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Processo e Relação Jurídica Processual

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Autora: Profa. Maria Teresa de Souza Barboza
Colaboradora: Profa. Elizabeth Nantes Cavalcante 
Processo e Relação 
Jurídica Processual
Professora conteudista: Maria Teresa de Souza Barboza
Doutora (2015) e mestre (1995) em Direito do Trabalho e Direito das Relações Sociais pela Pontifícia Universidade 
Católica de São Paulo (PUC-SP) e graduada em Direito pela Universidade Mackenzie (1987).
Professora titular da Universidade Paulista (UNIP) dos cursos de graduação em Direito e pós-graduação em 
Direito do Trabalho, Processo Civil e Direito Previdenciário, e do curso de gestão de Serviços Jurídicos, Notariais e de 
Registro, de Ensino Presencial e a Distância (EaD). Atua como advogada e consultora jurídica em direito do trabalho, 
mediadora e conciliadora.
© Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou 
quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem 
permissão escrita da Universidade Paulista.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
B239t Barboza, Maria Teresa de Souza.
Processo e Relação Jurídica Processual / Maria Teresa de Souza 
Barboza. – São Paulo: Editora Sol, 2021.
156 p., il.
Nota: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e 
Pesquisas da UNIP, Série Didática, ISSN 1517-9230.
CDU 347.8
U511.00 – 21
Prof. Dr. João Carlos Di Genio
Reitor
Prof. Fábio Romeu de Carvalho
Vice-Reitor de Planejamento, Administração e Finanças
Profa. Melânia Dalla Torre
Vice-Reitora de Unidades Universitárias
Profa. Dra. Marília Ancona-Lopez
Vice-Reitora de Pós-Graduação e Pesquisa
Profa. Dra. Marília Ancona-Lopez
Vice-Reitora de Graduação
Unip Interativa – EaD
Profa. Elisabete Brihy 
Prof. Marcello Vannini
Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar
Prof. Ivan Daliberto Frugoli
 Material Didático – EaD
 Comissão editorial: 
 Dra. Angélica L. Carlini (UNIP)
 Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR)
 Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT)
 Apoio:
 Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD
 Profa. Deise Alcantara Carreiro – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos
 Projeto gráfico:
 Prof. Alexandre Ponzetto
 Revisão:
 Lucas Ricardi
Sumário
Processo e Relação Jurídica Processual
APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................................................9
INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................................................9
Unidade I
1 PROCESSO .......................................................................................................................................................... 11
1.1 Processo: conceito e objetivo .......................................................................................................... 11
1.2 Tipos de processo.................................................................................................................................. 13
1.3 Teorias sobre a natureza jurídica do processo .......................................................................... 14
1.3.1 Processo como contrato ...................................................................................................................... 14
1.3.2 Processo como quase contrato ......................................................................................................... 15
1.3.3 Processo como instituição .................................................................................................................. 15
1.3.4 Processo como situação jurídica ...................................................................................................... 15
1.3.5 Processo como relação jurídica ......................................................................................................... 16
1.4 Ação, processo e procedimento ...................................................................................................... 16
2 RELAÇÃO JURÍDICA PROCESSUAL ............................................................................................................ 17
2.1 Relação jurídica processual: conceito e objeto ........................................................................ 17
2.2 Relação jurídica processual e relação material: diferença .................................................. 18
2.3 Características da relação processual .......................................................................................... 19
2.4 Elementos da relação processual: sujeitos, objeto e vínculo .............................................. 20
2.5 Autonomia da relação processual ................................................................................................. 22
3 PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS .................................................................................................................. 22
3.1 Pressupostos processuais: conceito e reconhecimento ........................................................ 23
3.2 Pressupostos processuais: existência ou de constituição da relação processual ............24
3.3 Pressupostos processuais: desenvolvimento da relação processual................................ 24
3.4 Pressupostos processuais subjetivos ............................................................................................ 25
3.5 Pressupostos processuais objetivos .............................................................................................. 26
3.6 Demonstração gráfica dos pressupostos processuais subjetivos e objetivos .............. 27
4 SUJEITOS DO PROCESSO .............................................................................................................................. 27
4.1 Sujeitos do processo: conceito ....................................................................................................... 28
4.2 O juiz e seu papel no processo moderno .................................................................................... 28
4.3 Poderes e deveres do juiz .................................................................................................................. 30
4.3.1 Responsabilidade do juiz ..................................................................................................................... 32
4.3.2 Impedimento e suspeição do juiz .................................................................................................... 32
4.3.3 Procedimento de impedimento e suspeição do juiz ................................................................ 34
4.3.4 Auxiliares da justiça ............................................................................................................................... 35
4.4 Partes: autor e réu ............................................................................................................................... 36
4.4.1 Capacidade de ser parte ....................................................................................................................... 37
4.4.2 Capacidade de estar em juízo ou capacidade processual ou legitimatio ad processum ........37
4.4.3 Capacidade postulatória ...................................................................................................................... 43
4.4.4 Diferença entre capacidade de ser parte, de estar em juízo e a postulatória ............... 44
4.5 Deveres das Partes e de seus Procuradores ............................................................................... 45
4.5.1 Responsabilidade das partes por dano processual ................................................................... 47
4.6 Despesas, honorários advocatícios e multas ............................................................................. 48
4.6.1 Despesas e multas ..................................................................................................................................48
4.6.2 Honorários advocatícios ...................................................................................................................... 50
4.7 Gratuidade da justiça ......................................................................................................................... 52
4.8 Substituição processual ..................................................................................................................... 55
4.8.1 Sucessão de parte ................................................................................................................................... 56
4.8.2 Diferença entre substituição processual, representação processual 
e sucessão processual ...................................................................................................................................... 56
4.8.3 Sucessão do advogado ......................................................................................................................... 57
4.9 Papel do Ministério Público ............................................................................................................. 57
4.9.1 Atuação do Ministério Público como parte ................................................................................. 59
4.9.2 Atuação do Ministério Público como fiscal da lei ..................................................................... 60
4.9.3 Aspectos processuais da atuação do Ministério Público ........................................................ 60
Unidade II
5 ATOS PROCESSUAIS ....................................................................................................................................... 63
5.1 Atos processuais: conceito e características ............................................................................. 63
5.2 Forma dos atos processuais ............................................................................................................. 64
5.2.1 Requisitos dos atos processuais ........................................................................................................ 65
5.2.2 Negociação processual ......................................................................................................................... 70
5.2.3 Processo eletrônico e os atos processuais .................................................................................... 71
5.2.4 Prazos .......................................................................................................................................................... 72
5.3 Classificação dos atos processuais ................................................................................................ 81
5.3.1 Atos processuais das partes ................................................................................................................ 81
5.3.2 Atos do juiz................................................................................................................................................ 82
5.4 Documentação do ato processual ................................................................................................. 83
5.5 Vícios dos atos processuais .............................................................................................................. 84
5.5.1 Conceito...................................................................................................................................................... 84
5.5.2 Nulidade ..................................................................................................................................................... 84
5.5.3 Arguição e decretação da nulidade ................................................................................................. 88
5.5.4 Quadro comparativo das invalidades do processo .................................................................... 88
6 LITISCONSÓRCIO E INTERVENÇÃO DE TERCEIROS ............................................................................. 89
6.1 Conceito de parte e de terceiro ...................................................................................................... 89
6.2 Litisconsórcio ......................................................................................................................................... 90
6.2.1 Classificação de litisconsórcio ........................................................................................................... 91
6.2.2 Efeitos do litisconsórcio sobre o processo .................................................................................... 96
6.2.3 Quadro de litisconsórcio relacionado à obrigatoriedade ou não de sua instituição e a 
natureza da decisão para cada litisconsorte na relação jurídica material ................................. 97
6.3 Intervenção de terceiros .................................................................................................................... 97
6.3.1 Assistência ................................................................................................................................................. 98
6.3.2 Denunciação da lide ............................................................................................................................102
6.3.3 Chamamento ao processo .................................................................................................................106
6.3.4 Incidente de desconsideração da personalidade jurídica .....................................................108
6.3.5 Amicus curie ............................................................................................................................................111
Unidade III
7 FORMAÇÃO, SUSPENSÃO E EXTINÇÃO DO PROCESSO ..................................................................114
7.1 Formação do processo ......................................................................................................................115
7.1.1 Impulso oficial ........................................................................................................................................115
7.1.2 Estabilização do processo .................................................................................................................. 116
7.2 Suspensão do processo de conhecimento ...............................................................................118
7.2.1 Hipóteses de suspensão do processo ............................................................................................ 119
7.3 Extinção do processo ........................................................................................................................125
7.3.1 Sentenças definitivas e terminativas ........................................................................................... 126
7.3.2 Sentenças terminativas: extinção do processo sem resolução de mérito .................... 126
7.3.3 Sentenças definitivas: extinção do processo com resolução de mérito .........................131
8 PROCESSO E PROCEDIMENTO ..................................................................................................................132
8.1 Processo e procedimento ................................................................................................................132
8.2 Procedimento comum e procedimentos especiais ...............................................................133
8.3 Petição inicial .......................................................................................................................................134
8.3.1 Requisitos da petição inicial ........................................................................................................... 135
8.3.2 Emenda, saneamento ou complementação da inicial e inalterabilidade 
da petição inicial ............................................................................................................................................. 144
8.3.3 Indeferimentoda petição inicial ................................................................................................... 147
8.3.4 Improcedência liminar do pedido ................................................................................................. 148
9
APRESENTAÇÃO
A presente disciplina tem por objetivo o estudo e o conhecimento dos principais institutos do direito 
processual civil, com ênfase na Teoria Geral do Processo Civil relativo ao estudo do processo, e a relação 
jurídica processual, sua formação, as causas de sua extinção, os sujeitos do processo e a intervenção de 
terceiros no processo civil, visando à excelência na atuação da advocacia em todas as áreas do direito 
e demais profissões afins, como magistratura, ministério público, defensoria pública, procuradoria, 
delegacia, assistência judiciária e outras que têm como base o conhecimento do direito.
No tocante aos objetivos específicos, o estudo de Processo e Relação Jurídica Processual permitirá 
situar o processo civil dentro dos demais setores em que o direito se desenvolve, definindo e estudando 
toda a sua estrutura, a sua cientificidade e a sua lógica, sempre dentro da dimensão da realidade concreta, 
ou melhor, a aplicação e a condução de uma ação judicial por meio da qual visa ao deferimento de 
uma pretensão.
Será realizado o estudo e a compreensão do processo e da formação da relação jurídica processual; 
da ação, processo e procedimento; dos sujeitos da relação processual, que abrange as partes e o juiz; dos 
pressupostos processuais constitutivos da relação processual; dos atos processuais e vícios; da intervenção 
de terceiros; da formação, suspensão e extinção do processo; e da petição inicial, indeferimento da 
inicial e improcedência liminar do pedido.
A base de estudo da disciplina compreende as principais inovações e institutos recentemente 
incorporados ao nosso ordenamento jurídico pelo Código de Processo Civil de 2015 e pela 
legislação atualizada.
Esta disciplina busca fornecer subsídios necessários para permitir ao aluno a construção do conhecimento 
a partir de aulas teóricas do curso, leitura do material didático e de livros doutrinários, análise de problemas 
e de casos práticos, visando torná-lo apto a enfrentar e solucionar as dificuldades apresentadas no campo 
do processo civil, bem como proporcionar uma formação crítica a atender às necessidades do mercado 
profissional na atualidade. Contará também com a resolução dos exercícios, textos complementares, 
participação do aluno em chats e fóruns e realização de projeto integrado multidisciplinar.
INTRODUÇÃO
Processo e Relação Jurídica Processual aborda um dos mais importantes ramos do direito, iniciando 
pelo processo e pela constituição da relação jurídica processual, que abrange os sujeitos do processo, os 
quais são as partes e o juiz, pressupostos processuais que permitem a constituição e o desenvolvimento 
regular do processo, por meio de atos processuais do juiz e das partes, da intervenção de terceiros e da 
formação, suspensão e extinção do processo com ou sem resolução de mérito.
Para a atuação prática em processos judiciais é importante o estudo da fase postulatória. Por meio 
da petição inicial se formula uma pretensão perante o Poder Judiciário, sendo concedido ou não o 
direito pretendido por uma decisão judicial.
10
A decisão judicial é proferida se o processo estiver regularmente formado, com observância de todos 
os requisitos e pressupostos processuais previstos em lei, qual seja, o atual Código de Processo Civil de 
2015, que será a base de nosso estudo e pesquisa.
11
PROCESSO E RELAÇÃO JURÍDICA PROCESSUAL
Unidade I
1 PROCESSO
1.1 Processo: conceito e objetivo
O Estado, no exercício da função jurisdicional, tem a incumbência da pacificação social, ou melhor 
dizendo, o objetivo de pacificar os conflitos de interesses surgidos nas relações sociais entre pessoas, 
conferindo ao interessado o direito de ação, que por meio do processo, o Estado concede o direito à 
quem o tem no caso concreto que lhe foi apresentado à solução.
Humberto Theodoto Júnior explica que a jurisdição,
 
