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Indaial – 2021 Materiais e Processos têxteis Prof.a Soleni dos Santos Kuhn Sette 1a Edição Copyright © UNIASSELVI 2021 Elaboração: Prof.a Soleni dos Santos Kuhn Sette Revisão, Diagramação e Produção: Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri UNIASSELVI – Indaial. Impresso por: S495m Sette, Soleni dos Santos Kuhn Materiais e processos têxteis. / Soleni dos Santos Kuhn Sette. – Indaial: UNIASSELVI, 2021. 227 p.; il. ISBN 978-65-5663-458-6 ISBN Digital 978-65-5663-459-3 1. Materiais têxteis. – Brasil. II. Centro Universitário Leonardo da Vinci. CDD 680 aPresentação Caro acadêmico, seja bem-vindo à disciplina de Materiais e Processos Têxteis. Este Livro Didático foi formatado pensando no melhor modo de compartilhar esses conhecimentos com você. O conteúdo que veremos lhe ajudará a compreender de modo completo todo o processo necessário, desde a produção e seleção dos materiais têxteis até a produção do tecido e/ou malha. Além disso, passaremos por discussões de conceitos importantíssimos e atuais como, por exemplo, o conceito de Sustentabilidade e o de Inovação. Apresentaremos uma importante ferramenta para a gestão da sustentabilidade e traremos casos de aplicação que ajudarão na compreensão de como tudo acontece na prática. Na Unidade 1, abordaremos as fibras têxteis, o processo de fiação, o processo de produção da malha e também o processo de produção do tecido. Em seguida, na Unidade 2, estudaremos as abordagens do beneficiamento têxtil, veremos alguns têxteis técnicos e têxteis especiais e estes conceitos na atualidade. Além disso, aprenderemos os cuidado e obrigatoriedades na elaboração e uso de etiquetas em têxteis baseado em regulamentação específica. Por fim, na Unidade 3, você irá compreender o conceito de sustentabilidade, a aplicação e a importância do uso de tecnologia limpa. Você verá a Indústria 4.0 e o que este novo contexto exige da indústria têxtil. Outra abordagem da atualidade muito discutida por profissionais, especialistas e não especialista, é o aspecto da Inovação e de seus conceitos, ou seja, o que se entende por inovação. Bem, durante todo o texto prevalece a praticidade de leitura e de compreensão. Entretanto, você poderá usar este livro como base de consulta, para revisitar os conceitos e aprendizados sempre que achar necessário. Você deve ter observado que todas essas abordagens foram divididas em três unidades, no entanto, elas estão conectadas e em ordem, de modo que facilite a sua compreensão. Ao final deste livro, você estará apto a discutir com segurança as abordagens apresentadas. Esperamos que este material, cuidadosamente elaborado para você, seja de grande valia para seus estudos. Para qualquer dúvida ou sugestões estaremos à disposição. Bons estudos! Prof.a Soleni dos Santos Kuhn Sette Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novidades em nosso material. Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo. Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto em questão. Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa continuar seus estudos com um material de qualidade. Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de Desempenho de Estudantes – ENADE. Bons estudos! NOTA Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma disciplina e com ela um novo conhecimento. Com o objetivo de enriquecer seu conhecimento, construímos, além do livro que está em suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, por meio dela você terá contato com o vídeo da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complementares, entre outros, todos pensados e construídos na intenção de auxiliar seu crescimento. Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo. Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada! LEMBRETE suMário UNIDADE 1 — FIBRAS TÊXTEIS, FIAÇÃO, MALHARIA, TECELAGEM ............................... 1 TÓPICO 1 — FIBRAS TÊXTEIS: CONTEXTO HISTÓRICO, FIBRAS NATURAIS, FIBRAS QUÍMICAS ..................................................................................................... 3 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 3 2 CONTEXTO HISTÓRICO DOS TÊXTEIS .................................................................................... 3 3 FIBRAS NATURAIS ........................................................................................................................... 4 3.1 ALGODÃO ..................................................................................................................................... 6 3.2 LÃ ...................................................................................................................................................... 7 3.3 LINHO ............................................................................................................................................. 8 3.4 SEDA .............................................................................................................................................. 10 3.5 OUTRAS FIBRAS NATURAIS ................................................................................................... 12 4 FIBRAS QUÍMICAS ......................................................................................................................... 13 4.1 INDUSTRIALIZAÇÃO DE FIBRAS QUÍMICAS .................................................................... 13 4.2 FILAMENTOS ............................................................................................................................... 14 4.3 FIBRAS ARTIFICIAIS: CELULÓSICAS E NÃO CELULÓSICAS ......................................... 15 4.4 FIBRAS SINTÉTICAS .................................................................................................................. 16 4.5 REUTILIZAÇÃO (OU NÃO) DE FIBRAS QUÍMICAS .......................................................... 18 RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 20 AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 21 TÓPICO 2 — FIAÇÃO: PROCESSO DE FIAÇÃO, CLASSIFICAÇÃO, TITULAÇÃO E APLICAÇÕES ........................................................................................................... 23 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 23 2 PROCESSOS BÁSICOS PARA A FORMAÇÃO DO FIO .......................................................... 23 2.1 PREPARAÇÃO: ABERTURA; BATEDORES; CARDAS, PASSADORES) ........................... 24 2.2 MISTURA DE FIBRAS .................................................................................................................26 3 TIPOS DE FIAÇÃO ........................................................................................................................... 26 3.1 FIAÇÃO POR ANEL ................................................................................................................... 26 3.2 FIAÇÃO POR ROTOR ................................................................................................................ 27 3.3 FIAÇÃO ARTESANAL ............................................................................................................... 29 4 CLASSIFICAÇÃO DE FIOS ............................................................................................................ 30 4.1 FIO PENTEADO .......................................................................................................................... 30 4.2 FIO CARDADO ............................................................................................................................ 31 4.3 FIO FANTASIA ............................................................................................................................ 32 4.4 FIO TINTO ..................................................................................................................................... 33 4.5 FIO MULTIFILAMENTO E MONOFILAMENTO ................................................................. 33 4.6 FIO PARA MALHA E FIO PARA TECIDO PLANO: DIFERENÇAS .................................. 34 RESUMO DO TÓPICO 2..................................................................................................................... 35 AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 36 TÓPICO 3 — MALHARIA: CLASSIFICAÇÃO, CARACTERÍSTICAS E APLICAÇÕES .........39 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 39 2 O QUE É MALHA E SUAS CARACTERÍSTICAS ..................................................................... 39 3 MALHARIA: TRAMA E URDUME .............................................................................................. 40 3.1 MALHARIA POR TRAMA: FORMAÇÃO .............................................................................. 40 3.2 MALHARIA POR URDUME: FORMAÇÃO ............................................................................ 41 4 TEAR PARA MALHARIA ............................................................................................................... 42 RESUMO DO TÓPICO 3..................................................................................................................... 44 AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 45 TÓPICO 4 — TEAR, PROCESSO DE TECER E TECIDOS PLANOS ........................................ 47 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 47 2 TEAR PARA TECIDOS PLANOS E ESCOLHA DO TEAR: ..................................................... 47 3 TECELAGEM ARTESANAL E TECELAGEM INDUSTRIAL ................................................. 