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CONCEITOS, OBJETIVOS E PRINCÍPIOS DA ÉTICA MORAL Iniciamos nossos estudos sobre ética e moral procurando entender a definição desses conceitos e a diferença entre eles. Para Cortella (2009) ética é o princípio orientador de nossa conduta em sociedade, ela nos permite distinguir e definir nossas ações e pensamentos em relação a diferentes experiências no mundo social. A ética está em nosso dia a dia. Em qualquer situação ou acontecimento vemos várias inferências dos moralistas a solicitar necessidade de afirmação ética. Realmente há um desgaste em falar de ética em tempos atuais, mas ainda é muito necessário entender conceito e valorizar sua aplicação. Pode se ousar dizer que é impossível avançar no conceito de ética sem abordar o conceito de valores. O que se valores então? Desde quando nascemos somos ensinados sobre o que é certo e errado, a partir daí vamos direcionando nosso olhar e também disseminando valores impostos pela sociedade. Se considerarmos que o valor moral é uma necessidade para a sobrevivência em sociedade, estaremos começando a entender mais sobre ética, moral e vida social, no sentido relacional - ou seja, de interação de uns com as outros. Por isso, Cortella (2009) afirma que a ética é compreendida no bojo dos estudos da filosofia e tem relação com a construção da moralidade, pois a partir dessa relação nasce a ideia de um “exercício de condutas." Isto significando, para o autor, que a partir da concepção ética espera-se de um indivíduo que ele aja de uma forma previsível em uma determinada situação, pois entende-se que incorporou as regras morais para compor seu comportamento social. Com esta definição podemos inferir que a ética é a vida pensada, isto é, uma proposta de ação a partir do que a moral estabelece. Nesse sentido, precisamos compreender que a ética está no centro da construção de relações sociais harmónicas e benéficas para a preservação do todo social, isso pois ela aponta a ideia de uma ação que leva em conta o outro e que se fundamenta na forte presença dos valores morais. ÉTICA: defime-se como um modo de agir a partir de uma norma moral incorporada, refere-se a uma orientação de vida que deve supostamente levar em consideração a preservação positiva da vida em sociedade. Ainda explorando o conceito de ética como parte da Filosofa, a qual fundamentalmente implica em entendimento do comportamento moral, Vejamos de forma ágil como os clássicos filósofos consideravam este conceito. Nos estudos de Chauí (2010) encontramos que, para os sofistas, e ética era relativista pois em suas concepções não haviam normas universais de definição para a vida social. Sócrates, tanto quanto Kant, buscava o entendimento da ética a partir da compreensão da alma humana, pois acreditava que nela residiria fundamentos da moral. Já nos ideais de Platão, vemos a separação entre corpo e alma, para ele o corpo sujeito a paixões poderia desviar-se do bem, por isso o homem só conseguiria desenvolver a ética para o bem comum na Polis. Ainda em Chauí (2010) vemos que, para os estóicos, a ética constituía uma ideia de autocontrole que levava a uma aceitação da realidade, uma clara noção de destino traçado sob a égide de uma razão universal, o que levava à imperturbabilidade da alma. Por outro lado, os epicuristas ao falarem de ética e imperturbabilidade da alma mostravam que esta era uma finalidade da mesma. Entretanto, estes adotavam quatro princípios para entendimento da ética: o primeiro era que o homem não devia temer aos deuses, o segundo indicava que o homem não devia temer a morte; o terceiro apontava que a felicidade era possível de ser alcançada; e finalmente, o quarto princípio dizia que qualquer dor pode ser suportada. Com estas ideias estes filósofos pretendiam afirmar que a ética enquanto bem fundamental é a defesa do prazer, não o prazer sexual, sobretudo o prazer relacionado ao sentimento de amizade. Em Aristóteles veremos, mais adiante que aética está relacionada a busca pela felicidade, que deve ser encontrada no bem comum e na ação do homem na Pólis. Falamos muito sobre o conceito de ética e não podemos deixar de nos aprofundar sobre o conceito de moral. Portanto, o que é a moral? Podemos inferir que a moral é um conjunto de regras, normas de