[...] que incumbe ao Poder Judiciário, e que vem a ser a missão pacificadora 
do Estado, exercida diante das situações litigiosas. Por meio dela, o Estado dá 
solução às lides ou litígios, que são os conflitos de interesse, caracterizados 
por pretensões resistidas, tendo como objetivo imediato a aplicação da 
lei ao caso concreto, e como missão mediata ‘restabelecer a paz entre os 
particulares e, como isso, manter a da sociedade.1
Para o cumprimento dessa importante missão, o Estado se utiliza do processo, ou, do processo civil, 
uma vez tratando-se de conflitos de interesses relacionados ao direito civil.
Feita esta introdução, vamos direto ao assunto, o que é processo?
Processo é um complexo de atos coordenados, instrumento por meio do qual o Poder Judiciário 
aplica a lei ao caso concreto, que lhe é posto à solução de um conflito de interesses.
O processo é regulamentado pelo direito processual, também denominado de direito instrumental, 
que prevê o direito de o interessado oferecer uma petição inicial e os demais atos processuais necessários 
para a prolação da sentença (de mérito ou terminativa), que confere a solução do conflito de interesses, 
tendo em vista o caso concreto levado pelas partes à solução pelo Poder Judiciário.
Sempre convém sabermos o entendimento de juristas. Então, para Misael Montenegro Filho, 
processo “é o instrumento utilizado pela pessoa que exercitou o direito de ação para obter resposta 
jurisdicional que ponha fim ao conflito de interesses instaurado ou em vias de sê-lo”2.
1 THEODORO JÚNIOR, H. Curso de Direito Processual Civil. Vol. I. 58. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2017, p. 3.
2 MONTENEGRO FILHO, M. Direito Processual Civil. 14. ed. São Paulo: Atlas, 2019, p. 131.
12
Unidade I
Didaticamente, é possível dizer que o processo contém dois aspectos: objetivo e subjetivo. E, são 
assim explicados:
• Objetivo: processo é constituído por uma sequência ordenada de atos previstos em lei, que visam 
a prestação jurisdicional, como:
— apresentação da demanda;
— citação do réu;
— oferecimento da defesa;
— audiências;
— sentença, etc.
• Subjetivo: processo estabelece uma relação jurídica processual entre o juiz e as partes, autor e réu, 
que se prolonga no tempo, implicando em direitos, deveres, ônus, faculdades de cada um deles.
Para ficar ainda mais clara a compreensão sobre o que é o processo, imagine um livro ou caderno, 
em que o Estado se utiliza para a solução dos conflitos, e este vai sendo formado conforme a prática de 
atos processuais, da petição inicial a sentença.
Na existência de um conflito de interesses, o livro ou o caderno é aberto pelo interessado, detentor 
do direito de ação, contra pessoa a qual formula uma pretensão, e que se desenvolve por uma série de 
atos praticados, como a petição inicial com a pretensão do interessado contra uma pessoa, defesa desta 
pessoa contra a qual tramita o processo, produção de provas para comprovação das alegações das 
partes, atos do juiz correspondentes a decisões interlocutórias, despachos, designação de audiências e 
sentença, atos praticados pelos auxiliares da Justiça, como certidões, ofícios, informação de decurso de 
prazo, etc. Esse caderno pode ser físico ou eletrônico.
O processo tem como finalidade (objetivo) a solução de conflitos, conforme os mandamentos da 
ordem jurídica (direito material).
Como bem explica Marcus Vinicius Rios Gonçalves, “o processo tem por objetivo produzir um 
resultado que corresponda àquele determinado pelo direito material”3.
Agora que já sabemos o que é processo, podemos nos aprofundar na matéria.
3 GONÇALVES, M. V. R. Novo Curso de Direito Processual Civil. Vol. I. 14. ed. São Paulo: Saraiva, 2017, p. 132.
13
PROCESSO E RELAÇÃO JURÍDICA PROCESSUAL
1.2 Tipos de processo
Classifica-se o processo da mesma maneira que as ações, conforme a natureza da prestação 
jurisdicional perseguida,ou melhor, de acordo com a pretensão formulada em juízo (o que a parte 
pretende obter). Em sendo assim, temos dois tipos, processo de conhecimento ou processo de execução.
Convém explicar os tipos de processo abaixo:
• Processo de conhecimento ou de cognição: busca uma tutela cognitiva no caso concreto, uma 
declaração do juiz sobre quem é o detentor do direito, quem tem razão na relação jurídica, 
por meio da sentença de mérito. Neste são postuladas as seguintes tutelas, todas por meio do 
proferimento de uma sentença de mérito, a seguir:
— Tutela Declaratória: postula-se uma declaração de existência ou não de uma relação jurídica.
- Exemplo: quando houver dúvida a respeito da paternidade, o interessado ajuíza uma ação 
que por meio do processo declaratório o juiz irá declarar se o autor é ou não filho do réu; 
declara a autenticidade ou falsidade de um documento.
— Tutela Constitutiva: impõe a criação, modificação ou extinção de uma relação jurídica.
- Exemplo: ações de separação ou divórcio, que por meio do processo o juiz irá desconstituir 
a sociedade conjugal ou o casamento.
— Tutela Condenatória: postula-se uma condenação de obrigação de pagar, dar, entregar coisa, 
fazer ou não fazer.
- Exemplo: ação ajuizada em que por meio do processo o juiz condena o réu a pagar ao 
autor determinada soma em dinheiro ou obriga alguém ao cumprimento de uma obrigação 
inadimplida ou entregar coisa certa.
 Observação
É importante saber que um processo pode ser ao mesmo tempo 
declaratório, constitutivo e condenatório. Exemplo: declarada a 
paternidade (declaratória) gera o direito a sucessão dos bens do pai 
(constitutiva em que se criou uma relação jurídica) e a reinvidição de parte 
na herança (condenatória).
• Processo de execução: é a satisfação do direito concedido em sentença judicial em favor daquele 
que detém o título executivo (a parte vencedora do processo), em que o órgão jurisdicional pode 
invadir a esfera patrimonial do devedor (réu) para a prática de atos satisfativos do direito do 
credor (autor). Exemplo: cumprimento de um título executivo judicial ou extrajudicial.
14
Unidade I
Em conclusão, os processos de conhecimento e de execução tendem a um provimento (providência) 
do órgão judicial, para fins da satisfação do direito à prestação jurisdicional.
No quadro abaixo, destacamos o provimento jurisdicional buscado no processos de conhecimento 
e de execução:
Quadro 1 
Tipo de processo Provimento jurisdicional
Processo de conhecimento Sentença de mérito
Processo de execução Medida prática, concreta, material no cumprimento do direito do autor
Justificam-se os diversos tipos de processo pela variedade de espécies de pretensão (pedido) que 
podem ser formuladas em juízo, a fim de que seja utilizada uma técnica adequada para o tipo de 
conflito que é levado a solução pelo Judiciário.
1.3 Teorias sobre a natureza jurídica do processo
Há várias correntes que explicam a natureza jurídica do processo, como a teoria do processo como 
contrato, a teoria do processo como quase contrato, a teoria do processo como instituição, a do processo 
como situação jurídica e, por fim, a teoria do processo como relação jurídica.
1.3.1 Processo como contrato
A teoria do processo como contrato tem natureza privatista, em que as partes no processo, autor 
e réu, firmam um contrato (ajuste de vontades), no sentido de submeter ou não a demanda à tutela 
jurisdicional, correspondendo a um contrato judicial.
Este contrato judicial se identifica com o contrato, que também une as partes contratantes, por 
acordo de vontades entre elas, que gera obrigações mútuas.
Essa concepção é originária de um texto de Ulpiano4 da litiscontestatio romana. José Eduardo 
Carreira Alvim explica que, “com fundamento na litiscontestatio, pela qual as partes convencionavam 
aceitar a decisão que viesse a ser proferida pelo juiz, em troca do eventual direito que pudessem ter”5.
Essa teoria é criticada, eis que hoje não se vê o processo como um negócio jurídico, pois atua 
independentemente da vontade das partes.
4 Eneu Domício Ulpiano foi um jurista romano.
5 ALVIM, J. E. C. Teoria Geral do Processo. 20. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2017, p. 157.
15
PROCESSO E RELAÇÃO JURÍDICA PROCESSUAL
1.3.2 Processo como quase contrato
A teoria do processo como quase contrato tem natureza privatista, de origem romana.
Na concepção dos quase contratualistas, o processo não era um contrato, pois este pressupõe ato 
bilateral vontade livre entre as partes, pelo qual se atribuíam direitos a uns e obrigações a outros, 
mas sim um quase contrato, algo semelhante a um contrato, como se fosse um contrato, pois neste 
o consentimento não era inteiramente livre, pois, se o réu se recusasse a comparecer perante o pretor 
romano6, o autor poderia conduzi-lo à força.
A crítica que se faz é que esta teoria estaria inserida da teoria do processo como contrato.
1.3.3 Processo como instituição
A teoria do processo como instituição tem natureza publicista, defendida por Couture7, mas 
concebida pelo espanhol Jaime Guasp, que adotou originalmente para explicar a natureza do processo.
Os que defendem que o processo é uma instituição, explicam que assim o é na medida em que:
• haveria um grupo trabalhando a serviço da prestação da tutela jurisdicional;
• existiria uma superioridade do Estado-Juiz em relação às partes;
• haveria durabilidade da obra construída (processo/justiça).
A crítica que se faz está na insuficiência para explicar o processo, não o diferenciando de forma clara 
de outros fenômenos institucionais, pois tudo pode ser reduzido ao esquema institucional.
Cabe ressaltar que, Couture escreveu uma monografia intitulada “O processo como instituição 
jurídica”, mas, posteriormente, verificou não era ser sustentável, e abandonou essa teoria, passando a 
sustentar a tese de que o processo é uma relação jurídica.
1.3.4 Processo como situação jurídica
O processo como situação jurídica é teoria de natureza publicista, advinda das ideias de James 
Goldschmidt, jurista alemão.
6 Pretor (em latim: Praetor) era um dos títulos concedidos pelo governo da Roma Antiga a homens que atuavam 
em duas diferentes funções oficiais: comandante de um exército (já em campanha ou, muito raramente, antes dela) ou um 
magistrado eleito para realizar diversas funções (que variaram em diferentes períodos da história de Roma). 
7 Eduardo Juan Couture Etcheverry foi um consagrado jurista uruguaio.
16
Unidade I
No processo predomina um estado de incerteza quanto aos direitos e obrigações, pois constituído 
de uma série de expectativas, ônus e possibilidades jurídicas, que se consubstanciariam em 
situações jurídicas.
A crítica consiste na confusão que a situação jurídica faz do direito material com o direito processual, 
vez que a incerteza que se estabelece é sobre o objeto do processo, sobre o direito material que está em 
discussão e que pode ou não ser concedido por meio de uma sentença favorável ou desfavorável, e não 
sobre o processo propriamente dito.
1.3.5 Processo como relação jurídica
A teoria do processo como relação jurídica foi concebida por Oskar von Bülow (processualista 
alemão), que tem natureza jurídica publicista, e portanto, trata-se o processo de uma relação jurídica 
de direito público.
Entende que toda relação jurídica é constituída de sujeitos que se vinculam em torno de um ou mais 
objetos, e em torno desse objeto emergem direitos, deveres, ônus, faculdades etc.
Ao lado da relação jurídica de direito material existe uma relação jurídica de direito processual.
Hoje, predomina a natureza jurídica do processo como relação jurídica.
José Eduardo Carreira Alvim explica que, “A concepção do processo como relação jurídica é hoje 
dominante na doutrina, sendo que, para uns, o processo é uma relação jurídica (Bülow), enquanto, para 
outros, ele contém uma relação jurídica (Chiovenda)”8.
Para ficar bem claro, o que é relação jurídica?
Moacyr Amaral Santos define relação jurídica como “o conflito de interesses reguladopelo direito”9.
Essa teoria ajudou a demonstrar a diferença entre a relação jurídica material e a relação jurídica 
processual, cada qual sujeita a pressupostos próprios e normatização jurídica própria, vez que a primeira 
está disciplinada pelo direito material, e a segunda é regulada pelo direito processual.
1.4 Ação, processo e procedimento
Os conceito de ação, processo e procedimento são importantes para a compreensão da disciplina 
direito processual. Citamos alguns conceitos de doutrinadores, muita atenção!
8 ALVIM, J. E. C. Teoria Geral do Processo. 20. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2017, p. 167.
9 SANTOS, M. A. Primeiras linhas de Direito Processual Civil. Vol. I. 29. ed. São Paulo: Saraiva, 2012, p. 28.
17
PROCESSO E RELAÇÃO JURÍDICA PROCESSUAL
Para Humberto Theodoro Júnior, ação é “direito público subjetivo exercitável pela parte para exigir 
do Estado a obrigação da prestação jurisdicional, pouco importando seja esta de amparo ou desamparo 
à pretensão de quem o exerce”10.
Processo, como condição inafastável para o exercício da jurisdição, é conceituado por Marcus 
Vinicius Rios Gonçalves como, “ente abstrato, constitui-se por uma sequência de atos, indicados 
na Constituição Federal e nas leis, que devem ser observados por aqueles que integram a relação 
jurídica processual”11.
Ação, jurisdição e processo é trinômio que reunidos ocorre o fenômeno da resolução de conflitos 
de interesses. Moacyr Amaral Santos melhor explica fazendo a conexão entre eles: “a ação provoca a 
jurisdição, que se exerce através de um complexo de atos, que é o processo”12.
Procedimento “é o meio pelo qual a lei estampa os atos e fórmulas da ordem legal do processo” 
(aspecto formal do processo)13.
2 RELAÇÃO JURÍDICA PROCESSUAL
O processo é uma sequência de atos das partes e do órgão judicial que se desenvolve, visando a 
prestação jurisdicional, que pode ser a prevenção ou a solução de conflito de interesses. Para tanto, 
forma-se uma relação jurídica processual trilateral.
Estudamos neste tópico a relação jurídica processual que se forma no processo.
2.1 Relação jurídica processual: conceito e objeto
Como estudamos anteriormente, por ser o processo uma sequência de atos das partes e do órgão 
judicial, que visa o exercício da função jurisdicional estatal na solução de conflito apresentado no caso 
concreto, e que se prolonga no tempo. Tem-se que, o desenvolvimento do processo gera uma relação 
jurídica processual.
O que é relação jurídica processual?
Relação jurídica processual é formada pelo processo, que é o instrumento da jurisdição, que 
gera efeitos entre as pessoas envolvidas, como a vinculação entre o Estado e as partes (autor e réu), 
titulares de situações jurídicas em virtude das quais se exige de cada um deles a prática de atos 
do procedimento e atribui-lhes poderes, direitos ou faculdades processuais (efeitos positivos), e os 
correspondentes deveres, sujeições e ônus (efeitos negativos), com o objetivo de se obter a prestação 
jurisdicional (aplicação da lei ao caso concreto) por meio da solução definitiva (sentença de mérito).
10 THEODORO JÚNIOR, H. Curso de Direito Processual Civil. Vol. I. 58. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2017, p. 152.
11 GONÇALVES, M. V. R. Novo Curso de Direito Processual Civil. Vol. I. 14. ed. São Paulo: Saraiva, 2017, p. 132.
12 SANTOS, M. A. Primeiras linhas de Direito Processual Civil. Vol. I. 29. ed. São Paulo: Saraiva, 2012, p. 28.
13 CINTRA, A. C.; GRINOVER, A. P.; DINAMARCO, C. R. Teoria Geral do Processo. 28. ed. São Paulo: Malheiros, 2012, p. 309.
18
Unidade I
Para Humberto Theodoro Júnior a relação jurídico-processual gera uma série de direitos e deveres 
processuais, que vinculam as partes e o próprio Estado, por meio do juiz14.
E, ainda, sobre o vínculo entre as partes e o Estado no processo gerado pela relação processual, o 
doutrinador acima explica que se revela:
 
