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PERÍCIA JUDICIAL E EXTRAJUDICIAL 
 
 
 
1
 
1 
 
Sumário 
NOSSA HISTÓRIA ................................................................................. 2 
CONCEITOS .......................................................................................... 3 
AÇÕES ................................................................................................... 8 
DOS FATOS E DO DIREITO .................................................................. 9 
PERÍCIA CONTÁBIL ............................................................................ 10 
PROVAS .............................................................................................. 15 
PRINCÍPIOS ......................................................................................... 17 
PERITO JUDICIAL E EXTRAJUDICIAL ................................................ 19 
DEVERES DO PERITO ........................................................................ 24 
ESTUDO DE CASO.............................................................................. 28 
REFERÊNCIAS .................................................................................... 48 
 
 
 
 
 
 
2
 
2 
 
NOSSA HISTÓRIA 
 
 
A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de 
empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de 
Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como 
entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. 
A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de 
conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a 
participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua 
formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, 
científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o 
saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. 
A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma 
confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base 
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições 
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, 
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3
 
3 
 
CONCEITOS 
 
Perito, segundo a definição da Associação dos Peritos Judiciais do 
Estado de São Paulo, disponível em:<APEJESP – 
http://www.apejesp.com.br/paginas.aspx?id=51>, é o auxiliar da Justiça; pessoa 
civil, nomeado pelo Juiz ou pelo tribunal, devidamente compromissado, 
assistindo-os para realizar prova pericial consistente em exame, vistoria ou 
avaliação, valendo-se de conhecimento especial, técnico ou científico. De acordo 
com o Art. 156: 
“§ 1o Os peritos serão nomeados entre os profissionais legalmente 
habilitados e os órgãos técnicos ou científicos devidamente inscritos em cadastro 
mantido pelo tribunal ao qual o juiz está vinculado. 
§ 2o Para formação do cadastro, os tribunais devem realizar consulta 
pública, por meio de divulgação na rede mundial de computadores ou em jornais 
de grande circulação, além de consulta direta a universidades, a conselhos de 
classe, ao Ministério Público, à Defensoria Pública e à Ordem dos Advogados 
do Brasil, para a indicação de profissionais ou de órgãos técnicos interessados” 
A nova legislação menciona que “os peritos serão nomeados entre os 
profissionais legalmente habilitados”, enquanto o CPC anterior dizia que seriam 
escolhidos “dentre profissionais de nível universitário, devidamente inscritos no 
órgão de classe competente”. Assim, as legislação anterior obrigava o perito a 
possuir nível superior. 
A redação da Lei 13.105/15, que define apenas como “profissionais 
legalmente habilitados”, já não deixa, a princípio, tão clara esta obrigação. 
Porém, uma leitura mais cuidadosa nos leva ao o Parágrafo 4o do Artigo 464 
desta mesma lei, que diz: 
“§ 4o Durante a arguição, o especialista, que deverá ter formação 
acadêmica específica na área objeto de seu depoimento, poderá valer-se de 
 
 
 
4
 
4 
qualquer recurso tecnológico de transmissão de sons e imagens com o fim de 
esclarecer os pontos controvertidos da causa.” 
Dessa forma, fica subentendida a idéia de escolha entre profissionais de 
nível superior, embora não especificada diretamente como na legislação 
anterior, pois formação acadêmica específica poderia significar curso técnico e 
não só universitário. 
Vale ressaltar, porém, o Parágrafo 5º : “ 
§ 5o Na localidade onde não houver inscrito no cadastro disponibilizado 
pelo tribunal, a nomeação do perito é de livre escolha pelo juiz e deverá recair 
sobre profissional ou órgão técnico ou científico comprovadamente detentor do 
conhecimento necessário à realização da perícia.” 
Neste caso, não havendo profissionais habilitados inscritos no cadastro 
da vara, o juiz poderá nomear outros profissionais como peritos, desde que 
apresentem capacidade técnica para tanto. 
O perito deve ser totalmente imparcial. Segundo o Art. 158 da mesma 
Lei, “o perito que, por dolo ou culpa, prestar informações inverídicas responderá 
pelos prejuízos que causar à parte e ficará inabilitado para atuar em outras 
perícias no prazo de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, independentemente das demais 
sanções previstas em lei (ver abaixo), devendo o juiz comunicar o fato ao 
respectivo órgão de classe para adoção das medidas que entender cabíveis.” 
A perícia é a prova elucidativa dos fatos, já a auditoria é mais revisão, 
verificação, tende a ser necessidade constante repetindo-se de tempo em 
tempo, com menos rigores metodológicos pois utiliza-se da amostragem. 
A perícia repudia a amostragem como critério e tem caráter de 
eventualidade e só trabalha com o universo completo, onde a opinião é 
expressada com rigores de cem por cento de análise. Para melhor visualização, 
apresentamos as principais características de auditoria e perícia: 
A perícia tem em suas entranhas o status de conhecimento notório, 
tratado na lei 9.457 de 5 de maio de 1997, que alterou a lei 6.404-76 no seu art. 
 
 
 
5
 
5 
163 parágrafo 8, que trata o profissional com o status de conhecimento notório e 
necessário para apurar fatos. 
No mesmo ordenamento, parágrafo 4, temos a figura contemporânea 
dos auditores independentes, para esclarecimentos ou apuração de fatos 
específicos, que acreditamos ser o relatório ou parecer de auditoria submetido à 
apreciação do conselho fiscal. 
Por isto, entendemos que a lógica do conhecimento, experiência e 
carreira ou educação continuada, no sentido holístico, segue a lógica da 
formação acadêmica de : primeiro contador, segundo auditor e a terceira e maior 
especialização, perito, pois só é possível ser perito o profissional contador que 
domina as técnicas de auditorias, de perícia e tem algum domínio do direito 
tributário, bancário, comercial, financeiro, penal, administrativo, constitucional, 
previdenciário, ambiental, trabalhista e processual, condição desejada para se 
navegar no meio jurídico como auxiliar do juízo. 
Naturalmente que este conhecimento também é bom para o auditor, mas 
se exige com mais propriedade do perito, por ser este junto com o juiz o provedor 
do equilíbrio da Justiça. 
O status do perito, também é elevado para categoria de cientista, por 
força do CPC art. art. 145 que trata do perito como sendo um cientista para 
assistir o juízo em matérias de ciência e tecnologia. 
A auditoria, também ramo da mesma árvore, contabilidade, tem como 
seu destaque, as revisões de procedimentos relativos às atividades de interesse 
da CVM, pois a lei 6.385-76, art.. 26 e 27, trata do assunto, enfatizando o registro 
do profissionalna CVM que está normalizando as condições que considera 
ideais para conceder o registro. 
Naturalmente é importante frisarmos que este registro da CVM só é 
obrigatório quando a empresa auditada está entre aquelas relacionadas na lei, 
ficando fora as auditorias de empresas que não estejam negociando ações na 
bolsa e que não estejam operando com valores mobiliários, como exemplo uma 
montadora de veículos automotores, de capital fechado. 
 
 
 
6
 
6 
São duas atividades ótimas. Recomendamos estágios nas duas áreas 
antes de decidir a carreira. Acreditamos que seguir as duas simultaneamente é 
muito difícil, não impossível, pois ambas requerem estudos continuados e 
pesquisas cientificas. As duas bradam por constantes e eternas reciclagens. 
Para uma melhor visualização, apresentamos as principais 
características de auditoria e perícia na tabela abaixo. 
Figura 1: Tabela 1. Quadro Comparativo Entre Auditoria E Perícia Contábil 
Itens P E R Í C I A A U D I T O R I A 
1 Executada somente 
por pessoa física, 
profissional de nível 
universitário (CPC, art. 145). 
Pode ser executada tanto 
por pessoa física quanto por 
jurídica. 
2 A perícia serve a 
uma época, questionamento 
específico, por exemplo 
apuração de haveres na 
dissolução de sociedade. 
Tende à necessidade 
constante, como exemplo: auditoria 
de balanço, repetindo-se 
anualmente. 
3 A perícia se prende 
ao caráter científico de uma 
prova com o objetivo de 
esclarecer controvérsias. 
Auditoria se prende à 
continuidade de uma gestão; 
parecer sobre atos e fatos 
contábeis. 
4 É específica, restrita 
aos quesitos e pontos 
controvertidos, 
especificados pelo condutor 
judicial. 
Pode ser específica ou não; 
exemplo: auditoria de Recursos 
Humanos, ou em toda empresa. 
5 Sua análise é 
irrestrita e abrangente. 
Feita por amostragem. 
 
 
 
7
 
7 
6 As normas técnicas 
são: 
< Resoluções CFC 
n.º 857/99, trata das normas 
profissionais do perito; 
< Resoluções CFC 
n.º 858-99, trata da perícia 
contábil. 
As normas técnicas são: 
< Resoluções CFC n.º 
820/97, trata das normas de 
Auditoria Independente; 
< Resoluções CFC n.º 
821/97, trata das normas 
Profissionais do Auditor 
Independente. 
7 Usuários do serviço 
< As partes e 
principalmente a justiça 
Usuários do serviço 
< Sócios, investidores, 
administradores 
8 As normas técnicas 
são: 
< Resoluções CFC 
n.º 857/99, trata das normas 
profissionais do perito; 
< Resoluções CFC 
n.º 858-99, trata da perícia 
contábil. 
 
As normas técnicas são: 
< Resoluções CFC n.º 
820/97, trata das normas de 
Auditoria Independente; 
< Resolução CFC n.º 
821/97, trata das normas 
Profissionais do Auditor 
Independente. 
< Resolução CFC n.º 
915/01, trata das normas 
profissionais e sigilos 
< Resolução CFC n.º 923-
02, trata da revisão externa pelos 
pares. 
 