49 4 PROCESSOS BÁSICOS PRIMÁRIOS DE TECELAGEM ........................................................ 55 4.1 ABERTURA DA CALA ............................................................................................................... 55 4.2 INSERÇÃO DA TRAMA ............................................................................................................ 56 4.3 BATIDA DO PENTE OU ENCOSTAMENTO DA TRAMA .................................................. 57 5 CARACTERÍSTICAS DOS TECIDOS PLANOS ....................................................................... 58 5.1 TRAMA E URDUME .................................................................................................................... 58 5.2 TIPOS DE LIGAMENTOS: TELA, SARJA, CETIM ................................................................. 59 5.3 CLASSIFICAÇÃO QUANTO A ESTRUTURA ........................................................................ 60 5.3.1 Tecidos simples .................................................................................................................... 60 5.3.2 Tecidos compostos .............................................................................................................. 60 5.3.3 Tecidos mistos ...................................................................................................................... 60 5.3.4 Tecidos especiais .................................................................................................................. 60 5.3.5 Tecidos artísticos ................................................................................................................. 61 LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................ 62 RESUMO DO TÓPICO 4..................................................................................................................... 69 AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 70 REFERÊNCIAS ...................................................................................................................................... 73 UNIDADE 2 — BENEFICIAMENTOS, TÊXTEIS TÉCNICOS E ESPECIAIS, ETIQUETAGEM ........................................................................................................................75 TÓPICO 1 — BENEFICIAMENTOS ................................................................................................. 77 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 77 2 TIPOS DE BENEFICIAMENTOS ................................................................................................... 77 2.1 PRIMÁRIOS .................................................................................................................................. 77 2.2 SECUNDÁRIOS ............................................................................................................................ 78 2.3 TERCIÁRIOS ................................................................................................................................ 78 3 TINGIMENTO .................................................................................................................................. 79 3.1 CONTEXTO HISTÓRICO ........................................................................................................... 79 3.2 TINTURA A QUENTE E A FRIO .............................................................................................. 79 3.3 CORANTES NATURAIS E SINTÉTICOS ................................................................................ 80 3.4 MORDENTES ............................................................................................................................... 81 3.5 PROCESSOS DE TINGIMENTO: CORANTES DIRETOS, CORANTES A MORDENTE, CORANTES DE CUBA, CORANTES A COBRE, CORANTES ÁCIDOS E CORANTES NA MASSA .................................................................................................................................... 82 4 ESTAMPAGEM ................................................................................................................................. 83 4.1 TIPOS DE ESTAMPARIA ........................................................................................................... 83 4.2 MÉTODOS DE ESTAMPARIA ................................................................................................... 83 RESUMO DO TÓPICO 1.....................................................................................................................90 AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 91 TÓPICO 2 — APLICAÇÕES DOS TECIDOS, TÊXTEIS TÉCNICOS ........................................ 93 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 93 2 TECIDOS E EXEMPLOS DE APLICAÇÃO EM DIVERSAS ÁREAS ..................................... 94 2.1 TECIDO NA DECORAÇÃO ...................................................................................................... 94 2.2 TECIDO NA MODA .................................................................................................................... 95 2.3 TECIDO NA ARTE ...................................................................................................................... 97 2.4 TECIDO NAS ENGENHARIAS ................................................................................................ 98 3 TÊXTEIS TÉCNICOS E TECNOLÓGICOS .................................................................................. 99 3.1 TÊXTEIS E A BIOTECNOLOGIA ............................................................................................ 100 3.2 TÊXTEIS E A NANOTECNOLOGIA ...................................................................................... 102 3.3 TÊXTEIS E ANTIBACTÉRIAS ................................................................................................. 103 3.4 TÊXTEIS COM PROTEÇÃO SOLAR ....................................................................................... 104 3.5 TECIDOS VIVOS ......................................................................................................................... 105 3.6 OS NÃO TECIDOS: FELTRO, TNT .......................................................................................... 106 RESUMO DO TÓPICO 2................................................................................................................... 111 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 112 TÓPICO 3 — ETIQUETAGEM E REGULAMENTAÇÃO .......................................................... 115 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 115 2 ETIQUETAGEM .............................................................................................................................. 115 2.1 NORMAS DE ELABORAÇÃO DE ETIQUETAS ................................................................... 116 2.2 SIMBOLOGIA TÊXTIL .............................................................................................................. 117 2.3 ESTRUTURA DA ETIQUETA .................................................................................................. 124 3 REGULAMENTO ............................................................................................................................ 125 3.1 RIGOR INMETRO ..................................................................................................................... 125 3.2 FISCALIZAÇÃO E VERIFICAÇÃO DOS TÊXTEIS .............................................................. 127 3.3 REGULAMENTO TÉCNICO MERCOSUL ............................................................................ 128 4 INOVAÇÃO EM ETIQUETAS ..................................................................................................... 130 LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................................... 137 RESUMO DO TÓPICO 3................................................................................................................... 142 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 143 REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 146 UNIDADE 3 — MEIO AMBIENTE, TECNOLOGIA LIMPA: PROGRAMA PRODUÇÃO MAIS LIMPA (P+L), INDÚSTRIA 4.0 E INOVAÇÃO ................ 149 TÓPICO 1 — MEIO AMBIENTE ..................................................................................................... 151 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 151 2 MEIO AMBIENTE E SUSTENTABILIDADE: PERSPECTIVAS EM DESIGN .................. 152 2.1 MEIO AMBIENTE E EDUCAÇÃO AMBIENTAL PARA A SUSTENTABILIDADE GLOBAL ...................................................................................................................................... 152 2.2 PRINCIPAIS LEIS AMBIENTAIS ............................................................................................ 157 3 TECNOLOGIA LIMPA E O PROGRAMA PRODUÇÃO MAIS LIMPA (P+L) .................. 158 3.1 CONCEITO E PRINCÍPIOS DO P+L ....................................................................................... 161 3.2 BARREIRAS PRINCIPAIS PARA IMPLEMENTAÇÃO ........................................................ 163 3.3 BENEFÍCIOS DO P+L ................................................................................................................. 164 3.4 APLICAÇÃO DO P+L COMO FERRAMENTA DE MELHORIA CONTÍNUA ................ 165 4 FASES DE IMPLEMENTAÇÃO DO P+L ................................................................................... 