“[...] o processo fundamentalmente como o método utilizado pelo Estado 
para promover a atuação do direito diante de situação litigiosa. E, como tal, 
‘é uma unidade, um todo, e é uma direção no movimento” que se manifesta 
e desenvolve na relação processual estabelecida entre os respectivos sujeitos, 
“durante a substanciação do litígio“15.
Qual é o objetivo da relação jurídica processual?
O objeto da relação jurídica processual é o próprio pedido do autor, representando uma manifestação 
de vontade dirigida ao Estado, sobre a qual este exercerá a atividade jurisdicional, na solução do conflito.
Logo, podemos falar que a relação jurídica processual é um complexo de atos e fatos que movimentam 
e direcionam o provimento judicial que se encerra com a sentença, que soluciona o conflito com a 
aplicação do direito material ao caso concreto.
2.2 Relação jurídica processual e relação material: diferença
Convém fazermos a distinção entre a relação jurídica processual e relação jurídica de direito material.
Para melhor compreensão, elaboramos um quadro comparativo de diferenças entre as relações 
jurídicas de direito material e processual, a seguir:
Quadro 2 
Relação Jurídica de Direito Material Relação Jurídica Processual
Disciplinada pelo direito material, como direito civil, 
direito do trabalho, direito do consumidor, direito penal, 
etc.
Disciplinada pelo direito processual, como direito 
processual civil, direito processual do trabalho, direito 
processual penal, etc.
Existem dois ou mais sujeitos envolvidos em um negócio 
jurídico, segundo as regras previstas pelo ordenamento 
jurídico e que geram direitos e/ou obrigações para as 
partes, vinculando-as por livre ajuste de vontades.
Descumprida obrigação assumida no negócio jurídico por 
uma das partes, a outra parte pode formular sua pretensão 
e pedir ao Poder Judiciário que tome as providências 
necessárias para a satisfação da obrigação assumida, 
envolvendo três partes: Estado-juiz, autor e réu.
O objeto é o próprio bem da vida em torno do qual os 
sujeitos estabelecem o vínculo, como por exemplo: uma 
importância pecuniária reivindicada, uma obrigação de 
dar ou de fazer, etc.
O objeto seria a prestação da tutela jurisdicional, que tem 
como devedor não o réu, mas sim o Estado, que deve 
a composição da lide, como por exemplo: sentença de 
mérito.
14 THEODORO JÚNIOR, H. Curso de Direito Processual Civil. Vol. I. 58. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2017, p. 185.
15 CARNELUTTI, F.; AMARAL SANTOS, M. apud THEODORO JÚNIOR, H. Curso de Direito Processual Civil. Vol. I. 58. ed. 
Rio de Janeiro: Forense, 2017, p. 185.
19
PROCESSO E RELAÇÃO JURÍDICA PROCESSUAL
2.3 Características da relação processual
Inicialmente, a relação processual é bilateral estabelecida entre o autor e o juiz. Com a citação válida 
do réu, este passa a integral o processo, tornando-se uma relação processual trilateral.
A relação processual completa é trilateral, estabelecida entre autor, juiz e réu, visando fazer atuar a 
vontade concreta da lei (direito material).
Essa relação processual apresenta as seguintes características:
• Relação pública: estabelecida em observância às regras de direito processual e com produção de 
efeitos jurídicos.
• Autonomia: pode ser estabelecida a relação processual independentemente da existência de 
uma relação jurídica de direito material entre as partes. Por serem autônomas a relação jurídica 
processual da relação jurídica material, cada qual é regulada por normas próprias. As que 
disciplinam a relação jurídica processual são normas instrumentais, e as que regulam a relação 
jurídica material são normas substanciais.
• Dinamismo ou progressividade: a relação jurídico processual compreende uma série complexa de 
atos processuais que evolui em decorrência de uma relação progressiva ou dinâmica, que se inicia 
do primeiro ato que é a petição inicial, dando sequência a uma série de outros atos até a prolação 
da sentença. Portanto, a relação processual é uma relação mutante, em constante movimento.
• Complexidade: a relação jurídica processual é uma relação jurídica complexa, uma vez que nãocria um único direito ou um único dever às partes (como no direito material), mas sim, cria 
um complexo de faculdades, direitos e poderes, e os correspectivos deveres, sujeições e ônus, 
que vão surgindo desde o momento em que ela nasce até o instante em que se extingue. À 
medida que essa relação vai se desenvolvendo, um ato gera outro, sucessivamente, até alcançar a 
sentença da causa.
Como muito bem explica José Eduardo Carreira Alvim, a complexidade do relação jurídica 
processo, citamos:
 
