: “Não Sei.” ...................................... 30
10. Tente Algo Exagerado........................................................... 32
11. A Aula Deve Ser Divertida.... .............................................. 34
12. Melhorar Faz Bem ............................................................... 36
13. Deixe os Alunos Escolherem o Conteúdo.......................... 38
14. Acrescente Técnicas Para Dar Vida ao Seu Currículo....... 40
15. Quebrar Espelhos e Abrir Janelas...................................... 42
16. Leve Profissionais à Sua Classe...................................... . 44
17. Nem Todas as Crianças São Iguais..................................... 46
18. Mudança Não é Palavrão....................... ............................ 48
19. Uma Classe Pequena Pode Ser Maravilhosa...................... 50
20. P arabéns-Você é um Exemplo!......................................... 52
21. É Bom Tirar um Tempo Para Descansar........................... 54
22. Eles Precisam Sentir-se Queridos....................................... 56
23. Discordar Pode Ser B om ..................................................... 58
24. Todo Mundo Falha de Vez em Quando............................... 60
25. Espere Grandes Coisas dos Seus Alunos............................. 62
26. Envolva Sua Classe com a Igreja......................................... 64
27. Faça os Alunos Falarem....................................................... 66
28. Dê um Nome Bem Legal à Classe....................................... 68
29. Não Dê as Respostas - Deixe que Eles as Descubram..... 70
30. Não Foi Deus quem Criou 0 Flanelógrafo........................... 72
31. Programe uma Aventura..................................................... 74
32. Pegue a Estrada.................................................................... 76
33. Deixe os Moradores do Manicômio Administrá-lo............. 78
34. Diversão é Para Você Também............................................. 80
35. Tenha 0 Seu “Caderno de Oração” ..................................... 82
36. Aprenda com Seus Alunos................................................... 84
37. Deixe Deus Travar Suas Próprias Batalhas........................ 86
38. Luzes (Vídeo), Câmera, Ação............................................... 89
39- Escutar é um Ótimo Meio de Comunicar................ ......... 91
40. O Poder do Amor.................................................................. 93
41. Você se Acha Numa Posição Estratégica!............................. 95
42. Ofereça Ponto Extra................................................ ............. 97
43. Quanto Maior 0 Número, Melhor 0 Trabalho.................... 99
44. “Transparência” Não é Retroprojetor.............................. 101
45. Vamos Dar-lhes Tarefas Difíceis........................................ 103
46. Ligue oVídeo................. ......................................... .......... 105
47. Jesus Ama Sua Classe - por Seu Intermédio............ . 107
48. Você Pode Ser Criativo!.................................................... 109
49. Você Também Pode Ser Legai......................................... 111
50. Quando Tlido Mais Falhar, Confie em Deus................... 113
Segunda Parte: Créditos Extras............................................. 115
51. Pesquisa “Escolha os Assuntos” ..................................... 116
52. Formulário de Avaliação do Ensino................................ 119
53. Inventário de Estilos de Aprendizagem........................... 121
54. Folha de Planejamento-Como Aprender Ativamente ... 124
55. Dez Livros que o Ajudarão na Sua Tarefa de Ensinar... 127
9
INTRODUÇÃO
A escola dominical vale a pena?
Domingo, pouco depois das nove horas da manhã. 0 superin­
tendente fez a abertura, o pastor deu uma palavra curta e você 
está pensando:
“Quem sabe se agora dá para sair de fininho e ir assistir à 
corrida da Fórmula 1, ou dar uma chegada ao clube para acertar 
aquele jogo...”
Você deseja qualquer coisa, menos estar ali na igreja, num 
belo domingo de sol: de pé, meio desajeitado, na frente de um 
grupinho de adolescentes desinteressados, sentados com os 
olhos no chão, as roupas incômodas, o rosto estampando o tédio 
de quem veio porque os pais os obrigaram.
Isso é escola dominical!
Uma classe de escola dominical assim (que existe em toda 
parte) faz surgir em nossa mente a pergunta se Deus não 
poderia nos ter chamado para uma tarefa mais fácil - como 
treinar boxe com o Mike Tyson, por exemplo. Também fica no ar 
uma indagação que muitos professores fazem:
“Será que adianta? Vale a pena?”
Quarenta anos atrás, uma igreja na cidade de Filadélfia 
assistiu ao batismo de três garotos de nove anos que entraram 
para o rol de membros. Um deles foi Tony Campolo, que hoje é 
sociólogo, professor, escritor e conferencista mundialmente 
conhecido.
11
“Anos depois, quando eu estava realizando uma pesquisanos 
arquivos da nossa denominação”, diz Campolo, “decidi procurar 
o relatório de minha igreja referente ao ano do meu batismo. 
Havia três nomes: Tony Campolo, Dick White e Bert Newman. 
Dick hoje é missionário. Bert Newman é atualmente professor de 
teologia num seminário africano.
“Então li o que constava do relatório referente àquele ano: ‘O 
ano não foi muito bom para a nossa igreja. Perdemos vinte e sete 
membros, e ganhamos apenas três, e eram só crianças.’"*
Só crianças! Mas acrescente alguns anos de ensino cristão e 
mais alguns de escola dominical, e algumas dessas crianças por 
quem você está dando a vida agora poderão um dia ajudar a 
formar vidas para Cristo em todos os rincões da terra.
A escola dominical vale a pena, sim. Fico contente de saber 
que você concorda.
* Marlene LeFever. “Only Children” (Apenas crianças). Covenant Companion. 
1993.
Prim eira Parte
CINQÜENTA 
MANEIRAS DE 
TORNAR A ESCOLA 
DOMINICAL MAIS 
VIBRANTE
13
DÊ AOS 
SEU S ALUNOS 
CONTEÚDO
1
Quatro elementos são essenciais para que as aulas de escola 
dominical funcionem: Conteúdo, Ação, Relacionamentos e 
Experiência. Juntos formam a sigla inglesa C.A.R.E, cuja pro­
núncia é “quer”, e significa amar, cuidar, ter interesse.
Tradicionalmente, as escolas dominicais têm se caracteriza­
do por um só componente (Conteúdo), e pouca coisa dos 
outros três. Isso já levou muitos adolescentes a achar essa 
escola no domingo um lugar chato, impessoal, onde eles 
recebem informações e quase nada mais. Mas se você bolar 
um programa contendo os quatro componentes da sigla, irá 
maximizar o que os garotos aprendem (e provavelmente eles 
vão gostar disso!)
O processo começa com conteúdo. Que assuntos você vai 
ensinar? Algumas vezes escolhemos um tópico apenas porque 
está na revista que nossa igreja adota. Em outras, porque cremos 
que os alunos precisam saber determinada matéria, ou os pais 
pedem que ela seja dada. É possível também que tenhamos ido a 
um congresso ou seminário e ouvimos uma boa palestra de um 
especialista sobre o assunto. Seja qual for o caso, é muito
14
importante pensar bastante nos assuntos que pretendemos 
abordar, em nosso tempo de aula.
A não ser que você dê uma aula puramente recreativa (e não 
é errado fazer isso, de vez em quando), um bom conteúdo 
bíblico é necessário pará que os alunos saibam em que crêem e 
por que crêem. Quer nosso plano seja dar a matéria numa só 
aula, ou numa série de quatro, ou em um ano, comecemos 
perguntando:
“Que conteúdo quero comunicar?”
Essa pergunta vai apontar-nos o alvo 
- aquilo que queremos que nossos 
alunos aprendam, sintam e façam 
quando terminarmos a aula.
Uma vez identificados um 
ou mais tópicos, estamos 
preparados para o segundo 
passo: criar um plano de 
ação para comunicar o r
conteúdo.
15
DÊ AÇÃO À 
SUA TURMA
Quando penso nos vinte anos em que freqüentei escola 
dominical, um fato se destaca: não consigo me lembrar de uma 
palestra sequer. Mas me lembro muito bem do dia em que 
ficamos quase congelados, ao sairmos à rua para aprendermos a 
ter compaixão dos desabrigados. Também me recordo da ocasião 
em que nossa classe se reuniu num sopão da cidade, e dos 
debates sobre a evolução e a criação. Outra coisa de que me 
recordo foi de quando estudamos o livro de Jonas dramatizando- 
o, e da sessão de perguntas e respostas sobre sexo, com um casal 
recém-casado que se sentia meio acanhado. Também me lembro 
de como minha fé foi provada na primeira vez em que dei uma 
aula.
Muitas aulas de escola dominical não funcionam porque 
passamos diretamente da escolha do assunto à apresentação da 
aula. Assim uma aula que poderia ser uma experiência de 
aprendizagem criativa, diversificada, cheia de ação, torna-se um 
monólogo entediante.
Pense como foi seu próprio desenvolvimento na fé. De que 
tipos de lições você se lembra? Quais as aulas que causaram 
mais impacto em sua vida? A maioria se recorda daquelas que 
exigiram nossa participação, onde tivemos de fazer alguma coisa.
2
16
Você pode adicionar ação à sua aula simplesmente diversifi­
cando sua maneira de comunicar. As lições ilustradas com 
objetos, situações simuladas, dramatizações, excursões, discus­
sões, entrevistas, mesas redondas, debates, cadernos de ativida­
des e jogos educativos interessam à turma e ampliam o volume 
de conteúdo retido.
Além disso estaremos fazendo como Jesus. Se ele tivesse 
instruído seus discípulos da maneira como ensinamos as classes 
da escola dominical, ele os teria levado para dentro de uma sala, 
sentando-os em filas de cadeiras, colocando ali um flanelógrafo e 
dando uma hora de aula. Em vez disso, ele optou por ação. Saiu 
a campo. Esse é um modelo que vale a pena seguir.
y ^ > > *
17
PROVIDENCIE 
PARA QUE A 
TURMA GOZE 
DE BONS 
RELACIONAMENTOS
Um conhecido meu que é especialista em crescimento de 
igrejas tem uma teoria que ele chama defator amizade. Sua 
tese é que as pessoas que visitam uma classe de escola dominical 
assumirão o compromisso de se tornarem alunos, sefizerem 
amizade dentro do grupo. Os que visitam e não fazem amizades, 
com o passar do tempo desaparecem, por melhor que seja a 
programação.
Os jovens adoram a companhia uns dos outros. Em vinte 
anos de trabalho na direção de programa para jovens, ainda não 
encontrei um que me viesse procurar com o formulário do 
acampamento ou do congresso para perguntar:
“Ray, qual vai ser o assunto da sua palestra?”