uma sociedade ou localidade, tornando-se relevante pela proporção do desrespeito das pessoas as leis. A moral funciona como um conjunto de condutas que devern direcionar as diferentes formas de agir dos indivíduos. MORAL - o conjunta de condutas e normas que os indivíduos costumam aceitar como válidas. Essas regras são adquiridas na educação, através da cultura e das tradições dos diferentes grupos sociais. Cada grupo tem suas regras e concepções morais. Para Chauí Kant (1921), que foi quem mais discutiu a ética formal a moral do comportamento reside na vontade e nos motivos do agente considerado. É importante entender que aquilo que não é moral, pode ser: IMORAL:com conotação de tudo aquilo que se opõe a moral, por exemplo, a questionamento da atuação dos políticos no Brasil, AMORAL: um homem que se comporta de forma independente dos juízos sobre o bem e o mal, ele não considera qualquer parâmetro de moral para sua conduta. A ética e a moral andam de mãos dadas, mas são essencialmente conceitos diferentes. É preciso saber que a ética é importante porque revela o respeito aos outros e a dignidade humana. Todos nós temos ética, só temos que desenvolver e acreditar no bem, a ética orienta-nos e ajuda nos para que tenhamos uma vida boa. Assim, a ética pode ser entendida como um parâmetro, a lei do que seja ato moral, o controle de aplicação da moral. Ou seja, são os códigos de ética que devem ser exercidos para os diferentes conjunto de grupos dentro do sistema social mais abrangente. Já a moral, por sua vez, de acordo com Kant em Chauí (2010) é tudo aquilo que precisa ser feito, independentemente das vantagens ou prejuízos que possa trazer. Se praticarmos um ato moral podemos até sofrer consequências negativas, já que o que é moral para uns pode ser amoral ou imoral para outros. CONCEITO DE CIDADANIA Pensar em um conceito de cidadania nos remete a um sentimento de pertencimento a um Estado, uma nação ou um Estado nação. Devemos entender que este conceito vem a ser um grande ponto de referência para extrairmos a compreensão de direitos, obrigações e deveres de cada indivíduo mediante o todo social que, a partir de uma representação política, pode direcionar ou não os interesses de um grupo de indivíduos em um sistema político. Estes indivíduos podem, ou não, constituírem-se como cidadãos. O que é ser cidadão? O que podemos entender sobre cidadania? Para Carvalho (2002), o conceito de cidadania foi relacionado a um costume de desdobrar a cidadania em direitos civis, políticos e sociais. Nesse olhar, segundo o autor, o cidadão pleno seria aquele que possuísse dos três direitos. Mas ainda teríamos os cidadãos incompletos, cujos direitos se resumiriam em alguns poucos, já aqueles que não tivessem direitos seriam considerados não cidadãos. Para ele, ao resumir o conceito de cidadania a posse e gozo de direitos civis, políticos e sociais, também é preciso compreender o que significa cada um desses direitos. Nesse sentido, de acordo com o autor, vemos que: Direito civil aquele que garante o ir e vir e também o agrupamento em movimentos, como sindicatos, a realização de greve etc, possuir seus próprios bens (propriedade privada): livre organização religiosa ou mesmo ideológica. Direito político: realiza-se no ato de votar e ser votado, na participação da vida política do pais. O indivíduo pode ser candidato à representação e também pode escolher quem quer que o represente. Direito social refere-se a ações governamentais e da sociedade civil organizada em prover serviços ao cidadão, como: saúde, educação e políticas sociais. Marshall (2002),ao desenvolver a discussão sobre o conceito de cidadania, mostra que essa foi construída na Inglaterra antes da Revolução Industrial, em contexto de necessidade de afirmação de direitos, uma vez que o reconhecimento de direitos aos nobres, posteriormente aos burgueses e até à classe trabalhadora, mostrou-se como uma tarefa primordial à organização das relações de produção, que se consolidariam mais tarde na sociedade Moderna. Para o autor a evolução da cidadania só se concretiza com a conquista de direitos ao longo da história. A cidadania é pensada por ele considerando aspectos civis, políticos e sociais. Então, se buscarmos a origem histórica do conceito, compreenderemos que sua origem como