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TCC _ LITERATURA NA EDUCAÇÃO INFANTIL E SUA CONTRIBUIÇÃO PARA A FORMAÇÃO DE NOVOS LEITORES

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TC _ TRABALHO DE CURSO
GRADUAÇÃO – LICENCIATURA EM PEDAGOGIA
MELO, Gleydmara Pereira Gomes
RA: 0543318
TÍTULO:
LITERATURA NA EDUCAÇÃO INFANTIL E SUA CONTRIBUIÇÃO 
PARA A FORMAÇÃO DE NOVOS LEITORES
VILA VELHA -ES 
2022
Trabalho Monográfico – Curso de
Graduação – Licenciatura em Pedagogia,
apresentado à comissão julgadora da
UNIP EaD sob a orientação do(a)
Professor.(A) Celina U.F. Nascimento
MELO, Gleydmara Pereira Gome
RA: 0543318
TÍTULO:
LITERATURA NA EDUCAÇÃO INFANTIL E SUA CONTRIBUIÇÃO PARA A 
FORMAÇÃO DE NOVOS LEITORES
Data de aprovação _ _ _ / _ _ _ / _ _ _ _ _ _
_______________________________________
Prof. (a) Orientador (a)
UNIP – Universidade Paulista
______________________________________
Prof. (a) Orientador (a)
UNIP – Universidade Paulista
______________________________________
Prof. (a) Orientador (a)
UNIP – Universidade Paulista
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus, que me fortaleceu nessa batalha desde
quando iniciei esta caminhada, sei que não foi nada fácil, porém obtive conhecimento
e oportunidades imensuráveis.
Agradeço a minha família e amigos que estiveram durante esse percurso
de graduação, onde tiveram toda a paciência e carinho durante os dias mais difíceis e
me deram apoio em cada decisão do curso, principalmente а meu esposo que me
incentivou e desafiou a esse novo objetivo .
Agradeço a Universidade Paulista, principalmente nosso polo de apoio
aonde todos não mediram esforços para que eu chegar até aqui.
RESUMO
Este trabalho resgata um pouco da história da literatura infantil e dos
caminhos trilhados por este gênero até consolidar-se na escola como recurso didático,
ressaltando a necessidade de firmar-se como obra literária. A literatura infantil é uma fonte
enriquecedora de conhecimento e informação e oferece um método prazeroso e lúdico
para que as crianças possam enveredar no mundo da leitura. Evidenciou-se nesta pesquisa
o quanto a literatura infantil está presente na sala de aula e como pode ser uma grande aliada
no processo de aquisição da leitura. Sabe-se que as crianças são fascinadas por histórias e
que estas favorecem o desenvolvimento cognitivo, intelectual, emocional e social.
Buscou-se aqui confirmar a necessidade da presença da literatura infantil no cotidiano
escolar como forma de transformação social. Outros aspectos levantados foram as diversas
formas de trabalho com a literatura e possíveis recursos. Através da pesquisa bibliográfica
constatou-se que a leitura proporciona ao leitor aprimorar seu caráter, sua personalidade,
criatividade, imaginação e, futuramente, tornar-se um leitor crítico, apto a exercer sua
cidadania, consciente da realidade social em que está inserido e das possibilidades de
transformá-la.
Palavras-Chave: Literatura infantil. Leitura. Alfabetização.
O processo de leitura possibilita
essa operação maravilhosa que é
o encontro do que está dentro do
livro com o que está guardado
na nossa cabeça.
Ruth Rocha
https://www.pensador.com/autor/ruth_rocha/
ABSTRACT
This work rescues some of the history of children's literature and the
paths trodden by this genre until it is consolidated in school as a didactic resource,
emphasizing the need to establish itself as a literary work. Children's literature is an
enriching source of knowledge and information and offers a pleasurable and playful
method for children to enter the world of reading. It was evidenced in this research how
much children's literature is present in the classroom and how it can be a great ally in the
process of reading acquisition. It is known that children are fascinated by stories and that
they favor cognitive, intellectual, emotional and social development. This study sought
to confirm the need for the presence of children's literature in daily school life as a form
of social transformation. Other aspects raised were the various forms of work with the
literature and possible resources. Through the bibliographic research it was found that
reading provides the reader with improving his character, personality, creativity,
imagination and, in the future, becoming a critical reader, able to exercise his
citizenship, aware of the social reality in which he is inserted and the possibilities of
transforming it.
Keywords: Children's literature. Reading. Literacy.
The reading process enables this 
wonderful operation which is the 
encounter of what is inside the 
book with what is stored in our 
head.
Ruth Rocha
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 7
CAPÍTULO I _ A LITERATURA NA EDUCAÇÃO INFANTIL..............................11
1.1 A Infância.........................................................................................................11
1.2-Aspectos Históricos da Literatura na educação Infantil............................. 16 
1.3 A Literatura infantil no Brasil ....................................................................... 18
1.4 A literatura na Educação Infantil ................................................................. 21
CAPÍTULO II _ ASPECTOS LEGAIS DA EDUCAÇÃO INFANTIL...................... 27
2.1 Educação Infantil e a legislação brasileira..................................................... 27
2.2 O papel da escola ............................................................................................ 31
2.3 Ler na escola, compreensão para o mundo.................................................... 33
2.4 Leitura e cidadania ........................................................................................ 37
CAPÍTULO III _ PROCEDIMENTOS E MÉTODOS DE PESQUISA...................39
CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................................ 40
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................................... 42
INTRODUÇÃO
A literatura infantil é um dos momentos mais significativos dentro das
escolas. Este trabalho tem por enfoque salientar a literatura infantil como base para o
desenvolvimento da linguagem, da imaginação e da fantasia. Percebe-se o quanto a
proposta pedagógica das instituições de ensino é importante quando constituída de um
currículo que amplia o contato das crianças com livros e outros materiais da literatura
infantil.
Para a literatura infantil a criança tem acesso a um mundo de possibilidades e
construções, aproximando-a de diferentes linguagens, estimulando o convívio escolar e
adaptando-se ás novas aprendizagens.
Fazendo um resgate da infância, nota-se o quanto as crianças compreendem
o mundo através de jogos, brincadeiras, músicas e histórias e ressalta o papel da escola
como propulsora de linguagens e culturas.
Assim, é necessário utilizar a literatura infantil para que se efetive como um
hábito, formador de leitores que se aproximam das diversidades culturais e sociais, além de
desenvolver a imaginação, memória e fantasia.
Cabe ressaltar a relevância deste tema para se pensar na construção de um
ambiente educacional, onde as crianças aprendam efetivamente.
É notória a importância da literatura infantil sendo um dos fundamentos da
educação de crianças. Procura-se compreender como a criança era percebida na sociedade,
como e qual era o seu lugar. Através deste trabalho iremos refletir sobre a importância da
literatura infantil no Brasil e no mundo e de como se dá este momento que propicia a
sensibilidade,
diversidade e ampliação de culturas na escola.
A literatura infantil é um valioso recurso no processo educativo junto ás
crianças. As histórias infantis cativam-nas pelo fato de se constituírem de uma linguagem
repleta de elementos inusitados e enredos carregados de possibilidades, de representações,
movimentos, sonhos e realidades.
Ao contar uma história, o professor de educação infantil necessita de
sensibilidade e empatia com o público; ele deve transmitir seu sentimento e estar
totalmente envolvidopela história para expressar toda a sua emoção.
7
APRESENTAÇÃO DO TEMA
Há um pouco mais de leitores no Brasil. Se em 2011 eles representavam
50% da população, em 2015 eles são 56%. Mas ainda é pouco. O Índice de leitura, apesar
da ligeira melhora, indica que o brasileiro lê apenas 4,96 livros por ano – desses 0,94 são
indicados pela escola e 2,88 lidos por vontade própria. Do total de livros lidos, 2,43 foram
terminados e 2,53 lidos em partes. A média anterior era de quatro livros lidos por ano. Os
dados são da quarta edição da Pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, feita pelo IBOPE
por encomenda do Instituto Pró – livro.
Para 67% da população, não houve uma pessoa que incentivasse a leitura
em sua trajetória, mas dos 33% que tiveram alguma influência, a mãe, ou o responsável
do sexo feminino, foi a principal responsável (11%), seguida pelo professor (7%).
O gosto pela leitura inicia-se muito cedo, seja em casa ou na escola. Mas se
os pais ou até mesmo alguns professores não são leitores, como este “gosto” poderia ser
despertado e incentivado nos pequenos?
A leitura deve ser apresentada á criança como algo longe de ser enfadonho
e mecânico, mas sim como algo dinâmico e contextualizado, fazendo com que a
criança, como leitor, viva e sinta a história.
Assim, a literatura infantil estimula vários sentidos: seu estilo singular pode
mostrar a criança uma nova gramática da comunicação sem regras fixas unindo, desta
forma, o verbal, o magnético e o sensorial. É partindo da premissa que a literatura
infantil contribui diretamente para o desenvolvimento da leitura e da formação de novos
leitores, que se justifica a pesquisa que se pretende desenvolver.
