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Psicomotricidade 3

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DESCRIÇÃO
Avaliação dos subfatores psicomotores sob à luz das unidades funcionais de Luria.
PROPÓSITO
Analisar a sintomatologia específica da Psicomotricidade para implementação de uma forma de
avaliação dos aspectos psicomotores, desde a infância até a gerontologia, com foco na
construção de um projeto terapêutico em curto, médio e longo prazo.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
Identificar os conceitos psicomotores, categorizando os sintomas e as unidades funcionais de
Luria
MÓDULO 2
Aplicar as provas de tônus e equilíbrio
MÓDULO 3
Aplicar as provas de noção de corpo, lateralidade, organização perceptiva e estruturação
espaço-temporal
MÓDULO 4
Aplicar as provas de praxia global e praxia fina
INTRODUÇÃO
Neste tema, vamos abordar a importância da anamnese e da avaliação para a construção de
um bom projeto terapêutico. Para tal, alguns conceitos se fazem importantes a fim de
nortearem nosso entendimento. De acordo com a Sociedade Brasileira de Psicomotricidade, a
Psicomotricidade:
“É UMA CIÊNCIA QUE TEM POR OBJETO DE ESTUDO
O HOMEM, ATRAVÉS DO SEU CORPO EM
MOVIMENTO, NAS SUAS RELAÇÕES COM SEU
MUNDO INTERNO E SEU MUNDO EXTERNO”
(SBP, s.d.)
Devemos estudar as formas, os mecanismos através dos quais este corpo se comunica com
esses meios (externo e interno), pois é através das sensações, dos nossos sentidos, que
recebemos os estímulos do meio externo. Como nos diz a precursora da Psicomotricidade no
Brasil, Beatriz Saboya (apud MATTOS, 2016), “A sensação gera movimento e vice/versa, o
sentimento gera emoção e vice/versa, e o pensamento gera a palavra e vice/versa.”
O primeiro contato terapêutico é de grande importância e, como você já sabe, chama-se
anamnese. Ela deve conter o histórico do paciente, histórico da doença e a queixa principal.
No entanto, neste primeiro contato, devemos demonstrar segurança em nossos conhecimentos
profissionais, interesse e compreensão pela história do paciente e, com empatia, fazê-lo sentir-
se o mais à vontade possível, criando uma relação de harmonia e confiança.
A AVALIAÇÃO PSICOMOTORA É REALIZADA PARA QUE
POSSAMOS INVESTIGAR AS POSSÍVEIS ALTERAÇÕES QUE
ESTARIAM SENDO OBSTÁCULO PARA O BOM DESENROLAR
DO DESENVOLVIMENTO PSICOMOTOR NOS ASPECTOS
SENSORIAIS, MOTORES, COGNITIVOS, PSICOAFETIVOS E
SOCIAIS. PORÉM, ELAS NÃO CONSEGUEM NOS INFORMAR O
QUE ESTÁ POR TRÁS DO SINTOMA PSICOMOTOR. ELAS NOS
MOSTRAM APENAS COMO ESTÁ O SINTOMA, COMO ELE SE
APRESENTA PARA O MUNDO, COMO ELE SE DÁ AOS OLHOS
DO OUTRO.
A qualidade na avaliação em Psicomotricidade é importante para a confecção de um bom
projeto de terapia e deve levar em conta que o sintoma psicomotor é apenas o que o paciente
nos deixa ver, pois ele se desenvolve com, para e pelo outro.
Após a anamnese, é necessário definir qual ou quais instrumentos de avaliação seriam
indicados para determinado caso. Acreditamos que a diferença se faz não no instrumento
utilizado, mas sim no olhar lançado sobre o que nos é mostrado. Desta forma, uma avaliação
estruturada pode ser de grande riqueza se olhada de forma qualitativa.
Essa avaliação sugere uma sequência de atividades formais que tem âncora nos processos
mentais fundamentados em um corpo teórico, do qual não podemos abrir mão durante toda a
avaliação.
MÓDULO 1
 Identificar os conceitos psicomotores, categorizando os sintomas e as unidades
funcionais de Luria
AVALIAÇÃO PSICOMOTORA
Qual é o interesse de um fisioterapeuta em conhecer e lançar mão de um instrumento da área
da Psicomotricidade em sua avaliação de uma criança? A maior das razões para implementar
essa avaliação é pensar no sujeito como ser individual, único e produtor de um saber sobre si,
que vai muito além do que um terapeuta pode vir a conhecer desse indivíduo. A questão do
diagnóstico diferencial é um ponto crucial para a justificativa do uso de tal instrumento. Até que
ponto os sintomas apresentados pelo paciente são de ordem fisiológica, orgânica ou têm suas
raízes nas relações psicoafetivas que esse sujeito estabeleceu consigo, com o outro e com o
meio, a fim de suportar as pressões de suas vivências relacionais?
A NECESSIDADE DE UMA AVALIAÇÃO PSICOMOTORA
SURGE QUANDO O SINTOMA DO SUJEITO NÃO ESTÁ
ANCORADO, NECESSARIAMENTE, EM DADOS
ORGÂNICOS COMPROVÁVEIS POR EXAMES
COMPLEMENTARES.
Nenhum exame de imagem explica aquela alteração tônica, postural ou motora, contudo, os
dados colhidos na anamnese podem apontar para atrasos no desenvolvimento e na aquisição
dos marcos posturais na infância, ou para traumas psicológicos, após os quais o sintoma se fez
presente. Os estudos de Luria nos mostram que uma alteração, por menor que seja, no
funcionamento das três unidades funcionais descritas podem acarretar uma alteração no
produto, que é o movimento. Assim, podemos dizer que o sintoma psicomotor tem quatro
características: alterações no tônus, alteração no esquema corporal, alteração na
imagem do corpo, resultando em alteração do movimento. Esse instrumento de avaliação
será abordado nos próximos módulos e você poderá ter uma visão ampliada deste panorama.
