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Materiais e Processos Têxteis

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Indaial – 2021
Materiais e Processos 
têxteis
Prof.a Soleni dos Santos Kuhn Sette
1a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2021
Elaboração:
Prof.a Soleni dos Santos Kuhn Sette
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
Impresso por:
S495m
Sette, Soleni dos Santos Kuhn
Materiais e processos têxteis. / Soleni dos Santos Kuhn Sette. – 
Indaial: UNIASSELVI, 2021.
227 p.; il.
ISBN 978-65-5663-458-6 
ISBN Digital 978-65-5663-459-3
1. Materiais têxteis. – Brasil. II. Centro Universitário Leonardo da Vinci.
CDD 680
aPresentação
Caro acadêmico, seja bem-vindo à disciplina de Materiais e Processos 
Têxteis. Este Livro Didático foi formatado pensando no melhor modo de 
compartilhar esses conhecimentos com você. O conteúdo que veremos lhe 
ajudará a compreender de modo completo todo o processo necessário, desde 
a produção e seleção dos materiais têxteis até a produção do tecido e/ou 
malha. Além disso, passaremos por discussões de conceitos importantíssimos 
e atuais como, por exemplo, o conceito de Sustentabilidade e o de 
Inovação. Apresentaremos uma importante ferramenta para a gestão da 
sustentabilidade e traremos casos de aplicação que ajudarão na compreensão 
de como tudo acontece na prática. 
Na Unidade 1, abordaremos as fibras têxteis, o processo de fiação, o 
processo de produção da malha e também o processo de produção do tecido.
Em seguida, na Unidade 2, estudaremos as abordagens do 
beneficiamento têxtil, veremos alguns têxteis técnicos e têxteis especiais 
e estes conceitos na atualidade. Além disso, aprenderemos os cuidado e 
obrigatoriedades na elaboração e uso de etiquetas em têxteis baseado em 
regulamentação específica. 
Por fim, na Unidade 3, você irá compreender o conceito de 
sustentabilidade, a aplicação e a importância do uso de tecnologia limpa. 
Você verá a Indústria 4.0 e o que este novo contexto exige da indústria 
têxtil. Outra abordagem da atualidade muito discutida por profissionais, 
especialistas e não especialista, é o aspecto da Inovação e de seus conceitos, 
ou seja, o que se entende por inovação. 
Bem, durante todo o texto prevalece a praticidade de leitura e de 
compreensão. Entretanto, você poderá usar este livro como base de consulta, 
para revisitar os conceitos e aprendizados sempre que achar necessário. 
Você deve ter observado que todas essas abordagens foram divididas 
em três unidades, no entanto, elas estão conectadas e em ordem, de modo que 
facilite a sua compreensão. Ao final deste livro, você estará apto a discutir 
com segurança as abordagens apresentadas. Esperamos que este material, 
cuidadosamente elaborado para você, seja de grande valia para seus estudos. 
Para qualquer dúvida ou sugestões estaremos à disposição.
Bons estudos!
Prof.a Soleni dos Santos Kuhn Sette
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para 
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há 
novidades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova 
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também 
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade 
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto 
em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
NOTA
Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma disciplina e com ela 
um novo conhecimento. 
Com o objetivo de enriquecer seu conhecimento, construímos, além do livro 
que está em suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, por meio dela você terá 
contato com o vídeo da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complementares, 
entre outros, todos pensados e construídos na intenção de auxiliar seu crescimento.
Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo.
Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada!
LEMBRETE
suMário
UNIDADE 1 — FIBRAS TÊXTEIS, FIAÇÃO, MALHARIA, TECELAGEM ............................... 1
TÓPICO 1 — FIBRAS TÊXTEIS: CONTEXTO HISTÓRICO, FIBRAS NATURAIS, 
FIBRAS QUÍMICAS ..................................................................................................... 3
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 3
2 CONTEXTO HISTÓRICO DOS TÊXTEIS .................................................................................... 3
3 FIBRAS NATURAIS ........................................................................................................................... 4
3.1 ALGODÃO ..................................................................................................................................... 6
3.2 LÃ ...................................................................................................................................................... 7
3.3 LINHO ............................................................................................................................................. 8
3.4 SEDA .............................................................................................................................................. 10
3.5 OUTRAS FIBRAS NATURAIS ................................................................................................... 12
4 FIBRAS QUÍMICAS ......................................................................................................................... 13
4.1 INDUSTRIALIZAÇÃO DE FIBRAS QUÍMICAS .................................................................... 13
4.2 FILAMENTOS ............................................................................................................................... 14
4.3 FIBRAS ARTIFICIAIS: CELULÓSICAS E NÃO CELULÓSICAS ......................................... 15
4.4 FIBRAS SINTÉTICAS .................................................................................................................. 16
4.5 REUTILIZAÇÃO (OU NÃO) DE FIBRAS QUÍMICAS .......................................................... 18
RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 20
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 21
TÓPICO 2 — FIAÇÃO: PROCESSO DE FIAÇÃO, CLASSIFICAÇÃO, TITULAÇÃO 
E APLICAÇÕES ........................................................................................................... 23
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 23
2 PROCESSOS BÁSICOS PARA A FORMAÇÃO DO FIO .......................................................... 23
2.1 PREPARAÇÃO: ABERTURA; BATEDORES; CARDAS, PASSADORES) ........................... 24
2.2 MISTURA DE FIBRAS .................................................................................................................26
3 TIPOS DE FIAÇÃO ........................................................................................................................... 26
3.1 FIAÇÃO POR ANEL ................................................................................................................... 26
3.2 FIAÇÃO POR ROTOR ................................................................................................................ 27
3.3 FIAÇÃO ARTESANAL ............................................................................................................... 29
4 CLASSIFICAÇÃO DE FIOS ............................................................................................................ 30
4.1 FIO PENTEADO .......................................................................................................................... 30
4.2 FIO CARDADO ............................................................................................................................ 31
4.3 FIO FANTASIA ............................................................................................................................ 32
4.4 FIO TINTO ..................................................................................................................................... 33
4.5 FIO MULTIFILAMENTO E MONOFILAMENTO ................................................................. 33
4.6 FIO PARA MALHA E FIO PARA TECIDO PLANO: DIFERENÇAS .................................. 34
RESUMO DO TÓPICO 2..................................................................................................................... 35
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 36
TÓPICO 3 — MALHARIA: CLASSIFICAÇÃO, CARACTERÍSTICAS E APLICAÇÕES .........39
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 39
2 O QUE É MALHA E SUAS CARACTERÍSTICAS ..................................................................... 39
3 MALHARIA: TRAMA E URDUME .............................................................................................. 40
3.1 MALHARIA POR TRAMA: FORMAÇÃO .............................................................................. 40
3.2 MALHARIA POR URDUME: FORMAÇÃO ............................................................................ 41
4 TEAR PARA MALHARIA ............................................................................................................... 42
RESUMO DO TÓPICO 3..................................................................................................................... 44
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 45
TÓPICO 4 — TEAR, PROCESSO DE TECER E TECIDOS PLANOS ........................................ 47
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 47
2 TEAR PARA TECIDOS PLANOS E ESCOLHA DO TEAR: ..................................................... 47
3 TECELAGEM ARTESANAL E TECELAGEM INDUSTRIAL ................................................. 49
4 PROCESSOS BÁSICOS PRIMÁRIOS DE TECELAGEM ........................................................ 55
4.1 ABERTURA DA CALA ............................................................................................................... 55
4.2 INSERÇÃO DA TRAMA ............................................................................................................ 56
4.3 BATIDA DO PENTE OU ENCOSTAMENTO DA TRAMA .................................................. 57
5 CARACTERÍSTICAS DOS TECIDOS PLANOS ....................................................................... 58
5.1 TRAMA E URDUME .................................................................................................................... 58
5.2 TIPOS DE LIGAMENTOS: TELA, SARJA, CETIM ................................................................. 59
5.3 CLASSIFICAÇÃO QUANTO A ESTRUTURA ........................................................................ 60
5.3.1 Tecidos simples .................................................................................................................... 60
5.3.2 Tecidos compostos .............................................................................................................. 60
5.3.3 Tecidos mistos ...................................................................................................................... 60
5.3.4 Tecidos especiais .................................................................................................................. 60
5.3.5 Tecidos artísticos ................................................................................................................. 61
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................ 62
RESUMO DO TÓPICO 4..................................................................................................................... 69
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 70
REFERÊNCIAS ...................................................................................................................................... 73
UNIDADE 2 — BENEFICIAMENTOS, TÊXTEIS TÉCNICOS E ESPECIAIS, 
ETIQUETAGEM ........................................................................................................................75
TÓPICO 1 — BENEFICIAMENTOS ................................................................................................. 77
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 77
2 TIPOS DE BENEFICIAMENTOS ................................................................................................... 77
2.1 PRIMÁRIOS .................................................................................................................................. 77
2.2 SECUNDÁRIOS ............................................................................................................................ 78
