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Laura R. T6 1 FPM VI Interpretação do Hemograma INTRODUÇÃO Interpretação do hemograma Avaliação do eritrograma Avaliação do leucograma Avaliação das plaquetas Diagnóstico diferencial das anemias HEMOGRAMA Hemograma é o exame laboratorial mais solicitado, baixo custo, fornece informações qualitativas e quantitativas dos glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas Na interpretação do hemograma, devemos considerar a história clínica, exame físico, variações inter-laboratoriais relacionadas ao equipamento, tipo de anticoagulante utilizado e qualidade de esfregaço, hemólise do material, quantidade do anticoagulante, tempos de coleta e realização do exame ERITROGRAMA Ao analisarmos um eritrograma, devemos incluir os valores de HT, HB e índices hematimétricos que são determinados pelos contadores automatizados do hemograma Reflete o que está ocorrendo na medula óssea Conhecendo os valores normais que variam de acordo com sexo, faixa etária, podemos detectar possíveis alterações tais como anemia e policitemia. Correlacionando com história clínica e exame físico HEMOGRAMA- HEMÁCIAS Morfologia: formato homogêneo, bicôncavas e de tamanho relativamente uniforme, com diâmetro médio de 8 micrômetros Vida média: 120 dias Função: transporte de oxigênio dos pulmões aos tecidos, de dióxido de carbono dos tecidos aos pulmões São os componentes mais abundantes do sangue Apresentam características fisiológicas diferentes: período fetal x neonatal x após os 6 meses de vida HEMATÓCRITO Corresponde ao percentual de hemácias em relação ao volume de sangue total e expresso em porcentagem (%) Diminuído sangramentos, hemólise Aumentado policitemias, diminuição do volume plasmático (queimaduras, desidratação) RETICULÓCITOS Células vermelhas sem núcleo e mais jovens Maiores Contêm resíduos de RNA citoplasmático Diminuído falha na produção da medula óssea (hipoplasia e aplasia) Aumentado aumento da eritropoese (anemias hemolíticas) Valores normais: o RN: 2,5 a 6,5%. o Após 15 dias de vida: 0,5 a 1,5% ÍNDICES HEMATIMÉTRICOS VCM Avaliação do tamanho da hemácia (média) em Fl Valor normal: 82-98 fL Laura R. T6 2 BBPM VI Menor ou igual a 80: anemias microcíticas o Ferropenias, talassemias, sideroblástica, hemorragia crônica 80-100: anemias normocíticas o Perdas agudas, inflamação, hemólise, doença renal Maior ou igual a 100: anemias macrocíticas o Deficiência de B12 e folatos, aplasias, diseritropoiese HCM (HEMOGLOBINA CORPUSCULAR MÉDIA) Avalia a quantidade média (peso) de Hb de cada hemácia (pg) Valores de referência = 27-33 pg Diminuída anemias hipocrômicas Aumentado anemias hipercrômicas (macrocíticas) CHCM (CONCENTRAÇÃO DE HEMOGLOBINA CORPUSCULAR MÉDIA) Avalia a quantidade de hemoglobina por unidade de volume das hemácias (100 ml) (g/Dl) Correlaciona o conteúdo de hemoglobina com o volume da célula Valores de referência: 31-35 g/dL Diminuída anemia microcítica hipocrômica Aumentado hemólise – esferocitose hereditária RDW (RED CELL DISTRIBUTION WIDTH) Avalia a variação de tamanho das hemácias, o grau de anisocitose (%) Valor de referência: 11,8 -15,0% Normal: talassemias, doença crônica, esferocitose Aumentado: deficiência de ferro, doença de hemoglobina H, doença falciforme ALTERAÇÕES MORFOLÓGICAS DAS HEMÁCIAS Tamanho VCM o Anisocitote, microcitose, macrocitose Coloração CHCM o Normocromia, hipocromia, hipercromia, policromasia Forma o Poiquilocitose (hemácias em foice, esquizócitos, em lágrima, em alvo, esferócitos, ovalócitos) Distribuição o Aglutinação, rouleaux A intensidade das alterações é expressa em cruzes + alterações muito discretas ++ alterações moderadas +++ alterações acentuadas ++++ alterações muito acentuadas Laura R. T6 3 BBPM VI POIQUILOCITOSE E SUAS POSSIBILIDADES DIAGNÓSTICAS Acantócitos: vesícula