ASSISTA AGORA AO VÍDEO SOBRE OS
ESTUDOS FUNDAMENTAIS
SINTOMAS PSICOMOTORES
Os sintomas psicomotores foram definidos por Ajuriaguerra (1991) como sendo:
“...A FIGURA SOBRE UM FUNDO DESORGANIZADO...
O QUE ESTÁ DESORGANIZADO É A IMAGEM
CORPORAL, NÃO APROPRIAÇÃO DESTE CORPO
PELA CRIANÇA... O QUE A CRIANÇA NOS MOSTRA É
SOMENTE PARTE, OU MELHOR, EXPRESSÃO DE UMA
DESORGANIZAÇÃO MAIOR... O TRANSTORNO
PSICOMOTOR É UMA INQUIETAÇÃO CORPORAL
CAUSADA POR UMA EMOÇÃO QUE PERTURBA,
DESORGANIZA, ATRAPALHA, QUE ALTERA O VIVER.
O TRANSTORNO ESTÁ À VISTA, MANIFESTA-SE NO
PRÓPRIO CORPO, ELE SE DÁ A VER. PODERÍAMOS
DIZER, ENTÃO, QUE A OBSERVAÇÃO PSICOMOTORA
BUSCA IR ALÉM DO SINTOMA, IR ALÉM DO QUE SE
VÊ!”
(AJURIAGUERRA, 1991).
Estes problemas no corpo são visíveis a qualquer olhar e se tornam foco de preocupação ao
outro. Para a Psicomotricidade, o corpo da criança é um corpo em relação, que abrange não só
a relação com o outro, com o mundo dos objetos, mas também, acima de tudo, consigo
mesmo.
 ATENÇÃO
No que diz respeito à classificação dos transtornos psicomotores, Jean Bergès (1987) realiza
novas contribuições, segundo ele, as instabilidades, a inibição e a debilidade psicomotoras são
expressões do transtorno psicomotor.
INSTABILIDADES PSICOMOTORAS
A instabilidade define-se como uma certa maneira de articular postura e motricidade, a partir do
momento em que a criança está sob o olhar do outro, tentando levar em conta a “imagem” que
ela dá a seu próprio olhar.
Suas características clínicas podem ir desde a dificuldade em dar continuidade às brincadeiras
e às produções corporais, passando pela dificuldade para inibir movimentos, a necessidade de
estar sempre em ação com atitudes expansivas e explosivas, inquietação e agitação motoras,
impossibilidade ou mesmo incapacidade para relaxar e permanecer quieta, até os descontroles
emocional e neurovegetativo ( como sudorese nas mãos, dores de barriga, vontade de urinar,
rubor) e os tiques (involuntários, súbitos, rápidos e repetitivos).
PARATONIAS
A definição de paratonia é a impossibilidade de relaxar voluntariamente um grupo muscular.
Divide-se em:
PARATONIA DE FUNDO
Refere-se ao tônus global e pode ser evidenciada através de mobilizações passivas, onde
observamos uma resistência permanente ao movimento, ou seja, não existe uma
disponibilidade à movimentação passiva.
PARATONIA DE AÇÃO
Surge também a partir de uma movimentação passiva, só que em movimentos de certa
amplitude, não aparece no início do movimento e sim no seu decorrer, por interrupções,
refreamento brusco, definitivo ou transitório.
Outras características dos quadros de instabilidade psicomotora são: a presença das
sincinesias intensas, difusas e de instalação rápida; a atividade desordenada; a pouca eficácia
na realização de trabalhos prolongados; as alterações nas relações interpessoais e a qualidade
da atenção fugaz e dispersa, ocasionando alterações perceptivas e enorme dificuldadepara
focar a atenção.
 ATENÇÃO
Os transtornos psicomotores não podem ser tratados como uma síndrome unicamente motora.
Não podemos deixar de levar em consideração o desenvolvimento afetivo das crianças e suas
relações com o meio ambiente e com os outros. Excluem-se de tais transtornos as síndromes,
cuja sintomatologia indicada corresponde à existência de lesões focais precisas.
As instabilidades se dividem em duas grandes categorias, que se opõem em suas
características clínicas:
ESTADOS DE TENSÃO
ESTADOS DE DEISCÊNCIA
Ambas apresentam distintas manifestações, no aspecto motor (o sintoma surge na ação da
criança sobre o objeto) e no aspecto postural (o sintoma se expressa sobre o próprio corpo).
ESTADO TENSIONAL
Esse estado clínico chamado de estado tensional é percebido nas crianças que apresentam as
seguintes características:
• Estado geral de alerta permanente que resulta em uma alta de tônus generalizada, com
presença de paratonia e bloqueios respiratórios (alteração de tônus).
• Agitação com movimentos bruscos e explosivos (alteração do movimento).
• Corpo vivido como um conjunto de tensões internas; corpo como envolvido em uma armadura
tônica, uma barreira que, em sua falência, deixa escapar o movimento (alterações da imagem
corporal).
Além desses dados clínicos, essas crianças nos mostram seu sofrimento e a construção de
seu sintoma também através das manifestações motoras e posturais (alterações no esquema
corporal).
 Estado tensional, armadura tônica.
MANIFESTAÇÕES POSTURAIS
• Câimbra na escrita. 
• Paratonia. 
• Bloqueios respiratórios. 
• Retenção de gestos; 
• Estado geral de alerta permanente. 
• Tiques, tosses nervosas, etiologia de algumas gagueiras. 
• A criança também tem dificuldade na organização do brincar, do construir. 
MANIFESTAÇÕES MOTORAS
• Grafismo rígido, usando muito tônus na produção gráfica, chegando a ter câimbras. 