2.3 TERCIÁRIOS ................................................................................................................................ 78
3 TINGIMENTO .................................................................................................................................. 79
3.1 CONTEXTO HISTÓRICO ........................................................................................................... 79
3.2 TINTURA A QUENTE E A FRIO .............................................................................................. 79
3.3 CORANTES NATURAIS E SINTÉTICOS ................................................................................ 80
3.4 MORDENTES ............................................................................................................................... 81
3.5 PROCESSOS DE TINGIMENTO: CORANTES DIRETOS, CORANTES A MORDENTE, 
CORANTES DE CUBA, CORANTES A COBRE, CORANTES ÁCIDOS E CORANTES 
NA MASSA .................................................................................................................................... 82
4 ESTAMPAGEM ................................................................................................................................. 83
4.1 TIPOS DE ESTAMPARIA ........................................................................................................... 83
4.2 MÉTODOS DE ESTAMPARIA ................................................................................................... 83
RESUMO DO TÓPICO 1.....................................................................................................................90
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 91
TÓPICO 2 — APLICAÇÕES DOS TECIDOS, TÊXTEIS TÉCNICOS ........................................ 93
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 93
2 TECIDOS E EXEMPLOS DE APLICAÇÃO EM DIVERSAS ÁREAS ..................................... 94
2.1 TECIDO NA DECORAÇÃO ...................................................................................................... 94
2.2 TECIDO NA MODA .................................................................................................................... 95
2.3 TECIDO NA ARTE ...................................................................................................................... 97
2.4 TECIDO NAS ENGENHARIAS ................................................................................................ 98
3 TÊXTEIS TÉCNICOS E TECNOLÓGICOS .................................................................................. 99
3.1 TÊXTEIS E A BIOTECNOLOGIA ............................................................................................ 100
3.2 TÊXTEIS E A NANOTECNOLOGIA ...................................................................................... 102
3.3 TÊXTEIS E ANTIBACTÉRIAS ................................................................................................. 103
3.4 TÊXTEIS COM PROTEÇÃO SOLAR ....................................................................................... 104
3.5 TECIDOS VIVOS ......................................................................................................................... 105
3.6 OS NÃO TECIDOS: FELTRO, TNT .......................................................................................... 106
RESUMO DO TÓPICO 2................................................................................................................... 111
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 112
TÓPICO 3 — ETIQUETAGEM E REGULAMENTAÇÃO .......................................................... 115
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 115
2 ETIQUETAGEM .............................................................................................................................. 115
2.1 NORMAS DE ELABORAÇÃO DE ETIQUETAS ................................................................... 116
2.2 SIMBOLOGIA TÊXTIL .............................................................................................................. 117
2.3 ESTRUTURA DA ETIQUETA .................................................................................................. 124
3 REGULAMENTO ............................................................................................................................ 125
3.1 RIGOR INMETRO ..................................................................................................................... 125
3.2 FISCALIZAÇÃO E VERIFICAÇÃO DOS TÊXTEIS .............................................................. 127
3.3 REGULAMENTO TÉCNICO MERCOSUL ............................................................................ 128
4 INOVAÇÃO EM ETIQUETAS ..................................................................................................... 130
LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................................... 137
RESUMO DO TÓPICO 3................................................................................................................... 142
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 143
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 146
UNIDADE 3 — MEIO AMBIENTE, TECNOLOGIA LIMPA: PROGRAMA 
PRODUÇÃO MAIS LIMPA (P+L), INDÚSTRIA 4.0 E INOVAÇÃO ................ 149
TÓPICO 1 — MEIO AMBIENTE ..................................................................................................... 151
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 151
2 MEIO AMBIENTE E SUSTENTABILIDADE: PERSPECTIVAS EM DESIGN .................. 152
2.1 MEIO AMBIENTE E EDUCAÇÃO AMBIENTAL PARA A SUSTENTABILIDADE 
GLOBAL ...................................................................................................................................... 152
2.2 PRINCIPAIS LEIS AMBIENTAIS ............................................................................................ 157
3 TECNOLOGIA LIMPA E O PROGRAMA PRODUÇÃO MAIS LIMPA (P+L) .................. 158
3.1 CONCEITO E PRINCÍPIOS DO P+L ....................................................................................... 161
3.2 BARREIRAS PRINCIPAIS PARA IMPLEMENTAÇÃO ........................................................ 163
3.3 BENEFÍCIOS DO P+L ................................................................................................................. 164
3.4 APLICAÇÃO DO P+L COMO FERRAMENTA DE MELHORIA CONTÍNUA ................ 165
4 FASES DE IMPLEMENTAÇÃO DO P+L ................................................................................... 165
RESUMO DO TÓPICO 1................................................................................................................... 169
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 170
TÓPICO 2 — INDÚSTRIA 4.0 ......................................................................................................... 173
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 173
2 INDÚSTRIA 4.0: A QUARTA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL ................................................ 174
2.1 HISTÓRICO DAS REVOLUÇÕES E O SURGIMENTO DA 4a REVOLUÇÃO ................ 174
2.2 CONCEITOS E DEFINIÇÕES DA INDÚSTRIA 4.0 ............................................................. 177
2.3 PRINCÍPIOS DA INDÚSTRIA 4.0 ........................................................................................... 178
2.4 TECNOLOGIAS PRESENTES NA INDÚSTRIA 4.0 ............................................................. 181
3 ADEQUAÇÃO DA ÁREA TÊXTIL AO CONTEXTO DA INDÚSTRIA 4.0 E O USO 
DE NOVAS TECNOLOGIAS ........................................................................................................ 184
RESUMO DO TÓPICO 2................................................................................................................... 185
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 186
TÓPICO 3 — INOVAÇÃO ................................................................................................................ 189
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 189
2 O QUE É A INOVAÇÃO ................................................................................................................ 189
2.1 CONCEITOS DE INOVAÇÃO ................................................................................................. 191
2.2 INOVAÇÃO NO CONTEXTO DA ÁREA TÊXTIL ............................................................... 193
3 INOVAÇÃO EM MATERIAIS TÊXTEIS, TÊXTIL MODERNO ........................................... 197
3.1 NOVOS MATERIAIS TÊXTEIS ................................................................................................199
4 INOVAÇÃO NA MODA: TÊXTEIS INTELIGENTES.............................................................. 200
LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................................... 210
RESUMO DO TÓPICO 3................................................................................................................... 220
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 221
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 224
1
UNIDADE 1 — 
FIBRAS TÊXTEIS, FIAÇÃO, MALHARIA, 
TECELAGEM
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• compreender o processamento dos materiais têxteis desde a as fibras até 
tecelagem;
• aprender como são feitos e como se classificam os fios têxteis;
• entender o processo de malharia e os equipamentos utilizados (teares);
• entender o processo de tecelagem e o uso de equipamentos (teares).
Esta unidade está dividida em quatro tópicos. No decorrer da 
unidade, você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o 
conteúdo apresentado.
TÓPICO 1 – FIBRAS TÊXTEIS: CONTEXTO HISTÓRICO, FIBRAS 
NATURAIS, FIBRAS QUÍMICAS
TÓPICO 2 – FIAÇÃO: PROCESSO DE FIAÇÃO, CLASSIFICAÇÃO, 
TITULAÇÃO E APLICAÇÕES
TÓPICO 3 – MALHARIA: CLASSIFICAÇÃO, CARACTERÍSTICAS E 
APLICAÇÕES
TÓPICO 4 – TEAR, PROCESSO DE TECER E TECIDOS PLANOS
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos 
em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá 
melhor as informações.
CHAMADA
2
3
TÓPICO 1 — 
UNIDADE 1
FIBRAS TÊXTEIS: CONTEXTO HISTÓRICO, FIBRAS NATURAIS, 
FIBRAS QUÍMICAS
1 INTRODUÇÃO
Acadêmico, neste Tópico 1, apresentaremos brevemente o contexto 
histórico dos têxteis; iremos abordar as fibras naturais, passando pelas tradicionais 
mais utilizadas na área têxtil, além de sabermos quais são elas, veremos outras 
possibilidades de fibras, menos usuais, mas igualmente importantes para o setor. 
Posteriormente, abordaremos as fibras químicas e falaremos sobre a 
industrialização delas, como são classificadas e quais os processos de reciclagem 
existentes e utilizados em produtos têxteis, isto pensando na problemática 
ambiental muito discutida atualmente.
Esse panorama das fibras lhe permitirá saber um pouco mais das 
possibilidades usuais e as não tão usuais de cada uma delas. Esse aspecto das 
fibras, assim como as outras etapas subsequentes do processamento têxtil, traz 
consigo algumas especificidades que serão explanadas no decorrer do tópico. 
2 CONTEXTO HISTÓRICO DOS TÊXTEIS 
Acadêmico, a história nos permite saber que existem indícios de utilização 
de têxteis que datam mais de 24 mil anos, no Período Paleolítico ou Idade da Pedra 
Lascada (até 10.000 a.C.). Além disso, no Egito, foram encontrados tecidos de 
linho datados de 6.000 a.C.; lã de 3.000 a.C.; e algodão, que já era tecido utilizando 
equipamentos/ferramentas de girar e tecer. Estamos falando de um contexto 
histórico que nos remete milhares de anos antes de Cristo. Os teares, apesar dos 
vestígios anteriores, começam a ter mais notoriedade e surgem com mais força por 
volta de 1.400 d.C. (PEZZOLO, 2013).
Com base em estudos arqueológicos, as fibras mais antigas cultivadas e 
utilizadas pela humanidade são o linho, com mais de 8.000 anos de história, com 
origem no Egito; o algodão, utilizado desde a pré-história, com origem na Índia; a 
lã, desde o período de 10.000 a.C., com achados na Mesopotâmia; e a seda, utilizada 
desde a época do Imperador Amarelo, 2.600 a.C., na China (PEZZOLO, 2013).
Samsung
Realce
UNIDADE 1 — FIBRAS TÊXTEIS, FIAÇÃO, MALHARIA, TECELAGEM
4
 Essas são fibras primitivas e foi a partir delas que os tecidos começaram 
a tomar forma nas mãos de nossos antepassados. Hoje em dia, assim como 
antigamente, essas fibras (linho, algodão, lã e seda) são muito utilizadas, tratadas 
como materiais fundamentais para o ramo têxtil, propiciando belos produtos e 
de qualidade. 
