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unidade 3

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DIREITO TRIBUTÁRIO EMPRESARIAL
SURGIMENTO E EVOLUÇÃO DO
DIREITO EMPRESARIAL
Comércio a etimologia da palavra origina-se do latim, commercium, formado de duas partes, “com” que significa conjunto e “merx /merc” que significa mercado, ou local de troca. Em síntese, o comércio nada mais é do que um local onde se tem um conjunto de pessoas fazendo trocas.
Não se tem conhecimento de quando iniciou-se a comercialização;
As tribos nômades estavam sempre em buscas de novas fontes de energia, pois não se preocupavam em estocar alimentos;
Com o aparecimento da agricultura e pecuária, iniciou-se o comércio, era realizado por meio de trocas de mercadorias, chamado de escambo;
A dificuldade de se movimentar com grandes quantidades de produtos fez com que se estabelecesse o processo de monetarização. Ou seja, o dinheiro foi instituído, trazendo a valorização de determinado estoque para facilitação das trocas (BRYTO et al., 2012).
Com o surgimento da moeda, mesmo em sua forma rudimentar e primitiva, iniciou-se uma nova modalidade nas transações comerciais, os intermediadores ou atravessadores.
Com o passar do tempo foram criados alguns mecanismos capazes de garantir proteção ao comerciante;
No auge da Segunda Guerra Mundial, com o advento do Código Civil Italiano, que unificou o direito privado, ou seja, juntou, em uma única codificação, o direito civil e o direito comercial, formando o que chamamos atualmente de Direito Empresarial (ABRAM; DOROW, 2009, p. 109).
Com o surgimento da teoria da empresa, houve uma ampliação de atividades regidas pelo Direito Comercial. Alguns doutrinadores sustentam que o Direito Comercial evolui para o Direito Empresarial.
Segundo Coelho (2008), o correto seria a denominação de Direito Empresarial, pois com a teoria da empresa, amplia-se as atividades por este ramo enfocado.
Ao longo da história, o Direito Empresarial já recebeu três diferentes denominações no Brasil
A TEORIA DA EMPRESA
O Código Civil Italiano de 1942 trouxe um novo sistema jurídico comercial expresso pela teoria da empresa.
O direito comercial adota o conceito da empresarialidade. O direito comercial não regula apenas as relações jurídicas do comércio, mas toda a atividade econômica na sua forma empresarial. Se aplica às diversas atividades econômicas em que o profissional produza e/ou comercialize bens e/ou serviços.
A partir da teoria da empresa, a atividade organizada ganha campo dentro do regime jurídico empresarial com sentido técnico. Desta forma, há uma articulação dos fatores de produção (capital, tecnologia, trabalho, natureza) para atender às demandas do mercado (produção de bens e serviços) sob um olhar que respalda os direitos e deveres da empresa.
A EMPRESA
Código Civil brasileiro de 2002 teve inspiração no Código Civil Italiano, trazendo tanto a base legislativa do direito civil quanto empresarial.
No entanto, o direito empresarial possui sua autonomia, com princípios próprios.
Os requisitos referentes à empresa como atividade econômica organizada, segundo Sanchez (2017), são:
Profissionalidade;
Atividade Econômica,
Organização.
O EMPRESÁRIO INDIVIDUAL
O empresário individual é aquele que utiliza a personalidade jurídica de pessoa natural exercendo a empresa. O empresário, então, é a pessoa que desempenha atividade economicamente organizada para a produção ou circulação de bens ou de serviços, nos termos do que prenuncia o art. 966, caput, do Código Civil de 2002
Segundo o art. 972 do Código Civil, o empresário pode exercer essa atividade “se estiver em pleno gozo da capacidade civil e não for legalmente impedido”. 
Em outras palavras, não poderão exercer a função de empresários os incapazes (menores de 16 anos), os relativamente incapazes (maiores de 16 e menores de 18, os ébrios habituais, os viciados, e incapacitados momentaneamente ou definitivamente de exprimir sua vontade).