palavra vem do latim "civitas" que significa cidade. Esta palavra, cidadania era comumente utilizada no contexto da Roma antiga para identificar a situação política de uma pessoa e os direitos que essa pessoa poderia usufruir. Com esse histórico de debates e conceitos, vemos que a ideia de cidadania não é algo estável, definido ou adquirido sem um entendimento de ação. Com isso, destaca-se que não é a conquista de um direito que significa que ele vá de fato ser efetivado. A cidadania é um exercício de saber e agir que é preciso ser incluído e desejar participar da construção de novas relações e consciências de efetivação de direitos É muito comum acharmos que a ideia de cidadania pode ser resolvida apenas com a efetivação de direitos para cada indivíduo ou grupo social? Pois é, seria necessário destacar que a cidadania envolve uma compreensão dos deveres de cada um para com a sua cidade, estado ou localidade onde habita. Ter deveres é assumir que há uma relação de troca recíproca entre receber, obter ou conquistar direitos e praticar a realização de deveres. Exercitar o cumprimento de um papel social que possui tarefas para continuamente fortalecer e resinificar a vida social. Com toda a discussão apresentada, é possível lembrar de uma obra de Dimenstein (1994), "O Cidadão de Papel", que aborda o fato de que no Brasil a cidadania está no papel, mas não existe de verdade. Isso é perceptível uma vez que o autor destaca a violência social e a juventude dos anos 90, a ausência de projetos de educação, informação e a pobreza. De lá para cá muitas situações se atualizaram, mas de todo modo esta obra nos faz refletir o quanto ainda temos por conquistar com atitudes verdadeiramente de participação e reclamação de nossos direitos. Vale a pena conhecer mais esse debate. CIDADANIA: refere-se a um conjunto de ações com caráter de reivindicação que se volta para o interesse coletivo. É em seu exercício que se aprimoram práticas de convivência melhores e tratam a qualidade de vida dos habitantes da cidade. É um conceito diretamente ligado a uma ideia de aprendizagem social que busca a culminância do atendimento de direitos e a compreensão de compromisso e deveres a cumprir. É muito importante entender também a relação entre o conceito de cidadania e a educação. Pois com o processo educativo desenvolvem se valores e consciência da preocupação com o outro, além da questão da responsabilidade para com a vida social. Nesse sentido, no Brasil e na América Latina, a partir das décadas de 80 e 90, a discussão sobre cidadania, direitos humanos e democracia ganha muito destaque sobretudo nos exercícios da educação formal e informal. Dessa forma, foram criados documentos formais para orientar a educação para a formação da cidadania Exemplos claros dessas iniciativas encontram-se nos documentos listados abaixo: Constituição de 1988, Lei de Diretrizes e Bases LDB 1996; Estatuto da Criança e do Adolescente ECA 1990; Programa Nacional de Direitos Humanos 1996, Propostas de Políticas Educacionais. É notável que existem sentimentos e valores educacionais que podem ser desenvolvidos e aprendidos, na família ou na escola, na educação formal ou informal, e que podem colaborar para o despertar da cidadania. São eles: cooperação, perdão, respeito, sinceridade, diálogo, solidariedade, combate à violência, bondade. A princípio podem parecer valores presentes em nossa humanidade, mas de fato o são, e quando bem trabalhados podem otimizar responsabilidades e aptidões para o fortalecimento de relações sociais pautadas na garantia reciproca de efetivação de direitos e deveres Sacristan (2000) infere que a distância entre os direitos no papel e a efetiva cidadania só é possível quando os envolvidos tomam para si a atitude de fomentar ideias práticas. Almeida e Soares (2010) apontam que a ligação entre vida individual e comunitária só ocorre quando há um reconhecimento mútuo da relevância reciproca entre os dois. Este, para os autores, é o verdadeiro sentido da cidadania, sem exclusões sociais. Sobre a relação cidadania e educação, Freire (2011) orienta que o homem deve ser o sujeito da sua ação, criando e transformando o mundo. Em seu olhar, a escola deve funcionar como um espaço que tende a oferecer ao indivíduo exercício da cidadania e possibilidade de