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DESCRIÇÃO Estudo das dimensões e das práticas que implicam na gestão do tempo e do estresse. PROPÓSITO Compreender a importância, o significado e os benefícios de gerenciar o tempo e o estresse, com a abordagem de recursos teóricos e práticos para implementar esses processos de gestão. OBJETIVOS MÓDULO 1 Reconhecer a importância da gestão do tempo em relação ao desempenho MÓDULO 2 Identificar os elementos envolvidos no estresse e seus efeitos MÓDULO 3 Listar as principais recomendações para gerenciar o tempo e o estresse INTRODUÇÃO A gestão do tempo, ligada a outros conceitos, como autogestão ou produtividade, adquire cada vez mais importância diante de um mundo acelerado que nos exige mais coisas a serem resolvidas mais rapidamente. Paralelamente, o estresse se apresenta como um dos males do nosso tempo, com inúmeros sintomas negativos para a saúde e prejuízos para as organizações. Neste estudo, entenderemos as dimensões que conformam os processos da gestão do tempo e da gestão do estresse, bem como a relação entre os dois. Do mesmo modo, apresentaremos orientações práticas testadas e ferramentas para aplicar esses processos na sua vida profissional e pessoal. MÓDULO 1 Reconhecer a importância da gestão do tempo em relação ao desempenho O QUE SIGNIFICA GERENCIAR NOSSO TEMPO? O tempo hoje parece passar mais rápido do que antes. As exigências atuais parecem maiores do que as de antes. Devemos estudar mais, pois os mercados são mais competitivos e as oportunidades menores; temos que aprender inglês, como mínimo, se não várias línguas; no trabalho, exigem de nós a máxima produtividade e ainda devemos estar bem-humorados e ter boas relações com colegas e clientes; a conectividade intensiva trazida pelas tecnologias da informação e comunicação nos exigem e distraem de forma contínua; recomenda-se ter uma alimentação saudável e fazer exercícios com frequência; e, além de tudo, devemos passar tempo com nossas famílias, amigos e desfrutar de uma oferta de ócio cada vez maior. Diante desse panorama, você com certeza teve muitos momentos em que sentiu que seu tempo e energias não eram suficientes para atender ao que se esperava de você e ao que você gostaria fazer por si mesmo. Talvez tenham sido momentos pontuais de maior carga de trabalho, ou, de forma geral, na rotina da sua vida. Esse sentimento gerou, provavelmente, certa ansiedade, estresse ou insatisfação pelos sacrifícios que teve que fazer e pelos objetivos que não conseguiu atingir. Foto: Shutterstock.com Ao mesmo tempo, é possível que conheça alguma pessoa que, inclusive com maiores responsabilidades do que você, consegue cuidar de todas as esferas da vida de forma efetiva e, ainda, com alegria e tranquilidade. Esses casos são estranhos e não podemos nos comparar aos demais, pois cada um de nós vivencia uma realidade específica e tem uma personalidade diferente. Entretanto, em qualquer caso, certas referências podem nos ajudar a vislumbrar que é possível fazer mais coisas em menos tempo, sem morrer na tentativa. Há algumas décadas, preocupar-se por gerenciar o tempo não tinha muito sentido. O ritmo era outro e ninguém falava até então sobre esse tema. Pouco se sabia e aqueles que tratavam do assunto tinham pouca divulgação. Atualmente, porém, é imprescindível fazê-lo se queremos ter uma vida harmoniosa e cumprir com as nossas exigências e as dos demais. Além de tudo, felizmente, contamos com uma ampla literatura. Há inúmeros especialistas, e este é um tópico sobre o qual se pode extrair informações facilmente. Este módulo irá ajudar você a entender o que é a gestão de tempo, seus benefícios, fundamentos e as suas dimensões principais. Podemos começar definindo o termo: Gestão do tempo pode ser entendida como um processo, essencialmente individual, dirigido a organizar o tempo e os esforços dedicados a realizar um conjunto de atividades, e tem como finalidade sermos mais eficientes e, ao mesmo tempo, preservar a nossa saúde. Desse modo, observamos: PRIMEIRO LUGAR SEGUNDO LUGAR TERCEIRO LUGAR O que determina a gestão do tempo é um processo. Não se realiza por meio de uma decisão ou em um momento determinado. Requer incorporar hábitos e lhes dar continuidade. É importante frisar que a gestão do tempo é principalmente individual. Podem existir iniciativas de gerenciamento de tempo numa equipe ou organização, mas o desempenho parte sempre do indivíduo. Também convém considerar que acarreta organizar, priorizar e planejar a forma de executar as atividades. Assim, é um processo que demanda uma preparação. Por fim, gerenciar o tempo e nosso esforço ou a forma em que implementamos uma série de tarefas implica uma estratégia comportamental. EFICIENTE Produtivo, que faz bom uso dos recursos e faz as coisas corretamente, em menos tempo. Quanto ao propósito de gerenciar nosso tempo, destacamos, por um lado, o de ser mais eficiente. E o que isso quer dizer? Isso significa nos dedicarmos mais ao que consideramos mais importante dentro do conjunto de atividades, ao que tenha mais impacto para nossos objetivos, e fazer as coisas em menos tempo e gastando menos outros recursos, como energia, dinheiro, pessoas etc. Não significa, portanto, trabalhar mais, dormir menos ou estar sempre atarefado. Por outro lado, destacamos a busca por manter uma boa saúde física e mental. javascript:void(0) Quando não administramos nosso tempo, ou melhor, nossa vida profissional e pessoal, podemos sofrer doenças derivadas do estresse, como estudaremos no módulo seguinte. POR QUE É IMPORTANTE A GESTÃO DO TEMPO? Um dos autores mais relevantes sobre o assunto ― considerado um dos pais da Administração moderna ― é Peter Drucker. Nascido na Viena austro-húngara no início do século XX, ele ressaltava, no seu livro The Effective Executive (2006), a importância da gestão do tempo com esta famosa frase: “O TEMPO É O RECURSO MAIS ESCASSO E, A MENOS QUE SEJA GERENCIADO, NADA MAIS PODE SER GERENCIADO” DRUCKER, 2006, p. 51 De perspectivas tanto individual quanto organizacional, verdadeiramente, é o único recurso que não se pode substituir, comprar ou estender. Qualquer tipo de estratégia ou planejamento está vinculado, necessariamente, ao tempo. Todo objetivo que tenhamos deve estar sempre sujeito a um período de tempo determinado. ATENÇÃO Por outro lado, o que se evidencia na maioria das organizações, tanto públicas quanto privadas, é que se trabalha muitas horas, mas se atingem resultados limitados. Isto é, a produtividade é baixa. Há um baixo desempenho individual e institucional em comparação com as horas dedicadas ao trabalho. A própria definição apresentada já nos oferece duas razões principais para valorizarmos esse processo: sermos mais eficientes e estarmos mais saudáveis. Além desses efeitos fundamentais, são inúmeros os benefícios que um gerenciamento adequado pode trazer para as nossas vidas e para as pessoas próximas. Assim, salientamos, de forma concreta, as seguintes vantagens: 1 Proporciona mais daquilo que mais valorizamos, seja a família, dinheiro, ócio ou qualquer outra prioridade. Permite atingir metas com mais rapidez. 