Objetivos OBJETIVO 1: Compreender a epidemiologia, etiologia, fatores de risco, manifestações clinicas, transmissão, diagnóstico e complicações das ISTs que causam corrimento vaginal (trichomonas vaginalis, candida albicans e gardenarella vaginalis) e ISTs uretrais (clamydia trachomatis, neisseria gonorrhaeae e mycoplasma sp.) INFECções sexualmente transmissiveis (IST): São definidas como infecções adquiridas e transmitidas por via sexual e se manifestam como corrimento uretral, vaginal, bolhas, úlceras e verrugas genitais e anogenitais São classificadas de acordo com as manifestações clínicas e denominadas como síndromes anogenitais: Etiologia das Síndromes Anogenitais: Corrimentos uretrais: também denominadas de uretrites e cervicites, N. gonorrhoeae, Chlamydia trachomatis (sorotipos D ao K), Mycoplasma hominis, Mycoplasma genitalium, Trichomonas vaginalis Corrimentos vaginais: causados por Trichomonas vaginalis; candidíase e vaginose bacteriana não são incluídas como ISTTrichomonas vaginalis; candidíase e vaginose bacteriana não são incluídas como IST Fatores de Risco: • Lactentes: pois o canal do nascimento pode estar infectado • Crianças ou adolescentes: decorrente de abuso sexual por individuo infectado • Dispositivo Intrauterino (DIU) • Autoinoculação • Homens e mulheres: Idade <30 anos, novas ou múltiplas parcerias sexuais, parceiros com IST, história prévia /presença de outra IST e uso irregular de preservativo Corrimento uretral Infecções por Chlamydia: Epidemiologia: são as IST mais comuns nos EUA. Em 2015 foram notificadas infecções por clamídia em todos os 50 estados americanos. Estima-se que a taxa real seja duas vezes maior que os casos notificados. Os casos têm aumentado por conta da ampliação dos programas de triagem, sensibilidade aumentada dos exames e aperfeiçoamento das notificações Características: a Chlamydia trachomattis é um patógeno bacteriano, intracelular, semelhante aos vírus pois exige cultura de tecidos para seu isolamento, possui RNA e DNA e é suscetível a alguns antibióticos. Causa diversos tipos de infecção geniturinária como uretrite não gonocócica em homens e DIP (doença inflamatória pélvica) em mulheres. Transmissão: sexual Manifestações Clínicas: são semelhantes aos sinais e sintomas da gonorreia Pode ser assintomática ou clinicamente inespecífica Mulheres quando assintomáticas relatam secreção cervical mucopurulenta Colo do útero hipertrofiado e torna-se eritematoso, edemaciado e friável, podendo levar a lesão das tubas uterinas e aumentar o reservatório para infecções subsequentes por esse microrganismo Nos homens quando assintomáticos, a infecção pode causar uretrite, secreção peniana purulenta e prurido uretral. Alguns pacientes podem ter prostatite e epididimite com infertilidade subsequente. Complicações: a complicação mais grave da clamídia não tratada é a síndrome de Reiter, que inclui uma tríade (uretrite, conjuntivite e artrite nas articulações que sustentam peso, inclusive joelhos e articulações sacrilíacas e vertebrais). Mulheres podem ter também artrite reativa. A artrite começa de 1 a 3 dias após o início da infecção. O acometimento articular é assimétrico com várias articulações sendo afetadas, com predileção por MMII. Podem ocorrer lesões mucocutânea como erupções papuloescamosas que se localizam nas palmas das mãos e plantas dos pés em ambos os sexos. Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) Diagnóstico: clínico ou laboratorial (pesquisa de DNA por PCR, secreção uretral, endocervical ou exame de urina (primeiro jato) Gonorreia: Epidemiologia: é uma IST de notificação compulsória, causada pela neisseria gonorrhoeae. Frequentemente não é diagnosticada. A ampliação da triagem e uso de exames mais sensíveis aumentaram a ocorrência.. Características: É um diplococo gram-negativo piogênico (formador de pus). Os seres humanos são os únicos hospedeiros naturais. A porta de entrada por ser sistema geniturinário, olhos, orofaringe, região anorretal ou a pele. A infecção ocorre 2 a 7 dias após exposição. Transmissão: relação sexual, perinatal, autoinoculação Manifestações Clínicas: pacientes podem ser assintomáticos e disseminar involuntariamente a doença Nos homens o primeiro sinal é dor uretral e secreção amarelo- cremosa, as vezes sanguinolenta. A infecção pode afetar a próstata, epidídimo e glândulas periuretrais quando na fase crônica. Infecções retais soa comuns em homossexuais. Nas mulheres, os sinais e sintomas perceptíveis são secreção urinária ou genital incomum, disúria, dispareunia, dor ou hipersensibilidade pélvica, sangramento vaginal diferente (inclusive sangramento depois de relações sexuais), febre e proctite Os sintomas podem ocorrer ou piorar durante ou pouco depois das menstruações, porque a bactéria é um diplococo intracelular que prolifera no sangue menstrual, mas não consegue sobreviver muito tempo fora do corpo humano. Também podem ocorrer infecções do útero e formação de focos infecciosos agudos ou crônicos nas tubas uterinas (i. e., salpingite), que por fim causam retrações fibróticas e esterilidade Complicações: em homens pode ocorrer extensão da infecção as glândulas anexas causando balanopostite, colpite, prostatite, epididimite e orquite, pode também levar a diminuição da fertilidade e até infertilidade. Diagnóstico: clínico e laboratorial. Bacterioscopia-gram com diplococos gram negativos intracelulares., a cultura de secreção endocervical em meio de Thayner-Martin é uma alternativa, ou PCR. Infecção por Mycoplasma: Epidemiologia: o Mycoplasma hominis faz parte da flora vaginal e uretral em cerca de 20-50% de homens e mulheres. Tem se caracterizado como mais importante causador de uretrites não gonocócicas e não clamídicas em homense responsável por 1-6% das infecções em mulheres, associando- se a cervicite, endometrite, infertilidade, aumento de suscetibilidade de contrair HIV e desfechos perinatais negativos Características: os agentes são Mycoplasma pneumoniae, mycoplasma hominis, reaplasma urealyticum e mycoplasma genitalium. Transmissão: via sexual (penetração ou oral) Manifestações Clínicas: 50% das mulheres são assintomáticas. As sintomáticas apresentam sinusorragia, cervicite, sangramento de escape e endometrite. Pode haver febre ou pielonefrite após cateterismo uretral ou citoscopia. Pode haver ainda dor ao urinar. Em homens pode haver secreção no pênis, ardência e dor ao urinar. Complicações: em mulheres leva a infecções do colo (cervicites) podendo gerar DIP (doença inflamatória pélvica) e até mesmo infertilidade. Em homens são mais comuns as uretrites Diagnóstico: clínico. O laboratorial é mais específico por meio de PCR por secreção endocervical, uretral ou urina. Corrimento VAGINAL: Tricomoníase: Epidemiologia: corresponde a 20% dos casos de corrimento vaginal. É encontrada em 30-40% dos parceiros de mulheres infectadas. Geralmente associada a outra IST e facilita infecção por HIV. Características: A tricomoníase é uma infeção causada pelo protozoário Trichomonas vaginalis que pode afetar toda a área genital como a vulva, a vagina (tricomoníase vulvovaginal), a uretra e as glândulas paravaginais. Transmissão: relação sexual Manifestações Clínicas: em mulheres, a maioria dos casos é sintomática e após a menopausa podem ser assintomáticas. Em homens, a maioria são assintomáticos, funcionando com vetores. As características do corrimento são: amarelo ou amarelo- esverdeado, abundante, fétido e bolhoso. Pode haver ocasionalmente disuria, polaciuria, e dor pélvica. Complicações: as mais comuns as prostatites, câncer de próstata e de útero, infertilidade, parto prematuro, além do favorecimento a infecção pelo HIV. Diagnóstico: eminentemente clínico. Pode ser realizada medida do pH vaginal (>5), teste de Whiff e microscopia a fresco