O que eles perguntam (e o que determina se eles vão ou não 
participar) é:
“Quem mais vai?”
3
18
Eles querem ir aonde os amigos vão e onde podem fazer 
amizades.
A escola dominical oferece grandes oportunidades para o 
desenvolvimento de relacionamentos. Você pode iniciar (ou 
encerrar) cada aula separando dez minutos para cumprimentos 
ou bate-papos. Assim terá tempo de programar uma variedade 
de atividades divertidas que servirão para unir o grupo. Pode 
criar, por exemplo, um comitê de boas-vindas e/ou de acompa­
nhamento, encarregado de escrever bilhetinhos de agradecimen­
to aos visitantes, e também ligar para os que faltaram no domin­
go. A classe pode comemorar os aniversários e outros eventos.
Ajudar os alunos a formar elos uns com os outros fará com 
que experimentem o que Jesus quis dizer quando ordenou:
“... que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei.” (Jo 
15.12.)
19
PROPORCIONE 
EXPERIÊNCIA 
À SUA TURMA
üm amigo me contou algo que lhe aconteceu recentemente 
quando, pela primeira vez, deixou seu filho encher o tanque no 
posto self-service. Ele pôs o revólver da bomba na mão do 
menino e entrou no posto para efetuar o pagamento. Quando 
voltou, o garoto estava esguichando gasolina no carro todo, ao 
invés de encher o tanque. (Felizmente, não pegou em ninguém!) 
Ri com ele sobre sua experiência (enquanto procurávamos 
telefones de oficinas), e logo me dei conta de como isso se aplica 
ao ensino na escola dominical.
Jogar gasolina no carro pode dar certo se a intenção é 
incendiá-lo, mas não o ajuda a ir a parte alguma. O mesmo pode 
dizer-se da escola dominical. Nosso alvo é ajudar os alunos a 
introduzir a verdade no coração.
Comecemos pensando em que o conteúdo pode ajudá-los 
especificamente. Façamos perguntas, como:
“O que quero que meus alunos saibam, sintam e façam?” 
“Como esses jovens podem experimentar essas verdades no 
seu dia-a-dia?”
Em segundo lugar, demos aos alunos a oportunidade de
4
20
aplicar o que estão aprendendo. Dentro do período de aula, 
temos de dar tempo para perguntas sobre a aplicação da lição, 
como por exemplo:
“O que seria diferente em sua vida se você pusesse em prática 
essa verdade em casa? na escola? com seus amigos? no grupo de 
jovens?”
A coisa mais importante que devemos ter em mente, com 
respeito ao ensino da verdade, não é o que os jovens aprendem, 
mas como a vida deles poderá ser diferente por causa daquilo 
que aprendem.
PS.: No final do livro, apresentamos uma Folha de Planeja­
mento de Atividades Didáticas baseada no modelo C.A.R.E.
É toda sua - e sem nenhumataxa adicional!
PODEM NÃO 
LHE DAR 
PRESEN TES,
MAS PRECISAM DE VOCÊ
Os evangelistas Tony Campolo e Gordon Aeschliman falam de 
como muitos países que passaram por todo o processo de 
evangelização e abraçaram o evangelho, depois vieram a abando­
nar a fé cristã.* Isso também tem acontecido nos Estados 
Unidos, nos dias de hoje, e tem desanimado aqueles que tentam 
incutir convicções e caráter cristão nos jovens.
Estamos instruindo uma geração que pode estar mais neces­
sitada da verdade espiritual do que qualquer outra anterior. Da 
próxima vez que formos tentados a largar tudo, lembremos dos 
resultados de pesquisa bastante recente, que revelou o seguinte:
• 82% das pessoas disseram que a idéia de que “Deus ajuda 
a quem cedo madruga” (isto é, quem salva a pessoa é ela 
mesma, pelo esforço), foi tirada diretamente da Bíblia.
• 66% disseram que não existe verdade absoluta; “tudo é 
relativo”.
* Gordon Aeschliman e Tony Campolo. Fijty Was You Can Reach the World (50 
maneiras de ganhar o mundo). InterVarsity Press, Downers Grove, 1993.
5
22
• 63% foram incapazes de nomear os quatro evangelhos.
• 58% não souberam citar nem a metade dos Dez Manda­
mentos.
• 58% não sabiam que foi Jesus quem pregou o Sermão do 
Monte.*
A falta de informações convincentes sobre a fé pode levar os 
adolescentes de hoje a concluir que é impossível sustentar uma 
fé cristã genuína. Ou então, mais provavelmente, nem vão 
pensar nisso. Quando aceitamos a missão de ensinar na escola 
dominical, normalmente recebemos um grupo que se acha na 
fase da vida em que são mais sensíveis à mensagem de Cristo. 
Nossa grande oportunidade está exatamente quando eles vêm à 
igreja. Podem até não nos trazer presentes, mas um dia ouvire­
mos as palavras: “Bem feito, servo bom e fiel.”
* Howard e William Hendricks, Living By the Book (Vivendo de acordo com a 
Biblia). Moody Press, Chicago, 1991.
23
RESPONDA 6 
ÀS PERGUNTAS 1— 
DOS SEUS ALUNOS
Geralmente o que é importante e o que é lembrado cami­
nham de mãos dadas. Decorar os livros do Novo Testamento não 
vai prender o interesse de uma criança de 8 ou 9 anos cujos pais 
estão se separando. Dificilmente um estudo da vida de Ezequias 
vai atrair o estudante de 13 para 14 anos que está lutando para 
fazer amigos. A história da Igreja não desperta o rapazinho do 
segundo colegial que acaba de descobrir que seu melhor amigo 
possui uma arma guardada junto com seu material escolar.
Ao abordarmos os assuntos difíceis, os problemas pelos quais 
nossos alunos estão passando, nós os ajudamos a entender a 
importância e a realidade de sua fé. Não tenhamos medo de 
encarar as dúvidas e os problemas que eles possam estar enfren­
tando. Os alunos mais novos talvez perguntem:
• Que devo fazer quando ninguém gosta de mim?
• Como devo agir com o valentão da escola que quer bater 
em todo o mundo?
• Que faço acerca de minhas dúvidas sobre ser crente?
• Como posso melhorar minha aparência?
• Como devo reagir diante da separação de meus pais?
24
• Como vou melhorar as minhas notas?
• Por que não consigo me dar bem com meus pais?
Os adolescentes, por sua vez, podem estar lutando com
questões como:
• Por que devo evitar o sexo antes do casamento?
• Como Deus pode ser justo e permitir que gente inocente 
morra?
• E a AIDS, como fica?
• Que há de errado em tomar bebida alcoólica?
• Por que não devo colar para melhorar minhas notas na 
escola?
São perguntas para as quais os garotos buscam respostas. E, 
para alguns deles, saber as respostas é, literalmente, uma 
questão de sobrevivência
Aviso: Quando os assuntos são polêmicos, ou “quentes”, 
temos de verificar a posição dos pais com relação a eles, antes de 
apresentá-los aos alunos. Se você está planejando uma série de 
três aulas sobre sexo, talvez seja bom uma reunião com os pais 
antes (ou mandar-lhes uma carta), propondo uma lista de 
pontos que planeja abordar. Agindo assim, poderá estar salvando 
uma vida - a sua!
25
MANTENHA A 
CURIOSIDADE 
DA TURMA 
AGUÇADA
É domingo de manhã em Miami e faz muito calor! Numa sala 
abafada, com uma voz monótona, o professor começa a ler 
Marcos 2. É a passagem que fala dos quatro homens que fizeram 
uma abertura no telhado de uma casa para descer um amigo 
paralítico na frente de Jesus.
Os alunos estão parados, curtindo um tédio total... até que 
ouvem passos no telhado. Em seguida, ouvem o barulho de uma 
serra elétrica sendo ligada, e o rumor ensurdecedor da serra 
abrindo um buraco no telhado da sala. Começam a cair cacos. Os 
meninos se agitam e o pó se levanta, enquanto quatro homens 
abrem o telhado com a serra. Depois, é a vez deles. Descem um 
dos colegas na frente do professor, que sorri e diz: “Filho, os teus 
pecados estão perdoados. Levanta-te, toma o teu leito e anda.” E 
assim o professor consegue que sua classe acorde e fique atenta!
Observação: A sala, nesse caso, estava para ser reformada. 
Não tente fazer isso na sua igreja, antes de conversar com o 
pastor!)
26
Um dos motivos de os alunos, nesta faixa etária, estarem tão 
saturados com a escola dominical é que a aula é previsível 
demais. Eles sempre vão à mesma sala, sentam-se nas mesmas 
cadeiras, usam a mesma revista, ouvem as mesmas histórias, e 
olham para as mesmas paredes, às vezes com o mesmo mapa da 
Palestina ou o mesmo versículo em um cartaz.
Quando quebrarmos a rotina e fizermos com que eles 
perguntem: “Que será que vai acontecer por lá hoje?”, teremos 
uma classe de gente alerta, cheia de expectativas. Da próxima vez 
que você vir a classe parada, entediada, tente fazer algo inespera­
do. Combine com algumas pessoas para aparecerem na classe 
vestidas a caráter, representando os personagens bíblicos da 
lição.
Seus alunos vão vibrar com as surpresas e, como o 
professor da Flórida que quebrou o telhado da
sala, você vai provocar lembranças 
que durarão muito tempo.
27
CUIDADO: 
VOCÊ PODERÁ 
GOSTAR MUITO 
DESSA TURMA
Cris era o tipo do menino de escola dominical que, só por 
estar na classe, já desgastava minha capacidade de ensinar e 
minha paciência. Não se interessava por nada que quiséssemos 
apresentar. Falava o tempo todo, e nada do que ele dizia era para 
ajudar. Ele era um constante fator de distração para os outros 
alunos. Tinha ganhado o apelido de “Papa-inseto”, por causa do 
hábito de engolir qualquer inseto que os colegas passassem para 
ele. Minha vontade era que ele fosse comandado por controle 
remoto, para eu ter o prazer de “desligá-lo”.
Semanas depois do início das aulas, quando ele já vinha 
comparecendo regularmente, seus pais, que iriam ficar fora uma 
semana (será que era por que não o agüentavam mais?), sem 
mais nem menos, pediram que eu ficasse com o Cris durante o 
fim de semana. Concordei, porque não tinha saída. E foi com a 
imagem de um par de algemas na mente que recebi o “Papa- 
inseto”, que se instalou em minha casa.
