Dislexia Adquirida Docente: Liliane Perroud Miilher Discentes: Franciane Lima, Laís Fonseca e Samara Fernandes Clínica dos Transtornos da Linguagem Oral e Escrita Conceito "O termo dislexia adquirida é empregado para caracterizar um distúrbio de leitura encontrado em leitores adultos anteriormente capazes, causado por danos cerebrais, como por exemplo um acidente cérebro-vascular" ELLIS (1995); COLTHEART et al. (1983) e TEMPLE e MARSHALL (1983) dislexia do desenvolvimento. Artigo "Diagnóstico e Tentativa de reabilitação de um paciente com dislexia adquirida" Autoras: Maria Teresa Carthery- Goulart e Mirna Lie Hosogi Senaha Consequência comum do cérebro referente a danos; Comunicação oral requer um pouco mais de atenção, pois o avanço tecnológico (como interação via WhatsApp) torna a dislexia mais incapacitante; Dislexia profunda (erros semânticos e uma grave deficiência de conversão grafema-fonema) e dislexia de superfície (leitura de palavras que não sejam soletradas regularmente/dificuldade de leitura de palavras irregulares); Objetivo do artigo: verificar a aplicação do modelo cognitivo na caracterização do distúrbio de leitura de um indivíduo com dislexia adquirida e na concepção e implementação de uma reabilitação que comprova a sua eficácia. Introdução: Paciente de 57 anos (mulher) com dislexia adquirida, falante com 4 anos de educação formal e pertencente ao grupo dos afásicos; Sofreu um derrame isquêmico que resultou numa total hemiparesia direita, hemianopsia homónima direita e afasia; Programa de reabilitação linguística no Programa de Neurolinguística da Speech Therapy; Tratamento focado na comunicação oral; Avaliação de Boston Diagnostic Aphasia Assessment (BDAE)11 e deficiências ligeiras da linguagem oral (anomia); Diagnóstico de dislexia e agrafia. Métodos: Avaliação ampla da leitura; Protocolo Human Frontier Science Program (HFSP); Teste de leitura oral: composto por 190 estímulos divididos em palavras regulares e irregulares, pseudopalavras, palavras longas, de alta e baixa frequência e vocábulos abstratos e concretos; 3 testes complementares foram desenvolvidos para diagnosticar mais precisamente o tipo de dislexia da paciente. Materiais e procedimentos Materiais e procedimentos Verifica a vantagem na leitura de palavras sobre não-palavras. 40 pseudopalavras com a mesma forma silábica e extensão de 40 palavras. 1º Teste Complementar 2º Teste Complementar 3º Teste Complementar Avalia a gravidade do desvio fonológico Composto por 80 palavras (monossilábicas, dissilábicas, trissílabos e polissilábicos) Apresenta palavras simples e complexas. Utilizado para identificar quais grupos silábicos a paciente não conseguiu ler. Composto por 220 monossílabos. Foi elaborado um plano terapêutico, levando em consideração os mecanismos cognitivos preservados e prejudicados; Terapia fonoaudiológica individual; Programa foi aplicado em 22 sessões de 50 minutos cada (duas vezes por semana), durante aproximadamente quatro meses. Procedimentos Na avaliação da leitura pré-teste, a paciente obteve 86 acertos (45,3%) na lista de palavras e pseudopalavras; Erros mais comuns: omissões, substituições e transposições de grafemas; Melhor desempenho da leitura de palavras curtas, regulares*, de palavras em relação às pseudopalavras; Nos testes complementares, a paciente não conseguiu segmentar sílabas; Não conseguia fazer a conversão de grafema-fonema. Resultados AVALIAÇÃO DE LEITURA - CARACTERIZAÇÃO DA DISLEXIA Tais resultados mostram que as dificuldades da paciente se devem à dislexia fonológica. Passo 1: determinação da gravidade da disfunção da leitura fonológica - testes complementares ELABORAÇÃO DO PROGRAMA DE REABILITAÇÃOELABORAÇÃO DO PROGRAMA DE REABILITAÇÃO Uso do protocolo HFSP = avaliação de leitura; com ele foi possível o diagnóstico do tipo de dislexia da paciente e identificar quais os mecanismos prejudicados e preservados; ESTRATÉGIAS: 1. reabilitação da vida fonológica (esta foi escolhida, pois a paciente apresentava erros de regularização e acreditaram que traria mais benefícios para a ela); 2. treinamento de um grupo de palavras para construir representações, favorecendo a leitura lexical; Passo 1: determinação da gravidade da disfunção da leitura fonológica - testes complementares ELABORAÇÃO DO PROGRAMA DE REABILITAÇÃOELABORAÇÃO DO PROGRAMA DE REABILITAÇÃO 1. Determinação de quais estímulos poderiam ser lidos de maneira adequada, com a competência residual da via fonológica. Seriam determinados a extensão e complexidade do programa; ETAPAS 2. Quem avaliou esses aspectos foram "CT2" e "CT3"; + Passo 1: determinação da gravidade da disfunção da leitura fonológica - testes complementares ELABORAÇÃO DO PROGRAMA DE REABILITAÇÃOELABORAÇÃO DO PROGRAMA DE REABILITAÇÃO ✔ Monossílabos de Estrutura Silábica Simples (CV); Estruturas das Leituras ✔ Duas sílabas de estrutura silábica simples = desempenho diminuído em 40% Complexidade aumentada = número de respostas corretas foram reduzidas ou inexistentes Estrutura Silábica Complexa = 10% monossílabos e dissílabos foram lidos corretamente; PORTANTO: ELABORAÇÃO DO PROGRAMA DE REABILITAÇÃOELABORAÇÃO DO PROGRAMA DE REABILITAÇÃO *Houve maior dificuldade com estruturas silábicas complexas; *93% das respostas corretas em estruturas silábicas simples (CV); *43% em estruturas complexas como CV, VV, CVV, CVC e CCV; Passo 2: planejamento e implementação do programa; ELABORAÇÃO DO PROGRAMA DE REABILITAÇÃOELABORAÇÃO DO PROGRAMA DE REABILITAÇÃO 1. Conscientizar sobre a estrutura silábica, através de atividades que envolvam a divisão silábica. Isso ajudaria o paciente a recuperar a capacidade de segmentar e agrupar sílabas; *Feita a partir dos resultados obtidos, elaborando o plano terapêutico para recuperação da leitura não-lexical; *Uso de palavras não-lexicais e palavras de baixa frequência ESTRATÉGIAS 2. Motivação da leitura sílaba por sílaba. Apenas no início do tratamento; uso de não-palavras de 2 sílabas e palavras de baixa frequência, de estruturas silábicas simples. Passo 2: planejamento e implementação do programa; ELABORAÇÃO DO PROGRAMA DE REABILITAÇÃOELABORAÇÃO DO PROGRAMA DE REABILITAÇÃO *Feita a partir dos resultados obtidos, elaborando o plano terapêutico para recuperação da leitura não-lexical; *Uso de palavras não-lexicais e palavras de baixa frequência ESTRATÉGIAS DURANTE O PROGRESSO Uso de estímulos mais longos e introduziram algumas estruturas silábicas complexas; 10ª sessão: paciente começou a apresentar sucessos sistemáticos em estímulos trissilábicos de estruturas simples; Promoveram a conscientização de estruturas silábicas complexas (VC, CVC e CCV); foi pedido a paciente para praticar em casa até a 12ª sessão, com somente palavras de baixa frequência; Passo 2: planejamento e implementação do programa; ELABORAÇÃO DO PROGRAMA DE REABILITAÇÃOELABORAÇÃO DO PROGRAMA DE REABILITAÇÃO *Feita a partir dos resultados obtidos, elaborando o plano terapêutico para recuperação da leitura não-lexical; *Uso de palavras não-lexicais e palavras de baixa frequência 13ª SESSÃO: Intensificação da via fonológica; Foram usados algumas listas de estímulos monossilábicos com várias estruturas silábicas, dando o comando de ler o mais rápido que pudesse; Paciente ficou motivada com seu progresso e aumentou o tempo de prática em casa; A velocidade de leitura melhorou, principalmente em estímulos de 2 sílabas que não eram mais lidas sílabas por sílabas; RESULTADOS DO TRATAMENTO - AVALIAÇÃO DA EFICÁCIA DO PROGRAMA TERAPÊUTICO *1ª reavaliação foi feita após 10 sessões ReavaliaçãoReavaliação *2ª avaliação após 22 sessões; *Conseguiram obter resultados quantitativos e melhorias qualitativas; RESULTADOS DO TRATAMENTO - AVALIAÇÃO DA EFICÁCIA DO PROGRAMA TERAPÊUTICO ☑ Observaram aumento no número de respostas corretas (aumento de 57,4%); ☑ Número de palavras lidas sílaba por sílaba (de 20% para 60,5%); ☑ Tentativas