Dessa forma, essa pesquisa gira em torno do seguinte questionamento:
Como
a literatura na educação infantil pode contribuir para a formação de novos leitores?
8
QUESTÕES NORTEADORAS
A literatura infantil não possui objetivos meramente pedagógicos, como já
foi visto até aqui, e não pode ser considerada apenas para despertar o gosto pela leitura,
mas também proporcionar prazer. Durante muito tempo esta era apenas para adultos e hoje
o universo infantil é algo infinito e maravilhoso. A literatura infantil é capaz de levar ao
mundo da fantasia, mas de forma a conectar a realidade vivida pela criança, fazendo-a
refletir sobre o mundo que a cerca, pois Miguez (2009,p.17 ) diz que “a leitura é um
processo de percepção da realidade envolvendo, entre outros fatores, a visão do mundo do
leitor.”
Portanto, o pensamento central deste trabalho é: como a literatura na
educação infantil pode contribuir para a formação de novos leitores? Quais metodologias o
professor pode utilizar para auxiliar a despertar em seus alunos o gosto pela leitura? Como
o professor pode, em suas práticas pedagógicas, despertar em seus alunos o prazer da
leitura?
OBJETIVOS
Geral _O referido projeto visa evidenciar a importância da contribuição da literatura
infantil para o desenvolvimento da leitura, bem como analisar como o mundo literário
contribui para a formação de novos leitores.
Específicos _ Evidenciar como a literatura infantil pode contribuir no desenvolvimento da
leitura das crianças. Apontar alternativas metodológicas para o desenvolvimento e
incentivo á leitura. Demonstrar a importância do professor no processo de formação de
novos leitores.
JUSTIFICATIVA
A literatura infantil, utilizada de modo adequado, é um instrumento de
extrema importância na construção do conhecimento do educando, fazendo com que o
mundo da leitura desperte nele não só uma aprendizagem significativa mas também seja
uma atividade prazerosa.
9
Além do prazer de entrar em um mundo imaginário, a literatura iniciada
na infância pode ser a chave para um bom aprendizado escolar. O mundo dos livros não é
apenas o da comunicação e da linguagem em seu sentido amplo, mas sim um
instrumento capaz de trabalhar com a emoção e a capacidade de interação humana.
A criança que entra em contato com o universo da leitura tem mais
facilidade para aprender e também para conviver na escola.
Coelho (2000, p.15) afirma que “ é ao livro, á palavra escrita, que atribuímos
a maior responsabilidade na formação da consciência de mundo das crianças e dos jovens.”
O prazer da literatura é antecedido pelo da escrita, evoluindo para uma atitude de curiosidade
diante da vida. Por isso faz-se necessário despertar o gosto pela leitura na criança desde a
educação infantil, tornando-se imprescindível potenciar uma criança ativa, curiosa para que
vá construindo sua imagem de mundo em interação com a realidade, com os adultos e com
seus familiares.
METODOLOGIA
O objetivo principal desta pesquisa é verificar como e de quais formas os
professores que trabalham na educação infantil, utilizam a literatura no dia a dia escolar.
Partindo desse objetivo geral e definida a pesquisa a ser realizada, o presente estudo
terá ainda como objetivos específicos, investigar a utilização pelos professores da literatura
como apoio pedagógico e os métodos utilizados para desenvolver o hábito da leitura nos
alunos; conhecer quais gêneros textuais utilizados com maior frequência e verificar a
contribuição da literatura infantil no desenvolvimento de competências leitoras.
Quanto a pesquisa, esta será qualitativa e terá como objetivo primordial a
análise do conhecimento dos professores acerca da contribuição que o uso da literatura
infantil pode proporcionar quando utilizada diariamente e o favorecimento que este
trabalho possibilita no processo de aquisição da leitura.
Sendo assim, foram realizadas pesquisas bibliográficas e pesquisas com
professores, pelas quais foi possível verificar a importância da literatura infantil como fonte
de cultura e conhecimento, incentivando a aquisição da leitura em crianças no processo de
alfabetização.
10
“ Literatura, na Educação Infantil, promove o conhecimento de si e do mundo, desenvolve
a imaginação e instiga a curiosidade, a exploração, o encantamento, o questionamento e o
conhecimento das crianças em relação ao mundo, além de possibilitar o desenvolvimento
de capacidades e habilidades de ordem cognitiva e socio afetiva, objetivos elencados tanto
nos eixos estruturais das Diretrizes Curriculares Nacionais como na Base Nacional
Curricular Comum – BNCC. “
CAPÍTULO I _ A LITERATURA NA EDUCAÇÃO INFANTIL
1.1 A Infância
O tema infância, nos dias de hoje, recebe enfoque filosófico, político e
cultural. Para Miguel Arroyo (2000, p.39), existe uma cumplicidade de séculos e de cada dia
entre educadores e infância;
A figura do Pedagogo vai se confundindo no mesmo movimento da configuração
histórica da infância. A infância não é um simples conceito, é um preceito, um
projeto de ser, vinculado a ideais de felicidade e emancipação, nos lembra
Phillippe Ariès. Ou vinculada a um ideal-projeto de harmoniosa maturação, nos
adverte J.J. Rousseau. Um projeto vinculado muito antes à paideia, que nasce
preocupada com a educação justa da infância. Maturação, felicidade,
emancipação, harmonia ou educação justa... tudo valores, ideais e projetos onde a
infância e seu artífice, o pedagogo, se configuram.
Entende-se por criança um indivíduo que não tem maturidade e nem
comportamento de um adulto; porém, exceto a idade, a comparação entre adulto e criança é
muito complexa. O resgate da infância, o contexto histórico da literatura na educação
infantil e a literatura nessa modalidade de ensino, devem estar vinculados ao currículo
escolar e trabalhos de forma significativa.
Deve-se ter um olhar ligado á cultura e á sociedade na qual a criança está
inserida e, principalmente, os papeis que esta sociedade determina para cada uma delas.
Portanto, faz-se necessário analisar a criança e as relações sociais existentes em sua vida.
Para discutir essa questão, Phillippe Ariés (1981), faz uma descrição do
sentimento da infância desde a Idade Média ressaltando as mudanças ocorridas até se
chegar á Idade Moderna, em sua obra intitulada: “História socialda criança e da família”.
11
Não havia distinção entre crianças e adultos; não havia brincadeiras, escola ou espaço
para elas. Sendo assim, a vida da criança confundia-se com a dos adultos.
A presença da criança era desconsiderada pela sociedade, pois não percebiam
as características da infância. O estudo histórico de Ariés (1981) ressaltou que na Idade
Média as crianças eram seres biológicos, que a ideia contemporânea de infância como
seguimento social, surgiu com a modernidade e teve como berço a escola e a família.
Muitos costumes se modificaram decorrentes de movimentos sociais,
transformações políticas, econômicas e religiosas que direcionavam um novo olhar para a
infância que é notada como uma fase da vida humana com características e necessidades
específicas.
Ainda para Ariés (1981), o primeiro sentimento de infância é a chamada
“paparicação”. Neste período, essa descoberta da infância coloca nas crianças uma
expectativa sobre seu futuro- homem e mulher que poderiam se tornar.
Outro ponto relevante é que no período do Iluminismo, a criança vivia numa
situação conflitante entre a paparicação e a negociação e passa a ser reconhecida como
objeto de estudo da ciência.
Ariés (1981) mostra que o lugar de anonimato ocupado pelas crianças
que sobreviviam aos primeiros tempos de vida na Idade Média, passa a ter outro sentido na
modernidade. Os estudos sobre desenvolvimento infantil começaram a fazer parte desse
período, marcando as pedagogias da época.
De acordo com Peres (1997), a noção fundamental que impõe nos meados do
século XVIII é o da inocência infantil. As características da infância eram a fragilidade e a
debilidade, fazendo com que os adultos investissem na educação deste ser puro e incapaz.
Assim, tem-se a ideia de que a criança é um adulto em miniatura, podendo se
tornar um participante da sociedade quando pudesse trabalhar.
Desse modo, a infância é tida como um tempo constituído de
características
próprias que guarda toda a pureza e inocência e que deve ser preservada com o intuito de ser
cultivada por meio da educação.
12
O movimento pela moralização da sociedade surgiu com a igreja e, através
da educação, a criança era preparada para a sua vida adulta. A família burguesa funda a
vida privada caracterizada pelo sentimento moderno de amor e de proteção mútua e a
infância deixa de ser vista como uma condição passageira.
Segundo Ghiraldeli (1996), no século XVIII os dois pensadores Rousseau e
Montaigne voltam suas preocupações para práticas pedagógicas, onde a criança deve
participar do espaço escolar, pois é ali que os pequeninos seriam guardados da sociedade
até se tornarem adultos. Surge, então, o novo sentimento de infância
[...] pela primeira vez na história da humanidade dá-se à formação,
nos colégios fundados pelas ordens religiosas dos séculos XVI e
XVII, de uma escola que absorve a disponibilidade de tempo da
criança, restringindo sua convivência aos colegas da mesma faixa
etária e separando-a do mundo, a fim de que não sucumba aos
vícios (ARANHA, 1996, p.73).