Mas tive uma tremenda surpresa! Tivemos um tempo maravi-
8
28
lhoso! Por trás daquela fachada de insegurança, descobri um 
garoto que era muito boa companhia. Jogamos bola, fizemos 
lanches (sem insetos), assistimos a fitas, nos divertimos a valer! 
Por ele gostar de conversar (o que na aula me aborrecia), era 
ótima companhia para um papo. Na metade daquele fim de 
semana me surpreendi quando percebi que gostava da compa­
nhia do Cris.
Faz tempo que saí daquela igreja, mas sempre que vou àquela 
cidade faço questão de procurá-lo. Fique de olho nos jovens de 
sua classe, pois você poderá conquistar boas amizades, para a 
vida inteira.
SE TIVER 9
DÚVIDA, DIGA: 1— 
"NÃO S E I.”
À medida que meus filhos estão crescendo, suas perguntas 
ficam cada vez mais interessantes:
“A que distância do teto a mosca se vira para pousar nele?” 
“Quantos anos Deus tem?”
“Que há do outro lado do céu”?
Quando você aceitar o cargo de professor na escola domini­
cal, é bom ir se acostumando com o fato de que vai ouvir per­
guntas a que não poderá responder. Meu filho de seis anos me 
perguntou por que Deus colocou o nariz - uma coisa comprida,e que às vezes escorre - de cabeça para baixo e logo acima da 
boca. Há coisas para as quais não temos mesmo nenhuma 
resposta adequada.
Nessas horas, o melhor a fazer é ser sincero, e dizer:
“Não sei.”
Admitir que não sabemos tudo pode ser intelectualmente 
humilhante, mas é um presente muito legal para seus alunos.
Quando dizemos “Não sei”, estamos criando uma atmosfera 
de liberdade. Como os alunos compreendem que não são 
obrigados a saber tudo, sentem liberdade de perguntar o que
30
quiserem, uma vez que você já os livrou do peso de aparentar 
que sabem tudo. Eles vão reconhecer também que não saber 
tudo faz parte da vida, e que podem perfeitamente viver para 
Cristo antes de obter as respostas de todas as perguntas.
Além disso, eles vão ser forçados a pensar por si próprios e 
vão sair da sua classe com uma fé pessoal. Será que não foi por 
isso que Jesus, em tantas ocasiões, respondeu a uma pergunta 
fazendo outra?
A propósito, eu tenho, sim, uma resposta para as perguntas 
sem respostas dos meus filhos. Simplesmente digo a eles que 
perguntem a seus professores da escola dominical!
31
TENTE ALGO 
EXAGERADO 1-------
Certo dia, na hora do recolhimento da oferta numa igreja da 
minha região, três homens de roupa preta e encapuzados 
entraram de repente e avisaram:
“Não se mexam! Isso é um assalto.”
Depois de exigir o dinheiro das pessoas que ali estavam 
paralisadas de susto, saíram, levando a filha adolescente do 
pastor como refém.
Depois que os ladrões saíram, o pastor explicou à congrega­
ção, que estava horrorizada, que fora tudo um arranjo dele para 
demonstrar como as pessoas que não dão o dízimo roubam a 
Deus. Disse que era igual ao roubo que acabavam de testemu­
nhar.
Talvez o pastor dessa igreja tenha exagerado um pouco, 
pois pouco tempo depois ele teve de procurar outra igreja. 
Entretanto, sem dúvida, ele conseguiu prender a atenção do 
povo.
Ensinar a Bíblia à garotada e mantê-la acordada é, igual­
mente, muito difícil. Um método de conseguir as duas coisas 
é tentar o exagero. Há uns seis meses levei alguns de meus
32
alunos para praticar bungee jum ping*. Não só consegui a 
atenção deles, como foi uma ótima lição prática sobre o salto 
da fé que precisamos dar!
Observação: Não se esqueça de pedir a permissão dos pais 
antes de partir para qualquer atividade muito fora do comum!
*Bugee jumping: esporte radical que consiste em prender os pés a um forte 
cabo elástico e saltar de grandes alturas.
33
A AULA 
DEVE SER 
DIVERTIDA
Certo dia um amigo meu assistiu a uma reunião de adoles­
centes que foi um verdadeiro desastre. 0 programa foi tão chato, 
que quase precisaram ligar para o 192 (Pronto-Socorro) durante 
uma brincadeira de pegar maçã com a boca, dentro de um tacho 
de água, porque dois dos meninos adormeceram e quase se 
afogaram. Mais tarde meu amigo soube que o conselho da igreja 
tinha estabelecido que o Catecismo de Heidelburg seria o tema 
dos estudos da escola dominical para a classe de adolescentes. 
Mais maçante, impossível! (Como diz meu amigo David: eu não 
estou inventando isso.)
Se usamos jogos e brincadeiras para iniciar outros progra­
mas; por que não a escola dominical? Eles podem ser até mais 
úteis na escola dominical, onde é provável que a maioria dos 
presentes esteja ali porque alguém os obrigou. Quando bem 
feito, um bom jogo ou brincadeira quebra barreiras e traz 
sorrisos a rostos desinteressados.
Para muitos jovens a idéia de se divertir está sempre ligada a 
fazer alguma coisa ilegal, prejudicial ou eletrônica. Um dos 
grandes presentes que podemos lhes oferecer é criar um ambi­
34
ente em que aprendam a brincar, rir e divertir-se juntos. Esse 
tipo de ambiente atrai os adolescentes à fé cristã.
Por isso, não dê atenção àquela voz que aparece no fundo de 
sua mente, insistindo em que a escola dominical não deve ser 
divertida. Ela pode ser muito agradável sim!
MELHORAR 
FAZ BEM
Certa vez, após uma aula de escola dominical, uma menina 
de 13 para 14 anos (por que será que os adolescentes dessa 
idade são sempre tão sinceros?) chegou-se para mim, e disse: 
“Ray, a aula foi ótima nos primeiros cinco minutos, mas 
depois ficou chata.”
Assim que a excomunguei da minha classe (brincadeirinha), 
fiquei pensando no que dissera e percebi que eu havia contado 
todas as histórias divertidas na introdução. Realmente, dei de 
tudo para atrair a atenção deles, mas não consegui mantê-la. A 
avaliação sincera daquela garota ajudou tanto meu modo de 
ensinar, que estou até pensando em permitir que ela retorne às 
aulas.
O processo de avaliação nos capacita a descobrir até onde 
estamos alcançando nossos objetivos de ensino, e onde é que 
podemos melhorar nossa abordagem e nossos métodos. De vez 
em quando costumo gravar minha aula, ouvindo mais tarde a 
fita. Isso sempre me deixa meio desconfortável, mas saio com 
uma nova percepção daquilo que preciso fazer para melhorar.
Regularmente também peço aos meus alunos e colegas que 
me avaliem. Dou-lhes o Formulário de Avaliação do Ensino (no 
final do livro), e mando que o preencham após a aula. Depois
12
36
peço que conversem comigo sobre ele. A avaliação em geral não 
é algo divertido, mas, assim como um remédio, produz cresci­
mento e resultados saudáveis.
37
DEIXE OS 
ALUNOS 
ESCOLHEREM 
O CONTEÚDO
Alguns anos atrás, fiquei frustrado com a total falta de interes­
se que meus alunos demonstravam em qualquer coisa que 
fizéssemos na escola dominical. Um dia, ao me queixar com um 
amigo empresário, com uma pergunta, ele foi direto à raiz do 
problema:
“Quem escolhe os tópicos ensinados nas aulas?”
Com muito jeito, ele fez-me ver que é natural as pessoas não 
demonstrarem interesse quando não se acham envolvidas no 
processo decisório.
Na semana seguinte, levei os alunos para minha casa e fiz 
uma pesquisa. Dei a cada um uma lista de assuntos, e deixei que 
escolhessem os três mais interessantes. Fiz uma lista dos assun­
tos selecionados e depois deixei a classe inteira votar neles. Os 
seis assuntos mais votados tornaram-se os tópicos dos seis 
domingos seguintes. Não houve milagres, mas foi surpreendente 
descobrir como melhorou o grau de interesse da classe durante 
esse período.
38
Geralmente os alunos se mostram desinteressados porque 
não puderam dar palpite na escolha do que estão estudando. A 
pesquisa é uma boa maneira de você descobrir de que é que 
seus alunos necessitam e eles, por sua vez, vão se sentir como se 
a escola dominical fossem um pouco mais deles.
No final do livro, apresento minha pesquisa “Escolha os 
Assuntos” (páginas 116-118), dividida em quatro categorias: 
Bíblia, Crescimento Espiritual, Tópicos Quentes e Técnicas 
Para a Vida. Você pode usá-la com sua classe, ou elaborar sua 
própria pesquisa. De qualquer forma, verá como o nível de 
interesse da turma cresce quando eles mesmos ajudam a 
escolher o currículo.
39
ACRESCENTE 
TÉCNICAS 
PARA DAR VIDA AO 
SEU CURRÍCULO
Bill ama a Jesus. Freqüenta a igreja desde que era pequenino. 
Já foi a todos os retiros, ora, canta no conjunto de jovens, está se 
preparando para ser membro da igreja, não falta à escola 
dominical, e no momento está decorando o livro de Cantares de 
Salomão. Mas não se dá com os amigos, perdeu média em duas 
matérias, nunca tem dinheiro, não sabe cuidar do saldo bancá­
rio, nem trocar um pneu, nem usar computador.
À medida que cultivamos a convicção cristã em nossos 
alunos, também precisamos ajudá-los a desenvolver suas 
habilidades. Para aqueles que têm idade entre 10 e 12 anos, isso 
pode implicar aprender a arrumar seu quarto ou usar um 
computador, saber participar de atividades esportivas ou admi­
nistrar sua mesada, ou mesmo combinar com seus irmãos.
Para os jovens, as possibilidades são infinitas. Alguns vão 
cuidar do talão de cheques, ajustar o carburador do carro, trocar 
um pneu, elaborar um currículo, procurar um emprego (mes­
mo que temporário), gastar bem seu tempo, melhorar as notas.
14
40
Talvez você descubra que à medida queos estudantes desen­
volvem técnicas de vida, podem usá-las na escola dominical. Na 
minha igreja, alguns dos videoteipes que mostramos na classe 
são filmados e editados por um estudante que aprendeu a usar o 
equipamento na própria igreja. (Um dia desses talvez eu lhe peça 
para me ensinar a acertar o relógio do meu vídeo.)