redefinição da realidade. A ÉTICA SOCIAL E A POLÍTICA Iniciamos nossos estudos sobre a ética e a política considerando o pensamento de Arendt (2003) que nos mostra que política é ação e, portanto, nenhuma questão política pode, segundo ela, estar submetida a subjetividade. Na visão desta autora, o entendimento da ideia de práxis é a mola mestra para a compreensão de seu conceito de ética, que muito está relacionado com o que já vimos aqui. Para ela, ética envolve-se com o cuidado com o mundo, com o espaço das relações humanas e também com o local que permite a vida e a singularidade humana. Arendt (2003) preocupa se não com a subjetividade do homem, mas sim com os homens em pluralidade. Assim, percebemos que o conceito de ética social está direcionado para este olhar Arendt (2003) nos aponta que as atividades humanas são o resultado da produção desenvolvida no mundo da vida ativa, é no mundo (na práxis) que o homem transita e desenvolve atividades que ele condiciona sua existência. O cuidado com o mundo é, por conseguinte, o cuidado com a singularidade humana, para a autora. Permanecendo neste raciocínio, colabora para que nosso conhecimento sobre a questão política, pois ela define que a política não deve se submeter as questões morais. Ela se contrapõe ao pensamento de Maquiavel ao afirmar que a política não deve ser guiada para atingir meios e fins. Como sabemos, Maquiavel, clássico da política, aponta que os fins justificam os meios. Já Arendt (2003) acredita que se a praticidade é o agir, então a forma instrumentalizada que o autor traz de calcular formas para atingir objetivos em política acabam por se configuram em pré-ação e teoria para controlar a ação. Segundo ela, a política não deve seguir qualquer natureza ou espirito, mas sim ter a compromisso com o espirito correto, algo que se define em si mesmo, sem qualquer teleologia ou previsibilidade. A ação política informa a distinção articular de cada homem Ainda seguindo seu pensamento, a ética é a pluralidade humana constitutiva do mundo, o que faz a ideia de uma ética social ser mais forte e presente para que as relações humanas se processem de forma operativa. Visto dessa forma, Arendt (2003) mostra que a ética varia de acordo com o espaço político. O agir é livre de qualquer determinação. A discussão que trouxemos até aqui serve para evidenciar que a experiência coletiva das pessoas e sua respectiva construção cultural têm em si mesmas um valor significativo para a compreensão do conceito de ética social. Isso pois ao abordarmos tal conceito estamos na verdade, no campo de pensar o que pode ou não ser aceitável socialmente, isso se deve ao próprio princípio que o conceito traz consigo: a ideia de que os membros de uma comunidade precisam de cuidados de forma homogênea. ETICA SOCIAL: conjunto de regras e diretrizes que balizamescolhas e comportamentos de uma sociedade que resolveu adotar aqueles padrões de conduta. Ela funciona como um roteiro, um código de conduta. Não há necessidade de dizer o que se deve ou não seguir, apenas fundamentalmente seguir. A Ética Social apresenta princípios que precisamos conhecer: a dignidade da pessoa, o direito de propriedade, a primazia do trabalho, a primazia do bem comum, a solidariedade e subsidiariedade. Sá (2010) desenvolve a ideia de que existem hábitos dignos de louvor, isto é, existe uma conduta virtuosa padrão que serve de referência quando pensamos na respeito a todos os seres humanos. O autor busca em Aristóteles a lógica da virtude. Para ele, se um homem adota uma conduta virtuosa em um local onde não há a prática comum desta conduta, então este seria um homem virtuoso. Em Aristóteles (1997) vemos também uma iniciativa em considerar que o verdadeiro sentido da ética é voltar-se para a comunidade na amplitude da mesma e no exercício da cidadania, objetivando a formação e organização da consciência política humana. Para ele, o homem é um animal politico. Dessa forma, é possível traçar imediatamente uma relação entre a ética social e a política. A política é o campo da busca do bem comum, conforme Aristóteles demarca em seus estudos. Nesse sentido vale a ideia de que ética e política devem caminhar lado a lado, uma vez que ambos os conceitos apresentam um viés corporativo, aquele que conduz ao bem-estar da