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DIREITO CONSTITUCIONAL III – 2021 – 3 SEMESTRE 1 Direito Constitucional – III - Caderno de Estudos DIREITO CONSTITUCIONAL – PARTE III • Direitos e Garantias Fundamentais • Remédios Constitucionais • Controle de Constitucionalidade Difuso e Coletivo • Direitos Politicos e de Ordem Econômica PODER CONSTITUINTE ORIGINÁRIO, DERIVADO E DECORRENTE: Originário: é o que cria a constituição. É inicial e ilimitado juridicamente, pois estabelece as regras que quiser, não está subordinado a outras regras. Pertence ao povo. Derivado: dividido em revisor e reformador. O que mais interessa é o reformador, pois o revisor cumpriu sua missão em 1993 (5 anos após a constituição). Serviu para alterar alguns aspectos da constituição e encerrou sua função. O reformador envolve a possibilidade ordinária de alterar a constituição, através de emendas, que seguem o rito do artigo 60. Suas características básicas: é limitado e não inicial. NÃO INICIAL: apenas altera a norma jurídica existente, que foi criada pelo PCO. Limitado juridicamente: pode alterar a constituição, mas encontra limitações, de ordem material (cláusulas pétreas), de ordem processual (precisa observar o modo de tramitação que a constituição estabelece) e de ordem circunstancial (não pode alterar a constituição diante de estado de sítio, estado de defesa e intervenção federal). CLASSIFICAÇÃO DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS: Podemos seguir a do José Afonso da Silva, subsequente a teoria americana. Divide em 3 grandes grupos: de eficácia plena, de eficácia contida e de eficácia limitada. Eficácia plena: aplicáveis de imediato e por si só tem aptidão para produzir todos os seus efeitos, não admitam e não precisam de lei posterior. Eficácia contida: são normas que podem ser aplicadas de forma imediata e integral, mas admitem, por lei, restrição dos seus efeitos. Eficácia limitada: entram em vigor, mas não produzem seus efeitos de imediato. Necessitam de uma lei posterior para produzir efeitos em sua plenitude. Enquanto a lei não vier, produzem poucos efeitos. Federação: poder descentralizado em nível constitucional, sem a ideia de hierarquizar, mas sim de distribuir. Entes distintos: União, Estados, municípios e Distrito Federal, sendo todos autônomos nos termos da constituição. Todos têm governo próprio, competências materiais, competência legislativas e impostos. COMPETÊNCIAS MATERIAIS PRIVATIVAS E CONCORRENTES: Competências materiais privativas: dizem respeito a somente um ente. Competências materiais concorrentes: dizem respeito a mais de um ente. Artigo 21: competência privativa da união (exemplo emitir moeda). Artigo 23: competência comum entre união, estados, municípios e Distrito Federal (exemplo velar pela guarda da constituição). COMPETÊNCIAS LEGISLATIVAS PRIVATIVA, CONCORRENTE E SUPLEMENTAR. Privativa: diz respeito a um único ente. Concorrente: diz respeito a mais de um ente (artigo 24). Suplementar: suplementa o que a federal não tratar e for peculiar do ente. Norma geral incompleta o Estado pode suplementar, vindo a lei federal suspende a norma do Estado no que nela for contrário. COMPETÊNCIAS TRIBUTÁRIAS: CADA UM DOS ENTES TEM IMPOSTOS PRÓPRIOS. Intervenção: é tratada pela constituição como uma medida excepcional, somente para restabelecer a normalidade. DIREITO CONSTITUCIONAL III – 2021 – 3 SEMESTRE 2 Direitos fundamentais: direitos vinculados ao princípio da dignidade da pessoa humana. Vêm ao longo da história se desenvolvendo. Pode-se dividir em 3 dimensões: liberdade, igualdade e fraternidade. Na primeira dimensão ou geração foram grande destaque os direitos de liberdade, que limitavam o poder estatal. Na segunda, tem-se os direitos sociais, que englobam os econômicos e culturais. Na terceira envolve os direitos de fraternidade, de solidariedade, por exemplo, o direito ao meio ambiente. PODER CONSTITUINTE Poder de criar, modificar, revisar, revogar ou adicionar algo à Constituição Titularidade: o povo que o exerce por meio dos seus representantes (Assembleia Nacional Constituinte). “Art. 1º: Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.” Espécie: • Originário: genuíno, de 1º grau.. É capaz de estabelecer uma nova ordem constitucional – poder de constituir uma nova Magna Carta quando um novo Estado é criado ou quando uma CF é trocada por outra, em um Estado já existente; • Histórico: é o responsável por editar a primeira Constituição do Estado; • Revolucionário: são os posteriores ao histórico, que rompem com uma ordem constitucional anterior e instauram uma nova; • Derivado: secundário, de 2º grau. É o poder de modificar uma Constituição, (no Brasil, é necessário o processo de Proposta de Emenda Constitucional - PEC); • Reformador: criado pelo poder originário para reformular (modificar) as normas constitucionais – reformulação se dá através das emendas; • Decorrente: poder investido aos estados- membros para elaborar a sua própria constituição (auto-organização); • Revisor: intuito de adequar a Constituição à realidade que a sociedade apontasse como necessária – o art. 3º dos ADCT estabeleceu que a revisão constitucional seria realizada após 5 anos (exaurido). “Suprema potestas nationis et rationis” (o poder supremo da nação e da razão). Poder Constituinte x Poder Constituído: o primeiro cria o segundo. Poder Constituinte Material: força revolucionária. Movimento que provoca a ruptura com a ordem política e elabora uma nova Constituição; Poder Constituinte Formal: forma de exercício da força revolucionária (material). LIMITAÇÕES AO PODER REFORMADOR: Formais: quem e como. Observação do texto constitucional – art. 60; Circunstanciais: ameaças ao poder reformador – art. 60, § 1º; Materiais: impedem a alteração de determinados conteúdos – art. 60, § 4º; Implícitas: alteração do art. 60. Direitos fundamentais, titulares originários e secundários Poder Constituinte Difuso: não altera o texto, altera a interpretação constitucional. Poder Constituinte Supranacional: cidadania universal, pluralismo de ordenamentos jurídicos. DIREITO CONSTITUCIONAL III – 2021 – 3 SEMESTRE 3 DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS – AULA DO DIA 27/08/2021 Os direitos e garantias fundamentais estabelecidos na Constituição, assim, estão dispostos, de modo geral, nos seguintes artigos: - Direitos e deveres individuais e coletivos (art. 5º, CF); - Direitos sociais (art. 6º ao art. 11, CF); - Direitos da nacionalidade (art. 12 e art. 13, CF); - Direitos políticos (art. 14 ao art. 16, CF). Os direitos e garantias fundamentais, são direitos garantidos, hoje, a todos os seres humanos, enquanto indivíduos de direito. São garantias formalizadas ao longo do tempo, inerentes aos indivíduos. Estão atrelados as concepções de direitos humanos Os direitos Humanos , tem maior referência aos direitos e garantias inerentes aos seres humanos, mas estabelecidos em nível internacional. (Declaração de Direitos Humanos da ONU, Pactos internacionais que envolvem os países que os assinaram). DIREITOS X GARANTIAS Garantias fundamentais estão previstas na CF/88 em extenso rol de artigos e incisos, dentre esses: Artigo 5º,incisos XXXV,XXXVII,LII,LIV,LX, alguns nos artigos 6°,7°, 92 e 102 e demais da CF/88. DIREITOS – declarações assecuratórias, a previsão no texto da Constituição (ex: direito de liberdade). GARANTIAS (instrumentos para exercer o direito previsto na Constituição Federal (ex: habeas corpus). A Constituição Federal , traz muitos direitos e deveres fundamentais e, embora todos sejam relevantes, temos a previsão dos direitos: à vida; à igualdade, liberdade, de pensamento, de opinião, de consciência e crença, de associação e de reunião; dentre outros.ATENÇÃO! O Rol do artigo 5° não é TAXATIVO, apenas exemplificativo, conforme Art. 5° § 2° e § 3° da CF/88: 2º Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte. Art. 5° § 3° da CF/88: § 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais. Exs: Pacto de São José da Costa Rica (sem prisão para o depositário infiel), Convenção da ONU sobre Pessoas com Deficiência, seu Protocolo adicional e o tratado de marraqueche, voltados as pessoas necessitadas de condições para garantia de direitos de igualdade, etc.. PRINCIPIOS BASILARES PARA AS GARANTIAS DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS 1)PRINCIPIO DA ISONOMIA (igualdade) Art. 5° caput e I - “homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações” e são reiteradas firmados no texto da CF/88. por exemplos, de maior destaque: artigos 6°, 7°, dentre tantos outros. A isonomia deve ser MATERIAL ( concreta), através de Políticas Públicas Afirmativas, e não meramente ISONOMIA FORMAL (no texto da lei) Ex: STF : O transgênero, tem direito fundamental subjetivo à alteração de seu prenome e de sua classificação de gênero no registro civil, não se exigindo, para tanto, nada além da manifestação de vontade do indivíduo, o qual poderá exercer tal faculdade tanto pela via judicial como diretamente pela via administrativa(ADI 4.275). 2°)PRINCÍPIO DA LEGALIDADE: Art. 5°, inciso II “ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei.(Legalidade ampla garantida ao cidadão). Temos ainda: DIREITO CONSTITUCIONAL III – 2021 – 3 SEMESTRE 4 LEGALIDADE RESTRITA (da Administração Pública, que somente pode atuar com anterior previsão de Lei). Exemplificando: Para exigir do cidadão, o uso do cinto de segurança, para determinar o pagamento de um imposto , para exigir o cumprimento de uma lei sobre qualquer matéria, o Poder Público precisa de prévia previsão legal. Ex: Não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal. 3°)PRINCÍPIO DA SEGURANÇA JURÍDICA – Art. 5°, inciso XXXV da CFRB/88 ; “- a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito.- LV-(ampla defesa e contraditório) e, “ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória”(LVII) Ex: 11/2019- STF- veda a imediata execução da pena de prisão, depois de sentença condenatória confirmada em 2ª instância, (muitos casos de presos no Brasil, embora o de maior notoriedade fora o do ex- Presidente LULA). DIMENSÕES – GERAÇÕES DOS PRINCIPIOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS 1ª.Direitos civis e políticos: foram os primeiros direitos conquistados e incluem o direito ao voto e as liberdades civis, como a liberdade religiosa; 2ª. Direitos Sociais , econômicos e culturais. São direitos de titularidade coletiva e com caráter positivo, pois exigem atuações do Estado. 3ª. Direitos transindividuais: referem-se a direitos mais amplos e recentes, como o direito ao meio ambiente e a preocupação crescente com a infância e a juventude, a juventude, à autodeterminação dos povos, bem como ao direito de propriedade sobre o patrimônio comum da humanidade e ao direito de comunicação, a ciência , a genética. 4ª. Os direitos de 4ª. Geração ainda em evolução, seria A globalização política, os direitos à democracia, informação e pluralismo. A divisão em dimensões ou gerais não é pacífica entre os autores, tem finalidade meramente didática, uniforme as 03 primeiras e as demais ainda em evolução . CARACTERISTICAS DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS Relatividade – LIMITABILIDADE – podem ser relativizados - não são absolutos, podem ser relativizados quando há colisão de conflitos. Inalienabilidade – é intransferível - os direitos humanos e fundamentais não são negociais, são intransferíveis. Irrenunciabilidade – não admite renúncia total - pode até haver renúncia de exerce-lo mas, os direitos fundamentais não são renunciáveis. Imprescritibilidade – não é atingido pelo fenômeno da prescrição. - o decurso do tempo não atinge o direito fundamental. Não sofrem prescrição. Historicidade – tem origem histórica - Os direitos fundamentais vão se evoluindo à cada época naturalmente , diante da evolução da sociedade. Inviolabilidade – não podem ser violados - não podem ser ameaçados ou violados Universais – Alcançam a todos - destinado a proteger todos os seres humanos, sem distinção Efetividade – busca de realização - a Constituição Federal, as normas infra- constitucionais, as decisões do STF e a interpretação da norma em busca da máxima efetividade dos direitos e garantias fundamentais. DIREITO CONSTITUCIONAL III – 2021 – 3 SEMESTRE 5 Ainda: Concorrência : Podem ser exercidos vários direitos fundamentais cumulativamente em busca da garantia do seu direito. ******IMPORTANTE: A classificação das características dos direitos fundamentais é trazida de maneira diversa pela doutrina (quadro de regra geral) ATENÇÃO! Em razão dos princípio ou da característica da universalidade, todos são titulares dos direitos fundamentais, seja: Brasileiro. O estrangeiro residente no País ou até mesmo aquele que está somente por passagem pelo País( EX: habeas corpus para qualquer indivíduo). Destaque à alguns dos relevantes Direitos Fundamentais do Art° 5° CF/88: DIREITO À IGUALDADE ( ISONOMIA) - Arts. 5° caput da CF/88 e 60, § 4° da CF/88)- Igualdade formal (na lei) e material (políticas públicas para sua efetivação, em especial aos considerados mais vulneráveis). DIREITO À VIDA - Arts. 5° caput da CF e 60, § 4°) O cidadão tem direito a integridade física e moral, vedado a tortura, preconceito, atentado a sua integridade física ou mental.... DIREITO À LIBERDADE - Art. 5° caput, 60 § 4° CF/88- O cidadão tem o direito de ir e vir e permanecer sem abuso ou ilegalidade de autoridade, liberdade de culto, religião, política, opinião,respeitados os limites da lei. DIREITO DE PROPRIEDADE – Art. 5°, caput e inciso XXII. É direito mas não pode se descurar do atendimento da função social,(incisos XXII, XXIII; Arts.170, inciso III, Art. 182,§ 4°,186)e o interesse da coletividade, como por exs: não manter trabalho escravo na propriedade, edificar nos moldes das leis,etc..) DIREITO A SEGURANÇA - O cidadão tem direito a segurança pública. À lei cabe definir as penalidades para as condutas criminosas e os procedimentos de sanção nos limites constitucionais e processuais. DIREITO A INFORMAÇÃO - Art. 5°, XXXIII – No Estado democrático ” Todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade”. VISÃO GERAL E ATUAL DOS DIREITOS HUMANOS E FUNDAMENTAIS A Declaração Universal dos Direitos Humanos que prima pela universalidade, ainda é ignorada em certos Países , como por exemplo no extremismo do Iêmen, da península arábica, com desigualdade de gênero e limitação absurda aos direitos das mulheres e exemplificando no caso do Brasil a violência doméstica, a discriminação. DIREITO CONSTITUCIONAL III – 2021 – 3 SEMESTRE 6 DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS • Dos Direitos E Deveres Individuais E Coletivos • Dos Direitos Sociais • Da Nacionalidade • Dos Direitos Políticos “ Piramida de Kelsen - Norma Hipotética Fundamental” Constituição, Emendas constitucionais e Tratados internacionais de direitos humanos aprovadospelo quórum das emendas constitucionais NÍVEL SUPRALEGAL: Tratados internacionais de direitos humanos aprovados pelo rito ordinário. Leis complementares, ordinárias e delegadas,medidas provisórias, decretos legislativos,resoluções legislativas, tratados internacionais em geral e decretos autônomos Normas Infralegais: decretos executivos,portarias, instruções normativas CONSTITUIÇÃO - Sistema de normas jurídicas escritas ou costumeiras, que regula a forma do Estado, a forma de seu governo, o modo de aquisição e o exercício do poder, o estabelecimento de seus órgãos, os limites de sua ação, os direitos fundamentais e as respectivas garantias”.(José Afonso da Silva) Os principais exemplos de Garantias Fundamentais, são os Remédios Constitucionais (Habeas Corpus, Habeas Data, Mandado de Segurança e o Mandado de Injunção). “Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade (...)” Direito à vida: Não apenas o direito de existir, mas de existir com dignidade. Direito à liberdade: Além de ir e vir. Representa, também, o direito à opinião, à informação e escusa de consciência. Direito à igualdade: Trata-se de vedar a discriminação. No entanto, em certos casos, fatores discriminatórios são admitidos desde que sejam para assegurar a igualdade entre desiguais. Direito à segurança: Podemos analisá-lo tanto pela ótica do direito à proteção física dos indivíduos, como de proteção jurídica do indivíduo perante o poder punitivo do Estado. Direito à propriedade: Todos têm direito à propriedade, mas ela deve atender à sua função social. O PRINCÍPIO DA SIMETRIA – Soberania da Constituição sobre todas as normas, sendo que as demais normas infraconstitucionais, devem estar compatíveis com seu texto(em harmonia). Constituiçã o Normas Infraconstituci onais Normas Infralegais DIREITO CONSTITUCIONAL III – 2021 – 3 SEMESTRE 7 * Atenção! Exemplo (situação hipotética): Lei Estadual que reduzir idade de voto facultativo de 16 para 14 anos, será inconstitucional pois, a CF/88 determina o mínimo 16 anos de idade( § 1º ,II do Art.14). * Tal norma estadual, somente teria eficácia e validade, se a Constituição viesse a ter o Poder Reformador por Emenda Constitucional alterando essa idade mínima para o sufrágio(Simetria Constitucional) IMPORTANTE: Lembrando que os Direitos fundamentais estão positivados no ordenamento constitucional de uma nação. Tais direitos devem ser observados em todas as esferas, tanto no direito público como no privado, pois nenhum deles se encontra afastado dos comandos da Constituição Federal. Se os direitos declaram, as garantias fundamentais asseguram. HISTORICIDADE: os direitos fundamentais “são históricos como qualquer direito. Nascem, modificam-se e desaparecem”. Em outras palavras, estes direitos são definidos como fundamentais quando essenciais para uma vida digna. INALIENABILIDADE: Os direitos fundamentais não possuem viés econômico- patrimonial. Em outras palavras, eles não podem ser alienados, nem transferidos, nem negociados ou vendidos. IMPRESCRITIBILIDADE: mesmo que o cidadão não usufrua de determinado direito fundamental no passar dos anos, ele não deixa de ser exigível. IRRENUNCIABILIDADE: Pode um cidadão, titular de um direito, que é de todos, deixar de exercê-lo. Mas não pode, apesar de ser detentor do direito, renunciá-lo. LIMITABILIDADE: nenhum direito fundamental é absoluto. PERSONALIDADE: Os direitos fundamentais são personalíssimos. Apesar disso, é possível que um direito fundamental de uma pessoa seja oriundo do de outra pessoa, como no caso de herança. DIREITO CONSTITUCIONAL III – 2021 – 3 SEMESTRE 8 REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS – AULA DO DIA 03/09/21 DIREITOS – declarações assecuratórias GARANTIAS – instrumentos