na membrana celular. Ocorre na insuficiência renal, pós-esplenectomia, hepatopatias Dacrócitos: hemácias em lágrima. Anemia ferropriva, anemia megaloblástica, talassemias Drepanócitos: hemácias em foice. Anemia e traço falciforme Eliptócitos ou ovalócitos: hemácias em forma de charuto. Eliptocitose hereditária, anemia ferropriva, megaloblástica e talassemias Esferócitos: hemácias esféricas, pequenas e hipercrômicas. Esferocitos, AHAI (anemia hemolítica autoimune) Esquizóticos: hemácias fragmentadas. CIVD, queimaduras, hemólise microangiopática Estomatócitos: hemácias com área central lembrando uma boca. Estomatocitose hereditária Hemácias aglutina: agrupamento de hemácias. Ocorre hemólise causada por um anticorpo contra hemácia (crioaglutininas nas AHAI) Hemácias em Rouleaux: hemácias empilhadas. Ocorre bloqueio da carga negativa na superfície das hemácias pelas proteínas plasmáticas. Comum em processos inflamatórios com VHS aumentado Hemácias crenadas ou equinócitos: hemácias com várias pontas pequenas. Síndrome Hemolítico Urêmica (SHU), deficiência da piruvatoquinase Hemácias em Alvo: com halo branco na área central. Ferropenia, hemoglobinopatias C, D, E, doença hepática INCLUSÕES NO GLÓBULO VERMELHO (GV) E SEUS SIGNIFICADOS Anéis de Cabot: restos do fuso mitótico remanescente de mitose anômala. Forma de anel ou oito. Anemias hemolíticas graves Corpúsculo de Heinz: grânulos azuis que ocorrem pela precipitação da hemoglobina oxidada. Deficiência da G6PD. Corpúsculo de Howell Jolly: resto de cromatina nuclear não foram eliminados nos GV maduros. Asplenia e hipofunção esplênica Inclusões de hemoglobina H: precipitação da cadeia beta em excesso – alfatalassemia Pontilhado basófilo: grumos de RNA ou agregados de ribossomas que formam minúsculos grânulos no citoplasma – talassemia, intoxicação por chumbo e anemias hemolíticas ANEMIA Situação em que ocorre redução da hemoglobina (Hb) e/ou da massa eritrocitária, com variações segundo idade, sexo e altitude em relação ao nível do mar Anemia é definida como diminuição da contagem de glóbulos vermelhos ou da concentração de Hb abaixo de 2 desvios-padrão em relação à média da idade e do sexo Definição fisiológica: resulta na redução da capacidade de carrear o oxigênio das células vermelhas Obs: essa tabela apresenta valores diferentes dos mostrados nos slides anteriores. Laura R. T6 4 BBPM VI CLASSIFICAÇÃO MORFOLÓGICA Anemias microcíticas (VCM < 70 Fl) o Deficiência de ferro o Talassemias o Intoxicação pelo chumbo o Doenças crônicas o Hb instáveis o Anemias sideroblásticas Anemias normocíticas (VCM 70-90 fL) o Eritroenzimopatias o Defeitos da membrana eritrocitária o Doenças crônicas o Inflamações/ infecções agudas o Infiltrações neoplásicas o Sequestro esplênico e hiperesplenismo o Anemia hemolítica autoimune o Hemorragias agudas o Hb anômalas o Doença falciforme Anemias macrocíticas (VCM > 90 fL) o Deficiências de ácido fólisco e vitamina B-12- megaloblásticas o Deficiência de tiamina o Anemia diseritropoiética congênita o Síndrome mielodisplásicas o Doenças hepáticas o Hipotireoidismo o Síndrome de Blackfan Diamond (aplasia eritroide pura) o Anemia aplásica CLASSIFICAÇÃO FISIOLÓGICA Déficit de produção o Infiltração por neoplasias o Doenças inflamatórias crônicas o Infecções e inflamações o Insuficiência renal o Aplasia de medula óssea adquirida e congênita o Hipotireoidismo o Desnutrição proteica grave Produção ineficaz o Deficiência de ferro, ácido fólico, vitamina B12 e oligoelementos o Talassemias o Anemia diseritroipoiética e congênita o Anemia sideroblásitca Destruição aumentada o Defeitos de membranaeritrocitária hereditários (esferocitose, estomatocitose, eliptocitose) o Doença falciforme o Deficiências enzimáticas (G6PD), piruvatoquinase o Anemia hemolítica autoimune o Incompatibilidade sanguíneas materno-fetal o Infecções o Medicamentos o Doenças de colágeno ANEMIA FISIOLÓGICA Nascimento contato com O2 e diminuição da produção da eritropoietina pelos rins redução abrupta da eritropoiese média 8-12 semanas de vida anemina fisiológica do lactente Hb 9,5-11 g/dL INVESTIGAÇÃO DA ANEMIA Laura R. T6 5 BBPM VI 1. Identificação: idade, sexo, etnia, procedência 2. Queixa e duração: tempo de aparecimento da anemia ou queixas relacionadas. 