“No processo, o autor não é sujeito apenas de direitos, mas também de 
obrigações, e ainda de encargos ou ônus processuais; e o réu não é apenas 
sujeito de obrigações, mas também de direitos e de encargos e ônus 
processuais. O juiz, sujeito imparcial do processo, não possui apenas poderes, 
mas também deveres, obrigado à prestação jurisdicional. De tudo isso resulta 
o caráter de complexidade da relação processual, que é uma decorrência da 
sua progressividade”16.
16 ALVIM, J. E. C. Teoria Geral do Processo. 20. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2017, p. 171.
20
Unidade I
• Estrutura tríplice: a relação jurídica processual é composta por três sujeitos: juiz, autor e réu, que 
geram vínculos de reciprocidade entre eles.
Essa característica não é pacífica, pois há doutrinadores que entendem tratar-se de uma 
relação angular.
No entanto, prevalece a concepção da figura triangular, que é a adotada pelo nosso Código de 
Processo Civil de 2015, conforme estabelece o art. 240, a coisa só se faz litigiosa a partir da citação 
válida. Abaixo segue a representação gráfica:
Juiz
RéuAutor
Figura 1
• Unidade: os atos processuais se ligam a uma única finalidade, a sentença final, que nada mais é 
do que a prestação jurisdicional do Estado.
• Natureza pública: a relação jurídica processual é essencialmente pública, eis que dela participa o 
Estado na sua condição de ente soberano, sendo que por meio do processo se exerce uma função 
eminentemente pública, qual seja, a função jurisdicional. O Estado, representado pelo juiz, em 
posição de comando em relação aos outros sujeitos processuais (autor e réu), decorrentes do jus 
imperii, resolve a pendência, pacificando o conflito, por meio da prolação da sentença, regida pelo 
direito público.
• Direito público: envolve sujeitos de direito público, como o órgão jurisdicional, e serve à realização 
de direito de uma função pública do Estado, a jurisdição.
• Concreta: corresponde à aplicação do direito material ao caso concreto apresentado à solução 
jurisdicional.
Agora que já conhecemos as características da relação processual, podemos nos aprofundar 
na matéria.
2.4 Elementos da relação processual: sujeitos, objeto e vínculo
A relação jurídica processual se estabelece entre sujeitos que incide sobre determinado objeto, 
formando um vínculo entre eles.
21
PROCESSO E RELAÇÃO JURÍDICA PROCESSUAL
Pois bem, os elementos essenciais da relação processual são sujeitos, objetivo e vinculativo, os quais 
passamos a explicar.
Elementos sujeitos:
• Os sujeitos principais da relação jurídica processual são três: Estado-juiz, autor e réu.
• Inicialmente, a relação jurídica se estabelece na forma bilateral, entre autor e o juiz, com a 
apresentação da demanda pelo autor (sujeito ativo) ao Poder Judiciário.
• Posteriormente, com a citação válida do réu (sujeito passivo), este passa a integrar a lide, 
estabelecendo-se uma relação jurídica processual trilateral, entre autor, réu e juiz.
• Autor e réu são sujeitos titulares dos interesses conflitantes, podendo ser pessoas físicas ou 
pessoas jurídicas.
Elemento objetivo:
• O bem dos interesses conflitantes entre as partes da relação jurídica pode consistir em qualquer 
espécie de bens, desde que tutelados pelo direito, como: bens materiais ou imateriais ou morais; 
bens corpóreos ou incorpóreos, bens móveis ou imóveis, bens individuais ou coletivos, bens 
privados ou públicos.
• O bem objeto do conflito de interesses entre as partes é posto à solução pelo exercício da prestação 
da tutela jurisdicional.
• O objeto da relação jurídica processual é o serviço jurisdicional, no qual o Estado se apresenta 
como devedor da composição da lide por meio de uma decisão definitiva (sentença de mérito).
Elemento vinculativo (Humberto Theodoro Júnior entende este como efeitos da relação jurídica 
processual):
• Na relação jurídica processual, a parte prejudicada por outra no negócio jurídico provoca o Poder 
Judiciário à composição da lide, citando essa outra para compor o processo.
• O processo como instrumento da função jurisdicional dá origem à uma relação jurídica de natureza 
continuativa (formado por vários atos que se desenrolam no tempo até que seja proferida a 
decisão final), acarretando a ocorrência de diversos vínculos entre os seus sujeitos, autor, réu 
e juiz, como:
— Vínculos de aspectos positivos: poderes, direitos ou faculdades processuais; e
— Vínculos de aspectos negativos: deveres, sujeições e ônus.
22
Unidade I
Humberto Theodoro Júnior entende que a relação jurídica provoca vários efeitos aos sujeitos, como 
vínculos positivos e vínculos negativos.
Vínculos positivos são direitos e faculdades às partes, como direito de ação e o de defesa, sendo que 
a partir destes decorrem vários outros, como a recusa de juiz suspeito, o de recorrer etc.
Vínculos negativos são ônus, deveres e obrigações processuais, como sujeitar alguém a uma prestação 
de valor econômico; deveres impostos legalmente aos litigantes (autor e réu) e seus procuradores, e até 
a terceiros como o dever de agir com lealdade e boa-fé, o de testemunhar, o de colaborar com a Justiça 
no esclarecimento da verdade etc.; e o ônus quanto ao não cumprimento pela parte de atos no curso do 
processo, que acarretam prejuízos jurídicos quando descumpridos.
2.5 Autonomia da relação processual
A relação jurídica processual é autônoma, pois pode ser estabelecida independentemente da 
existência da relação jurídica material (direito material) entre as partes.
José Eduardo Carreira Alvim ensina que
 