Naturalmente temos estimulado os alunos do curso de ciências 
contábeis, para o exercício do direito de livremente escolher a opção profissional 
 
 
 
8
 
8 
mais adequada aos seus sonhos, motivo pelo qual recomendamos aos 
pesquisadores, alunos e ex- alunos da ciência contábil, professores e demais 
estudiosos do assunto, a leitura do livro, "Prova Pericial Contábil, aspectos 
praticos & fundamentais", editado pela Juruá em 2001, para que conheçam a 
profissão de perito e exerçam o seu livre arbítrio para decidir sobre uma ou outra 
especialização. 
 
 AÇÕES 
Ações de desapropriação Desapropriações são realizadas pelo poder 
público visando melhorias para a população em geral, como abertura de novas 
vias, ferrovias, praças, piscinões etc. Tais desapropriações são indenizadas pelo 
poder público. Ocorre, porém, de ocasionalmente o proprietário não concordar 
com o valor estipulado, aquém do valor de mercado, contestando-o em ação 
judicial. Aí entra o papel do perito, que determina o valor real do imóvel. 
Ações revisionais de aluguéis 
Este tipo de ação ocorre quando locador e locatário, após transcorrido 
certo tempo de locação, não entram em acordo sobre o novo valor do aluguel do 
imóvel, que não corresponde à realidade atual. 
Como exemplo, podemos citar o imóvel comercial cujo reajuste anual 
ficou além do desempenho das vendas devido à crise econômica, o que 
prejudica o balanço financeiro e vida da empresa, pois o gasto atual é maior do 
que na época em que foi assinado o contrato de locação. Temos também o 
exemplo de imóvel cujo valor será reajustado pelo proprietário devido a sua 
valorização após inauguração de estação de metrô nas proximidades. 
 Ação renovatória de contrato de locação 
 Como exemplo podemos citar um empresário dono de um comércio que 
funciona em um imóvel alugado sob contrato de mais de cinco anos, ou se 
pratica o mesmo comércio há mais de três anos, e deseja renovar o contrato de 
 
 
 
9
 
9 
locação. Antes do término do contrato este comerciante procura um acordo com 
o proprietário do imóvel. 
Caso não cheguem a um consenso, deverá entrar com ação renovatória 
de contrato de locação, de seis a doze meses antes do final do contrato em vigor. 
Se o juiz conceder a renovação, o valor do aluguel deve ser compatível com o 
mercado, e este valor será determinado pelo perito 
 
DOS FATOS E DO DIREITO 
 
Fato, em Direito, tem como definição “coisa cuja realidade pode ser 
comprovada” (http://www.dicio.com.br/fato/). Ou seja: um fato é uma verdade. Já 
Direito pode ser definido como “ciência das normas obrigatórias que disciplinam 
as relações dos homens numa sociedade” 
http://michaelis.uol.com.br/moderno/portugues/index.php?lingua=portug
ues-portugues&palavra=direito) 
Nos processos judiciais, tendo-se os fatos, busca-se o Direito. Este não 
necessita ser provado, pois o juiz conhece a Lei e o Direito; desde que haja fatos, 
estes sim devem ser provados. 
Relembrando o Art. 156 da Lei nº 13.105/15, já mencionado: “o juiz será 
assistido por perito quando a prova do fato depender de conhecimento técnico 
ou científico”. 
Há fatos, porém, que não precisam de provas, conforme o Art. 374 da 
Lei nº 13.105/15. São eles os fatos: 
 Notórios: conhecidos por todos, como o impedimento de um 
motociclista de pilotar sem capacete, conforme o exemplo que abre esta seção; 
 Os afirmados por uma parte e confessados pela parte contrária; 
 
 
 
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 Os admitidos no processo como incontroversos, os não impugnados 
especificamente ou considerados verídicos pela outra parte; 
  Aqueles em cujo favor milita presunção legal de existência ou de 
veracidade, como o caso das certidões que gozam de fé pública. 
Presunção é uma suposição, uma hipótese que a Lei deduz de certos 
atos ou fatos, e que estabelece como verdade. Podem ser estabelecidas por lei 
(presunções legais); estas não admitem provas em contrário. Como exemplo, no 
registro público de imóveis consta quem é o proprietário de determinado imóvel. 
Sendo assim, é inadmissível alegação de desconhecimento de quem é 
o proprietário, e mais ainda a apresentação supostas provas de que esta pessoa 
não é a proprietária. É a publicidade (registro público) desta propriedade que 
possibilita o absolutismo (defesa contra todos). 
 
 PERÍCIA CONTÁBIL 
Se a sua empresa já esteve envolvida em alguma demanda judicial ou 
mesmo se você já participou de algum processo de fusão empresarial, é possível 
que em algum momento já tenha se perguntado como executar uma perícia 
contábil. 
Trata-se de um procedimento bastante rígido por meio do qual 
profissionais especializados e devidamente autorizados para tal fazem a análise 
e a conferências de documentos fiscais e tributários de forma a certificar se eles 
são verdadeiros ou não. 
Conhecer mais detalhes sobre o que é perícia contábil é uma questãoimportante para empresários, gestores e profissionais de contabilidade. Nesse 
artigo, abordaremos mais detalhes sobre essa importante questão. 
O que é perícia contábil? 
De acordo com a Norma Brasileira de Contabilidade, perícia contábil é o 
conjunto de procedimentos técnicos e científicos destinado a levar à instância 
https://blog.sage.com.br/fusao-ou-aquisicao-merge-and-acquisition/
http://portalcfc.org.br/wordpress/wp-content/uploads/2013/01/Per%C3%ADcia_Cont%C3%A1bil.pdf
 
 
 
1
1 
11 
decisória elementos de prova necessários a subsidiar à justa solução do litígio, 
mediante laudo pericial contábil, e ou parecer pericial contábil, em conformidade 
com as normas jurídicas e profissionais, e a legislação específica no que for 
pertinente. 
Em outras palavras, trata-se de um instrumento que visa criar os 
elementos comprobatórios necessários para que uma empresa apresente, em 
vias judiciais ou extrajudiciais, provas de que um fato ocorreu (ou não), 
averiguando-se se há ou não desrespeito à legislação vigente. 
Para que seja feita essa averiguação, os procedimentos devem ser 
conduzidos por um perito contábil, profissional que precisa estar habilitado junto 
ao Conselho Regional de Contabilidade. São etapas do processo de verificação 
documental o exame, a vistoria, a indagação, a investigação, o arbitramento, a 
avaliação e a certificação. 
Quais os tipos de perícia contábil existentes? 
Basicamente, as perícias contábeis podem ser divididas em dois tipos: 
as judiciais e as extrajudiciais. Vamos compreender um pouco mais sobre cada 
uma delas e quais são as particularidades que se aplicam em cada um dos 
casos. 
A perícia contábil judicial é aquela solicitada por um juiz. Ela é indicada 
para casos em que é necessário um laudo especializado, elaborado de forma 
isenta, para a resolução de uma questão jurídica. Nessas circunstâncias, o perito 
contábil é responsável por fazer uma análise e emitir um parecer. Essas 
informações são anexadas ao processo e ajudam o juiz a tomar as suas 
decisões. 
Se o perito contábil é um elemento neutro, as partes têm como 
prerrogativa a indicação de um assistente técnico, que também fornece um 
parecer após o laudo pericial. Assim, são garantidas a lisura e a segurança das 
informações, permitindo que a análise do magistrado seja feita sem nenhum viés. 
Já a perícia contábil extrajudicial, como o nome indica, é aquela que é 
realizada sem que haja um pedido de um juiz ou, ainda, sem que exista um 
 
 
 
1
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12 
processo em andamento no judiciário. Ela pode ser subdividida em três tipos: 
perícia arbitral, perícia no âmbito estatal e perícia voluntária. 
Na perícia arbitral, os objetos de análise são definidos por meio da lei de 
arbitragem. Isso significa que as partes podem, em comum acordo, definir que 
uma questão seja arbitrada e, cabe ao árbitro em questão, determinar a 
necessidade de uma perícia. Deve haver concordância entre as partes na 
escolha de um perito independente. 
Já a perícia no âmbito estatal é aquela executada sob o controle dos 
órgãos do Estado. Isso inclui as Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs), 
as perícias criminais e aquelas conduzidas pelo Ministério Público da União 
(MPU). 
Por fim, temos ainda as perícias voluntárias. Elas são contratadas por 
uma empresa ou por um conjunto de empresas interessadas em comum acordo. 
Nesse caso, não é necessário que haja uma disputa entre elas. 
Uma empresa que tenha interesse em adquirir outra, por exemplo, 
poderá, em algum momento, solicitar que seja feita uma perícia contábil sobre 
certos documentos de forma a comprovar uma determinada informação. 
 