3.HPMA: sinais e sintomas relacionados, tempo de aparecimento e duração, tratamentos realizados (medicação, dose, forma e tempo de administração) 4. ISDA: febre; anorexia; fadiga, cansaço; alterações cardíacas; palidez referida; hábito intestinal, vômitos, náuseas; dispnéia, tosse, broncoespasmos; icterícia, urina escura, fezes claras; déficit de crescimento, perda de peso; atraso neuropsicomotor, dificuldade de concentração e escolar; distúrbios do sono, irritabilidade em lactentes e pré escolares - - dores ósseas; sangramentos cutâneo mucosos (localização, duração); características dos ciclos menstruais: pessoais e familiares; aumento de linfonodos; hepatomegalia, esplenomegalia. 5. Antecedentes pessoais: condições de gestação e parto; icterícia neonatal, necessidade ou não de fototerapia; internações; cirurgias; transfusões recebidas 6. Inquérito alimentar: dieta alimentar .Quantificar quantidade de leite e derivados. Alimentos rico em ferro. 7. Antecedentes familiares: consanguinidade, anemias na família, litíase biliar, patologias existentes entre os familiares; 8. Epidemiologia: contato com substâncias tóxicas ou inseticidas; exposição a derivados de benzeno ( tintas, verniz, removedores, querosene, gasolina e derivados); uso de medicações (antibióticos, antitérmicos, anticonvulsivantes); viagens recentes; contato com animais inseticidas 9- Tratamento: medicação, dose, administração EXAME FÍSICO DA ANEMIA 1. Pele: palidez, icterícia, equimoses e petéquias 2. Fâneros: pele seca, descamativa, cabelos e unhas frágeis. 3. Assimetria de membros, mãos e pés; dedos assimétricos, hipoplasia de polegares 4. Mucosas: queilite angular, língua careca 5. Cardiovascular: taquicardia, sopro cardíaco, presença de terceira bulha 6. Sistema reticulo endotelial: hepatomegalia, esplenomegalia 7. Adenomegalias (gânglio linfático aumentado de tamanho) 8. Olhos: microcórnea, alterações retinianas, catarata, cegueira INVESTIGAÇÃO LABORATORIAL DA ANEMIA Exames laboratoriais baseados na anamnese e no exame físico 1. Hemograma e reticulócitos: hipo/hiperproliferativos 2. Ferro circulante: ferro sérico, capacidade total de ligação de ferro e saturação de transferrina 3. Ferritina: reservas/ proteína de fase aguda – elevada em infecções e inflamações agudas 4. Eletroforese de hemoglobina: hemoglobinopatias (talassemias, falciforme) 5. Coombs direto e indireto: detecção e identificação de anticorpos anti-eritrocitários (hemácia e plasma) – anemias hemolíticas auto imunes 6. Fragilidade osmótica: em temperatura ambiente e incubada – doenças de membrana, esferocitose hereditário, morfologia eritróide 7. Dosagens de enzimas eritrocitrárias específicas: G6PD 8. Mielograma e biópsia de medula óssea: falências medulares primárias e secundárias: aplasias, mielodisplasia, neoplasias, infecções 9. Testes de função renal e hepática, endócrina, reumatológica: anemia de doenças crônica 10. Dosagens de ácido fólico e vitamina B12: anemias macrocíticas/ megaloblásticas 11. Sorologias: vírus Epstein Barr, PV B19, CMV, hepatites, HIV: ADC 12. Sangue oculto nas fezes e hematúria: anemia ferropriva sem resposta à terapia 13. Pesquisas genéticas: congênitas, síndromes 14. Microscopia eletrônica: casos específicos Laura R. T6 6 BBPM VI POLICITOPENIA Definição: aumento da concentração de HB e HT A OMS considera policitopenia quando: o Homens Hb >18,5 g/dL o Mulheres