• Grande agitação motora, constante mudança de atividade (grafismo rígido). 
• Grande tensão. 
• Grande contração muscular, estados de aumento tônico. 
• Impulsividade.
Essa criança apresentará uma dificuldade muito grande de construir um brincar, pois ela
apresenta uma inabilidade motora e uma falta de destreza que conduz à demolição, à
destruição, mesmo que não intencional. No entanto, não age sobre quaisquer objetos, age
sobre os objetos que têm sentido para o outro, na busca (sempre frustrada) de desviar o olhar
do outro para o objeto em questão e, quem sabe, fora deste olhar antecipatório, poder mover-
se espontaneamente (porém, não consegue, pois está aprisionada em sua armadura, em seu
sintoma). A criança vive em seu corpo com uma sensação de que ele é um conjunto de
tensões internas, um corpo cujo envelope é percebido como uma fortaleza, um impedimento ao
movimento fluido, uma armadura tônica. A eclosão do movimento nesse quadro de
instabilidade representa a falência deste sistema. Este estado tensional é um limitador para o
corpo, para suas ações e relações com o meio.
ESTADO DE DEISCÊNCIA
O estado de deiscência apresenta um quadro clínico oposto ao do estado tensional, revelando
as seguintes características:
Presença de um estado de baixa tônica generalizada, características tônicas elásticas e
flexíveis 
(alterações do tônus).
Certa apatia e palidez.
Certa labilidade vascular periférica, fazendo hematomas com facilidade.
Movimentos rápidos e lábeis, dando impressão de descontrole das atividades (uma
escrita desordenada).
A criança esbarra muito nos objetos (alterações no movimento).
Corpo é vivido como que sem fronteiras; um corpo sentido como um envoltório sem
consistência, feito de falhas. Além desta sensação de incompletude do envelope
corporal, há uma sensação de vazio interno que provoca angústia (alterações da
imagem corporal).
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
A instabilidade representa a busca incessante dos limites, a tentativa de estabelecer uma
fronteira entre si mesmo e o mundo. Além desses dados clínicos, essas crianças nos mostram
seu sofrimento e a construção de seu sintoma também por meio das manifestações motoras e
posturais (alterações no esquema corporal).
MANIFESTAÇÕES POSTURAIS
• Apatia 
• Estados de baixa tônica (vivência de cansaço) 
• Características tônicas elásticas e flexíveis
Partindo da imagem de um corpo sem fronteiras, podemos observar a expressão do sintoma
do estado de deiscência. No caso das manifestações posturais, o “carro-chefe” será as
alterações do sistema neurovegetativo (hiper-hidrose palmar, sudorese, ruídos epigástricos,
enrubescimento, empalidecimento) e, como podemos constatar, todas estas manifestações
ultrapassam, sem o controle do sujeito, as fronteiras do corpo, sendo percebidas pelo outro.
 Instabilidade psicomotora - estado de deiscência – corpo vivido como sem fronteiras, feito
de falhas.
MANIFESTAÇÕES MOTORAS
• Gestos rápidos e lábeis dando impressão de descontrole das atividades (grafismo
desordenado). 
• Grafismo lábil, porém, preciso (uso de pouco tônus muscular). 
• Busca incessante dos limites, na tentativa de estabelecer uma fronteira entre si mesmo e o
mundo, levando a criança a esbarrar muito nos objetos.
A criança vive encostada, colada, esbarrando em algo ou em alguém, na tentativa (sempre
frustrada) de sentir o limite de seu corpo, pois, nestes momentos, tem a falsa sensação de
fechamento do envelope corporal (fornecido pelo contato momentâneo). No entanto, ao se
deparar sozinha, sem tocar em nada ou se encostar a nada, encontra-se tomada pela
sensação de vazio interno e de incompletude de seu envelope corporal. Volta, então, a colar-
se, a se esbarrar em um moto perpétuo de luta contra o sintoma. O corpo é vivido pelo sujeito
como sendo sem fronteiras, um corpo percebido com um envoltório sem consistência, feito de
falhas.
A instabilidade, neste caso, está representada pela tentativa, sempre frustrada, do fechamento
do envelope corporal, buscando o contato permanente com objetos ou com o outro.
 ATENÇÃO
Tanto no estado de deiscência, como no estado de tensão, o problema está relacionado aos
limites corpóreos. Por um lado, encontramos as crianças que apresentam uma envoltura a
mais (corpo como fortaleza – estado de tensão), por outro, aquelas que percebem seu corpo
como que sem envoltura (corpo sem fronteiras – estado de deiscência). No entanto, sabemos
que ambas estão, o tempo todo, buscando informações acerca de seus próprios corpos.
A INIBIÇÃO PSICOMOTORA
No quadro clínico relativo à inibição psicomotora podemos encontrar as seguintes
características clínicas:
• Crianças quietas demais que ficam tensas com facilidade, demonstram cansaço e fadiga,
paralisia, angústia diante das situações (alterações de tônus enquanto postura, atitude). 
• Corpo e movimentos limitados, que não se prestam à exploração do mundo nem à exploração
das relações com o outro. Os movimentos são pobres, comprometidos, em bloco, inibidos,
bloqueados (alterações do movimento). 
• Corpo vivido como se fosse um “objeto bom”, objeto do desejo do outro, sujeitado a este
alguém (alterações da imagem corporal). 
• Inibição, paralisia, angústia diante das situações. 
• Bloqueio geral, crianças quietas demais.
• Os movimentos amplos são evitados, sua expressividade e gestualidade pobre e prejudicada. 
• A criança se angustia com facilidade.
 Inibição psicomotora – corpo vivido como “objeto bom” – corpo coisa.