Antes de entrarmos em questões específicas de cada fibra, vale ressaltar 
que na indústria têxtil são utilizados diversos tipos de fibras, as que se originam 
dos reinos vegetal, animal e mineral; temos também as que são quimicamente 
produzidas, por meio da manipulação de materiais provenientes dos reinos 
vegetal e mineral. É importante conhecermos as características de cada fibra, pois 
estas definem as características dos tecidos planos ou das malhas.
O processamento têxtil é fundamental para converter as fibras em tecidos que, 
posteriormente, serão utilizados principalmente em vestimentas. Além das vestimentas 
também encontramos aplicações em áreas diversas como, por exemplo, nas áreas de 
construção civil, na arquitetura, e nas artes!
IMPORTANT
E
3 FIBRAS NATURAIS 
Acadêmico, as fibras nos permitem várias possibilidades, variando 
percentuais de uma mesma fibra, conseguimos inúmeros tipos de tecidos. Os 
tecidos terão mais ou menos qualidade a partir de escolhas feitas desde a fibra 
utilizada até o tratamento que será dado à fibra. Conforme Aguiar Neto (1996), 
independente se a fibra é natural ou não, existem características que devem ser 
observadas, e as principais delas são: comprimento; largura/diâmetro; a sua 
resistência à tensão; a sua resistência ou capacidade de absorção; o alongamento; 
a elasticidade; e a resistência à abrasão.
Além dessas propriedades características, outras podem ser elencadas 
dependendo do produto têxtil pretendido. Existe a tendência de um produto 
têxtil ser adaptado a usos para os quais não foram previstos. 
A usabilidade de um produto feito a partir de determinada fibra é uma 
condição importante a ser observada, pois existem produtos que são feitos 
para outros fins que não condizem, ou não são compatíveis, para uso em corpo 
humano, como a utilização de tecidos para a área da construção civil, por 
exemplo. Desse modo, é necessário um cuidado maior em todo o processo. As 
fibras, quando não processadas de modo correto, podem provocar alergias e 
outras reações no corpo humano. 
Samsung
Realce
Samsung
Realce
Samsung
Realce
TÓPICO 1 — FIBRAS TÊXTEIS: CONTEXTO HISTÓRICO, FIBRAS NATURAIS, FIBRAS QUÍMICAS
5
As fibras naturais são encontradas na natureza e a elas são dados diversos 
usos, de acordo com a imaginação ou necessidade humana. Observe o Quadro 1, 
ele ilustra a proveniência das fibras naturais, segundo sua classificação: 
QUADRO 1 – PROVENIÊNCIA DAS FIBRAS
FONTE: Pezzolo (2013, p. 120)
As fibras podem ser de origem animal, vegetal ou mineral. As fibras de 
origem animal podem ser obtidas da secreção glandular ou de pelos, enquanto 
as fibras vegetais são obtidas de sementes, caules, folhas, frutos ou raízes 
(FINKIELSZTEJN, 2006).
A partir da definição de Finkielsztejn (2006), já podemos associar que 
fibras naturais, independente da origem, estão ao nosso redor. E elas são usadas 
na sua forma natural ou transformadas em produtos. Vejamos, a seguir, como a 
fibra de algodão é utilizada pela Indústria Têxtil. 
UNIDADE 1 — FIBRAS TÊXTEIS, FIAÇÃO, MALHARIA, TECELAGEM
6
As fibras naturais podem ser usadas como única matéria prima, ou ainda 
misturadas com outras fibras.
ATENCAO
3.1 ALGODÃO 
A fibra natural vegetal de algodão é uma das primeiras fibras que se tem 
informações da utilização, cultivadas há milhares de anos pelo homem, além 
disso, é a fibra mais usada na área têxtil. É uma fibra que se adéqua facilmente a 
outras para serem mescladas e, assim, formar novos têxteis. 
Podemos ver, na obra de Udale (2009), que as fibras de algodão são 
utilizadas para produzir 40% dos tecidos do mundo. A autora ainda pontua 
que o algodão é versátil, durável e respirável. Características importantes para 
tecidos que pretendem ser práticos em climas quentes, por exemplo, uma vez que 
absorve a umidade e seca facilmente.A maioria dos têxteis fabricados na atualidade, possuem uma porcentagem 
de algodão, por conta da sua propriedade duradoura. Além disso, pensando 
na sustentabilidade, pode ser usado o algodão orgânico como alternativa de 
elaboração de produtos ecologicamente corretos. 
No algodão ecológico, o rigor tem início na seleção das sementes e 
na plantação, em que é assegurado o desenvolvimento natural. A 
colheita é feita a mão. Se o algodão não for naturalmente colorido, 
ecologicamente correto, poderá receber tintura, contanto que sejam 
usados pigmentos naturais (PEZZOLO, 2013, p. 47).
Acadêmico, observe, não estamos falando de uma fibra recém-descoberta, 
mas de uma fibra com muita história, e que confirma a sua grande importância 
enquanto material têxtil, estando presente na maioria dos tecidos. 
No Brasil, a história do algodão em território brasileiro é mais recente. 
Pezzolo (2013, p. 47) relata que “por volta de 1519, os navegadores portugueses que 
chegavam ao Brasil encontravam o algodão selvagem, que já era cultivado, fiado 
e tecido. Os índios o utilizavam par fabricar redes e algumas peças que usavam 
no corpo e também na elaboração de tochas”. Desde então, a evolução da fibra 
veio crescendo aceleradamente, sendo a principal fibra têxtil utilizada atualmente. 
Outra fibra mais utilizadas é a lã, a qual será o assunto da próxima abordagem. 
TÓPICO 1 — FIBRAS TÊXTEIS: CONTEXTO HISTÓRICO, FIBRAS NATURAIS, FIBRAS QUÍMICAS
7
O algodão também é encontrado naturalmente colorido já cultivado há 
milhares de anos. “Desde 4500 a.C., incas e outros povos antigos da América, assim como 
da África e da Austrália, já utilizavam o algodão colorido, principalmente na tonalidade 
marrom” (PEZZOLO, 2013, p. 44).
INTERESSA
NTE
3.2 LÃ
Acadêmico, você sabia que, na antiguidade, milênios atrás, a lã era uma 
fibra de origem animal muito utilizada para proteção e agasalho? A lã de carneiro 
é uma das fibras mais antigas que se tem história. 
Na Idade da Pedra, o homem aproveitava a lã dos carneiros que os 
alimentavam e faziam vestimentas que os protegiam. Registros apontam que, na 
Turquia, já se usava lã tecida há mais de 7.000 anos. No período Neolítico, 10.000 
a.C. a 4.000 a.C., na Mesopotâmia, no Oriente Médio, também a lã esteve presente 
(PEZZOLO, 2013).
Na indústria, a lã vem sendo utilizada na fabricação de fios e posteriormente 
transformada em tecidos. Possui propriedade antitérmica, além de outras 
usabilidades, ela é aplicada para produtos que protejam do frio. Descoberta há 
milhares de anos, ainda vem contribuindo com a indústria Têxtil. 
FIGURA 1 – LÃ DE OVELHA/CARNEIRO
FONTE: <https://cptstatic.s3.amazonaws.com/imagens/enviadas/materias/materia25539/
tosquia-em-ovelhas-cursos-cpt.jpg>. Acesso em: 31 mar. 2021.
UNIDADE 1 — FIBRAS TÊXTEIS, FIAÇÃO, MALHARIA, TECELAGEM
8
A lã tem propriedades que isolam calor e frio, sendo utilizada principalmente 
na confecção de produtos isolante térmicos. Por isso a sua usabilidade, que era 
frequente como proteção para o corpo de nossos antepassados, permanece sendo 
explorada na elaboração de novos tecidos na atualidade. 
3.3 LINHO 
O linho é a fibra têxtil natural de origem vegetal mais antiga dentre todas 
as que vimos desde a introdução. É utilizada há milhares de anos, tem registros 
históricos desde 8.000 a.C., que relatam que esse material envolvia corpos 
de múmias. Isso certamente comprova que essa fibra já era reconhecida como 
material têxtil desde os tempos mais remotos. 
Udale (2009, p. 43) também nos traz dados muito interessantes sobre as 
características de tecidos produzido a partir do linho, vejamos: “o linho tem 
propriedades semelhantes ao algodão, especialmente no que diz respeito ao 
manuseio, embora tenda a amassar mais facilmente. Tem boa absorção e lavagem e 
é produzido a partir da fibra do linho, comumente considerada a fibra mais antiga”.
 
Na fabricação de têxteis, o linho é uma matéria prima muito utilizada e 
valorizada. Principalmente em produtos de vestuário. Na Figura 2, o linho está 
sendo penteado artesanalmente. 
FIGURA 2 – FIBRA DE LINHO
FONTE: <encurtador.com.br/cglIQ>. Acesso em: 31 mar. 2021.
TÓPICO 1 — FIBRAS TÊXTEIS: CONTEXTO HISTÓRICO, FIBRAS NATURAIS, FIBRAS QUÍMICAS
9
Você já percebeu como é valorizado um produto produzido com linho? 
Esta ênfase, a qual normalmente percebemos nos discursos de vendedores, se dá 
justamente pelo fato de o tecido ser historicamente reconhecido como nobre. Veja a 
Figura 3, que exemplifica um tecido feito de linho.
