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Problema 28 - IST's de corrimento vaginale uretral

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Carla Bertelli – 4° Período 
 Conhecer os agentes etiológicos, a epidemiologia, os mecanismos 
de transmissão, os fatores de risco, o quadro clínico, o diagnóstico e 
as complicações das ISTs que causam corrimento vaginal 
(Trichomonas vaginalis, Candida albicans, Gardnerella vaginalis) / 
uretral (Chlamydia tracomatis, Neisseria gonorrhoeae; Mycoplasma 
sp.). 
Trichomonas vaginalis – Protozoário 
Candida albicans – Fungo 
Gardnerella vaginalis – Vaginose Bacteriana 
Chlamydia tracomatis 
Neisseria gonorrhoeae 
Mycoplasma sp 
 
 é a causa mais comum de secreção 
vaginal. Essa doença é uma infecção polimicrobiana 
complexa, que se caracteriza por alteração da flora 
vaginal com predomínio de lactobacilos produtores de 
peróxido de hidrogênio para uma flora com quantidades 
acentuadamente reduzidas de lactobacilos e proliferação 
excessiva de outros microrganismos, como a G. vaginalis. 
O sinal principal da vaginose bacteriana é secreção vaginal 
branco-acinzentada fina com odor fétido de peixe. Como 
não causa inflamação, essa condição geralmente é 
conhecida como vaginose, em vez de vaginite. 
É uma síndrome clínica comum, complexa e mal 
compreendida que reflete anormalidade na flora vaginal. 
Tem várias denominações e agentes infecciosos, 
principalmente Gardnerella vaginalis. Por razões 
desconhecidas, a relação simbiótica da flora vaginal se 
altera, passando a haver supercrescimento de espécies 
anaeróbias incluindo Gardnerella vaginalis, Ureaplasma 
urealyticum, Mobiluncus spp., Mycoplasma hominis e 
Prevotella spp. A vaginose bacteriana (VB) também está 
associada à au- sência ou redução significativa de 
espécies normais de Lactobacillus produtores de 
peróxido de hidrogênio. 
 – É uma doença sexualmente 
transmissível e tem sido observada em mulheres sem 
experiência sexual prévia. 
 
ó – Sintomas vaginais como descarga vaginal 
sem irritação e com mau cheiro é bem característico. 
Em regra, a vagina não se encontra eritematosa e o 
exame do colo do útero não revela anormalidades. Os 
critérios diagnósticos clínicos incluem (1) Avaliação 
microscópica de uma preparação salina da secreção 
vaginal; (2) Liberação de aminas voláteis produzidas pelo 
metabolismo anaeróbio; (3) Determinação do pH vaginal. 
No primeiro, a preparação salina da secreção vaginal, 
para o exame conhecido como ‘’a fresco’’ contém uma 
amostra coletada do corrimento misturada com gotas de 
soro fisiológico e observada no microscópio. As ‘’clue 
cells’’ são as indicadoras mais confiáveis de VB. Essas 
células epiteliais contêm múltiplas bactérias aderidas, que 
criam uma borda celular pontilhada mal definida. 
A adição de hidróxido de potássio (KOH) a 10% a uma 
amostra fresca de secreção vaginal libera aminas voláteis 
com odor de peixe. Na linguagem informal, isso é referido 
como whiff test. Em regra, o odor é evidente, mesmo 
sem o KOH. De forma similar, a alcalinidade do fluido 
seminal e a do sangue são responsáveis pela queixa de 
odor ofensivo após relação sexual e durante a 
menstruação. O achado de clue cells e um whiff test 
positivo são patognomônicos, mesmo em pacientes 
assintomáticas. 
Nas pacientes com VB, o pH vaginal costuma estar >4,5, 
resultado da redução na produção de ácido pelas 
bactérias. O é um sistema empregado 
para diagnosticar VB utilizando o exame microscópico de 
esfregaço de secreção vaginal corado pelo Gram. 
Utilizado mais em pesquisa do que na prática clínica, a 
pontuação é calculada avaliando-se a predominância de 
três tipos de morfologia e coloração bacterianas: (1) 
grandes bastonetes gram-positivos (Lactobacillus spp.), 
(2) pequenos bastonetes com resultado variável pelo 
Gram (G. vaginalis ou Bacteroides spp.) e (3) bastonetes 
curvos de Gram variável (Mobiluncus spp.). Pontuações 
entre 7 e 10 são consistentes com VB. 
 