165 RESUMO DO TÓPICO 1................................................................................................................... 169 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 170 TÓPICO 2 — INDÚSTRIA 4.0 ......................................................................................................... 173 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 173 2 INDÚSTRIA 4.0: A QUARTA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL ................................................ 174 2.1 HISTÓRICO DAS REVOLUÇÕES E O SURGIMENTO DA 4a REVOLUÇÃO ................ 174 2.2 CONCEITOS E DEFINIÇÕES DA INDÚSTRIA 4.0 ............................................................. 177 2.3 PRINCÍPIOS DA INDÚSTRIA 4.0 ........................................................................................... 178 2.4 TECNOLOGIAS PRESENTES NA INDÚSTRIA 4.0 ............................................................. 181 3 ADEQUAÇÃO DA ÁREA TÊXTIL AO CONTEXTO DA INDÚSTRIA 4.0 E O USO DE NOVAS TECNOLOGIAS ........................................................................................................ 184 RESUMO DO TÓPICO 2................................................................................................................... 185 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 186 TÓPICO 3 — INOVAÇÃO ................................................................................................................ 189 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 189 2 O QUE É A INOVAÇÃO ................................................................................................................ 189 2.1 CONCEITOS DE INOVAÇÃO ................................................................................................. 191 2.2 INOVAÇÃO NO CONTEXTO DA ÁREA TÊXTIL ............................................................... 193 3 INOVAÇÃO EM MATERIAIS TÊXTEIS, TÊXTIL MODERNO ........................................... 197 3.1 NOVOS MATERIAIS TÊXTEIS ................................................................................................199 4 INOVAÇÃO NA MODA: TÊXTEIS INTELIGENTES.............................................................. 200 LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................................... 210 RESUMO DO TÓPICO 3................................................................................................................... 220 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 221 REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 224 1 UNIDADE 1 — FIBRAS TÊXTEIS, FIAÇÃO, MALHARIA, TECELAGEM OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM PLANO DE ESTUDOS A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de: • compreender o processamento dos materiais têxteis desde a as fibras até tecelagem; • aprender como são feitos e como se classificam os fios têxteis; • entender o processo de malharia e os equipamentos utilizados (teares); • entender o processo de tecelagem e o uso de equipamentos (teares). Esta unidade está dividida em quatro tópicos. No decorrer da unidade, você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado. TÓPICO 1 – FIBRAS TÊXTEIS: CONTEXTO HISTÓRICO, FIBRAS NATURAIS, FIBRAS QUÍMICAS TÓPICO 2 – FIAÇÃO: PROCESSO DE FIAÇÃO, CLASSIFICAÇÃO, TITULAÇÃO E APLICAÇÕES TÓPICO 3 – MALHARIA: CLASSIFICAÇÃO, CARACTERÍSTICAS E APLICAÇÕES TÓPICO 4 – TEAR, PROCESSO DE TECER E TECIDOS PLANOS Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações. CHAMADA 2 3 TÓPICO 1 — UNIDADE 1 FIBRAS TÊXTEIS: CONTEXTO HISTÓRICO, FIBRAS NATURAIS, FIBRAS QUÍMICAS 1 INTRODUÇÃO Acadêmico, neste Tópico 1, apresentaremos brevemente o contexto histórico dos têxteis; iremos abordar as fibras naturais, passando pelas tradicionais mais utilizadas na área têxtil, além de sabermos quais são elas, veremos outras possibilidades de fibras, menos usuais, mas igualmente importantes para o setor. Posteriormente, abordaremos as fibras químicas e falaremos sobre a industrialização delas, como são classificadas e quais os processos de reciclagem existentes e utilizados em produtos têxteis, isto pensando na problemática ambiental muito discutida atualmente. Esse panorama das fibras lhe permitirá saber um pouco mais das possibilidades usuais e as não tão usuais de cada uma delas. Esse aspecto das fibras, assim como as outras etapas subsequentes do processamento têxtil, traz consigo algumas especificidades que serão explanadas no decorrer do tópico. 2 CONTEXTO HISTÓRICO DOS TÊXTEIS Acadêmico, a história nos permite saber que existem indícios de utilização de têxteis que datam mais de 24 mil anos, no Período Paleolítico ou Idade da Pedra Lascada (até 10.000 a.C.). Além disso, no Egito, foram encontrados tecidos de linho datados de 6.000 a.C.; lã de 3.000 a.C.; e algodão, que já era tecido utilizando equipamentos/ferramentas de girar e tecer. Estamos falando de um contexto histórico que nos remete milhares de anos antes de Cristo. Os teares, apesar dos vestígios anteriores, começam a ter mais notoriedade e surgem com mais força por volta de 1.400 d.C. (PEZZOLO, 2013). Com base em estudos arqueológicos, as fibras mais antigas cultivadas e utilizadas pela humanidade são o linho, com mais de 8.000 anos de história, com origem no Egito; o algodão, utilizado desde a pré-história, com origem na Índia; a lã, desde o período de 10.000 a.C., com achados na Mesopotâmia; e a seda, utilizada desde a época do Imperador Amarelo, 2.600 a.C., na China (PEZZOLO, 2013). Samsung Realce UNIDADE 1 — FIBRAS TÊXTEIS, FIAÇÃO, MALHARIA, TECELAGEM 4 Essas são fibras primitivas e foi a partir delas que os tecidos começaram a tomar forma nas mãos de nossos antepassados. Hoje em dia, assim como antigamente, essas fibras (linho, algodão, lã e seda) são muito utilizadas, tratadas como materiais fundamentais para o ramo têxtil, propiciando belos produtos e de qualidade. Antes de entrarmos em questões específicas de cada fibra, vale ressaltar que na indústria têxtil são utilizados diversos tipos de fibras, as que se originam dos reinos vegetal, animal e mineral; temos também as que são quimicamente produzidas, por meio da manipulação de materiais provenientes dos reinos vegetal e mineral. É importante conhecermos as características de cada fibra, pois estas definem as características dos tecidos planos ou das malhas. O processamento têxtil é fundamental para converter as fibras em tecidos que, posteriormente, serão utilizados principalmente em vestimentas. Além das vestimentas também encontramos aplicações em áreas diversas como, por exemplo, nas áreas de construção civil, na arquitetura, e nas artes! IMPORTANT E 3 FIBRAS NATURAIS Acadêmico, as fibras nos permitem várias possibilidades, variando percentuais de uma mesma fibra, conseguimos inúmeros tipos de tecidos. Os tecidos terão mais ou menos qualidade a partir de escolhas feitas desde a fibra utilizada até o tratamento que será dado à fibra. Conforme Aguiar Neto (1996), independente se a fibra é natural ou não, existem características que devem ser observadas, e as principais delas são: comprimento; largura/diâmetro; a sua resistência à tensão; a sua resistência ou capacidade de absorção; o alongamento; a elasticidade; e a resistência à abrasão. Além dessas propriedades características, outras podem ser elencadas dependendo do produto têxtil pretendido. Existe a tendência de um produto têxtil ser adaptado a usos para os quais não foram previstos. A usabilidade de um produto feito a partir de determinada fibra é uma condição importante a ser observada, pois existem produtos que são feitos para outros fins que não condizem, ou não são compatíveis, para uso em corpo humano, como a utilização de tecidos para a área da construção civil, por exemplo. Desse modo, é necessário um cuidado maior em todo o processo. As fibras, quando não processadas de modo correto, podem provocar alergias e outras reações no corpo humano. Samsung Realce Samsung Realce Samsung Realce TÓPICO 1 — FIBRAS TÊXTEIS: CONTEXTO HISTÓRICO, FIBRAS NATURAIS, FIBRAS QUÍMICAS 5 As fibras naturais são encontradas na natureza e a elas são dados diversos usos, de acordo com a imaginação ou necessidade humana. Observe o Quadro 1, ele ilustra a proveniência das fibras naturais, segundo sua classificação: QUADRO 1 – PROVENIÊNCIA DAS FIBRAS FONTE: Pezzolo (2013, p. 120) As fibras podem ser de origem animal, vegetal ou mineral. As fibras de origem animal podem ser obtidas da secreção glandular ou de pelos, enquanto as fibras vegetais são obtidas de sementes, caules, folhas, frutos ou raízes (FINKIELSZTEJN, 2006). A partir da definição de Finkielsztejn (2006), já podemos associar que fibras naturais, independente da origem, estão ao nosso redor. E elas são usadas na sua forma natural ou transformadas em produtos. Vejamos, a seguir, como a fibra de algodão é utilizada pela Indústria Têxtil. UNIDADE 1 — FIBRAS TÊXTEIS, FIAÇÃO, MALHARIA, TECELAGEM 6 As fibras naturais podem ser usadas como única matéria prima, ou ainda misturadas com outras fibras. ATENCAO 3.1 ALGODÃO A fibra natural vegetal de algodão é uma das primeiras fibras que se tem informações da utilização, cultivadas há milhares de anos pelo homem, além disso, é a fibra mais usada na área têxtil. É uma fibra que se adéqua facilmente a outras para serem mescladas e, assim, formar novos têxteis. Podemos ver, na obra de Udale (2009), que as fibras de algodão são utilizadas para produzir 40% dos