FIGURA 3 – TECIDO DE LINHO
FONTE: <https://santalina.com.br/blog/wp-content/uploads/2019/03/Sem-
T%C3%ADtulo-3-768x513.jpg>. Acesso em: 31 mar. 2021.
Os tecidos feitos com variações dessa fibra diferenciam-se em espessura e 
isso permite que, a partir dela, possam ser criadas peças diversas como uma calça 
ou uma camisa, roupas de cama ou mesmo um lindo blazer, tudo depende do tipo 
do linho a ser utilizado. Utilizado em roupas de alto padrão, essa fibra ganhou 
mercado conferindo, também, status a quem a usa. Outra fibra que remete à pura 
nobreza é a seda, nosso próximo tema. 
Existem grandes produtores de linho no mundo, mas o maior é a Rússia.
INTERESSA
NTE
UNIDADE 1 — FIBRAS TÊXTEIS, FIAÇÃO, MALHARIA, TECELAGEM
10
3.4 SEDA 
A seda, assim como a lã, também é uma fibra natural de origem animal. 
Uma das matérias primas naturais mais envolvente e fascinante, de fácil 
manuseio, com toque leve e muita resistência. Traz consigo um valor que vem 
sendo percebido a milhares de anos. A seda surgiu a mais de 4.000 anos (UDALE, 
2009). Seu status de fibra altamente valorizada lhe assegurou a participação no 
mercado dos têxteis. O tecido da seda é fácil de modelar, tem bastante brilho e 
seu manuseio é simples. 
FIGURA 4 – TECIDO DE SEDA
FONTE: A autora
A seda é produzida pelo bicho-da-seda, o qual faz casulos com fios longos 
e resistentes. É uma das fibras mais valiosas e é muito utilizada na fabricação de 
têxteis. O fio longo e fino pode ser chamado de filamento. A seda apresenta o 
mais fino dos filamentos na ordem das fibras naturais.
 
Podemos verificar que a Seda é obtida do casulo do bicho da seda. Ela 
pode ser encontrada na natureza ou mesmo cultivada. Quanto ao cultivo, Udale 
(2009) explica que é possível conseguir uma fibra mais resistente e mais fina. 
Além disso, durante a produção, a larva é eliminada facilitando o trabalho de 
transformá-la num fio contínuo.
TÓPICO 1 — FIBRAS TÊXTEIS: CONTEXTO HISTÓRICO, FIBRAS NATURAIS, FIBRAS QUÍMICAS
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FIGURA 5 – BICHO DA SEDA
FONTE: <https://conteudo.imguol.com.br/c/entretenimento/bd/2020/06/19/bicho-da-
seda-1592574851490_v2_450x450.jpg.webp>. Acesso em: 31 mar. 2021.
A seda já foi muito utilizada em trocas, assumindo a característica de moeda 
de troca, muito comum nas antigas civilizações. Quem possuía seda eram os poderosos 
políticos, religiosos e os pertencentes às altas classes sociais.
IMPORTANT
E
Ainda que as pesquisas datem mais de 4.000 anos, de acordo com Pezzolo 
(2013, p. 86): “A criação do bicho-da-seda alimentado com folhas de amoreira, 
em local fechado, data de 3 mil anos”. Portanto, traz consigo, uma trajetória de 
utilidade para a humanidade, há muito tempo contribuindo para o bem estar.
Além das fibras primitivas mais utilizadas em têxteis, também podemos 
contar com diversas outras fibras de origem animal ou vegetal importantes para 
o setor têxtil. Assunto que será nossa próxima abordagem! 
UNIDADE 1 — FIBRAS TÊXTEIS, FIAÇÃO, MALHARIA, TECELAGEM
12
3.5 OUTRAS FIBRAS NATURAIS 
Acadêmico, você já ouviu falar da fibra de bananeira ou mesmo fibra 
de coco? Não estamos falando de fibra alimentar, mas sim de outras fibras 
têxteis. Saiba que essas são nomenclaturas dadas a alguns tipos de fibras têxteis 
disponíveis no mercado e que têm sido profundamente pesquisadas e estão 
gerando produtos têxteis incríveis. 
Com a fibra de coco, por exemplo, foi possível desenvolver um tecido 
funcional, com características antibacterianas para atenderàs necessidades de 
pessoas idosas.
FIGURA 6 – TECIDO DE FIBRA DE COCO
FONTE: <https://www.stylourbano.com.br/wp-content/uploads/2017/06/20170318-engrmutt19-
576x383-min.jpg>. Acesso em: 31 mar. 2021.
E com a fibra de bananeira, você também pode encontrar tecidos com várias 
aplicabilidades. Essa fibra confere resistência e versatilidade aos tecidos além do 
apelo biodegradável, o que é muito forte nos produtos constituídos a partir dela. As 
suas aplicações vão desde peças de vestuário à biojóias, mobiliários etc. 
TÓPICO 1 — FIBRAS TÊXTEIS: CONTEXTO HISTÓRICO, FIBRAS NATURAIS, FIBRAS QUÍMICAS
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FIGURA 7 – APLICAÇÃO DE FIBRA EM BOLSA, PROJETO BRASILEIRO
FONTE: <https://conexaoplaneta.com.br/wp-content/uploads/2019/04/bananatex-abre-
768x432.jpg>. Acesso em: 31 mar. 2021.
Assim como, também podemos encontrar aplicações de fibra de juta, 
cânhamo, sisal, malva, abacá, rami, coroá e diversas outras já utilizadas em 
têxteis. E, para além das fibras naturais, hoje encontramos no mercado as fibras 
químicas, o nosso assunto a seguir. 
4 FIBRAS QUÍMICAS 
As fibras químicas são produzidas pelo homem e muitas delas se 
assemelham visualmente, e também na textura, às fibras naturais. Conforme 
Aguiar Neto (1996), fibra têxtil é o nome que se dá aos materiais básicos necessários 
para desenvolver produtos têxteis, esses materiais/fibras podem ser naturais ou 
artificiais. Vejamos, a seguir, algumas abordagens nesse aspecto. 
4.1 INDUSTRIALIZAÇÃO DE FIBRAS QUÍMICAS 
Com a Revolução Industrial, as fibras químicas foram aprimoradas e 
criadas para suprir um déficit de material natural. Sim! As fibras artificiais foram 
criadas para substituir as naturais, com características muito semelhantes. 
Certamente você já observou nas etiquetas da sua roupa a nomenclatura 
‘poliamida’ ou ‘poliéster’, elas são fibras quimicamente produzidas e, entre seus 
objetivos, estão a substituição dos materiais naturais, melhorar as características 
(por exemplo, não amarrotar facilmente), baratear o produto (já que a fibra 
UNIDADE 1 — FIBRAS TÊXTEIS, FIAÇÃO, MALHARIA, TECELAGEM
14
é produzida em larga escala num curto período de tempo) e terem maior 
durabilidade. A poliamida e o poliéster não são as únicas fibras quimicamente 
produzidas. As fibras químicas e as naturais podem ser mescladas, e estas mesclas 
são definidas em percentuais de uma ou outra fibra, dependendo da característica 
que se busque no material final. A partir dessas misturas, podemos obter melhor 
caimento, maior macies, mais resistência, mais respirabilidade etc.
O mundo não para de evoluir, passo a passo, trazendo muitas inovações 
no mercado, principalmente dos têxteis. Essa evolução nos proporciona optar por 
outros produtos ou matérias primas, ampliando a forma de trabalhar, também 
diversificando em produtos e trazendo novidades. Para isso, é preciso novas 
fontes de criação de matéria prima, a utilização de produtos químicos foi uma 
alternativa que causou muito impacto.
A indústria química evoluiu bastante, com estudos e testes foi possível 
trazer novidades em fibras químicas, algumas tão parecidas com as naturais 
que chegam a serem confundidas e vendidas por tal, como, por exemplo, a seda 
artificial (raiom), chamada assim por sua semelhança à seda natural. Já outras 
vêm com o propósito de diversificar mesmo, trazendo novas características e 
transformadas em novos tecidos, todas atendendo às necessidades da população. 
Essas fibras são as artificiais e as sintéticas, produzidas com produtos químicos 
total ou parcialmente, são manipuladas e trabalhadas para que se tornem uma 
nova fibra, ou substitutas de alguma fibra natural, ampliando o mercado.
4.2 FILAMENTOS
As fibras se diferem dos filamentos por seu comprimento. Os filamentos 
são muito finos e alongados, podem ser contínuos (mais longos, por exemplo, a 
seda que chega até 1.000 m) ou descontínuos (mais curtos). 
FIGURA 8 – EXEMPLO DE FILAMENTOS TÊXTEIS INDUSTRIALIZADOS QUIMICAMENTE
FONTE: <https://text1magpull-10516.kxcdn.com/wp-content/uploads/2019/08/Domestic-
Textile-Industry.jpg>. Acesso em: 31 mar. 2021.
TÓPICO 1 — FIBRAS TÊXTEIS: CONTEXTO HISTÓRICO, FIBRAS NATURAIS, FIBRAS QUÍMICAS
15
Pezzolo (2013, p. 139) diz que “filamento contínuo é unidade linear de 
comprimento indefinido, por exemplo, fibras químicas chegam a ter vários 
quilômetros de comprimento”. Os filamentos, portanto, são muito longos e finos 
e, se tratando de um filamento químico, ele pode ser tratado como o próprio fio 
e servir de base para a tecelagem. Vamos ver um pouco sobre as fibras artificiais 
na sequência.
Na classe de fibras naturais, o bicho da seda é quem fornece o mais fino 
dos filamentos com cerca de 1.000 m, a maioria das fibras naturais possuem filamentos 
descontínuos. Já na classe das químicas, esses filamentos são mais frequentes, pois podem 
ser produzidos facilmente pelo homem.