Quem pode fazer uma perícia contábil? 
Como já mencionamos, a perícia contábil é uma atribuição exclusiva 
do profissional de contabilidade. Mesmo graduado e habilitado, é fundamental 
que a sua documentação esteja em situação regular junto ao Conselho Regional 
de Contabilidade de determinada jurisdição. 
Na função de perito, o contador deve se manter atualizado sobre as 
Normas Brasileiras de Contabilidade e estar apto a empregar as técnicas 
contábeis que forem necessárias de forma a atestar a veracidade (ou não) de 
determinadas informações. 
Tanto o perito-contador e o perito-contador assistente, em ações 
judiciais, devem comprovar sua habilitação profissional mediante apresentação 
https://blog.sage.com.br/beneficios-de-ter-um-contador/
 
 
 
1
3 
13 
de certidão específica, emitida por Conselho Regional de Contabilidade, na 
forma regulamentada pelo Conselho Federal de Contabilidade. 
Por suas características similares, muitas pessoas confundem perícia 
com auditoria. Porém, há uma diferença fundamental entre ambas: as auditorias 
operam sob amostragem, ou seja, não há a necessidade de se analisar todos os 
elementos até que se chegue a uma conclusão. Além disso, a perícia concentra-
se sob um determinado ato, e não sobre o todo. 
As normas de perícias contábeis são reguladas pela Norma Brasileira de 
Contabilidade (NBC TP 01), de 27 de fevereiro de 2015. Nesse texto, são 
relatados os conceitos, as normas de execução, os procedimentos e o 
planejamento necessários para esse tipo de trabalho. 
Os profissionais devem ficar atentos ainda aos termos de diligência, às 
regras dos laudos e pareceres periciais contábeis bem como as modelos de 
comunicação a serem adotados de forma a se criar uma padronização na 
exposição dos esclarecimentos. 
 
Ferramentas de gestão facilitam a comprovação em perícias 
Por fim, ressaltamos ainda que o uso de ferramentas de gestão 
contábil é de suma importância para os profissionais envolvidos. Além de 
facilitarem o acesso aos dados a serem analisados, os softwares organizam a 
informação, permitindo que se tenha mais agilidade no trabalho. 
A recomendação, portanto, é que nenhuma empresa, 
independentemente do seu tamanho, deixe de lado as possibilidades que a 
adoção de sistemas de gestão contábil trazem para o negócio. Sem sombra de 
dúvidas, esse é um passo fundamental para demonstrar a credibilidade e a 
idoneidade do seu registro financeiro. 
Quem pode realizar perícias contábeis? 
A realização de perícias contábeis (judiciais, arbitrais e extrajudiciais) 
constitui atribuição privativa dos bacharéis em Ciências Contábeis com registro 
http://www.normaslegais.com.br/legislacao/nbc-tp-01-2015.htm
http://www.normaslegais.com.br/legislacao/nbc-tp-01-2015.htm
https://www.sage.com/pt-br/solucoes
https://www.sage.com/pt-br/solucoes
 
 
 
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ativo no CRC na categoria de contador. A função de assistente técnico também 
é prerrogativa exclusiva de contadores. 
Cabe à Fiscalização do CRCSP verificar se os contadores estão 
procedendo regularmente conforme os preceitos das Normas de Perícia na 
elaboração de seus laudos e pareceres e coibir a atuação de não habilitados e 
técnicos em contabilidade neste segmento específico da profissão contábil, 
tomando as medidas cabíveis quando da constatação da irregularidade. 
Qual a regulamentação específica que norteia o trabalho do 
profissional que atua em função pericial? 
Para elaborar trabalhos de natureza pericial, o profissional deve seguir 
o que está estabelecido nas Normas Brasileiras de Contabilidade NBC TP 01 
referente ao trabalho técnico elaborado e NBC PP 01 referente à atuação do 
profissional. 
Laudos periciais contábeis e pareceres periciais contábeis devem 
ter Certidão de Regularidade Profissional (CRP)? 
Desde 27 de fevereiro de 2015 é obrigatória anexar aos trabalhos a 
certidão de regularidade ao assinar trabalhos de natureza pericial, seja perícia 
judicial, extrajudicial ou arbitral, de acordo com os itens 7 e 8 da NBC PP 01 e 
item 65, alínea "j" da NBC TP 01. 
Existe alguma Certidão especial para habilitação do Perito Judicial 
nos Fóruns? 
O CRCSP expede a certidãopara habilitação dos peritos nos Fóruns do 
Estado de São Paulo. Esta certidão é expedida pelo Departamento de Registro 
e as informações completas do procedimento podem ser consultadas no portal 
do CRCSP. 
Qual o objetivo do Cadastro Nacional de Peritos Contábeis? 
O Cadastro Nacional de Peritos Contábeis (CNPC) do Conselho Federal 
de Contabilidade (CFC), criado pela Resolução CFC n.º 1.502/2016 e alterada 
pela Resolução CFC n.º 1.513/2016 e 1.519/2017, tem o objetivo de oferecer ao 
 
 
 
1
5 
15 
Judiciário e à sociedade uma lista de profissionais que atuam como peritos 
contábeis, permitindo ao Sistema CFC/CRCs identificá-los com o intuito de dar 
maior celeridade à ação do Poder Judiciário, uma vez que se poderá conhecer 
geograficamente e, também, por especialidade a disponibilidade desses 
profissionais. 
O CNPC se justifica tendo em vista o novo Código de Processo Civil 
Brasileiro (CPC), que entrou em vigor no dia 18 de março de 2016, determinando 
que os juízes sejam assistidos por peritos quando a prova do fato depender de 
conhecimento específico e que os tribunais consultem os conselhos de classe 
para formar um cadastro desses profissionais. 
 
Como ingressar no CNPC? 
O ingresso no CNPC para os profissionais com experiência ou não 
estará condicionado à aprovação prévia em Exame de Qualificação Técnica 
(EQT) para perito contábil, regulamentado pela NBC PP 02, que tem por objetivo 
aferir o nível de conhecimento e a competência técnico-profissional necessário 
ao contador que pretende atuar na atividade de perícia contábil. 
Aos contadores inscritos no CNPC é obrigatório o cumprimento do PEPC 
(Programa de Educação Profissional Continuada) nos termos da NBC PG 12 
(R3). 
 
PROVAS 
 
Como vimos, os fatos, exceto os já citados no Art. 374 da Lei nº 
13.105/15, necessitam de provas, e o Art. 369 da mesma lei assim especifica: 
“As partes têm o direito de empregar todos os meios legais, bem como os 
moralmente legítimos, ainda que não especificados neste Código, para provar a 
verdade dos fatos em que se funda o pedido ou a defesa e influir eficazmente na 
convicção do juiz.” 
 
 
 
1
6 
16 
Tal artigo concorda com o Inciso LVI do Artigo 5o da Constituição 
Federal de 1988, que declara serem inadmissíveis provas obtidas por meios 
ilegítimos: 
“Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer 
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a 
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à 
propriedade, nos termos seguintes: 
LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios 
ilícitos;” 
As provas legais mais importantes são: 
 Depoimento das partes 
 Confissão 
 Documentos 
 Perícia 
 Testemunhas 
Em que consiste a prova pericial, que é o objeto de trabalho do perito e 
do assistente técnico? Segundo o Art. 464 da Lei nº 13.105/15, “a prova pericial 
consiste em exame, vistoria ou avaliação.” 
 Exame pericial é a inspeção, pelo perito, de pessoas, animais, bens, 
para verificação de fatos ou circunstâncias que interessam à causa. 
 Vistoria é a constatação de um fato mediante exame circunstanciado e 
descrição minuciosa dos elementos que o constituem, sem indagação das 
causas que o motivaram. 
 Avaliação é a atividade que envolve determinação técnica do valor 
quantitativo ou monetário de um bem, de um direito ou de um empreendimento. 
A perícia trata de fatos que dependem de conhecimentos técnicos ou científicos, 
sendo demorada e dispendiosa. 
 
 
 
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 Dessa forma, o juiz somente autoriza a perícia se for realmente 
necessário. Ou, conforme o Parágrafo 1o do mesmo 
 Artigo: “§ 1o O juiz indeferirá a perícia quando: 
I - a prova do fato não depender de conhecimento especial de técnico; 
II - for desnecessária em vista de outras provas produzidas; 
III - a verificação for impraticável.” 
 
PRINCÍPIOS 
De acordo com Heckert e Wilson (apud SANTOS, 2012), os princípios 
que norteiam as funções do controller se resumem às características 
profissionais que contribuem para melhor execução das atividades de maneira 
eficiente e eficaz. 
Iniciativa 
Prenuncia situações que ocasionem problemas no campo da gestão 
econômica global e provisionar informações que afetam diretamente a área 
administrativa. 
Visão econômica 
Serve para assessorar outros gestores, tendo visão dos feitos 
econômicos de atividades de qualquer área, estudando e assimilando métodos 
utilizados no desempenho de atividades, sugerindo propostas que alterem de 
forma positiva o resultado econômico. 
Comunicação 
racional Objetiva viabilizar informação às áreas, transmitindo uma 
linguagem com- preensível a todos os setores, simples, objetiva e direta, 
possibilitando assim, a minimização da dificuldade do trabalho e a interpretação. 
 