tecidos do mundo. A autora ainda pontua que o algodão é versátil, durável e respirável. Características importantes para tecidos que pretendem ser práticos em climas quentes, por exemplo, uma vez que absorve a umidade e seca facilmente.A maioria dos têxteis fabricados na atualidade, possuem uma porcentagem de algodão, por conta da sua propriedade duradoura. Além disso, pensando na sustentabilidade, pode ser usado o algodão orgânico como alternativa de elaboração de produtos ecologicamente corretos. No algodão ecológico, o rigor tem início na seleção das sementes e na plantação, em que é assegurado o desenvolvimento natural. A colheita é feita a mão. Se o algodão não for naturalmente colorido, ecologicamente correto, poderá receber tintura, contanto que sejam usados pigmentos naturais (PEZZOLO, 2013, p. 47). Acadêmico, observe, não estamos falando de uma fibra recém-descoberta, mas de uma fibra com muita história, e que confirma a sua grande importância enquanto material têxtil, estando presente na maioria dos tecidos. No Brasil, a história do algodão em território brasileiro é mais recente. Pezzolo (2013, p. 47) relata que “por volta de 1519, os navegadores portugueses que chegavam ao Brasil encontravam o algodão selvagem, que já era cultivado, fiado e tecido. Os índios o utilizavam par fabricar redes e algumas peças que usavam no corpo e também na elaboração de tochas”. Desde então, a evolução da fibra veio crescendo aceleradamente, sendo a principal fibra têxtil utilizada atualmente. Outra fibra mais utilizadas é a lã, a qual será o assunto da próxima abordagem. TÓPICO 1 — FIBRAS TÊXTEIS: CONTEXTO HISTÓRICO, FIBRAS NATURAIS, FIBRAS QUÍMICAS 7 O algodão também é encontrado naturalmente colorido já cultivado há milhares de anos. “Desde 4500 a.C., incas e outros povos antigos da América, assim como da África e da Austrália, já utilizavam o algodão colorido, principalmente na tonalidade marrom” (PEZZOLO, 2013, p. 44). INTERESSA NTE 3.2 LÃ Acadêmico, você sabia que, na antiguidade, milênios atrás, a lã era uma fibra de origem animal muito utilizada para proteção e agasalho? A lã de carneiro é uma das fibras mais antigas que se tem história. Na Idade da Pedra, o homem aproveitava a lã dos carneiros que os alimentavam e faziam vestimentas que os protegiam. Registros apontam que, na Turquia, já se usava lã tecida há mais de 7.000 anos. No período Neolítico, 10.000 a.C. a 4.000 a.C., na Mesopotâmia, no Oriente Médio, também a lã esteve presente (PEZZOLO, 2013). Na indústria, a lã vem sendo utilizada na fabricação de fios e posteriormente transformada em tecidos. Possui propriedade antitérmica, além de outras usabilidades, ela é aplicada para produtos que protejam do frio. Descoberta há milhares de anos, ainda vem contribuindo com a indústria Têxtil. FIGURA 1 – LÃ DE OVELHA/CARNEIRO FONTE: <https://cptstatic.s3.amazonaws.com/imagens/enviadas/materias/materia25539/ tosquia-em-ovelhas-cursos-cpt.jpg>. Acesso em: 31 mar. 2021. UNIDADE 1 — FIBRAS TÊXTEIS, FIAÇÃO, MALHARIA, TECELAGEM 8 A lã tem propriedades que isolam calor e frio, sendo utilizada principalmente na confecção de produtos isolante térmicos. Por isso a sua usabilidade, que era frequente como proteção para o corpo de nossos antepassados, permanece sendo explorada na elaboração de novos tecidos na atualidade. 3.3 LINHO O linho é a fibra têxtil natural de origem vegetal mais antiga dentre todas as que vimos desde a introdução. É utilizada há milhares de anos, tem registros históricos desde 8.000 a.C., que relatam que esse material envolvia corpos de múmias. Isso certamente comprova que essa fibra já era reconhecida como material têxtil desde os tempos mais remotos. Udale (2009, p. 43) também nos traz dados muito interessantes sobre as características de tecidos produzido a partir do linho, vejamos: “o linho tem propriedades semelhantes ao algodão, especialmente no que diz respeito ao manuseio, embora tenda a amassar mais facilmente. Tem boa absorção e lavagem e é produzido a partir da fibra do linho, comumente considerada a fibra mais antiga”. Na fabricação de têxteis, o linho é uma matéria prima muito utilizada e valorizada. Principalmente em produtos de vestuário. Na Figura 2, o linho está sendo penteado artesanalmente. FIGURA 2 – FIBRA DE LINHO FONTE: <encurtador.com.br/cglIQ>. Acesso em: 31 mar. 2021. TÓPICO 1 — FIBRAS TÊXTEIS: CONTEXTO HISTÓRICO, FIBRAS NATURAIS, FIBRAS QUÍMICAS 9 Você já percebeu como é valorizado um produto produzido com linho? Esta ênfase, a qual normalmente percebemos nos discursos de vendedores, se dá justamente pelo fato de o tecido ser historicamente reconhecido como nobre. Veja a Figura 3, que exemplifica um tecido feito de linho. FIGURA 3 – TECIDO DE LINHO FONTE: <https://santalina.com.br/blog/wp-content/uploads/2019/03/Sem- T%C3%ADtulo-3-768x513.jpg>. Acesso em: 31 mar. 2021. Os tecidos feitos com variações dessa fibra diferenciam-se em espessura e isso permite que, a partir dela, possam ser criadas peças diversas como uma calça ou uma camisa, roupas de cama ou mesmo um lindo blazer, tudo depende do tipo do linho a ser utilizado. Utilizado em roupas de alto padrão, essa fibra ganhou mercado conferindo, também, status a quem a usa. Outra fibra que remete à pura nobreza é a seda, nosso próximo tema. Existem grandes produtores de linho no mundo, mas o maior é a Rússia. INTERESSA NTE UNIDADE 1 — FIBRAS TÊXTEIS, FIAÇÃO, MALHARIA, TECELAGEM 10 3.4 SEDA A seda, assim como a lã, também é uma fibra natural de origem animal. Uma das matérias primas naturais mais envolvente e fascinante, de fácil manuseio, com toque leve e muita resistência. Traz consigo um valor que vem sendo percebido a milhares de anos. A seda surgiu a mais de 4.000 anos (UDALE, 2009). Seu status de fibra altamente valorizada lhe assegurou a participação no mercado dos têxteis. O tecido da seda é fácil de modelar, tem bastante brilho e seu manuseio é simples. FIGURA 4 – TECIDO DE SEDA FONTE: A autora A seda é produzida pelo bicho-da-seda, o qual faz casulos com fios longos e resistentes. É uma das fibras mais valiosas e é muito utilizada na fabricação de têxteis. O fio longo e fino pode ser chamado de filamento. A seda apresenta o mais fino dos filamentos na ordem das fibras naturais. Podemos verificar que a Seda é obtida do casulo do bicho da seda. Ela pode ser encontrada na natureza ou mesmo cultivada. Quanto ao cultivo, Udale (2009) explica que é possível conseguir uma fibra mais resistente e mais fina. Além disso, durante a produção, a larva é eliminada facilitando o trabalho de transformá-la num fio contínuo. TÓPICO 1 — FIBRAS TÊXTEIS: CONTEXTO HISTÓRICO, FIBRAS NATURAIS, FIBRAS QUÍMICAS 11 FIGURA 5 – BICHO DA SEDA FONTE: <https://conteudo.imguol.com.br/c/entretenimento/bd/2020/06/19/bicho-da- seda-1592574851490_v2_450x450.jpg.webp>. Acesso em: 31 mar. 2021. A seda já foi muito utilizada em trocas, assumindo a característica de moeda de troca, muito comum nas antigas civilizações. Quem possuía seda eram os poderosos políticos, religiosos e os pertencentes às altas classes sociais. IMPORTANT E Ainda que as pesquisas datem mais de 4.000 anos, de acordo com Pezzolo (2013, p. 86): “A criação do bicho-da-seda alimentado com folhas de amoreira, em local fechado, data de 3 mil anos”. Portanto, traz consigo, uma trajetória de utilidade para a humanidade, há muito tempo contribuindo para o bem estar. Além das fibras primitivas mais utilizadas em têxteis, também podemos contar com diversas outras fibras de origem animal ou vegetal importantes para o setor têxtil. Assunto que será nossa próxima abordagem! UNIDADE 1 — FIBRAS TÊXTEIS, FIAÇÃO, MALHARIA, TECELAGEM 12 3.5 OUTRAS FIBRAS NATURAIS Acadêmico, você já ouviu falar da fibra de bananeira ou mesmo fibra de coco? Não estamos falando de fibra alimentar, mas sim de outras fibras têxteis. Saiba que essas são nomenclaturas dadas a alguns tipos de fibras têxteis disponíveis no mercado e que têm sido profundamente pesquisadas e estão gerando produtos têxteis incríveis. Com a fibra de coco, por exemplo, foi possível desenvolver um tecido funcional, com características antibacterianas para atenderàs necessidades de pessoas idosas. FIGURA 6 – TECIDO DE FIBRA DE COCO FONTE: <https://www.stylourbano.com.br/wp-content/uploads/2017/06/20170318-engrmutt19- 576x383-min.jpg>. Acesso em: 31 mar. 2021. E com a fibra de bananeira, você também pode encontrar tecidos com várias aplicabilidades. Essa fibra confere resistência e versatilidade aos tecidos além do apelo biodegradável, o que é muito forte nos produtos constituídos a partir dela. As suas aplicações vão desde peças de vestuário à biojóias, mobiliários etc. TÓPICO 1 — FIBRAS TÊXTEIS: CONTEXTO HISTÓRICO, FIBRAS NATURAIS, FIBRAS QUÍMICAS 13 FIGURA 7 – APLICAÇÃO DE FIBRA EM BOLSA, PROJETO BRASILEIRO FONTE: <https://conexaoplaneta.com.br/wp-content/uploads/2019/04/bananatex-abre- 768x432.jpg>. Acesso em: 31 mar. 2021. Assim como, também podemos encontrar aplicações de fibra de juta, cânhamo, sisal, malva, abacá, rami, coroá e diversas outras já utilizadas em têxteis. E, para além das fibras naturais, hoje encontramos no mercado as fibras químicas, o nosso assunto a seguir. 4 FIBRAS QUÍMICAS As fibras químicas são produzidas pelo homem e muitas delas se assemelham visualmente, e também na textura, às fibras naturais. Conforme Aguiar Neto (1996), fibra têxtil é o nome que se dá aos materiais básicos necessários para desenvolver produtos têxteis, esses materiais/fibras podem ser naturais ou artificiais. Vejamos, a seguir, algumas abordagens nesse aspecto. 