QUEBRAR 1 5
ESPELHOS E -------
ABRIR JANELAS
Alguém descreveu nossos alunos de hoje como sendo uma 
geração Kodak: muito tempo de exposição e pouca revelação. 
Além disso, são muito voltados para si mesmos. Temos de ajudar 
essa turma a quebrar seus espelhos e isso pode começar na 
própria classe de escola dominical, para que deixem de se 
preocupar consigo mesmos e comecem a agir. Os mais novos 
podem ajudar na disposição das cadeiras, na organização da 
sala, podem fazer a oração de abertura e a arrumação ao final da 
aula. A maioria dos alunos mais velhos consegue recepcionar 
visitantes, dirigir brincadeiras ou discussões e procurar relacio­
nar-se com os visitantes visando a que voltem outras vezes.
Podemos criar uma equipe de liderança estudantil para 
prestar serviços durante a aula. Coloque no papel algumas 
equipes (de boas-vindas, acompanhamento aos visitantes, 
decoração, música, mídia, etc.) e deixe cada aluno escolher 
aquela em que deseja atuar. Periodicamente, separe alguns 
minutos durante a aula para que as equipes façam seu planeja­
mento.
A classe pode também prestar serviço à comunidade e ao
42
mundo. Há uma classe de escola dominical que, a cada quinze 
dias, durante o horário de aula, faz visitas num hospital de 
pacientes em recuperação. Outra classe de crianças apadrinha 
um menor através de uma organização chamada Compassion 
International (Compaixão Internacional). Uma outra classe de 
adolescentes “adota” um país por ano. Eles põem um grande 
mapa daquele país na sala, dão as previsões do tempo semanal­
mente, oram por aquele país e, de vez em quando, organizam 
telefonemas da classe para os missionários de lá.
Abrir uma janela de serviço cristão pode despertar crianças 
que se acham indiferentes, levando-as a aprender lições que 
durem a vida inteira.
43
LEVE 
PROFISSIONAIS 
À SUA CLASSE
Que tal oferecer variedade a seus alunos, apresentando-lhes 
adultos competentes, elevando o nível de instrução da classe? 
Assim você aproveita e tira uma folga. Pode ser mais fácil do que 
se imagina. É só usar os conhecimentos técnicos que estão nos 
bancos da igreja, pertinho de você.
Em todas as igrejas de que já participei havia pessoas mais 
qualificadas do que eu para tratar de alguns dos assuntos que 
estávamos abordando na escola dominical. Há muita gente que 
não quer dar aulas, mas terá prazer em fazer uma ou duas 
preleções em domingos seguidos na sua área de competência (e 
assim conquistar a amizade dessa turma que gosta de fazer 
umas travessuras).
Veja como você pode aproveitar ao máximo os peritos da sua 
igreja. Primeiro, convide uma grande variedade de pessoas. 
Numa certa ocasião, em minha igreja, um farmacêutico falou 
sobre os efeitos das drogas no organismo, Outra vez um policial 
expôs os males de dirigir embriagado. Em outra realizamos uma 
mesa redonda, onde os pais apresentaram questões familiares. 
Também tivemos um conselheiro familiar ensinando os filhos a
44
encararem o divórcio dos pais, e um mecânico mostrando aos 
alunos como se ajusta a rotação de um carro.
Em segundo lugar, dê a esses profissionais condições de 
fazerem uma boa apresentação. Muitos conhecem bem o 
assunto da palestra, mas ficam nervosos de estarem à frente de 
uma turma. Experimente alguma atividade inicial introdutória, 
como entrevistá-los, ou dirija um período de perguntas e respos­
tas. Tenha cuidado com a introdução e a conclusão, para que 
esses momentos ajudem a tornar a experiência muito mais 
agradável e eficaz para o palestrante e os alunos.
45
NEM TODAS j 7
AS CRIANÇAS 1-------
SÃO IGUAIS
Sei que parece muito simples, mas as três ou quatro primei­
ras aulas que dei foram um desastre. Deram-me uma classe, 
entregaram-me a revista de escola dominical adotada pela igreja, 
e só. Segui as instruções... mas acabei percebendo que o currícu­
lo e o programa tinham pouco ou nada a ver com os interesses 
de meus alunos.
É imprescindível que conheçamos bem o nível espiritual da 
classe. Assim adaptaremos melhor a aula às necessidades dela. 
No meu livro Developing Spiritual Growth in Junior High 
Students (Desenvolvendo o crescimento espiritual em adolescen­
tes de 13 a 15 anos),* demonstro que a maioria dos estudantes 
desse grupo se encaixa em uma das três categorias seguintes: 
Descomprometidos: ainda não se tomaram seguidores de 
Jesus; possuem pouco interesse espiritual.
Curiosos: já começaram a firmar um relacionamento com 
Cristo e desejam crescer espiritualmente.
*E1 Cajon, Calif.: Youth Specialties/Zondervan, 1993-
46
Comprometidos: estão prontos a cumprir tarefas, a servir.
(É o tipo de atitude que gostaríamos de ver nos 
“descomprometidos”.)
üm dos problemas da escola dominical de hoje é nossa 
tendência de usar revistas que foram escritas para os alunos 
classificados como curiosos e comprometidos, numa classe 
cheia dos descomprometidos, que estão lá só por insistência de 
alguém. Um professor de escola dominical da Califórnia perce­
beu que tinha mais alunos do nível descomprometido na sua 
classe do que o pastor de jovens, nas reuniões de evangelização 
que realizava no meio da semana. Agora o professor está progra­
mando eventos de evangelização nos domingos de manhã e vem 
colhendo excelentes resultados.
47
MUDANÇA 
NÃO É 
PALAVRÃO
Um amigo me contou a seguinte piada:
“Quantas pessoas são necessárias para trocar uma lâmpada 
na igreja?”
“Quatro”, disse ele. “Uma para trocá-la e três para ficarem 
recordando as vantagens da lâmpada velha.”
A palavra “mudança” não é bem aceita em muitas igrejas. 0 
lema delas parece ser: “Como foi no princípio, é hoje, e será 
para sempre.” Entretanto sair um pouco do “esquema” da classe 
de escola dominical, inserindo nela algumas mudanças ocasio­
nais, pode ter o efeito de quebrar a monotonia, despertar o 
interesse e produzir crescimento.
A especialista em educação cristã, Marlene LeFever, ensina 
que existe valor até na própria variação em si. Ela exemplifica 
citando o caso de uma fábrica que possuía excelentes geren­
tes que fizeram alguns experimentos procurando maneiras 
de aumentar a produção. Instalaram música ambiente e a 
produção subiu. Aumentaram a iluminação e a produção 
subiu. Tiraram a música e a produção subiu. Baixaram a 
iluminação e a produção subiu. Ficou claro que não era o
48
tipo de mudança que causava a diferença. Era a própria 
mudança.
A lista de inovações que podemos fazer não tem fim. Virar as 
cadeiras para outra direção. Trocar de sala. Mudar a rotina da 
classe. Dar uma lição diferente da indicada pela revista (guarde a 
revista por uma semana). Se a igreja possuir ônibus, dar uma 
aula dentro dele um dia. Trocar os professores num domingo. 
Preparar a classe para apresentar uma dramatização para outra. 
Num domingo qualquer, convidar os pais para assistirem à aula 
junto com os filhos. Chamar uma classe de escola dominical de 
outra igreja para reunir-se com a sua. Colocar música ambiente; 
servir um lanche.
Se os alunos já estão cansados de sentarem numa mesma 
sala, olhando para a mesma parede e para o mesmo antigo 
mapa da Terra Santa, fazer
algumas mudanças seria 
uma boa receita de sucesso.
49
UMA CLASSE 
PEQUENA 
PODE SER 
MARAVILHOSA
Você aceitou lecionar uma classe de escola dominical. Já vem 
se preparando durante várias semanas, e hoje é o grande mo­
mento. São 9:45 - hora de começar a aula. O único problema é 
que só tem você na sala. Você se senta e espera. Finalmente, dez 
minutos depois, tem um grupo de quatro garotos, sentados 
desconfortavelmente, olhando para você e aguardando o início 
do estudo.
Ficou desanimado porque sua classe toda cabe no banco de 
trás do seu carro? Não fique. Existem muitas coisasque pode­
mos fazer com uma classe pequena e que nunca dariam certo 
com um grupo maior.
A primeira é que você pode ficar conhecendo melhor seus 
alunos. Pode ter a participação de todos na discussão dos assun­
tos. E você pode dar a lição de maneira muito mais vibrante. É 
difícil permanecer anônimo num grupo pequeno, porque não há 
onde se esconder.
Como a classe inteira cabe no seu carro, você pode decidir
50
dar a aula numa lanchonete, tomando café com torradas. (Não 
se esqueça de pedir antes a permissão dos pais.)
Existem outras atividades e projetos fáceis de se realizar 
juntos. Servir um sopão na favela. Cuidar do berçário da igreja 
num domingo. Dirigir um culto num asilo de velhos, e assim por 
diante.
Se sua classe é pequena, anime-se. Você tem um ministério 
do tamanho daquele que Jesus teve. Ele passou a maior parte de 
seu tempo com apenas três discípulos: Pedro, Tiago e João.
Quem sabe? Talvez um desses garotos poderá ser o seu próximo 
pastor!
PARABÉNS - 
VOCÊ É UM 
EXEMPLO!
Certa vez, o evangelista Billy Graham perguntou a um garoti- 
nho como chegar à agência de correio mais próxima. Depois que 
o menino lhe deu a explicação, o Dr. Graham lhe agradeceu, e 
disse:
- Se você for à cruzada hoje, irá ouvir-me explicar como se 
chega ao céu.
- Acho que não vou, não, respondeu o menino. Você nem 
sabe onde fica o correio.
Como esse menino, é provável que seus alunos não sejam de 
fazer muito elogio e já estejam acostumados demais com você. 
Mas não se engane, eles o vêem como um verdadeiro exemplo!
Sei que na maioria das vezes você não se sente como um 
grande exemplo para ninguém. Seu carpete não tem aquela 
marca de joelhos que passam cinco horas diárias em oração. Há 
meses você interrompeu sua memorização do livro de Levítico, e 
há semanas não prega numa cruzada evangelística da cidade.
Contudo são as pequenas coisas que fazemos que nos tornam 
exemplo para outros. São nossas atitudes de bondade e gentileza. 