 Carla Bertelli – 4° Período 
É a DST não viral com maior prevalência, sua incidência 
parece aumentar com a idade. Nos homens normalmente 
é assintomática. Esse parasita é um marcador do 
comportamento sexual de alto risco, e a coinfecção com 
patógenos sexualmente transmissíveis é comum, 
especialmente a gonorreia. O Trichomonas vaginalis tem 
predileção por epitélio escamoso, e as lesões podem 
facilitar o acesso para outras espécies sexualmente 
transmissíveis. A transmissão vertical durante o parto 
pode ocorrer. 
A infecção causada pelo protozoário anaeróbio T. 
vaginalis acarreta a produção de secreção amarelada ou 
esverdeada, espumosa, fétida e abundante. A 
tricomoníase é um fator de risco de transmissão do HIV 
e é contagiosa nos homens e nas mulheres. Nas 
mulheres, essa infecção aumenta os riscos de infertilidade 
tubária e DIP atípica e, nas gestantes, está associada a 
complicações como nascimento prematuro. 
ó – O período de incubação varia de 3 dias a 
4 semanas, vagina, uretra, ectocérvice e bexiga podem 
ser acometidos. Até 50% das mulheres com 
tricomoníase se mantém assintomáticas, e em alguns 
casos a infecção pode persistir por meses ou anos. 
Entretanto, em pacientes com queixas, a leucorreia 
vaginal (corrimento vaginal espesso e de cor branca ou 
amarelada.), mal cheirosa, final e amarela ou verde. Além 
disso, pode ter disúria, dispareunia (dor durante ato 
sexual), prurido vulvar e dor. 
A vulva pode estar eritematosa, edemaciada e escoriada. 
A vagina elimina leucorreia e hemorragia subepitelais, ou 
manchas vermelhas que podem ser observadas na 
vagina e colo do útero. A tricomoníase costuma ser 
diagnosticada a partir da identificação microscópica de 
parasitas em um preparo salino da secreção. Os 
tricomonas são protozoários anaeróbios com flagelo 
anterior, são móveis, ovais e ligeiramente maiores que 
um leucócito. Tornam-se menos móveis com o frio, e as 
lâminas devem ser observadas no prazo de 20min. Além 
dos achados microscópicos, o pH vaginal está elevado. 
A técnica diagnóstica mais sensível é a cultura, mas não 
tão utilizado devido a necessidade de alguns materiais e 
poucos laboratórios são equipados. 
Existe um exame rápido para tricomonas, é um exame 
imunocromatográfico 
Também podem ser observados em esfregaço de papanilocau 
 
 
Pode ser encontrado na vagina de pacientes 
assintomáticos e é um comensal de boca, reto e vagina. 
Existem outras espécies de cândida. É comum a 
candidíase ser observada em climas quentes e em 
pacientes obesas. Além disso, imunossuprimidos, diabetes 
melitus, gravidez e uso recente de antibiótico de amplo 
espectro predispõe a mulher à infecção clínica. Ela pode 
ser sexualmente transmissível e estudos relatam a 
associação entre candidíase e sexo oral. 
A candidíase, é uma causa frequente de vulvovaginite. 
Pode haver Candida sp. sem sintomas; em geral, algum 
fator do hospedeiro (p. ex., imunossupressão) contribui 
para o desenvolvimento da vulvovaginite, que pode ser 
tratada com fármacos comercializados sem prescrição. 
ó – A sintomatologia mais comum é prurido, 
dor, eritema vulvar e edema com escoriações. O 
corrimento vaginal característico é descrito como 
semelhante ao queijo cortage. O pH vaginal é normal 
(<4,5), e o exame microscópico da leucorreia vaginal, 
após a aplicação da solução salina ou KOH, permite a 
identificação de levedura. A cândida é dimórfica, 
apresentando tanto leveduras quanto hifas. Pode estar 
presente na vagina como um fungo filamentoso (pseudo-
hifas) ou levedura germinada com micélios. A cultura para 
candidíase não é recomendada como rotina, entretanto, 
pode-se justificar nas pacientes cujo tratamento empírico 
tenha fracassado. 
 