4.1 INDUSTRIALIZAÇÃO DE FIBRAS QUÍMICAS Com a Revolução Industrial, as fibras químicas foram aprimoradas e criadas para suprir um déficit de material natural. Sim! As fibras artificiais foram criadas para substituir as naturais, com características muito semelhantes. Certamente você já observou nas etiquetas da sua roupa a nomenclatura ‘poliamida’ ou ‘poliéster’, elas são fibras quimicamente produzidas e, entre seus objetivos, estão a substituição dos materiais naturais, melhorar as características (por exemplo, não amarrotar facilmente), baratear o produto (já que a fibra UNIDADE 1 — FIBRAS TÊXTEIS, FIAÇÃO, MALHARIA, TECELAGEM 14 é produzida em larga escala num curto período de tempo) e terem maior durabilidade. A poliamida e o poliéster não são as únicas fibras quimicamente produzidas. As fibras químicas e as naturais podem ser mescladas, e estas mesclas são definidas em percentuais de uma ou outra fibra, dependendo da característica que se busque no material final. A partir dessas misturas, podemos obter melhor caimento, maior macies, mais resistência, mais respirabilidade etc. O mundo não para de evoluir, passo a passo, trazendo muitas inovações no mercado, principalmente dos têxteis. Essa evolução nos proporciona optar por outros produtos ou matérias primas, ampliando a forma de trabalhar, também diversificando em produtos e trazendo novidades. Para isso, é preciso novas fontes de criação de matéria prima, a utilização de produtos químicos foi uma alternativa que causou muito impacto. A indústria química evoluiu bastante, com estudos e testes foi possível trazer novidades em fibras químicas, algumas tão parecidas com as naturais que chegam a serem confundidas e vendidas por tal, como, por exemplo, a seda artificial (raiom), chamada assim por sua semelhança à seda natural. Já outras vêm com o propósito de diversificar mesmo, trazendo novas características e transformadas em novos tecidos, todas atendendo às necessidades da população. Essas fibras são as artificiais e as sintéticas, produzidas com produtos químicos total ou parcialmente, são manipuladas e trabalhadas para que se tornem uma nova fibra, ou substitutas de alguma fibra natural, ampliando o mercado. 4.2 FILAMENTOS As fibras se diferem dos filamentos por seu comprimento. Os filamentos são muito finos e alongados, podem ser contínuos (mais longos, por exemplo, a seda que chega até 1.000 m) ou descontínuos (mais curtos). FIGURA 8 – EXEMPLO DE FILAMENTOS TÊXTEIS INDUSTRIALIZADOS QUIMICAMENTE FONTE: <https://text1magpull-10516.kxcdn.com/wp-content/uploads/2019/08/Domestic- Textile-Industry.jpg>. Acesso em: 31 mar. 2021. TÓPICO 1 — FIBRAS TÊXTEIS: CONTEXTO HISTÓRICO, FIBRAS NATURAIS, FIBRAS QUÍMICAS 15 Pezzolo (2013, p. 139) diz que “filamento contínuo é unidade linear de comprimento indefinido, por exemplo, fibras químicas chegam a ter vários quilômetros de comprimento”. Os filamentos, portanto, são muito longos e finos e, se tratando de um filamento químico, ele pode ser tratado como o próprio fio e servir de base para a tecelagem. Vamos ver um pouco sobre as fibras artificiais na sequência. Na classe de fibras naturais, o bicho da seda é quem fornece o mais fino dos filamentos com cerca de 1.000 m, a maioria das fibras naturais possuem filamentos descontínuos. Já na classe das químicas, esses filamentos são mais frequentes, pois podem ser produzidos facilmente pelo homem. ATENCAO 4.3 FIBRAS ARTIFICIAIS: CELULÓSICAS E NÃO CELULÓSICAS Sabemos que a indústria têxtil tem evoluído muito no sentido de criar novas possibilidades em materiais têxteis, essa diversificação de produtos está atrelada com a demanda do mercado, atendendo às expectativas e necessidades dos consumidores. Fibras artificiais foram criadas como opção de novas fibras, utilizadas como matéria prima têxtil, elas se dividem entre celulósicas e não celulósicas, isso depende se, na sua formula, leva a celulose extraída de plantas e árvores, ou seja, mesmo sendo químicas, podem ter em sua composição matéria prima natural, seja ela em maior ou menor quantidade, ou até mesmo nula. Essa composição influenciará na intenção de cada produto a ser construído, para que se destina e o efeito que pretende ser dado, como, por exemplo, caimento ou dureza. Veja o que Udale (2009, p. 48) nos informa acerca desse tema: “As fibras artificiais como raiom, tencel, acetato, triacetato e lyocell são celulósicas porque contém celulose natural. Todas as outras fibras artificiais, também conhecidas como sintéticas, são não celulósicas, o que significa que são fabricadas inteiramente de substâncias químicas”. Note que raiom, tencel, acetato, triacetato e lyocel são outras opções de fibras produzidas quimicamente. UNIDADE 1 — FIBRAS TÊXTEIS, FIAÇÃO, MALHARIA, TECELAGEM 16 As fibras artificiais celulósicas são as que levam em sua composição a celulose extraída da natureza, e que, manipulada por processos químicos, são transformadas em novas fibras. Já as fibras artificiais não celulósicas não levam em sua composição a celulose, são criadas apenas de substâncias químicas. Na busca de conforto e comodidade, as opções de fibras crescem cada vez mais, cada uma com sua utilidade ou função específica. Algumas conferem mais conforto, outras têm mais elasticidade, mais durabilidade, mais aderência ao suor ou mais proteção contra o frio/calor. Cada uma é criada ou manipulada de acordo com especificações pré-definidas, sempre levando em consideração o que buscam os consumidores e pensando em suas necessidades. 4.4 FIBRAS SINTÉTICAS As fibras sintéticas são as chamadas artificiais não celulósicas, portanto, não levam em sua composição a celulose (produto natural). Essas fibras são feitas quimicamente, criadas para suprir necessidades específicas. Muitos dos produtos delas parecem muito com os de fibra natural e, na maioria das vezes, passam despercebidas as diferenças entre uma ou outra devido à semelhança, tanto visualmente quanto no toque. Porém, essas fibras podem não suprir algumas necessidades, pois costumam ser menos confortáveis, retêm mais calor e, por consequência, são pouco respiráveis. São exemplos de fibras sintéticas: Nylon, Acrílico, Poliéster e Spandex. Acerca das fibras sintéticas, Udale (2009) explica que “Por serem pouco respiráveis, podem não ser tão confortáveis quanto às fibras naturais. Sua sensibilidade ao calor permite que pregas e vincos sejam definidos de modo permanente, e que os tecidos sejam lustrados e decorados em alto-relevo de maneira definitiva”.Neste sentido, as fibras naturais costumam ser mais confortáveis do que as artificiais, porém, com um valor mais elevado. A falta de conhecimento das pessoas as impede de saber das especificidades de cada uma dessas fibras, e quais realmente suprem as necessidades procuradas no momento. No entanto, isso não impede de levar para casa um bom produto, pois, seja qual for a escolha, há sempre um ou outro benefício. Essas fibras vieram para suprir uma demanda pelo crescimento populacional e também pela escassez de recursos naturais. Acadêmico, veja o Quadro 2, que ilustra a distribuição por classificação das fibras químicas artificiais e sintéticas. TÓPICO 1 — FIBRAS TÊXTEIS: CONTEXTO HISTÓRICO, FIBRAS NATURAIS, FIBRAS QUÍMICAS 17 QUADRO 2 – FIBRAS QUÍMICAS FONTE: Pezzolo (2013, p. 120) “As fibras sintéticas são originárias de polímeros petroquímicos como o acrílico, nylon, poliéster, polipropileno, elastano entre outras. Hilaire de Chardonnet foi quem, em 1889, produziu a primeira seda (fibra) artificial” (PEREIRA, 2009, p. 14). NOTA De modo geral, a fibra usada de modo isolado (seja química ou natural), não atende todas as necessidades da indústria têxtil; e é por isso que surgiram as misturas de fibras químicas e fibras naturais. Das fibras naturais mais utilizadas nas misturas podemos citar o algodão, que confere às fibras sintéticas melhor desempenho, maior durabilidade, melhor caimento e, também, resistência. UNIDADE 1 — FIBRAS TÊXTEIS, FIAÇÃO, MALHARIA, TECELAGEM 18 Um problema recorrente nas pesquisas acadêmicas, e muito discutido na atualidade, é a questão da reciclagem das fibras químicas. Em contraponto com as fibras naturais que biodegradam facilmente, as fibras químicas não têm o mesmo desempenho. Portanto, é necessário buscar por alternativas de reciclagem, reutilização ou mesmo separar a composição química que dá a estrutura para fibra. Desse modo, veremos a seguir algumas possibilidades nesse sentido. 