Síntese 
 
 
 
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Traduz fatos e estatísticas de forma mais dinâmica, seja em gráficos de 
tendências ou em índices, visando comparar o planejado com o resultado dos 
períodos anteriores. 
Visão de Futuro 
Analisa o desempenho dos períodos passados visando executar 
alterações a partir deles, exercendo ações que proporcionem melhor 
performance no futuro. 
Oportunidade 
Este princípio viabiliza informações aos administradores das áreas, em 
tempo competente para mudanças nos planos padrões, a partir de alterações no 
âmbito coletivo, que seja cooperativo para as áreas distintas e favoreçam o 
ambiente geral. 
Persistência 
Conduz os resultados das áreas adjuntas dos seus estudos para fazer 
as interpretações que exigem ações para otimizar o desempenho econômico 
geral. 
Cooperação 
Auxilia os demais setores contribuindo para a otimização dos pontos 
fracos, sem limitar-se apenas para criticá-los, mas para melhorá-los. 
Imparcialidade 
Este princípio oferece informações à administração geral sobre os 
resultados do desempenho econômico de todas as áreas, mesmo quando 
apontam sinais de ineficiência dos administradores. Há possibilidade de 
dificuldade no relacionamento interpessoal. Mas, aspirando o controle 
organizacional mesmo diante de opiniões pessoais, visa sempre a otimização do 
resultado econômico, independente de qualquer fato ou situação. 
Persuasão 
 
 
 
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Resumido na ação e habilidade de convencer os administradores da 
validade de suas opiniões, compreendendo os desempenhos de forma global. 
Consciência das limitações 
Ter ciência da responsabilidade de assessorar os administradores com 
informações de gestão econômica para a eficácia corporativa, que tem pouca 
influência em questões de estilos gerenciais. 
Cultura geral 
Ter conhecimento sobre as diferentes culturas, entre raças e nações, 
questões sociais e econômicas de países e blocos econômicos é importante para 
a manu- tenção e planejamento do meio em que está inserido, tornando-se 
relevante no contexto. 
Liderança Influenciar e comandar pessoas de maneira correta, 
motivando os subordinados para atividades mais eficientes. 
Ética 
Uma das principais a ser destacada, pois é ter conduta profissional 
voltada pautada em valores morais aceitos. 
 
PERITO JUDICIAL E EXTRAJUDICIAL 
 
A nomeação do perito ocorre quando o juiz pedir às partes que 
especifiquem quais provas pretendem produzir. Há casos em que o juiz nomeará 
de imediato um perito, como no caso da Lei das Desapropriações (Decreto-Lei 
3.365, de 1941 - http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del3365.htm): 
“Art. 14. Ao despachar a inicial, o juiz designará um perito de sua livre 
escolha, sempre que possível, técnico, para proceder à avaliação dos bens. 
Parágrafo Único. O autor e o réu poderão indicar assistente técnico do 
perito.” Conforme já mencionado,o juiz escolherá, conforme o Art. 156 da Lei 
 
 
 
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13.105/15, profissionais devidamente cadastrados no tribunal em que o juiz está 
vinculado. Interessante mencionar que o Parágrafo Segundo deste mesmo 
arquivo menciona como deve ser feito este cadastro: 
“§ 2o Para formação do cadastro, os tribunais devem realizar consulta 
pública, por meio de divulgação na rede mundial de computadores ou em jornais 
de grande circulação, além de consulta direta a universidades, a conselhos de 
classe, ao Ministério Público, à Defensoria Pública e à Ordem dos Advogados 
do Brasil, para a indicação de profissionais ou de órgãos técnicos interessados.” 
Assim, o perito deverá responder às consultas públicas deixando nas 
varas currículo ou mesmo um laudo, demonstrando a boa qualidade de seu 
trabalho, além de perícias realizadas em outras varas. 
Em especial aos profissionais da área imobiliária, ressalta-se a 
importância do registro do perito avaliador no CNAI (Cadastro Nacional dos 
Avaliadores Imobiliários), pertencente ao COFECI (Conselho Federal dos 
Corretos de Imóveis), que será certamente um dos conselhos de classe 
consultados. 
Conforme o Art. 466 da mesma lei, “o perito cumprirá escrupulosamente 
o encargo que lhe foi cometido, independentemente de termo de compromisso.” 
Em outras palavras: deve executar de maneira mais sóbria e imparcial possível 
a sua missão. 
 “ § 1o Os assistentes técnicos são de confiança da parte e não estão 
sujeitos a impedimento ou suspeição” - podem, por exemplo, ser parentes ou 
amigos das partes; o perito deve ser totalmente desconhecido dos sujeitos do 
processo. 
Ҥ 2o O perito deve assegurar aos assistentes das partes o acesso e o 
acompanhamento das diligências e dos exames que realizar, com prévia 
comunicação, comprovada nos autos, com antecedência mínima de 5 (cinco) 
dias”. - ou seja, o perito não pode impedir os assistentes técnicos de acompanhar 
sua perícia; aliás, deve comunicá-los do fato. 
 
 
 
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Seus direitos, sem os quais não poderia exercer o cargo, são:  Escusar-
se do cargo 
 Pedir prorrogação de prazos  Recorrer a diversas fontes de 
informações 
 Receber remuneração De acordo com o art. do CPC 2015 mostrado 
abaixo, há situações em que o perito pode escusar-se ou ser recusado: "Art. 467 
O perito pode escusar-se ou ser recusado por impedimento ou 
suspeição. Parágrafo único. O juiz, ao aceitar a escusa ou ao julgar procedente 
a impugnação, nomeará novo perito.” 
 Impedimento 
Impedimento constitui uma proibição de trabalhar nas causas em que 
ocorrem as circunstancias mencionadas no Art. 144 do CPC 2015: 
 “Art. 144. Há impedimento do juiz, sendo-lhe vedado exercer suas 
funções no processo: 
I – em que interveio como mandatário da parte, oficiou como perito, 
funcionou como membro do Ministério Público ou prestou depoimento como 
testemunha; 
II – de que conheceu em outro grau de jurisdição, tendo proferido 
decisão; 
 III – quando nele estiver postulando, como defensor público, advogado 
ou membro do Ministério Público, seu cônjuge ou companheiro, ou qualquer 
parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, 
inclusive; 
IV – quando for parte no processo ele próprio, seu cônjuge ou 
companheiro, ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até 
o terceiro grau, inclusive; 
V – quando for sócio ou membro de direção ou de administração de 
pessoa jurídica parte no processo; 
 
 
 
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22 
VI – quando for herdeiro presuntivo, donatário ou empregador de 
qualquer das partes; 
VII – em que figure como parte instituição de ensino com a qual tenha 
relação de emprego ou decorrente de contrato de prestação de serviços; 
VIII – em que figure como parte cliente do escritório de advocacia de seu 
cônjuge, companheiro ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou 
colateral, até o terceiro grau, inclusive, mesmo que patrocinado por advogado de 
outro escritório; 
IX – quando promover ação contra a parte ou seu advogado.” Aplicam-
se os motivos de impedimento e suspeição não somente aos Juízes, mas 
também aos membros do Ministério Publico, auxiliares de justiça e aos demais 
sujeitos imparciais do processo, incluído aí o perito (Art. 148, Inciso I, II e III do 
CPC 2015). 
Suspeição 
É a situação, mencionada em lei, que impede os Juízes, promotores, 
advogados ou qualquer outro auxiliar de justiça de trabalhar em determinado 
processo se houver dúvida quanto a imparcialidade e independência com que 
devem atuar. As situações são as mencionadas no artigo 145 do CPC 2015. “ 
Art. 145 Há suspeição do juiz: 
I – amigo íntimo ou inimigo de qualquer das partes ou de seus 
advogados; 
II – que receber presentes de pessoas que tiverem interesse na causa 
antes ou depois de iniciado o processo, que aconselhar alguma das partes 
acerca do objeto da causa ou que subministrar meios para atender às despesas 
do litígio; 
 III – quando qualquer das partes for sua credora ou devedora, de seu 
cônjuge ou companheiro ou de parentes destes, em linha reta até o terceiro grau, 
inclusive; 
 
 
 
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IV – interessado no julgamento do processo em favor de qualquer das 
partes”. Observem uma diferença importante entre as duas situações 
(impedimento e suspeição): o perito pode recusar espontaneamente alegando 
os impedimentos do 
Art. 144 do CPC do 2015, ou, o que seria extremamente constrangedor, 
uma das partes entraria com pedido de sua suspeição, conforme os artigos 145 
e 148. 13.4 Direito de pedir prorrogação do prazo 
Observe o que diz o artigo 476 do CPC do 2015: “Se o perito, por motivo 
justificado, não puder apresentar o laudo dentro do prazo, o juiz poderá 
conceder-lhe, por uma vez, prorrogação pela metade do prazo originalmente 
fixado”. 
Direito a recorrer a diversas fontes de informações 
Conforme diz o § 3o do artigo 473 do CPC 2015, o perito pode recorrer 
a várias fontes de informação: “§ 3o Para o desempenho de sua função, o perito 
e os assistentes técnicos podem valer-se de todos os meios necessários, 
ouvindo testemunhas, obtendo informações, solicitando documentos que 
estejam em poder da parte, de terceiros ou em repartições públicas, bem como 
instruir o laudo com planilhas, mapas, plantas, desenhos, fotografias ou outros 
elementos necessários ao esclarecimento do objeto da perícia” . 13.6 Direito a 
receber remuneração Este direito está assegurado pelo Art. 465 do CPC 2015, 
transcrito abaixo: 
“§ 2o Ciente da nomeação, o perito apresentará em 5 (cinco) dias: I – 
proposta de honorários; 
§ 3o As partes serão intimadas da proposta de honorários para, 
querendo, manifestarse no prazo comum de 5 (cinco) dias, após o que o juiz 
arbitrará o valor, intimando-se as partes para os fins do art. 95”. 
 