comunidade, do coletivo, do social. Dissecando sobre a palavra política, observamos que ela é originária do grego pólis (politikós) e seu significado diz respeito ao urbano, ao civil, ao que é da cidade (da pólis), Weffort (1987) mostra que os clássicos da política podem nos guiar muito mais sobre o conceito de política que consideramos fundamental para sustentar a relação ética e política, já iniciada acima. Segundo o autor, para Thomas Hobbes a humanidade vivia em estado de anarquia e ao criar a sociedade. Através do pacto social, criou conjuntamente a chamada sociedade política. Segundo ele, os homens mediante seu estado de guerra abriram mão de suas decisões e escolhas mais individuais para constituírem o estado, soberano, que não permitiria a volta ao estado de natureza. Tal movimento fez com que a representação política desses homens fosse delegada ao soberano, que deveria garantir o grupo ao exercer seu poder em favor do bem comum. O autor também revela que em John Locke vemos que o estado de natureza não teria significado caos, mas ordem e razão. Segundo ele, o Estado surgiu para assegurar a lei natural, bem como para manter a harmonia entre os homens. Locke não destaca que houve uma cessão dos direitos naturais ao Estado, pelo contrário, acredita que a soberania é um valor e que deve ser exercido pela maioria, assim como o respeito aos direitos à vida, a liberdade à propriedade Weffort (1987) apresenta, ainda, a teoria de Jean Jacques Rousseau, que parte do princípio de que houve um estado de natureza que não se constituía no caos de Hobbes e nem no mundo ordeiro e racional, como assegurava John Locke. Os homens viviam em caráter de desigualdades, mas eram livres e felizes. A sociedade política surge então, como um mal necessário para manter a ordem e evitar o retorno das desigualdades. Assim, na criação do Estado a partir do contrato social, o indivíduo cedeu parte de seus direitos naturais para a criação de uma entidade detentora de uma vontade geral, portanto, a soberania do Estado é a incorporação da vontade geral de todos. Os Clássicos da Política John Locke. Thomas Hobbes e Jean Jacques Rousseau integram os teóricos que discutem a criação do Estado a partir de um pacto social, fomentado pelos homens. Para saber mais sobre tais teorias, leia WEFFORT Francisco. Os clássicos da política SÃO PAULO EDITORA ÁTICA 1989 A questão que todos esses pensadores falam de política como um lugar de representação de todos e essa possibilidade de ação está diretamente vinculada a concepção de ética social. Isso pois, quando se analiso a criação do contrato social, a organização da sociedade política e a soberania da vontade geral, deve-se considerar o princípio de comando político com referência da orientação ética do governar para o outro. Semelhante a como pensamos, a questão da ética social nas Empresas na atualidade, vemos que na sociedade empresarial constem comportamentos de valorização dimensionamento da preservação ambiental. Ideias e projetos ecológicos que inclusive, fundem se com perspectivas de responsabilidade social muitos líderes corporativos precisam por normas éticas doar una porcentagem dos lucros anuais para instituições de caridade. Essa pode ser uma ação que está diretamente vinculada com a real necessidade de ajuste para condutas que são aceitas, valorizadas e instituídas socialmente. Temos muitos padrões que fortalecem a ética social e que incluem se nos valores familiares, nas crenças religiosas, na moralidade e na integridade. Os desafios da ética social, aliada a representação política, são desafios do mundo atual. Com base neles, é preciso rever práticas e condutas de gestão de comunidades, recursos e da própria concepção de coletividade e bem comum. A ÉTICA E A MORAL NA COMTEMPORANEIDADE Chegamos até uma reflexão que será muito importante para o olhar sobre diferentes situações nos tempos atuais que vivemos. Devemos abordar a relação ética e moral na sociedade contemporânea para que possamos entender mais sobre diferentes posicionamentos em diferentes culturas e grupos sociais. Vimos no tópico anterior que existem desafios impostos a nossa análise da ética social, vinculada à política, mas a partir de agora precisamos pensar na generalidade da concepção de ética e moral já aprendidas para o