ATENCAO
4.3 FIBRAS ARTIFICIAIS: CELULÓSICAS E NÃO CELULÓSICAS 
Sabemos que a indústria têxtil tem evoluído muito no sentido de criar 
novas possibilidades em materiais têxteis, essa diversificação de produtos está 
atrelada com a demanda do mercado, atendendo às expectativas e necessidades 
dos consumidores. 
Fibras artificiais foram criadas como opção de novas fibras, utilizadas 
como matéria prima têxtil, elas se dividem entre celulósicas e não celulósicas, isso 
depende se, na sua formula, leva a celulose extraída de plantas e árvores, ou seja, 
mesmo sendo químicas, podem ter em sua composição matéria prima natural, 
seja ela em maior ou menor quantidade, ou até mesmo nula. 
Essa composição influenciará na intenção de cada produto a ser construído, 
para que se destina e o efeito que pretende ser dado, como, por exemplo, caimento 
ou dureza. 
Veja o que Udale (2009, p. 48) nos informa acerca desse tema: “As fibras 
artificiais como raiom, tencel, acetato, triacetato e lyocell são celulósicas porque 
contém celulose natural. Todas as outras fibras artificiais, também conhecidas 
como sintéticas, são não celulósicas, o que significa que são fabricadas inteiramente 
de substâncias químicas”.
Note que raiom, tencel, acetato, triacetato e lyocel são outras opções de 
fibras produzidas quimicamente.
UNIDADE 1 — FIBRAS TÊXTEIS, FIAÇÃO, MALHARIA, TECELAGEM
16
As fibras artificiais celulósicas são as que levam em sua composição a 
celulose extraída da natureza, e que, manipulada por processos químicos, são 
transformadas em novas fibras. Já as fibras artificiais não celulósicas não levam 
em sua composição a celulose, são criadas apenas de substâncias químicas. 
Na busca de conforto e comodidade, as opções de fibras crescem cada vez 
mais, cada uma com sua utilidade ou função específica. Algumas conferem mais 
conforto, outras têm mais elasticidade, mais durabilidade, mais aderência ao suor 
ou mais proteção contra o frio/calor. Cada uma é criada ou manipulada de acordo 
com especificações pré-definidas, sempre levando em consideração o que buscam 
os consumidores e pensando em suas necessidades.
4.4 FIBRAS SINTÉTICAS 
As fibras sintéticas são as chamadas artificiais não celulósicas, portanto, 
não levam em sua composição a celulose (produto natural). Essas fibras são feitas 
quimicamente, criadas para suprir necessidades específicas. 
Muitos dos produtos delas parecem muito com os de fibra natural e, na 
maioria das vezes, passam despercebidas as diferenças entre uma ou outra devido 
à semelhança, tanto visualmente quanto no toque. Porém, essas fibras podem não 
suprir algumas necessidades, pois costumam ser menos confortáveis, retêm mais 
calor e, por consequência, são pouco respiráveis. 
São exemplos de fibras sintéticas: Nylon, Acrílico, Poliéster e Spandex. 
Acerca das fibras sintéticas, Udale (2009) explica que “Por serem pouco respiráveis, 
podem não ser tão confortáveis quanto às fibras naturais. Sua sensibilidade ao 
calor permite que pregas e vincos sejam definidos de modo permanente, e que os 
tecidos sejam lustrados e decorados em alto-relevo de maneira definitiva”.Neste 
sentido, as fibras naturais costumam ser mais confortáveis do que as artificiais, 
porém, com um valor mais elevado.
A falta de conhecimento das pessoas as impede de saber das especificidades 
de cada uma dessas fibras, e quais realmente suprem as necessidades procuradas no 
momento. No entanto, isso não impede de levar para casa um bom produto, pois, 
seja qual for a escolha, há sempre um ou outro benefício. Essas fibras vieram para 
suprir uma demanda pelo crescimento populacional e também pela escassez de 
recursos naturais.
Acadêmico, veja o Quadro 2, que ilustra a distribuição por classificação 
das fibras químicas artificiais e sintéticas. 
TÓPICO 1 — FIBRAS TÊXTEIS: CONTEXTO HISTÓRICO, FIBRAS NATURAIS, FIBRAS QUÍMICAS
17
QUADRO 2 – FIBRAS QUÍMICAS
FONTE: Pezzolo (2013, p. 120)
“As fibras sintéticas são originárias de polímeros petroquímicos como o acrílico, 
nylon, poliéster, polipropileno, elastano entre outras. Hilaire de Chardonnet foi quem, em 
1889, produziu a primeira seda (fibra) artificial” (PEREIRA, 2009, p. 14).
NOTA
De modo geral, a fibra usada de modo isolado (seja química ou natural), 
não atende todas as necessidades da indústria têxtil; e é por isso que surgiram as 
misturas de fibras químicas e fibras naturais. Das fibras naturais mais utilizadas 
nas misturas podemos citar o algodão, que confere às fibras sintéticas melhor 
desempenho, maior durabilidade, melhor caimento e, também, resistência.
UNIDADE 1 — FIBRAS TÊXTEIS, FIAÇÃO, MALHARIA, TECELAGEM
18
Um problema recorrente nas pesquisas acadêmicas, e muito discutido 
na atualidade, é a questão da reciclagem das fibras químicas. Em contraponto 
com as fibras naturais que biodegradam facilmente, as fibras químicas não têm o 
mesmo desempenho. Portanto, é necessário buscar por alternativas de reciclagem, 
reutilização ou mesmo separar a composição química que dá a estrutura para 
fibra. Desse modo, veremos a seguir algumas possibilidades nesse sentido.
4.5 REUTILIZAÇÃO (OU NÃO) DE FIBRAS QUÍMICAS 
É comum a utilização de mistura das fibras na elaboração de novos 
tecidos, por exemplo, algodão + poliéster. Esta técnica possibilita agregar valor 
ao produto, mas, ao mesmo tempo, limita a reciclagem dos tecidos. Isso porque 
não é possível reciclar fibras naturais e sintéticas da mesma maneira. 
Atualmente, 64% das fibras têm composição sintética de fonte petroquímica. 
As fibras artificiais e sintéticas demoram muito tempo para se decompor na 
natureza, poliéster, por exemplo, pode levar mais de 100 anos. 
Historicamente, a reciclagem têxtil surgiu na Itália, em meados do século 
XIX, para recuperação de resíduos de lã (ZONATTI, 2016), desde então, essa 
atividade vem se tornando cada vez mais necessária, devido a grande quantidade 
de resíduos gerados pela cadeia têxtil. 
Reciclagem é o processo em que um produto ou seus componentes 
são usados para criar algo novo; representa uma forma técnica ou reuso. Mais 
especificamente, se refere à utilização de itens descartados, como insumos 
para fabricação de novos materiais, minimizando o uso de matérias virgens e a 
disposição de lixos em aterros sanitários ou incineração (AMARAL et al., 2018). 
Existem dois métodos de reciclagem: mecânica e química.
O modo mecânico transforma o tecido novamente em fibras utilizadas, 
como enchimentos, tecidos não tecidos, feltros, mantas térmicas e acústicas, 
retorno a fiação. A reciclagem mecânica consiste em modificar o tecido através 
de uma manipulação mecânica com diferentes métodos, como desfiar ou triturar 
para formar novas fibras que podem virar mantas ou novos fios. A maioria dos 
resíduos têxteis reciclados mecanicamente retorna ao mercado com menor valor 
econômico e qualidade inferior (MENG et al., 2019). 
O modo químico é mais complexo, utilizando maneiras químicas como 
dissolução de partes celulósicas ou sintéticas. Desse modo, é possível separar os 
materiais que compõem a fibra. De acordo com Leal Filho et al. (2019), o ideal é 
que as tecnologias químicas sejam priorizadas pois são capazes de possibilitar a 
reciclagem de tecidos com composições mistas e variadas, como as misturas de 
fibras naturais com sintéticas. 
TÓPICO 1 — FIBRAS TÊXTEIS: CONTEXTO HISTÓRICO, FIBRAS NATURAIS, FIBRAS QUÍMICAS
19
Por fim, acreditamos que a reciclagem têxtil não deve ser considerada 
um fim nela mesma, mas sim um caminho de benefícios socioeconômicos, 
significando o crescimento econômico de uma nação (LEAL FILHO et al., 2019). 
20
Neste tópico, você aprendeu que:
• As fibras estão envolvidas em um contexto histórico desde a era primitiva e 
que seu uso passou por milhares de anos sendo base na elaboração de têxteis. 
Esses têxteis cobriam os corpos dos nossos antepassados, tal qual acontece na 
atualidade só que nas condições daquela realidade. A fibra sendo usada como 
moeda de troca, como uma moeda corrente. 
• As fibras naturais possuem algumas características principais que devem ser 
observadas antes de serem usadas: comprimento; largura/diâmetro; resistência 
à tensão; resistência ou capacidade de absorção; alongamento; elasticidade; 
e resistência à abrasão. E que além destas existem outras, que devem ser 
elencadas dependendo do produto que se queira elaborar. 
• O algodão é utilizado em cerca de 40% dos têxteis atualmente.
• A lã já era utilizada como agasalho a mais de 7.000 anos.
• No Egito, foram encontrados tecidos de Linho datados de 6.000 a.C.
• A seda fornece o mais fino e longo dos filamentos entre as fibras naturais. 
• As fibras artificiais celulósicas e não celulósicas foram criadas com a intenção 
de substituição às fibras naturais, algumas delas podem ser confundidas com 
as fibras naturais como, por exemplo, a seda artificial. 