para buscar o direito e garantia fundamental REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS - são meios disponiveis aos cidadãos para garantir seus direitos e sanar ilegalidades ou abuso de poder. A Constituição Federal Brasileira dispõe sobre algumas garantias que são colocadas à disposição do cidadão, e entre eles estão os remédios constitucionais, que são ações que podem ser utilizadas pelos indivíduos com o intuito de proteger os seus direitos. Eles estão presentes no famoso artigo 5º da CF nos incisos LXVIII ao LXXIII, bem como em algumas leis específicas. Artigo 5° da CF/88 - Habeas Corpus - é o único gratuito e que não precisa de advogado. - Mandado de Segurança - Habeas Data – é gratuito, mas precisa de advogados para serem impetrados. - Mandado de Injunção - Ação Popular - é gratuito, mas precisa de advogados para serem impetrados. ATENÇÃO! Esses são os instrumentos(garantias) dos direitos declarados na Constituição Federal como fundamentais. HABEAS CORPUS: Finalidade: Tutela o direito à liberdade de locomoção (ir, vir, permanecer) sempre que houver abuso ou ilegalidade de poder. Pode ser HC Preventivo ou Repressivo- Art.5, LXVIII da CF e artigo 647 e segs. do Código de Processo Penal. (Ação de natureza penal constitucional) ATENÇÃO! ARTIGO 142 ° 2° CF/88: § 2º Não caberá habeas corpus em relação a punições disciplinares militares Havendo abuso, arbitrariedade ou ilegalidade o militar igualmente fará jus ao Habeas Corpus. *** O Habeas Corpus é um remédio constitucional bastante antigo no nosso ordenamento jurídico. Ele garante que o cidadão tenha o direito de ir e vir, protegendo a sua liberdade de se locomover, quando ela esteja ameaçada ou restringida por abusos de poder ou por ilegalidades. ELE É UTILIZADO A TODO MOMENTO NO ÂMBITO CRIMINAL, geralmente por advogados, de modo a libertar o seu cliente da prisão realizada antes do réu ser julgado. Historicamente, o habeas corpus foi a primeira garantia de direitos fundamentais, concedida por “João Sem Terra”, monarca inglês, na Magna Carta, em 1215, e formalizada, posteriormente, pelo Habeas Corpus Act, em 1679. No Brasil, a primeira manifestação do instituto deu-se em 1821, através de um alvará emitido por Dom Pedro I, pelo qual se assegurava a liberdade de locomoção. A terminologia “habeas corpus” só apareceria em 1830, no Código Criminal. Foi garantido constitucionalmente a partir de 1891, permanecendo nas Constituições subsequentes, inclusive na de 1988, que, em seu art. 5.º, LXVIII, estabelece: “conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder”. O habeas corpus foi inicialmente utilizado como remédio para garantir não só a liberdade física como também os demais direitos que tinham por pressuposto básico a locomoção. DIREITO CONSTITUCIONAL III – 2021 – 3 SEMESTRE 9 Tratava-se da chamada “teoria brasileira do habeas corpus”, que perdurou até o advento da Reforma Constitucional de 1926, impondo o exercício da garantia somente para os casos de lesão ou ameaça de lesão à liberdade de ir e vir. O autor da ação constitucional de habeas corpus recebe o nome de impetrante; o indivíduo em favor do qual se impetra, paciente (podendo ser o próprio impetrante), e a autoridade que pratica a ilegalidade ou abuso de poder, autoridade coatora ou impetrado. O impetrante, portanto, poderá ser qualquer pessoa física (nacional ou estrangeira) em sua própria defesa, em favor de terceiro, podendo ser o Ministério Público ou mesmo pessoa jurídica (mas, é claro, em favor de pessoa física). Já o magistrado, na qualidade de Juiz de Direito, no exercício da atividade jurisdicional, a Turma Recursal, o Tribunal poderão concedê-lo de ofício,em exceção ao princípio da inércia do órgão jurisdicional. Mas cuidado: o Juiz de Direito, o Desembargador, os Ministros, quando não estiverem exercendo a atividade jurisdicional, impetrarão, e não concederão de ofício, naturalmente, o habeas corpus, já que atuando como pessoa comum. Referida ação pode ser formulada sem advogado, não tendo de obedecer a nenhuma formalidade processual ou instrumental, sendo, por força do art. 5.º, LXXVII, gratuita. Pode o Habeas Corpus ser impetrado para trancar ação penal ou inquérito policial, bem como em face de particular, como no clássico exemplo de hospital psiquiátrico que priva o paciente de sua liberdade de ir e vir, ilegalmente, atendendo a pedidos desumanos de filhos ingratos que abandonam seus pais. - OBJETO DO HABEAS CORPUS: - Assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público; - Retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo processo sigiloso, judicial ou administrativo - Art. 7º, III, 9.507: complementar dados pessoais - CARACTERÍSTICAS DO HABEAS CORPUS - Procedimento célere - Não comporta dilação probatória - Lei 9.507/97 e art. 5º, LXXII, CF - Não é possível cumular pedidos (tese majoritária). - Direito à informação genérico (art. 5º, XXXIII, CF), não é o objeto do HD. - Dados pessoais: nome, estado civil, saúde, trabalho, escolaridade, dados genéticos. - LEGITIMIDADE ATIVA: personalíssimo, só quem pode ser autor do HD é o próprio titular do dado, pessoa física (nacional ou estrangeira) ou jurídica. Não cabe HD para acessar dados de terceiros, salvo os herdeiros. - POLO PASSIVO: poder público ou particular (banco de dados de caráter público, aquele que disponibiliza os dados para terceiros, ex.: SPC, Serasa) - REQUISITO ESSENCIAL: - RECUSA ADMINISTRATIVA: Não cabe o habeas data se não houve recusa de informações por parte da autoridade administrativa (2, STJ) - Art. 8º, 9.507 - Não cabe Habeas Data: - Acesso a dados públicos - Acesso a dados sobre terceiros - Acesso à certidão denegada: - São direitos distintos o acesso ao dado pessoal e documento que formaliza o dado. Negativa de acesso ao dado pessoal HD; Negativa de acesso à certidão que formaliza o dado pessoal MS. A não ser que a única forma de acesso seja por meio da certidão. - Acesso a informações sobre os critérios utilizados na correção de provas de concurso/ acesso à prova/ revisão de prova - Acesso à autoria do denunciante em processo administrativo - Gratuidade para todos, não só para hipossuficientes (art. 5º, LXXVII, CF) MANDADO DE SEGURANÇA - Finalidade: Protege os indivíduos dos atos ilegais ou abusivos , que não estejam amparados por Habeas Corpus ou Habeas Data, tutelando o direito liquido e certo - Art. 5, LXIX e LXX da CF (Lei 1.533/51) atual Lei 12.016/2009 Pode ser Individual (efeitos somente para a parte envolvida no processo) ou Coletivo ( para as partes que pertencem a coletividade, a associação, ao partido, a organização sindical ,etc.) DIREITO CONSTITUCIONAL III – 2021 – 3 SEMESTRE 10 *** O mandado de segurança, de acordo com o inciso LXIX do artigo 5º da Constituição, protege um direito líquido e certo do cidadão que sofrer abuso de poder ou ilegalidades por parte de autoridade pública. De acordo com a legislação, quando for um Mandado de Segurança repressivo, ele apenas poderá ser impetrado após a violação do direito e dentro do prazo decadencial de 120 dias. Um ponto importante é que não há a produção de provas após a impetração do Mandado de Segurança, sendo que todas as provas necessárias para a comprovação do direito da pessoa têm que ser fornecidas no ato da petição. Além do MS Individual, há o Mandado de Segurança Coletivo, em que entidades podem impetrar um mandado de segurança em prol de um conjunto de pessoas. Os que estão permitidos entrar com esse MS coletivo são os partidos políticos, desde que com representação no Congresso, além da organização sindical, entidade de classe ou associação que funcionem há pelo menos 1 ano, em defesa dos seus membros, não sendo necessário autorização dos associados/sindicalizados para a sua impetração. ATENÇÃO - O direito líquido e certo disposto no inciso quer significar que no Mandado de Segurança impetrante e informante, deverão produzir documentalmente a suas alegações, pois não há fase probatória, o fato há que ser comprovado no ato. MANDADO DE INJUNÇÃO- Finalidade: Garantia de quem se considere titular de qualquer direito, liberdade ou prerrogativa e que não haja norma regulamentadora para sua aplicabilidade. *** Contemplado pela primeira vez no Brasil pela Constituição Federal de 1988, o mandado de injunção é utilizado para suprir a omissão do poder legislativo em criar normas legais, quando esta omissão impedir os cidadãos de exercerem os seus direitos e liberdades constitucionais, além das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania. Um exemplo foi a ação impetrada por sindicatos de servidores públicos (ou seja, também há Mandado de Injunção Coletivo) reivindicando o direito de greve dos servidores. A CF/88 diz que o direito de greve dos servidores públicos será exercido nos limites definidos em lei específica, entretanto, essa lei nunca foi criada pelo Congresso Nacional para regulamentar tal situação. Assim, o STF decidiu, através do mandado de injunção, que enquanto o Poder Legislativo não cria a lei específica, as regras previstas para os trabalhadores privados (Lei 7.783/89) valeriam também para os servidores públicos. O mandado de injunção individual pode ser impetrado por qualquer pessoa física ou jurídica titular do direito que esteja restringido pela falta de norma legal. Já o mandado de injunção