4.5 REUTILIZAÇÃO (OU NÃO) DE FIBRAS QUÍMICAS É comum a utilização de mistura das fibras na elaboração de novos tecidos, por exemplo, algodão + poliéster. Esta técnica possibilita agregar valor ao produto, mas, ao mesmo tempo, limita a reciclagem dos tecidos. Isso porque não é possível reciclar fibras naturais e sintéticas da mesma maneira. Atualmente, 64% das fibras têm composição sintética de fonte petroquímica. As fibras artificiais e sintéticas demoram muito tempo para se decompor na natureza, poliéster, por exemplo, pode levar mais de 100 anos. Historicamente, a reciclagem têxtil surgiu na Itália, em meados do século XIX, para recuperação de resíduos de lã (ZONATTI, 2016), desde então, essa atividade vem se tornando cada vez mais necessária, devido a grande quantidade de resíduos gerados pela cadeia têxtil. Reciclagem é o processo em que um produto ou seus componentes são usados para criar algo novo; representa uma forma técnica ou reuso. Mais especificamente, se refere à utilização de itens descartados, como insumos para fabricação de novos materiais, minimizando o uso de matérias virgens e a disposição de lixos em aterros sanitários ou incineração (AMARAL et al., 2018). Existem dois métodos de reciclagem: mecânica e química. O modo mecânico transforma o tecido novamente em fibras utilizadas, como enchimentos, tecidos não tecidos, feltros, mantas térmicas e acústicas, retorno a fiação. A reciclagem mecânica consiste em modificar o tecido através de uma manipulação mecânica com diferentes métodos, como desfiar ou triturar para formar novas fibras que podem virar mantas ou novos fios. A maioria dos resíduos têxteis reciclados mecanicamente retorna ao mercado com menor valor econômico e qualidade inferior (MENG et al., 2019). O modo químico é mais complexo, utilizando maneiras químicas como dissolução de partes celulósicas ou sintéticas. Desse modo, é possível separar os materiais que compõem a fibra. De acordo com Leal Filho et al. (2019), o ideal é que as tecnologias químicas sejam priorizadas pois são capazes de possibilitar a reciclagem de tecidos com composições mistas e variadas, como as misturas de fibras naturais com sintéticas. TÓPICO 1 — FIBRAS TÊXTEIS: CONTEXTO HISTÓRICO, FIBRAS NATURAIS, FIBRAS QUÍMICAS 19 Por fim, acreditamos que a reciclagem têxtil não deve ser considerada um fim nela mesma, mas sim um caminho de benefícios socioeconômicos, significando o crescimento econômico de uma nação (LEAL FILHO et al., 2019). 20 Neste tópico, você aprendeu que: • As fibras estão envolvidas em um contexto histórico desde a era primitiva e que seu uso passou por milhares de anos sendo base na elaboração de têxteis. Esses têxteis cobriam os corpos dos nossos antepassados, tal qual acontece na atualidade só que nas condições daquela realidade. A fibra sendo usada como moeda de troca, como uma moeda corrente. • As fibras naturais possuem algumas características principais que devem ser observadas antes de serem usadas: comprimento; largura/diâmetro; resistência à tensão; resistência ou capacidade de absorção; alongamento; elasticidade; e resistência à abrasão. E que além destas existem outras, que devem ser elencadas dependendo do produto que se queira elaborar. • O algodão é utilizado em cerca de 40% dos têxteis atualmente. • A lã já era utilizada como agasalho a mais de 7.000 anos. • No Egito, foram encontrados tecidos de Linho datados de 6.000 a.C. • A seda fornece o mais fino e longo dos filamentos entre as fibras naturais. • As fibras artificiais celulósicas e não celulósicas foram criadas com a intenção de substituição às fibras naturais, algumas delas podem ser confundidas com as fibras naturais como, por exemplo, a seda artificial. RESUMO DO TÓPICO 1 21 1 É sabido que as fibras naturais possuem uma história de descoberta há milênios, com base em estudos arqueológicos, as fibras mais antigas cultivadas e utilizadas pela humanidade são o linho, o algodão, a lã e a seda (PEZZOLO, 2013). Essas são fibras primitivas e foi a partir delas que os tecidos começaram a tomar forma nas mãos de nossos antepassados. Hoje em dia, assim como antigamente, essas fibras (linho, algodão, lã e seda) são muito utilizadas, tratadas como materiais fundamentais para o ramo Têxtil, propiciando belos produtos e de qualidade. Sobre a história das fibras, classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas: ( ) O linho tem no registro mais de 8.000 anos de história, com origem no Egito. ( ) A lã de carneiro tem registro de utilização no período de 10.000 a.C., com achados na Mesopotâmia. ( ) A utilização da seda consta em registro desde a época do Imperador Amarelo (2.600 a.C.) na China. ( ) O algodão consta nos dados históricos desde 5.000 a.C., com origem na Grécia. Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA: a) ( ) F – F – V – V. b) ( ) F – V – V – F. c) ( ) V – V – V – F. d) ( ) V – F – F – V. 2 Um especialista em materiais têxteis precisa entender como elas, as fibras, se comportam em toda a linha de produção e também atentar-se, principalmente, nas características das fibras. Com base nas propriedades físicas estruturais das fibras é que podemos projetar um tecido antecipando suas possíveis características finais. Sobre cuidados e características das fibras têxteis, associe os itens, utilizando o código a seguir: I- Usabilidade. II- Propriedade. III- Elasticidade. ( ) O texto utiliza o termo associando as características físicas estruturais das fibras. ( ) O texto utiliza o termo referindo-se aos cuidados com os produtos elaborados especialmente para vestuário. ( ) É descrito por Aguiar Neto (1996) e refere-se a uma das características físicas principais, que devem ser observadas nas fibras. AUTOATIVIDADE 22 Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA: a) ( ) I – III – II. b) ( ) II – I – III. c) ( ) I – II – III. d) ( ) III – I – II. 3 As fibras químicas recebem esta nomenclatura porquesão elaboradas quimicamente. As fibras químicas ganharam espaço na área têxtil, pois eram consideradas uma boa opção para elaboração de tecidos. A fibra poliéster, por exemplo, é uma das mais utilizadas na elaboração de fios para tecidos. Algumas qualidades podem ser melhoradas, se utilizadas fibras químicas no lugar das fibras naturais. E existem fibras químicas sintetizadas a partir do próprio material natural. Sobre o exposto, analise as afirmativas a seguir: I- Com a Segunda Guerra mundial, as fibras químicas foram aprimoradas e criadas para suprir um déficit de material natural. II- As fibras químicas e as naturais não podem ser mescladas, as mesclas são incompatíveis, pois as fibras são muito diferentes na sua estrutura física. III- As fibras químicas só podem ser mescladas entre elas, pois podem acontecer reações químicas que prejudicam a saúde humana. IV- As fibras químicas podem ser artificiais e sintéticas, e algumas fibras químicas são tão parecidas com as naturais que chegam a serem confundidas e vendidas por tal, como, por exemplo, a seda artificial. Assinale a alternativa CORRETA: a) ( ) As afirmativas II e III estão corretas. b) ( ) Somente a afirmativa IV está correta. c) ( ) As afirmativas I, II e IV estão corretas. d) ( ) Somente a afirmativa I está correta. 4 Na classe de fibras naturais, o bicho da seda é quem fornece o mais fino dos filamentos, com cerca de 1.000 m, a maioria das fibras naturais possuem filamentos descontínuos. Já na classe das químicas, esses filamentos são mais frequentes, pois podem ser produzidos facilmente pelo homem. Com base no que Pezzolo (2013) define, descreva o que é filamento contínuo. 5 A reciclagem é o processo em que um produto ou seus componentes são usados para criar algo novo; representa uma forma técnica ou reuso. Mais especificamente, se refere à utilização de itens descartados, como insumos para fabricação de novos materiais, minimizando o uso de matérias virgens e a disposição de lixos em aterros sanitários ou incineração (AMARAL et al., 2018). Existem dois métodos de reciclagem, disserte sobre os dois principais modos de reciclagem de têxteis: 23 TÓPICO 2 — UNIDADE 1 FIAÇÃO: PROCESSO DE FIAÇÃO, CLASSIFICAÇÃO, TITULAÇÃO E APLICAÇÕES 1 INTRODUÇÃO Caro acadêmico, neste tópico iremos apresentar como acontecem os processos básicos para a formação do fio. Cada um desses passos processuais contribui, em uma linha produtiva, para que as fibras sejam trabalhadas e possam resultar numa fiação com uma qualidade boa. Consequentemente, esse processo garantirá bons tecidos finais. O processo de fiação, assim como todo e qualquer processo na cadeia produtiva têxtil, depende de técnicas e cuidados especiais para garantir um produto final de qualidade. Portanto, abordaremos, dentro dos processos básicos para a formação do fio, a preparação das fibras e as misturas. Posteriormente, veremos os tipos de fiação e a questão da fiação por anel e por rotor e, também, a fiação artesanal. Veremos, ainda, a classificação de fios passando pelas abordagens de fio penteado, fio cardado, fio fantasia, fio tinto, os fios mono e multifilamentos e veremos, por fim, a diferença entre o fio utilizado para malharia e o fio utilizado para tecido plano. Essas abordagens visam dar um parâmetro do processo de fiação como um todo. Embora este seja um assunto complexo e amplo traremos informações que permitirão que você compreenda esse processo e sua magnitude dentro da área têxtil. Iniciaremos, portanto, com os processos básicos para a formação do fio. 2 PROCESSOS BÁSICOS PARA A FORMAÇÃO DO FIO Acadêmico, esta é uma das principais atividades na indústria têxtil. Na fiação é onde acontece uma das principais atividades do setor. Aqui os fios vão tomar forma a partir da utilização das fibras. Essas fibras vão passando por processos que permitem que elas cheguem ao estágio de fio, adquirindo características e especificidades que vão refletir lá na frente, na construção do tecido, ou melhor, no produto final. 24 UNIDADE 1 — FIBRAS TÊXTEIS, FIAÇÃO, MALHARIA, TECELAGEM A Figura 9 mostra, em 1, o setor recebendo as fibras e formando feixes; em 2, os fusos por onde começam a surgir os fios que são estirados e torcidos; e, em 3, os fios tomando forma. FIGURA 9 – PROCESSOS FONTE: Adaptada de Souza (2020) Acadêmico, a partir dessa visualização, é importante que você entenda que nesse processo “é definido a densidade linear ou diâmetro do fio, que tecnicamente é chamado de título, ou seja, sua relação entre comprimento e massa. O título é basicamente determinado pelas velocidades de entrada e saída durante a estiragem. Quanto mais estirado o feixe, menor o diâmetro do fio” (SOUZA, 2020, p. 14). A Figura 9 demonstra uma ideia bem resumida dos processos básicos para uma compreensão macro. Trataremos, a seguir, de algumas etapas de modo mais aprofundado. 