Segundo Narodowski (1996), na perspectiva de que a infância deveria ser
moralizada, esta passou a ser objeto de estudo da pedagogia moderna.
O pensamento pedagógico iluminista abriu caminho para um momento da
educação na infância em que se destacaram Rousseau, Pestalozzi e Froebel, sendo os dois
últimos posteriormente.
Segundo os estudos de Cambi (1999), Pestalozzi, na mesma linha de
pensamento de Rousseau (pai da pedagogia contemporânea), desenvolveu suas
elaborações pedagógicas relacionada a reflexão sociopolítica. Dentre as
teorias do pensamento pedagógico de Pestalozzi, destacam-se a educação natural
(retomada de Rousseau), onde a criança é dotada de todas as faculdades da natureza
humana, ficando a educação com a responsabilidade de desenvolvê-las; a formação
espiritual do ser humano a ser desenvolvida pela educação moral, intelectual e profissional
articuladas; a instrução, que tem como ponto de partida a intuição, que seguia em
particular a psicologia infantil. Posteriormente veio Froebel, no contexto da filosofia
romântica, seguidor das ideias de Rousseau e Pestalozzi, sendo sua maior realização o
“Jardim de Infância”
13
que foi pensado como espaços aparelhados, privilegiados para o desenvolvimento do jogo,
centro de atividades e atividades em grupo (CAMBI, 1999)
A Revolução Industrial teve grande e fundamental influência no longo processo
de transformação da noção de infância que a partir do século XVIII modificou as
organizações do trabalho e também da estrutura familiar.
Segundo Aranha (1996), a partir do século XVIII, os cuidados com o conforto,
higiene e o bem estar completam o quadro de fechamento do universo familiar.
Nesse sentido, Kramer (1987), conclui que a ideia de infância existia existiu de
diferentes formas. Ela surge na sociedade capitalista, urbano-industrial; sociedade que
modifica a inserção e o papel social que a criança desempenha na comunidade. A autora
argumenta que:
A ideia de infância, como se pode concluir, não existiu sempre, e da
mesma maneira. Ao contrário, ela aparece com a sociedade capitalista,
urbano-industrial, na medida em que muda a inserção e o papel social
desempenhado pela criança na comunidade. Se, na sociedade feudal, a
criança exercia um papel produtivo direto (“de adulto”) assim que
ultrapassava o período de alta mortalidade, na sociedade burguesa ela
passa a ser alguém que precisa ser cuidada, escolarizada e preparada
para uma atuação futura. Este conceito de infância é, pois,
determinado historicamente pela modificação das formas de
organização da sociedade (KRAMER, 1987, p.19).
As crianças viviam como os adultos devido à cultura do período da Revolução
Industrial, mas devendo ressaltar que as mudanças ocorridas na época mudaram o foco dos
“olhares” sobre a infância que é um momento da vida muito peculiar. Elas produzem cultura e
absorvem ao mesmo tempo o consumismo exagerado comum aos tempos contemporâneos,
difundido pela mídia e forçado pelo atual capitalismo. Com a chegada do neoliberalismo
surge mais uma vez a ideia de infância modificada. As crianças não possuem lugares de
produção cultural estipulados; elas não brincam mais nas ruas, calçadas e praças, sendo a
escola o único espaço onde a criatividade poderia ser exercida no convívio social. A escola,
muitas vezes, não propicia alternativas ou questionamentos do poder da indústria do
entretenimento, pois esta trata a infância como um negócio e as crianças como meros
consumidores.
14
Araújo (1996), afirma que: “A escola, ao consumir uma linguagem
desarticulada de elementos críticos, introduz-se na trama montada pela sociedade de
consumo”. Segundo este autor, a escola é mediadora no processo de acumulação
capitalista. Assim, a mesma assume a ideologia da classe dominante (burguesia)
enaltecendo-a e se acomodando para não reverter esta situação.
[...] o marketing publicitário, o consumo revelam-se como
instrumentos poderosos de dominação, a qual transfere à escola a
responsabilidade de suscitar novos consumidores e fazer deles
produtores de necessidades. Essa estratégia regula a escola num
sistema de valores que irão desemborcar na institucionalização do
consumo, na perpetuação de valores concomitantes à classe
dominante (ARAÚJO, 1996, p.98).
Nos dias de hoje não vemos mais crianças brincando nas ruas, cantando
cantigas folclóricas que seguiam regras e regulamentos criados pelas próprias crianças e
culturalmente transmitidos, enfocando a construção do aspecto socializador peculiar da
infância. A criança é, também, criativa e produtora de cultura:
A dimensão dada à criança, hoje, revela – se, na sociedade
brasileira, como uma sínese que se determina a partir das
manobras. Produzidas pelo poder econômico, pois o que é próprio
e característico da criança. Definiu-se como instrumento de lucro,
imagens e de consumo. A infância é tratada como época fértil à
produção daquilo que a sociedade promove,e a criança alvo de
inúmeras especulações sociais econômicas e políticas, acaba por
reafirmar uma especificidade calcada na fraqueza, na maturidade,
na inocência, na beleza e no romantismo (ARAÚJO, 1996, p.76).
Como se pode, então, resgatar a criança na representação sociocultural, se
cada vez mais etapas da infância estão sendo queimadas? Não seria uma das funções da
escola e do educador promover momentos específicos de jogos, brincadeiras, músicas,
rodas de conversa e outros? É importante entender a criança como um ser social singular
que pensa e sente o mundo de um jeito próprio. E essas sensações e sentimentos podem
ser extravasados através das brincadeiras reais e/ou imaginárias.
15
As crianças compreendem o mundo e suas contradições sendo capazes de explicar suas
condições de vida, revelando seus anseios e desejos.
1.2 Aspectos Históricos da Literatura na educação Infantil
A literatura infantil oferece á criança a possibilidade de educação e
aprendizado através de fábulas, contos e narrativas (passadas de geração a geração) pois é
um produto da cultura contemporânea. A literatura juvenil surge de adaptações de contos
populares que foram narrados por pessoas comuns em rodas de histórias uma vez que,
anteriormente, as crianças participavam com os adultos da vida social e política.
Segundo Zilberman (1985), antes não se escrevia para elas porque não havia
infância. O livro “infantil” mais antigo é considerado por muitos estudiosos o “Livro dos
Cinco Ensinamentos”, datado do século V e VI a. C. escrito em sânscrito, cujo conteúdo
eram ensinamentos religiosos e políticos dirigidos ás crianças através de fábulas
narrativas
Na Idade Média, com o objetivo de educar moral, político e religiosamente,
fábulas eram escritas em manuscritos (do latim manu = mãos; scriptus= escrever).
Essas podiam ser histórias romanceadas, contos de cavalaria, canções gesta
e bestiário (coleção de histórias sobre animais reais ou imaginários). Obras como fábulas de
La Fontaine foram publicadas no século XVIII durante o classicismo francês que depois
foram classificadas como literatura infantil.
As Aventuras de Telêmaco, de Felenon, editadas em 1717 e o mais conhecido
de todos: Os Contos da Mamãe, de Charles Perrault, publicado em 1697, também ficaram
conhecidos como literatura infantil.
Comênio, educador tcheco, foi um dos primeiros estudiosos a difundir a ideia
de que divertir e ensinar deveria der função da literatura infantil ilustrada.
Destaca-se a obra O Mundo em Quatro Quadros, na qual as ilustrações tinham
papel fundamental. Charles Perrault é considerado o grande precursor da literatura infantil,
16
apesar de ter negado o gênero atribuindo ao seu filho a autoria de Os Contos da Mamãe
Ganso (coletânea de vários contos como: A Bela Adormecida; O Barba; O Gato de Botas;
As Fadas; Chapeuzinho Vermelho, etc.) Perrault temia ser ridicularizado pela Academia
Francesa de Letras, da qual fazia parte, mas graças a essa obra foi imortalizado.
Quando a infância surge com conotação socioeconômica no seio da
sociedade burguesa do século XVIII, a literatura geral se expandiu da França para a
Inglaterra fortalecendo-se com a Revolução Industrial que assinalou o período com
diversas atividades renovadas nos setores econômicos, sociais, políticos e ideológicos da
época.
A sociedade burguesa consolidou-se como classe social dominante,
estabelecendo a família como instituição e a vida doméstica como estilo, deflagrando um
modelo social a ser seguido. O indivíduo passa a ser valorizado beneficiando a criança,
pois se impõe a preservação da infância enquanto meta de vida favorecendo o crescimento
industrial ligado ao novo e importante membro da família, com a industrialização de
brinquedos, livros e o surgimento de novos ramos da ciência (pedagogia, psicologia
infantil, pediatria). A literatura infantil cresce atuando na educação das crianças na
sociedade burguesa. Destacam-se títulos que agradavam aos adultos e as crianças como
Robinson Crusoé, de Daniel Dafoe, publicado em 1719 e Viagens de Guliver, de
Jonathan Sucift, publicado em 1726.