A relação jurídica processual é autônoma, quer dizer, distinta da relação de direito 
material, com a qual não se confunde. Por serem autônomas, existem normas 
que regulam a relação processual e normas que regulam a relação material. 
As que disciplinam a relação jurídica processual são normas instrumentais, 
que a doutrina clássica chamava, impropriamente, de normas adjetivas; e as que 
regulam a relação jurídica material são normas substanciais17.
O processo terá validade se observados os requisitos próprios, pouco importando a existência ou não 
da relação de direito substancial controvertida das partes.
O processo inicia com a apresentação da demanda por meio da petição inicial, que é o primeiro ato 
processual de provocação do exercício da função jurisdicional, e finaliza quando a situação litigiosa é 
dirimida por completo com justiça, ou seja, conforme a vontade da lei que regula do objeto do conflito 
pelo Estado-juiz.
3 PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS
Já estudamos que o processo é o meio utilizado pelas partes e pelo juiz para se obter a prestação 
jurisdicional, ou melhor, a solução do conflito estabelecida na sentença de mérito.
Para que o processo esteja apto para o proferimento da sentença de mérito, este deve preencher 
as condições da ação, eis que na ausência torna o autor carecedor da ação, e observar os pressupostos 
processuais, para, então, examinando se o autor tem ou não direito, dar uma resposta de mérito (sentença).
17 ALVIM, J. E. C. Teoria Geral do Processo. 20. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2017, p. 171.
23
PROCESSO E RELAÇÃO JURÍDICA PROCESSUAL
Sobre os pressupostos processuais e a sua importância para o deslinde do processo, Humberto 
Theodoro Júnior ensina que
 
A prestação jurisdicional para ser posta à disposição da parte subordina-se 
ao estabelecimento válido da relação processual, que só será efetivo 
quando se observarem certos requisitos formais e materiais, que recebem, 
doutrinariamente, a denominaçãopressupostos processuais18.
Vamos estudar os pressupostos processuais, indispensáveis para a regularidade do processo e seu 
desfecho de mérito.
3.1 Pressupostos processuais: conceito e reconhecimento
Pressupostos processuais são requisitos mínimos e necessários para a validade na instauração da 
relação jurídica processual e seu adequado desenvolvimento (curso natural).
Como os doutrinadores definem pressupostos processuais?
Humberto Theodoro Júnior define pressupostos processuais como
 
[...] aquelas exigências legais sem cujo atendimento o processo, como 
relação jurídica, não se estabelece ou não se desenvolve validamente. E, em 
consequência, não atinge a sentença que deveria apreciar o mérito da 
causa. São, em suma, requisitos jurídicos para a validade da relação processual. 
São, pois, requisitos de validade do processo19.
Para Moacyr Amaral Santos pressupostos processuais são “requisitos necessários à existência e 
validade da relação processual”20.
Os pressupostos processuais são importantes para o desenvolvimento válido e regular do processo, 
encontrando-se o processo apto para ser proferida a sentença de mérito: procedência, procedência em 
parte ou improcedência da ação.
Os pressupostos dividem-se em pressupostos de existência e de constituição e em pressupostos de 
desenvolvimento válido e regular do processo, todos representando questões de ordem pública, que são 
de interesse do Estado, razão pela qual o reconhecimento da ausência dos pressupostos pode (e deve) 
ocorrer de ofício pelo juiz, independentemente da provocação das partes (CPC, art. 485, § 3º).
Por se tratar de matéria de ordem pública, o reconhecimento da ausência de um pressuposto 
processual pode ocorrer a qualquer tempo e grau de jurisdição, eis que a matéria não preclui.
18 THEODORO JÚNIOR, H. Curso de Direito Processual Civil. Vol. I. 58. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2017, p. 142.
19 THEODORO JÚNIOR, H. Curso de Direito Processual Civil. Vol. I. 58. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2017, p. 142.
20 SANTOS, M. A. Primeiras linhas de Direito Processual Civil. Vol. I. 29. ed. São Paulo: Saraiva, 2012, p. 364.
24
Unidade I
No caso de ausência de um dos pressupostos processuais o processo será extinto sem resolução do 
mérito (CPC, art. 485, IV), prolatada por sentença terminativa, que produz coisa julgada formal (gera 
efeitos apenas dentro do processo).
A extinção do processo sem resolução de mérito, por vezes, não impede o ajuizamento de nova 
ação judicial fundada nos mesmos elementos (partes, causa de pedir e pedido), desde que o vício que 
acarretou a extinção seja eliminado pelo autor, desde que possa ser o vício sanado, e que comprove o 
pagamento ou o depósito das custas processuais e dos honorários advocatícios (do art. 486, §§ 1º e 2º).
Prosseguimos com o estudo dos pressupostos processuais de existência ou de constituição e de 
desenvolvimento da relação processual.
3.2 Pressupostos processuais: existência ou de constituição da relação processual
Os pressupostos de existência ou de constituição da relação processual são requisitos de validade, 
que são (Código Civil, art. 104):
• Agente capaz: sujeitos (autor, réu e juiz).
• Objeto lícito, possível, determinado ou determinável: licitude da pretensão.
• Forma prescrita ou não defesa em lei: observância das exigências legais quanto à forma, 
apresentada perante órgão investido de jurisdição (Estado-juiz).
Logo, Ada Pellegrine Grinover explica que para a existência válida da relação processual é necessário 
“uma correta propositura da ação, feita perante uma autoridade jurisdicional, por uma entidade capaz 
de ser parte em juízo”21.
A inexistência de um dos pressupostos processuais conduz à extinção do processo sem resolução 
de mérito (sentença terminativa) (CPC, art. 485, IV). Exemplos: ausência de jurisdição, demanda 
irregular, incapacidade postulatória das partes e seus advogados, e citação inválida do réu.
3.3 Pressupostos processuais: desenvolvimento da relação processual
Pressupostos processuais de desenvolvimento são aqueles de observância após o estabelecimento 
do processo, para que o processo possa ter seu curso regular até a sentença definitiva (mérito).
Os pressupostos processuais inserem-se entre os requisitos de admissibilidade do provimento 
jurisdicional, possibilitando que a sentença de mérito seja proferida, concedendo a procedência, 
procedência em parte ou improcedência da ação.
21 CINTRA, A. C.; GRINOVER, A. P.; DINAMARCO, C. R. Teoria Geral do Processo. 28. ed. São Paulo: Malheiros, 2012, 
p. 321.
25
PROCESSO E RELAÇÃO JURÍDICA PROCESSUAL
Pressupostos processuais constituem matéria de ordem pública, podendo ser examinada pelo juiz de 
ofício e/ou alegada pela parte, em qualquer momento processual.
Os pressupostos de existência válida ou de desenvolvimento regular do processo podem ser 
classificados em subjetivos ou objetivos.
3.4 Pressupostos processuais subjetivos
Pressupostos subjetivos de existência e de desenvolvimento da relação processual compreendem os 
sujeitos do processo, juiz e partes (autor e réu).
José Eduardo Carreira Alvim ensina que
 