• Estas crianças são aquelas que não perturbam nunca, mas não só não perturbam como
também não desejam, não lutam pelo que querem, não têm iniciativa, não se defendem,
ocupam o lugar de objeto. São extremamente passivas e, por medo e insegurança, tornam-se
crianças angustiadas, com receio de se exporem, de perderem o lugar de “objeto bom” e,
assim, não terem mais lugar algum. O olhar do outro – que, nas crianças instáveis, aparece
controlando, antecipando e cercando suas ações – não está presente nessas crianças, pois
precisam servistas de outra forma. Esse olhar esteve presente um dia, mas não o suficiente
para sua aceitação fora do lugar de objeto.
Elas permanecem com este comportamento, pois é assim que são vistas, esta é a marca de
seu comportamento e, para não mexerem com essa dinâmica estabelecida, “se dão a ver para
não serem vistas” (LEVIN, 2001). O que não ocorre com as crianças instáveis que “se dão a
ver do modo que são vistas”.
Segundo Esteban Levin (2001), “as crianças com inibição dissimulam que dissimulam”, isto é,
fazem de conta que não querem ser vistas, mas se colocam de tal forma que se fazem notar.
Afinal, o que mais querem é serem vistas com um outro olhar!
DEBILIDADE PSICOMOTORA
Descrita por Dupré, em 1907 (apud AJURIAGUERRA, 1977), como um processo de
interrupção do desenvolvimento das funções motoras e mais precisamente do sistema
piramidal, a debilidade psicomotora caracteriza-se por alterações no movimento intencional,
chegando, muitas vezes, à impossibilidade de realizar voluntariamente a resolução muscular
necessária (paratonia). É descrita como um estado patológico do movimento, com mais
características no nível neuromotor do que no psicoafetivo, que apresenta alterações e
exaltação de alguns reflexos, sincinesias e paratonias.
Segundo Ajuriaguerra (1991), é um “estado de insuficiência, de imperfeição das funções
motoras consideradas em função de sua adaptação aos atos ordinários da vida”.
 Debilidade psicomotora – corpo inexperiente, pouco estimulado, imaturo.
AS UNIDADES FUNCIONAIS DE LURIA
Para que possamos utilizar este instrumento de avaliação psicomotora baseado em Luria, é
preciso que tenhamos acesso aos conhecimentos da Neuropsicologia, que irão sustentar a
escolha das provas pertinentes à avaliação psicomotora propriamente dita.
Luria (1984) aborda a noção de função como um sistema complexo e plástico. As funções
psicomotoras e os substratos neurológicos, que são por elas utilizados, passam a ser vistos
como sistemas organizados, dinâmicos e complexos. As funções cerebrais têm, a partir desses
estudos, uma localização dinâmica, não restrita e estática como tinham até então. As
capacidades cognitivas são analisadas e distribuídas em zonas ou centros corticais que,
apesar de serem diferentes anatômica e funcionalmente, estabelecem entre si um trabalho
sincronizado e dinâmico. As tarefas são consequências de uma harmoniosa e complexa
atividade de estruturas corticais e subcorticais que, por um sistema de retroalimentação e
referência, caracterizam o “córtex operário”.
AS ZONAS RESPONSÁVEIS POR FUNÇÕES
SIMBÓLICAS OU PSICOMOTORAS SÃO DISTRIBUÍDAS
DE FORMA DISPERSA PELO CÉREBRO, NO QUE DIZ
RESPEITO AS SUAS CARACTERÍSTICAS
ANATÔMICAS E PSICOLÓGICAS. O CÉREBRO
FUNCIONA, SEGUNDO A TEORIA LURIANA, COMO UM
SISTEMA TOTALIZADOR QUE OPERA VÁRIAS
UNIDADES FUNCIONAIS CONSIDERADAS COMO
SUBSISTEMAS.
Para Luria, o cérebro é composto de múltiplas estruturas funcionais sistematicamente
integradas em três grandes unidades funcionais fundamentais. Essas unidades funcionais
participam de todo tipo de atividade mental, quer no movimento voluntário, na elaboração
práxica e psicomotora, quer na produção da linguagem falada ou escrita.
A classificação apresentada neste tema não irá considerar valor numérico para avaliar a
execução da tarefa, buscando observar a qualidade do movimento e da utilização de seu corpo
em cena, em uma perspectiva descritiva. O recurso proposto, além do relatório descritivo,
compreende a confecção de um gráfico qualitativo, que oferecerá uma representação do perfil
psicomotor, de fácil compreensão para pais, escolas e demais profissionais, sendo também um
instrumento bastante útil no momento de uma reavaliação.
Como observamos no desenvolvimento psicomotor descrito por Gallahue & Ozmun (2001), as
habilidades motoras fundamentais devem estar maduras por volta de 6 anos. Isso significa que
uma criança a partir dos 6 ou 7 anos deverá realizar, satisfatoriamente, todas as provas
propostas no livro desses autores. Para aplicar a avaliação indicada neste tema, a idade
mínima estipulada será de 3 a 4, pois é nessa idade que se dá a emergência de tais
habilidades e a função motora já é o instrumento da consciência.
As estruturas do sistema nervoso responsáveis pelo funcionamento da primeira unidade
funcional são o tronco cerebral, o diencéfalo e as regiões médias do córtex. Sua função é a
regulação do tônus cortical e postural e dos estados de alerta (sono e vigília), isto é, garantem
o processo cognitivo da função da atenção. A formação reticulada assume, segundo Luria, um
papel fundamental na motivação e na aprendizagem. Transforma, através do seu poder de
integração com os centros superiores, as sensações vindas de várias modalidades sensoriais
em uma percepção. Regidos por elas, estão os seguintes fatores psicomotores que iremos
avaliar: tônus e equilíbrio.
 Cérebro e tronco encefálico.