RESUMO DO TÓPICO 1
21
1 É sabido que as fibras naturais possuem uma história de descoberta há 
milênios, com base em estudos arqueológicos, as fibras mais antigas 
cultivadas e utilizadas pela humanidade são o linho, o algodão, a lã e a 
seda (PEZZOLO, 2013). Essas são fibras primitivas e foi a partir delas que 
os tecidos começaram a tomar forma nas mãos de nossos antepassados. 
Hoje em dia, assim como antigamente, essas fibras (linho, algodão, lã e 
seda) são muito utilizadas, tratadas como materiais fundamentais para o 
ramo Têxtil, propiciando belos produtos e de qualidade. Sobre a história 
das fibras, classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas:
( ) O linho tem no registro mais de 8.000 anos de história, com origem no Egito. 
( ) A lã de carneiro tem registro de utilização no período de 10.000 a.C., com 
achados na Mesopotâmia. 
( ) A utilização da seda consta em registro desde a época do Imperador 
Amarelo (2.600 a.C.) na China. 
( ) O algodão consta nos dados históricos desde 5.000 a.C., com origem na 
Grécia. 
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a) ( ) F – F – V – V.
b) ( ) F – V – V – F.
c) ( ) V – V – V – F.
d) ( ) V – F – F – V.
2 Um especialista em materiais têxteis precisa entender como elas, as 
fibras, se comportam em toda a linha de produção e também atentar-se, 
principalmente, nas características das fibras. Com base nas propriedades 
físicas estruturais das fibras é que podemos projetar um tecido antecipando 
suas possíveis características finais. Sobre cuidados e características das 
fibras têxteis, associe os itens, utilizando o código a seguir:
I- Usabilidade.
II- Propriedade.
III- Elasticidade.
( ) O texto utiliza o termo associando as características físicas estruturais 
das fibras.
( ) O texto utiliza o termo referindo-se aos cuidados com os produtos 
elaborados especialmente para vestuário.
( ) É descrito por Aguiar Neto (1996) e refere-se a uma das características 
físicas principais, que devem ser observadas nas fibras. 
AUTOATIVIDADE
22
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a) ( ) I – III – II.
b) ( ) II – I – III.
c) ( ) I – II – III.
d) ( ) III – I – II.
3 As fibras químicas recebem esta nomenclatura porquesão elaboradas 
quimicamente. As fibras químicas ganharam espaço na área têxtil, pois eram 
consideradas uma boa opção para elaboração de tecidos. A fibra poliéster, 
por exemplo, é uma das mais utilizadas na elaboração de fios para tecidos. 
Algumas qualidades podem ser melhoradas, se utilizadas fibras químicas 
no lugar das fibras naturais. E existem fibras químicas sintetizadas a partir 
do próprio material natural. Sobre o exposto, analise as afirmativas a seguir:
I- Com a Segunda Guerra mundial, as fibras químicas foram aprimoradas e 
criadas para suprir um déficit de material natural.
II- As fibras químicas e as naturais não podem ser mescladas, as mesclas são 
incompatíveis, pois as fibras são muito diferentes na sua estrutura física. 
III- As fibras químicas só podem ser mescladas entre elas, pois podem 
acontecer reações químicas que prejudicam a saúde humana.
IV- As fibras químicas podem ser artificiais e sintéticas, e algumas fibras 
químicas são tão parecidas com as naturais que chegam a serem 
confundidas e vendidas por tal, como, por exemplo, a seda artificial. 
Assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) As afirmativas II e III estão corretas.
b) ( ) Somente a afirmativa IV está correta.
c) ( ) As afirmativas I, II e IV estão corretas.
d) ( ) Somente a afirmativa I está correta.
4 Na classe de fibras naturais, o bicho da seda é quem fornece o mais fino dos 
filamentos, com cerca de 1.000 m, a maioria das fibras naturais possuem 
filamentos descontínuos. Já na classe das químicas, esses filamentos são 
mais frequentes, pois podem ser produzidos facilmente pelo homem. Com 
base no que Pezzolo (2013) define, descreva o que é filamento contínuo. 
5 A reciclagem é o processo em que um produto ou seus componentes são 
usados para criar algo novo; representa uma forma técnica ou reuso. Mais 
especificamente, se refere à utilização de itens descartados, como insumos 
para fabricação de novos materiais, minimizando o uso de matérias virgens 
e a disposição de lixos em aterros sanitários ou incineração (AMARAL et al., 
2018). Existem dois métodos de reciclagem, disserte sobre os dois principais 
modos de reciclagem de têxteis:
23
TÓPICO 2 — 
UNIDADE 1
FIAÇÃO: PROCESSO DE FIAÇÃO, CLASSIFICAÇÃO, 
TITULAÇÃO E APLICAÇÕES
1 INTRODUÇÃO
Caro acadêmico, neste tópico iremos apresentar como acontecem os 
processos básicos para a formação do fio. Cada um desses passos processuais 
contribui, em uma linha produtiva, para que as fibras sejam trabalhadas e possam 
resultar numa fiação com uma qualidade boa. Consequentemente, esse processo 
garantirá bons tecidos finais. 
O processo de fiação, assim como todo e qualquer processo na cadeia 
produtiva têxtil, depende de técnicas e cuidados especiais para garantir um 
produto final de qualidade. 
 Portanto, abordaremos, dentro dos processos básicos para a formação 
do fio, a preparação das fibras e as misturas. Posteriormente, veremos os 
tipos de fiação e a questão da fiação por anel e por rotor e, também, a fiação 
artesanal. Veremos, ainda, a classificação de fios passando pelas abordagens de 
fio penteado, fio cardado, fio fantasia, fio tinto, os fios mono e multifilamentos e 
veremos, por fim, a diferença entre o fio utilizado para malharia e o fio utilizado 
para tecido plano. 
Essas abordagens visam dar um parâmetro do processo de fiação como um 
todo. Embora este seja um assunto complexo e amplo traremos informações que 
permitirão que você compreenda esse processo e sua magnitude dentro da área 
têxtil. Iniciaremos, portanto, com os processos básicos para a formação do fio.
2 PROCESSOS BÁSICOS PARA A FORMAÇÃO DO FIO
Acadêmico, esta é uma das principais atividades na indústria têxtil. Na 
fiação é onde acontece uma das principais atividades do setor. 
Aqui os fios vão tomar forma a partir da utilização das fibras. Essas 
fibras vão passando por processos que permitem que elas cheguem ao estágio de 
fio, adquirindo características e especificidades que vão refletir lá na frente, na 
construção do tecido, ou melhor, no produto final. 
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UNIDADE 1 — FIBRAS TÊXTEIS, FIAÇÃO, MALHARIA, TECELAGEM
A Figura 9 mostra, em 1, o setor recebendo as fibras e formando feixes; em 
2, os fusos por onde começam a surgir os fios que são estirados e torcidos; e, em 
3, os fios tomando forma. 
FIGURA 9 – PROCESSOS
FONTE: Adaptada de Souza (2020)
Acadêmico, a partir dessa visualização, é importante que você entenda 
que nesse processo “é definido a densidade linear ou diâmetro do fio, que 
tecnicamente é chamado de título, ou seja, sua relação entre comprimento e massa. 
O título é basicamente determinado pelas velocidades de entrada e saída durante 
a estiragem. Quanto mais estirado o feixe, menor o diâmetro do fio” (SOUZA, 
2020, p. 14). A Figura 9 demonstra uma ideia bem resumida dos processos básicos 
para uma compreensão macro. Trataremos, a seguir, de algumas etapas de modo 
mais aprofundado. 
2.1 PREPARAÇÃO: ABERTURA; BATEDORES; CARDAS, 
PASSADORES) 
Para a fase de preparação separamos, em passos bem específicos, como 
acontece cada um desses processos de abertura, batedores, carda e passadores, 
seguindo as etapas descritas a partir de Pereira (2009). 
TÓPICO 2 — FIAÇÃO: PROCESSO DE FIAÇÃO, CLASSIFICAÇÃO, TITULAÇÃO E APLICAÇÕES
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Na etapa de abertura, as matérias-primas apresentam-se na forma de 
fardos compactados, com peso em torno de 200 kg cada. Ao chegar à indústria, 
as fibras na forma de fardos são preparadas para serem processadas para a 
transformação em fio, em quatro passos: 
• Coleta de amostras e recebimento: os fardos são descarregados em local 
apropriado, são retiradas amostras para analisar a quantidade de água na amostra; 
analisar o tipo da fibra, esta análise é feita partir de padrões de classificação. 
• Armazenagem: os fardos são posicionados no depósito conforme suas 
propriedades, o que irá facilitar o plano de mistura da fiação. 
• Sala de abertura: a abertura é feita por um equipamento, automático ou manual, 
que coleta pequenas porções de cada fardo.
• Batedores para remoção de impurezas: as impurezas, que consistem de cascas, 
galhos, folhas, areia e barro, entre outras, são removidas – em grande parte – 
nesses batedores. Dos batedores, as fibras são transportadas ao processo de 
cardagem. Geralmente o transporte é realizado por tubulações.
Posteriormente, entramos na fase da carda, nesta etapa é quando acontece 
a obtenção da mecha de fibras, como aquelas mechas da Imagem 1 da Figura 
9. O processo de carda tem a finalidade de limpar e separar as fibras, tirar as 
impurezas que, por ventura, ainda estejam presas à matéria-prima e também 
possibilita misturar as fibras. É na carda que inicia o processo de paralelismo e 
estiragem da massa de fibras. O produto de entrada é a manta e o produto de 
saída é a fita de carda (PEREIRA, 2009).
