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Laura R. T6 1 FPM VI Convulsões na Infância EPILEPSIA E ESTADO MAL EPILÉPTICO EPILEPSIA Doença crônica – crises recorrentes Descarga elétrica excessiva e anormal de um grupo de neurônios Manifestações: motoras, sensitivas, viscerais e comportamentais Acompanham ou não por déficit de consciência o Quando tem déficit de consciência ela pode ser generalizada, quando não tem é parcial Incidência alta Países pobres ou em desenvolvimento Crianças e idosos são mais suscetíveis Fase precoce infância – geralmente vai estar associada a (secundárias a): o Encefalopatia hipóxico isquêmica perinatal (principalmente nos prematuro que tem hemorragia intracraniana) o Infecções do SNC (meningites, meningoencefalites) o Displasia corticais (malformações) o TCE (traumatismo crânio-encefálico) 3 aos 10 anos: relacionadas a alguma doença neurológica subjacente, lembrar de erros inatos do metabolismo (acidemia metabólica crônica causando epilepsia) Adolescência: idiopática/ componente familiar CLASSIFICAÇÃO: Generalizadas: iniciam com perda total da consciência o CTCG, ausência, crises tônicas, crises clônicas Parciais simples: não apresentam alterações da consciência o CPS (crise parcial simples): Com sintomas motores, sensitivos, somato-sensoriais, sintomas autonômicos e psíquicos Parciais complexas: algum grau de perda da consciência o CPC (crise parcial complexa): pode iniciar com CPS, alteração de consciência desde o início OBS: crises parciais simples/ complexas podem generalizar-se. O paciente pode mudar o padrão de convulsão. Podem ser também classificadas em Síndromes: o Lennox-Gastaut: caráter refratário o West: caráter refratário, alteração no EEG patognomônica (ipsiarritmia) o Essas duas crises epiléticas acima cursam com atraso importante de desenvolvimento. o Rolândica: prognóstico satisfatório, epilepsia benigna da infância DIAGNÓSTICO História e exame clínico cuidadoso EEG: confirma diagnóstico, ajuda a definir se é parcial ou generalizada. Quem faz o laudo, diagnóstico é o neurologista infantil. A função do pediatra e do clínico é solicitar o exame e ver o laudo para definir a conduta. RNM: realizar sempre que possível e investigar anormalidades gênese. (Obs: tomografia é mais para ver um tumor, na RNM é possível notar malformações arteriovenosas entre outras alterações) DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL Experiência e cautela para diferenciar: o Perda de fôlego o Tiques o Síncopes o Distúrbios do sono PROGNÓSTICO 80% evoluem para controle de crises e sem sequelas Se início precoce, lesão cerebral estrutural e deficiência mental maior chance de recorrência e pior prognóstico Mortalidade 2x maior que população geral e está relacionado a etiologia crises e falta de controle terapêutico TRATAMENTO Iniciar sempre se certeza diagnóstica Ideal: os neurologistas optam por usar uma droga única e eficaz, bem tolerada, custo acessível, optar por menor número de doses possíveis Com o sucesso no tratamento, vão fazendo o desmame da medicação, lento e gradual: suspensão lenta e progressiva, varia de 2 a 5 anos PRINCIPAIS DROGAS: Fenobarbital: crises neonatais e crises generalizadas Fenitoína: crises parciais e crises generalizadas Carbamazepina: crises parciais e crises generalizadas Laura R. T6 2 BBPM VI Oxacarbamazepina: crises parciais e crises generalizadas Valproato: ausência, crises generalizadas e crises parciais Lamotrigina: ausência, crises generalizadas e crises parciais Topiramato: crises generalizadas e crises parciais Vigabatrina: espasmos infantis Epilepsias graves: exigem associação de mais de uma droga e maior fragmentação das doses Crises graves/ refratárias: possível benefício do tratamento cirúrgico (Calosotomia) ESTADO DE MAL EPILÉTICO (EME) Crises epilépticas com duração maior que 30 minutos paciente abre com um quadro de epilepsia, tem 4-5 crises epilépticas >30minutos diagnóstico de estado de mal epilético é preciso tratar Crises repetidas sem que haja recuperação entre elas Exige tratamento imediato Muitas vezes abre o quadro de uma epilepsia Doenças neurológicas origem infecciosa (meningoencefalites)/ traumática (TCE)/ vascular (malformação arteriovenosa)/ tumoral (tumor fazendo compressão)/ convulsões febris (são as mais comuns) Suspensão brusca do tratamento também pode ser causa de EME Pode se manifestar com diversos tipos de crises: o Generalizadas/ parciais o Mais comuns são: tônico-clônicas e clônicas generalizadas TRATAMENTO Objetivo é evitar lesão cerebral definitiva Administrar drogas anti-epiléticas na urgência Manter condições metabólicas e cardiorrespiratórias adequadas Investigar causas de EME Tratamento farmacológico: DROGA DE ESCOLHA NA PEDIATRIA: DIAZEPAM 0,3 mg/Kg (0,06 ml/Kg) endovenoso em bolus. Até 3x com intervalo de 3 a 4 minutos. Se você não conseguiu acesso venoso, você faz via retal. Obs: se chegou com febre tem que medicar para febre também junto EXCEÇÃO RECÉM-NASCIDO DROGA DE ESCOLHA É O FENOBARBITAL – 15 A 20 MG/KG EV 2ª opção: Se depois de 3 doses do diazepam, o paciente continuar convulsionando faz o FENOBARBITAL de 15 a 20 mg/Kg 3ª opção: FENITOÍNA (idantal) – 15 a 20 mg/Kg EV 4ª opção: MIDAZOLAN 0,2 a 0,5 mg/Kg EV. Geralmente faz-se 0,2 mg/Kg que é 0,04 mL/Kg. o Depois do uso do midazolam, é bem provável que seja necessário estabelecer uma via aérea definitiva para o paciente, porque vai causar depressão respiratória 5ª opção: coma barbitúrico o TIOPENTAL 3 a 5 mg/Kg EV– até 10 mg/Kg após 3 a 5 mg/Kg/H EV o Ou PROPOFOL 1 a 2 mg/Kg EV – até 10 mg/Kg após 2 a 4 mg/Kg/H. 1 mg/Kg do propofol para sair em ml só fazer o peso da criança dividido por 6 TIOPENTAL OU PROPOFOL Tiopental -3 a 5mg/kg EV – até 10mg/kg - após 3 a 5mg/kg/h EV PROPOFOL 1 a 2 mg/Kg EV – até 10 mg/Kg após 2 a 4 mg/Kg/H. • 1 mg/Kg de propofol em mL = peso da criança/6 MIDAZOLAM 0,2 a 0,5 mg/Kg EV Geralmente faz-se 0,2 mg/Kg que é 0,04 mL/Kg. FENITOÍNA 15 a 20 mg/Kg EV (SE RN INICIAR AQUI) FENOBARBITAL 15 a 20 mg/Kg EV DIAZEPAM 0,3 mg/Kg EV (0,06 ml/Kg) ou VR até 3x com intervalo de 3 a 4 minutos
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