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Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF)

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Aspectos Reprodutivos de Bovinos | @gisamedvet 
 
Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF)
Conceitos e objetivos da IATF 
O que é IATF? 
É a deposição mecânica do sêmen no trato 
reprodutivo das vacas em tempo determinado 
(fixo). 
Tanto na IA como na IATF, precisamos que 
as vacas estejam no cio para realizar a IA. A 
diferença é que na IA convencional 
precisamos observar cio no rebanho por pelo 
menos 1 hora durante a manhã e uma hora 
durante a tarde. Na IATF, por sua vez, não 
precisamos observar cio. Realizamos a IA em 
um tempo determinado a partir de um 
protocolo hormonal utilizado para induzir e/ou 
sincronizar a ovulação. Em outras palavras, 
usamos hormônios com base na fisiologia 
reprodutiva para encurtar ou prolongar o ciclo 
estral e assim obtermos um determinado lote 
de vacas para inseminar em um único tempo. 
É válido destacar que a IATF também permite 
induzir a ovulação em uma única vaca. De 
qualquer forma, pode ser utilizada tanto em 
vacas de corte como vacas voltadas para a 
produção leiteira. 
 Qual é o principal objetivo da IATF? 
O principal objetivo da IATF é eliminar a 
necessidade de detecção de cio, a qual 
resulta em grandes prejuízos quando 
realizada inadequadamente. Além disso, 
torna-se uma solução no caso das vacas de 
raças que apresentam cio noturno, como é o 
caso das raças zebuínas. 
Quais as vantagens da IATF? 
 Otimizar mão de obra; 
 Concentração de nascimentos; 
 Padronização de bezerros para 
comercialização; 
 Antecipação de gestação e reflexos na 
temporada seguinte; 
 Utilização de épocas com mais 
disponibilidade de pastagens e/ou 
alimento; 
 Redução de custos com aquisição e 
manutenção de reprodutores; 
 IA de animais que manifestam cio 
noturno; 
 Redução do período de anestro pós-
parto e intervalo entre partos. 
Quais as principais desvantagens da 
IATF? 
As principais desvantagens decorrem da IATF 
exigir maiores investimentos e mão de obra 
mais qualificada. 
Qual o ponto crítico da IATF? 
A propriedade deve ter disponibilidade de 
alimento e piquetes, bem como mão de obra 
qualificada para realização da técnica. É 
necessário ter conhecimento da fisiologia 
reprodutiva para escolher o correto protocolo 
hormonal e evitar perdas econômicas no 
investimento com hormônios, por exemplo. 
Ainda, é preciso ter habilidade para inseminar 
um lote de vacas em um mesmo tempo. 
Acima de tudo, o acompanhamento por um 
médico veterinário é imprescindível. 
 
Fatores que devem ser considerados para 
a realização da IATF 
A infraestrutura, organização da propriedade, 
disponibilidade de mão de obra, instrução dos 
empregados da propriedade, condições 
sanitárias e nutricionais dos animais devem 
ser observados com atenção para o uso da 
IATF no rebanho. 
A infraestrutura será importante para 
determinar como manejar o gado e método 
de contenção dos animais para realização da 
técnica de IA. 
A organização compreende a identificação 
dos animais, as anotações reprodutivas das 
vacas, o calendário sanitário para manter os 
animais sadios, a disponibilidade de alimento 
e condições de bem-estar para as vacas. De 
nada adianta inseminarmos as vacas, se não 
temos esses requisitos básicos para o 
acompanhamento dos resultados e obtenção 
de sucesso na realização da técnica. 
Aspectos Reprodutivos de Bovinos | @gisamedvet 
 
 
A disponibilidade de mão de obra auxiliará a 
determinar o uso da IA ou IATF. Por exemplo, 
se as vacas em idade reprodutiva estão 
ciclando (apresentando cio), há mão de obra 
qualificada e disponível para observar cio, 
recomenda-se o uso da IA convencional. Por 
outro lado, se há muitas possibilidades de 
falhas na detecção de cio, recomenda-se 
utilizar a IATF. Contudo, é importante 
destacar que a decisão pelo uso da IATF no 
rebanho bovino deve ser tomada com base 
em uma série de fatores, inclusive a partir de 
uma avaliação econômica criteriosa do 
sistema de produção. Ademais, a técnica 
deve ter supervisão e acompanhamento de 
um médico veterinário. 
Os animais somente vão responder ao 
protocolo hormonal da IATF se tiverem suas 
necessidades energéticas atendidas através 
de um adequado manejo nutricional. Também 
é importante que estejam saudáveis e livres 
de doenças. 
A IATF também pode ser utilizada para 
induzir cio em animais que apresentam 
anestro pós-parto, tanto para antecipar a 
próxima gestação, quanto para os animais 
que não voltaram a ciclar (apresentar cio) 
mesmo após os 60 dias, sem motivos 
aparentes (patologias/doenças). 
 
O uso da IATF em rebanhos bovinos 
https://youtu.be/UVEqjjIQH3I 
Este vídeo ilustra a aplicação de protocolos 
de IATF e reforça o que deve ser considerado 
para aplicação da técnica no rebanho. 
Lembre-se de que há diversos tipos de 
hormônios e protocolos que podem ser 
aplicados de acordo com cada categoria 
animal. 
 