Passada a etapa de cardagem, vêm os passadores. Os passadores, 
“objetivam uniformizar o peso por unidade de comprimento, paralelizar as fibras 
através da estiragem e misturar as fibras” (PEREIRA, 2009, p. 15).
Esse processo pode ser descrito em passos como os que seguem: 
• A fita é introduzida num par de cilindros giratórios com velocidade.
• Posteriormente, a fita de algodão entra em outro par de cilindros movimentando-
se a uma velocidade maior, por exemplo, seis vezes maior que a do primeiro par. 
• A fita resultante será seis vezes mais comprida e fina do que a introduzida no 
primeiro par de cilindros. 
• A uniformização da qualidade das fibras é realizada nos passadores. 
 
Os passadores têm a função de misturar várias fitas de carda para a 
obtenção de uma nova em um sistema de junção, com posterior estiramento e 
torção, para obtenção de fitas com melhor uniformidade.
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UNIDADE 1 — FIBRAS TÊXTEIS, FIAÇÃO, MALHARIA, TECELAGEM
2.2 MISTURA DE FIBRAS
Já vimos que na indústria têxtil e na moda as fibras são trabalhadas na sua 
forma natural ou mesclada, compondo novos tipos/variedades de tecidos. Com 
percentuais diferentes de fibras, é possívelcriar novos tipos de tecidos. Conforme 
Gruber (2016, p. 33), “os fios podem ser misturados entre si, influenciando na 
produção dos tecidos em razão da qualidade, do conforto, do valor comercial, dentre 
outras características”. As roupas normalmente trazem uma etiqueta que descreve a 
composição do tecido ou da malha de que são feitas. 
Vejamos o exemplo das misturas de lã, baseado no que (PEREIRA, 2009) 
nos mostra, podemos verificar que a lã normalmente apresenta-se de modo 
misto, embora alguns lanifícios apresentem lã 100%. As misturas mais utilizadas 
são: poliéster e lã em percentuais que variam de 80/20 a 50/50 das fibras, 
respectivamente. As misturas normalmente são pensadas em razão de redução 
de custos, mas não apenas por isso, qualidades extras podem ser adquiridas a 
partir das misturas como, por exemplo, que o fio/tecido não enrugue. 
É importante entender que, do mesmo modo que a lã, outras fibras 
naturais ou químicas são misturadas e, assim, comercializadas, devendo sempre 
obedecer a regra de fornecer aos consumidores as informações dos percentuais 
de cada fibra utilizados.
3 TIPOS DE FIAÇÃO
Quando o assunto é fiação, encontramos dois principais tipos na escala 
industrial: fiação por anel e fiação por rotor. Além dessas, existe ainda a fiação 
feita artesanalmente. Cada uma delas tem seu processo, sua função e também um 
contexto. Veja, por exemplo, a fiação artesanal é uma técnica milenar e, como já 
vimos, existem histórico de tecidos feitos com fios que, na atualidade, entendemos 
como artesanais, mas para nossos antepassados se tratava da tecnologia existente 
naquela época e contexto, e que funcionava muito bem, suprindo as necessidades 
de vestimenta da época. Trataremos de cada forma de fiar, separadamente.
3.1 FIAÇÃO POR ANEL 
A evolução dos equipamentos na Revolução Industrial, entre 1850 e 
1914, trouxe infinitas possibilidades, e uma delas foi a melhoria contínua nos 
equipamentos para tecer. O tipo de fiação por anel é um processo de fiação de 
têxteis industriais, chamado de convencional (CO). 
A fiação por anel oferece maior resistência, e nela podem ser usadas tanto 
as fibras curtas como as longas. É um processo considerado oneroso em relação 
ao feito por rotor. No entanto, resulta num fio macio desde o núcleo à superfície. 
TÓPICO 2 — FIAÇÃO: PROCESSO DE FIAÇÃO, CLASSIFICAÇÃO, TITULAÇÃO E APLICAÇÕES
27
Veja na Figura 10 – TIPOS DE FIAÇÃO E SEUS PROCESSOS –, uma demonstração 
dos processos de produção de fios cardados feitos por anel e fios penteados feitos por anel.
ATENCAO
3.2 FIAÇÃO POR ROTOR 
Assim como a fiação por anel, a fiação por rotor é outro processo de 
fiação industrial de têxteis chamada também de fiação Open-End (OE). Produz fio 
regular em relação à fiação por anel. No entanto, é menos resistente. 
Este processo trabalha muito bem utilizando as fibras mais curtas que 
normalmente causam dificuldades ao fiar. Com a utilização do processo Open-
End, é possível de conseguir maior alongamento do fio, característica importante 
para a produção de malharia, por exemplo. 
Vejamos, na Figura 10, um demonstrativo dos fluxos da fiação por anel e 
também da fiação por rotor: 
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UNIDADE 1 — FIBRAS TÊXTEIS, FIAÇÃO, MALHARIA, TECELAGEM
FIGURA 10 – TIPOS DE FIAÇÃO E SEUS PROCESSOS
FONTE: Miashita et al. (2017, p. 4)
Note que a fiação penteada produzida por anel passa pelos processos de 
reunideira e penteadeira diferenciando-se do fio cardado. Importante frisar que 
a fiação por rotor é uma opção para a utilização dos resíduos têxteis de outros 
processos, inclusive da fiação por anel! 
Você já percebeu que a Figura 10 se refere aos tipos de fios cardado e penteado, 
certo? Sobre esses fios, veremos mais logo em sequência, na classificação dos fios.
ESTUDOS FU
TUROS
TÓPICO 2 — FIAÇÃO: PROCESSO DE FIAÇÃO, CLASSIFICAÇÃO, TITULAÇÃO E APLICAÇÕES
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3.3 FIAÇÃO ARTESANAL 
A fiação artesanal é uma atividade milenar, trazida e repassada por 
nossos antepassados. Já vimos na história dos têxteis que existem registros de fios 
e tecidos construídos a mais de 6.000 anos. Existem alguns modos de se obter fios 
artesanais feitos manualmente com a utilização de equipamentos mais simples 
como, por exemplo, a fiação com o fuso (Figura 11): fuso e roca (Imagem 1) e a 
fiação com roca (Imagem 2), que, apesar de serem técnicas bem antigas, ainda são 
utilizadas atualmente no desenvolvimento de produtos artesanais, uma atividade 
considerada importante para as memórias culturais e muito valorizada. 
FIGURA 11 – FUSO E ROCA
FONTE: Adaptada de Capeletti (2012)
A Imagem 3 da Figura 11, ilustra um fio sendo fiado no equipamento roca, 
com uma mistura de fibra natural vegetal – paina – e fibra natural animal – lã de 
carneiro.
Bem, agora sabendo que existem modos diferentes de construir o fio, 
precisamos entender como esses fios são classificados na indústria. Portanto, na 
abordagem a seguir, veremos os tipos de fios e sua classificação.
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UNIDADE 1 — FIBRAS TÊXTEIS, FIAÇÃO, MALHARIA, TECELAGEM
4 CLASSIFICAÇÃO DE FIOS
A classificação dos fios se dá a partir do modo como eles são construídos, 
ou seja, a partir dos processos aos quais são submetidos, pois são esses processos 
que lhes garantem esta ou aquela qualidade ou característica. 
4.1 FIO PENTEADO 
Conforme já vimos, o modo de produção por anel é que origina o fio 
penteado. Mas, para que o processo de pentear aconteça, na linha de produção 
são necessários dois equipamentos/processos adicionais: a reunideira e a 
laminadeira. A reunideira é o que reúne as fitas saídas da carda ou do passador, 
formando uma manta que, posteriormente, vai para a penteadeira. Já a 
laminadeira reúne as mantas dando maior uniformidade para poder alimentar 
a penteadeira. Pereira (2009) nos relata que a laminadeira é alimentada por 
quatro a seis mantas de reunideira. 
Agora, depois desses dois passos, as fibras passarão pela penteadeira, e, 
neste passo da penteadeira, as fibras longas formam fitas. Uma vez uniformizadas 
as fibras em formato de fita, entende-se que o material está apto para formar fios 
de boa qualidade. 
FIGURA 12 – FIO PENTEADO E APLICADO
FONTE: <https://vandalpower.files.wordpress.com/2019/02/vandal-penteado-cardado.jpg>. 
Acesso em: 31 mar. 2021.
TÓPICO 2 — FIAÇÃO: PROCESSO DE FIAÇÃO, CLASSIFICAÇÃO, TITULAÇÃO E APLICAÇÕES
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Mas como a penteadeira influencia no fio? Ela é um equipamento cuja 
função é eliminar as fibras mais curtas e as impurezas, ou seja, existe um processo 
de limpeza das fibras, ao passo que elas ficam penteadas e alinhadas. 
Passando pela penteadeira, o fio, que será produzido lá no final, adquire 
aspecto mais regular e resistente, pois ficam apenas as fibras mais longas, e, por 
consequência, lhe é atribuído melhor qualidade reduzindo o pilling – aquelas 
indesejáveis bolinhas que se formam nas roupas. 
FIGURA 13 – TECIDO SEM PILLING E COM PILLING
FONTE: <https://nitrocdn.com/EArRGGWoDALieBzqHUsHFiGtVBmuqofA/assets/static/optimized/
rev-78c8b75/wp-content/uploads/2017/11/Pilling-no-good-min.jpg>. Acesso em: 31 mar. 2021.