Em meados do século XVIII, o inglês John Neullerry, fundou a
Biblioteca Juvenil, primeira editora de livros para crianças.
Dentre os autores que se destacaram no século XIX por suas obras, pode-
se citar Os Irmãos Grimm (Jacob e Wilhelm Grimm), que escreveram seus contos
baseados na memória popular de seu povo, como narrativas de lendas, contos folclóricos e
histórias de sua terra ( Alemanha), todas conservadas por tradição oral.
Seus contos agradavam tanto adultos quanto crianças, pois continham o
fantástico, a fantasia e o mítico. Sua mais famosa obra foi Contos de Fadas para
crianças e Adultos, publicada entre 1812 e 1822, onde estavam escritos os contos: A Bela
Adormecida; Os Músicos de Bremem; O sete Anões e a Branca de Neve;Chapeuzinho
Vermelho; A Gata Borralheira; As Aventuras do Irmão Folgazão; O Cravo; Frederico e
Catarina, entre outros.
17
É de relevância citar Hans Christian Anderson que retratava em suas obras o
cultivo dos valores de seus ancestrais, revelando a sua descendência nórdica com grande
patriotismo. Seguia a linhagem dos irmãos Grimm, porém com obras mais amadurecidas,
já que começaria a escrevê-las vinte anos após os Grimm. Teve 168 contos publicados entre
1835 e 1872 e entre eles estão: O Patinho Feio; Os Sapatinhos Vermelhos; O Rouxinol e o
Imperador da China; O Soldadinho de Chumbo; Os Cisnes Selvagens, etc.
A grande diferença dos contos dos irmãos Grimm e os Anderson estava no
fato de que os contos de Anderson além de possuírem fantasia estavam relacionados ao
cotidiano. Outras obras fizeram muito sucesso e são conhecidas até hoje como: Alice no
País das Maravilhas, de Lewis Carrol; Pinóquio, de Collodi; Os Três Mosqueteiros, de
Alexandre Dumas; Vinte Mil Milhas Submarinas, de Júlio Verne; Mogli, o menino lobo,
entre outras. Com o crescimento e a “popularização” da escola (surgida no século XVIII
com o objetivo de fortalecer a política e a ideologia burguesa), a literatura infantil chega
com grandes autores e grandes obras neste século, como afirma Coelho (1985): “
Pode-se dizer que é nesse momento que a criança entra como um valor a ser levado em
consideração no processo social e no contexto humano.” ( COELHO,1985,p.108)
1.3 A Literatura infantil no Brasil
Enquanto a Europa lançava seus primeiros livros infantis ás vésperas do
século XVIII, no Brasil a produção e a publicação foram tardias: quase no século XX,
embora haja alguns registros datados do século XIX.
Tudo começou com a implantação da imprensa Régia por D. João VI, em
1808, quando algumas obras literárias voltadas para crianças começaram a ser publicadas,
como a tradução de As Aventuras de Barão Menkausen. Mas foi durante os séculos XIX e
XX que a produção de livros infanto juvenis se fortaleceu devido a nova visão da educação
que se estabelecia no País. As traduções e adaptações de livros firma-se e a consciência de
que uma literatura própria que valorizasse o nacional, se fez necessária, inicialmente,
esta mudança começou na escola com o surgimento de livros de literatura e de educação
religiosa para crianças e jovens.
18
Estes livros foram os primeiros esforços para esta nacionalização da
literatura infantil A Literatura Infantil apresenta, no Brasil, um campo de trabalho tão
extenso e desconhecido, que ocorre com o investigador o que se passou com Cristóvão
Colombo: pensa-se ter descoberto o caminho para as Índias quando, de fato, mal tangenciou
um continente inexplorado cujo perfil exato ainda esta por ser definido (ZILBERMAN,
1985, p.9).
Para a autora Regina Zilberman (1984,p.107), há uma flexibilidade no que
tange a literatura infantil. É preciso direcionar o trabalho a ser feito com as crianças; é
preciso descobrir onde, como e porque utilizar a literatura infantil.
O primeiro livro lançado no Brasil com grande repercussão no meio escolar
foi o Livro do Povo, escrito por Antônio MarquesRodrigues. Nesta mesma linha, foram
lançados: Métodos Abílio, por Abílio César Borges; O Livro do Nenê. Por Meneses Vieira,
entre outros.
Logo após esta fase, contos para diversão da infância começaram a ser
escritos por autores nacionais, como Contos Infantis, de Júlio Lopes de Almeida,
reunindo mais de sessenta narrativas em verso e prosa.
A obra Contos da Carochinha foi a primeira coletânea brasileira de literatura
infantil com o intuito de traduzir para a língua portuguesa, contos estrangeiros de sucesso,
iniciativa tomada por Alberto Figueiredo Pimentel, conquistando fama por tentar
popularizar a literatura no Brasil.
Apesar dos mais diversos títulos e autores brasileiros e o grande esforço para
a popularização dos livros para as crianças, nenhum escritor demarcou a literatura infantil
entre o ontem e o hoje como Monteiro Lobato que veio a completar esta área no Brasil.
Lobato (personalidade marcante na primeira metade do século XX) fez de
sua literatura capacitação aos leitores e formação de cidadãos críticos.
A série infantil de Monteiro Lobato, iniciada em 1921, representou o ápice
do encantamento entre escritor e leitor, tão bem registrado por Clarice Lispector em
Felicidade Clandestina.
19
As crianças não liam apenas no colégio, havia também muito prazer em se
ler em casa. Antes do processo de alfabetização, as narrações já deixavam caminhos
abertos nas mentes infantis como atesta o livro História da Velha Totônia, ecos da infância
de José Lins do Rêgo. Nos livros de Lobato, essas modalidades paralelas de literatura, o
aprendizado e a diversão estão reunidos em um só lugar, nos livros de Monteiro Lobato.
Lobato iniciou a sua carreira na literatura infanto juvenil com o livro A
menina do narizinho arrebitado, publicado por sua própria editora a Monteiro Lobato &
cia. Com o sucesso desta obra, logo surgiram outros títulos que misturavam o real e o
maravilhoso de forma a não separá-lo mais e (con) fundí-los como os personagens do
famoso e lendário Sítio do Pica Pau Amarelo, onde personagens reais como narizinho,
Pedrinho, Dona Benta, Tia Anastácia e etc, interagiam com personagens irreais como
Emília, Visconde, Rabicó, Saci e etc; ambos existindo na mesma verdade, dentro do
universo do faz-de-conta Lobatino
Ando com ideia de entrar por esse caminho `livros para crianças´.
De escrever para marmanjos já me enjoei. Bicho sem graça. Mas
para criança um livro é todo um mundo [...]. ( LOBATO, apud.
COELHO, 1985,p. 187).
Outras obras de Monteiro Lobato publicadas entre 1920 e 1942: O
Saci; Fábulas; O Marquês de Rabicó; A Caçada da Onça; A Cara de Coruja; Aventura do
Príncipe; O Noivado de Narizinho; O Circo de Cavalinho; O Pó de Pirlimpimpim; As
Reinações de Narizinho; Viagem ao céu; As Caçadas de Pedrinho; Emília no País da
Gramática, entre várias adaptações de contos básicos da literatura infantil.
A grande revolução operada por Monteiro Lobato na literatura
infantil brasileira decorre de sua postura inovadora, da relação de
respeito que tinha com seu jovem leitor. Ele constata aquilo que os
demais autores ainda não tinham percebido a criança é um ser
inteligente e capaz de juízos críticos. Deste olhar sobre o leitor
partem a inovações propostas por Lobato e que inauguraram na
nova trilha nos caminhos das produções literárias orientanda para
criança e jovem (SILVA, 2008, p.104).
20
Após Monteiro Lobato, a literatura infantil foi contemplada, no Brasil, com
as contribuições de novos autores, multiplicando-se, assim, seus valores pedagógicos
com interesse no desenvolvimento intelectual e na diversão infantil.
Algumas dessas obras foram lançadas nas décadas de 1980 e 1990. São elas:
O Menino Maluquinho, de Ziraldo; Marcelo Martelo, de Ruth Rocha; Chapeuzinho
Amarelo, de Chico Buarque; A Bolsa Amarela, de Lígia Bojunga Nunes; A Arca de Noé,
de Vinícius de Moraes e muitos outros.
1.4A literatura na Educação Infantil
A criança adquire, progressivamente, função linguística tanto em
conhecimentos orais, quanto escritos. Para Resende
Através dos sentidos, desde os seus primeiros meses, ela é sensível
às influencias do mundo. Embora o modo de se relacionar com a
realidade seja inicialmente caótico, seu universo registra e reage a
ruídos, imagens, movimentos e toques (RESENDE 1997, p. 122).
Desse modo, este capítulo enfocará o trabalho com a literatura na educação
infantil no sentido de brincar, representar, ler e ouvir com a intenção de proporcionar á
criança o direcionamento ao lúdico e estético, em que suas emoções sejam compartilhadas
desde o seu nascimento e até mesmo antes dele, buscando resgatar a criatividade, fantasia
e autonomia enfrentando os acontecimentos do dia a dia.