É o fato de escutarmos os outros sem interrompê-los. É
52
lembrarmo-nos do aniversário de cada um. É darmos uma 
carona a alguém. É estarmos dispostos a dar a esses alunos uma 
hora de nosso tempo (uma hora que a maioria dos adultos não 
lhes dá).
Essas coisas parecem insignificantes, mas, somadas, elas 
representam muito e têm um grande valor. As crianças e os 
adolescentes de hoje estão desejosos de que os adultos se inte­
ressem por eles. Parabéns! Você é um exemplo. Um dia, se tiver 
sorte, podem até procurá-lo e lhe dizer isso.
53
É BOM TIRAR 
UM TEMPO 
PARA DESCANSAR
A maioria das pessoas leva uma vida muito agitada. Estamos 
sempre muito ocupados. Como Marta, citada nos evangelhos (e 
que daria uma ótima superintendente de escola dominical), 
temos múltiplas responsabilidades, ficamos estressados com 
tudo que temos que fazer, e com sentimento de culpa pelo que 
deixamos de fazer. Não é isso mesmo?
Faça a auto-avaliação seguinte, que tem apenas uma questão, 
e verá se está ocupado demais
Preparei a lição de escola dominical para o domingo passado 
(marque uma resposta só):
- no sábado à noite, assistindo a um programa de TV;
- no carro, a caminho da igreja;
- durante o sermão do pastor;
- durante a entrega dos dízimos e ofertas;
- domingo, no café da manhã, e cheguei à igreja um pouco 
atrasado;
- durante os avisos de abertura da escola dominical;
- não a preparei, mas tive duas ótimas idéias depois da aula.
21
54
Se a hipótese de tirar uma folga da classe pode causar enfarto 
nos dirigentes da igreja, arranje um substituto um domingo por 
mês. Peça a um amigo (ou ex-amigo) para dar aula no primeiro 
domingo do mês. Ofereça-lhe todas as ferramentas de que vai 
precisar, e depois vá passar o fim de semana fora.
Talvez você queira tirar umas férias de fim de ano. Procure 
algum seminarista, estudante de faculdade ou professor que 
esteja de férias nessa época e pratique a esquecida arte de D & D 
(delegar e desaparecer). A folga lhe fará bem e irá restaurar-lhe a 
sanidade mental. Assim você será bem mais eficiente quando 
retornar.
55
ELES 
PRECISAM 
SENTIR-SE 
QUERIDOS
Você já foi a um acampamento de jovens, por exemplo, e a 
primeira coisa que ouviu foram os regulamentos? Desse modo a 
reunião já começa com uma nota negativa. O que estamos 
comunicando a eles é:
“Ei! Isso aqui é um evento adulto. Vocês têm sorte de estar 
aqui, e esperamos que se comportem bem, facilitando assim as 
coisas para nós.”
Muitos garotos, quando pisam dentro da igreja, sentem-se 
como se estivessem no meio de estrangeiros. Não conhecem os 
hinos. A linguagem parece de outro planeta. O templo lembra 
uma cela de prisão, e para a maioria, um sermão de trinta 
minutos poderia ter como título: “A meia hora que durou dias.” 
Você pode ajudar a mudar isso, criando um ambiente caloroso e 
convidativo em sua classe de escola dominical.
Não é tão difícil assim criar uma atmosfera alegre e jovial 
para a turma. Ligue uma música ou ponha uma fita no vídeo 
enquanto estão chegando. Arrume as cadeiras em círculos, em
22
56
vez de em fileiras. Tire aquele mapa da Terra Santa que está lá há 
meses e coloque retratos dos próprios garotos. Que tal cartazes 
de eventos programados? Providencie alguns joguinhos para 
deixar na sala, e algumas coisas para comer.
Recentemente tive o privilégio de dar aula para uma turma 
cujo professor queria que os alunos sentissem que a sala de aula 
era deles. Afixados à parede havia saquinhos de papel com o 
nome de cada participante. Os alunos deveriam escrever mensa­
gens de apoio, de incentivo uns para os outros e colocar ali. Toda 
semana esse professor mandava um bilhete para cada aluno, 
com um elogio ou estímulo. Ali a atmosfera era elétrica!
57
DISCORDAR 2 3
PODE SER -------
BOM
Em muitas igrejas, discordar é considerado um ato de 
rebelião. 0 resultado acaba sendo uma geração de jovens que 
não têm a capacidade de pensar por si. A base de fé deles é:
“Jesus me ama,
Jesus me ama,
Jesus me ama,
Meu professor de escola dominical assim o diz.”
Uma fé que não for examinada e questionada, muitas vezes 
não sobreviverá às perguntas que surgirão mais tarde na vida.
Quando nos dispomos a incentivar o questionamento, 
levamos os alunos a serem sinceros com relação às suas dúvidas, 
verificar criteriosamente as indagações e assumir com firmeza a 
fé cristã.
Uma boa maneira de fazer isso é organizar debates em classe. 
São ótimos para incentivar o raciocínio. Existem vários modos de 
realizá-los. O professor pode debater com a classe, isto é, ele 
defende um lado de uma questão e a classe, o outro.
58
Podemos ainda levar os alunos a debater entre si. O professor 
apresentará material sobre um assunto controvertido (evolução 
versus criação, por exemplo), dividirá a classe em dois grupos, e 
cada um defenderá uma posição. Os alunos poderão ter trinta 
minutos para a preparação e trinta para o debate.
Esse estilo de ensino obtém bons resultados com adolescen­
tes. Aqueles que adotam o estilo “sabe-tudo” e não escutam 
muito o que o professor diz na aula, quase nunca hesitam 
quando é para discordar. Já vi debates despertarem toda uma 
classe que se achava desmotivada, levando os alunos a pensar 
para valer. No caso de alguns, isso foi um ótimo começo!
59
TODO MUNDO 2 4
FALHA DE VEZ 1-------
EM QUANDO
É, a dramatização da história de Natal em sua classe não saiu 
exatamente como você esperava. Da próxima vez você não vai 
incluir aquele bode na história. No momento, os garotos estão 
deprimidos, os pais querem você fora do quadro de professores, 
e 0 que você mais quer é procurar um buraco e se enfiar nele. O 
ar que se respira na sala nada tem de natalino.
Vejamos outra situação (um pouco mais provável). 0 número 
de alunos presentes está diminuindo ultimamente, e os que 
ainda estão vindo parecem desinteressados. Para piorar, quando 
um garoto perguntou por que 
ele devia crer em Deus, você 
não soube responder direito.
E como se isso fosse pouco, 
no domingo seguinte ele 
faltou.
Um fracassonão é fatal, 
mas 0 desânimo pode ser!
Quando eu cometo falhas (e 
isso acontece regularmente),
60
lembro-me de duas coisas que me dão ânimo para prosse­
guir.
Primeira, nenhum professor pode acertar com todos os 
alunos. Nenhum professor de escola dominical consegue ser 
interessante todos os domingos, nem agrada a todos. Há sempre 
alunos que são sabidos demais, malucos demais ou se acham 
entediados demais - ou simplesmente não gostam do professor. 
Vamos dar um desconto para nós mesmos. E se formos bem 
sinceros, teremos de admitir que também temos as nossas 
preferências.
Segunda, nenhuma criança ou adolescente está fora do 
alcance de Deus. Pense um pouco sobre os discípulos. Tomé 
duvidava. Pedro falava demais. Tiago e João pareciam estar
sempre discutindo sobre quem 
era o mais importante. Nós não 
somos assim também? Da 
próxima vez que você estiver 
prestes a desistir, lembre-se dos 
discípulos de Jesus, e confie que 
Deus pode usá-lo para alcançar 
seus alunos na hora determinada 
por ele.
ESPERE 
GRANDES 
COISAS DOS 
SEUS ALUNOS
Anos atrás, fizeram uma experiência com a classe de certa 
professora. Disseram-lhe que ela tinha alguns alunos excepcio­
nalmente dotados e alguns muito vagarosos. Na verdade, eles 
tinham escolhido os estudantes de forma aleatória. O que 
aconteceu? Ela fazia mais perguntas aos estudantes “dotados”, 
dava-lhes mais atenção e eles tiraram melhores notas do que o 
resto da classe. Os que foram apontados como “vagarosos” não 
receberam atenção quando levantaram as mãos, foram mais 
repreendidos em vez de incentivados, e receberam notas mais 
baixas do que os colegas. Com o passar do tempo, pararam de 
se esforçar e tomaram-se realmente fracassados, como se 
esperava que fossem.
Recentemente, falando a um grupo de onze adolescentes, dei 
uma série de estudos sobre como podemos descobrir nosso dom 
espiritual. Os alunos estavam praticamente dormindo, até o 
momento em que pedi a cada um que se sentasse à mesa, na 
frente da classe, e fosse tomando nota, enquanto os outros
62
diziam quais, na sua opinião, eram os dons daqueles que, um a 
um, se colocavam à frente.
A atmosfera da classe mudou completamente! Quando eles 
descobriram que os colegas realmente acreditavam que ele (ou 
ela) possuía dons e aptidões, o nível da sua confiança e interesse 
aumentou. Dois daqueles jovens, Ben e Stacy, passaram a 
realizar um estudo bíblico na hora do almoço, ao qual já estive­
ram presentes trinta colegas.
Nem todos os jovens da sua classe (nem da minha) passarão 
por uma experiência de transformação desse tipo. Entretanto os 
professores que acreditam no potencial dos seus alunos esten­
dem consideravelmente os limites das possibilidades de cresci­
mento desses jovens.
Aquele pedaço de carvão, que ocupa uma das cadeiras de sua 
classe de escola dominical, pode ser um diamante em estado 
bruto que só precisa de tempo para ser transformado naquilo 
que realmente é.
63
ENVOLVA SUA
CLASSE COM 1-------
A IGREJA
Em seu livro Keeping Your Teens in Touch With God (Mante­
nha seus adolescentes em contato com Deus)*, Robert Laurent 
conta que fez uma pesquisa para descobrir as dez principais 
razões pelas quais os adolescentes se afastam da igreja. Para sua 
surpresa, descobriu que a que os jovens mais citaram foi “a falta 
de oportunidade de um envolvimento significativo com a igreja”. 
A maioria dos adolescentes se convenceu de que há pouco 
espaço para eles na igreja, e pouquíssimas oportunidades para 
prestar serviços e exercer liderança.
Aprende-se melhor uma fé positiva no contexto do compro­
metimento, do serviço e do envolvimento. Esses três pontos 
essenciais adquirem vida quando damos oportunidades aos 
alunos para que causem impacto.