 
 
 
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DEVERES DO PERITO 
 Aceitar o cargo: ressalvadas as hipóteses de impedimento, conforme 
o Art.378 do CPC 2015, “Ninguém se exime do dever de colaborar com o Poder 
Judiciário para o descobrimento da verdade” 
 Servir: conforme o art. 466 do CPC 2015, “o perito cumprirá 
escrupulosamente o encargo que lhe foi cometido, independentemente de termo 
de compromisso.” 
  Respeitar prazos informados anteriormente 
 Comparecer às audiências conforme Art. 477 do CPC 2015, “§ 3o : Se 
ainda houver necessidade de esclarecimentos, a parte requererá ao juiz que 
mande intimar o perito ou o assistente técnico a comparecer à audiência de 
instrução e julgamento, formulando, desde logo, as perguntas, sob forma de 
quesitos”. 
 Dever de lealdade: de acordo com Art. 158 do CPC 2015 “O perito que, 
por dolo ou culpa, prestar informações inverídicas responderá pelos prejuízos 
que causar à parte e ficará inabilitado para atuar em outrasperícias no prazo de 
2 (dois) a 5 (cinco) anos, independentemente das demais sanções previstas em 
lei, devendo o juiz comunicar o fato ao respectivo órgão de classe para adoção 
das medidas que entender cabíveis”. 
Conforme vimos nesta apostila, é importante para o Perito conhecer a 
legislação envolvida e estar também atualizado. Também deve compreender 
com detalhes o que é uma perícia e como realizá-la, bem como conhecer seus 
deveres e direitos; o mesmo vale para o Assistente Técnico. 
As provas levantadas na perícia reforçarão a convicção do juiz. Na 
convicção que formar o juiz, assentará a sentença. 
Desse modo, a importância da prova e da sua análise pelas partes e pelo 
juiz é fundamental para que o processo possa cumprir os seus fins. 
 
 
 
 
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Figura 2: Diferença entre Perícia Judicial e Extrajudicial 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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ESTUDO DE CASO 
 
FRAUDES E PERÍCIA CRIMINAL CONTÁBIL: ANÁLISE DOS LAUDOS 
PERICIAIS DE SANTA CATARINA 
AUTORES: Bruna Benita Sanchez Lopez Weber1 
Leonardo Flach2 
Nathália Laffin3 
RESUMO 
A perícia é um relevante meio de prova para a solução de controvérsias relativas 
ao crime organizado, sendo uma função essencial à justiça. Esta pesquisa tem 
por objetivo geral analisar os processos judiciais criminais e as perícias 
realizadas no setor da Contabilidade Forense do Instituto Geral de Perícias de 
Santa Catarina (IGP-SC). Para isso, utilizou-se um mix de métodos qualitativos 
e quantitativos. Na primeira etapa, realizou-se a etapa qualitativa de entrevista 
com o perito criminal e estudo de caso no Instituto Geral de Perícias de Santa 
Catarina (IGP-SC). Na segunda etapa da pesquisa, foram analisados 
estatisticamente os dados de todas as incidências criminais relacionadas à área 
contábil submetidas à perícia no supracitado Instituto, no período entre os anos 
de 2012 a 2017. Os resultados do estudo apontam para uma maior incidência de 
crimes de apropriação indébita, com um percentual de 49% sobre o total de 
perícias realizadas, seguido do crime de peculato, com a taxa de 23% e do crime 
de desvio de improbidade Administrativa (frequência relativa de 10%) e 
Superfaturamento (frequência relativa de 10%). 
Palavras-chave: Perícia. Fraude. Perícia contábil 
 
1. INTRODUÇÃO 
A contabilidade, desde sempre, tem contribuído nos estudos, interpretações 
e registros dos acontecimentos que afetam o patrimônio de uma organização, 
 
 
 
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sendo indispensável para a gestão e para a geração de informações para os 
seus diversos usuários. 
Diante desta responsabilidade, o papel informacional do contador, ganhou 
mais ênfase, quando no mundo e no Brasil, percebeu-se que seria um importante 
instrumento de inteligência contra a corrupção. Assim, a perícia se tornou uma 
especialidade ao combate e à repressão das organizações criminosas, 
analisando provas a serem materializadas posteriormente em laudos, utilizadas 
na tomada de decisão em âmbito judicial por meio das contestações aos quesitos 
previamente formulados pelas partes e/ou pelo sistema judiciário. 
Em Santa Catarina, o único órgão responsável pelas pericias contábeis da 
parte criminal é o Instituto Geral de Perícias (IGP), onde centram casos de 
aspectos financeiros e contábeis, envolvendo pessoa física, entidades privadas 
e/ou órgãos públicos, com o propósito de instruir processos criminais 
decorrentes de prestação fraudulenta de contas (apropriação indébita), licitações 
públicas (superfaturamento), sonegação fiscal (ordem tributária), 
responsabilidade de Prefeitos e demais agentes públicos (improbidade 
administrativa) e lavagem de dinheiro (aparência de licitude a ativos de origem 
criminosa). 
O presente estudo tem como objetivo geral analisar as incidências criminais 
relacionadas à área contábil submetidas à perícia no supracitado Instituto, tendo 
como objetivos específicos: I – verificar as perícias judiciais ocorridas no âmbito 
contábil, em Santa Catarina, no período de 2012 até 2017. II – apurar quais 
crimes foram cometidos, buscando a responsabilização prevista para tais crimes; 
e III – verificar o tipo de entidade que origina as perícias (se pública ou privada). 
No que diz respeito à metodologia utilizada na pesquisa, será realizado um 
estudo de caso, no qual os dados foram adquiridos durante o estágio realizado 
em 2017 no setor de Contabilidade Forense no Instituto Geral e Perícias em 
Santa Catarina. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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2. REFERENCIAL TEÓRICO 
Neste tópico serão abordadas as principais fontes de estudo que 
subsidiaram as análises realizadas na pesquisa. Assim, serão perpassados 
conteúdos que envolvem a Perícia, a Perícia Contábil e a Perícia Criminal 
Contábil. 
 
2.1 Perícia 
Perícia é uma expressão que vem do latim "peritia" e significa experiência 
ou habilidade em alguma ciência. Por meio da perícia, são apuradas informações 
sobre uma dada matéria, buscando apresentar a verdade sobre este conteúdo a 
fim de esclarecer questões. Dada como uma importante função na sociedade, 
“os primeiros vestígios da utilização da perícia encontram-se na antiga 
civilização egípcia.” (FERNANDES, 2004, p. 12). Por meio da perícia, busca-se 
a verdade de um fato e, de acordo com Sá (2011 p. 13-14), “são muito antigas 
as manifestações de verificações sobre a verdade dos fatos, buscadas por meios 
contábeis, e elas já se manifestavam entre os sumérios e babilônios”. A partir da 
evolução dos conhecimentos em Contabilidade, segundo o autor, a técnica de 
verificar para fazer prova de eventos transformou-se também em uma 
tecnologia, que é compatível com os grandes progressos da informação. 
Atualmente, os dados constam em expressivo volume, e possuem o apoio de 
computação eletrônica e softwares robustos. 
Vislumbra-se, na perícia, um instrumento importante de constatação, 
prova ou demonstração, que pode advir de conhecimento científico ou técnico, 
e que apura a verdade de situações, de cosas ou de fatos. 
No Brasil, a perícia é um instrumento de prova admitido pela legislação e, 
de acordo com Morais (2005, p. 37), “a perícia permaneceu longo tempo sob 
inspiração do decreto-lei de 1939, com pequenas alterações sofridas ao longo 
desse tempo e tomou um novo rumo com o disciplinamento dado pelas 
alterações do Novo Código, Lei n. 5.869/73”. Atualmente, a perícia tem sua 
 
 
 
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disciplina apontada no Novo Código de Processo Civil por meio da Lei n. 13.105 
de 16 de março de 2015. 
Para tanto, tem-se a figura do perito, que é a pessoa responsável pela 
perícia. A ideia central concerne na necessidade de um apurado conhecimento 
acerca da matéria abordada, tendo propriedade para apontar a veracidade ou 
não do fato ou coisa, sobre o qual se exige formação de nível superior (HOOG, 
2010). Desta forma, o perito deve ser um profissional legalmente habilitado com 
conhecimento comprovado na área em questão. 
Em questões judiciais, os peritos serão nomeados, pelo juiz, entre os 
profissionais legalmente habilitados e os órgãos técnicos ou científicos e que 
estejam inscritos em um cadastro mantido pela justiça. Assim sendo, para a 
legislação brasileira, o perito é visto como um auxiliar da justiça. Nesse cenário, 
o perito pode interagir com os órgãos do sistema judiciário, cuja missão é 
estabelecer a justiça e a ordem social para a nação brasileira. 
De acordo com o novo Código de Processo Civil, em seu art. 473, § 3o , 
os peritos podem, para o desempenho de sua função, utilizar como fonte de 
informação todos os meios necessários para o esclarecimento da questão. Eles 
podem ouvirtestemunhas, obter informações, solicitar documentos que estejam 
em poder da parte, de terceiros ou em repartições públicas. Eles também podem 
instruir o laudo com “planilhas, mapas, plantas, desenhos, fotografias ou outros 
elementos necessários ao esclarecimento do objeto da perícia.” 
A ocorrência das perícias é eventual de acordo com as demandas 
solicitadas e, por meio dela, busca-se examinar com detalhamento uma questão. 
Para Moura (2007, p. 5) a perícia “designa a diligência realizada ou executada 
por peritos, a fim de que se apurem, esclareçam ou se evidenciem certos fatos, 
usando a pesquisa, o exame e a verificação acerca da realidade de certos fatos, 
por pessoas que tenham habilidades e experiência na matéria de que se trata.” 
Desta forma, compreende-se que a perícia tem sua orientação específica e 
restrita a pontos controvertidos de uma situação. O resultado da perícia é exibido 
em um laudo pericial, no qual não há exigência de divulgação externa. 
 