Na literatura infantil, o ato de contar histórias é muito conhecido. O ser
humano sempre usou a narrativa desde as mais primitivas civilizações. O contar
histórias foi, ao longo do desenvolvimento da sociedade, passando de geração em
geração e foi se tornando um meio comunicativo muito eficaz.
Quanto ao desenvolvimento infantil, a literatura exerce uma importante
função nos aspectos cognitivos e afetivos.
Segundo Abramovich (1997), quando as crianças ouvem histórias passam a
visualizar de forma mais clara, sentimentos que tem relação com o mundo.
21
Nas histórias, em geral, encontramos problemas relacionados a infância como
medo, dor, perda, amizade, inveja, carinho, curiosidades, além de infinitos assuntos que
podem ser abordados.
Neste sentido, o quanto antes a criança tiver contato com livros, será maior o
prazer pela leitura e, provavelmente, se tornará um adulto leitor. Através da leitura a
criança adquire uma postura crítico-reflexiva, muito importante para sua formação
cognitiva. Ouvir histórias é prazeroso e envolve pessoas de todas as idades. Se os adultos já
direcionam sua atenção para uma boa história, as crianças são capazes de se interessarem
ainda mais, pois sua capacidade de imaginação é mais intensa. A escola, muitas vezes, é a
única oportunidade que as crianças têm de ter contato com livros, jornais e revistas.
Portanto, é necessário que as escolas de educação infantil tenham um projeto pedagógico
que dê relevância á literatura conforme afirma Coelho (2000,p.16) “[...] a escola é, hoje, o
espaço privilegiado em que se deverá ser lançada a base para a formação do indivíduo.”
É função da escola, então, fornecer espaços para leitura ( individual ou em
grupos), estimular o uso da biblioteca, organizando os empréstimos dos livros, propiciar
aos docentes obras teóricas que possam favorecer sua prática, formação continuada e
cursos voltados á literatura infantil.
As ideias de Coelho (2000,p.27), são compatíveis uma vez que afirma;
A leitura infantil é, antes de tudo, literatura; ou melhor, é arte:
fenômeno de criatividade que representa o mundo, o homem, a vida
através da palavra. Funde os sonhos e a vida prática, o imaginário e o
real, os ideais e sua possível/impossível realização.
Nos seminários e congressos há grande discussão sobre a falta de formação
do professor nos diferentes aspectos, inclusive em relação a literatura, onde o professor
encontra grandes dificuldades para trabalhar dentro e fora da sala, pois existem ações
pouco prazerosas e não conteudistas sobre o tema. Na escola é preciso ter uma pedagogia
que direcione o aluno á sensibilidade, diversidade e respeito mútuo porque são essas
particularidades de heterogeneidade e pluralidade que abrirão caminho á compreensão da
literatura oral como conceito
22
simbólico dos sonhos humanos, principalmente quando nos envolvemos na sua verdadeira
essência e, assim, compreendemos sua importância.
O professor precisa saborear a literatura antes de transferi-la aos alunos. É
importante que haja uma reflexão sobre a prática e, principalmente, nas repercussões desses
atos. Devem-se encontrar meios de atingir os objetivos propostos sem desarticular a
literatura de arte que, como tal, não admite regras rígidas.
Com a arte se educa para a sensibilidade,para a reflexão crítica e para a vida.
O trabalho com a literatura infantil possibilita a criança, ao ouvir e ler histórias, entrar em
um mundo encantador, interessante e surpreendente que diverte e, ao mesmo tempo, ensina.
É na relação lúdica e prazerosa da criança com a obra literária que se tem
uma das possibilidades de despertar o gosto pela leitura e, consequentemente, o leitor.
Coelho (2000, p.57), afirma que
[...] os escritores de literatura para crianças, meninos, meninas ou
jovens, encontrarão, neste instigante estudo, farto material de
reflexão para sua criação literária. Nele, descobrirão também que
“hoje, como no passado, a tarefa mais importante e também mais
difícil na criação de uma criança é ajudá–la a encontrar significado
na vida”. E ai esta literatura para servir de mediadora para essa
tarefa [...].
Conforme comentado pela autora acima citada e de acordo com as ideias de
Bettelheim (1978), o hábito da leitura deve ser despertado na criança no ambiente escolar
com grande diversidade de leitura e escrita para que possa desenvolver habilidades e
competências necessárias á alfabetização (processo de compreensão da forma como a
escrita alfabética representa a linguagem). Nesse sentido, deve-se propiciar à criança
diversificados momentos onde ela conte e reconte histórias, trabalhe com textos, leituras de
imagens e outros materiais que sejam significativos para esta criança.
Alcançando esse objetivo o educando amplia seu vocabulário e seus
conhecimentos e, por conseguinte, buscará novas informações dando continuidade ao
processo de educação.
23
Ao longo do processo de escolarização, o educando cria, aperfeiçoa e
desenvolve objetivos, conhecimentos e comportamentos sociais que se constituem em
cultura e é transmitido de geração em geração através da linguagem oral.
A literatura é a expansão máxima de um povo e é através da linguagem oral
que a literatura realiza-se. Existe uma estreita relação entre língua-cultura-literatura.
E quanto a esse aspecto Prado (2002,p.101) comenta que
[...] por pensamento e sentimento que chega até nós, não só pelo
verbalmente, mas por meio de imagens e impressões que emergem
do conjunto de dinâmica social. É na produção de cultura infantil
que as crianças se manifestam através da expressão, da troca com
outras crianças e com adultos, criando, inventando novas
brincadeiras e novos significados
.
Geralmente as crianças se interessam em ouvir histórias expressando um
direcionamento lúdico pelas palavras. É importante intensificar as relações, de modo a
transformá-la e, eventualmente, em diálogo entre o livro e a criança.
É através da história que pode descobrir outro lugar, outros tempos,
outros jeitos de agir e de ser outra ética, outra ótica. É ficar sabendo
História, Geografia, Filosofia, Política, Sociologia, sem precisar
saber o nome disso tudo e muito menos achar que tem cara de aula...
Porque, se tiver, deixa de ser prazer e passa a ser Didática, que é
outro departamento (não tem preocupado em abrir as portas da
compreensão do mundo). (ABRAMOVICH, 1994, p.17).
Quando a criança tem o hábito de ouvir histórias, contos e fábulas, ela está
assimilando alguns aspectos da aprendizagem literária que é um importante recurso no
processo de ensino-aprendizagem.
A criança que se sente desafiada e motivada consegue reorganizar o
pensamento e estabelecer conexões com o contexto cultural em que está inserida.
24
A literatura infantil deve, então, ser trabalhada de forma lúdica, criativa e
prazerosa para despertar no aluno o gosto em criar, reproduzir, compreender e analisar os
fatos e sua intencionalidade, sendo necessária uma ação pedagógica envolvente e
cativante.
Bettelheim (1980), diz que os contos de fadas são psicologicamente mais
convincentes dos que a narrativa realista porque a criança fica frente a frente com uma
situação através de sua imaginação e seu equilíbrio de personalidade.
Sozinhas elas seriam incapazes de inventar histórias com o material
imaginativo, as imagens que os contos lhes proporcionam para ajudar a resolver seus
problemas.
Bettelheim (1980,p.74), comenta que: ”[...] a criança sente qual dos contos
de fadas é verdadeiro para a sua situação interna no momento ( com o qual é incapaz de
lidar por conta própria) e também sente onde a estória lhe oferece uma forma de poder
enfrentar um problema difícil. Assim, a importância do lúdico no dia a dia da criança
não só da escola, mas também em outros espaços sociais, é imprescindível, pois ela
criará uma situação ilusória e imaginária como forma de satisfazer seus desejos. Ela
brinca pela necessidade de agir em relação ao mundo mais amplo dos adultos.
O papel das histórias infantis é fundamental para a criança através delas se
tornam leitores aprimorados e perceptivos. A criança sentirá vontade de ir á escola onde
ela será respeitada, ouvida, irá brincar, pintar, cantar, fazer o que gosta.
Coelho (2000,p.27), afirma que o mundo contemporâneo exprime os
valores novos, [...] a criança é vista como um ser em formação, cujo potencial deve se
desenvolver em liberdade, mas orientado no sentido de alcançar total plenitude em sua
realização.
Segundo o ponto de vista da autora, atualmente as crianças estão em situação
favorável, pois este processo de autoconhecimento contribui para que elas vivenciem os
medos, as alegrias, angústias e todas as surpresas que as histórias trazem.
25
Transformadas em tarefas escolares, as histórias perdem sua função e
impedem o interesse dos alunos. Ao contar uma história o professor pode criar diversas
situações como, por exemplo, a brincadeira.
Segundo Vygotsky (apud Araújo, 2000,p.66): “[...] a ludicidade não está
ligada simplesmente ao prazer. As regras dos jogos, bem como a imaginação,
desenvolvem o raciocínio, a sensibilidade, a percepção, a inspiração e tantas outras
habilidades.”
