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Excelentíssimo Senhor Doutor Desembargador Presidente do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de XXX Processo nº:xxx Mévio, já qualificado nos autos do processo criminal epigrafado, através de seu advogado que esta subscreve, vem perante Vossa Excelência, não se conformando “data vênia” com o acórdão de fls xx, que de forma não unânime, manteve a condenação proferida pelo Juízo “a quo”, tempestivamente, opor EMBARGOS INFRINGENTES, com fundamento no Artigo 609, Parágrafo Único do Código de Processo Penal. Requer que o presente recurso seja recebido e processado com as inclusas razões. Termos em que, Pede deferimento. Local xxx, Data xxx Advogado OAB xxx RAZÕES DE EMBARGOS INFRINGENTES Embargante: Mévio Embargado: Ministério Público Acórdão nº: XXX Processo-Crime nº XXX Origem: XX ª Vara Criminal da Comarca de XXX EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA COLENDA CÂMARA CRIMINAL “Data Vênia” é cabível os presentes embargos infringentes para que o voto vencido seja reconhecido, por ser medida de justiça a ser aplicada no caso em questão, pelas razões a seguir expostas: I – DOS FATOS Mévio foi preso em flagrante no momento em que roubava Tibúrcio no bairro do Morumbi, São Paulo. Enquanto estava sendo lavrado o auto de prisão, compareceram quatro outras vítimas de roubo e reconheceram Mévio como autor. As cinco vítimas declararam que Mévio, anunciava o assalto, ameaçando atirar e simulando portar arma de fogo, para subtrair os bens, empreendendo fuga e que esses fatos aconteceram na mesma região e com intervalo de cerca de 30 minutos entre cada fato. Mévio foi denunciado pela prática do crime do art. 157, §2ºA, I, Código Penal, por cinco vezes, na forma do Art. 69, ambos do Código Penal, e, em sede de audiência realizada 2 anos após os fatos, as vítimas simplesmente confirmaram a versão fornecida em sede policial, mas não se lembravam da aparência para reconhecimento de Mévio, o qual, eu seu interrogatório disse apenas que simulou portar arma, mas não utilizou arma de fogo. A defesa apelou da sentença que condenou o réu nos termos da denúncia, sendo aplicada a pena de 05 anos e 04 meses para cada um dos delitos, além da multa, alegando que não existem provas suficientes para condenação e subsidiariamente, que fosse afastada a causa de aumento do art. 157, §2ºA, I, Código Penal e reconhecida a continuidade delitiva do art. 71, Código Penal. Todos os desembargadores que participaram do julgamento votaram pelo não provimento em relação à absolvição, mantendo a condenação. Houve voto vencido de um desembargador, que afastava apenas a causa de aumento do emprego de arma e reconhecia a continuidade delitiva. II – DO DIREITO a) Afastamento da causa de aumento de pena em relação ao que está prevista no artigo 157, § 2º-B, do Código Penal, para a realização da infração Mévio não possuía uma arma de fogo, no fato ocorrido só houve uma ameaça de pose de uma possível arma de fogo. b) O reconhecimento da continuidade delitiva de acordo com o fato foi praticado cinco crimes de roubo. Mesmo sem emprego de arma de fogo ou simulacro de arma de fogo, houve grave ameaça na subtração dos bens de cinco vítimas diferentes, logo cinco patrimônios foram atingidos e cinco crimes autônomos foram praticados. Ainda que Mévio tenha confessado os fatos, a pena mínima foi aplicada, não cabendo redução com fundamento na atenuante do Art. 65, III, d, do Código Penal, nos termos da Súmula 231 do STJ. Todavia, o magistrado reconheceu o concurso material de crimes e somou a pena aplicada para cada um dos delitos. De acordo com o Art. 71 do Código Penal, a pena de apenas um dos crimes será aplicada e aumentada de 1/6 a 2/3 quando o agente, mediante mais de uma ação, pratica dois ou mais crimes da mesma espécie, nas mesmas condições de tempo, lugar, maneira de execução, sendo as subsequentes continuações do primeiro. Todas as exigências legais foram preenchidas. Os delitos foram praticados no mesmo bairro, com intervalo de 30 minutos entre eles, sempre com o mesmo modo de execução. A intenção do agente sempre foi praticar vários crimes, um em continuidade do outro, para obter dinheiro suficiente para comprar uma motocicleta. Assim, ao invés do cúmulo material, deveria o magistrado ter aumentado a pena de um dos delitos (04 anos) em 1/6 a 2/3, ou, até mesmo, aplicar a previsão do Art. 71, parágrafo único, do Código Penal. III – DO PEDIDO Diante do exposto, requer seja dado provimento ao presente recurso, reformando-se o respectivo acórdão recorrido, para que ao final seja mantido o voto vencido. a) Afastamento da causa de aumento de pena, referente ao artigo 157, § 2º-B, do Código Penal. b) O reconhecimento da continuidade delitiva referente ao Art. 71, parágrafo único, do Código Penal. Termos em que, Pede deferimento. Local xxx, Data xxx Advogado OAB xxx
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