2 3 É a base para gerenciar melhor a carreira e para que esta seja bem-sucedida. Permite obter mais tempo livre, podendo dedicá-lo ao ócio, família ou amigos. 4 5 Aumenta a motivação e a confiança para realizar as tarefas. Melhora nosso bem-estar e a qualidade de vida no trabalho. 6 7 Eleva nosso humor e nossa predisposição na hora de tratar com outras pessoas. Promove a pontualidade e a disciplina. 8 9 Diminui a carga de trabalho. Evita a repetição de tarefas e a realização de atividades improdutivas. 10 A ARMADILHA DA GESTÃO DO TEMPO A primeira das vantagens enumeradas no item anterior poderia englobar o resto. Quando gerenciamos o tempo, podemos passar mais tempo fazendo as coisas de que gostamos. Por isso, é importante não cair na armadilha de ganhar mais tempo para arrumar mais tarefas que não priorizamose entrar em um círculo vicioso, ficando na mesma situação que queríamos consertar. Burkeman (2016) adverte justamente sobre esse perigo que ameaça nossa sociedade. Segundo o autor, a obsessão pela gestão do tempo e por se tornar mais produtivo pode ser um fim impossível de cumprir, na medida em que, segundo a Lei de Parkinson, o trabalho se expande e preenche o novo tempo que disponibilizamos. Desse modo, como fazemos as tarefas mais rapidamente, assumimos mais tarefas, muitas das quais não contribuem para o nosso bem-estar. A lista de tarefas cresce e os demais nos exigem mais coisas, atendendo ao novo ritmo de trabalho. Entraríamos e ficaríamos presos em uma roda de hamster, talvez com efeitos piores para nossa saúde do que os percebidos antes de começar a gerenciar nosso tempo. Burkeman (2016) também aponta que uma aposta exagerada por maximizar nosso tempo e melhorar nosso desempenho pode arrastar-nos a viciar até nosso tempo de lazer. Em vez de ser um espaço de relaxamento, também queremos potencializá-lo continuamente, impedindo que desfrutemos do descanso. Assim, caminhamos ou fazemos esporte como uma obrigação para aprimorar a saúde; criamos nossos filhos obcecados com que tenham sucesso no futuro; ou viajamos para cumprir nossa lista de experiências e para compartilhar nas redes sociais. Imagem: Shutterstock.com A outra variante dessa armadilha da gestão de tempo é derivada do excesso de produtividade. Especialistas como David Allen (2016) apontam que a dinâmica atual na maioria das empresas é exigir dos colaboradores um ritmo de trabalho constante, sem limite de horário e demandando cada vez mais resultados. Em dois ou três anos ― quando esses trabalhadores acabam esgotados, deixam de ser criativos e diminuem seu desempenho ―, são demitidos e as empresas recrutam novo pessoal, mais motivado e cheio de energia. ATENÇÃO Nesse sentido, os autores recomendam um tratamento da produtividade mais sustentável. Aconselham realizar as atividades de forma rítmica, com intervalos para descansar depois de 90 minutos de trabalho intensivo, assim como tirar uma soneca se for necessário. Desse modo, um gerenciamento melhor que lhe permita fazer mais e mais rápido pode ser contraproducente em longo prazo, até para as pessoas que priorizem o trabalho. GESTÃO DO TEMPO E SUA RELAÇÃO COM O DESEMPENHO NO TRABALHO Uma vez compreendido o conceito de gestão de tempo e seu valor para sua vida pessoal e profissional, convém entender a relação desse termo com outros similares, particularmente com os que mantêm uma íntima ligação, alguns já mencionados ao longo deste módulo. Assim, é muito comum, quando se trata o assunto, que você encontre conceitos tais como os de autogestão, produtividade, alta performance ou desempenho. Esses termos têm nuances particulares, mas, ao final das contas, estão todos direcionados a um dos objetivos essenciais da gestão do tempo, que é fazer as coisas em menos tempo. Mas não é só isso. Uma organização adequada também pode conduzir-lhe a assumir mais atividades e, inclusive, a realizá-las com mais qualidade. À medida que orientamos estrategicamente nosso tempo e nossos esforços, teremos um desempenho maior. Sem cair no que chamamos de “armadilha da gestão do tempo”, aprimorar seu desempenho no trabalho pode ajudar na sua carreira, atingindo objetivos profissionais que antes não conseguia. Imagem: Shutterstock.com O desempenho, que se manifesta também individualmente ― embora se possa medir o desempenho institucional ―, possui múltiplas dimensões que você pode reconhecer facilmente. EXEMPLO Por exemplo, não temos a mesma motivação para fazer uma coisa que gostamos comparada a uma que não gostamos. Ou não trabalhamos igual quando estamos aprendendo uma nova tarefa em comparação a quando a realizamos durante anos. De igual modo, nosso desempenho é diferente se trabalhamos sob a pressão de uma data de entrega próxima ou quando o prazo ainda está distante. Segundo Campbell (1999, p. 402) o desempenho no trabalho é um “comportamento ou ação relevante para os objetivos da organização que pode ser mensurado em termos de nível de proficiência (ou contribuição com esses objetivos) e que é representado por uma ação ou um conjunto de ações”. Assim, o desempenho não é um conceito simples, vai além de atingir resultados, se manifesta em diferentes dimensões, contextos e depende das nossas competências pessoais e profissionais. Nesse sentido, podemos distinguir diferentes modelos explicativos do desempenho individual na literatura. Bendassolli (2012) apresenta uma classificação da produção teórica sobre a matéria, bem como os seus elementos principais, que pode ser observada no quadro a seguir: Adaptado de: Bendassolli, 2012. Modelos Proposta Elementos principais 1. Campbell (1990- 1996) Determinantes do desempenho e seus componentes Determinantes do desempenho: conhecimento declarativo; conhecimentos procedimentais e habilidades; e motivação. Componentes do desempenho: proficiência em tarefas específicas ao cargo; proficiência em tarefas não específicas ao cargo; comunicação oral e escrita; demonstração de esforço; manutenção da disciplina pessoal; facilitação para pares e desempenho de equipe; supervisão e liderança; e gestão. 