2.1 PREPARAÇÃO: ABERTURA; BATEDORES; CARDAS, PASSADORES) Para a fase de preparação separamos, em passos bem específicos, como acontece cada um desses processos de abertura, batedores, carda e passadores, seguindo as etapas descritas a partir de Pereira (2009). TÓPICO 2 — FIAÇÃO: PROCESSO DE FIAÇÃO, CLASSIFICAÇÃO, TITULAÇÃO E APLICAÇÕES 25 Na etapa de abertura, as matérias-primas apresentam-se na forma de fardos compactados, com peso em torno de 200 kg cada. Ao chegar à indústria, as fibras na forma de fardos são preparadas para serem processadas para a transformação em fio, em quatro passos: • Coleta de amostras e recebimento: os fardos são descarregados em local apropriado, são retiradas amostras para analisar a quantidade de água na amostra; analisar o tipo da fibra, esta análise é feita partir de padrões de classificação. • Armazenagem: os fardos são posicionados no depósito conforme suas propriedades, o que irá facilitar o plano de mistura da fiação. • Sala de abertura: a abertura é feita por um equipamento, automático ou manual, que coleta pequenas porções de cada fardo. • Batedores para remoção de impurezas: as impurezas, que consistem de cascas, galhos, folhas, areia e barro, entre outras, são removidas – em grande parte – nesses batedores. Dos batedores, as fibras são transportadas ao processo de cardagem. Geralmente o transporte é realizado por tubulações. Posteriormente, entramos na fase da carda, nesta etapa é quando acontece a obtenção da mecha de fibras, como aquelas mechas da Imagem 1 da Figura 9. O processo de carda tem a finalidade de limpar e separar as fibras, tirar as impurezas que, por ventura, ainda estejam presas à matéria-prima e também possibilita misturar as fibras. É na carda que inicia o processo de paralelismo e estiragem da massa de fibras. O produto de entrada é a manta e o produto de saída é a fita de carda (PEREIRA, 2009). Passada a etapa de cardagem, vêm os passadores. Os passadores, “objetivam uniformizar o peso por unidade de comprimento, paralelizar as fibras através da estiragem e misturar as fibras” (PEREIRA, 2009, p. 15). Esse processo pode ser descrito em passos como os que seguem: • A fita é introduzida num par de cilindros giratórios com velocidade. • Posteriormente, a fita de algodão entra em outro par de cilindros movimentando- se a uma velocidade maior, por exemplo, seis vezes maior que a do primeiro par. • A fita resultante será seis vezes mais comprida e fina do que a introduzida no primeiro par de cilindros. • A uniformização da qualidade das fibras é realizada nos passadores. Os passadores têm a função de misturar várias fitas de carda para a obtenção de uma nova em um sistema de junção, com posterior estiramento e torção, para obtenção de fitas com melhor uniformidade. 26 UNIDADE 1 — FIBRAS TÊXTEIS, FIAÇÃO, MALHARIA, TECELAGEM 2.2 MISTURA DE FIBRAS Já vimos que na indústria têxtil e na moda as fibras são trabalhadas na sua forma natural ou mesclada, compondo novos tipos/variedades de tecidos. Com percentuais diferentes de fibras, é possívelcriar novos tipos de tecidos. Conforme Gruber (2016, p. 33), “os fios podem ser misturados entre si, influenciando na produção dos tecidos em razão da qualidade, do conforto, do valor comercial, dentre outras características”. As roupas normalmente trazem uma etiqueta que descreve a composição do tecido ou da malha de que são feitas. Vejamos o exemplo das misturas de lã, baseado no que (PEREIRA, 2009) nos mostra, podemos verificar que a lã normalmente apresenta-se de modo misto, embora alguns lanifícios apresentem lã 100%. As misturas mais utilizadas são: poliéster e lã em percentuais que variam de 80/20 a 50/50 das fibras, respectivamente. As misturas normalmente são pensadas em razão de redução de custos, mas não apenas por isso, qualidades extras podem ser adquiridas a partir das misturas como, por exemplo, que o fio/tecido não enrugue. É importante entender que, do mesmo modo que a lã, outras fibras naturais ou químicas são misturadas e, assim, comercializadas, devendo sempre obedecer a regra de fornecer aos consumidores as informações dos percentuais de cada fibra utilizados. 3 TIPOS DE FIAÇÃO Quando o assunto é fiação, encontramos dois principais tipos na escala industrial: fiação por anel e fiação por rotor. Além dessas, existe ainda a fiação feita artesanalmente. Cada uma delas tem seu processo, sua função e também um contexto. Veja, por exemplo, a fiação artesanal é uma técnica milenar e, como já vimos, existem histórico de tecidos feitos com fios que, na atualidade, entendemos como artesanais, mas para nossos antepassados se tratava da tecnologia existente naquela época e contexto, e que funcionava muito bem, suprindo as necessidades de vestimenta da época. Trataremos de cada forma de fiar, separadamente. 3.1 FIAÇÃO POR ANEL A evolução dos equipamentos na Revolução Industrial, entre 1850 e 1914, trouxe infinitas possibilidades, e uma delas foi a melhoria contínua nos equipamentos para tecer. O tipo de fiação por anel é um processo de fiação de têxteis industriais, chamado de convencional (CO). A fiação por anel oferece maior resistência, e nela podem ser usadas tanto as fibras curtas como as longas. É um processo considerado oneroso em relação ao feito por rotor. No entanto, resulta num fio macio desde o núcleo à superfície. TÓPICO 2 — FIAÇÃO: PROCESSO DE FIAÇÃO, CLASSIFICAÇÃO, TITULAÇÃO E APLICAÇÕES 27 Veja na Figura 10 – TIPOS DE FIAÇÃO E SEUS PROCESSOS –, uma demonstração dos processos de produção de fios cardados feitos por anel e fios penteados feitos por anel. ATENCAO 3.2 FIAÇÃO POR ROTOR Assim como a fiação por anel, a fiação por rotor é outro processo de fiação industrial de têxteis chamada também de fiação Open-End (OE). Produz fio regular em relação à fiação por anel. No entanto, é menos resistente. Este processo trabalha muito bem utilizando as fibras mais curtas que normalmente causam dificuldades ao fiar. Com a utilização do processo Open- End, é possível de conseguir maior alongamento do fio, característica importante para a produção de malharia, por exemplo. Vejamos, na Figura 10, um demonstrativo dos fluxos da fiação por anel e também da fiação por rotor: 28 UNIDADE 1 — FIBRAS TÊXTEIS, FIAÇÃO, MALHARIA, TECELAGEM FIGURA 10 – TIPOS DE FIAÇÃO E SEUS PROCESSOS FONTE: Miashita et al. (2017, p. 4) Note que a fiação penteada produzida por anel passa pelos processos de reunideira e penteadeira diferenciando-se do fio cardado. Importante frisar que a fiação por rotor é uma opção para a utilização dos resíduos têxteis de outros processos, inclusive da fiação por anel! Você já percebeu que a Figura 10 se refere aos tipos de fios cardado e penteado, certo? Sobre esses fios, veremos mais logo em sequência, na classificação dos fios. ESTUDOS FU TUROS TÓPICO 2 — FIAÇÃO: PROCESSO DE FIAÇÃO, CLASSIFICAÇÃO, TITULAÇÃO E APLICAÇÕES 29 3.3 FIAÇÃO ARTESANAL A fiação artesanal é uma atividade milenar, trazida e repassada por nossos antepassados. Já vimos na história dos têxteis que existem registros de fios e tecidos construídos a mais de 6.000 anos. Existem alguns modos de se obter fios artesanais feitos manualmente com a utilização de equipamentos mais simples como, por exemplo, a fiação com o fuso (Figura 11): fuso e roca (Imagem 1) e a fiação com roca (Imagem 2), que, apesar de serem técnicas bem antigas, ainda são utilizadas atualmente no desenvolvimento de produtos artesanais, uma atividade considerada importante para as memórias culturais e muito valorizada. FIGURA 11 – FUSO E ROCA FONTE: Adaptada de Capeletti (2012) A Imagem 3 da Figura 11, ilustra um fio sendo fiado no equipamento roca, com uma mistura de fibra natural vegetal – paina – e fibra natural animal – lã de carneiro. Bem, agora sabendo que existem modos diferentes de construir o fio, precisamos entender como esses fios são classificados na indústria. Portanto, na abordagem a seguir, veremos os tipos de fios e sua classificação. 30 UNIDADE 1 — FIBRAS TÊXTEIS, FIAÇÃO, MALHARIA, TECELAGEM 4 CLASSIFICAÇÃO DE FIOS A classificação dos fios se dá a partir do modo como eles são construídos, ou seja, a partir dos processos aos quais são submetidos, pois são esses processos que lhes garantem esta ou aquela qualidade ou característica. 