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Diabetes Glicose em jejum (mg/dL) Glicose 2 horas após sobrecarga com 75 g de glicose (mg/dL) Glicose ao acaso (mg/dL) HbA1c (%) Normoglicemia Até 99 100 – 139 - até 5,6 Pré-diabetes 100 – 125 140 – 199 - 5,7 - 6,4 Diabetes ≥ 126 ≥ 200 ≥ 200 com sintomas inequívocos de hiperglicemia ≥ 6,5 Tipos de Diabetes Mellitus DM 1 → 1A: Deficiência de insulina por destruição autoimune das células β pancreáticas comprovada laboratorialmente → 1B: Deficiência de insulina de natureza idiopática DM 2 Perda progressiva de secreção de insulina combinada com resistência à insulina DM Gestacional Hiperglicemia de graus variados diagnosticada durante a gestação, na ausência de critérios de DM prévio Outros tipos MODY (monogênico), neonatal, secundário a endocrinopatias, doenças do pâncreas exócrino, infecções, medicamentos é removido no aparelho de Golgi, mas é secretado junto com a insulina, podendo ser dosado para avaliação da função das células β pancreáticas (se há diminuição progressiva da secreção de insulina – DM II) tendo uma meia-vida de 30 minutos (insulina é de 5min). Células α Glucagon Células β Insulina A síntese de Insulina se inicia no citoplasma, mas após sequência sinalizadora inicial hidrofóbica ser sintetizada o ribossomo vai até o RER e termina de sintetizar a pré-pró- insulina no lúmen retículo. Peptídeo sinal é excisado e então se forma pró- insulina, com uma cadeia α e β ligadas por pontes dissulfeto (Cys) e conectadas por um peptídeo C que removido no aparelho de Golgi, mas é secretado junto com a insulina A insulina é liberada quando glicose plasmática > 100mg/dL, passando pelas células α e inibindo liberação de glucagon, enquanto que o glucagon é liberado com glicose plasmática < 70 mg/dL. A ausência de secreção de insulina diminui a absorção de glicose pelas células e estimula a gliconeogênese no fígado, levando a hiperglicemia, desidratação (aumento de secreção de glicose pelos rins que tem efeito osmótico na água) e polidipsia (aumento da sede). Ação de glucagon também aumenta degradação de lipídeos e formação de corpos cetônicos o que causa hálito cetônico (acetona), náuseas e acidose (acetato e β-hidróxidobutirato → cetoacidose diabética, principal complicação da DM I não controlada). Hiperglicemia crônica leva a formação de AGEs (produtos finais de glicação avançada (glicose é poli-hidroxialdeído, função aldeído altamente reativa) que ativam fator de transcrição NF-kβ que aumenta liberação de citocinas inflamatórias, atividade pró-coagulante e disfunção endotelial (aterosclerose), proteínas glicadas do plasma se ligam a proteínas da membrana basal aumentando espessura de capilares (diminui eficiência de troca com interstício), aumento de ligação cruzada do colágeno que pode lesar membrana basal de glomérulos (nefropatia diabética), nervos (neuropatia diabética – perda de sensibilidade), retina (retinopatia diabética) e aumenta sequestro de proteínas como LDL Diabetes Mellitus 1 Se desenvolve na infância e na adolescência. Associação com HLA (antígeno leucocitário humano). Exame dosagem anticorpo Anti-GAD (ácido glutâmico descarboxilase). Geralmente se origina após uma infecção viral ou bacteriana nos primeiros meses de vida que acaba criando anticorpos contra células β pancreáticas. LADA tbm ocorre por destruição autoimune, mas se desenvolve no adulto. Hiperglicemia (glucagon – gliconeogênese e ausência de insulina) e hipercolesterolemia (aumento degradação de lipídeos para oxidação e VLDL) e cetoacidose diabética. Insulina também atua na ativação de diversos genes, como da lipase lipoproteica, levando a diminuição da síntese o que causa hipertrigliceridemia (diminuição da capitação de lipoproteínas). Estresse provocado durante exercício nas fibras musculares leva a associação do Glut-4 à membrana de forma independente de insulina, sendo indicado para o tratamento, além de insulina regular (3 doses, antes do café da manhã, almoço e janta) e NPH (2 doses, pela manhã e antes de dormir) Diabetes Mellitus 2 Se desenvolve a partir dos 40 anos. 90-95% dos casos de diabetes. Síndrome hiperosmolar e hiperglicêmica. Boa parte dos pacientes são assintomáticos, mas pode haver visão turva, fadiga, disfunção erétil, infecções por cândida ou do trato urinário, pele seca pruriginosa, parestesias, aumento da micção, sede e apetite, perda de peso inexplicada. Aumento de resistência à insulina (genética, obesidade (adipocinas inflamatórias atrapalham cadeia de sinalização intracelular da insulina), sedentarismo, envelhecimento) leva a hiperinsulinemia que diminui tolerância a glicose, podendo levar a diminuição da secreção de insulina pelas células β (por toxicidade da glicose e dos AGLs). Retinopatia, neuropatia, nefropatia, doenças cardiovasculares e AVCs (citocinas pró- coagulantes e aterosclerose). Estresse e altos níveis de cortisol estimulam gliconeogênese, aumenta glicemia, resistência à insulina, hiperinsulinemia e risco de DM2. Ausência de cetoacidose. Diabetes MODY Se desenvolve na infância e na adolescência. 10% dos classificados como DM1 e 5% dos classificados como DM2. Sem anticorpos anti-GAD e anti-insulina e dosagem de peptídeo C normal. Boa parte dos pacientes assintomáticos. Baixo risco de complicações. É ocasionado por uma mutação monogênica e possui 14 tipos diferentes. MODY 2 ocorre 30 - 70% dos casos devido a mutação do gene GCK (glicoquinase) fazendo com que insulina não seja secretada nas células β levando a hiperglicemia ligeira assintomática e HbA1c < 8%. Diabetes Gestacional Durante a gestação normal a resistência à insulina aumenta e as células β compensam o aumento da demanda, mas na DMG ocorre déficit na resposta das células β, com secreção insuficiente de insulina. Pode se desenvolver com idade materna avançada, sobrepeso, histórico familiar, crescimento fetal excessivo, antecedentes de abortamento de repetição, baixa estatura e síndrome do ovário policístico (ciclos menstruais irregulares). Pode ocasionar hipoglicemia neonatal no bebê. Glicemia em jejum 92- 125 mg/dL, TOTG – 75 ≥ 92/180/153 mg/dL. Tratamento com dieta, exercício físico, insulinoterapia (0.7 – 1.0 um/kg/dia), metformina/glibenclamida.