2. Borman e Motowidlo (1993) Desempenho como conceito multidimensional Dimensões do desempenho:: Desempenho de tarefa: contribuição para o núcleo técnico do cargo. Desempenho de contexto: persistência e esforço na realização das tarefas; realizar as tarefas voluntariamente; seguir regras e procedimentos; ajudar e cooperar com os outros; e apoiar e defender os objetivos organizacionais. 3. Murphy (1989) Desempenho como conceito dinâmico e multidimensional Estágios do desempenho nos quais as habilidades e a disposição variam: estágio de transição e estágio de manutenção. Dimensões do desempenho: comportamentos orientados para a tarefa; comportamentos interpessoais; comportamentos de indisponibilidade; e comportamentos destrutivos. 4. Frese e Zapf (1994); Frese e Fay (2001); Sonnentag (1998) Desempenho como conceito sequencial e desempenho ativo Desempenho como processo de acordo com uma sequência: 1°) estabelecimento de objetivos; 2°) busca de informação; 3°) planejamento; 4°) monitoramento; 5°) feedback. Desempenho ativo resultado da iniciativa pessoal, composta de: autoiniciativa, proatividade e persistência. 5. Pulakos. (2000- 2002); Desempenho adaptativo Desempenho como ação situacional e adaptativa expressa nas dimensões: lidar com emergências e situações de crise; lidar como o Griffin, Neal e Parker (2007) estresse no trabalho; resolver problemas criativamente; lidar com situações de trabalho incertas e imprevisíveis; aprender tarefas, tecnologias e procedimentos relacionados ao trabalho; demonstrar adaptabilidade interpessoal; demonstrar adaptabilidade cultural; e demonstrar adaptabilidade física. 6. Beal, Weiss, Barros e Macdermid (2005) Desempenho episódico Episódios de desempenho com comportamentos dirigidos aos objetivos organizacionais, contém os seguintes elementos: nível de recursos cognitivos e sua alocação; demandas de atenção relacionadas à tarefa; autorregulação da atenção; recursos regulatórios; pull de tarefas com efeito na atenção; e questões afetivas. Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal Os modelos teóricos do construto desempenho, expostos no quadro, são úteis para entender os efeitos decorrentes do nosso trabalho quando maximizamos nosso tempo e nossos esforços. Essas propostas teóricas, complementares entre si, podem ser agrupadas em diferentes aspectos do desempenho no trabalho: MODELO 1 As capacidades necessárias para atingir as tarefas. MODELO 2 As capacidades para se desenvolver no ambiente do trabalho. MODELO 1, 3 E 4 As motivações no curto e no longo prazo. MODELO 3, 5 E 6 Os aspectos dinâmicos do desempenho,que têm a ver com a forma como as pessoas reagem diante de circunstâncias extraordinárias em um período de tempo específico. Portanto, ser eficiente ou ter alta performance é mais complexo do que realizar entregas em menos tempo. O desempenho tem múltiplas variáveis, todas relevantes, e algumas dimensões adquirem mais importância do que outras, segundo o tipo de ocupação e atividade. Se você consegue gerenciar seu tempo estrategicamente de acordo com suas circunstâncias, prioridades e ambiente de trabalho, poderá maximizar seu desempenho, fazendo mais em menos tempo e melhor do que antes. No próximo módulo, estudaremos outro conceito vinculado à gestão de tempo: a gestão do estresse. Quando você compreender esses dois construtos, a sua relação e sua relevância, estará pronto para começar a controlar e orientar, em prol do seu interesse, o tempo, esse recurso escasso e insubstituível em nossas vidas. DIFERENÇAS CULTURAIS NA INTERPRETAÇÃO E GESTÃO DO TEMPO O especialista Enrique J. Sánchez Elvira fala acerca de diversas visões sobre o tempo de uma perspectiva cultural-tradicional, bem como suas aplicações na vida moderna: VEM QUE EU TE EXPLICO! A necessidade atual de gestão do tempo A especialista Carolina Ridolfi fala sobre a necessidade atual de gestão do tempo: Definindo a gestão do tempo A especialista Carolina Ridolfi fala sobre a definição de gestão do tempo: VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. APRESENTAMOS UMA DEFINIÇÃO DE GESTÃO DE TEMPO E EXPLICAMOS AS SUAS DIMENSÕES PRINCIPAIS. ASSINALE A SEGUIR A OPÇÃO QUE NÃO CARACTERIZA ESSE CONSTRUTO: A) É uma iniciativa essencialmente individual. B) Permite aumentar sempre nossa lista de tarefas. C) Desenvolve-se como um processo progressivo. D) Possibilita maior produtividade. E) Reorienta nosso tempo e nossos esforços. 2. ESTUDAMOS DIFERENTES DIMENSÕES TEÓRICAS DO CONCEITO DE DESEMPENHO. DENTRE AS DIMENSÕES APRESENTADAS A SEGUIR, INDIQUE QUAL CORRESPONDE A ESSE CONSTRUTO: A) O estado de manutenção é um dos elementos do desempenho de contexto. B) O desempenho é um fenômeno unidimensional. C) Lidar com emergências é um dos determinantes do desempenho. D) O desempenho é principalmente estático. E) O desempenho pode ser entendido como um processo sequencial. GABARITO 1. Apresentamos uma definição de gestão de tempo e explicamos as suas dimensões principais. Assinale a seguir a opção que não caracteriza esse construto: A alternativa "B " está correta. A gestão do tempo melhora nosso desempenho e a nossa saúde diante dos efeitos do estresse, mas não seria uma gestão adequada se fosse dirigida a ampliar as nossas tarefas ilimitadamente, pois, ao acrescentar novas tarefas, retornaria à situação que buscamos melhorar quando começamos a gerenciar nosso tempo. 