As estruturas do sistema nervoso, responsáveis pelo funcionamento da segunda unidade
funcional, estão localizadas nas regiões posteriores e laterais do neocórtex – convexidade
superficial dos hemisférios cerebrais que contêm as zonas responsáveis pela recepção dos
órgãos sensoriais. Isto é, nas regiões:
• Occipital (áreas 17, 18 e 19 de Brodmann) - análise visual 
• Temporal superior (áreas 41, 42 e 22 Br) - análise auditiva 
• Pós-central parietal (áreas 3, 1 e 2 Br) - analisador tátil e cinestésico, ligado à motricidade.
Sua função é específica e suas células nervosas também, dependendo de sua localização
(células do córtex visual não são encontradas no córtex auditivo). Essa especificidade celular
faz com que estas zonas sejam capazes de processar diferenças sensoriais mínimas,
garantindo uma percepção integrada, seletiva e complexa dos estímulos recebidos do meio.
Nestas áreas do córtex, temos as áreas corticais sensoriais primárias (que captam os
estímulos sensoriais) e as áreas corticais sensoriais secundárias (que percebem, pois
analisam, classificam e armazenam tais informações). Diante desta tarefa, podemos identificar
os processos cognitivos das sensações, percepções e memórias. Os fatores psicomotores que
dependem do funcionamento harmonioso desta unidade funcional são: noção de corpo,
lateralidade, organização perceptiva e estruturação espaço temporal. Muita coisa, não é
mesmo? Agora, uma pergunta: Será que conseguimos perceber ou mesmo memorizar algo
sem prestarmos atenção? Claro que não. Logo, a segunda unidade funcional depende do bom
funcionamento da primeira, de acordo?
 Os cinco sentidos.
A terceira unidade funcional de Luria coordena a organização da atividade consciente, ou seja,
a programação, regulação e verificação desse tipo de atividade. Está localizada nas regiões
anteriores do córtex, à frente do sulco central (áreas pré-central e frontal), região denominada
lóbulos frontais, e abrange as funções de programar, regular, verificar, integrar e efetivar
(executar) ações motoras voluntárias. É responsável pela função de expressão (sistemas
motores eferentes), pelo movimento voluntário, isto é, pelo processo cognitivo de planejamento
e execução motora. Aqui, teremos como fatores psicomotores que dependem desse
funcionamento as praxias globais e finas.
A terceira unidade funcional difere da segunda no sentido da organização. Enquanto a segunda
unidade, responsável pelas funções de recepção (sistema sensorial aferente), organiza-se de
forma vertical e ascendente (primeiro, ativa as áreas primárias, depois, as secundárias e, por
fim, as terciárias), a terceira unidade funcional se organiza de forma vertical descendente. Ou
seja, a ativação parte das áreas terciárias para as secundárias e destas para as primárias,
sendo que, das últimas, partem os comandos desde os primeiros motoneurônios superiores
aos inferiores e desses para os músculos. Na figura abaixo, as áreas da terceira unidade
funcional estão em tons de vermelho. As funções corticais de programação, regulação e
verificaçãodas atividades conscientes não podem ser vistas de forma separada do instrumento
fundamental que é a linguagem, que se tornou o “maior regulador do comportamento humano”.
Vamos a mais uma pergunta: será que podemos realizar uma ação motora harmoniosa sem as
estruturas que nos fornecem as informações sensoriais? Será eficiente esse movimento se não
prestarmos atenção durante sua execução? Claro que não! Assim, vemos a integração das três
unidades descritas por esse autor.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
MÓDULO 2
 Aplicar as provas de tônus e equilíbrio
PROVA 1 - TONICIDADE
Serão avaliadas duas formas de tonicidade: a de fundo e a de ação. Na primeira, vamos
verificar o aspecto da passividade – a capacidade de relaxamento passivo dos membros e
suas extremidades distais perante mobilizações, oscilações e balanceios promovidos pelo
observador – e o aspecto da extensibilidade ¬– o maior comprimento possível que podemos
imprimir a um músculo afastando suas inserções sem causar desconforto.
Após a observação do tônus de fundo, de base ou repouso, devemos seguir nossa observação
do tônus de ação ou de atitude, investigando:
As paratonias, segundo Dupré (apud AJURIAGUERRA, 1977) são a incapacidade de
descontração voluntária e podem estar presentes tanto no tônus de repouso como no de ação.
As diadococinesias (função motora que permite a realização de movimentos simultâneos e
alternados), que põem em cena a coordenação cerebelar.
As sincinesias (quando um grupo muscular que não foi convidado para a ação, vem participar
dela) com reações parasitas de imitação ou axiais.
Para a avaliação de tão importante aspecto psicomotor, optamos pela aplicação do exame de
tônus (AJURIAGUERRA, 1991).
PROVA 1.1 – PASSIVIDADE
O examinando deverá permanecer passivo e relaxado durante a execução das manobras de
balanceio realizadas pelo examinador.
Membros superiores
Serão avaliadas as três articulações dos membros superiores por meio de suaves balanceios.
Tronco
Imprimir suave balanceio no tronco e observar a extensão da amplitude do movimento (se
atinge pernas e pés, por exemplo).
Membros inferiores
Uma vez que nos foi possível observar a passividade da coxofemoral na avaliação do tronco,
vamos nos deter na passividade das demais articulações, a saber: joelho e tornozelo.
ASSISTA AGORA AO VÍDEO SOBRE O
EXAME DE TÔNUS PROVAS DE
PASSIVIDADE
PROVA 1.2 – EXTENSIBILIDADE
O maior comprimento possível que podemos imprimir a um músculo, afastando suas inserções
sem causar desconforto.
Membros superiores
Serão avaliadas as três articulações dos membros superiores em sua extensibilidade.
Tronco
Promover um ângulo reto entre membros inferiores e tronco.
Membros inferiores
Uma vez que nos foi possível observar a extensibilidade da coxofemoral na avaliação do
tronco, vamos nos deter na investigação das demais articulações, a saber: joelho e tornozelo.