O melhor meio de fazer essa mudança é levar a classe a 
trabalhar e exercer liderança. As possibilidades são infinitas. Os 
mais novos podem fazer cartazes, confeccionar e levar presentes
* Elgin II: David C. Cook, 1988.
64
para pessoas idosas ou acamadas, ou então ajudar nas várias 
atividades da classe. Os maiores podem dirigir quase todas as 
partes da aula (recepcionar, fazer avisos, ajudar com o lanche, 
dar aula), ou participar em projetos da classe inteira, como 
apadrinhar uma criança ou visitar aqueles que estão doentes. Os 
resultados em geral são um “caos” total e o crescimento espiri­
tual da turma. A soma é fantástica!
65
FAÇA OS 
ALUNOS 
FALAREM
Aqui está você, à frente da sua classe, explicando como Saulo 
perseguia os cristãos. Então, para acordar a turma, você pergun­
ta:
“O.k., e depois, o que aconteceu a Saulo?”
Infelizmente, nesse exato momento os alunos estão totalmen­
te preocupados com seu sapato. Todos, menos um, cujos olhos 
se acham tão parados, que parecem artificiais.
Essa situação ocorre com todos os professores, até mesmo 
com os melhores. A aula orientada para a discussão aberta é 
mais divertida, mas requer uma conversação genuína. Por que 
será que a escola dominical se tornou a única hora da semana 
em que os adolescentes se calam?
Um dos problemas com que deparamos é que depois de 
freqüentarem a escola dominical durante alguns anos, os 
meninos já aprenderam a manha. E uma das primeiras regras 
de sobrevivência na classe é manter a boca fechada.
Para quebrar esse regulamento de “é proibido falar”, o 
professor precisará de um pouco de criatividade. A mera prática 
de fazer perguntas não é garantia de que os alunos vão se dispor
66
a falar de fato. Temos de incentivar os jovens a isso utilizando seu 
assunto predileto: falarem sobre si próprios. Vá caminhando 
pela sala, pedindo a cada um que diga seu nome, onde estuda e 
quais os seus filmes prediletos.
Divida os garotos de dois em dois para conversarem entre si. 
Assim se verão obrigados a se expressar. Depois de conversarem 
aos pares, será mais provável que falem perante todo o grupo. E 
quando uma discussão se desviar do assunto (o que vai aconte­
cer, com certeza), resista à tentação de cortá-la imediatamente.
Se todas as tentativas falharem, desista e recomece na semana 
seguinte.
67
DÊ UM NOME 
BEM LEGAL 
À CLASSE
Recentemente, um grupo de analistas de automóveis recebeu 
um carro para testar durante um dia inteiro. Como pensassem 
que se tratasse de um modelo importado pela G. M., quase todos 
disseram que pensariam em comprá-lo. Mas quando lhes 
disseram que na verdade era um Chevette, mudaram de idéia. A 
conclusão é óbvia. Na cabeça dos analistas, o nome Chevette já 
era sinônimo de carro arcaico, fora de moda. Apesar de o veículo 
ser bonito e ter um bom desempenho, os compradores iriam 
desinteressar-se dele por causa do nome.
O mesmo princípio poderá estar operando na sua classe de 
escola dominical. Qual terá sido o Q. I. do gênio de marketing 
que criou a estratégia de se ensinar verdades teológicas a adoles­
centes mandando-os levantar cedo no domingo, usar roupas 
desconfortáveis, sentar-se em cadeiras enfileiradas e assistir a 
palestras feitas por adultos durante uma hora - e, pra completar, 
dar a isso o nome de escola!
Você está procurando uma mudança, uma imagem diferente? 
Experimente dar à classe um novo nome. Jogue longe o nome 
escola dominical e arranje outro. Pode ser qualquer coisa:
68
Horário Nobre, Domingueiros Acordados, Intelectuais do Domin­
go, Alongamento Matutino, etc. O professor sugere alguns, e os 
alunos acrescentam outros, e depois votam naquele que preferi­
rem. Um nome diferente pode trazer energia à sua classe, e a 
turma pode achar essa competição emocionante.
NAO DE AS 
RESPOSTAS - 
OEIXE QUE ELES 
AS DESCUBRAM
Howards Hendricks, em seu livro Ensinando Para Transfor­
mar Vidas, conta que um dia, no Parque Nacional de 
Yellowstone, ele perguntou por que havia tantos avisos proibindo 
que se alimentassem os ursos. O guarda florestal explicou que, 
sendo alimentados, eles perdiam a habilidade de caçar o próprio 
alimento e no outono e inverno morriam.
Há um grande número de crentes que cresceram se alimen­
tando de sermões e palestras, e nunca aprenderama buscar as 
verdades de Deus por si mesmos. Decoraram as respostas 
“certas”, mas não têm confiança nem capacidade de aprender 
sozinhos.
Quando mudamos a tática e, em vez de dar respostas prontas, 
fazemos com que os alunos procurem, isso melhora a retenção, 
desperta mais interesse, aumenta a confiança dos jovens e 
contribui para que continuem crescendo espiritualmente.
Esse método de aprendizagem em que deixamos os alunos 
“descobrirem” as respostas pode ser trabalhoso (é difícil dizer
29
70
“não” a um urso). Temos de fazer mais perguntas e dar menos 
respostas. Discutir mais e discorrer menos. Estimular o pensa­
mento crítico em vez de nos contentar com uma atitude passiva 
por parte deles. E talvez haja domingo em que eles não chegarão 
a conclusão nenhuma e poderão até sair da aula confusos. Mas 
não faz mal! Isso faz parte do processo de aperfeiçoamento dos 
alunos; é assim que eles irão crescer espiritualmente. Eles 
aprenderão a superar o período (talvez longo) de dúvida e 
depois, lá na frente, terão uma fé realmente viva!
71
NÃO FOI 
DEUS QUEM 
CRIOU O 
FLANELÓGRAFO
Você sabia que as crianças não são todas iguais? Estou 
sempre redescobrindo esse fato óbvio sempre que percebo que 
minha classe nunca se interessa pelos mesmos assuntos, ao 
mesmo tempo, nem pelo mesmo estilo de ensino. Aqueles que 
adoram aula expositiva não suportam debates. O menino que 
vibra durante uma discussão cai no sono durante uma palestra. 
O que gosta de jogos é incapaz de abrir a boca durante um 
debate. O estudo em grupo, que um aluno acha superlegal, é 
chato para aquele que não vê a hora de sairmos para uma 
excursão. Diante disso, o que deve fazer um professor criativo?
A grande diversidade dos jovens de nossas classes é um dos 
aspectos mais difíceis para o professor. Mas também é o que nos 
dá as maiores oportunidades. Variando nossa abordagem e estilo 
de ensino, podemos alcançar mais alunos.
Para começar é bom aceitar o fato de que não existe um 
método “certo” de ensinar. Deus não inventou nem o 
flanelógrafo nem a aula expositiva. Portanto estamos livres para
72
utilizar uma variedade de estilos em nosso ensino. Falar, debater, 
servir, brincar, contar histórias, fazer jornalismo, memorizar e 
perguntar é apenas uma parte da variada gama de opções (veja 
mais algumas no Inventário de Estilos de Aprendizagem, ao 
final do livro).
Da próxima vez que achar que seu trabalho está meio rotinei­
ro, abandone o currículo adotado pela igreja e experimente 
alguma coisa nova (prometo não contar para seu pastor).
73
PROGRAME 3 i 
UMA AVENTURA1------
Seja na TV a cabo (com mais de 50 canais) ou no sorvete (30 
sabores), vivemos num mundo em que as pessoas têm a seu 
dispor uma grande variedade de opções. Infelizmente, na média 
das escolas dominicais ocorre o contrário. A aula típica é assim: 
o grupo se reúne, ouve uma palestra, e pronto. Não devemos nos 
surpreender com o pequeno impacto que vemos.
Um bom antídoto para a apatia e um método garantido para 
mexer com a garotada é dar a ela a oportunidade de uma 
aventura. Pode ser algo simples como levar uma classe de 10 
anos à delegacia, entrar numa cela, trancá-la e estudar a história 
da prisão do apóstolo Paulo.
Se você tiver tempo, pode experimentar algo mais complica­
do. Na última igreja em que trabalhei com jovens, levei toda a 
minha classe de escola dominical ao México, a fim de que 
vivenciassem ali uma semana de missões. Precisei fazer um bom 
planejamento (eu nunca havia feito isso e não tinha a menor 
idéia de como realizá-lo na prática) e, mais ainda, exercitar 
minha criatividade para angariar o dinheiro necessário. Mas deu 
para levar um bom grupo.
Foi mesmo uma aventura e tanto! Pela primeira vez a turma 
teve contato com uma cultura diferente. Os alunos compreende-
74
ram os efeitos da pobreza de maneira nova. Ao prestarem ajuda, 
sentiram que Deus pôde realmente usá-los em seu serviço. 
Conheceram pessoas simpáticas que possuíam tão pouco das 
riquezas deste mundo, e ainda assim amavam a Deus e umas às 
outras. Com isso, fizeram uma avaliação de seus valores pesso­
ais.
Alguns deles, que antes se encontravam meio indiferentes, 
ainda estão “curtindo” sua semana de serviço cristão no México.
75
PEGUE A 
ESTRADA
Há pouco tempo ouvi um pastor cético descrever a escola 
dominical como sendo “colocar as criancinhas todas apertadas 
numa salinha e ensiná-las a não gostar de Deus”. Embora 
admita que há aí um pouco de exagero, acho que vale a pena 
considerar esse ponto de vista. Se a maioria dos meninos pudes­
se optar, não iria querer passar a manhã de domingo dentro de 
uma sala de aula. Uma boa solução é pegar a 
estrada.
Na verdade, a idéia de levar os alunos para 
fora da sala, e ir para uma variedade de 
lugares onde podem aprender não é nova.
Jesus fez isso. A maioria das aulas que ele 
deu não foi em salas de aula.
Mude a classe para sua casa, para 
uma lanchonete próxima ou para a 
secretaria da igreja. Alguns dos 
lugares que podemos visitar 
oferecem oportunidades valiosas 
para se aprender muito. Uma 
visita a um cemitério, por 
exemplo, seria perfeita para
76
se estudar uma lição sobre a vida eterna. Um depósito de lixo 
seria um excelente local para se discutir sobre o materialismo. 