2. Estudamos diferentes dimensões teóricas do conceito de desempenho. Dentre as dimensões apresentadas a seguir, indique qual corresponde a esse construto: A alternativa "E " está correta. Alguns autores apontam que o desempenho pode ser entendido como uma série de etapas que acontecem em uma certa ordem ou sequência, que começa com o estabelecimento de objetivos, passa pela busca de informação e planejamento, pelo monitoramento, e, por fim, o feedback. MÓDULO 2 Identificar os elementos envolvidos no estresse e seus efeitos Imagem: Shutterstock.com O QUE É ESTRESSE E QUAL É SUA RELAÇÃO COM A GESTÃO DO TEMPO? Você já deve ter experimentado estresse e seus sintomas em algum momento da sua vida. É um fenômeno recorrente hoje em dia e todos temos passado por essa sensação, em maior ou menor medida. Inclusive, é comum ter sintomas físicos ou psicológicos que atribuímos a outras causas, ou que simplesmente tratamos sem a ciência de que são causados pelo estresse. ATENÇÃO A intensidade do estressor e como cada pessoa o assimila são elementos essenciais para entender como se manifesta. O tempo ― ou a escassez dele ― diante de uma acumulação de tarefas cada vez maior é parte desse fenômeno. Neste módulo, entenderemos os processos que explicam o estresse e observaremos que é possível gerenciá-lo e até usá-lo a nosso favor. Considerando algumas das obras recentes mais importantes que tratam sobre o assunto (WHETTEN; CAMERON, 2011; ROBBINS; JUDGE; SOBRAL, 2010), podemos entender o estresse como: Uma resposta comportamental e fisiológica diante de um evento, circunstância ou ambiente que confronta um indivíduo pela sua importância, desafio ou incerteza. Dependendo do nível de estresse, ele pode gerar efeitos positivos ou negativos na pessoa que o experimenta. ATENÇÃO Mesmo que normalmente o estresse esteja relacionado a uma ameaça para a saúde, níveis baixos podem não ser prejudiciais, como veremos posteriormente com mais detalhes. Igualmente, as fontes do estresse são várias e a reação depende de cada pessoa em particular. Quanto às fontes de estresse, ou estressores, podemos citar alguns exemplos a partir de quatro categorias (WHETTEN; CAMERON, 2011): ESTRESSORES POR TEMPO É a fonte de estresse mais conhecida ou salientada. Acontece quando temos que fazer muitas coisas em pouco tempo. Normalmente, o conjunto de atividades pendentes sobrepassa nossas capacidades para realizá-las no tempo determinado, ou pelo menos temos essa percepção. Ter uma data-limite de entrega pode ajudar a motivar e ter um desempenho maior do que quando não existe um período específico para implementar uma tarefa. Entretanto, se realmente os prazos estão fora da realidade e tal situação é frequente, isso pode gerar danos na saúde. ESTRESSORES POR ENCONTROS Nesse caso, o que provoca o estresse são as relações com outras pessoas. Podem ser por desacordos com um familiar ou amigo e também, habitualmente, no contexto das organizações. Por exemplo, quando temos que trabalhar com alguém com quem temos um conflito ou participar de um grupo para resolver um problema e existem divergências de opinião. ESTRESSORES POR SITUAÇÕES Relacionados a ambientes ou circunstâncias específicas sobre as quais vivemos ou atuamos. Um exemplo comum é trabalhar em um lugar com condições deficientes: sem as ferramentas adequadas para realizar as tarefas, um espaço insuficiente ou um clima tóxico por múltiplas causas, entre outros elementos. Outro tipo de estressor situacional acontece quando sofremos rápidas mudanças que nos afetam significativamente. O nascimento de um filho ou mudar para uma nova empresa seriam exemplos dessa variante. ESTRESSORES POR ANTECIPAÇÃO : Essa última categoria refere-se a eventos desagradáveis que potencialmente podem ocorrer, está relacionado com nossos medos de eventos que são percebidos como um prejuízo expressivo. Se uma companhia anuncia que terá redução de pessoal, seus colaboradores podem se sentir estressados diante da possibilidade de serem demitidos. O medo de fracassar e ser criticado pelos colegas na apresentação de um trabalho também pode gerar estresse nos dias prévios ao evento. DIFERENÇAS INDIVIDUAIS NA EXPERIÊNCIA DO ESTRESSE Do mesmo modo que existem diferentes fontes causadoras de estresse, também são diversas as reações experimentadas pelas pessoas diante das mesmas fontes. Você deve conhecer alguém que, diante de um evento estressante, reage de forma exagerada ― em comparação com sua percepção. Ou, pelo contrário, provavelmente sabe de alguma pessoa que reage com muita tranquilidade frente a certas circunstâncias que, para você, produziriam estresse. Nesse sentido, o estresse depende das caraterísticas fisiológicas e da personalidade, assim como das circunstâncias pessoais. Você mesmo, na presença de um mesmo desafio, pode ter sentido estresse em um momento determinado da sua vida, e em outro, tê-lo recebido e administrado com calma. Sem entrar em detalhes psicológicos sobre os perfis da personalidade, há pessoas que enfrentam melhor as fontes de estresse que outras. Veja alguns exemplos: PERSONALIDADE TIPO A Um perfil mais propenso ao estresse, por exemplo, é aquele que apresenta traçosde impaciência, hostilidade, ambição e perfeccionismo. LÓCUS DE CONTROLE Em sentido contrário, as pessoas que acreditam que podem controlar seu destino, que têm uma predisposição para resolver seus problemas ― em vez de esperar que as circunstâncias externas mudem ―, podem experimentar menores níveis de estresse. AUTOEFICÁCIA Também há quem possua uma personalidade marcada pela autoeficiência, isto é, que tenha confiança cega de que possa conseguir seus objetivos e administrar melhor os obstáculos do que pessoas mais realistas ou pessimistas (BALDWIN; BOMMER; RUBIN, 2015). Além disso, existem circunstâncias pessoais que podem moderar ou confrontar o estresse. Se uma pessoa tem um apoio social ― da família, amigos ou colegas, por exemplo ―, é menos propenso a sofrer os sintomas do que alguém que não tem essa percepção de proteção. As organizações, da mesma forma, podem ativar ações para neutralizar ou compensar o excesso de estresse entre seus colaboradores. ATENÇÃO Em definitivo, os motivadores e repressores do estresse podem ser interpretados como um conjunto de forças enfrentadas (WHETTEN; CAMERON, 2011). Dependendo da intensidade das fontes motivadoras e do cúmulo dessas em comparação com a força dos repressores fisiológicos, da personalidade e do apoio social, uma pessoa sofrerá mais ou menos estresse. EFEITOS NEGATIVOS DO ESTRESSE Imagem: Shutterstock.com Considerando a perspectiva pessoal, o estresse pode ter múltiplas consequências, dependendo da intensidade resultante dessa disputa entre as forças motivadoras e repressoras. Níveis mais baixos Os níveis mais baixos podem ajudar na concentração e na melhora de nosso desempenho. Níveis mais extremos Os níveis mais extremos e o