 
 
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32 
A partir disso, existem diferentes áreas nas quais se pode utilizar a perícia 
como fonte de informação, como a perícia criminal, perícia médica, perícia 
ambiental etc. Diversas vezes, são apontadas nas mídias situações nas quais 
as resoluções de determinados conflitos são resolvidos por meio das 
informações periciais e, assim, tem-se maior conhecimento de algumas dessas 
áreas. Dada essa importância, são estabelecidas as expertises necessárias para 
cada modalidade de perícia. 
2.2 Perícia Contábil 
A contabilidade é uma das áreas da ciência que faz uso da perícia como 
um relevante elemento de informação. A perícia contábil, de acordo com Zanna 
(2007, p. 54) consiste em “instrumentos pelas quais se busca conhecer a 
verdade a respeito do que esta sendo debatido em um processo judicial, por 
meio de provas em livros ou documentos contábeis.” 
Neste sentido, verifica-se que o componente principal é o escopo da área 
abordada, neste caso, a contabilidade. Para Sá (2011, p. 3) “a perícia contábil é 
a verificação de fatos ligados ao patrimônio individualizado visando oferecer 
opinião, mediante questão proposta.” Hoog (2010) acrescenta que a perícia 
contábil esclarece pontos importantes no que diz respeito à assuntos fisco-
contábeis. 
O Conselho Federal de Contabilidade, por meio da Norma Brasileira de 
Contabilidade Técnica de Perícia n. 01 – Perícia Contábil, estabelece conceitos 
doutrinários, regras e procedimentos aplicados à Perícia Contábil. 
A perícia contábil constitui o conjunto de procedimentos técnico-científicos 
que permitem levar à instância decisória elementos de prova que sejam 
necessários para subsidiar uma justa solução do litígio ou constatação de fato. 
Esta análise ocorre mediante laudo pericial contábil e/ou por parecer técnico-
contábil, e verificação da conformidade com as normas jurídicas e profissionais, 
bem como legislação específica (CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, 
2015a). 
 
 
 
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Assim, a perícia contábil pode acontecer de forma judicial, extrajudicial ou 
ainda arbitral. O âmbito da pesquisa consiste em perícias judiciais. As funções 
dos contadores são definidas pelo Decreto-Lei n. 12.249 de 2010, que destaca 
o trabalho da pericia em seu artigo 25, alínea c, conforme expresso a seguir: 
c) perícias judiciais ou extrajudiciais, revisão de balanços e de contas 
em geral, verificação de haveres revisão permanente ou periódica de 
escritas, regulações judiciais ou extrajudiciais de avarias grossas ou 
comuns, assistência aos Conselhos Fiscais das sociedades anônimas 
e quaisquer outras atribuições de natureza técnica conferidas por lei 
aos profissionais de contabilidade. 
A importância da intervenção de uma perícia para o Juiz nasce quando 
existem discussões envolvendo bens patrimoniais, em que seus efeitos 
provocam cálculos, apelando à área Contábil para resolver tais litígios. Sobre o 
desenvolvimento na elaboração da perícia contábil judicial, este é feito por meio 
de um ciclo que envolve sete etapas, desde a solicitação dos trabalhos pelo juiz 
até à entrega do Laudo pericial, que consiste no produto da perícia, ao juiz, 
conforme exposto na Figura 1. 
 
 
Diante disso, Zanna (2007, p. 204), descreve que o “objetivo do laudo é 
dar a conhecer a opinião técnica de especialista sobre matéria objeto das 
controvérsias que deram causa a investigação dos fatos, seja no âmbito da 
Justiça.” Hoog (2010, p. 56) destaca que a perícia é um serviço especializado, 
 
 
 
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com bases científicas, contábeis, fiscais e societárias, sobre as quais se exige 
formação. 
Assim, tal qual a perícia geral, a contabilidade demanda o conhecimento 
específico de profissional habilitado. Para Fonseca et al (2000, p. 37-28), trata-
se de uma “área de especialização da Contabilidade que, para a sua realização, 
faz-se necessário profissional especializado, que esclarece questão sobre 
patrimônio das pessoas físicas e jurídicas.” 
A Norma Brasileira de Contabilidade Profissional de Perícia n. 01 – Perito 
Contábil apresenta as regras de exercício profissional para os peritos. Assim, de 
acordo com o Conselho Federal de Contabilidade (2015b, p. 2), perito é o 
contador que esteja “regularmente registrado em Conselho Regional de 
Contabilidade, que exerce a atividade pericial de forma pessoal, devendo ser 
profundo conhecedor, por suas qualidades e experiências, da matéria periciada.” 
A norma traz ainda outras três designações para perito: oficial, do juízo e 
assistente. O perito oficial é o profissional “investido na função por leio e 
pertencente a órgão especial do Estado destinado, exclusivamente, a produzir 
perícias e que exerce a atividade por profissão.” (CONSELHO FEDERAL DE 
CONTABILIDADE, 2015b, p. 2). Os dados analisados neste estudo foram 
apurados e verificados pelo perito oficial no Instituto Geral de Perícias de Santa 
Catarina. 
O perito do juízo, por sua vez, é nomeado pelo juiz, árbitro, autoridade 
pública ou privada para exercer a perícia, enquanto o perito-assistente é 
contratado e indicado pela parte (CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, 
2015b). 
O valor informacional da Contabilidade, no sistema judiciário, é de grande 
relevância quando a matéria a ser julgada exige compartilhamento de 
conhecimentos do direito com a contabilidade, para auxiliar magistrados e os 
advogados das partes na elucidação de dúvidas sobre provas, cuja matéria exija 
conhecimento técnico, cientifico ou artístico. (MAGALHÃES; LUNKES, 2008). 
 
 
 
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35 
Portanto, para a execução dos trabalhos, uma das responsabilidades do 
perito consiste na observação à sua capacitação relativa ao conhecimento 
suficiente e discernimento de irrestrita independência e liberdade para tanto 
(CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, 2015b). Em caso de 
descumprimento às normas, o perito submete-se à legislação civil, sob pena de 
multa, indenização e inabilitação, e à legislação penal, sob pena de multa e 
reclusão. 
2.3 Perícia Criminal Contábil 
A perícia criminal contábil é objeto deste estudo na figura das perícias 
realizadas no Instituto Geral de Perícias de Santa Catarina. A perícia criminal, 
de acordo com Espindola (2016), aborda as infrações penais, onde o Estado 
assume a defesa do cidadão em nome da sociedade. Neste tipo de trabalho, só 
existe a figura do perito contador oficial e o seu trabalho deve ser requerido pela 
autoridade policial, pelo membro do Ministério Público ou pelo próprio juiz 
competente. 
Os crimes de natureza “criminal contábil e financeira” consistem em todo 
delito, sem o uso de violência, danoso à sociedade e que tenha como objetivo 
final a obtenção de lucro. Neste escopo, incluem-se as atividades ilegais como 
gestão fraudulenta de instituições financeiras, evasão de divisas, manutenção 
de depósitosnão declarados no exterior, sonegação fiscal, crimes em licitações, 
apropriações indébitas, corrupções, peculatos etc. 
A Lei n. 12.030 de 2009 regulamenta as perícias oficiais de natureza 
criminal e as exigências determinadas pela Lei consistem “em concurso público, 
com formação acadêmica específica, para o provimento do cargo de perito 
oficial” (BRASIL, 2009). 
No Brasil, a perícia contábil criminal é exercida por peritos concursados 
por órgãos de Segurança e Institutos de Criminalística em âmbito estadual e 
pelos peritos Criminais Federais. 
 
 
 
 
 
3
6 
36 
2.4 Laudos periciais 
O laudo pericial é a materialidade do trabalho desenvolvido pelos peritos 
contadores, expressando nele as conclusões feitas. Assim, o laudo pericial é a 
expressão do perito dos estudos e observações que realizou, informando os 
critérios adotados, os resultados fundamentados e suas conclusões, em uma 
peça escrita de forma clara e objetiva (MOURA, 2007). 
Quanto à sua estrutura, a Lei n. 13.105 de 2015 menciona que deve conter 
no mínimo os seguintes itens: 
Art. 473. O laudo pericial deverá conter: I - a exposição do objeto da 
perícia; II - a análise técnica ou científica realizada pelo perito; II - a 
análise técnica ou científica realizada pelo perito; III - a indicação do 
método utilizado, esclarecendo-o e demonstrando ser 
predominantemente aceito pelos especialistas da área do 
conhecimento da qual se originou; III - a indicação do método utilizado, 
esclarecendo-o e demonstrando ser predominantemente aceito pelos 
especialistas da área do conhecimento da qual se originou; IV - 
resposta conclusiva a todos os quesitos apresentados pelo juiz, pelas 
partes e pelo órgão do Ministério Público. IV - resposta conclusiva a 
todos os quesitos apresentados pelo juiz, pelas partes e pelo órgão do 
Ministério Público (BRASIL, 2015, ART. 473) 
Diante do exposto, o laudo pericial deverá estar munido de todas as 
legalidades que a equiparam. De acordo com o Conselho Federal de 
Contabilidade (2015a), o laudo pericial deve ser elaborado de acordo com uma 
estrutura prevista normativamente. Neste laudo são registrados de forma 
circunstanciada, clara e objetiva, sequencial e lógica, o objeto da perícia, “os 
estudos e observações realizadas, as diligências executadas para a busca de 
elementos de prova necessários, a metodologia e critérios adotados, os 
resultados devidamente fundamentos e suas conclusões.” (CONSELHO 
FEDERAL DE CONTABILIDADE, 2015a, p. 12). Assim, o lado deve contemplar 
o resultado final de todo e qualquer trabalho realizado. 
3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS 
Quanto aos seus objetivos, esta é uma pesquisa exploratória. As 
pesquisas exploratórias possuem o objetivo de possibilitar “visão geral, de tipo 
aproximativo, acerca de determinado fato.” (GIL, 2011, p. 27). Habitualmente, as 
pesquisas exploratórias consistem na “primeira etapa de uma investigação mais 
ampla (GIL, 2011, p. 27). 
 