Hb > 16,5 g/dL Primária: o Policitemia vera o Algumas doenças renais o Polictemia primária familiar Secundária: o Algumas doenças renais o Tumor SNC de fossa posterior o Cardiopatia congênita cianótica o Altitudes elevadas o Transfusão materno-fetal ou feto fetal o Hb H (> afinidade pelo O2). Na Doença da Hemoglobina H a hemoglobina é produzida em menor quantidade. É uma doença genética associada a uma diminuição da produção de cadeias alfa-globínicas, um dos constituintes da Hemoglobina (Hb). o Doença pulmonar crônica o Apneia do sono, apneia idiopática LEUCOGRAMA Fornece o número global dos glóbulos brancos e sua contagem diferencial no sangue periférico. Na sua interpretação, devem ser considerados o contexto clínico do paciente, doenças subjacentes, temperatura corporal e uso de medicamentos A média de contagem de leucócitos na população caucasiana é de 6.000-7.000 mm3 (4.000-11.000). Ao nascimento, o neutrófilo é usualmente maior do que nas crianças mais velhas e se eleva nas primeiras horas de vida. Este aumento está relacionado ao aumento de células jovens e decresce nas 72h. Os linfócitos passam a ser as células predominantes até os 4 anos. Após esse período até a vida adulta, há predomínio dos neutrófilos Células predominantes: o neutrófilo (ao nascimento, ocorre aumento nas primeiras horas de vida, decresce nas 72h) o linfócitos (72h de vida até 4 anos) o neutrófilos (4 anos até a vida adulta) O número absoluto de eosinófilos e monócitos é mais elevado nos RNs ALTERAÇÕES LEUCOCITÁRIAS Quantitativas (% e absolutas) o Neutropenia o Neutrofilia o Eosinofilia o Eosinopenia o Linfopenia o Linfocitose o Monocitopenia o Monocitose Qualitativas o Atipias o Blastos o Granulações tóxicas o Desvio à esquerda/ direita o Parasitas Neutropenias: segmentados + bastões o Muito grave <200/mm3 o Grave <500/mm3 o Moderada 500 a 1000/mm3 o Leve 1000 a 1500/mm3 LEUCOCITOSE Laura R. T6 7 BBPM VI É definida pela contagem leucocitária acima de 2 desvios- padrão da média para a idade. Pode ocorrer por aumento de neutrófilos, linfócitos, eosinófilos, monócitos e eventualmente por células linfoides ou mielóides anormais NEUTRÓFILOS Função: quimiotexia e fagocitose Primeira linha de defesa contra infecções Morfologia: célula de núcleo multilobulado, com citoplasma abundante, acidófilo e granulações delicadas e claras NEUTROFILIA Ocorre pela maior produção de neutrófilos pela medula óssea, pela mudança de movimento de permanência ou saída dos neutrófilos da medula óssea, ou pela redução do pool marginal no sangue periférico Os bastões representam menos que 6% e aumentam nos processos inflamatórios, mesmo na ausência de leucocitose absoluta Neutrofilia: o Adultos = > 8000/mm3 o RN prematuros >7000/mm3 o RN termo > 13000/mm3 Causas de leucocitose neutrofílica: o Hereditárias: Neutrofilia hereditária Rearranjo defeituoso da integrina em resposta a citoquinas e a quimiotáticos Distúrbios metabólicos hereditários Síndrome de hiperimunoglobulina D Urticária familiar ao frio com leucocitose o Adquiridas REAÇÃO LEUCEMÓIDE Define-se pela leucometria maior que 50.000 leucócitos/mm3 associada ao aumento no número de células mielóides imaturas Há devio escalonado: mielócitos – promielócitos podendo chegar a mieloblasto o que diferencia da Leucemia Mielóide Crônica e Leucemia Mielomonocitica Juvenil Causas: o Infecções piogênicas o Doenças inflamatórias (Glomerulonefrite difusa aguda, Artrite idiopática juvenil) o Insuficiênciahepática o Acidose diabética o Síndrome de Down EOSINÓFILOS Mediação de processos inflamatórios, alérgicos, parasitoses, distúrbios neoplásicos São células de 8-12 micrômetros, citoplasma abundante, rico em grânulos eosinófilos e núcleo bilobulado, de cromatina densa Causas de eosinofilia: o Doenças alérgicas o Infestações parasitárias o Medicamentos: aspirina