 Carla Bertelli – 4° Período 
 
Infecções por í – podem afetar 
gravemente as estruturas genitais e causar 
manifestações sistêmicas. Gonorreia e infecções por 
Chlamydia podem causar grande variedade de 
complicações geniturinárias nos homens e nas mulheres 
e ambas podem acarretar doença ocular e cegueira dos 
recém-nascidos de mães infectadas 
 
Segunda espécie mais prevalenteentre as doenças 
sexualmente transmissíveis, mais comum entre os 25 
anos. Muitas pessoas infectadas são assintomáticas, 
recomenda-se rastreamento anual. A infecção por 
Chlamydia trachomatis está relacionada a uma série de 
complicações ginecológicas e obstétricas, a saber: 
infecção inflamatória pélvica, gravidez ectópica, 
infertilidade e dor pélvica crônica em mulheres em idade 
reprodutiva.17 Em homens jovens, essa infecção pode 
provocar orquiepididimite e, em neonatos, conjuntivite 
(oftalmia neonatal) e pneumonite, por meio de 
transmissão vertical.1 Por ser infecção de manifestação 
clínica silenciosa, o diagnóstico muitas vezes só é 
realizado na vigência de complicações inerentes a essa 
infecção 
É um parasita intracelular obrigatório, causa infecção do 
epitélio colunar e os sintomas refletem a infecção de 
glândulas ectocervicais, com resultante descarga 
mucopurulenta ou secreções ectocervicais. Se infectado, 
o tecido ectocervical costuma se apresentar edemaciado 
e hiperêmico. Pode cursar com uretrite, causando intensa 
disúria. 
Os relacionados à infecção pela clamídia 
são idade menor que 25 anos, troca de parceiro ou 
múltiplos parceiros, ausência do uso de métodos 
anticoncepcionais de barreira, interrupção voluntária da 
gestação e antecedente de infecção sexualmente 
transmissíveis. 
 – O quadro clínico materno geralmente é 
inespecífico e pode se manifestar com dor em região 
hipogástrica, disúria, dispareunia e corrimento 
mucopurulento, que se exterioriza pelo canal cervical. 
Oitenta por cento das mulheres portadoras serão oligo 
ou assintomáticas. Formas mais raras de acometimento 
causam síndrome da artrite reativa (tríade composta por 
artrite, uretrite e conjuntivite, antigamente denominada 
síndrome de Reiter) ou linfo-granuloma venéreo, que é 
causado por outro sorotipo da bactéria 
ó – Análise microscópica de secreções em 
preparado salino em geral revela 20 ou mais leucócitos 
por campo. Exames mais específicos também estão 
disponíveis, como cultura e ensaio imunoenzimático. 
A alternativa mais utilizada é um teste combinado para 
gonococo e clamídia. Assim como ocorre para gonorreia, 
surgiram novos kits de NAAT que permitem coletas 
seletivas de vagina, endocérvice ou urina. Os swabs com 
material de vagina são tão sensíveis e específicos quanto 
os de colo uterino. Amostras de colo uterino são aceitas 
quando a paciente estiver sendo submetida a exame 
físico da pelve, mas amostras obtidas da vagina são 
consideradas adequadas mesmo nos casos de exame 
físico completo da pelve. As amostras de urina, embora 
aceitas, são menos utilizadas em mulheres que tenham 
colo uterino. Contudo, para pacientes histerectomizadas 
dá-se preferência ao primeiro jato de urina. 
 
 
 
 Carla Bertelli – 4° Período 
A C. trachomatis causa diversos tipos de infecção 
geniturinária, inclusive uretrite não gonocócica nos 
homens e DIP nas mulheres. A C. trachomatis pode 
causar doença ocular significativa nos recém-nascidos e 
é uma das principais causas de cegueira nos países 
subdesenvolvidos. 
Os sinais e sintomas da infecção por clamídia são 
semelhantes aos da gonorreia. A diferença mais 
significativa entre as salpingites causadas por gonorreia e 
clamídia é que esta última pode ser assintomática ou 
clinicamente inespecífica. Quando as mulheres são 
assintomáticas, a queixa mais comum é secreção cervical 
mucopurulenta. O colo do útero frequentemente está 
hipertrofiado e torna-se eritematoso, edemaciado e 
extremamente friável. Isso pode agravar a lesão das 
tubas uterinas e aumentar o reservatório para infecções 
subsequentes por esse microrganismo. 
Nos homens sintomáticos, as infecções por clamídia 
causam uretrite (inclusive com eritema e 
hipersensibilidade no meato uretral), secreção peniana 
purulenta e prurida uretral. Alguns pacientes podem ter 
prostatite e epididimite com infertilidade subsequente. A 
complicação mais grave da infecção por Chlamydia não 
tratada é síndrome de Reiter. Essa tríade inclui uretrite, 
conjuntivite e artrite das articulações que sustentam 
peso, inclusive joelhos e articulações sacroilíacas e 
vertebrais. 
 