Uma lição sobre a compaixão cristã poderia ser ensinada num 
abrigo municipal para os desabrigados. Um “sopão” daria um 
bom cenário para ensinar sobre o milagre da multiplicação dos 
pães para cinco mil pessoas.
Afinal, é difícil “considerar” os lírios do campo quando não 
os estamos vendo.
DEIXE OS 
MORADORES 
DO MANICÔMIO 
ADMINISTRÁ-LO
A idéia de deixar que os alunos dirijam a classe (por algum 
tempo) pode parecer assustadora e arriscada, mas há várias 
vantagens nisso. Primeiro, permitir que a turma ponha a mão na 
massa ajuda a combater o desinteresse. Aqueles que estão na ativa 
raramente sentem tédio. Quando os alunos começam a ensinar, 
tornam-se participantes ativos em vez de espectadores passivos.
Em segundo lugar, os alunos aprendem mais quando estão 
envolvidos no ensino. O aprendizado baseado na participação 
aumenta o índice de entendimento e retenção da matéria.
Terceiro, os adolescentes, muitas vezes, escutam melhor os 
próprios colegas do que os adultos. Isso significa que os outros 
membros da classe também poderão aprender mais.
Por último, com isso poderemos estar formando futuros 
professores. Na primeira vez que me convidaram a dar uma 
aula, eu estava no colegial. Quase tive um ataque do coração. Dei 
a aula todo nervoso; mas ninguém desmaiou, e nunca mais 
parei de lecionar.
78
Tenha o cuidado de começar aos poucos, em doses pequenas. 
Não entregue o horário todo achando que tudo vai funcionar 
como as engrenagens de um bom relógio. Deixe que eles se 
responsabilizem por algumas das partes da aula: dirigir o 
período de cânticos, arrúmar a sala, dar os avisos, distribuir as 
folhas com a letra dos corinhos, organizar uma dramatização, ler 
os versículos da Bíblia, etc. Aos poucos vá aumentando a partici­
pação deles.
E lembre-se: Quando as coisas se tornarem caóticas (o que é 
inevitável), e a experiência não trouxer nenhum outro benefício, 
pelo menos agora eles verão como é duro ensinar na escola 
dominical!
79
DIVERSÃO E 
PARA VOCÊ 
TAMBÉM!
No ano passado, no Dia dos Namorados, eu e Carol, minha 
esposa, e mais quatro casais, entramos na perua da igreja para 
dar um passeio. Depois de rodar uns três quilômetros, nós, os 
homens, simulamos uma falha mecânica (muito fácil de acredi­
tar se tratando daquele carro da igreja!). Quando as esposas já 
começavam a sentir saudade do tempo em que eram solteiras, 
uma limusine chique, que tínhamos alugado secretamente, 
parou atrás. Conduzimos nossas esposas - que estavam muito 
espantadas - à limusine e seguimos em frente. Fomos parando 
em vários lugares. Em cada um, alguns alunos de nossas classes 
de escola dominical nos serviram uma parte do jantar. Foi com 
um jantar por etapas que comemoramos a data. Cada vez quesaíamos de um lugar desses, eu percebia que esse quadro não 
batia bem com o que ia na cabeça daquela turminha - adultos 
se divertindo!
O que surpreendeu minha esposa foi a festa, e a mim foi a 
reação de minha classe. Ver o professor se divertir, comemoran­
do a data com a esposa, numa limusine, teve maior impacto 
para a turma do que qualquer das aulas que eu cuidadosamente
80
preparara. Nos domingos seguintes, quando mencionávamos 
essa experiência na classe, percebi que alguns de seus conceitos 
errados sobre os adultos serem chatos já estavam meio abalados.
A vida é para ser apreciada, não suportada. Como diz 
Brennan Manning:
“Se você tem a alegria do Senhor no coração, faça o favor de 
avisar isso ao seu rosto!”
Um professor alegre, que sabe se divertir, atrai os alunos para 
sua fé e para sua maneira de viver. Ainda vou me encontrar com 
você na estrada, certo?
TENHA 0 SEU [31^
"CADERNO DE 1-------
ORAÇÃO”
0 primeiro capítulo de Marcos descreve um dos dias mais 
agitados da vida de Jesus. Ele pregou, ensinou, curou, fez tudo. 
Na manha seguinte, os discípulos tiveram de procurá-lo, porque 
tinha se levantado cedo para orar. (Se fosse eu, iria levantar-me 
bem tarde.)
A oração era uma das prioridades máximas do Senhor. 
Quando oramos, 0 ministério se torna um esforço conjugado. 
Estamos operando juntamente com Deus na vida das pessoas. 
Eu, pessoalmente, noto que quando oro pelos meus alunos, 
minhas expectativas para com eles aumentam, porque realmen­
te creio que Deus irá operar na vida deles. Quando oro mais, me 
preocupo menos com eles e os admiro mais.
Para obtermos melhores resultados, podemos utilizar um 
caderno de oração, simples, do tipo espiral. Escreva 0 nome de 
um aluno em cada página, dividindo-a em duas colunas. Depois, 
diariamente, passe alguns minutos orando por dois ou três 
deles. Na coluna da esquerda anote uma ou duas petições com 
relação àquele aluno. Na da direita, registre as respostas de Deus.
Você pode até mencionar isso para seus alunos, dizendo-lhes
82
como Deus está operando na vida deles, e revelando que tem 
orado por cada um regularmente. (No meu caso, coloco uma 
foto do aluno em sua respectiva página.)
O fato de passar algum tempo em oração me ajuda a lembrar 
que não estou apenas lecionando uma classe e, sim, que estou 
lecionando para Marcelo, Davi, Carlos e Érica.
83
APRENDA 
COM SEUS 
ALUNOS
Quando eu era garoto, vivia tão ligado em esportes, que tinha 
pouco tempo para as outras coisas. Por causa disso, de carpinta­
ria, por exemplo, entendo quase nada. Só sei qual dos lados do 
martelo que devo segurar. Por isso, eu e minha esposa comete­
mos um grande erro quando compramos uma casa que poderia 
ter concorrido ao título de “A Mais Reformável do Ano”.
Mudamos para ela, arranjamos os melhores livros no assun­
to, iniciamos a reforma, e aproveitamos todo a ajuda que recebe­
mos, que veio quase toda da nossa classe de jovens, todos entre 
15 a 17 anos. Os pais de vários deles eram carpinteiros/marce­
neiros e esses garotos sabiam mais do que eu sobre quase tudo. 
Eles adoraram “ensinar” ao professor deles os macetes do ofício, 
e eu adorei receber, de graça, a ajuda que me puderam dar.
Uma das maiores alegrias de um professor é aprender com os 
alunos. É verdade que eles nos ensinam a ter paciência, mas 
podem também ensinar-mw algo daquilo em que demonstram 
aptidão. A lista é infinita: carpintaria, computadores, instrumen­
tos musicais, video games, ou como assistir à televisão, ouvir 0 
aparelho de som e estudar ao mesmo tempo.
84
Com meus alunos estou aprendendo, por exemplo, algumas 
verdades espirituais. Alguns me ensinam a lidar com o sofrimen­
to, quando os vejo enfrentando as conseqüências de decisões 
erradas. Outros, a ter compaixão, à medida que procuro amar os 
que, naturalmente, não amo. E há aqueles com quem aprendo a 
crer em milagres, quando vejo Cristo trabalhar na vida deles.
85
DEIXE DEUS 
TRAVAR SUAS 
PRÓPRIAS 
BATALHAS
A Lição
Então Jesus levou seus discípulos para cima no monte 
e, reunindo-os em volta dele, ensinou-os dizendo:
“Abençoados são os pobres de espírito, 
porque deles é o reino do céu.
Abençoados são os mansos, 
abençoados os que choram, 
abençoados os misericordiosos, 
abençoados os que têm sede de justiça, 
abençoados sejam vocês, quando perseguidos, 
abençoados quando sofrerem.
Fiquem alegres e regozijem-se, porque sua recompensa é grande
no céu.”
86
Então Simão Pedro indagou:
“Teremos de decorar isso?”
“É preciso anotar?” perguntou André.
“Vai ter prova sobre isso?” quis saber Tiago.
“Não tenho papel”, comentou Filipe.
“Vamos ter de entregar um trabalho sobre essa matéria?” 
disse Bartolomeu.
“Os outros discípulos não tiveram de aprender isso”, reclamou
João.
“Com licença! Posso sair um pouquinho?” pediu Mateus.
“O que tem isso a ver com a vida real?” indagou Judas.
Um dos fariseus, que estava presente, pediu para ver 
o plano de aula de Jesus, e perguntou-lhe:
“Onde estão sua motivação e seus objetivos da área 
cognitiva?”
“Jesus chorou.”*
Ah! sim, você recebeu a grande responsabilidade de ensinar 
verdades espirituais a crianças e adolescentes. Provavelmente 
foi por isso que você se ofereceu para lecionar. Em alguns 
domingos, a aula é, realmente, maravilhosa, e os alunos 
assimilam tudo. Mas, na maioria das vezes, eles parecem os
* Bill McNabb e Steve Mabry. Teaching the Bible Creatively (Usando a criatividade 
no ensino da Bíblia). Zondervan/Youth Specialties, 1990.
87
discípulos da parábola acima, e você sai da classe sentindo-se 
um fracassado.
Esse é o lado ruim da situação. 0 lado bom dela, porém, é 
que não cabe a você ganhar todas as batalhas. Jesus vai ganhar 
algumas. E, como vemos por uma simples leitura dos evange­
lhos, algumas ele vai deixar “passar em branco”. Nossos alunos, 
como os discípulos, vão ter muitos “altos e baixos”. O segredo é 
não deixarmos que isso nos influencie.
Da próxima vez que seus alunos o deixarem com vontade de 
chorar, coloque-os nas mãos de Deus e deixe o Senhor travar 
essa batalha.
LUZES, 
(VÍDEO) 
CÂMERA, 
AÇÃO
Certa vez assisti a um programa de Natal na escola de meu 
filho. No momento em que a peça começou havia tantas 
filmadoras apontadas para as crianças, que provavelmente 
pensaram que estivessem numa audiência de 
confirmação do Senado.
As crianças gostam de ser 
filmadas e também de filmar. Qual ( 
o garoto ou garota que não apreciai 
se ver na telinha? Não existe nada 
melhor para criar interesse, fazer 
os alunos se envolverem na classe 
e até formar futuros Steven 
Spielbergs. Os vídeos que eles 
fazem podem ajudá-los a aplicar as 
lições na vida prática.