A brincadeira é muito importante, pois desenvolve algumas capacidades
importantes. O Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil-RCNEI
(1998,p.23), define a palavra “brincar” como espaço no qual se pode observar a
coordenação das existências prévias das crianças e aquilo que os objetos manipuladores
sugerem ou provocam no momento presente.
E ainda do ponto de vista do mesmo referencial
[...] brincar é uma das atividades fundamentais para o
desenvolvimento da identidade e da autonomia da criança. Nas
brincadeiras as crianças podem desenvolver algumas
capacidades importantes, tais como a atenção, a imitação, a
memória, a imaginação, amadurecem também algumas
capacidades de socialização, por meio da interação e da
utilização e experimentação de regras e papéis sociais (RCNEI,
1998, p.22).
Desta forma, a criança quando brinca desenvolve ao mesmo tempo várias
capacidades como: experimentar, descobrir, inventar e exercitar.
Segundo Vygotsky (1998) a aprendizagem precede o desenvolvimento. A
criança constrói habilidades durante jogos e brincadeiras, pois está no processo de
elaboração do conhecimento.
26
“Os aspectos legais da educação infantil tem como objetivo, apresentar os avanços
alcançados na Educação Infantil á luz da legislação a partir da Constituição de 1988,
chegando aos contextos de discussão das Diretrizes Curriculares Nacionais para a
Educação Infantil (DCNEI – Brasil (2010)) e de breves apontamentos sobre a
BNCC.”
CAPÍTULO II_ASPECTOS LEGAIS DA EDUCAÇÃO INFANTIL
2.1 Educação Infantil e a legislação brasileira
Na LDB 9394/96 – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional-
pela primeira vez surge a expressão “Educação Infantil”. A LDB foi sancionada em
dezembro de 1996. A educação infantil é definida como a primeira etapa da educação
básica, tendo como finalidade o desenvolvimento integral da criança de até 6 anos de
idade e será oferecida em creches para crianças de até 3 anos de idade, e em pré-
escolas para crianças de 4 a 6 anos.
A LDB/96, afirma que a ação da educação infantil é complementar á da
família e da comunidade, o que implica empapel específico das instituições desse
segmento, diferente da família no sentido de ampliação de experiências e
conhecimentos da criança, seu interesse pelo ser humano, pelo processo de
transformação da natureza e pela convivência em sociedade.
A Constituição Federal (1988) em seu art. 205 destaca que “[...] a
educação é direito de todos e, por inclusão, também das crianças de 0 a 6 anos.”
Segundo o inciso IV do art. 208,“ O dever do Estado com a educação será efetivado
mediante a garantia de “[...] atendimento em creche e pré-escola ás crianças de 0 a 6
anos de idade.” Sendo dever do Estado, é um direito da criança.
A criança sendo considerada como cidadã, como pessoa em processo de
desenvolvimento e sujeito ativo da construção do seu conhecimento, tem na educação
infantil cuidados específicos. De acordo com o MEC- Ministério da Educação e do
Desporto- a criança necessita de desenvolvimento: [...]
27
a coordenação motora; a livre expressão; hábitos de higiene e nutrição; a socialização; a
expressão oral; a criatividade; a cooperação; a responsabilidade; as percepções em geral; o
estado emocional, físico e cognitivo da criança
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (1996) relata:
Art.:29 – A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem
como finalidade o desenvolvimento integral da criança até 6 anos de
idade, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social,
complementando a ação da família e da comunidade.
Art.: 30 –A educação infantil será oferecida em:
I – creches, ou entidades equivalentes, para crianças de até 3 anos de
idade; II – Pré – escolas, para as crianças de 4 a 6 anos de idade.
No ano de 1998 é criado o RCNEI- Referencial Curricular Nacional para
Educação Infantil. Trata-se de um documento que procura nortear o trabalho realizado com
crianças de 0 a 6 anos e que representa um avanço na busca de se estruturar melhor o papel da
educação infantil no Brasil. O documento traz consigo uma proposta que integra o cuidar e o
educa, o que hoje é um dos maiores desafios da educação infantil.
O RCNEI surge ainda para propor orientações curriculares valorizando a
socialização e discussão, objetivando o processo de desenvolvimento e se apresenta em três
volumes: o primeiro, Introdução; o segundo, Formação Pessoal e Social; e o terceiro,
Conhecimento de Mundo. Nesses documentos encontram-se as temáticas a serem trabalhadas
na educação infantil, especificando faixa etária, conteúdos e metodologias ( orientações
didáticas).
Outro documento relevante para a educação infantil refere-se ás Diretrizes
Curriculares Nacionais. Sônia Kramer (1984), educadora e pesquisadora brasileira, afirma
que a proposta pedagógica é algo que necessita de envolvimento de todos: políticas públicas,
projetos políticos de instituições e sociedade.
28
Kramer (1984) afirma que uma “proposta pedagógica é um caminho, não
é um lugar.” As Diretrizes Curriculares Nacionais devem trazer consigo os valores, as
dificuldades enfrentadas, os problemas, os desejos, as vontades e conter aspectos
subjetivos e particulares, por isso deve ser analisado em cada instituição levando em
consideração sua história e, consequentemente, sua proposta pedagógica.
Em 7 de abril de 1999, o Conselho Nacional de Educação institui as
Diretrizes Curriculares Nacionais para a educação infantil ( Parecer CNE/CEB nº
9/2011, aprovado em 30 de agosto de 2011), que é a análise de proposta de
fortalecimento e implementação do regime de colaboração e arranjo de desenvolvimento
da educação que devem ser observadas na organização das propostas pedagógicas das
instituições de educação infantil integrantes dos diversos sistemas de ensino: particular,
municipal e entidades filantrópicas.
Definem-se, então, as direções e os caminhos a serem seguidos. As
creches/ pré-escolas devem oportunizar o desenvolvimento, a autonomia, a
responsabilidade, solidariedade e respeito ao bem comum, provocando e estimulando a
sensibilidade e criatividade. Os currículos e programas para a educação infantil devem
associar a vida das crianças e de suas famílias aos acontecimentos do nosso País e do
resto do mundo.
Em 2006, os Parâmetros de Qualidade para Educação Infantil (
Ministério da Educação Básica-Brasília-DF), indica que é imprescindível levar em conta
que as crianças desde que nascem são cidadãs de direito, indivíduos únicos, singulares,
seres sociais e históricos, seres competentes, produtores de cultura, indivíduos humanos,
parte da natureza animal, vegetal e mineral.
A criança, parte da sociedade, vivendo em nosso País tem direito:
à dignidade e ao respeito; autonomia e participação; autonomia e
participação; à felicidade, ao prazer e à alegria; à individualidade,
ao tempo livre e ao convívio social; à diferença e à semelhança;
à igualdade de oportunidades; ao conhecimento e à educação;
a profissionais com formação especifica; a espaços, tempos e
materiais específicos.
29
Ainda tratando-se de legislação sobre educação infantil, temos um documento
que traduz a preocupação com a integridade da criança: o Estatuto da Criança e do
Adolescente (Senador Renato Casagrande. Senado Federal. Brasília, 2007) que em seu
art. 4º estabelece que:
É dever da família, comunidade, sociedade em geral e do poder
público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos
direitos referentes, à vida, saúde, alimentação, educação, ao
esporte, lazer, à profissionalização, cultura, dignidade, ao respeito,
à liberdade e a convivência familiar e comunitária.
O documento explica em parágrafo único deste artigo o que 
compreende a garantia de prioridade
Primazia de receber proteção e socorro em quaisquer
circunstâncias; precedência de atendimento nos serviços públicos
ou de relevância pública; preferência na formulação e execução
das políticas sociais ou de relevância pública; destinação
privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas com
proteção à infância e juventude.
A preocupação com a educação infantil é notória, na atualidade, principalmente no
nível da legislação brasileira, que preconiza a participação das crianças, do nascimento
aos seis anos incompletos, em propostas de educação infantil, o que é previsto pela Carta
Magna Brasileira de 1988, Estatuto da Criança e do Adolescente de 1990 e pela Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 1996.
Outros direitos infantis são enunciados nesses documentos como os direitos
referentes á vida, á saúde, á alimentação, á educação, á cultura, á dignidade, ao respeito,
á liberdade e á convivência familiar e comunitária incluindo o lazer como um recurso que
deve ser facultado a criança.
Na distribuição de competências referentes á educação infantil, tanto a
Constituição Federal quanto a LDB são explícitas na corresponsabilidade das três esferas
de governo- Municípios, Estados e União- e da família.
30
Na articulação com a família prevê-se, principalmente, a mútua cooperação
nos processos de educação, valores, expectativas, de tal maneira que a educação familiar e
a escolar se complementem e se enriqueçam, possibilitando aprendizagem coerente, mais
ampla e adequada.
2.2 O papel da escola;
Entende-se que a escola desempenha um papel de extrema importância
nesse desenvolvimento, cabe a ela estimular a busca por esse conhecimento e estimular a
construção dos conhecimentos, para que de forma contínua o indivíduo se transforme em
um sujeito crítico e reflexivo de sua realidade.