A gonorreia é IST de notificação compulsória causada 
pela bactéria Neisseria gonorrhoeae. Atualmente é 
menos comum que a clamídia. No Brasil, a prevalência de 
infecção por gonorreia durante a gestação é de 
aproximadamente 1,5%, maior que a prevalência em 
mulheres não grávidas, cujo índice gira em torno de 
0,9% 
O gonococo é um diplococo Gram-negativo piogênico (i. 
e., formador de pus). Os seres humanos são os únicos 
hospedeiros naturais da N. gonorrhoeae. O 
microrganismo prolifera mais facilmente em epitélios 
quentes secretores de muco. A porta de entrada pode 
ser o sistema geniturinário, os olhos, a orofaringe, a 
região anorretal ou a pele. 
A transmissão geralmente ocorre por relações sexuais, 
exceto nos casos de transmissão perinatal. A 
autoinoculação do microrganismo nas conjuntivas pode 
ocorrer. Outra complicação das infecções gonocócicas 
das gestantes é uma síndrome de infecção amniótica, 
que se caracteriza por ruptura prematura das 
membranas, nascimento prematuro e risco aumentado 
de morbimortalidade neonatal. Gonorreia genital nas 
crianças pequenas deve sugerir a possibilidade de abuso 
sexual. 
Em homens, a infecção costuma apresentar quadro 
clínico mais exuberante que em mulheres, fazendo-os 
procurar o serviço de saúde mais precocemente, o que 
não necessariamente evita a disseminação da infecção e 
a contaminação de outras pessoas. 
Em mulheres a infecção costuma ser oligossintomática, 
o que retarda o diagnóstico até o momento em que 
outras complicações já se instalaram, como infecção 
inflamatória pélvica e, consequentemente, infertilidade. 
Os para infecção genital por gonococo 
relacionam-se com idade menor que 25 anos, história de 
episódio prévio de gonorreia ou outras infecções 
sexualmente transmissíveis, profissionais do sexo, 
múltiplos parceiros, uso inconsistente de preservativo e 
abuso de drogas. A incidência em gestantes adolescentes 
chega a 2%, o que é considerado fator de maior risco 
isolado. Nas gestantes, a gonorreia é causa de 
abortamento, gravidez ectópica, trabalho de parto 
prematuro, RPMO, corioamnionite, infecção puerperal, 
baixo peso ao nascer e infecção neonatal 
Os mais frequentes são corrimento purulento, 
dor em baixo-ventre e disúria sem aumento da 
frequência urinária (considerando que a infecção uretral 
sem cistite é mais prevalente quando comparada aos 
casos de infecção por clamídia). Um por cento das 
pacientes pode apresentar sintomas sistêmicos que 
variam desde artralgia até meningite e endocardite. 
ó – A cultura em ágar Thayer-Martin ainda é 
considerada o teste padrão-ouro para o diagnóstico de 
gonorreia. As secreções endocervicais, uretrais e/ou 
anais coletadas por meio de swab são frequentemente 
utilizadas para diagnóstico. A cultura permite não só o 
diagnóstico, mas também a realização de testes de 
suscetibilidade antimicrobiana. 
A microscopia direta com coloração de Gram, por sua 
vez, oferece diagnóstico imediato por meio da 
visualização de células polimorfonucleares e diplococos 
Gram-negativos intracelulares 
 Carla Bertelli – 4° Período 
Os testes de amplificação de ácidos nucleicos têm maior 
sensibilidade e especificidade para secreções urogenitais, 
em especial para amostras isoladas de urina, mas não são 
recomendados para materiais provenientes de faringe e 
reto. Além disso, recomenda-se a confirmação 
diagnóstica com cultura do material coletado se realizados 
testes de reação em cadeia da polimerase e reação de 
ligase em cadeia, em razão da experiência clínica limitada 
e do aumento do número de cepas resistentes 
 