São inúmeras as possibilidades 
de transformar nossos alunos em
89
astros. Podemos dividir a classe em equipes de produção, dando 
a cada grupo uma câmera e mandando fazer um documentário 
sobre o assunto que estivermos ensinando no momento.
Ou podemos levar a classe a um shopping center e deixá-los 
gravar entrevistas. Eles poderão fazer perguntas sobre assuntos 
que estaremos abordando na classe e filmar as pessoas respon­
dendo. Depois podem passar a fita para toda a classe. Isso é um 
recurso maravilhoso para apresentar o assunto da lição.
A câmera também serve para ajudar os garotos a se familiari­
zarem com alguns dos eventos da Bíblia. Leve a máquina à aula 
e ajude os garotos na criação de um vídeo sobre um evento 
bíblico. Marque uma noite para mostrar a fita ao pessoal da 
classe e a seus familiares. O sucesso é garantido, sempre!
90
ESCUTAR E 
UM ÓTIMO 
MEIO DE 
COMUNICAR
Quando dirijo seminários para professores de escola dominical, 
às vezes gosto de dividi-los de dois em dois, nomeando um deles 
professor e o outro, aluno. Dou aos “alunos” um minuto para 
inventarem e descreverem uma crise pessoal por que estejam 
passando. Depois digo aos “professores” que demonstrem total falta 
de interesse, enquanto os “alunos” se dispõem a contar suas piores 
crises. Depois, peço aos “alunos” que descrevam o que sentiramao 
verem que o “professor” não os estava ouvindo. Geralmente eles 
falam de frustração, raiva, insignificância e desânimo ou deses­
pero. Infelizmente, essa experiência pode estar realmente ocorrendo 
repetidas vezes em muitas classes de escolas dominicais.
0 período da aula talvez não dê para que os alunos se abram 
e relatem seus problemas. Para isso podemos usar o horário de 
almoço no domingo, uma vez por mês, depois da escola. Leve o 
aluno para almoçar fora (entregue a conta ao seu pastor), e verá 
como será bom e maravilhoso esse momento a sós, dedicado só 
para escutá-lo.
91
Algo que pode deixar os alunos realmente espantados é pedir 
a opinião deles. Nunca me esquecerei da experiência que tive 
com quatro rapazes de 14 e 15 anos, que levei comigo certa vez, 
quando fui comprar um carro. (Até o vendedor deve se lembrar 
disso.) Depois de dar uma volta com o carro para ver o funciona­
mento dele, chamei a turma de lado, e perguntei:
“Bem, o que vocês acham?”
Eles adoraram dar sua opinião sobre o veículo. Acabei com­
prando aquele carro - e eles passaram os outros anos o destru­
indo.
Nesses vinte anos em que trabalho com adolescentes, aprendi 
que a melhor maneira de dizer-lhes “Gosto de você!” é escutá- 
los atentamente, mostrando com isso que os amamos.
92
O PODER 
DO AMOR
Na Convenção Nacional dos Líderes de Jovens em Los Angeles, 
em 1990, um moço que trabalhava com jovens ficou emociona­
do ao ouvir 0 relatório do trabalho de Tony Campolo, contando 
como fez uma festa de aniversário para prostitutas no Havaí. O 
moço lembrou-se de uma garota do grupo de jovens da sua 
igreja que estava meio desinteressada. O estilo de vida dessa 
moça era meio louco. Ela se sentia isolada e alienada da igreja. 
Ninguém lhe dava muita atenção. Esse líder de jovens perguntou 
se poderíamos fazer uma ligação para ela durante uma sessão 
plenária. Era aniversário dela aquele dia, e ele queria que todos 
nós, os 1.400 participantes, cantássemos “Parabéns pra você!”.
Montamos um sistema de viva-voz, e ele ligou:
- Trícia? disse ele, à frente de todos os presentes.
- Pois não! perguntou ela, hesitante.
- Trícia, você não vai acreditar nisto, mas eu estou num 
salão com 1.400 pessoas...
- Você está brincando! replicou ela, interrompendo-o.
- Não estou, não, Trícia. Eu estou numa convenção e me 
lembrei de que hoje é seu aniversário; então convidei todo 
mundo para que desejássemos a você um feliz aniversário.
- Não acredito. Você está brincando, repetiu ela, pasmada.
40
93
- É verdade!
Queria que você estivesse lá. Nunca vi um grupo de pessoas 
cantar mais alto ou com maior emoção, torcendo, gritando entre 
uma frase e outra. Quando acabamos, eram poucos os que não 
estavam com lágrimas nos olhos. Pelo menos por um momento 
em sua vida, Trícia soube que havia quem se interessasse por ela, 
que lhe transmitisse carinho.
Sua classe de escola dominical está cheia de Trícias. Graças à 
atenção que você lhes dá, desejoso de estar ao lado delas, de lhes 
falar, de apoiá-las, elas estão descobrindo que também contam, 
que também têm valor.
VOCE SE 
ACHA NUMA 
POSIÇÃO 
ESTRATÉGICA!
0 escritor Charlie Shedd disse, certa vez, que quando come­
çou a escrever um livro sobre ser pai (ou mãe), mudou o título 
dele várias vezes.
• Antes de ter filhos, o título que usou foi: Como Criar Seus 
Filhos.
• Depois de nascidos os filhos, mudou-o para: Idéias Sobre 
Criação de Filhos.
• Com os filhos um pouco maiores, o título tornou-se: 
Idéias de um Colega de Luta.
• E quando os filhos chegaram à adolescência: Alguém Tem 
Alguma Idéia?
A experiência sempre nos dá uma visão mais panorâmica de 
tudo. Por melhor professor que você seja, sua classe de escola 
dominical nem sempre será:
• uma experiência de transformação de vida que se iguale 
ao melhor acampamento a que os alunos já foram;
• o substituto do seminário para seus alunos;
41
95
• a maior reunião de jovens da cidade;
• a hora predileta da turma;
• a sua hora favorita.
Sendo assim, a escola dominical tem de positivo o fato de que 
oferece um lugar onde se pode desenvolver um grande ministé­
rio. Ela poderá florescer bem mais em nossos dias, porque 
muitas pessoas buscam seu primeiro contato com a igreja (e 
com a fé cristã) no domingo de manhã. Se uma família resolve 
visitar a igreja, talvez seja em sua classe que os filhos ouvirão 
falar de Jesus pela primeira vez. Sua aula poderá ser uma 
“chamada” para que eles se interessem em conhecer melhor o 
Senhor Jesus Cristo.
96
OFEREÇA 
PONTO 
EXTRA
Provavelmente para alguns de seus alunos ir à escola domini­
cal exige um grande sacrifício. Contudo sem dúvida você deve ter 
pelo menos alguns com um pouco mais de interesse pelas coisas 
espirituais.
Embora não devamos preparar a aula só para esses, é bom 
lembrar que Jesus dedicou a maior parte do seu tempo a indiví­
duos assim. É provável que não tenhamos tempo para passar 
três anos no deserto com esses alunos, mas podemos oferecer a 
esses mais motivados alguns “pontos extras”. Isso poderá 
contribuir para que eles aprofundem o seu relacionamento com 
Jesus. Também irá cooperar para que eles cresçam mais 
depressa.
Comece organizando uma biblioteca de livros que possam 
ser emprestados. Procure saber se a igreja dispõe de alguma 
verba para ajudar (boa sorte). Visite uma livraria evangélica 
para fazer a compra dos livros e assim comece a sua bibliote­
ca de classe. Coloque bons livros, fitas, vídeos e CDs. Estabe­
leça um sistema de registro de saídas e entradas, e deixe os 
alunos aproveitarem. Alguns talvez nem se aproximem, mas
97
outros aproveitarão. Uma boa maneira de despertar o interes­
se deles é levá-los junto quando for comprar os livros. Assim 
também poderá adquirir obras pelas quais eles tenham 
interesse.
98
QUANTO 
MAIOR O 
NÚMERO, MELHOR 
O TRABALHO
Às vezes os alunos vão se cansar de você (difícil de acreditar, 
mas é verdade). E você vai se cansar deles (isso já não é tão 
difícil de acreditar). Lecionar uma classe de escola dominical 
não precisa ser um vôo solitário. Quem foi que disse que você 
tem de fazer tudo sozinho? É muito mais fácil dar aulas em 
equipe. Além disso, é mais divertido, e propicia aos alunos a 
oportunidade de conviver com pessoas de tipos variados servindo 
de modelos cristãos. Talvez você se surpreenda, mas encontrará 
outros adultos (e até alunos!) dispostos a ajudar.
A procura do pessoal para formar a equipe poderá ser uma 
experiência divertida, positiva. Na última classe em que lecionei 
na escola dominical, pedi aos garotos que escrevessem numa 
ficha o nome de todos os adultos da nossa igreja de que 
gostavam e que respeitavam. Recolhi as fichas e na semana 
seguinte mostrei-as àqueles cujo nome aparecia com mais 
freqüência. Muitos deles ficaram contentes e se dispuseram a 
cooperar no aprendizado da turma. Sentiram-se felizes de
99
saber que a meninada gostava deles, e eu gostei do auxílio que 
recebi.
A maioria das pessoas pode não querer dar a aula, mas talvez 
se prontifique a colaborar. Recrute-as para dirigir o louvor, a 
abertura, a aplicação da lição, ou para lecionar uma vez por mês. 
Outra idéia é procurar gente que se disponha a assumir a 
direção por um, dois ou três domingos. Você tem um 
descanso da preparação das lições e seus alunos têm a 
oportunidade de ver uma cara nova.
100
"TRANSPA­
RÊNCIA” 
NÃO É 
RETROPROJETOR
Após cinco anos de casados, aconteceu uma coisa maravilho­
sa: minha esposa ficou grávida. Ficamos felicíssimos! Telefona­
mos para os familiares, e depois tivemos o privilégio de dar a boa 
notícia aos alunos da nossa classe de escola dominical. Durante 
alguns dias houve só parabéns e a turma fazendo fila para o 
lucrativo cargo de babá. Depois de duas semanas, no entanto, 
começou a haver problemas na gestação. O médico confirmou 
nossos temores. Minha esposa sofreu um aborto espontâneo.
Eu não imaginara como ia ser difícil dar essa notícia ao nosso 
grupo. Fui para a reunião resolvido a bancar o cristão exemplar,

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