padecimento crônico do estresse podem desembocar na síndrome de burnout , ou de esgotamento profissional, com efeitos graves para a saúde. A seguir, elencamos os principais sintomas negativos do estresse de acordo com a sua tipologia: SINTOMAS FÍSICOS: dores de cabeça, dores nas costas, diarreia, pressão alta, doenças cardíacas, diabetes, urticárias, eczemas, perda de sono, perda de desejo sexual, queda de cabelo, alterações na menstruação, herpes, enfraquecimento do sistema imunológico e transtornos alimentares. SINTOMAS PSICOLÓGICOS: ansiedade, depressão, tensão, irritabilidade, tédio, procrastinação e diminuição da satisfação no trabalho. SINTOMAS COMPORTAMENTAIS: problemas nos relacionamentos interpessoais, diminuição da produtividade, absenteísmo do trabalho, aumento do consumo de álcool, aumento do consumo do tabaco, fala mais rápida e tiques nervosos. Muitas vezes, buscamos tratamentos que aliviam os inúmeros sintomas provocados pelo estresse, mas não enfrentamos e gerenciamos o estresse, que é a causa original desses problemas. Nas organizações, um dos contextos em que são produzidos mais motivadores do estresse, também há efeitos negativos se olharmos de uma perspectiva puramente gerencial. Estudos mostram que a maioria dos trabalhadores, no mundo e no Brasil, sofrem de estresse. Calculam-se perdas bilionárias no conjunto da economia devido aos efeitos do estresse. Por um lado, a produtividade das empresas está diminuindo por falta de motivação, menor comprometimento e queda do desempenho dos colaboradores. Por outro lado, estão aumentando o absenteísmo e a rotatividade entre os trabalhadores, o que resulta em abandono da organização ou em demissões. Imagem: Shutterstock.com Isso traz custos tanto pelo trabalho que deixa de ser feito quanto em razão dos custos de treinamentos recorrentes. A CURVA DO ESTRESSE Embora o estresse esteja associado a um fenômeno negativo — basta observar a lista de efeitos negativos para a saúde —, quando existe um nível adequado, pode gerar efeitos positivos. Essa realidade pode ser representada, em forma de curva, atendendo à relação entre o nível de estresse e o desempenho, bem como seus efeitos na saúde. Imagem: Shutterstock.com O gerenciamento do estresse permite atingir o nível ótimo, sem prejuízos. Quanto ao desempenho, um estresse controlado ou produtivo pode melhorar a nossa produtividade no trabalho ou em outras circunstâncias da vida. Se o estresse for muito pouco, pode gerar inatividade e um desempenho menor, mas se o estresse estiver acima do ideal, podemos experimentar sintomas negativos, tais como a exaustação, síndrome do pânico, ansiedade, ou ter um colapso nos níveis de burnout . Assim, o paradoxo é que um alto desempenho pode ser destruído tanto por falta de estresse como por excesso. SAIBA MAIS Além dessa particular relação com o desempenho, alguns estudos apontam que o estresse, sempre que for moderado, em curto prazo, pode ter efeitos positivos na saúde. Assim, pode melhorar o sistema imunológico; prevenir o Alzheimer melhorando a memória; aprimorar as recuperações depois de cirurgias; prevenir o câncer de mama; ou gerar um desenvolvimento mais rápido dos filhos durante a gravidez (BALDWIN; BOMMER; RUBIN, 2015). POR QUE É IMPORTANTE GERENCIAR O ESTRESSE? A gestão do estresse se justifica considerando a prevalência dos seus efeitos em uma parte considerável da sociedade atual. São múltiplos seus sintomas, com manifestações físicas, psicológicas e comportamentais. Além disso, as virtudes do estresse em níveis moderados, assim como as diferenças pessoais na hora de assimilar os estressores e seus efeitos, nos convidam a dar um passo à frente e acionar certas práticas para gerenciar esse fenômeno. A importância de dar esse passo não é somente individual. As organizações, bem como a iniciativa pública, devem também assumir o compromisso de combater os níveis prejudiciais do estresse. SAIBA MAIS Assim, autores como Jeffrey Pfeffer, por exemplo, no seu livro Morrendo por um $alário: como as práticas modernas de gerenciamento prejudicam a saúde dos trabalhadores e o desempenho da empresa (2019), apontam para essa problemática e denunciam a inatividade do Estado para oferecer soluções. Segundo ele, o movimento crescente de sensibilização e responsabilização pela sustentabilidade deveria incluir também as pessoas e a procura do seu bem-estar. No módulo seguinte, serão expostas, precisamente, orientações práticas para começar a gerenciar tanto seu estresse quanto seu tempo. Essas práticas têm uma perspectiva essencialmente individual, mas sempre podem ser extrapoladas para um contexto mais amplo, como o das organizações. O ESTRESSE E SEUS EFEITOS NA CRIATIVIDADE O especialista Enrique J. Sánchez Elvira fala sobre o estresse nos trabalhadores e sua interferência na capacidade criativa e resolutiva: VEM QUE EU TE EXPLICO! Por que é importante gerenciar o estresse A especialista Carolina Ridolfi fala sobre por que é importante gerenciar o estresse: A curva do estresse A especialista Carolina Ridolfi fala sobre a curva do estresse: VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. OS ESTRESSORES SÃO FONTES OU FATORES QUE PODEM PRODUZIR ESTRESSE. ASSINALE A SEGUIR A OPÇÃO CORRETA EM RELAÇÃO À CATEGORIA DE ESTRESSOR POR ANTECIPAÇÃO: A) Manifesta-se principalmente no ambiente de trabalho. B) Tem a ver com eventos futuros potencialmente prejudiciais. C) As relações sociais geram estressores por antecipação. D) Acontece quando o tempo é limitado. E) É mais frequente que os estressores situacionais. 