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Sabrina Cavalcanti | MED20 Esquistossomose ⇒ Características gerais: ↠ Descrição: - doença parasitária de evolução crônica, também é conhecida como barriga-d'água. ↠ Agente etiológico: - Schistosoma mansoni; helminto da classe trematoda e família schistosomatidae. - vermes digenéticos, delgados, coloração branca e sexos separados; Fêmea adulta é mais alongada e se encontrada em uma fenda do corpo do macho => canal ginecóforo. ↠ Hospedeiros: Hospedeiro definitivo: - Ser humano -> nele que o parasita desenvolve a forma adulta e se reproduz sexuadamente, gerando ovos que são disseminados no meio ambiente (fezes) Hospedeiro intermediário: - Caramujos gastrópodes aquáticos -> família: Planorbidae, gênero: Biomphalaria -> onde o verme se reproduz assexuadamente. - Brasil: B. glabrata, B. straminea, B. tenagophila - Principais regiões: Nordeste, Sudeste e Centro-oeste. ↠ Transmissão: - migração do esquistossômulo -> circulação sanguínea e linfática -> atinge: coração, pulmões e fígado - nos vasos portais mesentéricos -> acomodação da fêmea no canal ginecóforo do macho, reprodução sexual -> oviposição -> uma parte dos ovos -> lúmen intestinal -> eliminados nas fezes. - na água -> miracídio -> em contato com os hospedeiro intermediário -> cercárias ↠ Período de incubação: - 2 a 6 semanas após a infecção -> penetração até os primeiros sintomas. Sabrina Cavalcanti | MED20 - compreende o período até a instalação de vermes adultos -> raras ocasiões existem relatos de sintomas: astenia, cefaleia, anorexia, mal-estar e náusea. ↠ Período de transmissibilidade: - Pode eliminar ovos contaminados a partir de 5sem. após a infecção e por 6-10 anos, podendo chegar a mais de 20 anos. - caramujo -> eliminam as cercárias após 4-7 semanas e pro aproximadamente 1 ano ↠ Suscetibilidade, vulnerabilidade e imunidade: - Áreas hiperendêmicas existe um certo grau de resistência à esquistossomose -> faz com que grande parte dessas pessoas não desenvolvam infecções com grandes cargas parasitárias. ⇒ Manifestações Clínicas: ↠ Classificação clínica: Fase Inicial: - Penetração das cercárias na pele -> manifestações alérgicas, mais intensas em indivíduos hipersensíveis e nas reinfecções - Forma aguda ASSINTOMÁTICA: maioria não apresenta sintomas, achado ao acaso nos exames de rotina - Forma aguda SINTOMÁTICA: manifestações pruriginosas na pele -> dermatite cercariana (até 5 dias); Febre de Katayama que ocorre após de 3 a 7 semanas; alterações gerais: linfadenopatia, febre, cefaleia, anorexia, dor abdominal, diarreia, náuseas, vômitos, tosse seca, hepatoesplenomegalia, eosinofilia elevada. - Diagnóstico clínico -> a partir de 45 dias; sintomas podem persistir por mais de 90 dias; geralmente ocorre remissão espontânea do quadro clínico. - Sugestivo de esquistossomose aguda grave: Fase tardia: - Formas crônicas -> modulação do granuloma = granuloma necrótico-exsudativo se transforma em granuloma produtivo com menor número de células inflamatórias. Forma hepatointestinal: - Comum em residentes de áreas endêmicas e eles podem evoluir para forma hepatoesplênica - USG não é muito útil, ajuda somente para definir progressão para forma hepatoesplênica -> espessamento periportal - assintomáticos, diagnóstico acidental; Sintomáticos (raros) -> queixas inespecíficas, sintomas digestivos podem predominar: sensação de plenitude, flatulência, dor epigástrica e hiporexia, surtos diarréicos. - Exame físico: dor à palpação dos cólons, fígado palpável entre 2 a 6 cm do RCD, superfície irregular e hipertrofia do LE. Forma Hepática: - Fibrose hepática sem hipertensão portal e sem esplenomegalia - Assintomático ou com sintomas da forma hepatointestinal. Sabrina Cavalcanti | MED20 - Exame físico: fígado palpável e endurecido. - USG: fibrose hepática moderada ou intensa; NÃO apresenta varizes esofágicas. Forma hepatoesplênica: - apresenta-se de 3 formas: Compensada, descompensada ou complicada - até 10% dos indivíduos podem apresentar essa forma clínica em áreas endêmicas. - Áreas endêmicas: USG + palpação => baço palpável, espessamento periportal intenso e