o Micoses o Doenças infecciosas: escarlatina, eritema multiforme e clamidíase o Doenças reumatológicas: lúpus, artrite reumatoide o Hematopoéticas: leucemia mieloide crônica, policitemia, Hodgkin o Deficiência de IgA, colite ulcerativa e hipopituitarismo Eosinofilia o Leve 500 – 1500 cel/mm3 o Moderada 1500-5000 cel/mm3 o Grave > 5000 cel/mm3 o Síndrome Hipereosinofilica: define a contagem de eosinófilos no sangue periférico acima de 1500 cel/mm3, na ausência de causa secundária identificável LINFÓCITOS Os linfócitos são apresentados por 3 populações distintas: Linfócitos T: (CD3+) 65-80%. Tem função na resposta imunológica mediada por células. Tem função auxiliar e supressora da atividade dos linfócitos B. Os subtipos dos linfócitos são helper (CD4+) 60-70% e o supressor (CD8+) 30-40% Linfócitos B (CD20+) 5-15%, responsáveis pela resposta imunológica humoral Linfócitos NK (CD56+) são minoria. Destroem as células alvos sem a participação da molécula de Laura R. T6 8 BBPM VI histocompatibilidade principal, agindo sobre as células tumorais e as células diversas infectadas por vírus MONÓCITOS Função: os monócitos participam da fagocitose de células mortas, corpos estranhos, apresentação de antígenos, reações inflamatórias e destruição de microrganismos e células tumorais São célula ovais, núcleo grande com cromatina delicada. Citoplasma abundante, granulações finas. Podem apresentar pequenos vacúolos Monocitose > 800/mm3 BASÓFILOS Representam apenas 0,5% do total de leucócitos Produzem diversos mediadores inflamatórios (histamina) São células relativamente grandes, citoplasma abundante, róseo e rico em grânulos basofílicos (grosseiros) Causas de basofilia: o Leucemia mieloide crônica o Leucemia basofilica o Policetemia o Metaplasia mieloide o Doença de Hodgkin o Pós esplenectomia o Varicela o Mixedema NEUTROPENIA Nas crianças de 2 semanas de vida até 1 ano de idade, a neutropenia é definida pela contagem absoluta de neutrófilos abaixo de 1000/mm3, e, após 1 ano de idade, abaixo de 1500 mm3 Causas: o Produção inadequada pela medula óssea o Destruição pelos macrófagos da medula óssea e por outras células reticuoendoteliais o Liberação medular defeituosa o Redistribuição dentro do sistema vascular o Retenção no baço o Sobrevida intravascular diminuída ou do rápido egresso para os tecidos Leve 1000-1500 cél/mm3 Moderada 500-1000 mm3 Grave < 500 mm3 Laura R. T6 9 BBPM VI LINFOCITOPENIA No adulto e nas crianças mais velhas, linfocitopenia é definida quando o número absoluto de linfócitos estiver abaixo de 1000 cel/mm3 e no primeiro ano de vida quando estiver inferior a 2500 cel/mm3 Causas: o Hereditárias: síndrome de imunodeficiência congênita o Adquiridas: estresse, IRA, IRC, uso de ACTH, síndrome de cushing, sarcoidose, artrite reumatoide, LES, carcinoma, linfoma não hodgking, síndrome mielodisplásica, síndrome de imunodeficiência adquirida, terapoia citotóxica e imunossupressora, irradiação, uso de eritropoietina, alcoolismo, anemia aplásica, sepse fúngica e bacteriana PANCITOPENIA A pancitopenia se caracteriza pela presença de anemia, leucopenia e trombocitopenia. Pode ocorrer por substituição em situações tais como leucemias e linfomas ou por insuficiência da medula óssea. Também pode ocorrer por retenção das células no baço aumentado ou pela destruição de células maduras Causas: o Hereditárias: anemia de fanconi, disceratose congênita, osteopetrose, distúrbios metabólicos o Adquiridas: anemias apláticas e hipoplásticas, infiltração da medula por neoplasia, infecções agudas e crônicas, síndrome hemafagocítica, síndrome de imunodeficiência adquirida, hiperesplenismo, lúpus eritematoso sistêmico, medicações (sulfonamidas, rifampina, quinidina), doença do enxerto versus hospedeiro, fusaríose, imunocitopenia combinada ANORMALIDADES MORFOLÓGICAS DOS LEUCÓCITOS