PROIBIDOS DE EXERCER ATIVIDADE EMPRESARIAL:
a) os funcionários públicos 
b) os militares integrantes das Forças Armadas (Marinha, Exército ou Aeronáutica)
c) os auxiliares do empresário (entre eles os leiloeiros, corretores, despachantes aduaneiros)
d) o falido.
EMPRESA INDIVIDUAL DE RESPONSABILIDADE LIMITADA /EIRELI
A Empresa Individual de Responsabilidade Limitada – EIRELI foi criada pela Lei no 12.441, de 11/07/2011, sendo aquela constituída por uma única pessoa titular da totalidade do capital social. O capital social deve ser devidamente integralizado, não podendo ser inferior a 100 (cem) vezes o maior salário-mínimo vigente no país. Ainda, o titular não responde com seus bens pessoais pelas dívidas da empresa.
REQUISITOS E IMPEDIMENTOS PARA SER TITULAR DE EIRELI
Para ser titular de Empresa Individual de Responsabilidade Limitada – EIRELI se fazem necessários alguns requisitos legais que devem ser preenchidos por aquele que deseja abrir uma empresa nessa modalidade.
A pessoa natural, maior de 18 anos, brasileiro(a) ou estrangeiro(a), que se achar na livre administração de sua pessoa e bens. 
Menor emancipado que tiver concessão dos pais, ou de um deles na falta de outro, o menor deve ter 16 anos completos, este pode constituir a EIRELI por sentença do juiz que, também, deverá ser inscrita no Registro Civil das Pessoas Naturais. 
IMPEDIMENTOS À ADMINISTRAÇÃO DA EIRELI
Brasileiro naturalizado há menos de 10 anos
Estrangeiro sem visto permanente.
Natural de pais limítrofe
Cidadão Português
Pessoa jurídica; Cônsul; 
Funcionário público federal civil ou militar da
ativa;
Chefe do Poder Executivo, federal, estadual ou municipal;
IMPEDIMENTOS À ADMINISTRAÇÃO DA EIRELI
Magistrado;
Membros do Ministério Público da União
Membros do Ministério Público dos Estados
O falido
O Leiloeiro
A pessoa absolutamente incapaz
A pessoa relativamente incapaz
EMPRESÁRIOS RURAIS
O exercício da atividade em que os empresários rurais estão envolvidos é regrado pelo Código Civil. Este exerce atividades que envolvem pequenas produções e comércio para sua subsistência, tendo o seu faturamento inexpressivo. O Código Civil caracterizou essa situação como registro de pequeno empresário rural.
Essa atividade empresarial se identifica com:
Exercício de atividade econômica,
Atividade organizada,
Exercício praticado de modo habitual e sistemático.
MICROEMPRESÁRIOS E EMPRESÁRIOS DE PEQUENO PORTE
A Lei Geral das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte, como é conhecida a Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006 (LC nº 123);
Tem o objetivo de gerar empregos, desenvolver a competitividade de mercado, distribuição igualitária de renda e fortalecimento da economia. 
A lei busca contribuir para regulamentar a situação desejosa exposta pela Constituição Federal, sendo que, dependendo do porte de cada empresa, são estabelecidos regimes legislativos diferentes. No caso das empresas menores, estas podem usufruir do sistema chamado Simples Nacional.
SOCIEDADES EMPRESÁRIAS
O Código Civil possibilita a criação das sociedades personificadas em seus arts. 986 a 996, sociedades empresárias nos arts. 997 a 1.038, sociedades cooperativas nos arts. 1.093 a 1.096, e sociedades coligadas, rol taxativo. Segundo Sanchez (2017, p. 75), “As sociedades devem preencher os requisitos previstos no art. 104 do Código Civil vigente, quais sejam: agente capaz; objeto lícito, possível, determinado ou determinável e forma prescrita e não defesa em lei”.
	Sociedade.	Associação
	Formada por duas ou mais pessoas que se comprometem a juntar capital ou
trabalho para a realização de um fim lucrativo, ou seja, seu objetivo é econômico	Sociedades sem fins lucrativos ou econômicos.