hipertensão portal ao USG; Espessamento periportal intenso e hipertensão portal ao USG, sem baço palpável (forma hepática) - Compensada: hipertensão portal + varizes esofágicas (terço médio e inferior) - estado funcional do fígado preservado, sem insuficiência hepática! - Descompensada: diminuição do estado funcional do fígado + hemorragia digestiva ASCITE!! Forma vasculopulmonar Sabrina Cavalcanti | MED20 Hipertensão pulmonar: - obstrução vascular, provocada por ovos, vermes mortos ou vasculite pulmonar por imunocomplexos, sintomas caracterizam a síndrome do cor pulmonale. - ECG e eco-doppler confirmam a sobrecarga direita, pressão pulmonar > 20mmHg Glomerulopatia; Forma pseudoneoplásica Forma neurológica: - Os vermes migram para os vasos que nutrem as células do sistema nervoso e aí depositam os ovos. - A lesão mais frequente na esquistossomose mansônica é a mielite transversa. Também: mielorradiculite esquistossomótica. ⇒ Diagnóstico ↠ Diagnóstico Laboratorial: - detecção de ovos nas fezes; Método Kato-Latz (KK) é o recomendado. - Método KK -> visualização e contagem dos ovos por grama de fezes, permite avaliar a intensidade da infecção. - Método de Lutz ou Hoffman, Pons e Janer (HPJ) -> alternativo para detecção de ovos - Áreas não endêmicas -> fezes negativas com clínica positiva, cabe investigação sorológica - ↠ Exame por imagem: - USG, ressonância magnética e endoscopia -> fibrose de symmers, hepatoesplenomegalia, varizes esofágicas, hipertensão porta e mielite da neuroesquistossomose. ↠ Diagnóstico diferencial: Dermatite cercariana: - pode ser confundida com doenças exantemáticas, como: dermatite por migração de larvas de helmintos (Ancylostoma duodenale, Necator americanus, Strongyloides stercoralis, Ancylostoma brasiliensis). Esquistossomose aguda: - com outras doenças infecciosas agudas: febre tifóide, malária, hepatites virais anictéricas A e B, estrongiloidíase, amebíase, mononucleose, tuberculose miliar. Esquistossomose crônica: - confundida com outras parasitoses intestinais: amebíase, estrongiloidíase, giardíase; doenças do aparelho digestivo, doenças que cursam com hepatoesplenomegalia: calazar, leishmaniose visceral, leucemia, linfomas. ⇒ Tratamento - Praziquantel ou Oxamniquina Sabrina Cavalcanti | MED20 Contraindicações do Praziquantel: - Gestação, amamentação, < 2 anos, insuficiência hepática grave, insuficiência renal. Esquistossomose aguda grave: - iniciar o tratamento com prednisona (1mg\kg) + Esquistossomicida 24 a 48h depois. 2ª semana reduz CE para 0,5, na 3ª semana para 0,25. Outras formas clínicas: - Neuroesquistossomose: esquistossomicida + esteroides - hepatoesplênica avançada com hipertensão portal: CE antes e depois do esquistossomicida, diminui a chances de rompimento das varizes esofágicas - Varizes do esôfago: ligadura ou escleroterapia endoscópica; - Hipertensão portal com etiologia hepática -> Transplante de fígado nos casos de insuficiência hepática avançada em que prevalecem a ascite e a encefalopatia. ⇒ Vigilância Epidemiológica ↠ Objetivos: - Estimar magnitude da morbimortalidade da esquistossomose - Identificar grupos e áreas de maior risco - Detectar precocemente casos e instituir tratamento oportuno - Adotar medidas de controle em tempo oportuno - Reduzir prevalência e intensidade da infecção ⇒ Prevenção e Controle ↠ Objetivos: - Eliminar a esquistossomose como problema de saúde pública, diminuir a carga parasitária, detectar e reduzir as condições que favorecem a instalação de focos de transmissão. ↠ Estratégias: Controle dos portadores: - identificar portadores, tratar eles para reduzir a carga parasitária. Controle dos hospedeiros intermediários: Sabrina Cavalcanti | MED20 - Pesquisa de coleções hídricas para determinação do potencial de transmissão - quando indicado -> tratamento químico de criadouros de importância epidemiológica Educação em saúde: - Orientar a populaçãoquanto às maneiras de prevenção da esquistossomose, ações promovidas pelos ACS de forma integrada com o setor da educação. - Objetivo de alcançar os residentes de áreas endêmicas.
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