A função da escola não é só ensinar a ler mecanicamente, mas ensinar a
ler criticamente, a interpretar os diferentes tipos de leitura para evitar a reprodução das
desigualdades sociais, conhecendo-as e buscando superá-las através da aquisição da
leitura e da escrita e, assim, tornar a sociedade mais igualitária.
Para tanto, a escola deve considerar a leitura como meio imprescindível
para a conscientização e construção de saberes, devendo buscar estratégias para que
todas as crianças tenham o pleno desenvolvimento da escritae da leitura, não fazendo da
leitura uma prática constante apenas na alfabetização e nas séries iniciais, mas uma
prática diária em todas as fases da vida escolar.
Percebe-se que a escola nem sempre está preparada e atenta para formar
bons leitores, pois não proporciona encontros significativos da criança com a obra
literária. O leitor quando envolvido numa relação de interação com a literatura, encontra
significado e relaciona o texto com o mundo á sua volta.
Tudo o que se trabalha na escola está diretamente ligado á leitura e
depende dela para se desenvolver. A leitura é a realização da escrita, quem escreve para
ser lido. Ler é um processo de descoberta, mas também pode ser uma atividade lúdica
(CAGLIARI, 2009).
Ler é diferente de aprender a ler. O processo de aprendizagem da leitura
não pode ser confundido com o propósito da leitura. Decifrar o código da escrita não
garante autonomia e compreensão de mundo.
31
Um dos objetivos sintomaticamente ausente dos programas de
alfabetização de crianças é o de compreender as funções da língua escrita na sociedade
(FERREIRO; TEBEROSKI,1991,p.30).
Quanto mais um professor compreender o processo de aquisição da língua
escrita, a construção do conhecimento mais eficiente será seu trabalho. A aprendizagem
da leitura constitui uma relação simbólica entre o que se fala com o que se vê.
Por leitura se entende toda manifestação linguística que uma pessoa realiza
para recuperar um pensamento formulado por outra e colocado em forma escrita.
(CAGLIARI, 2009, p.136).
Como se percebe, há diferentes atitudes perante a leitura. Ela é singular
para cada leitor, é uma atividade de reflexão pessoal que depende do contexto em que este
leitor está inserido. A leitura é a extensão da vida cotidiana, uma parcela
considerável do conhecimento humano advém da leitura. Um aluno pode não se sair
muito bem em diferentes atividades, mas se for um bom leitor terá mais chances de um
futuro melhor (CAGLIARI, 2009).
É através da literatura que a criança cria condições para o
desenvolvimento intelectual e a formação de princípios individuais de forma a despertar
diferentes relações com sentimentos e visões de mundo.
Ler, pra mim, sempre significou abrir todas as comportas pra
entender o mundo através dos olhos dos autores e da vivência das
personagens... Ler foi sempre maravilha, gostosura, necessidade
primeira e básica, prazer insubstituível...E continua, lindamente,
sendo exatamente isso! (ABRAMOVICH,1997, p. 14)
.
Dessa visão apresentada por Abramovich, podem-se considerar os
momentos de contato da criança com a literatura extremamente importantes na formação
dos leitores, é o ato de leitura e escrita que conduz a um processo de aprender, de
conhecer, de construir novos significados.
32
2.3 Ler na escola, compreensão para o mundo
A aprendizagem da leitura constitui uma tarefa permanente que se
enriquece com novas habilidades na medida em que se manejam adequadamente os
diferentes textos.
Por isso, a aprendizagem da leitura não se restringe ao primeiro ano da
vida escolar. Atualmente sabe-se que aprender a ler é um processo que se desenvolve ao
longo de toda a escolaridade e de toda vida. ( ZILBERMAN, 1987).
De acordo com Cagliari (2009,p .149):
A maneira como a escola costuma introduzir os alunos na leitura,
através do bê-á-bá, isto é, através das famílias silábicas, pode
acarretar problemas sérios para a formação do leitor. O
reconhecimento de famílias silábicas, como o próprio
reconhecimento das letras, faz parte do processo de decifração e
não é leitura propriamente dita. [...] Se a escola insistir muito
nisso, o aluno pode se tornar um leitor que lê silabando ou, quando
muito, um leitor de palavra por palavra, o que não é correto. È
preciso que o leitor diga o que leu como se ele fosse o autor
daquilo que está lendo.
Sabe-se que a aprendizagem se dá por meio de reflexão. Pensamentos,
sentimentos, sensações e desejos. O processo de aquisição da leitura é um trabalho de
construção de significado do texto a partir de suas curiosidades, do conhecimento que
possui a respeito do assunto e do que sabe sobre a língua.
A leitura acontece quando se produz o sentido e quanto mais experiências
de leituras anteriores, mais consciência na formação de sentido terá o leitor, pois é
preciso compreender também as entrelinhas.
Só quem lê, interpreta, questiona, estabelece julgamentos do que pode e
deve fazer, exercendo, assim, plenamente a sua cidadania. Quem lê pode mudar sua
realidade para melhor.
Segundo FERREIRO; TEBEROSKI (1991,p.25), conhecer os processos
de compreensão infantil é um valioso instrumento na identificação dos momentos
adequados para as intervenções que o professor pode realizar que contribuirão para os
avanços na aprendizagem da criança. O trabalho com a linguagem é fundamental para a
formação do sujeito.
33
Cabe ao professor indicar os caminhos que conduzirão a criança à paixão
pela literatura. É ele quem deve oferecer um amplo repertório de livros aos alunos, a fim
de que possam seguir suas preferências e interesses.
O domínio da leitura surge da necessidade do seu uso em diferentes
situações, na qual a criança desenvolverá diferentes capacidades.
Ter acesso a leitura de qualidade é dispor de informações que alimentam a
imaginação e despertam o prazer pelo ato de ler.
Criar o hábito de leitura desde as séries iniciais, além de ser fundamental
para o processo de alfabetização, constitui um dos maiores desafios ao professor.
A leitura é um momento em que a criança pode conhecer a
forma de viver, pensar, agir e o universo de valores, costumes e
comportamentos de outras culturas em outros tempos e lugares
que não o seu. (BRASIL, 1998, p. 143)
.
O ato da leitura é um ato cultural. Quando um professor seleciona um
texto, um poema ou história, ele incentiva as crianças a construírem um sentimento de
curiosidade.
Segundo Abramovich (1997, p.17) “.por meio das histórias a criança
pode vivenciar diferentes emoções, sentindo profundamente o que as narrativas podem
provocar ao imaginário infantil”.
A literatura infantil destaca-se pela importância no conhecimento de
mundo que a criança possa adquirir conhecendo a realidade e relacionando-as com suas
experiências pessoais. A criança desenvolve o senso crítico quando, a partir de uma
leitura, ela dialoga, questiona e concorda ou não com a visão do autor. Ela também
desenvolve a arte através da fantasia e que alcança espaço ilimitado no seu imaginário,
resultando em novos textos, pinturas, desenhos, colagens,
etc.
Zilberman conclui que:
É essa possibilidade de superação de um estreitamento de origem
o que a Literatura Infantil oferta à educação. Aproveitada na sala
de aula em sua natureza ficcional, que aponta a um conhecimento
de mundo, e não como súdita do ensino bem comportado, ela se
apresenta como o elemento propulsor que levará a escola à
ruptura com a educação contraditória e tradicional. (2003, p. 30)
34
A criança que lê desenvolve o senso crítico e melhora a escrita. Para tanto,
o educador deve incutir nos alunos que a literatura é algo bom, natural, fácil e prazeroso e
não exige esforços nem dificuldades.
Sendo assim, faz-se imprescindível que o convívio com os livros extrapole
o desenvolvimento sistemático da sua escolarização e que a literatura passe a ser
difundida com mais intensidade nas escolas.
Na escola ou fora dela, há a necessidade de estar atento aos aspectos
textuais e materiais dos livros de literatura, garantindo, assim, ás crianças o acesso aos
bens culturais do meio em que está inserida.
O fato de a literatura infantil ser destinada aos pequenos, não justifica o uso
de uma linguagem infantilizada, pois considerações mais diversificadas tornam o texto
mais rico.
A literatura infantil precisa ter qualidade estética que possibilite a qualquer
um ler e encantar-se, mas que deixe espaço para o leitor pensar, sentir, interagir e
descobrir os sentidos escondidos.
Quanto mais cedo a criançaentra em contato com o mundo da literatura,
mais chances terá de se tornar um futuro leitor. O conhecimento do objeto livro, a
familiaridade com ele, o saber que objeto é esse, a possibilidade de manipulá-lo são
estímulos para incentivar o hábito da leitura no futuro leitor.
Portanto, o ideal seria que esses livros apresentassem páginas cartonadas e
resistentes, na qual crianças menores pudessem manipulá-los com facilidade e segurança.
Outros materiais tornam o contato mais lúdico e prazeroso como, por
exemplo, livros pop-up; de tecido; sem textos, entre outros que fascinem as crianças.