Não pode existir processo sem a existência de um órgão estatal investido de 
jurisdição, incumbido de compor os conflitos de interesses, no caso o juiz; 
da mesma forma que não pode haver processo sem a existência de partes 
(autor e réu), pois haverá sempre necessidade de alguém se dirigir ao juiz, 
pedindo a tutela para o seu direito em face de outrem [...]22.
Já estudamos que a relação jurídica processual é triangular, em que a relação jurídica processual é 
um vínculo de, no mínimo, três sujeitos: autor, juiz e réu.
No que se refere ao Juiz, compreendem:
• Tramitação do processo em órgão estatal investido de Jurisdição.
• Que o juiz tenha competência originária para julgar a causa.
• Que o juiz seja imparcial. Não deve haver contra o juiz nenhum fato que o impeça de julgar o 
processo, como impedimento ou suspeição (CPC, arts. 144 e 145).
No que se refere às Partes (autor e réu), compreendem:
• Que tenham capacidade de ser parte ou capacidade de gozo de direitos, correspondendo à pessoa 
física ou jurídica com personalidade civil (CC, art. 2º).
• Que tenham capacidade processual ou capacidade de estar em juízo por si próprio ou legitimatio 
ad processum, eis que a demanda deve ser instaurada por quem é capaz do exercício de seus 
direitos, em regra a partir dos 18 anos de idade completos.
22 ALVIM, J. E. C. Teoria Geral do Processo. 20. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2017, p. 175.
26
Unidade I
• Que tenham capacidade de postular em juízo ou capacidade postulatória ou jus postulandi, 
corresponde à representação das partes por advogado regularmente constituído por procuração 
ad judicia, para a prática de atos do processo de forma eficaz, como peticionar, contestar, 
recorrer, etc., uma vez que é indispensável a presença do advogado na administração da justiça 
(CF, art. 133; CPC, art. 103; Estatuto da OAB, art. 1º, I).
A importante matéria sobre as capacidades das partes de direito, de estar em juízo e a postulatória 
serão estudadas no próximo capítulo.
3.5 Pressupostos processuais objetivos
Os pressupostos objetivos são extraídos do próprio processo, relacionam-se com a forma 
procedimental e com a ausência de fatos que impeçam a regular constituição do processo, são de duas 
ordens, intrínsecos e extrínsecos.
Pressupostos processuais intrínsecos à relação processual referem-se à subordinação do procedimento 
às normas legais, como a regularidade procedimental, a seguir:
• Demanda do autor, parte interessada, com observância aos requisitos legais, ou melhor, processo 
instaurado por provocação da parte interessada e a citação do réu (CPC, art. 2º).
O início do processo se dá com a apresentação da petição inicial pelo autor, está deve observar os 
requisitos essenciais (CPC, art. 319), sob pena de extinção do processo sem a resolução do mérito 
Os requisitos da petição inicial serão estudados mais adiante.
• Validade da citaçãodo réu (CPC, art. 239).
• Forma processual adequada à pretensão (CPC, arts. 16 e 318).
Pressupostos processuais extrínsecos à relação processual referem-se à inexistência de fatos 
impeditivos para o curso regular do processo, como a regularidade de impedimentos:
• existência de procuração ad judicia (instrumento de mandato) outorgada a advogado 
(CPC, art. 103).
• inexistência de litispendência (ações idênticas em curso), coisa julgada (ação anterior com 
sentença já transitada em julgado), perempção (autor abandona a mesma ação por três vezes, não 
podendo ajuizá-la uma quarta vez), convenção de arbitragem (convenção das partes à solução do 
conflito de interesses por arbitragem) ou inépcia da petição inicial (CPC, arts. 485, V e VII; 330, I; 
e 486, § 3º).
• inexistência de nulidades (CPC, arts. 276 e 283): obediência à forma prescrita em lei para o 
desenvolvimento do processo e erro na forma do processo.
27
PROCESSO E RELAÇÃO JURÍDICA PROCESSUAL
3.6 Demonstração gráfica dos pressupostos processuais subjetivos e objetivos
Pressupostos 
Processuais
Subjetivo Subjetivo
Objetivo
Objetivo
Partes: 
Autor e Réu Quanto às Partes – Capacidade:
• de ser parte
• de estar em juízo
• postulatória 
• Petição inicial apta
• Citação válida do réu
• Forma processual adequada 
à pretensão
• Quanto à lide – Ausência de:
— litispendência
— coisa julgada
— perempção
— convenção de arbitragem
— inépcia da petição inicial
• Inexistência de nulidades
Lide
Juiz
Quanto ao Juiz:
• Investidura na jurisdição 
(competência)
• Imparcialidade:
— Ausência de impedimento
— Ausência de suspeição
Existência ou de 
Constituição Desenvolvimento
Figura 2
4 SUJEITOS DO PROCESSO
O Código de Processo Civil, no Livro III, nos artigos 70 a 187, dispõe sobre os sujeitos do processo, 
as partes e seus procuradores, da possibilidade da pluridade de partes e da intervenção de terceiros. 
Dispõem também sobre o juiz e auxiliares da Justiça, e sobre a atuação do Ministério Público.
O nosso estudo compreende, não só Estado-juiz, autor e réu, mas também todo aquele que participa 
do processo.
28
Unidade I
É de grande importância a identificação das partes e demais sujeitos envolvidos no processo, e suas 
respectivas participações, para fins de deliminar as pessoas que poderão sofrer alguns efeitos, ter algum 
direito ou obrigação pelo pronunciamento da sentença.
4.1 Sujeitos do processo: conceito
Já estudamos que no processo se estabelece uma relação jurídica processual trilateral entre Estado-juiz, 
autor e réu, na busca de uma solução do conflito de interesses fundamentado em torno de uma 
pretensão de direito material de um dos litigantes e da resistência do outro, que será estabelecida pelo 
provimento jurisdicional (sentença de mérito) exercido pelo Estado-juiz.
É possível afirmar, com certeza, que em todo o processo existem pelo menos três pessoas: o autor, 
que pede a tutela jurisdicional, em face de outrem, que é o réu, a um terceiro sujeito investido de 
jurisdição, que corresponde ao juiz. A estas pessoas entre as quais se forma a relação jurídica processual, 
a doutrina chama de sujeitos processuais, vez que sujeitos do processo.
4.2 O juiz e seu papel no processo moderno
O sistema judiciário brasileiro é composto por órgãos judicantes singulares e coletivos, que têm 
competência para decidir determinadas ações, os quais são denominados de juízos, e pessoas que em 
nome do Estado exercem a função jurisdicional, que são denominadas de juízes.
O juiz é o sujeito imparcial do processo, órgão jurisdicional do Estado, que é aquele que exerce a 
função jurisdicional como condutor do processo e prestador da jurisdição, mediante um processo válido 
e eficaz, em contraposição ao interesse das partes, qual seja, a satisfação da pretensão material.
Com relação aos órgãos jurisdicionais civis, no primeiro grau de jurisdição estão os juízos monocráticos 
ou singulares, compostos por apenas um juiz. Os graus superiores, que são instâncias recursais, são 
compostos por colegiados de juízes, que podem ser denominados de desembargador e ministro.
É importante ressaltar que, o processo não se desenvolve apenas com a participação de três sujeitos, 
quais sejam, autor, juiz e réu, mas também com a participação de outras pessoas na condição de 
sujeitos secundários do processo, e que realizam ou concorrem para que se realizem atos processuais, 
como o oficial de justiça, o partidor, o contador, e outros, cujas atribuições são regradas pela lei.
A função jurisdicional inerente ao juiz, para ser válida e eficaz deve ser exercida com observância de 
alguns requisitos, como:
• Jurisdicionalidade: o juiz deve estar investido da função jurisdicional.
• Competência: que o juiz tenha atribuições para apreciar o conflito submetido à sua decisão.
• Imparcialidade: o juiz deve manter uma posição equidistante das partes do processo.
29
PROCESSO E RELAÇÃO JURÍDICA PROCESSUAL
• Independência: na atuação do juiz, este não deve estar subordinado a nenhum órgão do Judiciário, 
Legislativo e Executivo, se atendo apenas ao ordenamento jurídico (leis).
• Processualidade: juiz deve obedecer a normas processuais na condução do processo.
Para assegurar a independência dos juízes, no exercício imparcial e impessoal da função jurisdicional, 
a Constituição Federal, no artigo 95, lhes conferiu garantias especiais, a seguir transcritas:
 