Os fios penteados são mais espessos, mais resistentes, resultam em uma 
maior maciez e, por isso, são mais confortáveis, têm uma menor taxa de encolhimento 
e com maior valor agregado. Já sobre as sobras residuais desse processo, as fibras 
curtas são aproveitas para formar novos fios, mais espessos e rústicos.
Entendido o processo de pentear, agora vamos ver os fios cardados, outra 
categoria de fio, que por sua vez, tem processos diferenciados. 
4.2 FIO CARDADO 
Fio cardado é aquele que não passa pela penteadeira, ele passa pela 
carda e vai diretamente para os passadores, num processo que não lhe exige 
tanta limpeza. O fio cardado deixa o tecido com a propensão de formar pilling, 
a estrutura do fio é irregular, os fios são mais grossos dos que os penteados. A 
Figura 14 ilustra um fio de algodão cardado, ou seja, aquele que não passou pelo 
processo de pente: 
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UNIDADE 1 — FIBRAS TÊXTEIS, FIAÇÃO, MALHARIA, TECELAGEMFIGURA 14 – FIO CARDADO E APLICADO
FONTE: <https://vandalpower.files.wordpress.com/2019/02/vandal-penteado-cardado.jpg>. 
Acesso em: 31 mar. 2021.
É visível que as fibras curtas dão aspecto de irregularidade ao fio, ficando 
sujeito à formação das indesejáveis bolinhas no tecido, tecnicamente chamadas de 
pilling. Essas texturas nem sempre são desfavoráveis, por exemplo, se a intenção 
é texturizar um fio para determinado fim é válido utilizar deste processo de carda, 
ou mesmo de um processo artesanal, no qual resultam fios irregulares muito 
utilizados em produtos artesanais. Lembre-se que as escolhas processuais também 
levam em consideração a finalidade do fio, ou seja, para que ele está sendo feito, 
com qual objetivo, qual a usabilidade que eu quero dar a esse fio. O quê, por que 
e como, são questões que norteiam as decisões na escolha dos processos têxteis. 
4.3 FIO FANTASIA 
O fio fantasia é um tipo de fio que passa por processos de beneficiamento 
para lhe conferir diferenciais como, por exemplo, o toque, a leveza e a maciez. 
Podemos citar como exemplo os fios botonê e o buclê.
No fio fantasia são adicionadas estrategicamente irregularidades, desde 
a torção, ou na espessura ou mesmo na cor. O fio então fica “fantasiado”, como 
retrata sua própria classificação. Para a sua estrutura são utilizados três fios: 
miolo, efeito e amarração. Cada um deste tem sua função enquanto estrutura. O 
miolo, também chamado de fio-alma, e fica ao centro. 
TÓPICO 2 — FIAÇÃO: PROCESSO DE FIAÇÃO, CLASSIFICAÇÃO, TITULAÇÃO E APLICAÇÕES
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FIGURA 15 – EXEMPLO DE FIO FANTASIA
FONTE: <www.criartfiotextil.com.br/fio-fantasia/>. Acesso em: 31 mar. 2021.
Os fios fantasias são construídos para um fim específico e dificilmente 
elabora-se um tecido 100% a partir deles, pois são usados, na maioria das vezes, 
em peças decorativas e artesanais.
4.4 FIO TINTO
O fio tinto é muito utilizado na elaboração de tecidos, principalmente 
aqueles que, em seu projeto, haja necessidade de receber o fio já colorido, ou 
seja, ele é aquele fio tingido antes de ir para a tecelagem. Para a tinturaria do fio, 
normalmente usa-se corantes e mordentes fixadores de cor. 
4.5 FIO MULTIFILAMENTO E MONOFILAMENTO 
Vimos que o filamento é basicamente um material fibroso contínuo e fino. 
Um exemplo clássico do fio monofilamento e de multifilamento é o fio de náilon, 
que, inclusive, é frequentemente utilizado para pescaria. 
 A diferença entre os tipos se dá pelo fato de que, para o monofilamento, é 
utilizado apenas um único filamento, enquanto o fio multifilamento é constituído 
de dois ou mais filamentos. Como os próprios nomes sugerem. 
O fio mais fino do mundo usado para tecelagem é composto de seis ou sete 
filamentos de seda e resulta no tecido crepe da china (PEZZOLO, 2013).
INTERESSA
NTE
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UNIDADE 1 — FIBRAS TÊXTEIS, FIAÇÃO, MALHARIA, TECELAGEM
4.6 FIO PARA MALHA E FIO PARA TECIDO PLANO: 
DIFERENÇAS 
O fio de malharia é um tipo de fio que deve ser mais fino e oferecer 
resistência mecânica maior do que aqueles utilizados em tecidos planos. Isso 
se deve ao fato de que a malha é constituída por uma continuação de laçadas 
utilizando o mesmo fio. Essas laçadas conferem flexibilidade às peças de malha 
que esticam e voltam ao seu estado normal. 
Já nos fios para têxteis de tecido plano, os fios não precisam oferecer tanta 
resistência mecânica, embora seja ideal oferecer, pois a própria trama permite tornar 
o tecido mais resistente mecanicamente. Portanto, podemos dizer que a diferença 
entre o fio de malha e o fio têxtil dos planos reside na resistência mecânica.
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RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que: 
• A fiação é um processo que transforma a fibra em fio têxtil, demanda muita 
atenção e técnica. Na fabricação do fio, a fibra passa pela abertura, batedores, 
cardas e passadores e cada um desses passos é um processamento específico. 
• É possível misturar as fibras mesmo que de origens diferentes, elas podem 
complementar-se melhorando as características finais de um tecido ou mesmo 
agregando alguma propriedade específica ao fio/tecido. 
• Os principais modos de se obter fiação são: a fiação por anel, que se subdivide 
em fiação cardada e fiação penteada; a fiação por rotor, com um caminho 
operacional mais curto que a fiação por anel e além desses também é possível 
fazer a fiação artesanal. 
• O fio mais fino do mundo é composto por seis ou sete filamentos de seda, este 
tecido é o crepe da China. 
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1 Para a fase de preparação acontecem os processos de abertura, batedores, 
carda e passadores, conforme descreve Pereira (2009). Cada um desses 
processos tem uma função importante para transformar as fibras em fio. 
Sobre o processo de carda da preparação das fibras, classifique V para as 
sentenças verdadeiras e F para as falsas:
( ) Na carda acontece a obtenção da mecha de fibras.
( ) O processo de carda tem a finalidade de limpar e separar as fibras, tirar as 
impurezas que, por ventura, ainda estejam presas à matéria-prima.
( ) A carda objetiva uniformizar o peso por unidade de comprimento e 
misturar as fibras.
( ) É na carda que inicia o processo de paralelismo e estiragem da massa de 
fibras.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a) ( ) F – F – V – V.
b) ( ) F – V – V – F.
c) ( ) V – V – F – V.
d) ( ) V– F – F – V.
2 A fiação é um setor que produz fios e que, para isso, necessita de vários 
passos, ou subprocessos, para transformar as fibras em fio. Cada subprocesso 
tem uma função específica, desde a limpeza das fibras até a expedição do 
produto final. Sobre os tipos de fiação industrial, associe os itens, utilizando 
o código a seguir:
I- Fiação por Anel – Penteada.
II- Fiação por Rotor. 
III- Fiação por Anel – Cardada.
( ) Envolve os seguintes passos: linha de abertura-carda-passador, 
I-reunideira-penteadeira-passador, II-maçaroqueira-filatório anel-
conicaleira-vaporizadeira-embalagem e expedição.
( ) Envolve os seguintes passos: linha de abertura-carda-passador, 
I-passador; II-maçaroqueira-filatório a anel-conicaleira-vaporizadeira-
embalagem e expedição.
( ) Envolve os seguintes passos: linha de abertura-carda-passador, 
I-passador, II-filatório a rotor-vaporizadeira-embalagem e expedição.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a) ( ) I – III – II.
b) ( ) II - III - I.
c) ( ) I – II – III.
d) ( ) III – I – II.
AUTOATIVIDADE
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3 A classificação dos fios se dá a partir do modo como eles são construídos, ou 
seja, a partir dos processos aos quais são submetidos. Na fiação por anel, é 
possível conseguir o fio penteado e o fio cardado. Existem passos adicionais 
para que se obtenha o fio penteado, os quais estão descritos no texto como 
reunideira e lâminadeira, para, posteriormente, passar pela penteadeira. 
Sobre o fio penteado, analise as sentenças a seguir: 
I- Os fios penteados são mais fracos que os fios cardados, porém mais 
espessos, resultam em maior maciez e, por isso, mais confortável.
II- Os fios penteados, no seu processamento, geram sobras residuais que 
são fibras curtas, elas podem ser aproveitas para formar novos fios, mais 
espessos e rústicos.
III- Os fios penteados são mais espessos, mais resistentes, resultam em uma 
maior maciez e, por isso, são mais confortáveis, têm uma menor taxa de 
encolhimento e com maior valor agregado.
IV- O fio penteado é um equipamento cuja função é eliminar as fibras mais 
curtas e as impurezas, ou seja, existe um processo de limpeza das fibras, 
ao passo que elas ficam penteadas e alinhadas. 
Assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) Somente a afirmativa III está correta.
b) ( ) As afirmativas II e III estão corretas.
c) ( ) As afirmativas I, II e IV estão corretas.
d) ( ) Somente afirmativa I está correta.
4 As escolhas processuais no setor de fiação consideram a finalidade do fio, 
para qual produto ele será destinado ao final, ou seja, que usabilidade que 
eu quero dar a esse fio. Fio cardado é aquele que, no seu

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