Com isso, pode-se prever que quando se usa a literatura para ensinar a
escrever, além de tornar o processo mais lúdico e significativo, também permite que os
alunos produzam textos e, assim, melhorem a própria produção de histórias.
Isso porque a literatura, quando usada como suporte pedagógico
para a alfabetização, engrandece e é engrandecida por ela. (COELHO, 2000).
35
O professor geralmente é aquele que inicia a criança nas letras que lhe
incentiva o gosto pela leitura. É ele que oferece o repertório de títulos para que possam
seguir suas preferências.
Ao levar um livro para a sala de aula, deve conhecê-lo e planejar um
trabalho a ser realizado que corresponda ás expectativas das crianças. Além disso, ao ler
a história em voz alta ele torna-se um modelo de leitor para crianças e,
consequentemente, uma referência. (PAIVA; RODRIGUES, 2009, p.112).
Experiências significativas com a linguagem por meio das histórias infantis,
cuidadosamente planejadas, permitem que as crianças desenvolvam capacidades
essenciais para a aprendizagem da leitura e da escrita, estimulando-as a mergulhar no
mundo da escrita.
Quem convive com crianças sabe o quanto elas gostam de escutar a
mesma história várias vezes, pelo prazer de reconhecê-las, apreendê-las em seus
detalhes, de antecipar as emoções já vividas, A criança que ouve várias histórias percebe
as regularidades e confia em sua própria leitura. O trabalho com a literatura infantil
possibilita a ligação entre ler e escrever, além do resgate padrão da língua, de estruturas
mais complexas, desenvolvendo desse modo globalizado o desempenho do falante.
Desta forma, por meio da leitura é possível dominar o uso da
linguagem deacordo com a norma culta: a acentuação gráfica, a colocação dos
pronomes, o emprego dos verbos, além da regência e concordância.
Tudo isso sem a necessidade de obrigar o aluno á árdua tarefa de
memorização de regras gramaticais e com a imensa vantagem de assimilação da
linguagem o qual terá repercussões não só na escrita, mas também na fala e na própria
leitura. Hoje não basta apenas que alunos venham á escola em busca de alfabetização.
Saber apenas ler e escrever já não representa avanço em relação ás demandas sociais e
culturais da sociedade.
É necessário saber fazer uso social da leitura e da escrita em seu cotidiano
de forma lógica, reflexiva e que permita o acesso ás informações e conhecimentos
necessários ao pleno desenvolvimento da cidadania em todos os contextos sociais.
Espera-se, portanto, da escola o incentivo á prática da leitura como
veículo de acesso ao mundo real de maneira significativa. E para atingir tais objetivos é
36
necessário despertar na criança a noção de leitura como um processo abrangente de
compreensão de sentido, algo muito vivo e desafiante, ao mesmo tempo, exigente e
compensador.
Nesse caso, a leitura tornar-se-á um poderoso instrumento contra a
alienação das camadas populares, pois através dela será possível libertar os cidadãos da
ignorância, ampliando os horizontes para diversos assuntos e problemas vigentes na
sociedade, além de favorecer a aprendizagem da diversidade cultural de cada País.
(CAGLIARI, 2009).
2.4 Leitura e cidadania
O cidadão transformado em leitor e usuário da escrita constrói o
conhecimento com uma visão crítica da realidade, sempre descobrindo o saber para a
construção de um novo mundo através da leitura.
Hoje há uma preocupação por parte dos educadores, principalmente nas
escolas do ensino fundamental, em incentivar a criança a ler, devendo a sala de aula ser
um berço de futuros escritores, artistas.
Se os educadores fizerem da literatura infantil e da leitura de outros textos
um momento de lazer, na qual o aluno sinta prazer em ler uma história e não a veja como
uma tarefa escolar a cumprir, certamente obterá êxito.
Nas escolas deve haver um cantinho especial para a leitura e as crianças
devem ter muitas oportunidades de folhear os livros e lê-los individualmente e em
grupos. As histórias lidas pelos alunos deve ser um momento de socialização com os
demais e este é um trabalho que deve ser orientado pelo docente.
Para que haja uma transformação verdadeira do ensino da leitura e da
escrita, a escola precisa favorecer a aprendizagem significativa, abandonando as
atividades mecânicas e sem sentido.
Para isso, a escola necessita propiciar a formação de pessoas capazes de
apreciar a literatura e de mergulhar em seu mundo de significados, formando escritores
e não meros copistas. (LERNER, 2002).
37
Preparar as crianças para a interpretação e produção dos diversos tipos de
texto existentes na sociedade, permitindo que ela reflita sobre o seu próprio pensamento.
Para realmente transformar o ensino da leitura na escola, é preciso, ainda, acabar com
a com a discriminação que produz fracasso e abandono na escola, assegurando a todos o
direito de se apropriar da leitura como ferramenta de transformação da sua própria
história social.
Ler é entrar em outros mundos possíveis. É indagar a realidade para
compreendê-la melhor, é se distanciar do texto e assumir uma postura
crítica frente ao que se diz e ao que se quer dizer, é tirar carta de
cidadania no mundo da cultura escrita. (LERNER, 2002,p.73)
.
Nesse contexto de transformação social, o professor tem a
responsabilidade de prever atividades e intervenções que favoreçam a presença da leitura
socialmente produzida, por meio de diferentes mecanismos abordando a grandeza das
obras literárias e da diversidade textual.
A partir dessa visão, cabe ao professor propor situações nas quais a
criança interaja permanentemente com o universo literário conhecendo o mundo e
reorganizando essas informações, de tal forma que transforme sua visão de mundo e
semeie um futuro cheio de oportunidades.
38
“Os métodos de pesquisa são procedimentos específicos de coleta e análise de dados.
Assim, o desenvolvimento de seus métodos de pesquisa é parte integrante de seu
projeto de pesquisa. Ao planejar os seus métodos, você deve tomar duas decisões bem
importantes. “
CAPÍTULO III _ PROCEDIMENTOS E MÉTODOS DE PESQUISA
Para a construção de qualquer trabalho científico, a pesquisa é de suma
importância, pois é através dela que se coletam informações e conhecimentos
científicos de uma determinada problemática e assim, encontram-se possíveis soluções.
O presente trabalho foi realizado através de fontes bibliográficas que
foram a base do trabalho e nortearam todas as considerações, bem como a pesquisa. A
técnica de coleta de dados foi bastante adequada para obtenção das informações
necessárias acerca do que os profissionais da educação estudam, e desenvolvem sobre o
tema estudado.
39
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao longo deste estudo foi discutido a importância da literatura infantil na
formação de leitores, através do seu uso frequente no cotidiano escolar.
Foi possível conhecer a origem histórica da literatura infantil e alguns dos
principais autores que colaboraram para que o gênero se expandisse e se desenvolvesse
para chegar aos dias atuais com status de obra literária.
Por meio de estudos bibliográficos realizados com importantes autores
como Cagliari (2009); Coelho (2000); Lajolo (2002); Zilberman (1993);
Ferreira;Teberoski (1991), pode-se analisar os diferentes aspectos da literatura infantil e
seu diverso uso no ambiente escolar.
Refletiu-se sobre a literatura infantil enquantoobra literária como recurso
de incentivo á leitura e a formação de novos leitores.
Nessa perspectiva a criança é um ser atuante no processo que poderá sair-se
bem em diferentes áreas e ter melhores chances no futuro, se for um leitor eficiente como
bem explicou Cagliari (2009).
Pode-se ressaltar que a literatura infantil contribui para a formação do
leitor, estimulando a curiosidade e instigando a produção de novos conhecimentos.
Constatou-se que para que isso se torne realidade, muitos professores utilizam
metodologias diversificadas e muito criativas.
Esse trabalho proporcionou diversas formas de ponderar sobre a leitura na
escola, promovendo uma reflexão sobre o uso da literatura infantil e suas diferentes
abordagens.
Enfim; vive-se em uma sociedade em que a escrita e a leitura estão por toda
a parte. Na qual a língua é um fenômeno social, cultural e dinâmico que muda de acordo
com o contexto em que a literatura infantil só tem a acrescentar como instrumento de
transformação da própria realidade.
Partindo-se do pressuposto de que o trabalho com a literatura estimula a
produção do conhecimento, reconhece-se que este transforme a criança em um ser
atuante, capaz de executar e compartilhar o conhecimento adquirido.
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Trabalhar a temática foi fascinante e enriquecedor, pois permitiu
refletir sobre as diferentes contribuições que o trabalho com esse gênero possibilita e
sua influência na valorização da cultura literária das crianças.
As reflexões aqui apresentadas não são finitas, pois ampliam as
possibilidades de aprofundamento deste estudo de forma a especificar com mais
detalhes o processo de desenvolvimento da utilização da literatura infantil na rotina
escolar.
Enfim; como afirmou Freire (1996), toda prática de alfabetização é uma
prática conscientizadora que permite ao sujeito, por meio da leitura do mundo e da
palavra, transformar sua consciência numa concepção crítica e autônoma.
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