I - vitaliciedade, que, no primeiro grau, só será adquirida após dois anos 
de exercício, dependendo a perda do cargo, nesse período, de deliberação 
do tribunal a que o juiz estiver vinculado e, nos demais casos, de sentença 
judicial transitada em julgado;
II - inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, na forma 
do art. 93, VIII;
III - irredutibilidade de subsídio, ressalvado o disposto nos arts. 37, X e XI, 39, 
§ 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I.23
Os juízes também têm restrições, para preservar a imparcialidade e assegurar a lisura na função 
judicante, que estão previstas na Constituição Federal, no parágrafo único do referido artigo 95, a seguir:
 
Parágrafo único. Aos juízes é vedado:
I - exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou função, salvo 
uma de magistério;
II - receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou participação em processo;
III - dedicar-se a atividade político-partidária;
IV - receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de 
pessoas físicas, entidades públicas ou privadas, ressalvadas as exceções 
previstas em lei;
V - exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes 
de decorridos três anos do afastamento do cargo por aposentadoria 
ou exoneração24.
O Código de Processo Civil, nos artigos 139 a 148, complementa as garantias constitucionalmente 
conferidas aos juízes, visando o bom exercício da função judicante e que a prestação jurisdicional seja 
feita dentro da legalidade e com isenção de suspeita à imparcialidade e independência, dispondo sobre 
requisitos de capacidade, deveres, poderes e responsabilidades dos juízes.
23 BRASIL. Constituição Federal (1988). Brasília, 1988.
24 BRASIL. Constituição Federal (1988). Brasília, 1988.
30
Unidade I
4.3 Poderes e deveres do juiz
Cabe ao juiz o gerenciamento do processo, adotando medidas para a boa condução da causa, visando 
a concretização de um processo justo, célere e efetivo, visando a prestação da tutela jurisdicional com 
fiel observância das normas fundamentais do processo civil (CPC, arts. 1º a 12).
O Código de Processo Civil, no artigo 139, dispõe que o juiz deve dirigir o processo conforme as 
disposição daquele estatuto legal, incumbindo-lhe:
 
I - assegurar às partes igualdade de tratamento;
II - velar pela duração razoável do processo;
III - prevenir ou reprimir qualquer ato contrário à dignidade da justiça e 
indeferir postulações meramente protelatórias;
IV - determinar todas as medidas indutivas, coercitivas, mandamentais ou 
sub-rogatórias necessárias para assegurar o cumprimento de ordem judicial,inclusive nas ações que tenham por objeto prestação pecuniária;
V - promover, a qualquer tempo, a autocomposição, preferencialmente com 
auxílio de conciliadores e mediadores judiciais;
VI - dilatar os prazos processuais e alterar a ordem de produção dos meios 
de prova, adequando-os às necessidades do conflito de modo a conferir 
maior efetividade à tutela do direito;
VII - exercer o poder de polícia, requisitando, quando necessário, força 
policial, além da segurança interna dos fóruns e tribunais;
VIII - determinar, a qualquer tempo, o comparecimento pessoal das partes, 
para inquiri-las sobre os fatos da causa, hipótese em que não incidirá a 
pena de confesso;
IX - determinar o suprimento de pressupostos processuais e o saneamento 
de outros vícios processuais;
X - quando se deparar com diversas demandas individuais repetitivas, oficiar 
o Ministério Público, a Defensoria Pública e, na medida do possível, outros 
legitimados a que se referem o art. 5º da Lei nº 7.347, de 24 de julho de 1985, 
e o art. 82 da Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990, para, se for o caso, 
promover a propositura da ação coletiva respectiva25.
25 BRASIL. Lei n. 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil). Brasília, 2015.
31
PROCESSO E RELAÇÃO JURÍDICA PROCESSUAL
Assim, o juiz tem o poderes para bem dirigir o processo e deveres de observar o conteúdo das 
respectivas normas.
Além desses poderes e deveres do juiz, há outros procedimentais e decisórios que convêm serem 
citados, como:
• Poder de admissão ou inadmissão da petição inicial, por meio da análise dos pressupostos de 
constituição válida do processo e das condições da ação, e, se admitida, determina a citação do réu.
• Dever de despachar e sentenciar nas causas que lhe são propostas, mesmo que haja lacuna ou 
obscuridade da lei (CPC, art. 140). O juiz não pode se eximir de julgar.
• Dever de prevenção ou repressão às ofensas à dignidade da justiça, podendo utilizar-se do 
poder sancionatório de impor multa ao litigante de má-fé e àquele que pratica ato atentatório à 
dignidade da justiça, sem prejuízo das sanções civis, criminais e processuais acaso cabíveis (CPC, 
arts. 77, §§ 1º a 8º, 80, 81, e 774).
• Poder de determinar de ofício ou a requerimento medidas coercitivas ou sub-rogatórias 
necessárias para assegurar a efetivação da decisão judicial e a obtenção da tutela do direito. O 
descumprimento equivale à crime de desobediência ou resistência à ordem legal de autoridade 
pública (CP, arts. 329 e 330).
• Poder de requisitar força policial quando necessário, para assegurar o bom desempenho da função 
jurisdicional.
• Poder de estipular mudanças no procedimento para atender às especificidades da causa, podendo 
ser exercida de ofício pelo juiz ou a requerimento da parte (CPC, art. 190). Trata-se da flexibilização 
do processo pelo juiz.
• Poder instrutório do juiz, para indeferir provas inúteis, determinar a realização daquelas 
imprescindíveis e fiscalizar sua produção, visando a preparação adequada do processo para 
julgamento (CPC, art. 370). Tem-se como exemplo o artigo 139, VIII, do CPC.
• Poder de determinar o suprimento de pressupostos processuais e saneamento de outros vícios, 
para o julgamento do mérito. Antes de julgar extinto o processo sem resolução de mérito ante 
a existência de vício processual, deve o juiz tentar garantir o seu prosseguimento, suprindo as 
deficiências sanáveis (CPC, art. 317).
• Dever de julgar em observância às normas legais existentes e vigentes, sujeitando-se ao princípio 
da legalidade (CPC, art. 8º).
• Dever de julgar nos limites em que a parte propõe a ação, sendo defeso ao juiz conhecer de 
questões não suscitadas no processo, a cujo respeito a lei exige iniciativa da parte (CPC, art. 141).
32
Unidade I
• Dever de proferir decisão que obste a fraude quando, pelas circunstâncias da causa, convencer-se 
de que autor e réu se serviram do processo para praticar ato simulado ou conseguir fim proibido 
por lei, aplicando-se como penalidade multa por litigância de má-fé (CPC, art. 142).
O direito processual civil confere ao juiz poderes e deveres para bem conduzir o processo, com 
imparcialidade e independência, sempre se atendo aos ditames da lei.
4.3.1 Responsabilidade do juiz
O juiz responde civilmente pela indenização dos prejuízos acarretados à parte, além das sanções 
disciplinares, nos seguintes casos previstos no CPC, art. 143:
 
I - no exercício de suas funções, proceder com dolo ou fraude;
II - recusar, omitir ou retardar, sem justo motivo, providência que deva 
ordenar de ofício ou a requerimento da parte26.
No segundo caso acima previsto, se reputará verificada depois que a parte requerer ao juiz que 
determine a providência e o requerimento não for apreciado no prazo de 10 dias (CPC, art. 143, 
parágrafo único).
4.3.2 Impedimento e suspeição do juiz
A Constituição Federal assegura ao jurisdicionado do direito ao juiz natural e essa garantia só pode 
ser atribuída àquele órgão que seja competente e ao juiz que possa apreciar o conflito submetido à sua 
decisão com imparcialidade.
O Código de Processo Civil enumera, de forma taxativa, algumas situações em que o juiz não terá 
isenção de ânimos suficiente para julgar o litígio, devendo se afastar do processo por considerar impedido 
ou suspeito (CPC, arts. 144 e 145).
As hipóteses de impedimento e de suspeição devem ser considerados em relação a determinado 
processo e a pessoa física do juiz da causa, designado para julgar.
São hipóteses de impedimento as previstas no art. 144 do CPC, que impedem o juiz de atuar no 
processo, seja ele de jurisdição contenciosa ou voluntária, a seguir:
 
I - em que interveio como mandatário da parte, oficiou como perito, 
funcionou como membro do Ministério Público ou prestou depoimento 
como testemunha;
II - de que conheceu em outro grau de jurisdição, tendo proferido decisão;
26 BRASIL. Lei n. 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil). Brasília, 2015.
33
PROCESSO E RELAÇÃO JURÍDICA PROCESSUAL
III - quando nele estiver postulando, como defensor público, advogado ou 
membro do Ministério Público, seu cônjuge ou companheiro, ou qualquer 
parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro 
grau, inclusive;
IV - quando for parte no processo ele próprio, seu cônjuge ou companheiro, 
ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro 
grau, inclusive;
V - quando for sócio ou membro de direção ou de administração de pessoa 
jurídica parte no processo;
VI - quando for herdeiro presuntivo, donatário ou empregador de 
qualquer das partes;
VII - em que figure como parte instituição de ensino com a qual tenha 
relação de emprego ou decorrente de contrato de prestação de serviços;
VIII - em que figure como parte cliente do escritório de advocacia de seu 
cônjuge, companheiro ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta 
ou colateral, até o terceiro grau, inclusive, mesmo que patrocinado por 
advogado de outro escritório;
IX - quando promover ação contra a parte ou seu advogado27.
São hipóteses de suspeição de imparcialidade as previstas no art. 145 do CPC, que também 
impossibilitam o juiz de julgar o processo, a seguir:
 