Em muitos casos, a infecção evidencia-se 2 a 7 dias 
depois da exposição. Nos casos típicos, a gonorreia 
começa na uretra anterior, nas glândulas uretrais 
acessórias, nas glândulasde Bartholin ou Skene e no colo 
do útero. Se não for tratada, a gonorreia espalha-se dos 
focos iniciais para os segmentos proximais do sistema 
geniturinário. Nos homens, a doença espalha-se para a 
próstata e o epidídimo. Nas mulheres, a gonorreia 
frequentemente causa endometrite, salpingite e DIP. 
Faringite pode ocorrer depois do contato orogenital. 
Além disso, N. gonorrhoeae pode invadir a circulação 
sanguínea (i. e., infecção gonocócica disseminada) e 
causar sequelas graves, inclusive acometimento 
bacteriêmico dos espaços articulares, das valvas 
cardíacas, das meninges e de outros órgãos e tecidos do 
corpo. 
Os pacientes com gonorreia podem ser assintomáticos 
e disseminar involuntariamente a doença para seus 
contatos sexuais. Nos homens, os primeiros sinais e 
sintomas são dor uretral e secreção amarelo-cremosa, 
algumas vezes sanguinolenta. Nas mulheres, os sinais e 
sintomas perceptíveis são secreção urinária ou genital 
incomum, disúria, dispareunia, dor ou hipersensibilidade 
pélvica, sangramento vaginal diferente (inclusive 
sangramento depois de relações sexuais), febre e 
proctite. Os sintomas podem ocorrer ou piorar durante 
ou pouco depois das menstruações, porque a bactéria é 
um diplococo intracelular que prolifera no sangue 
menstrual, mas não consegue sobreviver muito tempo 
fora do corpo humano. Também podem ocorrer 
infecções do útero e formação de focos infecciosos 
agudos ou crônicos nas tubas uterinas (i. e., salpingite), 
que por fim causam retrações fibróticas e esterilidade 
O diagnóstico se baseia na história de exposição sexual e 
nos sintomas referidos e pode ser confirmado pela 
demonstração do microrganismo por coloração com 
Gram ou cultura. 
 
Mycoplasma genitalium (MG) é uma bactéria responsável 
por uma infecção sexualmente transmissível (IST) que 
pode causar coceira vaginal, ardor ao urinar e 
sangramento da pele ao redor da vagina, em mulheres, 
e corrimento uretral ou sintomas de artrite, em homens. 
É um causador comum de uretrite não gonocócica em 
homens e cervicite em mulheres. Também pode ser 
uma causa de doença inflamatória pélvica (DIP) em 
mulheres. 
É uma bactéria que não possui parede celular, não sendo 
possível sua visualização em coloração de gram. É a 
menor bactéria autorreplicante conhecida. A cultura de M. 
genitalium é extremamente difícil, pois o organismo é 
exigente e pode levar de um a dois meses para crescer. 
Após a entrada na célula epitelial, M. genitalium evita a 
resposta imune do hospedeiro através da modulação do 
sistema imunológico, incluindo supressão e estimulação 
de linfócitos e regulação positiva da expressão de 
citocinas. A destruição tecidual causada pelo M. 
genitalium é parcialmente devida à secreção de toxinas 
micoplasmáticas e metabólitos nocivos como o peróxido 
de hidrogênio. No entanto, acredita-se que a maioria das 
manifestações clínicas da doença associadas à infecção 
por M. genitalium sejam devidas à resposta imune do 
hospedeiro à invasão celular 
 – Globalmente, as estimativas de 
prevalência de M. genitalium variam entre 1 e 4 por cento 
entre os homens e 1 e 6,4 por cento entre as mulheres. 
 – Os fatores de risco associados à 
infecção por M. genitalium parecem ser semelhantes aos 
associados à infecção por C. trachomatis . Em estudos 
dos Estados Unidos e da Europa, estes incluem idade 
jovem (por exemplo, <20 a 22 anos), tabagismo, relação 
sexual recente e um número crescente de parceiros 
sexuais 
https://www.ecycle.com.br/bacterias/
https://www.ecycle.com.br/artrite-reumatoide/
 Carla Bertelli – 4° Período 
ó – O diagnóstico da infecção por M. 
genitalium pode ser feito através da detecção do 
organismo por reação em cadeia da polimerase (PCR) ou 
outros testes de amplificação de ácidos nucleicos 
(NAATs) desenvolvidos mais recentemente, se 
disponíveis. As amostras preferidas são uma amostra de 
primeira urina em homens e um swab vaginal em 
mulheres 
 
Zugaib, Marcelo, and Rossana Pulcineli Vieira Francisco. 
Zugaib obstetrícia 4a ed. . Disponível em: Minha 
Biblioteca, (4ª edição). Editora Manole 
Hoffman, Barbara, L. et ai. Ginecologia de Williams . 
Disponível em: Minha Biblioteca, (2ª edição). Grupo A, 
2014. 
David H Martin. (2022). Infecção por Mycoplasma 
genitalium em homens e mulheres. 
https://www.uptodate.com/contents/mycoplasmagenitaliu
m-infection-in-males-and 
females?source=bookmarks_widget

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