coletivo pode ser impetrado por aqueles que podem impetrar o mandado de segurança coletivo, além do Ministério Público e da Defensoria Pública. Art. 5, inciso LXXI da Constituição Federal e Lei 8.038/90) só em caso de omissão da norma. Injunção é ordem formal mandamental, o beneficiário deverá evidenciar a falta de norma Antes de julgar, deve-se observar: a) A legalidade do pedido, b) A falta de norma, c) A oportunidade do órgão competente para elaborar a norma. HABEAS DATA - Finalidade: Para assegurar o direito a informação e intimidade do indivíduo ou retificação de dados constantes dos registros de entidades governamentais ou de caráter público. Art. 5. ,inciso LXXII da Constituição Federal e Lei 9507/97 É o remédio constitucional de defesa do cidadão contra os usos abusivos de registros de dados pessoais coletados por meios fraudulentos, desleais, ou ilícitos ou dados que venham a registrar qualquer tipo de discriminação como a racial, política, religiosa e outras. ATENÇÃO! O Habeas Data é personalíssimo do titular dos dados, embora o Tribunal Federal de Recursos já tenha admitido que os herdeiros legítimos ou DIREITO CONSTITUCIONAL III – 2021 – 3 SEMESTRE 11 cônjuge do morto possam impetrá-lo. ** Há dois momentos em que o Habeas Data pode ser utilizado. O primeiro é para assegurar o direito do indivíduo em obter informações sobre ele mesmo e que estão presentes em bancos de dados guardados por autoridades públicas. Ou seja, em regra, caso uma entidade governamental possua informações de determinada pessoa, é direito dessa pessoa obter tal informação. A segunda hipótese é no caso de um indivíduo optar por retificar (modificar) seus dados que estão armazenados pelo poder público. ATENÇÃO: Um ponto importante é que esse remédio é personalíssimo, ou seja, ele apenas é utilizado para obter ou retificar informações do próprio impetrante, não podendo ser utilizado para ter acesso a informações de terceiros. Além disso, ele apenas pode ser utilizado para adquirir informaçõesquando a autoridade já tiver recusado o seu acesso por meios administrativos. O Habeas Data não possui tanta funcionalidade atualmente devido à Lei de Acesso à Informação, que obriga a transparência das informações pelo Poder Público. Fique atento: Um ponto importante, e que sempre está presente em provas, é que o Habeas Data não é o meio adequado quando há a recusa de emissão de certidões, ainda que haja nelas informações de caráter pessoal. Nesta situação, é utilizado o mandado de segurança. AÇÃO POPULAR - Qualquer cidadão (brasileiro) é parte legítima para propor ação popular que vise anular ato lesivo ao patrimônio publico ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural.(Art.5°,LXXIII CF/Lei 4717/65). - efeitos erga-omnes (art. 1º, § 3º da Lei 4719/65), exige que a prova da cidadania deve ser feita com a apresentação do título de eleitor ou outro documento a ele equivalente ( SÓ ELEITOR) ATENÇÃO! STF discorda e permite ao estrangeiro também e assim decidiu:| “É inquestionável o direito de súditos estrangeiros ajuizarem, em causa própria, a ação de habeas corpus, eis que esse remédio constitucional – por qualificar- se como verdadeira ação popular – pode ser utilizado por qualquer pessoa, independentemente da condição jurídica resultante de sua origem nacional.” (HC 83691/DF, Relator: Min. Carlos Velloso, 17/02/2004). ATENÇÃO! Em ações judiciais propostas pelo cidadão no controle difuso (interesse individual) a decisão somente atingirá a quem for parte naquele processo. (remédios constitucionais) **** A ação popular (não confundir com a Iniciativa Popular de Lei), presente na Constituição Brasileira, é utilizada pelos cidadãos para anular atos lesivos do Poder Público ao patrimônio público, histórico e cultural, à moralidade administrativa e ao meio ambiente. Desse modo, o maior beneficiário em relação à ação popular não é a pessoa que a propôs, mas, sim, a coletividade. Qualquer cidadão, ou seja, apenas pessoas que possuem capacidade eleitoral ativa (aqueles que podem votar), pode entrar com uma ação popular. Assim, estrangeiros e pessoas jurídicas não são capazes de entrar com esse remédio constitucional. Apesar de ser um remédio gratuito, sem custas judiciais, salvo se comprovado má-fé, é necessário a participação de um advogado para entrar com uma ação popular. ATENÇÃO: Um ponto importante é que não há foro privilegiado para o julgamento de ação popular, ou seja, mesmo se for impetrada contra ato de presidente da república, ela será julgada por um juiz de 1º grau. A exceção é quando se tratar de conflito federativo (conflitos entre União, Estados e Municípios), em que a competência para julgamento será do STF. DIREITO CONSTITUCIONAL III – 2021 – 3 SEMESTRE 12 EXCEÇÃO: AÇÃO POPULAR - Proposta por um só cidadão, ainda assim, surtirá efeitos erga-omnes (para todos). EX: Pedido de afastamento de um governador por corrupção, neste caso, o resultado surtirá efeitos para todos e não somente para o autor da ação. O Supremo Tribunal Federal é o órgão de cúpula do Poder Judiciário, e a ele compete, precipuamente, a guarda da Constituição, conforme definido no artigo 102 da CF/88. Mandato dos (11)ministros: Até os 75 anos de idade, Indicação é presidencial.- Presidente: (Luiz Fux). Julga, edita Súmulas Vinculantes e realiza a MUTAÇÃO CONSTITUCIONAL, quando necessário, para acompanhar a evolução da sociedade, fenômeno no qual o STF atribuí a uma norma existente, nova interpretação, sem alteração de seu texto (decisão conforme a Constituição) . Composição Do Congresso Nacional – (Poder Legislativo Federal)- 02 CASAS: 1ª. Casa - CÂMARA DOS DEPUTADOS (representa o povo com 513 Deputados) 2ª. Casa (em regra revisora). SENADO FEDERAL (representa os Estados e Distrito Federal) com 81 Senadores. DIREITO CONSTITUCIONAL III – 2021 – 3 SEMESTRE 13 CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE – AULA DO DIA 01/10/2021 A CONSTITUCIONALIDADE, é tudo aquilo que emerge do ordenamento jurídico ordinário e presumidamente é constitucional” MOTTA FILHO, Sylvio Clemente da. Introdução ao estudo do controle de constitucionalidade das leis Princípios constitucionais como a ampla defesa, contraditório e segurança jurídica para todos é objeto de controle de constitucionalidade. Direitos e garantias fundamentais por exemplo: direito de igualdade, liberdade , e tantos outros. PRESUNÇÃO DE CONSTITUCIONALIDADE O princípio da presunção de constitucionalidade baseia-se na eficácia do controle preventivo e pugna pelo entendimento de que toda espécie normativa nasce de acordo com a constituição federal e, como tal, deve ser preservada. Direito Constitucional ↔ Princípios Direito Processual Constitucional ↔ Instrumentos (garantias) O Controle De Constitucionalidade É: - Preventivo e Repressivo - Difuso e Concentrado - Difuso : Controle em concreto ou indireto da constitucionalidade ou via de defesa ou de exceção ou difuso ou aberto. - Concentrado: Controle em abstrato ou direto da constitucionalidade ou via principal ou de ação ou concentrado. CONCENTRADO X DIFUSO O Controle Concentrado- Procura-se obter a declaração de inconstitucionalidade de lei ou de ato normativo em tese, independentemente da existência de um caso concreto, é o controle abstrato, por via de ação Efeitos – em regra ex- tunc, erga-omnes e vinculantes O Controle Difuso é aquele que pode ser julgado por todos os juízes, mas sempre quando estiverem analisando um caso concreto.A constitucionalidade da norma é analisada por via defesa ou exceção e acarreta uma questão incidental. Efeitos - em regra – é Inter partes, ex tunc e vinculante. TIPOS DE CONTROLE DA CONSTITUCIONALIDADE 1 - CONTROLE PREVENTIVO – “a priori” (antes do nascimento da lei) e pode ser exercido da seguinte forma : 2 - PELO PODER LEGISLATIVO – Pode agir preventivamente não aprovando na votação, o projeto de lei. 3 - PELO EXECUTIVO–Pode agir preventivamente vetando o projeto de lei (ato do Chefe do Executivo) 4 - PREVENTIVO PELO PODER JUDICIÁRIO.Em regra o Poder Judiciário controla no sistema repressivo (após a existência da Lei) 1 - CONTROLE PREVENTIVO E CONTROLE REPRESSSIVO CONTROLE REPRESSIVO– “ a posteriori” ( a lei já foi editada ) é exercido no Brasil pelo Poder Judiciário no sistema difuso (via incidental) e sistema concentrado (abstrato) ou pela previsão constitucional nas decisões do STF e Tribunais de Justiça. ESSA É REGRA – REPRESSIVO Exceção controle preventivo pelo Judiciário – STF já decidiu: O Judiciário pode apreciar Mandado de Segurança impetrado por DIREITO CONSTITUCIONAL III – 2021 – 3 SEMESTRE 14 Parlamentar, quando há vício de constitucionalidade no processo legislativo. Se o Parlamentar (somente esse) alegar inconstitucionalidade no tramitar de um projeto de lei que ainda não foi concluído, deverá o Poder Judiciário agir preventivamente apreciando as razões do mandado de segurança (exs: alegação de compra de votos, irregularidade na votação, corrupção , conluio entre parlamentares. SINTESE TRAMITE DE UM PROJETO DE LEI LEMBRETE! REGRA GERAL – tramitação do projeto de Lei (temos exceções previstas no art. 59 CF/88) - Iniciativa – apresentação do projeto de lei -CCJ - Comissão de Constituição e Justiça - apreciação prévia das proposições que forem submetidas a deliberação do Poder Legislativo -Tramitação ou votação no Congresso Nacional na tramitação do projeto de lei- -VETO - do Executivo- Chefe do Executivo o impedimento da promulgação de projeto de lei.