PROVA 1.3 – SINCINESIAS
Estas podem variar:
NO TIPO
Tônica – só aumento de tonicidade
Tônica cinética – aumento de tônus com a presença de movimentos
NA INTENSIDADE
Pouca intensidade
Muita intensidade
NA LATERALIDADE
Normalmente, estão mais presentes no membro do lado dominante quando este está em
repouso.
PROVA 1.4 – CONTROLE TÔNICO-POSTURAL
Estas podem variar:
PROVA DE REPERCUTIVIDADE
Resposta de sobressalto a estímulo inesperado.
INSTABILIDADE POSTURAL
javascript:void(0)
javascript:void(0)
javascript:void(0)
javascript:void(0)
javascript:void(0)
De pé, de olhos fechados, braços estendidos para a frente, observar as oscilações
anteroposteriores ou laterais; o deslocamento dos membros demonstra instabilidade no estado
de repouso.
INSTABILIDADE DE AÇÃO
De pé, olhos fechados, braços estendidos para a frente, marchar sem sair do lugar ou mover a
língua da esquerda para a direita (incitação axial).
PROVA 2 – EQUILIBRAÇÃO
javascript:void(0)
A observação do equilíbrio envolve ajustamentos posturais antigravitários que dão suporte a
qualquer ato motor. Pelas provas de equilíbrio estático, podemos observar o grau de controle
vestibular e cerebelar da postura. Nosso olhar deverá estar atento aos movimentos faciais, às
gesticulações, aos sorrisos, às oscilações, à rigidez corporal, aos tiques e à hiperemotividade.
AS PROVAS DE EQUILÍBRIO DINÂMICO IMPLICAM NA
ORIENTAÇÃO CONTROLADA DO CORPO EM
SITUAÇÕES DE DESLOCAMENTO NO ESPAÇO,
ENTRANDO EM CENA A PRÓPRIA ATIVIDADE
PIRAMIDAL. NOSSO OLHAR DEVE ESTAR ATENTO
PARA OS SINAIS COMO A PRECISÃO, A ECONOMIA E
A MELODIA DO MOVIMENTO, CONTROLE, DESTREZA,
GRAU DE FACILIDADE OU DE DIFICULDADE,
ASSIMETRIAS, REAÇÕES DE BUSCA DE EQUILÍBRIO.
Vamos observá-lo nas seguintes condições (FONSECA, 1995):
PROVA 2.1 – EQUILÍBRIO ESTÁTICO
Posição de Romberg: O sujeito deve estar de pé, braços ao longo do corpo, pés unidos e
olhos fechados por 60 segundos (deve ter a capacidade de inibir voluntariamente qualquer
movimento durante um curto tempo). O fracasso aqui é a perda de equilíbrio, a abertura dos
olhos e as sensações de vertigem ou náusea que impedem a permanência na posição.
PROVA 2.2 – EQUILÍBRIO DINÂMICO
2.2.1 – Pular, com os pés juntos, uma corda estendida no chão. 
O terapeuta demonstra o pulo que deverá ser sem impulso, com os joelhos fletidos. Deve haver
propulsão.
2.2.2 – Marcha controlada: Andar em linha reta (2 metros), encostando a ponta de um pé no
calcanhar do outro pé.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
MÓDULO 3
 Aplicar as provas de noção de corpo, lateralidade, organização perceptiva e
estruturação espaço-temporal
PROVAS DA SEGUNDA UNIDADE
FUNCIONAL DE LURIA
Os subfatores psicomotores a serem avaliados aqui estão sob responsabilidade da segunda
unidade funcional de Luria. Serão utilizadas provas de conhecimento do corpo, organização
perceptiva, estruturação espacial e lateralização, como veremos a seguir.
PROVA 3 - CONHECIMENTO DO CORPO
Aqui, as questões relacionadas aos conceitos fundamentais de esquema corporal e imagem
corporal terão um papel muito importante:
PROVA 3.1 – CINESTESIA
De olhos fechados, a criança deverá nomear pontos no corpo tocados pelo observador.
8 pontos (até 6 anos) ___________________ 
18 pontos (após os 6 anos) ___________________
PROVA 3.2 – IMITAÇÃO DE GESTOS
Quadro da média de pontos obtidos
3 anos 7 a 12
4 anos 13 a 18
5 anos 17 a 19
6 anos 19 a 20
 Fonte: EnsineMe.
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
 Imagem das provas de imitação de gestos.
PROVA 3.3 – CONHECIMENTO DAS PARTES DO
CORPO:
Nomear e localizar as partes do corpo listadas sobre o próprio corpo e sobre o corpo do outro.
Como ensaio, fazer a criança mostrar e nomear a cabeça, os braços e as pernas.
Nomear e mostrar as partes do corpo
Partes do corpo Nomear no avaliador Mostrar no avaliador
1 – Cabelos
2 – Mãos
3 – Pés
4 – Boca
5 – Orelhas
6 – Olhos
7 – Nariz
8 – Costas
9 – Barriga
10 – Joelhos
11 – Dentes
12 – Calcanhares
13 – Testa
14 – Pescoço
15 - Bochechas
 Fonte: EnsineMe.
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
QUADRO DA MÉDIA DE PONTOS OBTIDOS
Idade Nomear Mostrar
3 anos 8 10
4 anos 17 18
5 anos 20 21
6 anos 24 25
 Fonte: EnsineMe.
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
PROVA 3.4 – DESENHO DA FIGURA HUMANA
(DESENHO DE SI?)