SOCIEDADES DE PROPÓSITO ESPECÍFICO (SPE)
É um modelo de organização empresarial que constitui uma nova empresa, seja ela Limitada (Ltda) ou Sociedade Anônima (S.A.), com um objetivo específico, a atividade nessas sociedades é bastante restrita, podendo em alguns casos ter um prazo de existência determinado. A SPE é também uma forma de empreendimento coletivo, usualmente utilizada para compartilhar o risco financeiroda atividade desenvolvida (SANCHEZ, 2017).
DIFERENÇA ENTRE SPE E CONSÓRCIO CONTRATUAL
	Sociedade de Propósito Específico (SPE)	Consórcio Contratual 
	possui personalidade jurídica, decorrente da celebração de um contrato de sociedade. Esta sociedade empresária é constituída especificamente para uma ação ou projeto.	Não possui personalidade jurídica própria, no entanto ele é obrigado a se cadastrar no CNPJ. Não obstante, não é passível de obrigações tributárias, como a emissão de
nota fiscal para recolhimento de ICMS (SEBRAE, 2018).
SOCIEDADES PERSONIFICADAS E NÃO PERSONIFICADAS
Todas as sociedades que possuem seu ato constitutivo inscrito no órgão competente são reconhecidas pelo ordenamento jurídico como sujeitos de direito e equiparadas às pessoas físicas, chamadas de sociedades personificadas.
Aquelas em que não houve registro do ato constitutivo denominam-se sociedades não personificadas (ABRAM; DOROW, 2009).
SOCIEDADE EM COMUM
A sociedade em comum corresponde a qualquer sociedade que explora uma atividade econômica e que ainda não está registrada. Também é conhecida como sociedade de fato ou sociedade irregular. Não representa um tipo de sociedade empresária, pois lhe falta o registro como pessoa jurídica. 
CLASSIFICAÇÃO DOS SÓCIOS SEGUNDO SUA
RESPONSABILIDADE NA SOCIEDADE EMPRESÁRIA:
Estas ainda podem ser subdivididas conforme quadro a seguir
TÍTULOS DE CRÉDITO, RECUPERAÇÃO DE EMPRESAS E FALÊNCIA
O SURGIMENTO DO CRÉDITO
O conceito de crédito remete ao significado de confiança, ou seja, a capacidade de acreditar em algo ou alguém.
 Em seu sentido financeiro, significa dispor recursos financeiros para fazer frente a despesas ou investimentos. Em outras palavras, é a capacidade de financiar a compra de bens e serviços.
As características dos títulos de crédito são: 
Cartularidade
 Literalidade
Autonomia
 Abstração
 Circulabilidade
 Coobrigação e Executividade.
Os títulos de crédito são classificados quanto: 
à causa, 
ao emitente, 
à emissão, 
à circulação.
 Alguns conceitos muito comuns nos títulos de crédito e que devem sercompreendidos pelo acadêmico são: 
 Endosso, 
 Aval, 
Protesto.
O título cambial vincula o devedor e seus obrigados à obrigação nele representada. Não obstante, tal vinculação não poderá ser eterna, e não havendo o adimplemento, o credor deverá ir a juízo para receber o valor constante do título. Porém, caso o credor fique inerte, não tomando as providências necessárias ao recebimento do crédito, tem seu direito prescrito.
Existe uma diferenciação das características e requisitos dos principais títulos de crédito: Letra de câmbio;
 Nota Promissória; 
Cheque; 
 Duplicata.
 A recuperação da empresa pode ser extrajudicial e judicial.
	EXTRAJUDICIAL	JUDICIAL
	é um acordo privado, entre devedor e credor.
Uma proposta de recuperação apresentada para um ou mais credores, fora da
esfera judicial. Pode ser proposta em qualquer condição, a qualquer credor, desde que não haja impedimento legal.	tem por objetivo viabilizar a superação de
crise econômico-financeira do devedor, a fim de permitir a manutenção da
fonte produtora, do emprego dos trabalhadores e dos interesses dos credores,
promovendo, assim, a preservação da empresa

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