2. OBSERVAMOS COMO O ESTRESSE PODE SER EXPERIMENTADO DE FORMA DIFERENTE EM CADA PESSOA DIANTE DOS MESMOS EVENTOS. DENTRE AS EXPLICAÇÕES QUE JUSTIFICAM ESSE APRENDIZADO, INDIQUE A ALTERNATIVA CORRETA: A) As iniciativas corporativas não podem compensar a experiência do estresse./p> B) A experiência de estresse intensivo ajuda a reprimi-lo no futuro. C) As pessoas perfeccionistas enfrentam melhor o estresse. D) Depende da cultura de cada indivíduo. E) O apoio social pode diminuir os efeitos dos estressores. GABARITO 1. Os estressores são fontes ou fatores que podem produzir estresse. Assinale a seguir a opção correta em relação à categoria de estressorpor antecipação: A alternativa "B " está correta. Esse tipo de estressor faz referência à percepção de que um acontecimento incerto pode nos prejudicar de algum modo. 2. Observamos como o estresse pode ser experimentado de forma diferente em cada pessoa diante dos mesmos eventos. Dentre as explicações que justificam esse aprendizado, indique a alternativa correta: A alternativa "E " está correta. O entorno de cada pessoa é um determinante na experiência do estresse e o suporte social pode moderar seus efeitos. MÓDULO 3 Listar as principais recomendações para gerenciar o tempo e o estresse Imagem: Shutterstock.com COMO COMEÇAR A GERENCIAR SEU TEMPO E SEU ESTRESSE Você já deve entender melhor o que significa gerenciar o tempo e o estresse, as vantagens que isso pode trazer, bem como sua relação com a produtividade. Talvez esteja mais convencido da conveniência de implementar esses processos na sua vida. Como começar a administrar melhor seu tempo e seu estresse? RESPOSTA O primeiro passo é, claro, tomar uma posição decidida para realizar essas mudanças. De nada serve começar essa iniciativa se você a abandonar depois de poucos dias. Em segundo lugar, você deve ter ferramentas claras e especializadas para implementar esses processos. O que recomenda a literatura? Quais conselhos oferecem os especialistas em gestão sobre o assunto? A seguir, apresentaremos uma série de recomendações para gerenciar tanto o tempo quanto o estresse. Em decorrência da sua estreita relação, os dois elementos podem ser abordados de forma ampla e conjunta. Tomaremos as obras de referência mais relevantes e classificaremos as suas orientações principais, para ter uma compreensão mais clara delas, em quatro categorias: MENTALIDADE PLANEJAMENTO EXECUÇÃO AMBIENTE Imagem: Shutterstock.com RECOMENDAÇÕES EM RELAÇÃO À SUA MENTALIDADE Essa categoria se refere à sua predisposição psicológica para priorizar certos padrões de comportamento. Esse termo também é conhecido como mindset ou configuração da mente. É um aspecto crucial para implementar todas as ferramentas que podem melhorar a gestão do seu tempo e estresse, sendo um ponto de partida fundamental. As principais recomendações relativas à sua mentalidade são: PRATIQUE O AUTOCONHECIMENTO. Realizar um autodiagnóstico das suas fortalezas e prioridades é um primeiro passo essencial. Drucker (2005) sugere, com o fim de nos autogerenciar, identificar quais são nossas virtudes, valores e em quais aspectos temos mais deficiências. O autoconhecimento permitirá ter clareza de quais deficiências temos de corrigir. IDENTIFIQUE AS CAUSAS DO ESTRESSE. Ligada à recomendação anterior, o autoconhecimento também implica reconhecer o que nos causa estresse. Segundo Grady (2017), essa é a forma de iniciar a confrontação do estresse. A partir da identificação das forças motivadoras e da compreensão sobre as sensações que experimenta, você poderá, posteriormente, combatê-lo. COMECE COM O FIM NA MENTE. Covey (2017), no seu bestseller Os 7 hábitos das pessoas altamente eficazes , aconselha ter sempre presente um fim principal na sua vida. Um objetivo vital, certo, bem definido, que possa orientar todas as suas ações e metas. Assim, recomenda-se escrever a sua missão pessoal e inferir os princípios e metas que se descolam dela. POTENCIALIZE A ATENÇÃO. A dificuldade para manter o foco em uma atividade é um dos sintomas dos tempos atuais e das gerações mais novas. Você deve ser consciente desse problema e desenvolver a sua capacidade de concentração diante de fontes de distrações cada vez mais recorrentes. ENFRENTE A PREGUIÇA E A PROCRASTINAÇÃO. Às vezes, esses fatores se apresentam sob a aparência de trabalho, como quando começamos a arrumar coisas, responder e-mails e mensagens imediatamente ou fazer uma pesquisa pela Internet. Para aproveitar melhor o tempo, você deve primeiro deixar de perdê-lo. O PODER DO HÁBITO E DA ROTINA. Duhigg (2012) estuda o funcionamento dos hábitos e os efeitos que eles têm nas nossas vidas. O desenvolvimento de seus hábitos é chave para conseguir grandes mudanças. A rotina ― a sucessão repetida das mesmas atividades ao longo das semanas ― também é outra prática essencial para combater a preguiça e a procrastinação (POZEN, 2013). RECOMENDAÇÕES EM RELAÇÃO AO PLANEJAMENTO Planejar nossas atividades com antecedência é um dos eixos da gestão de tempo e ajuda a administrar melhor as potenciais fontes do estresse. Imagem: Shutterstock.com Uma parte significativa da literatura na matéria está focada, precisamente, em oferecer dicas específicas para desenvolver com sucesso esse aspecto. Compilamos algumas das mais recorrentes: PRIORIZE OBJETIVOS E FOQUE O MAIS IMPORTANTE A regra 80/20 indica que somente 20% de nossos esforços são dirigidos a atingir 80% dos nossos resultados (POZEN, 2013). Recomenda-se ter clareza sobre as atividades com mais impacto em nossos objetivos principais e focá-las, mesmo que sejam mais demoradas ou difíceis. Normalmente, temos a tendência a priorizar o urgente e o mais rápido de executar. Para evitar isso, podemos usar a seguinte matriz: Extraído de: BALDWIN; BOMMER; RUBIN, 2015, p. 24 Urgente Não urgente Importante Quadrante I Quadrante II Crises Prevenção Pressão dos problemas Construção de relacionamentos Projetos centrados no prazo Reconhecimento de novas oportunidades Planejamento Não importante Quadrante III Quadrante IV Interrupções Trivialidades Algumas chamadas Trabalho engajado Algumas correspondências Algumas correspondências Alguns relatórios Alguns telefonemas Algumas reuniões Consumidores de tempo Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal CRIE UMA AGENDA E UMA LISTA DE TAREFAS Ter uma agenda semanal que inclua uma lista de tarefas é essencial para gerenciar o tempo e, além de tudo, pode moderar a fonte de estressores por antecipação. Revise a agenda com frequência, é normal mudarmos nossos planos. Marque as atividades que vai realizando, comemore as pequenas vitórias, pois terá uma sensação de satisfação que lhe motivará para ter um desempenho melhor. PROGRAME ADEQUADAMENTE E CONCRETAMENTE Planeje sua agenda de forma realista (ROBBINS; JUDGE; SOBRAL, 2010), para que ela possa efetivamente lhe orientar. Coloque objetivos específicos, mensuráveis e fragmente as tarefas maiores em partes. MEÇA A PRODUTIVIDADE Com base na sua agenda, recomenda-se fazer um balanço, ao final do dia e de cada semana, sobre os seus resultados e as horas efetivamente trabalhadas, assim como as horas não produtivas. Quando medimos o que fazemos, é