Considerações: ___________________
PROVA 4 – ORGANIZAÇÃO PERCEPTIVA E
ESTRUTURAÇÃO ESPACIAL
PROVA 4.1 – ORGANIZAÇÃO PERCEPTIVA
Tabuleiro vazado de formas (círculo, quadrado e triângulo)
PROVA 4.2 – FORMAÇÃO DE UM RETÂNGULO
Formar retângulo a partir de dois triângulos dispostos desta forma:
PROVA 4.3 – REPRESENTAÇÃO TOPOGRÁFICA
Confeccionar, junto com a criança, o mapa da sala (planta baixa) e, em seguida, traçar um
trajeto no mapa que deverá ser efetuado pela criança, no espaço.
PROVA 4.4 – ESTRUTURAÇÃO RÍTMICA
Reprodução rítmica das estruturas abaixo:
Obs: Parar após três estruturas erradas sucessivamente.
Ensaio: 00 e 0 0
1. 000 
2. 00 00 
3. 0 00 
4. 0 0 05. 0000 
6. 0 000 
7. 00 0 0 
8. 00 00 00 
9. 00 000 
10. 0 0 0 0
11. 0 0000 
12. 0000 
13. 00 0 00 
14. 0000 00 
15. 0 0 0 00 
16. 00 000 0 
17. 0 0000 00 
18. 00 0 0 00 
19. 000 0 00 0
20. 0 00 000 00
 Fonte: EnsineMe.
Simbolização: desenhar as estruturas rítmicas abaixo, batidas pelo observador:
Obs.: Parar após duas estruturas erradas sucessivamente.
Ensaios: 00 e 0 0
1. 0 00 
2. 00 00 
3. 000 0 
4. 0 000 
5. 000 00 
6. 0 0 0 
7. 00 0 00 
8. 0 00 0 
9. 0 0 00 
10. 00 00 0
 Fonte: EnsineMe.
Simbolização das estruturas abaixo pela leitura dos cartões:
Ensaios: 00 e 0 0
1. 000 
2. 00 00 
3. 00 0 
4. 0 0 0 
5. 00 00 00 
 Fonte: EnsineMe.
Quadro da média de pontos obtidos na pesquisa dos autores -Correspondência para a idade
Idades Pontos
6 anos 6
7 anos 14
8 anos 19
9 anos 24
10 anos 27
11 anos 32
 Fonte: EnsineMe.
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
PROVA 5 – LATERALIZAÇÃO
PROVA 5.1 – DOMINÂNCIA LATERAL
Expressiva: observa-se no “dar tchau”, “bater palmas”, “mandar beijo”.
Preferência das mãos
Atividades Uso da mão direita Uso da mão esquerda
1. Jogar uma bola
2. Dar corda no despertador
3. Bater um prego com o martelo
4. Escovar os dentes
5. Pentear-se
6. Segurar na maçaneta
7. Assoar o nariz
8. Utilizar a tesoura
9. Escrever
10. Distribuir o baralho
 Fonte: EnsineMe.
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
Dominância ocular
Atividades Uso do olho direito Uso do olho esquerdo
1. Sighting
2. Telescópio
3. Luneta
 Fonte: EnsineMe.
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
Dominância pedal
Atividades
Uso do pé
direito
Uso do pé
esquerdo
1. Chutar a bola
2. Conduzir uma caixa de fósforos com um
pé só
3. Retirar a bola do canto da parede
 Fonte: EnsineMe.
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
Quadro geral de dominância lateral
Expressiva Manual Ocular Pedal
 Fonte: EnsineMe.
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
PROVA 5.2 – RECONHECIMENTO DIREITA/ESQUERDA
Mostrar em si mesmo:
– A mão direita ___________________ 
– A mão esquerda ___________________ 
– O olho direito ___________________
Mostrar no outro:
– Mão esquerda ___________________ 
– Pé direito ___________________ 
– Pegar a bola que está na mão direita ___________________
ASSISTA AGORA AO VÍDEO SOBRE O
CAMPO PERCEPTIVO
VERIFICANDO O APRENDIZADO
MÓDULO 4
 Aplicar as provas de praxia global e praxia fina
PROVA 6 – PRAXIA GLOBAL
Nesta prova, entram em cena os grandes músculos, a coordenação e o controle do corpo, seu
equilíbrio e suas relações com os objetos. Fique atento à qualidade do movimento realizado
pela criança.
PROVA 6.1
Saltar com os dois pés juntos para a frente.
PROVA 6.2
Saltar sem impulso sobre um elástico (20 cm).
PROVA 6.1
Saltar em um pé só (5 m).
PROVA 6.4
Coordenação oculomotora
• Jogar 5 bolas ao cesto. 
• Agarrar a bola de tênis com uma das mãos.
PROVA 6.5
Coordenação óculo-pedal: cinco chutes a gol.
PROVA 6.6
Dissociação de movimentos.
Realizar vários batimentos de mãos, pés e mãos e pés, na seguinte sequência:
Mãos Pés Mãos e Pés
2MD – 2ME 2PD – 2PE 1MD – 2ME – 1PD – 2PE
javascript:void(0)
javascript:void(0)
javascript:void(0)
javascript:void(0)
javascript:void(0)
javascript:void(0)
2MD – 1ME 2PD – 1PE 2MD – 1ME – 2PD – 1PE
1MD – 2ME 1PD – 2PE 2MD – 3ME – 1PD – 2PE
2MD – 3ME 2PD – 3PE
 Fonte: EnsineMe.
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
Lembramos aqui que o que devemos ressaltar em nossas observações é, sobretudo, a
qualidade do movimento que a criança nos dá a ver e não somente se ela realizou ou não a
atividade proposta.
PROVA 7 – PRAXIA FINA
Nestas provas, investigaremos o movimento mais refinado, mais cortical! Aqui no homúnculo
de Penfield, podemos ver o tamanho e a representação imensa da mão no córtex:
Partindo da consciência da importância das mãos no desenvolvimento do movimento fino,
vamos avaliar de forma progressiva, pensando nas idades e suas competências:
PROVA 7.1
Construir torre com 6 cubos (3 anos).