Granulações tóxicas: doenças infecciosas, doenças inflamatórias, doenças autoimunes, toxemia, gestação, uso de fator de estimulante de colônias de granulócitos e monócitos Corpúsculos de dohle (inclusões citoplasmáticas azuis mais comumente vistas nos neutrófilos) o Doenças infecciosas o Doenças inflamatórias o Doenças autoimunes o Gestação o Cirurgias, traumas, infarto (dano tecidual) o Uso de fator de estimulante de colônias de granulócitos e monócitos o Plaquetopenia familiar associada a mutação gene MYH9 Grânulos de Alder-Relly (inclusões azurofilicas citoplasmáticas) o Mucopolissacaridose o Síndromes mielodisplásicas o Mutações da mieloperoidase o Síndrome de chediak-higashi Vacuolização no citoplasma o Doenças infecciosas o Conservação do sangue no EDTA (ácido etilenodiamino tetra acético) Hipersegmentação nos neutrófilos (>5% dos neutrófilos com mais de 5 lóbulos) o Deficiência de vitamina B12 ou folatos o Síndromes mielodisplásicas o Anemia ferropriva o Uso de corticosteroide e hidroxiureia o Queimaduras extensas o Insuficiência renal crônica Hiposegmentação nos neutrófilos o Anomalia de pelger-huet o Síndrome mielodisplásicas o Síndromes mieloproliferativa (raramente) PLAQUETAS Valores normais: 150.000-450.000/ mm3 Plaquetopenia leve: 100.000 a 150.000/mm3 Plaquetopenia grave: <50.000/mm3 Risco hemorrágico alto < 10.000/mm3 Fisiopatologia: falha de produção, destruição periférica, sequestração, artefatos de técnica Classiciação: adquiridas, congênitas/hereditárias VPM – VOLUME PLAQUETÁRIO MÉDIO (FL) Necessita melhor padronização da metodologia Laura R. T6 10 BBPM VI Hoje: cada laboratório define seu próprio valor de referência em função da população atendida e dos equipamentos utilizados Aparelhos de impedância: VPM 8-13 fL Aparelhos com sistema óptico: VPM 7,4-11,2 Fl o Macroplaquetas o Microplaquetas o Normais PÚRPURAS CONGÊNITAS Cuidado com o diagnóstico das púrpuras congênitas, evitando classificá-las de forma equivocada como PTI, pois implica tratamento diferente VPM é fator importante para o diagnóstico o Síndrome de Wiskott-Aldrich VPM diminuído pela presença de microplaquetas o Síndrome de Bernar-Soulier VPM aumentado pela presença de macroplaquetas PLAQUETOPENIAS Produção reduzida: medicações, QT, RDT, infecções, infiltração neoplásica, aplasia Aumento de destruição: PTI, PTT, CIVD, medicações Distribuição anormal: hiperesplenismo, hemangiomas gigantes, hemodiluição Hereditárias: trombastenia de Glanzmann, Síndrome de Bernard Soulier, Macrotrombocitopenias hereditárias relacionadas ao gene MYH9 Medicamentosa – pontos chave: o Plaquetopenia grave (nadir < 20.000/mm3) o Complicações hemorrágicas horas a 5-10 dias após exposição o Tratamento: suspensão do medicamento, transfusão de plaquetas CRITÉRIOS A medicação precede a trombocitopenia, com normalização das plaquetas após a suspensão da medicação Única medicação utilizada antes da trombocitopenia. Com a suspensão as plaquetas normalizam. Mesmo utilizando outros medicamentos as plaquetas se mantém normais Exclusão de outras causas de pancitopenia Novo contato com medicação em questão resulta mais uma vez em trombocitopenia PLAQUETOPENIAS NEONATAL TROMBOCITOSE Definição: plaquetas acima de 600.000/mm3 mantidas por3 meses consecutivos Trombopoetina: fígado, rins, medula óssea Laura R. T6 11 BBPM VI TROMBOCITOSES SECUNDÁRIAS: ETIOLOGIA Infecções: bacterianas ou virais Doenças hematológicas: deficiência de ferro e anemias hemolíticas Doenças inflamatórias: ARJ, doença inflamatória intestinal, FR, doença Kavasaki Induzida por medicamentos: corticoesteroides e alcaloides de vinca Neoplasias: hepatoblastoma, linfoma e neuroblastoma Outras: após cirurgias, traumas, queimaduras, sangramento e asplenia CASOS CLÍNICOS Laura R. T6 12 BBPM VI
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