 
 
3
7 
37 
No que diz respeito à abordagem, o estudo terá caráter, quanti-qualitativo, 
ainda que a análise predominante se volte aos dados numéricos acerca dos 
objetos da pesquisa, por meio da quantificação das informações relacionadas às 
perícias. 
Quanto aos procedimentos, é um estudo de caso com a utilização de 
pesquisa documental para subsidiar as análises. Realizou-se também entrevista 
com o perito contábil. O estudo de caso consiste em um aprofundamento de um 
ou poucos objetos, possibilitando dar amplitude e detalhamento à pesquisa (GIL, 
2002). Desta forma, os documentos analisados consistem nos laudos emitidos 
pelo perito oficial acerca das perícias realizadas. 
O objeto do estudo consiste em perícias centradas em aspectos 
financeiros e contábeis, envolvendo pessoa física, entidades privadas e/ou 
órgãos públicos. Os dados referem-se ao período de 2012 a 2017 e a população 
analisada corresponde a 51 casos de perícia criminal contábil e 37 laudos 
periciais expedidos em todo o estado de Santa Catarina. Para a realização da 
pesquisa, todas as perícias foram analisadas. 
Além disso, foi realizada uma entrevista com o servidor responsável pelas 
perícias analisadas a fim de obter informações sobre prazos e maiores 
dificuldades enfrentadas para a realização dos trabalhos. A entrevista tem sua 
característica de utilização em estudos exploratórios, compreende-se ser 
relevante para a fundamentação de pesquisas qualitativas (GIL, 2008). 
O estudo foi realizado em cinco etapas. Na primeira etapa, foi realizado o 
estudo de caso, entrevista com o perito criminal, levantamento dos dados por 
meio da obtenção, junto ao Instituto Geral de Perícias, dos dados relativos à 
processos que demandavam perícias contábeis. Posteriormente, todos os 
processos foram lidos e analisados, a fim de verificar se se enquadravam no 
âmbito de perícias forenses na área contábil, configurando material para o 
presente estudo. A terceira etapa consistiu na organização dos dados, os quais 
foram separados por data (apresentação cronológica de entrada e resolução), 
por região e por tipo de crime. Na quarta etapa, os dados foram analisados e 
organizados de forma visual para que auxiliasse na interpretação do leitor. Por 
 
 
 
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38 
fim, foram relacionadas às informações decorrentes do estudo com os objetivos, 
apresentando as conclusões da pesquisa. 
 
4. ANÁLISE DOS RESULTADOS 
4.1 Análise qualitativa: estudo de caso no Instituto Geral de Perícias 
de Santa Catarina 
Esta pesquisa de estudo de caso foi realizada no Instituto Geral de 
Perícias de Santa Catarina. O Instituto Geral de Perícias (IGP) é o órgão 
responsável por pela realização de perícias criminais, por meio do Instituto de 
Criminalística no Departamento TécnicoCientífico Forense. É subordinado 
diretamente à Secretaria de Segurança Pública e trabalha em estreita 
cooperação com os demais órgãos vinculados a essa secretaria. Tem como 
função coordenar as atividades desenvolvidas pelas perícias criminais do estado 
através dos seus respectivos órgãos. 
De acordo com o Capítulo IV-A da Constituição Estadual de Santa 
Catarina, compete ao Instituto Geral de Perícias, em seu art. 109-A, “o Instituto 
Geral de Perícia é o órgão permanente de perícia oficial, competindo-lhe a 
realização de perícias criminais, os serviços de identificação civil e criminal, e a 
pesquisa e desenvolvimento de estudos nesta área de atuação.” (SANTA 
CATARINA, 1989). 
Quando se trata de crimes financeiros, que envolvem transferências de 
recursos, por meio de instituições financeiras, torna-se indispensável às análises 
de extratos bancários, além dos documentos contábeis. Diante dessa 
necessidade, a quebra do sigilo bancário é determinada pela justiça. 
 
 
 
 
3
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39 
Figura 2: Quebra de sigilo bancário 
 
 
Se for pedida a quebra de sigilo bancário pelo delegado de polícia ao juiz 
competente, este juiz encaminha ao Ministério Público para que este se 
manifeste quanto ao pedido do delegado, pois o Ministério Público é o titular da 
ação penal, ele precisa estar ciente do andamento processual penal, depois volta 
ao Juiz que decidirá se concede ou não. 
No caso de vir do Ministério Público, este encaminha direto para o Juiz 
competente, o qual decidira se determina ou não a quebra de sigilo. 
Em ambos os casos ao ser concedida a quebra de sigilo bancário pelo 
juiz competente, e depois recebido os extratos bancários, este são 
encaminhados a autoridade policial, para que solicite aos peritos Criminais do 
setor de contabilidade forense as análises e emissão do laudo pericial. 
Entrevistou-se o perito criminal do Instituto Geral de Perícias de Santa 
Catarina. Segundo ele, o requisito para realizar perícias criminais é passar no 
concurso público de Perito Criminal. Na ausência de Perito Criminal, a 
AutoridadePolicial pode nomear um profissional para executar determinada 
perícia criminal, chamado de Perito “ad-hoc”. Também há o Perito Judicial, 
nomeado pela Autoridade Judicial competente, que poderá proceder às perícias 
criminais. Além disso, há o Assistente Técnico, indicado pela parte investigada, 
para tentar contestar a perícia criminal realizada pelo Perito Criminal Oficial 
(Concursado). 
 
 
 
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40 
Sobre as maiores as maiores dificuldades para a realização das perícias, 
o entrevistado destaca que “o Perito Criminal precisa estar sempre se 
atualizando, participando de congressos e Cursos, e nem sempre isso é 
possível”. O entrevistado também destaca como dificuldades o excesso de 
trabalho, o número restrito de Peritos, e os plantões desgastantes. 
O Perito Criminal destacou também que “as periciais em documentos, 
fonética e contábeis são as perícias mais dificultosas sob o ponto de vista de 
precisar examinar vasto material pericial em espaço de tempo geralmente 
limitado”. Em relação aos tipos de laudos periciais, o Perito Criminal entrevistado 
destaca: 
Encontrei mais dificuldade nos laudos de superfaturamento 
envolvendo licitações públicas, quanto a obter as bases referencias de 
preços, isto é, os preços que serão balizadores para determinar se os 
preços investigados podem ser considerados superfaturados ou não... 
muitas vezes, dependendo do local, essas bases de preços podem 
variar em decorrência de custos inerentes a cada localidade [...] 
(PERITO CRIMINAL ENTREVISTADO) 
Além disso, o perito criminal destacou que em toda sua trajetória como 
perito, no âmbito da Perícia Contábil, acredita que a “apropriação indébita” de 
recursos alheios, mediante algum tipo de fraude, seja a forma de crime de maior 
ocorrência no Instituto onde trabalha. 
4.1 Análise quantitativa 
A perícia é um relevante meio de prova para a solução de controvérsias 
relativas ao crime organizado, sendo uma função essencial à justiça. A partir do 
exposto, neste tópico serão abordados os dados e resultados da presente 
pesquisa. 
A análise dos dados foi realizada sob quatro óticas: a) quanto às cidades 
com maior representatividade nos dados analisados; b) quanto ao tipo de 
entidade; c) quanto ao tipo de crime; d) quanto ao tempo de perícia. A análise do 
entendimento de perícia contábil na perspectiva do perito oficial foi feita a partir 
de uma entrevista realizada em junho de 2018 com o perito oficial responsável 
pelas perícias objeto deste estudo, conforme anexo I. 
 
 
 
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1 
41 
Conforme exposto anteriormente, os dados da pesquisa referem-se aos 
anos de 2012 a 2017 e, no período, foram submetidas ao IGP o total de cinquenta 
e um (51) casos de pedidos periciais criminais na área contábil. Desse total, 37 
laudos foram expedidos, sendo cinco (5) no ano de 2012, onze (11) perícias 
ocorreram no ano de 2013, cinco (5) perícias ocorreram no ano de 2014, cinco 
(5) perícias ocorreram no ano de 2015, oito (8) perícias ocorreram no ano de 
2016 e três (3) perícias ocorreram no ano de 2017, distribuídas em trinta e uma 
(31) cidades por todo o estado de Santa Catarina, conforme exposto na Figura 
3 (Tabela 1). 
Figura 3 
 
Apenas duas cidades, Florianópolis e Blumenau, são responsáveis por, 
aproximadamente, 27% das perícias solicitadas, tendo Florianópolis nove casos 
e Blumenau, cinco casos. Braço do Norte, Camboriú, Itajaí, Joinville, Navegantes 
e São José do Cedro tiveram dois casos cada cidade e as demais cidades 
apresentadas na Tabela 1 tiveram apenas um processo cada O ano de 2016 
apresenta maior quantidade de perícias solicitadas, diferenciando-se da média 
dos demais anos. Entretanto, as perícias solicitadas no ano de 2015 chamam 
atenção em razão da pequena distribuição. As dez solicitações distribuíram-se 
em apenas cinco cidades: Blumenau, onde houve três perícias, Florianópolis, 
onde houve quatro perícias, 
 
 
 