PROVA 7.2
Fazer um nó (4 anos).
PROVA 7.3
Confeccionar uma pulseira de clipes (5, 6 e 7 anos).
Obs: Usar 5 clipes para crianças com menos de 6 anos e 8 para as maiores.
PROVA 7.4
Diadococinesia: Polegar e outros dedos.
Polegar e indicador.
PROVA 7.5
Velocidade e precisão: traços no papel quadriculado (a partir dos 6 anos).
Quadro da média de pontos obtidos por idade na pesquisa da autora
Idade Número de traços (na melhor das mãos)
6 anos 57
7 anos 74
8 anos 91
9 anos 100
javascript:void(0)
javascript:void(0)
javascript:void(0)
javascript:void(0)
javascript:void(0)
10 anos 107
11 anos 115
 Fonte: EnsineMe.
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
ASSISTA AGORA AO VÍDEO SOBRE A
AVALIAÇÃO DO MOVIMENTO
ELABORAÇÃO DO RELATÓRIO
Após a análise das respostas dadas às provas do protocolo, devemos elaborar um relatório
cujos resultados deverão ser comentados em uma devolutiva com os responsáveis. Este
mesmo relatório pode ser encaminhado para os demais profissionais envolvidos no caso.
Assim como a escola, portanto, sua linguagem precisa ser acessível para a fácil compreensão
daqueles que o receberão, evitando usar muitos termos técnicos (sem suas devidas
explicações), pois eles podem ser obstáculos para a compreensão de sua análise.
Além dos dados formais, que fazem parte de qualquer relatório (nome completo, data de
nascimento, data da avaliação, procedência da indicação, motivo), é preciso justificar o uso
deste ou daquele instrumento avaliativo. Busque produzir um relatório descritivo que retrate o
perfil de seu cliente avaliado e de sua forma de usar o corpo, assim o leitor poderá visualizar
com clareza de quem estamos falando.
Uma forma bastante prática e clara de demonstrar os resultados da avaliação, que pode ser
inserida após o relatório, é o gráfico qualitativo. O gráfico qualitativo tem a vantagem de não
determinar a idade cronológica específica de tal desempenho e retrata a qualidade da
realização da tarefa, deixando transparecer os aspectos que devem receber maior investimento
em seu projeto terapêutico. Outra utilidade importante do gráfico é a possibilidade de visualizar
ganhos qualitativos em uma segunda avaliação.
Não esqueça de comentar o gráfico para que fique claro ao leitor sua interpretação dele. Ao
final dos comentários, devemos nos colocar disponíveis para a troca profissional e o trabalho
interdisciplinar. Por isso, devemos assinar e colocar nosso registro profissional, assim como,
nossos contatos.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Tivemos a oportunidade de conhecer mais sobre o cérebro, seu funcionamento e os sintomas
psicomotores. Esse conhecimento nos permite realizar um bom diagnóstico diferencial ao
recebermos nosso paciente, isto é, quando encaminhar para um psicomotricista ou quando
utilizar recursos da Psicomotricidade no tratamento fisioterapêutico.
O manejo das provas vistas nos módulos 2, 3 e 4 vai se aprimorando à medida que você as
aplicar. Uma estratégia para aprendizado e prática: aplique as provas em membros da família
ou amigos.
Na certeza de que você absorveu esses conhecimentos, esperamos que tragam um diferencial
em sua formação e enriqueçam sua contribuição para a saúde de seus pacientes.
A especialista irá falar sobre como fechar um relatório apontando um diagnóstico com
base nos testes
 PODCAST
AVALIAÇÃO DO TEMA:
REFERÊNCIAS
AJURIAGUERRA, J. Manual de psiquiatria infantil. Rio de Janeiro: Masson, 1977.
AJURIAGUERRA, J. Manual de psicopatologia infantil. Artes Médicas, 1991.
BERGÉS, J & LÉZINE. Teste de Imitação de Gestos. Porto Alegre: Artes Médicas, 1987.
FONSECA, V. Manual de observação psicomotora. Artes Médicas, 1995.
GALLAHUE, D.; OZMUN, J. Compreendendo o desenvolvimentomotor. São Paulo: Phorte,
2001.
LEVIN, E. A clínica psicomotora: O corpo na linguagem. Petrópolis: Vozes, 2001.
LURIA, A. R. Fundamentos da neuropsicologia. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e
Científicos, 1984.
MATTOS, V. Avaliação psicomotora. Rio de Janeiro: SESES, 2016.
EXPLORE+
Para saber mais sobre os assuntos explorados neste tema, leia:
O artigo Contribuições da Neuropsicologia de Alexsander Romanovich Luria para o
debate contemporâneo sobre relações mente-cérebro, publicado em 2010, no periódico
Mnemosine. Dessa forma, obtenha mais informações acerca da contextualização
biográfica e filosófica da neuropsicologia de Luria.
O artigo Desenvolvimento humano, organização funcional do cérebro e aprendizagem no
pensamento de Luria e de Vygotsky, da professora da Universidade do Estado de Santa
Catarina, Neli Klix Freitas, que aborda questões relacionadas ao desenvolvimento
humano e à organização funcional do cérebro, de acordo com as contribuições de Luria e
de Vygotsky. O texto foi publicado em 2006 na revista Ciências & Cognição.
O artigo Avaliação psicomotora de escolares do 1º ano do ensino fundamental, de Taís de
Lima Ferreira, Amanda Bulbarelli Martinez e Sylvia Maria Siasca, publicado na revista
Psicopedagogia, em 2010. Assim, obtenha uma perspectiva prática sobre o tema.
CONTEUDISTA
Vera Lucia de Mattos Nogueira
 CURRÍCULO LATTES
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