- (artigo 66 da CF)-PREVENTIVO - Após o veto pode ser derrubado pelo Congresso Nacional, a lei será promulgada e publicada - Não tendo veto (sanção), a lei é promulgada, publicada Ativismo Judicial e Legitimados- art. 103 O ATIVISMO JUDICIAL DO STF – artigo 103 da CF/88 As decisões erga-omnes (do STF) surte efeitos para todos mas NÃO É LEI, as súmulas vinculantes perduram até leis do PODER LEGISLATIVO , caso não sejam revisadas ou anuladas pelo próprio STF . ****** LEGITIMIDADE ***** 1 – Universal :Não depende de tema versado na lei. Ex: Presidente, Mesa da Câmara, Mesa do Senado, PGR, OAB, Partido Politico com representação. 2 – ESPECIAL : Depende do tema, precisa demostrar pertinência temática. Ex: Governador, Sindicato, Mesa da Câmara ou Assembléia Legislativa do DF. LEGITIMADOS UNIVERSAIS E ESPECIAIS Art. 103. Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e a ação declaratória de constitucionalidade: I - o Presidente da República; II - a Mesa do Senado Federal; III - a Mesa da Câmara dos Deputados; IV - a Mesa de Assembléia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal; V - o Governador de Estado ou do Distrito Federal; VI - o Procurador-Geral da República; VII - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil ;VIII - partido político com representação no Congresso Nacional; X - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional. DIREITO CONSTITUCIONAL III – 2021 – 3 SEMESTRE 15 REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS EM REGRA DE CONTROLE DIFUSO Ações de Controle de Constitucionalidade Difuso ( inter partes)Artigo 5° da CF/88- • Habeas Corpus • Mandado de Segurança • Habeas Data • Mandado de Injunção • Ação Popular ATENÇÃO! Esses são os instrumentos das garantias fundamentais(remédios constitucionais). DIREITO CONSTITUCIONAL III – 2021 – 3 SEMESTRE 16 DIREITO DE NACIONALIDADE – AULA DO DIA 05/11/2021 Conceito: Nacionalidade é o vínculo jurídico- político que liga um indivíduo a um certo e determinado Estado, fazendo deste indivíduo um componente do povo, da dimensão pessoal deste Estado, capacitando-o ao cumprimento de deveres impostos, com direitos e garantidas assegurados na Constituição Federal (Alexandre de Moraes). Critérios de nacionalidade – Cada Estado tem sua legislação.(Exs: Parte Estados europeus – adotam “ius sanguinis”, Estado americanos , optam pelo critério “jus solis” e no Brasil, (misto) - jus solis “ e “jus sanguinis” . OS DIREITOS DE NACIONALIDADE NA CF/88 PRIMÁRIA – Originária (INVOLUNTÁRIA)- Natos SECUNDÁRIA – (VOLUNTÁRIA)- Naturalizados Critério territorial - “jus solis, nascido naquele território (art. 12, I “a”) Critério de consaguinidade – “jus sanguinis”, são nacionais os descendentes de nacionais (art. 12, I “b e c”.) Adquirida por ato de vontade do indivíduo e pela NATURALIZAÇÃO: “brasileiro naturalizado”.(art. 12, II “a, e b”). Depende de requerimento, não é um direito potestativo. Ordinária e Extraordinária BRASILEIRO NATO Art. 12. São brasileiros: I - natos: a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país; b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil; c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 54, de 2007) NACIONALIDADE Nacionalidade é um vinculo jurídico-político que liga um individuo a um determinado Estado, ao passo que, integrando ao povo, adquirindo direitos e obrigações. A nacionalidade pode ser : • Primária ou originária: é decorrente do fato gerado pelo nascimento do individuo, independentemente da vontade deste. (NATO) Há dois critérios distintos para a observância deste instituto: • ius sanguinis: tem como fato gerador, o vinculo de sanguíneo, decorrente de filiação, ascendência, não importando qual o local onde o individuo nasceu.- Ex: Itália • ius solis: observa-se o vinculo de territorialidade, como o local de nascimento.(terra, mar, aéreo)- Ex: EUA. • Secundária ou adquirida: é aquela de se adquire por vontade própria, posterior ao nascimento do individuo, que poderá ser promovida pelos estrangeiros (Ex: polipátrida) 01 filho nascido no Brasil (ius solis) de pais argentinos (ius sanguinis).NATURALIZADO Pode ser optativa (POTESTATIVA)para aquele que venha a residir no Brasil à escolha da nacionalidade brasileira, depois de atingida a maioridade. Pode ser feita a qualquer tempo e tem caráter personalíssimo, somente por interesse da própria pessoa, desde que atingida a maioridade. Tem que passar a residir no Brasil, é processo de jurisdição voluntária e ex tunc. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc54.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc54.htm DIREITO CONSTITUCIONAL III – 2021 – 3 SEMESTRE 17 NATURALIZAÇÃO – SECUNDÁRIA Duas espécies: artigo 12, II a e “b” da CF/88 NÃO HÁ NATURALIZAÇÃO TÁCITA (precisa requerer) Naturalização ART. 12 - naturalizados: a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos originários de países de língua portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral ;regras no artigo 112 e outros do Estatuto dos estrangeiros –Lei 6815/80) b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República Federativa do Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira. (Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994) (Convenção sobre igualdade de Direitos e Deveres entre Brasileiros e Portugueses – 07/09/1971)- EXTRAORDINÁRIA. CARGOS PRIVATIVOS BRASILEIROS NATOS 12 § 2º A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e naturalizados, salvo nos casos previstos nesta Constituição. § 3º São privativos de brasileiro nato os cargos: I - de Presidente e Vice-Presidente da República; II - de Presidente da Câmara dos Deputados; III - de Presidente do Senado Federal; IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal; V - da carreira diplomática; VI - de oficial das Forças Armadas. VII - de Ministro de Estado da Defesa. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 23, de 1999) PERDA DA NACIONALIDADE: Artigo 12 § 4º - Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que: I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de atividade nociva ao interesse nacional; I - adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos: (Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994) a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira; (Incluído pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994) b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em estado estrangeiro, como condição para permanência em seu território ou para o exercício de direitos civis; (Incluído pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994) Perda da Nacionalidade pelo brasileiro NATO É POSSIVEL Art. 12, § 4º ,II-CF/88-– Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que: Atenção! O brasileiro (nato ou naturalizado) que adquira outra nacionalidade voluntariamente perde a nacionalidade brasileira tacitamente, salvo se houver a subsunção às hipóteses das alíneas “a “ ou “b”. 1ª. Vez- 18/1/18 – brasileira nata Cláudia Cristina Hoerig,acusada pelo assassinato do marido norte-americano, foi extraditada – STF entende que Cláudia renunciou a nacionalidade brasileira pela americana. RENUNCIA A NACIONALIDADE BRASILEIRA 2013- Diego Costa chegou a defender a seleção brasileira em dois jogos amistosos, contra Itália e Rússia. Em julho do mesmo ano, recebeu a cidadania espanhola e em outubro, enviou uma carta para CBF alegando que gostaria de defender a Espanha.(DUPLA NACIONALIDADE E SEM ATO VOLUNTÁRIO DE RENÚNCIA DA BRASILEIRA, NÃO PERDE A NAC. DE NOSSO PAÍS .) Exs:Ricardo Goulart, Aloisio, Fernandinho e Alan foram escolhidos. Para se tornarem cidadãos chineses precisavam renunciar à cidadania brasileira, porque a lei que trata do assunto no país asiático, não permite que o chinês que tenha dupla nacionalidade http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc23.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc23.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/ECR/ecr3.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/ECR/ecr3.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/ECR/ecr3.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/ECR/ecr3.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/ECR/ecr3.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/ECR/ecr3.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/ECR/ecr3.htm DIREITO CONSTITUCIONAL III – 2021 – 3 SEMESTRE 18 APÁTRIDAS Um filho de brasileiro que nasce na Itália, e seus pais não estão a serviço da República Federativa do Brasil. Como o Brasil adota o critério ius solis, a criança não é brasileira, e pelo fato de a Itália adotar o critério ius sanguinis, a criança não será, também, italiana.- APÁTRIDA,(CASO NÃO REGISTRE NA EMBAIXADA OU CONSULADO BRASILEIROS)exceto se: Art. 12 – I- (Nato)- c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira."(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 54, de 2007) ANTES DE 2007 MUITOS BRASILEIROS SE TORNARAM APÁTRIDAS-EC- 54/2007 Ex: Irina Ly de Veiga Alves, nasce na Suíça, filha de brasileiros em 1998 (vigorava EC- 3/94).Naquele país adotava “ius saguinis” ela não tinha. Se tornou apátrida pois a EC 3/94, passou a exigir o ius solis para ser brasileiro nato (governo de Itamar Fraco) Os pais teriam que voltar à residir no Brasil e também poderiam requerer a nacionalidade da filha até 18 anos de idade. DESIGUALDADE ENTRE FILHOS BRASILEIROS.