entendimento de tais desafios. Vamos iniciar escolhendo um dos grandes desafios da humanidade, cuja a dimensão nos entristece: a fome mundial. A fome é uma questão social. Mas observe que podemos eleger a relação que os países de primeiro mundo têm em relação ao trato da questão. Você poderá entender melhor acionando os conceitos de ética e moral para pensar sobre as reportagens abaixo. Primeira reportagem Fome extrema atinge mais de 113 milhões no mundo África é o continente mais afetado influenciado por conflitos armados DEUTSCHE WELLE 02.abr.2019 (terça feira) 18h32 atualizado: 03.abr.2019 (quarta-feira) - 7h12 Mais de 113 milhões de pessoas em 53 países sofreram "insegurança alimentar aguda em 2018, afirma um relatório global da ONU sobre a crise alimentar divulgado nesta terça-feira (02/04). O relatório apresentado pela União Europeia (UE), Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) e o Programa Alimentar Mundial (PAM), entre outras organizações, destaca que o problema afeta principalmente o continente africano. Os países que atravessaram as mais graves crises alimentares são: Leme, República Democrática do Congo, Afeganistão, Etiópia, Síria, Sudão, Sudão do Sul e o norte da Nigéria. Dominique Burgeon, chefe de emergências da FAO, afirmou que os países africanos são atingidos de forma "desproporcional" pela fome aguda, com quase 72 milhões de pessoas afetadas. Segundo o documento, nos últimos três anos, cerca de 50 países vivem dificuldades cada vez maiores para alimentar a suas populações. A principal causa da insegurança alimentar em todo o mundo foram as guerras. Cerca de 74 milhões de pessoas, ou seja, dois terços da população que enfrenta a fome aguda, estavam em 21 países ou territórios localizados em zonas de conflito, assim como já havia ocorrido em 2017 "Nesses países, até 80% das populações afetadas dependem da agricultura afirmou Burgeon. "Estas pessoas precisam receber assistência humanitária de emergência para poder se alimentar e condições para impulsionar a agricultura. Em 2018, o número total de pessoas que sofreramfome aguda apresentou leve redução em comparação a 2017 (124 milhões). Isso pode ter ocorrido em razão de alguns países estarem menos expostos a riscos climáticos violentos, como secas, inundações ou chuvas. "Este recuo no valor absoluto é um epifenômeno, minimizou Burgeon. A redução ocorreu "devido à ausência do fenômeno climático El Nino, que afetou muito as culturas na África Austral e no Sudeste Asiático em 2017" "Por causa dos violentos ciclones e tempestades em Moçambique e no Malawi este ano já sabemos que esses países estarão no relatório do ano que vem, observou. José Graziano da Silva, diretor-geral da FAO, avalia que, apesar da ligeira queda em 2018 no número de pessoas com insegurança alimentar aguda, a forma mais extrema de fome, "o número ainda é alto demais. Ele diz que é preciso investimentos de grande porte no desenvolvimento, ajuda humanitária e na construção da paz "para construir a resiliência das populações afetadas e pessoas vulneráveis, acrescentando que "para salvar vidas, também temos que salvar os meios de subsistência. O diretor executivo do PAM, David Beasley, observou que para erradicar a fome é necessário atacar suas causas fundamentais. "Conflitos, instabilidade, impacto dos choques climáticos. Rapazes e moças precisam ser bem nutridos e educados, as mulheres precisam ser verdadeiramente fortalecidas, a infraestrutura rural deve ser fortalecida para conseguirmos esse objetivo de fome zero", destacou. O relatório pede o fortalecimento da cooperação entre a prevenção, preparação e reação no atendimento as necessidades humanitárias urgentes e as causas profundas, que incluem as mudanças climáticas, choques económicos, conflitos e deslocamentos RC/alp/lusa/pa Fonte: https://bit.ly/2uErwj Acesso em 25 de abril de 2019 Segunda reportagem Uma brasileira está entre os bilionários que doaram grandes somas para a reconstrução da Catedral de Notre-Dame, de Paris, atingida por um grande incêndio na segunda-feira (15). Lily Safra 81 anos, viúva do banqueiro Edmond Safra, enviou para a campanha de reconstrução um cheque de 20 milhões de euros-cerca de R$ 88 milhões. Segundo o Glamurama, ela tem fortuna estimada em 1,3 bilhão de dólares (R$ 5,1 bilhões) A