mais fácil melhorar. Nesse caso, lhe ajudará a procrastinar menos e a manter o foco. ADAPTE SUA AGENDA À SUA FISIOLOGIA ada pessoa tem um horário de maior capacidade de trabalho pessoal e de maior disponibilidade para tratar com as pessoas. Se você rende mais na primeira hora de manhã, foque-se então nas atividades mais importantes e marque as reuniões para depois do almoço (ALLEN, 2016). Marque na sua agenda as atividades que exijam maior concentração em horários e lugares nos quais você saiba que não terá interrupções ou distrações (WHETTEN; CAMERON, 2011). Caso você tenha menos energia nos últimos dias da semana, agende atividades que exijam menos esforço (por exemplo, arquivar documentos, trabalhos repetitivos, responder e-mails etc.) para a quinta ou sexta-feira. PLANEJE TEMPO PARA VOCÊ E DIMINUA SUA JORNADA A gestão de tempo, como estudamos, também permite disponibilizar mais horas para seu lazer pessoal (WHETTEN; CAMERON, 2011). Agende também atividades pessoais e, se está dando tudo certo com a sua nova organização, pode reduzir suas horas de trabalho sem prejudicar seu desempenho. RECOMENDAÇÕES EM RELAÇÃO À EXECUÇÃO Quando já tiver melhorado a sua organização e planejamento ― terá que extrair seus próprios aprendizados com a prática e implementá-los ―, a execução será mais simples e eficiente que antes. Além disso,reforce a forma como executa suas atividades considerando esses conselhos: FAÇA UMA COISA DE CADA VEZ Lembre-se de manter o foco em uma só tarefa. Quando finalizar, pule para a atividade seguinte da sua agenda (ALLEN, 2016). O impulso natural é fazer muitas coisas ao mesmo tempo para acelerar as pendências ou fazer as coisas assim que forem surgindo, mas não lhe ajudará a ser mais produtivo nem reduzirá seu estresse. Anote numa lista ou na agenda as novas demandas que aparecerem, mas não deixe de fazer o que está fazendo. Os e-mails são particularmente perigosos se queremos manter o foco. Reserve dois ou três momentos no dia a revisar sua caixa de entrada e esqueça dela nos períodos restantes. EXECUTE NA HORA SÓ O QUE FOR IMPORTANTE E SIMPLES A única exceção para alterar a sua agenda são aquelas atividades que não exijam muito tempo para completá-las e que, além de tudo, estejam dirigidas a completar seus objetivos mais importantes. É o que alguns autores conhecem como a regra dos 2 minutos ou o método do queijo suíço (BALDWIN; BOMMER; RUBIN, 2015). ACEITE A IMPERFEIÇÃO E NÃO ACEITE TODAS AS PROPOSTAS Esperar a perfeição em todos os nossos resultados pode gerar um desempenho conjunto menor. Não é conveniente estancar-se em uma atividade ou atrasar a data das entregas para fazer um produto excelente. Tente fazer o melhor em um tempo determinado (POZEN, 2013). Na mesma linha, aprenda a dizer não a certas propostas de trabalho ou atividades se sua agenda estiver saturada. Pode pensar que vai perder oportunidades, mas é pior se comprometer com muitas coisas e não atender a nenhuma corretamente. APROVEITE OS MOMENTOS DE ESPERA Passamos muito tempo esperando ou nos deslocando de um lugar para outro. Se somar esses períodos diários, você observará como ocupa muito tempo ao longo de um mês. Tente fazer alguma coisa entre as atividades da sua agenda enquanto espera (WHETTEN; CAMERON, 2011). REALIZE INTERVALOS CURTOS Desenvolva o hábito de trabalhar intensamente por períodos de aproximadamente 90 minutos. Em seguida, descanse por 5 ou 10 minutos. Às vezes, uma soneca ao longo do dia pode lhe oferecer um desempenho global maior do que tentar trabalhar sem pausa (ALLEN, 2016). DESENVOLVA TÉCNICAS DE LEITURA, ESCRITA E FALA EFICAZES Obras como as de Robert Pozen (2013) oferecem dicas práticas para acelerar e ser mais direto na hora de ler documentos, escrever ou repassar mensagens. A prática sempre lhe ajudará na aprendizagem dessas técnicas. USE A REGRA DOS 10 MINUTOS PARA COMBATER A PREGUIÇA Essa técnica pode lhe ajudar a vencer a procrastinação e a preguiça. Quando estiver desfocado e sem energias, antes de abandonar uma atividade agendada, comprometa-se a se concentrar por 10 minutos em realizar a tarefa. Depois, decida se quer continuar ou não. O desafio parece menor assim e você observará que, na maioria das vezes, continuará trabalhando além dos 10 minutos. RECOMENDAÇÕES EM RELAÇÃO AO SEU AMBIENTE O ambiente na gestão do tempo e do estresse se refere: Imagem: Gian Corapi Estas são algumas das indicações mais importantes: CRIE UM LUGAR PRODUTIVO Recomenda-se cuidar dos elementos materiais e imateriais do espaço no qual trabalhamos. Deve ser um lugar confortável e atrativo, pois você vai passar muitas horas nele. Idealmente, tem que haver espaço suficiente para a realização das tarefas, estar limpo, ordenado e não ser barulhento. As questões ergonômicas são importantes, tanto no escritório quanto em casa. Tenha o hábito de organizar adequadamente os arquivos digitais, de forma que seja fácil acessá-los quando necessário. Por fim, invista ― ou peça para a sua empresa ― na aquisição de ferramentas ou equipamentos que lhe auxiliem na implementação da sua atividade. PROCURE UM EQUILÍBRIO ENTRE O PROFISSIONAL E O PESSOAL É um dos propósitos principais da gestão do tempo e do estresse. Ganhe horas para dedicar à sua família, amigos ou lazer. Busque empregadores flexíveis ou incentive-os na sua organização. Ter uma margem de tolerância para distribuir seus horários, assim como a possibilidade de fazer trabalho remoto alguns dias na semana facilitarão esse equilíbrio. Finalmente, não misture os dois âmbitos: não leve seu estado psicológico do trabalho para sua casa e vice-versa (POZEN, 2013). PROMOVA A CONECTIVIDADE SOCIAL Vinculado à orientação anterior, uma vida social rica e autêntica fortalece a sua resiliência e desenvolve sua inteligência emocional para administrar melhor o estresse. Nesse sentido, a socialização reprime os motivadores do estresse por encontro e por situação (WHETTEN; CAMERON, 2011). CUIDE DA NUTRIÇÃO, DO ESTADO FÍSICO E REPOUSE Estar saudável é indispensável para ter um desempenho melhor e evitar os efeitos do estresse. Desenvolva novos hábitos alimentares, de exercício e de sono para aprimorar seu estado fisiológico, ter mais energia e abandonar seus costumes negativos. Incorpore, progressivamente, esses hábitos na sua rotina, não faça nada de radical ou traumático que não seja sustentável no tempo. PRATIQUE