4.1 FIO PENTEADO Conforme já vimos, o modo de produção por anel é que origina o fio penteado. Mas, para que o processo de pentear aconteça, na linha de produção são necessários dois equipamentos/processos adicionais: a reunideira e a laminadeira. A reunideira é o que reúne as fitas saídas da carda ou do passador, formando uma manta que, posteriormente, vai para a penteadeira. Já a laminadeira reúne as mantas dando maior uniformidade para poder alimentar a penteadeira. Pereira (2009) nos relata que a laminadeira é alimentada por quatro a seis mantas de reunideira. Agora, depois desses dois passos, as fibras passarão pela penteadeira, e, neste passo da penteadeira, as fibras longas formam fitas. Uma vez uniformizadas as fibras em formato de fita, entende-se que o material está apto para formar fios de boa qualidade. FIGURA 12 – FIO PENTEADO E APLICADO FONTE: <https://vandalpower.files.wordpress.com/2019/02/vandal-penteado-cardado.jpg>. Acesso em: 31 mar. 2021. TÓPICO 2 — FIAÇÃO: PROCESSO DE FIAÇÃO, CLASSIFICAÇÃO, TITULAÇÃO E APLICAÇÕES 31 Mas como a penteadeira influencia no fio? Ela é um equipamento cuja função é eliminar as fibras mais curtas e as impurezas, ou seja, existe um processo de limpeza das fibras, ao passo que elas ficam penteadas e alinhadas. Passando pela penteadeira, o fio, que será produzido lá no final, adquire aspecto mais regular e resistente, pois ficam apenas as fibras mais longas, e, por consequência, lhe é atribuído melhor qualidade reduzindo o pilling – aquelas indesejáveis bolinhas que se formam nas roupas. FIGURA 13 – TECIDO SEM PILLING E COM PILLING FONTE: <https://nitrocdn.com/EArRGGWoDALieBzqHUsHFiGtVBmuqofA/assets/static/optimized/ rev-78c8b75/wp-content/uploads/2017/11/Pilling-no-good-min.jpg>. Acesso em: 31 mar. 2021. Os fios penteados são mais espessos, mais resistentes, resultam em uma maior maciez e, por isso, são mais confortáveis, têm uma menor taxa de encolhimento e com maior valor agregado. Já sobre as sobras residuais desse processo, as fibras curtas são aproveitas para formar novos fios, mais espessos e rústicos. Entendido o processo de pentear, agora vamos ver os fios cardados, outra categoria de fio, que por sua vez, tem processos diferenciados. 4.2 FIO CARDADO Fio cardado é aquele que não passa pela penteadeira, ele passa pela carda e vai diretamente para os passadores, num processo que não lhe exige tanta limpeza. O fio cardado deixa o tecido com a propensão de formar pilling, a estrutura do fio é irregular, os fios são mais grossos dos que os penteados. A Figura 14 ilustra um fio de algodão cardado, ou seja, aquele que não passou pelo processo de pente: 32 UNIDADE 1 — FIBRAS TÊXTEIS, FIAÇÃO, MALHARIA, TECELAGEMFIGURA 14 – FIO CARDADO E APLICADO FONTE: <https://vandalpower.files.wordpress.com/2019/02/vandal-penteado-cardado.jpg>. Acesso em: 31 mar. 2021. É visível que as fibras curtas dão aspecto de irregularidade ao fio, ficando sujeito à formação das indesejáveis bolinhas no tecido, tecnicamente chamadas de pilling. Essas texturas nem sempre são desfavoráveis, por exemplo, se a intenção é texturizar um fio para determinado fim é válido utilizar deste processo de carda, ou mesmo de um processo artesanal, no qual resultam fios irregulares muito utilizados em produtos artesanais. Lembre-se que as escolhas processuais também levam em consideração a finalidade do fio, ou seja, para que ele está sendo feito, com qual objetivo, qual a usabilidade que eu quero dar a esse fio. O quê, por que e como, são questões que norteiam as decisões na escolha dos processos têxteis. 4.3 FIO FANTASIA O fio fantasia é um tipo de fio que passa por processos de beneficiamento para lhe conferir diferenciais como, por exemplo, o toque, a leveza e a maciez. Podemos citar como exemplo os fios botonê e o buclê. No fio fantasia são adicionadas estrategicamente irregularidades, desde a torção, ou na espessura ou mesmo na cor. O fio então fica “fantasiado”, como retrata sua própria classificação. Para a sua estrutura são utilizados três fios: miolo, efeito e amarração. Cada um deste tem sua função enquanto estrutura. O miolo, também chamado de fio-alma, e fica ao centro. TÓPICO 2 — FIAÇÃO: PROCESSO DE FIAÇÃO, CLASSIFICAÇÃO, TITULAÇÃO E APLICAÇÕES 33 FIGURA 15 – EXEMPLO DE FIO FANTASIA FONTE: <www.criartfiotextil.com.br/fio-fantasia/>. Acesso em: 31 mar. 2021. Os fios fantasias são construídos para um fim específico e dificilmente elabora-se um tecido 100% a partir deles, pois são usados, na maioria das vezes, em peças decorativas e artesanais. 4.4 FIO TINTO O fio tinto é muito utilizado na elaboração de tecidos, principalmente aqueles que, em seu projeto, haja necessidade de receber o fio já colorido, ou seja, ele é aquele fio tingido antes de ir para a tecelagem. Para a tinturaria do fio, normalmente usa-se corantes e mordentes fixadores de cor. 4.5 FIO MULTIFILAMENTO E MONOFILAMENTO Vimos que o filamento é basicamente um material fibroso contínuo e fino. Um exemplo clássico do fio monofilamento e de multifilamento é o fio de náilon, que, inclusive, é frequentemente utilizado para pescaria. A diferença entre os tipos se dá pelo fato de que, para o monofilamento, é utilizado apenas um único filamento, enquanto o fio multifilamento é constituído de dois ou mais filamentos. Como os próprios nomes sugerem. O fio mais fino do mundo usado para tecelagem é composto de seis ou sete filamentos de seda e resulta no tecido crepe da china (PEZZOLO, 2013). INTERESSA NTE 34 UNIDADE 1 — FIBRAS TÊXTEIS, FIAÇÃO, MALHARIA, TECELAGEM 4.6 FIO PARA MALHA E FIO PARA TECIDO PLANO: DIFERENÇAS O fio de malharia é um tipo de fio que deve ser mais fino e oferecer resistência mecânica maior do que aqueles utilizados em tecidos planos. Isso se deve ao fato de que a malha é constituída por uma continuação de laçadas utilizando o mesmo fio. Essas laçadas conferem flexibilidade às peças de malha que esticam e voltam ao seu estado normal. Já nos fios para têxteis de tecido plano, os fios não precisam oferecer tanta resistência mecânica, embora seja ideal oferecer, pois a própria trama permite tornar o tecido mais resistente mecanicamente. Portanto, podemos dizer que a diferença entre o fio de malha e o fio têxtil dos planos reside na resistência mecânica. 35 RESUMO DO TÓPICO 2 Neste tópico, você aprendeu que: • A fiação é um processo que transforma a fibra em fio têxtil, demanda muita atenção e técnica. Na fabricação do fio, a fibra passa pela abertura, batedores, cardas e passadores e cada um desses passos é um processamento específico. • É possível misturar as fibras mesmo que de origens diferentes, elas podem complementar-se melhorando as características finais de um tecido ou mesmo agregando alguma propriedade específica ao fio/tecido. • Os principais modos de se obter fiação são: a fiação por anel, que se subdivide em fiação cardada e fiação penteada; a fiação por rotor, com um caminho operacional mais curto que a fiação por anel e além desses também é possível fazer a fiação artesanal. • O fio mais fino do mundo é composto por seis ou sete filamentos de seda, este tecido é o crepe da China. 36 1 Para a fase de preparação acontecem os processos de abertura, batedores, carda e passadores, conforme descreve Pereira (2009). Cada um desses processos tem uma função importante para transformar as fibras em fio. Sobre o processo de carda da preparação das fibras, classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas: ( ) Na carda acontece a obtenção da mecha de fibras. ( ) O processo de carda tem a finalidade de limpar e separar as fibras, tirar as impurezas que, por ventura, ainda estejam presas à matéria-prima. ( ) A carda objetiva uniformizar o peso por unidade de comprimento e misturar as fibras. ( ) É na carda que inicia o processo de paralelismo e estiragem da massa de fibras. Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA: a) ( ) F – F – V – V. b) ( ) F – V – V – F. c) ( ) V – V – F – V. d) ( ) V– F – F – V. 2 A fiação é um setor que produz fios e que, para isso, necessita de vários passos, ou subprocessos, para transformar as fibras em fio. Cada subprocesso tem uma função específica, desde a limpeza das fibras até a expedição do produto final. Sobre os tipos de fiação industrial, associe os itens, utilizando o código a seguir: I- Fiação por Anel – Penteada. II- Fiação por Rotor. III- Fiação por Anel – Cardada. ( ) Envolve os seguintes passos: linha de abertura-carda-passador, I-reunideira-penteadeira-passador, II-maçaroqueira-filatório anel- conicaleira-vaporizadeira-embalagem e expedição. ( ) Envolve os seguintes passos: linha de abertura-carda-passador, I-passador; II-maçaroqueira-filatório a anel-conicaleira-vaporizadeira- embalagem e expedição. ( ) Envolve os seguintes passos: linha de abertura-carda-passador, I-passador, II-filatório a rotor-vaporizadeira-embalagem e expedição. Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA: a) ( ) I – III – II. b) ( ) II - III - I. c) ( ) I – II – III. d) ( ) III – I – II. AUTOATIVIDADE 37 3 A classificação dos fios se dá a partir do modo como eles são construídos, ou seja, a partir dos processos aos quais são submetidos. Na fiação por anel, é possível conseguir o fio penteado e o fio cardado. Existem passos adicionais para que se obtenha o fio penteado, os quais estão descritos no texto como reunideira e lâminadeira, para, posteriormente, passar pela penteadeira. Sobre o fio penteado, analise as sentenças a seguir: I- Os fios penteados são mais fracos que os fios cardados, porém mais espessos, resultam em maior maciez e, por isso, mais confortável. II- Os fios penteados, no seu processamento, geram sobras residuais que são fibras curtas, elas podem ser aproveitas para formar novos fios, mais espessos e rústicos. III- Os fios penteados são mais espessos, mais resistentes, resultam em uma maior maciez e, por isso, são mais confortáveis, têm uma menor taxa de encolhimento e com maior valor agregado. IV- O fio penteado é um equipamento cuja função é eliminar as fibras mais curtas e as impurezas, ou seja, existe um processo de limpeza das fibras, ao passo que elas ficam penteadas e alinhadas. Assinale a alternativa CORRETA: a) ( ) Somente a afirmativa III está correta. b) ( ) As afirmativas II e III estão corretas. c) ( ) As afirmativas I, II e IV estão corretas. d) ( ) Somente afirmativa I está correta. 4 As escolhas processuais no setor de fiação consideram a finalidade do fio, para qual produto ele será destinado ao final, ou seja, que usabilidade que eu quero dar a esse fio. Fio cardado é aquele que, no seu
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