bilionária atualmente se divide entre casas que tem na Europa-vive entre Monaco, Londres, Nova York e a própria Paris. Ela já recebeu uma Légion d'Honneur, uma medalha de honra dada para pessoas que contribuíram com a França. Uma sala no Museu do Louvre, a Galeria Edmond et Lily Safre, é batizada em homenagem a ela e ao falecido marido. O ambiente é todo decorado com mobiliário do século 18 doado pelo casal. Um livro da jornalista canadense Isabel Vincent chama a bilionária de "Lily Dourada", nome da biografia. A escritora, que era na ocasião repórter do New York Post, passou cerca de um ano no Brasil entrevistando pessoas sobre o casal. A publicação traz detalhes sobre o suicídio do segundo marido de Lily, o empresário Alfredo Monteverde. No almoço antes da morte, Lily e o marido discutiram detalhes do divórcio. Quando ela saiu, ele tirou a própria vida. O pai de Lily era um inglês do ramo de ferrovias que chegou ao Brasil no início do século XX. Ela nasceu em Canoas, no Rio Grande do Sul. Seu primeiro marido, o argentino Mario Cohen, era um milionário fabricante de meias de náilon. O casal viveu no Brasil, Argentina e Uruguai e teve três filhos o mais novo, Claudio, morreu em 1986 em um acidente de carro. A relação com Monteverde veio depois ela se divorciou para ir morar no Rio com a nova paixão, que era empresário e foi fundador da rede Ponto Frio. Monteverde tirou a própria vida em 1969. Eles tiveram dois filhos Depois, Lily se mudou para o Reino Unido, onde morou por 10 anos. Ela chegou a casar em 1972 com um inglês, mas o casamento foi posteriormente anulado. Então conheceu Safra, na época o brasileiro mais rico do mundo. Os dois se aproximaram durante uma disputa em um leilão, segundo a revista Joyce Pascowitch. Edmond, já quarentão, ganhou e comprou a escultura, mas presenteou Lily com a obra. Libanes naturalizado brasileiro, era um homem muito discreto. Viveram muitos anos em Nova York, em uma cobertura repleta de pinturas e esculturas arte era uma paixão de ambos. O casamento durou 23 anos, até que em 1999 Safra morreu Em Mônaco, onde passavam temporadas. Edmond Safra foi vítima de um incêndio. Seu corpo foi achado na banheira de uma suíte, próximo ao de sua enfermeira. O julgamento sobre o caso considerou culpado pelo incêndio um de seus enfermeiros, Ted Mahrer, que teria ateado fogo a uma lixeira para salvar o patrão, como herói, depois. Trancado no banheiro por seis horas, o empresário morreu asfixiado pela fumaça Safra lutou nos últimos anos de vida contra o Mal de Parkinson e tinha acompanhamento especializado em casa. Em 1998, ao revelar que sofria a doença, ele fez doação de 50 milhões de dólares a uma instituição de pesquisa sobre o tema. Desde a morte do marido. Lily passou a se desfazer de parte dos bens e se envolver mais com ações filantrópicas, com a Fundação Edmond J. Safra. Em 2004 ela doo 10 milhões de dólares à Universidade Harvard e o mesmo valor para uma entidade criada pelo ator Michael J Fox para pesquisar a origem do Mal de Parkinson Em 2005. colocou à venda 800 peças de sua coleção particular de arte pela casa de leilão Sotheby's "Minha vida e meus Interesses mudaram e já não tenho tempo nem escala nas casas para apreciar a coleção como fazíamos antes. Tive então que tomar uma decisão difícil é hora de transferir aos outros o prazer de possuir estes tesouros" Arrecadação A campanha para reformar Notre Dame arrecadou até agora quase 1 bilhão de euros. Entre os doadores famosos está François-Henri Pinault, marido da atriz Salma Hayek, do grupo Kering, que afirmou que vai contribuir com 100 milhões de euros. O grupo LVMH, da bilionária família Arnault, também doou € 200 milhões (R$860 milhões). A empresa francesa de cosméticos, L'Oréal, dará 200 milhões de euros, um valor agregado aos 200 milhões doados pelo grupo LVMH e aos 100 milhões prometidos respectivamente pela família Pinault e pela petrolífera Total. O presidente francês Emmanuel Macron disse que a França iria contar com ajuda de "talentos para reconstruir a torre mais alta da construção, que ficou destruída. Ela afirmou que em 5 anos o local estará totalmente renovado e ainda mais bonito... Fonte: https://glo.bo/2ZhfmUt. Acesso em 25 de abril de 2019. Vejamos passiveis análises para a questão da fome. Sob a ética do bem comum, quando