I - amigo íntimo ou inimigo de qualquer das partes ou de seus advogados;
II - que receber presentes de pessoas que tiverem interesse na causa 
antes ou depois de iniciado o processo, que aconselhar alguma das partes 
acerca do objeto da causa ou que subministrar meios para atender às 
despesas do litígio;
III - quando qualquer das partes for sua credora ou devedora, de seu 
cônjuge ou companheiro ou de parentes destes, em linha reta até o terceiro 
grau, inclusive;
IV - interessado no julgamento do processo em favor de qualquer 
as partes28.
27 BRASIL. Lei n. 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil). Brasília, 2015.
28 BRASIL. Lei n. 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil). Brasília, 2015.
34
Unidade I
É possível que o juiz se declare suspeitopor motivo de foro íntimo, que não precisa ser explicitado 
pelo julgador (CPC, art. 145, § 1º).
4.3.3 Procedimento de impedimento e suspeição do juiz
Admite-se que o próprio juiz, ao se deparar com uma das hipóteses de impedimento e de suspeição, 
assim se declare de ofício impedido ou suspeito, afastando-se do processo, e sendo substituído por 
outro julgador. Se o juiz não o fizer, o incidente pode ser formulado pela parte.
O Código de Processo Civil prevê o prazo de 15 dias, a contar do conhecimento do fato, para a 
apresentação das alegações de impedimento e suspeição (art. 146), mas se não observado não gera 
a preclusão.
A arguição de impedido e de suspeição é apresentado nos próprios autos do processo, devendo ser 
formulada em petição específica, instruída com provas e fundamentada nos arts. 144 ou 145 do CPC, e 
dirigida ao próprio juiz do caso, que pretende seja afastado.
Suscitado o incidente, o processo será suspenso até que seja julgada a arguição (CPC, arts. 313, 
III e 314).
Recebida a petição requerendo o afastamento, caberá ao juiz observar o seguinte (CPC, art. 146, § 1º):
 
Se reconhecer o impedimento ou a suspeição ao receber a petição, o 
juiz ordenará imediatamente a remessa dos autos a seu substituto legal, 
caso contrário, determinará a autuação em apartado da petição e, no 
prazo de 15 (quinze) dias, apresentará suas razões, acompanhadas de 
documentos e de rol de testemunhas, se houver, ordenando a remessa 
do incidente ao tribunal29.
A apreciação e o julgamento do incidente, quando o juiz não acolher a arguição, caberá ao tribunal 
a que ele se achar subordinado.
Distribuído o incidente no tribunal, seguirá o procedimento previsto na lei, podendo acolher ou 
rejeitar a alegação de impedimento e de suspeição (CPC, arts. 146, §§ 2º ao 8º).
Os motivos de impedimento e de suspeição previstos nos artigos 144 e 145 do CPC também se 
aplicam aos membros do Ministério Público, aos auxiliares da justiça e demais sujeitos imparciais do 
processo, como perito, intérprete ou serventuários da justiça (CPC, art. 148).
29 BRASIL. Lei n. 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil). Brasília, 2015.
35
PROCESSO E RELAÇÃO JURÍDICA PROCESSUAL
4.3.4 Auxiliares da justiça
Os auxiliares da justiça colaboram com a função judiciária. Alguns o fazem em caráter permanente, 
como os funcionários; outros em caráter eventual, como peritos, intérpretes e depositários.
Quem são os auxiliares da justiça? Rol exemplificativo consta do art. 149 do CPC, a seguir:
• Escrivão
• Chefe de secretaria
• Oficial de justiça
• Perito
• Depositário
• Administrador
• Intérprete
• Tradutor
• Mediador
• Conciliador judicial
• Partidor
• Distribuidor
• Contabilista
• Regulador de avarias
É essencial para o desenvolvimento do processo, não só a participação das partes, mas também os 
auxiliares da justiça, os quais possuem direitos e obrigações no exercício de suas funções, conforme 
previstos em lei (CPC, arts. 149 a 175).
 Saiba mais
Leia o Código de Processo Civil, artigos 149 a 175, que dispõem sobre as 
funções, os direitos e deveres dos auxiliares da justiça.
36
Unidade I
4.4 Partes: autor e réu
A relação jurídica processual trilateral é constituída entre Estado-juiz, autor e réu, na busca de uma 
solução do conflito de interesses, por meio da sentença de mérito.
Humberto Theodoro Júnior conceitua parte, no sentido processual, como “o sujeito que intervém no 
contraditório ou que se expõe às suas consequências dentro da relação processual”30.
Quem são autor e réu?
O autor é aquele que assume uma posição ativa de instaurar a relação jurídica processual, que 
provoca e invoca a tutela jurídica do Estado.
Réu é aquele contra quem é instaurado o processo, assumindo a posição passiva, de defesa.
Autor e réu são as denominações mais usuais para se referir às partes litigantes no processo.
Porém, a denominação das partes do processo podem variar conforme o tipo de ação, procedimento 
ou fase processual, como explica Humberto Theodoro Júnior, a seguir:
 
I – Processo de conhecimento:
(a) nas ações em geral: demandante e demandado;
(b) na reconvenção: reconvinte e reconvindo;
(c) nos recursos em geral: recorrente e recorrido;
(d) na apelação: apelante e apelado;
(e) no agravo: agravante e agravado;
(f) nos embargos de terceiro ou de declaração: embargante e embargado;
(g) nas intervenções de terceiro: o que é chamado a intervir pode ser ‘denunciado’, 
‘chamado’, ‘assistente’, amicus curiae ou simplesmente ‘interveniente’.
II – Processo de execução:
(a) as partes da execução forçada são: exequente e executado;
(b) nos embargos do devedor ou de terceiro: embargante e embargado.
30 THEODORO JÚNIOR, H. Curso de Direito Processual Civil. Vol. I. 58. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2017, p. 269.
37
PROCESSO E RELAÇÃO JURÍDICA PROCESSUAL
III – Tutela provisória: as partes são tratadas como requerente e requerido.
IV – Nos procedimentos de jurisdição voluntária: não há partes, mas 
apenas interessados31.
As partes, autor e réu, são os sujeitos parciais do processo, cujos interesses estão demonstrados na 
lide, uma vez que o autor é aquele que pede a prestação jurisdicional ao juiz e o réu aquele em face de 
quem essa prestação é pedida.
As partes, autor e réu, podem ser pessoas físicas ou jurídicas, mas nem todas têm capacidade 
processual. Têm capacidade processual as partes que se encontram no exercício dos seus direitos.
Para que o processo se desenvolva regularmente, é necessário que os sujeitos processuais sejam partes 
legítimas e tenham capacidades de direito, de estar em juízo e estejam devidamente representados.
Prosseguimos nosso estudo sobre a capacidade de ser parte, de estar em juízo e a capacidade 
postulatória, sobre deveres e responsabilidade na atuação processual das partes e seus procuradores.
4.4.1 Capacidade de ser parte
No processo, as partes (autor e réu) devem ter capacidade de ser parte ou capacidade de gozo de 
direitos, ou melhor, titulares de direitos e obrigações na ordem civil (CC, art. 1º).
As partes podem ser pessoas físicas ou naturais e pessoas jurídicas, de direito público ou privado, e 
entes despersonalizados.
As pessoas físicas ou naturais adquirem personalidade civil quando do nascimento com vida (CC, art. 2º), 
e, a partir de então, adquirem capacidade de ser parte, eis que são titulares de direitos e obrigações.
No caso das pessoas jurídicas, a capacidade de ser parte se dá com a inscrição dos seus atos 
constitutivos no registro competente, como o registro na Junta Comercial ou no Registro Civil das 
Pessoas Jurídicas, com a ressalva para as sociedades não personificada (CC, arts. 986 a 990), que também 
podem demandar e ser demandadas em juízo.
4.4.2 Capacidade de estar em juízo ou capacidade processual ou legitimatio ad processum
Não basta ter capacidade de ser parte para que as partes tenham capacidade de estar em juízo, 
estas devem ter capacidade processual, para figurarem como demandante ou demandado em uma ação 
judicial, e isso se dá quando se acham no exercício dos seus direitos, quando capazes da prática de seus 
direitos civis.
31 THEODORO JÚNIOR, H. Curso de Direito Processual Civil. Vol. I. 58. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2017, p. 269.
38
Unidade I
Para ficar mais claro, convém distinguir a capacidade de ser parte da capacidade de estar em juízo 
ou capacidade processual.
Misael Montenegro Filho faz essa distinção, primeiramente explicando a capacidade de ser 
parte, a seguir:
 
A capacidade de ser parte (de direito) representa a possibilidade de a 
pessoa estar em juízo como autor ou como réu, ou seja, de ocupar um dos 
polos do processo. Essa capacidade exige que a pessoa seja detentora de 
personalidade civil [...]32.
O mesmo doutrinador explica a capacidade processual, a seguir:
 
A capacidade processual é pressuposto de validade do processo, de modo que o 
reconhecimento da incapacidade processual pode acarretar a sua extinção 
sem a resolução do mérito (inciso IV do art.

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