- EC 54/2007 regularizou a situação . OUTROS PAISES DE IUS SANGUINIS – Alemanha, França, Japão .Portugal já avançou – imigrantes residentes há cinco anos lá – filho nasce é português DIREITO CONSTITUCIONAL III – 2021 – 3 SEMESTRE 19 CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE DAS LEIS – AULA DO DIA 05/11/2021 LEI No 9.868, DE 10 DE NOVEMBRO DE 1999. Adin e Adecon Adin por omissão : Lei 12.063/2009 Adin interventiva : artigo 34, VII da CF. ADPF - da lei 9882/99 AÇAO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE (artigos 102, inciso I, “a”, artigo 103 C.F.). ADin – Legitimidade- Os constantes no rol do artigo 103 da CF, como legitimados ativos universais (neutros)ou legitimados ativos especial (que tenham pertinência temática. Natureza- Ação de natureza legislativa e jurisdicional, com o objetivo de invalidar lei ou ato normativo federal ou estadual que contrariem a ordem constitucional. Finalidade- o Controle por via de ação genérica: Neste caso, o objetivo primordial é eliminar do sistema normativo a lei que contraria preceitos constitucionais.Pela natureza da ação, não permite desistência. O STF aprecia a inconstitucionalidade e previamente terá ciência o AGU (art. 103, parág. 3.- O Senado Federal suspende (art. 52, X). Competência- STF – lei ou ato normativo federal ou estadual em face da Constituição - TJ- lei estadual ou municipal em face da Constituição Estadual. Sistema- Concentrado em apenas um órgão do Judiciário. Efeitos: erga-omnes, vinculante, independente de qualquer comunicação ao Senado Federal. A Lei 9868/99 m em seu artigo 28, parágrafo único, determina efeitos vinculantes, mas a EC 45/2004 que alterou a redação do artigo 102, parágrafo 2. da CF já não mais deixa dúvidas quanto a eficácia e efeitos erga-omnes. Prazo- Não está sujeita a qualquer prazo de natureza prescricional ou decadencial pois os atos inconstitucionais não se convalidam pelo decurso do tempo, tornando-se imprescritíveis. ADIN POR OMISSÃO:AÇAO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE (artigos 102, inciso I, “a”, artigo 103 C.F.).- Lei 12.0631/2009 LEGITIMIDADE - as pessoas constantes do rol do art. 103 da CF/ Natureza e Finalidade - Ação de natureza legislativa e jurisdicional, tendo como finalidade , ser o instrumento de controle abstrato face a falta de regulamentação do texto da CF, conforme previsto no artigo 102, § 2. da Carta Magna. COMPETÊNCIA: STF – lei ou ato normativo federal ou estadual em face da Constituição TJ- lei estadual ou municipal em face da Constituição Estadual. Sistema - Concentrado em apenas um órgão do Judiciário. Efeitos: a) quando há omissão integral – O poder Modelos de Controle de Constitucionalidade Principal Somente o órgão de cúpula do Judiciário realiza o controle Modelos de Controle de Constitucionali dade Difuso Incidental Todos os órgãos do Poder Judiciário realizam o controle Juizes de 1º grau Tribunais ( com ressalvas) http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%209.868-1999?OpenDocument http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%209.868-1999?OpenDocument http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%209.868-1999?OpenDocument DIREITO CONSTITUCIONAL III – 2021 – 3 SEMESTRE 20 competente para suprir a lacuna (inexistência da norma) terá ciência; b) quando se tratar de omissão parcial, na ausência de ato regulamentar, será o órgão cientificado para suprir a lacuna no prazo de 30 das. ADIN INTERVENTIVA Adin Interventiva – Finalidade – o controle político e jurisdicional para preservação dos princípios sensíveis do artigo 34, VII da CF. Efeitos: O controle político pode provocar a :Intervenção Federal – em face de lei ou ato normativo estadual que contrarie os princípios sensíveis do artigo 34, VIICF-Intervenção Estadual – lei ou ato normativo Municipal que contrarie princípios sensíveis da Constituição Estadual (artigo 35, IV da CF). Legitimidade Ativa – Procurador Geral da República (União) Procurador Geral de Justiça (do Estado) Competência- STF – ou TJ Sistema - Concentrado em apenas um órgão do Judiciário. Efeitos: erga-omnes, independente de qualquer comunicação ao Senado Federal. A Lei 9868/99 em seu artigo 28, parágrafo único, determina efeitos vinculantes, mas a EC 45/2004 que alterou a redação do artigo 102, parágrafo 2. daCF já não mais deixa dúvidas quanto a eficácia e efeitos erga-omnes. Prazo - Não está sujeita a qualquer prazo de natureza prescricional ou decadencial pois os atos inconstitucionais não se convalidam pelo decurso do tempo, tornando-se imprescritíveis. ADECON – ADC – ADEC A emenda constitucional n. º 3, de 17.3.1993, introduziu em nosso ordenamento jurídico constitucional essa nova espécie dentro do controle de constitucionalidade: a ação declaratória de constitucionalidade. FINALIDADE E OBJETO - A ação declaratóriade constitucionalidade, que consiste em típico processo e objeto destinado a afastar a insegurança jurídica ou Estado de incertezasobre a validade de lei ou ato normativo federal, busca preservar a ordem jurídica constitucional. A ação declaratória de constitucionalidade poderá ser proposta pelas pessoas elencadas no artigo 103 da CF/88 que após a EC 45/2004 equiparou aos legitimados da ADIn e ADPF Em síntese a finalidade é dissipar dúvidas sobre a constitucionalidade do ato, afastar a insegurança, incerteza do Estado na validade da lei ou ato normativo Observações – ADIN e Adecon Salutar lembrarmos que as ações típicas do controle da constitucional elencadas acima (ADIN e ADECON) tem caráter dúplice, ou seja, ambivalente, o que valer dizer que apreciada e julgada a constitucionalidade, por conseqüência, julgar-se a improcedente a Adin ou procedente a ADECON. JULGADA inconstitucionalidade, julgar-se procedente a Adin ou improcedente a ADECON. Não é cabível ADIn ou ADECON contra lei ou ato normativo municipal, embora norma de tal natureza possa causar controvérsia constitucional capaz de gerar insegurança. Também não cabe ADIn ou ADECON em relação à lei ou ato normativo federal, estadual ou municipal anterior a Constituição vigente e cuja recepção ou não pela nova ordem constitucional seja objeto de polêmica (RTJ 153/315). ADPF- AÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL ADPF - Ação de descumprimento de preceito fundamental , forma de controle abstrato que tem como finalidade confrontar leis e atos de gestão pública com princípios fundamentais constitucionais. DIREITO CONSTITUCIONAL III – 2021 – 3 SEMESTRE 21 - o artigo 4. da lei 9882/99 adota a subsidiariedade, ou seja somente será objeto da ADPF o que possa ser objeto de outra forma de controle abstrato como Adin. Competência- STF – (SOMENTE DO STF) – tratado como sistema ultra concentrado de jurisdição, pois as Constituições Estaduais não podem instituir a ADPF, sendo a competência exclusiva do STF, estando seu fundamento legal no artigo 102, parágrafo 1. da CF. Sistema- Ultra concentrado em apenas um órgão do Judiciário e somente STF. OBSERVAÇÕES :O artigo 2., inciso II da Lei 9.882;99 foi revogado no sentido de que pretendia outorgar legitimidade ativa a qualquer pessoa para a propositura da ADPF, o que seria impertinente, ante ao controle concentrado. A decisão que julgar procedente ou improcedente a argüição de descumprimento de preceito fundamental, não está sujeita a recurso, tem eficácia erga omnes e efeito vinculante relativamente aos demais órgãos do Poder Público. Revogação da Lei de imprensa anterior a Constituição : ADPF No julgamento da Argüição de Descumprimento de preceito fundamental (ADPF 130), a maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal entendeu que a Lei 5.250/67 (Lei de Imprensa) não foi recepcionada pela Constituição de 1988, deixava dúvidas e era inconstitucional. . DPF 130 — LEI DE IMPRENSA FOI REVOGADA PELO STF DIA 30 DE ABRIL DE 2009 DIREITO CONSTITUCIONAL III – 2021 – 3 SEMESTRE 22 EXERCICIOS DE FIXAÇÃO DE CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE - 05/11/2021 1) O Presidente da República e um Governador de Estado propuseram, em conjunto, uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) sem a demonstração da pertinência temática. O Ministro Relator, entretanto, indeferiu liminarmente a ADI, sob a alegação de que ambos são legitimados especiais e deveriam comprovar o efetivo interesse na causa. Nesse caso, com base na jurisprudência consolidada do Supremo Tribunal Federal, em conformidade com a Constituição Federal, é correto afirmar que: a) apenas o Presidente precisa comprovar interesse na causa. b) o Governador precisa comprovar interesse na causa. c) ambos precisam comprovar interesse na causa. d) nem o Presidente nem o Governador precisam comprovar interesse na causa. 2)A ação direta de inconstitucionalidade por omissão e o mandado de injunção a) devem ser sempre propostos junto ao Supremo Tribunal Federal. b) possuem os mesmos legitimados ativos. c) controlam as omissões normativas. d) são instrumentos de controle preventivo da constitucionalidade 3) Compete ao Supremo Tribunal Federal processar e julgar, originariamente, ação direta de inconstitucionalidade de ato normativo estadual proposta : (A) por Conselho Seccional da Ordem dos Advogados do Brasil. (B) por entidade de classe de âmbito nacional. (C) por partido político com representação na Assembleia Legislativa. (D) pelo Ministério Público de qualquer dos Estados. 