TÉCNICAS DE RELAXAMENTO A meditação, mindfulness , exercícios de respiração ou qualquer outra prática similar lhe ajudarão a estar mais concentrado e presente na sua vida pessoal e profissional. Além disso, melhorará a sua saúde e o tornará menos propício a sofrer estresse. Adicione também algumas dessas práticas na sua rotina diária ou semanal e perceberá logo os resultados. PRÁTICAS DE RELAXAMENTO PARA A GESTÃO DO TEMPO E ESTRESSE O especialista Enrique J. Sánchez Elvira fala sobre os benefícios das técnicas de relaxamento mais comuns e sua relação com a gestão do tempo e do estresse: VEM QUE EU TE EXPLICO! Como começar a gerenciar seu tempo e seu estresse A especialista Carolina Ridolfi fala sobre como começar a gerenciar seu tempo e seu estresse: Recomendações em relação ao planejamento A especialista Carolina Ridolfi fala sobre recomendações em relação ao planejamento: VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. APONTAMOS DIFERENTES CATEGORIAS PARA GERENCIAR OS ASPECTOS PRÁTICOS DO TEMPO E DO ESTRESSE. ASSINALE A SEGUIR A ALTERNATIVA QUE É CONSIDERADA UMA DESSAS CATEGORIAS: A) Aumento do número das atividades. B) O mindset . C) O autoconhecimento. D) Ações corporativas. E) O escritório. 2. DURANTE A EXECUÇÃO DAS NOSSAS TAREFAS, É POSSÍVEL APLICAR CERTAS PRÁTICAS QUE APRIMORAM NOSSO TEMPO E DIMINUEM OS EFEITOS DO ESTRESSE. DENTRE AS PRÁTICAS CITADAS A SEGUIR, INDIQUE QUAL É A RECOMENDADA PARA ESSE FIM: A) Desenvolver o hábito de realizar muitas tarefas num mesmo período de tempo. B) Buscar sempre a excelência nas entregas, por mais que demore. C) Uma leitura detalhada sempre gerará um desempenho maior. D) Fazer o mais simples primeiro pode aquecer nosso ritmo de execução. E) Descansar por 5 ou 10 minutos depois de 90 minutos de trabalho intensivo. GABARITO 1. Apontamos diferentes categorias para gerenciar os aspectos práticos do tempo e do estresse. Assinale a seguir a alternativa que é considerada uma dessas categorias: A alternativa "B " está correta. O mindset , ou mentalidade, é uma das categorias relevantes das orientações práticas sugeridas pelos especialistas na gestão do tempo e do estresse. 2. Durante a execução das nossas tarefas, é possível aplicar certas práticas que aprimoram nosso tempo e diminuem os efeitos do estresse. Dentre as práticas citadas a seguir, indique qual é a recomendada para esse fim: A alternativa "E " está correta. Alguns autores indicam que nossa capacidade de trabalho é rítmica, com períodos de concentração intensiva de aproximadamente 90 minutos, precisando sempre de um intervalo curto de descanso para voltar a render. CONCLUSÃO CONSIDERAÇÕES FINAIS O tempo é um recurso escasso e insubstituível, cada vez mais apreciado em um entorno profissional e pessoal progressivamente mais exigente. Gerenciar o tempo nos ajudará a ter um desempenho melhor e, ao mesmo tempo, a dedicar mais tempo para aquilo que mais nos interessa e que priorizamos. Éimportante não cair na armadilha da gestão do tempo, gerando cada vez mais trabalho conforme ganha tempo e, portanto, mais estresse. A gestão do tempo está estreitamente ligada à gestão do estresse e devemos estar cientes da sua importância. Se a intensidade dos estressores ultrapassa certos níveis, pode trazer efeitos muito perniciosos para a saúde física, psicológica e comportamental. Nos dias atuais, infelizmente é um fenômeno que afeta a maioria dos trabalhadores e são poucas as ações corporativas e públicas direcionadas para combatê-lo. Neste estudo, foram oferecidas várias recomendações dos principais especialistas no assunto para gerenciar o tempo e o estrese em quatro âmbitos de atuação: a predisposição mental; a organização e o planejamento; a execução das tarefas; e o ambiente e o estado fisiológico. AVALIAÇÃO DO TEMA: REFERÊNCIAS ALLEN, D. A arte de fazer acontecer. Rio de Janeiro: Sextante, 2016. BALDWIN, T.; BOMMER, B.; RUBIN., R. Gerenciando o comportamento organizacional: o que os gestores eficazes sabem e fazem. 2. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2015. BENDASSOLLI, P. F. Desempenho no trabalho: revisão da literatura. Psicologia Argumento, Curitiba, v. 30, n. 68, p. 171-84, jan./mar. 2012. BURKEMAN, O. Why time management is ruining our lives? The Guardian. Publicado em: 22 dez. 2016. CAMPBELL, J. P. The definition and measurement of performance in the new age. In : ILGE, D. R.; PULAKOS, E. D. (org.). The changing nature of performance. São Francisco: Jossey-Bass, 1999, p. 399-429. COVEY, S. Os 7 hábitos das pessoas altamente eficazes: Lições poderosas para a transformação pessoal. 60. ed. Rio de Janeiro: BestSeller, 2017. DRUCKER, P. Managing oneself. Harvard Business Review, [s. l.], p. 100-109, jan. 2005. DRUCKER, P. The effective executive: the definitive guide to getting the right things done. Ed. revisada. Nova York: Collins, 2006. DUHIGG, C. O poder do hábito: por que fazemos o que fazemos na vida e nos negócios? Rio de Janeiro: Objetiva, 2012. GRADY, A. Handle your stress better by knowing what causes it. Harvard Business Review. Publicado em: 21 jun. 2017. PFEFFER, J. Morrendo por um $alário: como as práticas modernas de gerenciamento prejudicam a saúde dos trabalhadores e o desempenho da empresa. Rio de Janeiro: Alta Books, 2019. POZEN, R. Alta produtividade: hábitos e métodos únicos para melhores resultados e menos horas de trabalho. Rio de Janeiro: Elsevier, 2013. ROBBINS, S.; JUDGE, T.; SOBRAL, F. Comportamento organizacional: teoria e prática no contexto brasileiro. 14. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2010. WHETTEN, D.; CAMERON, K. Developing management skills. 8. ed. Londres: Pearson, 2011. EXPLORE+ Super ocupado: um livro (misericordiosamente) pequeno sobre um problema (realmente) grande , de Kevin DeYoung, mostra o fracasso por trás de vidas de aparente sucesso e alerta para o perigo de workaholics perderem o amor pelo que fazem, pelas pessoas e até por elas próprias. Enfrente a procrastinação lendo a obra A cura da procrastinação , de Damon Zahariades. Identifique junto a Nicolas Cole os hábitos que estão arruinando a sua produtividade no artigo 8 horrible habits that are ruining your productivity (and what you can do to fix them) , disponível no site Inc. CONTEUDISTA Enrique Jesús Sánchez Elvira CURRÍCULO LATTES javascript:void(0);
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