IATF serve ou não para a minha 
propriedade? 
Este artigo da Embrapa descreve sobre as 
vantagens e desvantagens das técnicas de IA 
convencional e IATF. Boa leitura! 
https://www.embrapa.br/busca-de-noticias/-
/noticia/4227153/artigo-a-inseminacao-
artificial-em-tempo-fixo-iatf-serve-ou-nao-
para-a-minha-propriedade 
 
Entendendo os hormônios e sua aplicação 
na IATF 
Existem milhares de protocolos hormonais 
disponíveis para se utilizar em IATF, 
direcionados para as diferentes situações ou 
categorias de animais. Assim, mais 
importante do que saber qual hormônio 
aplicar e quando aplicar, é entender porque 
se utiliza as diferentes associações 
hormonais. Para isso, é importante associar o 
conhecimento fisiológico de cada hormônio 
reprodutivo. 
A prostaglandina é produzida normalmente no 
útero e possui ação luteolítica, ou seja, 
destrói o corpo lúteo presente em um dos 
ovários quando não há gestação. É 
importante destacar que o corpo lúteo produz 
a progesterona e a mesma impede a 
ovulação. 
A progesterona é responsável por manter a 
gestação nas vacas, além de impedir a 
ovulação. Quando utilizada na forma de 
implante, a progesterona é absorvida 
gradativamente e simula a ação do corpo 
lúteo. Dessa forma, a progesterona é utilizada 
para prolongar o ciclo estral e sincronizar o 
cio de um lote de vacas através da inibição da 
ovulação e, consequente, estímulo do 
crescimento de um novo pool de folículos. 
O Hormônio liberador de gonadotrofinas 
(GnRH) é produzido e liberado pelo 
hipotálamo e é agente indutor da ovulação 
através da estimulação da liberação do 
hormônio luteotrófico (LH) pela adeno-
hipófise. O estrógeno é outro hormônio que 
apresenta a mesma função, entretanto, 
demanda maior tempo por ter ação sobre a 
liberação de GnRH. O estrógeno é produzido 
https://youtu.be/UVEqjjIQH3I
https://www.embrapa.br/busca-de-noticias/-/noticia/4227153/artigo-a-inseminacao-artificial-em-tempo-fixo-iatf-serve-ou-nao-para-a-minha-propriedade
https://www.embrapa.br/busca-de-noticias/-/noticia/4227153/artigo-a-inseminacao-artificial-em-tempo-fixo-iatf-serve-ou-nao-para-a-minha-propriedade
https://www.embrapa.br/busca-de-noticias/-/noticia/4227153/artigo-a-inseminacao-artificial-em-tempo-fixo-iatf-serve-ou-nao-para-a-minha-propriedade
https://www.embrapa.br/busca-de-noticias/-/noticia/4227153/artigo-a-inseminacao-artificial-em-tempo-fixo-iatf-serve-ou-nao-para-a-minha-propriedade
Aspectos Reprodutivos de Bovinos | @gisamedvet 
 
pelos folículos e, em maior quantidade, pelo 
folículo pré-ovulatório. 
O hormônio folículo estimulante (FSH) é 
liberado pela adeno-hipófise e estimula o 
crescimento de um pool de folículos, de onde 
se desenvolve o futuro folículo pré-ovulatório. 
O hormônio gonadotrófico equino (eCG) é 
secretada pelos cálices endometriais de 
éguas prenhas e atua no desenvolvimento 
folicular em outras espécies como nas vacas. 
Exemplos de protocolos hormonais para 
IATF 
Exemplo 1: Para realizar a IATF em vacas 
com bom escore de condiçãocorporal (>3) e 
cíclicas (apresentando cio regular), pode-se 
utilizar uma injeção de benzoato de estradiol 
(estrógeno) no dia “0” seguido de implante de 
pessário vaginal impregnado com 
progesterona por 8 dias. O estrógeno junto 
com a progesterona deve sincronizar o cio de 
um lote de vacas. No dia 8, o implante deve 
ser removido e a prostaglandina injetada para 
evitar a possibilidade de presença de 
qualquer corpo lúteo/ progesterona, que 
impede a ovulação. Ainda no dia 8, pode-se 
administrar cipionato de estrógeno ou 
benzoato de estrógeno para estimular a 
ovulação 30 horas ou 54 h após injeção, 
respectivamente. A ovulação também pode 
ser estimulada 16 horas após o uso de GnRH 
no dia 9. 
 
Exemplo 2: Para realizar a IATF em vacas em 
anestro (que não apresentam cio) e com 
escore de condição corporal 3, pode-se 
utilizar a injeção de benzoato de estrógeno e 
implante de pessário vaginal impregnado com 
progesterona no dia 0. Remoção do pessário 
vaginal e injeção de prostaglandina no dia 8, 
conforme protocolo supracitado. Ainda no dia 
8, também deve-se utilizar cipionato de 
estrógeno, entretanto, com complemento da 
administração de eCG para estimular o 
crescimento do folículo pré-ovulatório. A 
ovulação deverá ocorrer 54h após 
administração de eCG. 
 
 
O uso do conhecimento da fisiologia e 
manejo reprodutivo de bovinos na IATF 
https://youtu.be/AuUUlHhcDS4 
Este vídeo ilustra a importância do 
conhecimento da fisiologia reprodutiva e do 
manejo reprodutivo de bovinos para a 
aplicação da IATF. Demostra a aplicação da 
técnica relacionando com a função dos 
hormônios. Ainda, discute os fatores 
envolvidos na aplicação da técnica e os 
resultados esperados. De uma certa forma, 
este vídeo permite uma retomada dos 
conteúdos trabalhados nos módulos 
anteriores. 
 
Verdades e Mitos sobre IATF 
https://youtu.be/vGZ8JqVHAdU

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