4
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42 
Papanduva, Piçarras e São José do Cedro, onde houve apenas uma 
perícia em cada cidade. Este resultado levou à um questionamento: Por que há 
maior número de casos periciais em Florianópolis? Foram testadas duas 
hipóteses para tentar responder à pergunta: a) há relação entre a população da 
cidade e o número de crimes praticados que levaram à perícia criminal contábil?; 
b) há relação entre a forma de administração pública e a distribuição por cidades 
dos crimes praticados que levaram à perícia criminal contábil? 
Primeiramente, foi feito o comparativo entre “maiores cidades do estado 
(número populacional)” e “maiores números de perícias”, buscando verificar se 
poderia haver alguma relação entre essas duas variáveis. Estatisticamente, há 
um pequeno grau de relevância entre os dados, contudo, não o suficiente para 
apontar uma justificativa para a pergunta. 
Buscou-se, então, investigar a forma de administração pública estadual – 
verificando se existe uma administração centralizada ou descentralizada. A 
administração pública do estado de Santa Catarina é descentralizada e, 
portanto, a ideia de concentração de crimes praticados contra o erário público 
ser maior em Florianópolis, capital do estado, se relacionar a um local com maior 
concentração de atividades administrativas, não apresenta representatividade. 
Compreende-se, assim, que não existem razões específicas para o contingente 
apresentado pela cidade de Florianópolis que possam estar ligados às hipóteses 
criadas. 
Quanto ao tipo de perícia realizada, foram identificadas cinco classes 
diferentes de ilegalidades, as quais são apresentadas na Figura 4 (Quadro 1). 
 Figura 4 
 
Conforme sinalizado no referencial teórico desta pesquisa, estas ilegalidades 
não fazem uso de violência, contudo, são danosos à sociedade e possuem o 
 
 
 
4
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43 
objetivo final de obter lucro. A maioria dessas ilegalidades tem sua previsão legal 
no Código Penal. 
A apropriação indébita é prevista Código Penal Brasileiro, em seu artigo 
168, e consiste na apropriação de coisa alheia móvel, sem o consentimento do 
proprietário. Inclui-se nela a prestação fraudulenta de contas, que foi identificado 
nos dados da pesquisa. O superfaturamento é previsto na Lei n. 8.666 de 1993 
e consiste em: 
Fraudar, em prejuízo da Fazenda Pública, licitação instaurada para 
aquisição ou venda de bens ou mercadorias, ou contrato dela 
decorrente: I - elevando arbitrariamente os preços; II - vendendo, como 
verdadeira ou perfeita, mercadoria falsificada ou deteriorada; III - 
entregando uma mercadoria por outra; IV - alterando substância, 
qualidade ou quantidade da mercadoria fornecida; V - tornando, por 
qualquer modo, injustamente, mais onerosa a proposta ou a execução 
do contrato. (BRASIL, 1993, ART. 96) 
Nas perícias analisadas, o superfaturamento se apresenta principalmente 
nos casos de licitações públicas. 
A sonegação fiscal, por sua vez, tem sua previsão legal no artigo 299 do 
Decreto Lei n. 2.848 de 1940 e consiste em “Omitir, em documento público ou 
particular, declaração que dele devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir 
declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, com o fim de prejudicar 
direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante.” 
(BRASIL, 1940, art. 299). 
O crime de peculato também é no Decreto Lei n. 2.848 de 1940, em seu 
artigo 312, no qual define o crime como a apropriação, realizada por funcionário 
público, de “dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, 
de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou 
alheio.” (BRASIL, 1940, art. 312). 
A improbidade administrativa é prevista na Lei n. 8.429 de 1992 e diz 
respeito à atividades ilegais cometidas com caráter de enriquecimento ilícito, 
ações com dano ao erário e violação ao princípio da administração,que 
consistem na honestidade, lealdade, legalidade e imparcialidade às instituições, 
no exercício de mandato, cargo, emprego ou função na administração pública 
direta, indireta ou fundacional. 
 
 
 
4
4 
44 
Presentes em processos referentes a responsabilidade de prefeitos e 
demais agentes públicos, principalmente no que diz respeito à enriquecimento 
ilícito. 
Na Figura 5 - Gráfico 1 são apresentadas as informações relevantes ao 
percentual de incidência de cada uma das ilegalidades observadas nas perícias 
analisadas. 
 Figura 5 
 
 
Dentre os cinco (5) crimes apontados, a apropriação indébita teve um 
maior número de ocorrências, sendo responsável por 49% das citações – 
condizendo com o dado apontado pelo perito criminal entrevistado, o qual 
destacou que, dentre as perícias criminais contábeis já realizadas, a apropriação 
indébita liderava as estatísticas de ilegalidades analisadas. Em segundo lugar 
aparece o crime de peculato (23%) e, em terceiro, os crimes de improbidade 
administrativa e superfaturamento (10%) cada. 
A partir de tal, observa-se que, diante da perspectiva do perito, as pericias 
mais difíceis de elaborar foram as de superfaturamento. O perito ressaltou, 
 
 
 
4
5 
45 
ainda, que as ilegalidades de apropriação indébita são as mais requisitadas e 
que o setor de Contabilidade Forense é o que consome maior tempo e 
dificuldade na emissão dos laudos, pois apresenta um vasto material documental 
a ser analisado. 
Buscou-se, a partir desses dados, caracterizar a punição prevista para 
cada uma dessas ilegalidades, conforme exposto na Figura 5 (Tabela 2). 
 Figura 5 
 
Quando da violação de um bem jurídico, tem-se o Estado como um papel 
de administrador de Justiça, exercendo como principal função, a aplicação à 
figura do réu, ou seja, o violador dos direitos, determinadas penalidades 
previstas na lei brasileira. 
Como apresentado na Tabela 2, é possível reparar que a maioria dos 
crimes incluem penas de reclusão, os quais são previstos pelo Código Penal, no 
seu artigo 33, como punições a serem cumpridas em regime fechado, semiaberto 
ou aberto. 
No que diz respeito às entidades originárias das perícias, o estudo apurou 
32 entidades privadas e 19 entidades públicas, de acordo com a Figura 6 (Tabela 
3). 
 
 
 
 
 
4
6 
46 
 Figura 6 
 
Observa-se um grande impacto das entidades privadas nas demandas 
periciais, sendo responsáveis por 62,75% dos totais de 51 pedidos feitos e as 
entidades privadas com 37,25%. As entidades públicas são as que exercem suas 
atividades pelo direito público e integram a estrutura constitucional do Estado e 
tem poder político e administrativo, compostas por entes públicos, cooperativas, 
sindicatos, organizações sem fins lucrativos etc. Entende-se por empresa de 
iniciativa privada aquelas cujos proprietários detêm personalidade jurídica e que, 
além de exercer suas atividades econômicas, visam lucro. 
No que diz respeito ao tempo médio de realização das perícias, o cálculo 
de tempo das 51 perícias e 37 laudos foi realizado por meio da média aritmética 
do tempo demandado entre o recebimento da perícia e a entrega do laudo. O 
tempo médio estimado para a entrega dos laudos, no período analisado, foi de 
dois anos. O perito oficial, em entrevista aos pesquisadores, justifica esse tempo 
devido à falta de pessoal para realização dos trabalhos e à complexidade das 
perícias. Além disso, o perito oficial deve atender às demandas de plantões na 
realização de exames periciais em locais de infração penal e coletar os vestígios 
produzidos e deixados na prática de delitos e proceder pesquisas de interesse 
do serviço, coletar dados e informações necessários, o que somado ao vasto 
quadro de pessoal habilitado, aumenta ainda mais a demora nas expedições dos 
laudos periciais contábeis. 
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
A perícia é um meio de prova, pelo qual se examinam e verificam fatos da 
causa. A área da perícia Contábil é resultado das atividades feitas por diversos 
conhecimentos e se utiliza de várias ferramentas para ter condições de oferecer 
 
 
 
4
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47 
informações e provas úteis na tomada de decisões de processos que ocorrem 
em segredo de justiça. 
De acordo as análises de pesquisa documental dos laudos periciais 
contábeis emitidos pela criminalística do Instituto Geral de Pericias, conclui-se 
que as ilegalidades apuradas na pesquisa consistem em apropriação indébita, 
peculato, improbidade administrativa, sonegação fiscal e superfaturamento. 
Dentre os quais, destaca-se a apropriação indébita como a ilegalidade com maior 
incidência nos dados observados, seguida do crime de peculato. A maior 
representatividade de perícias criminais contábeis ocorreu, no período, nas 
cidades de Florianópolis e Blumenau. 
Os dados apresentados sinalizam o descaso do Estado de Santa Catarina 
diante o baixo quadro de funcionários públicos para o cargo, tendo apenas um 
profissional habilitado para a demanda, motivo pelo qual se tem um tempo médio 
de dois anos para expedir cada laudo, acarretando até um aumento nos gastos 
durante os processos judiciais devido à demora. 
O princípio da entidade, tão importante para a contabilidade, mostrou-se 
desconhecido para inúmeros funcionários públicos, dada a apropriação do 
público para o seu, misturando aquilo que é do ente com aquilo que é de 
propriedade pessoal – e, mais que isso, tornando aquilo que é público, pessoal. 
A continuidade da pesquisa, no entanto, permite que sejam analisados esses 
comportamentos para longo prazo, indicando se há melhoria ou aumento nas 
incidências. 
Sugestões para pesquisas futuras consistem em aprofundar os estudos 
na área das pesquisas criminais contábeis, permitindo que sejam criadas 
estatísticas acerca desse tipo de dado, que é relevante para a sociedade. 
_______________________________________________________________ 
Disponível em:< file:///C:/Users/FACUMINAS/Downloads/1555-5618-2-
PB%20(1).pdf>. Acessado em 07 de dezembro de 2021. 
file:///C:/Users/FACUMINAS/Downloads/1555-5618-2-PB%20(1).pdf
file:///C:/Users/FACUMINAS/Downloads/1555-5618-2-PB%20(1).pdf
 
 
 
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