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Anah Zanetti ------Cuidados Paliativos e Terminalidade------- -------------------------------Cuidados Paliativos-------------------------------------- ✤ Os cuidados paliativos não antecipam a morte, nem prolongam o processo de morrer. ● Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS): "Cuidados Paliativos consistem na assistência promovida por uma equipe multidisciplinar, que objetiva a melhoria da qualidade de vida do paciente e seus familiares, diante de uma doença que ameace a vida, por meio da prevenção e alívio do sofrimento, da identificação precoce, avaliação impecável e tratamento de dor e demais sintomas físicos, sociais, psicológicos espirituais.” ● Definição Mais Recente IAHPC 2020 - International Association for Hospice and Palliative Care (IAHPC): “Os Cuidados Paliativos são cuidados holísticos ativos, ofertados a pessoas de todas as idades que encontram-se em intenso sofrimento relacionados à sua saúde, proveniente de doença severa, especialmente aquelas que estão no final da vida. O objetivo dos Cuidados Paliativos é, portanto, melhorar a qualidade de vida dos pacientes, de suas famílias e de seus cuidadores “ PORTARIA Nº 2.809, DE 7 DE DEZEMBRO DE 2012 ➜ Estabelece a organização dos Cuidados Prolongados para retaguarda à Rede de Atenção às Urgências e Emergências (RUE) e às demais Redes Temáticas de Atenção à Saúde no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Art. 1º Esta Portaria estabelece a organização dos Cuidados Prolongados para retaguarda à Rede de Atenção às Urgências e Emergências (RUE) e demais Redes Temáticas de Atenção à Saúde no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Art. 2º Os Cuidados Prolongados poderão se organizar nas seguintes formas: I. Unidade de Internação em Cuidados Prolongados como serviço dentro de um Hospital Geral ou Especializado (UCP); ou II. Hospital Especializado em Cuidados Prolongados (HCP). ● CAPÍTULO II ✤ DA ORGANIZAÇÃO DOS CUIDADOS PROLONGADOS NA REDE DE ATENÇÃO À SAÚDE Art. 8º Os Cuidados Prolongados poderão se organizar nas seguintes formas: I. Unidades de Internação em Cuidados Prolongados como Serviço dentro de um Hospital Geral ou Especializado (UCP); e II. Hospitais Especializados em Cuidados Prolongados (HCP). § 1º As UCP devem possuir entre quinze e vinte e cinco leitos para tratamento prolongado. § 2º O HCP constitui-se em um estabelecimento cuja capacidade instalada total seja direcionada para essa finalidade, com, no mínimo, quarenta leitos. Anah Zanetti ● CAPÍTULO III ✤ DA ALTA HOSPITALAR RESPONSÁVEL Art. 18. A alta hospitalar responsável visa preparar o usuário para o retorno ao domicílio com qualidade e segurança para continuidade dos cuidados, promoção da sua autonomia e reintegração familiar e social. Parágrafo único. A avaliação global do usuário para a alta hospitalar responsável será realizada pela equipe multidisciplinar horizontal com vistas a identificar as estratégias mais adequadas e os respectivos riscos potenciais, considerando os aspectos físicos, psicossociais e econômicos, além do ambiente familiar do usuário. Art. 19. São objetivos da alta hospitalar responsável: I. promover a continuidade do cuidado em regime de atenção domiciliar e/ou ambulatorial; II. buscar a melhor alternativa assistencial para o usuário após a alta, garantindo-se a troca de informações, orientações e avaliação sistemática com o ponto de atenção que irá receber o usuário; III. dispor das orientações adequadas ao usuário, cuidador e família por meio de relatório sobre a sua condição clínica e psicossocial; IV. otimizar o tempo de permanência do usuário internado; V. prevenir o risco de readmissões hospitalares; VI. avaliar as necessidades singulares do usuário; e VII. prevenir o risco de infecção hospitalar. Portaria 3390 / 2013 PNHOSP ➜ Institui a Política Nacional de Atenção Hospitalar (PNHOSP) no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), estabelecendo- se as diretrizes para a organização do componente hospitalar da Rede de Atenção à Saúde (RAS). Anah Zanetti Legislação ➜ SP: 10.241/99. “recusar tratamento dolorosos ou extraordinários para prolongar a vida” ➜Estatuto criança e adolecente 8.069/90. “direito à morte digna junto a seus familiares, quando esgotados os recursos disponíveis” ➜CFM 1805/06. “em fase terminal é permitido ao médico limitar ou suspender tratamentos, aliviando sintomas e respeitando a vontade do paciente ou seu representante” Justiça valida Resolução 1805, que trata sobre ortotanásia Em sua sentença, o magistrado afirma que, após refletir a propósito do tema, chegou “à convicção de a resolução, que regulamenta a possibilidade de o médico limitar ou suspender procedimentos e tratamentos que prolonguem a vida do doente na fase terminal de enfermidades graves e incuráveis, realmente não ofende o ordenamento jurídico posto”. Essa possibilidade está prevista desde que exista autorização expressa do paciente ou de seu responsável legal. Resolução CFM No 1.805/2006 (Publicada no D.O.U., 28 nov. 2006, Seção I, pg. 169) Na fase terminal de enfermidades graves e incuráveis é permitido ao médico limitar ou suspender procedimentos e tratamentos que prolonguem a vida do doente, garantindo-lhe os cuidados necessários para aliviar os sintomas que levam ao sofrimento, na perspectiva de uma assistência integral, respeitada a vontade do paciente ou de seu representante legal. Art. 1o É permitido ao médico limitar ou suspender procedimentos e tratamentos que prolonguem a vida do doente em fase terminal, de enfermidade grave e incurável, respeitada a vontade da pessoa ou de seu representante legal. § 1o O médico tem a obrigação de esclarecer ao doente ou a seu representante legal as modalidades terapêuticas adequadas para cada situação. § 2o A decisão referida no caput deve ser fundamentada e registrada no prontuário. § 3o É assegurado ao doente ou a seu representante legal o direito de solicitar uma segunda opinião médica. Art. 2o O doente continuará a receber todos os cuidados necessários para aliviar os sintomas que levam ao sofrimento, assegurada a assistência integral, o conforto físico, psíquico, social e espiritual, inclusive assegurando-lhe o direito da alta hospitalar. ● Cuidados Paliativos e hospices descrevem uma modalidade de atendimento cujo foco principal é a qualidade de vida do paciente e o apoio à sua família. Cuidados Paliativos se vinculam a três itens essenciais: ➜ Qualidade de vida e informação. Estudos confirmam que pacientes que não recebem informações necessárias experimentam mais sofrimento físico e psicossocial e descrevem uma qualidade de vida menor do que os mantidos informados e ouvidos em seus desejos ➜ Valor da vida. Respeitar a avaliação individual do paciente sobre o valor da sua vida, mantendo-se vigilante para os efeitos da depressão ou isolamento social, é um dos desafios clínicos e éticos mais profundos entre os profissionais ➜ Sentido da vida. Quando o sofrimento físico foi aliviado e suas famílias cuidadas, pacientes em fase final de suas vidas começam a fazer perguntas existenciais. Anah Zanetti ---------------------------Reconhecendo a Terminalidade---------------------------------- O cuidado paliativo se baseia em critérios concretos para definir o status de terminalidade. Leva-se em conta: ➜ história natural da doença ou grupo de doenças ➜ a condição de fragilidade do doente ( idade, situação nutricional, frequência dos agravos recentes) ➜ sua capacidade funcional ➜ a evidência de doença extensa ➜ a presença ou ausência dos chamados fatores de mau prognóstico
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