4) Ação Direta de Inconstitucionalidade( ADIn), proposta por conselho Seccional da Ordem dos Advogados do Brasil e encaminhada para julgamento ao plenário Supremo Tribunal Federal, com objetivo de controlar a Constitucionalidade de dispositivos constantes de Emenda ä Constituição Federal e de lei estadual, não deverá ser conhecida porque: a) lei estadual não pode ser objetivo de (ADIn) ; b) o plenário do Supremo Tribunal Federal não é o órgão competente para o julgamento, mas, sim, uma das turmas da referida Corte; c) o Conselho Seccional da Ordem dos Advogados do Brasil não é legitimado para propor ADIn; d) a Emenda à Constituição Federal não pode ser objeto de ADIn. 5)Configura controle de constitucionalidade por via de exceção: a) o controle abstrato, que tem como características a existência de lesões a direitos difusos e coletivos e a produção de efeitos “inter partes”. b) o controle difuso, que tem como características a existência de um caso concreto e a produção de efeitos “erga omnes”. c) o controle difuso, que tem como características a existência de um caso concreto e a produção de efeitos “inter partes”. d ) o controle abstrato, que tem como objeto leis ou atos normativos estaduais e federais e como característica a discussão da lei em tese. 6) A decisão proferida na Ação Direta de Inconstitucionalidade: a) declara nula a norma impugnada, produzindo efeitos entre as partes; b) produz efeitos ex -tunc; c) produz efeitos vinculantes e erga omnes; d)produz efeitos vinculantes e ex -nunc. 7)O controle repressivo de constitucionalidade pode ser exercido: a) Exclusivamente pelo Poder Judiciário; b) Exclusivamente pelo Poder Legislativo; c) Exclusivamente pelo Poder Executivo; d) Pelos três poderes, indistintamente; DIREITO CONSTITUCIONAL III – 2021 – 3 SEMESTRE 23 8)No controle de constitucionalidade perante o STF e TJ temos uma medida tratada como sistema ultra concentrado de jurisdição, tratando-se da a)ADIN por omissão b)ADECON c)ADPF d)ADIN por ação DIREITO CONSTITUCIONAL III – 2021 – 3 SEMESTRE 24 DIREITOS POLÍTICOS – AULA DO DIA 12/11/2021 Direitos Politicos Positivos Direitos Politicos Negativos São os previstos na constituição que asseguram a participação do individuo na condução do destino da coletividade de forma direta ou indireta, o sufrágio universal que é o direito de voto e de ser votado. Ex: O voto obrigatório e facultativo, art. 14 §1º CF/88 A Constituição traz as causas que inpedem o codadão de eleger ou de ser eletivo, ou exercer atividade político- partidária ou função pública. Ex: art. 14 2º CF/88 ( quem não pode se alistar) • Cidadania Ativa – Direito De Voto • Cidadania Passiva – Direito De Voto E De Ser Votado • Direitos Positivos Adquiridos • ARTIGOS 14/16 CF - ARTIGO 1° CF, Paragrafo Único - O Poder Emana Do Povo Quais são as condições, as causas, que podem fazer a pessoa estar inelegível para se candidatar A doutrina classifica que temos direitos políticos POSITIVOS e NEGATIVOS POSITIVOS – é a condição que nós temos de votar e ser votado (de ser um eleitor ou poder nos candidatar a um cargo politico nas condiçõesque a CF determina). Podemos dizer que estamos com os direitos políticos preservados, por isso chamamos de positivo NEGATIVOS – condição de direito negativo. Ou porque mão está conseguindo ser um alistável, um eleitor, o que impossibilita de ser elegível (um candidato) Além do que a CF diz no artigo 15, a Lei Complementar (dos direitos políticos) pode trazer outras causas que impossibilitam a pessoa. A CF reconhece que outras leis infraconstitucionais podem prever outras condições. Cidadanias ATIVA E PASSIVA: Cidadania ativa – direito de votar Cidadania passiva – direito de ser votado A cidadania é o exercício do voto – o direito de voto é a cidadania ativa pertencente a todo brasileiro que seja alistado (o analfabeto e o que cumpre serviço militar obrigatório não estão obrigados à obtenção do título nesse período). Uma vez alfabetizado e concluída a condição de cumprimento do serviço militar, deverá obter o título para o exercício da cidadania A partir dos 16 anos, obtido o título de eleitor, o indivíduo pode votar Cidadanias ATIVA E PASSIVA: Cidadania ativa – direito de votar Cidadania passiva – direito de ser votado O poder emana do povo – através da democracia representativa (e não direta, não estamos lá dentro do Congresso decidindo) Sufrágio universal – exercício do voto COMO SE EXERCE A CIDADANIA EXERCICIO DO SUFRÁGIO UNIVERSAL Art. 14 – A SOBERANIA POPULAR – será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos e, nos termos da lei, mediante: I – plebiscito ( consulta prévia ao povo) – Exemplo: em 1993 – o povo brasileiro decidiu sobre parlamentarismo ou presidencialisto, república ou monarquia constitucional. II – referendo ( consulta posterior ao povo sobre a decisão do Governo) Exemplo: por maioria de votos o povo disse não a proibição do comércio de armas de fogo e munições e foi excluído do art.35 , do Estatuto do Desarmamento. III – iniciativa popular – Lei da Ficha Limpa ATENÇÃO : Recall e Veto popular são instrumentos da soberania mas não adotados no Brasil Plebiscito – consulta prévia ao povo, o povo é consultado antes da decisão DIREITO CONSTITUCIONAL III – 2021 – 3 SEMESTRE 25 Referendo – consulta posterior ao povo sobre a decisão preliminarmente estabelecida pelo governo Iniciativa popular – tem um texto na CF, que diz que se não houver uma interpretação ampla podemos dizer que é uma utopia. Exemplo: lei da Ficha Limpa que teve inúmeras assinaturas do povo – foi reconhecida de iniciativa popular A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação à Câmara dos Deputados de projeto de lei subscrito por, no mínimo, um por cento do eleitorado nacional, distribuído pelo menos por cinco Estados, com não menos de três décimos por cento dos eleitores de cada um deles. Utopia – qualquer descrição imaginativa de uma sociedade ideal, fundamentada em leis justas e em instituições político-econômicas verdadeiramente comprometidas com o bem- estar da coletividade. SUFRÁGIO x VOTO x ESCRUTÍNIO Sufrágio – é o direito de votar e ser votado que se concretiza com a capacidade eleitoral passiva e ativa. - O sufrágio é o direto de votar, e se preencher os requisitos de ser votado, poderá exercer a cidadania passiva também (ser votado Voto – é o instrumento para a consolidação desse poder. Escrutínio – como se pratica o voto, o seu procedimento, abrangendo portanto, as operações de votação como a apuração e contagem ( no Brasil – o voto é secreto ) O poder emana do povo Tem países que tem outros tipos de sufrágio O artigo 14 diz que a soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos A CF reconhece, no parágrafo 14, que a Lei Complementar cuidará de tudo Art. 14. § 1º O alistamento eleitoral e o voto são: I - obrigatórios para os maiores de dezoito anos; II - facultativos para: a) os analfabetos; b) os maiores de setenta anos; c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos. Art. 14. § 2º Não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e, durante o período do serviço militar obrigatório, os conscritos 3º São condições de elegibilidade, na forma da lei: I - a nacionalidade brasileira; II - o pleno exercício dos direitos políticos; III - o alistamento eleitoral; IV - o domicílio eleitoral na circunscrição; V - a filiação partidária;(condições para se candidatar) CIDADANIA PASSIVA – SER ELEITO . CONDIÇÕES DE ELEGIBILIDADE Art. 14, VI CF/88: Elegibilidade(candidatura): no critério IDADE: (Cidadania Passiva) A idade mínima é de: a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice- Presidente da República e Senador; b) trinta anos para Governador e Vice- Governador de Estado e do Distrito Federal; c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice- Prefeito e juiz de paz; d) dezoito anos para Vereador A Constituição prevê igualmente, os casos de INELEGIBILIDADE ( que obstam a candidatura). O candidato precisa ter um vínculo eleitora com o local, mas não necessariamente morar lá Exemplo: Fernando Collor Não existe candidato sem partido Não existe fidelidade sem partido A lei determina a idade que precisa ter para ocupar alguns cargos A capacidade civil é adquirida aos 18 anos de idade, sendo a exigência dos 35 anos a capacidade plena eleitoral para exercer a cidadania passiva Capacidade civil não se confunde com capacidade eleitoral DIREITO CONSTITUCIONAL III – 2021 – 3 SEMESTRE 26 ESTADO DEMOCRÁTICO E OS DIREITOS POLÍTICOS Pluripartidarismo ou Multipartidário : caracteriza-se pela existência de vários partidos com iguais possibilidades de chegar ao poder 3 ou + partidos). Forma mais legítima de democracia, tem representação de interesses das maiorias e minorias. Predominante nos Estados democráticos e no Brasil. Caracteriza-se por pluripartidarismo a existência de vários partidos políticos na disputa do poder de um país. Também conhecido como multipartidarismo, este sistema de governo possibilita a garantia de um amplo espectro de representação dos mais