comparamos as duas reportagens, logo nos vem uma ideia de que a bilionária que doou milhões para a reconstrução da Catedral de Notre Dame, na França, não está apresentando uma preocupação ética em relação aos números da fome africana apresentada na segunda reportagem. Esse tipo de reflexão, na verdade, é importantíssimo para nossa compreensão sobre ética e moral Pois vemos que devido a bilionária ter tanto dinheiro e pensar na reconstrução de um patrimônio histórico da humanidade, a Catedral de Notre Dame, poderíamos compreender que para sua moral (a moral que a formou e a cultura que pertence) há um sentido de nobreza em tal atitude. No entanto, podemos conceber como imoral a atitude dela em relação a não se disponibilizar para doar qualquer dinheiro para o combate à fome na Africa. Esta e só uma forma de debatermos questões contemporâneas com o olhar da ética e da moral. Semelhante a esta reflexão, vemos também a situação da violência que invade as Escolas no mundo inteiro. Há diversos casos de jovens e adultos que cometeram atentados sem qualquer melindre, fazendo alunos e alunas inocentes vítimas fatais de suas ações. De forma que nos colocamos perplexos, sem palavras, transtornados e tristes diante destas noticias Tal fenômeno suscita nossas reflexões sobre a moralidade do contexto em que ocorre, sobre nossascrenças éticas e sobre se é possível explicar tais atitudes por uma suposta situação de violência, que o assassino tenha sofrido na infância ou uma situação de bullying, por exemplo. Isto serviria para explicar que as Escolas precisam estar atentas na formação de seus alunos, fortalecendo valores morais de bem comum, de promoção pessoal de cada aluno O importante em todas essas ideias e reflexões é compreender a relatividade das situações, além da profundidade e contextualização dos conceitos de ética e moral. Com isso, não estamos aqui a defender assassinos, indivíduos negligentes com a questão social, estamos mostrando que matar não é ético, mas a qual moral pertence aquele que o pratica. Dessa forma, consideramos que na atualidade, com as situações desafiadoras trazidas pela era da globalização, a crise das representações políticas, a recessão económica, a individualização, a tendência ao xenofobismo, o avanço das tecnologias digitais e os estudos das possibilidades de mutações genéticas, vemos a grande importância da educação para a formação da moralidade nos indivíduos. Bencostta (2007) afirma que as instituições educacionais são fundamentais para o aprendizado de conhecimentos específicos na formação de indivíduos autónomos capazes de interagir com as diferentes situações que podem vivenciar no mundo contemporâneo. Vazquez (2003) nos lembra bem que a função social da moral deve ser a de regulamentação das relações entre os homens para contribuir na manutenção e garantia da sociedade. Também Leite (2014) relembra que a ética é uma prática diretamente relacionada à ação humana. Bencostta (2017) fala do trabalho de Svitras (2017) que reforça que a atividade em sala deve ser capaz de desenvolver habilidades e competências que colaborem, definiam soluções para dilemas sociais. E na escola que se pode criar um ambiente ideal para prática e aprendizado da ética e a formação do caráter, é possível falar de respeito, justiça, solidariedade e moral. O autor relaciona propostas de trabalho para que isso aconteça na Escola: Trabalhar conceitualmente definir o conceito de ética e promover o debate criativo. Aceitar e mediar as opiniões das turmas. Construir uma atividade relacional fornecer desafio para que os alunos e alunas convivam com a diferença. Incentivar a tomada de decisões. Levar alunos e alunas a pensar nas situações concretas e como seria decidir pelo certo ou errado naquela situação. Como exemplo, desde contar uma mentira para sair mais cedo da escola até mesmo pensar a corrupção na política. Jogar com situações limítrofes apresentar situações em que o aluno é levado a pensar como se um familiar ou amigo estivesse na situação de risco, por exemplo, Criação de regras com a turma essa situação leva a debates quanto ao que os alunos querem para suas rotinas em termos de normas de conduta e o que realmente fazem, uma reflexão de pensamento e ação.
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