diversos grupos sociais. Assim, o campo político apresenta competitividade no sentido e eleger seus representantes, utilizando ferramentas como a publicidade e as relações públicas neste aspecto. A aplicação plena do pluripartidarismo, sem a presença de conglomerados fisiológicos, promove também a renovação das elites que formam o establishment. Historicamente, o pluripartidarismo apresenta variáveis em sua aplicação. A estruturação de seu escopo partidário ocorre de forma diferenciada conforme sua aplicação em cada país. Em sua forma clássica, o sistema pluripartidário apresenta uma forma de disputa entre partidos sem que nenhum tenha a possibilidade de conquistar a maior parte das cadeiras do Parlamento, ou seja, exercer o poder sozinho, como ocorre no unipartidarismo. Alguns críticos ao pluripartidarismo apontam que sua execução acaba tornando os partidos políticos fragmentados e, desta forma, surgem os conluios entre políticos que buscam parcerias e alianças no sentido de formar uma coalizão. A fisiologia é algo comum no pluripartidarismo. Os partidos políticos, têm personalidade jurídica de caráter nacional. Art. 17 e § 2°): “É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos, resguardados a soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo, os direitos fundamentais da pessoa humana e que, após adquirirem personalidade jurídica, na forma da lei civil, registrarão seus estatutos no Tribunal Superior Eleitoral”. INELEGIBILIDADES Temos as inelegibilidades: direitos politicos negativos INELEGIBILIDADE ABSOLUTA – atingem de forma total o direito do cidadão de ser eleito, impedindo que ele concorra a qualquer cargo público em qualquer eleição.- Impedimento para qualquer cargo eletivo (taxativo) – excepcional - não dá de jeito nenhuma para ser um candidato, a exercer a pretensão de um cargo político Art. 14 - § 2º Não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e, durante o período do serviço militar obrigatório, os conscritos. Art 14 - § 4º São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos. Inelegibilidade relativa/funcional em função do mandato que já se estava cumprindo – DIREITO CONSTITUCIONAL III – 2021 – 3 SEMESTRE 27 exemplo - Art 14 - § 5º O Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal, os Prefeitos e quem os houver sucedido, ou substituído no curso dos mandatos poderão ser reeleitos para um único período subsequente. Art. 14 - § 6º Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos até seis meses antes do pleito. Art. 14 - § 7º São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes consanguíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do Presidente da República, de Governador de Estado ou Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição. Art 14 - § 8º O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes condições: I - se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se da atividade; II - se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela autoridade superior e, se eleito, passará automaticamente, no ato da diplomação, para a inatividade. § 9º Lei complementar estabelecerá outros casos de inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a fim de proteger a normalidade e legitimidade das eleições contra a influência do poder econômico ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego na administração direta ou indireta . Art 14 - § 9º Lei complementar estabelecerá outros casos de inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a fim de proteger a probidade administrativa, a moralidade para exercício de mandato considerada vida pregressa do candidato, e a normalidade e legitimidade das eleições contra a influência do poder econômico ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego na administração direta ou indireta. (Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 4, de 1994) Analfabetos: é a incapacidade absoluta de ler e escrever, que não se confunde com o semi- analfabetismo, que é a extrema dificuldade – mas não total de incapacidade – para compreender e reproduzir os simbolos gráficos. INELEGIBILIDADE REFLEXA - na mesma jurisdição (país, estado, município, distrito federal) não podem concorrer parentes de segundo grau INELEGIBILIDADES RELATIVAS impedem a eleição do cidadão para determinados cargos, em algumas circunstâncias. Não é característica pessoal (elegibilidade genérica), tem restrições para alguns cargos ou mandatos, em situações especiais no momento da eleição. POR MOTIVO FUNCIONAL. Os ocupantes dos cargos de Presidente da República, de Governador de Estado e do DF e de Prefeitos que desejem concorrer a outros cargos, devem renunciar ao mandato até seis meses antes das eleições. ( é a DESINCOMPATIBILIZAÇÃO )- Art. 14, § 6° da CF/88) Candidatura a cargo diferente do que está cumprindo POR MOTIVO DE CASAMENTO, PARENTESCO OU AFINIDADE. O § 7°- dentro do território de jurisdição do titular, operando este impedimento quanto ao cônjuge, os parentes consanguíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção quanto aos cargos de Presidente da República, de Governador de Estado ou Território, do DF ou de Prefeito. Regra aplicada também a quem tiver ocupado aqueles cargos em substituição nos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de cargo eletivo e candidato a reeleição. INEGIBILIDADES DOS MILITARES Os militares podem ser eleitos desde que sejam obedecidos os seguintes requisitos: Art. 14 , §8º: I – afastar-se da atividade, se contar com menos de dez anos de serviços II – ser agregado (afastado temporariamente) pela autoridade superior, se tiver mais de dez anos de serviços, e , se eleito, passará automaticamente para a inatividade. DIREITO CONSTITUCIONAL III – 2021 – 3 SEMESTRE 28 PERDA E SUSPENSÃO DOS DIREITOS POLITICOS: ART. 15 + 37 §4 da CF/88 I – cancelamento da naturalização por sentenção transitada em julgado II – Incapacidade civil absoluta III – Condenação criminal transitada em jugado, enquanto durarem seus efeitos IV – recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos do art.5 , VIII da CF. A Lei complementar pode estabelecer outros casos de inelegibilidade, para proteger: (1) a probidade administrativa; (2) a moralidade para o exercício do cargo, considerada a vida pregressa do candidato; (3) e a normalidade e legitimidade das eleições contra a influência do poder econômico ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego na administração direta ou indireta ( §9° do art. 14). Temos ainda, a Lei Complementar 135/2010 (LEI DA FICHA LIMPA):Aumentou as causas de inelegibilidade, dentre outras: veda a candidatura dos que perderam seus cargos por alguma infração que cometeram durante seus mandatos; os que têm processos em andamento na Justiça Eleitoral; os que têm processo de apuração de abuso de poder econômico ou político para a eleição na qual concorrem; os condenados por qualquer má prática relativa ao seu serviço com a administração pública;etc... Temos vários casos de inegibilidade: Exemplo: Cargo : vereador Inegibilidade : analfabetismo Registro Indeferido: Naerte Luiza Ferreira – Santa Rita de Minas em 2016 ( grau de frequencia minima de escolaridade e reprovação no teste de escrita do TE. Exemplo do Tiririca – entrou e foi absolvido, porque foi reconhecido que ele tinha muita dificuldade técnica de leitura, mas como ele era semianalfabeto. “basta o conhecimento básico da leitura e da escrita para que o indivíduo não seja considerado analfabeto. ( ESCREVER O NOME) A finalidade da desincompatibilização é evitar que um candidato faça uso de um cargo ou função em prol de sua candidatura, obrigando-o a se afastar definitiva ou provisóriamente. Desincompatibilização – se você está cumprindo um mandato eleito pelo povo e quer mudar de cargo para a próxima eleição, deve deixar o cargo no qual está 6 meses antes Desincompatibilizar – desocupar o cargo, só acontece quando está para concorrer a outro cargo É o ato pelo qual o pré-candidato se afasta de um cargo ou função, cujo exercício dentro do prazo definido em lei gera inelegibilidade. A legislação eleitoral prevê que, conforme o caso, o afastamento pode ser dar em caráter definitivo ou temporário. ( art 14 §6º CF/88) A Súmula Vinculante 18 do STF - “A dissolução da sociedade ou do vínculo conjugal, no curso do mandato, não afasta a inegibilidade prevista no §7 do art. 14 da Constituição Federal” não se aplica aos casos de exxtinção do vínculo conjugal só pela morte de um dos cônjuges. Súmulas Vinculantes importantes – por conta de malandragens que surgiram após a CF de 88: casais faziam o divórcio para poderem concorrer ao mesmo cargo na mesma circunscrição eleitoral. CASO DE INEGIBILIDADE REFLEXA NA RELAÇÃO HOMOAFETIVA – Caso Viseu – eleições municipais de 2004, Municipio Estado do Pará – REFLEXA – ARTIGO 14º §7 CF/88 STF: sujeitos de uma relação estável homossexual, a semelhança do que ocorre com os de relação estavél, de concubinato e de casamento, submetem-se a regra de inegibilidade prevista no art. 14, §7º da Constituição Federal, Recurso a que se dá provimento. ( Respe.24.564. Rel. Min. Gilmar Mendes) https://www.politize.com.br/administracao-publica-direta-e-indireta/ https://www.politize.com.br/administracao-publica-direta-e-indireta/
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