Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 FACULDADE UNIDA DE CAMPINAS - FACUNICAMPS CURSO DE GRADUAÇÃO EM FARMÁCIA O USO DE MEDICAMENTOS PSICOTRÓPICOS ANTIDEPRESSIVOS NA ADOLESCÊNCIA GOIÂNIA-GOIÁS 2019/1 2 CARLOS EDUARDO BARBOSA SANTOS JULIANO DO CARMO PEDRO GUSTAVO DE AMORIM ANDRADE O USO DE MEDICAMENTOS PSICOTRÓPICOS ANTIDEPRESSIVOS NA ADOLESCÊNCIA Orientação: Profa. Dra. Lindomar Guedes Freire GOIÂNIA- GOIÁS Trаbаlhо de Cоnclusãо de Cursо, аpresentаdо cоmо requisitо pаrа nоtа dа disciplinа de TCC, necessáriа pаrа Grаduаçãо dо cursо de Farmácia dа Fаculdаde Unidа de Cаmpinаs – FАCUNICАMPS. 3 2019/1 O USO DE MEDICAMENTOS PSICOTRÓPICOS ANTIDEPRESSIVOS NA ADOLESCÊNCIA THE USE OF ANTIDEPRESSIVE PSYCHOTROPIC MEDICINES IN ADOLESCENCE CARLOS EDUARDO BARBOSA SANTOS 1 ; JULIANO DO CARMO 1 ; PEDRO GUSTAVO DE AMORIM ANDRADE 1 ; LINDOMAR GUEDES FREIRE FILHA 2 RESUMO Este estudo tem o objetivo de descrever os psicofármacos no tratamento para depressão na adolescência, apresentar os fatores epidemiológicos e a atenção farmacêutica (AT) nesse processo. Os artigos foram pesquisados na MedLine, SciELO, instituições relevantes e livros. O critério de inclusão foi de 10-19 anos, e o de exclusão as outras faixas etárias. A primeira opção de tratamento está no próprio contexto familiar/social. Já a aplicabilidade de psicofármacos contempla a história do paciente, clínica atual e plano de tratamento para os Antidepressivos Tricíclicos (ADTs), Inibidores da Monoaminoxidase (IMAOs) e Inibidores Seletivos da Recaptação de Serotonina (ISRS). A depressão na adolescência é mundialmente problema de saúde pública/PSP, podendo se manifestar com agitação/ansiedade/fadiga e culpa. O uso de substâncias lícitas/ilícitas, dificuldades inúmeras, podem desencadear o gatilho depressivo; com ocorrência maior no sexo feminino. Com o uso de substância ilícitas há uma maior chance de episódios violentos/letais, podendo causar morte de outros ou ainda o autoextermínio. Esse evento pode acontecer com ápice por volta dos 16 anos para ambos os sexos, aumentando gradativamente. A AT hospitalar e/ou farmácia comunitária é de extrema importância, pois esse age com responsabilidade, comprometimento e conhecimento farmacológico. Além disso o farmacêutico realiza orientação e retira as dúvidas do paciente, oferecendo assim um bom atendimento que irá resultar na correta adesão à terapia designada pela equipe multiprofissional, seja ela farmacológica ou psicológica. Diagnosticar a depressão o mais rápido possível é importante, sendo que é considerada um PSP, ressaltando que o uso de antidepressivos deve ser sempre orientado. Palavras-chave: Depressão. Adolescência. Atenção farmacêutica. Psicofármacos. ABSTRACT This study aims to describe the psychotropic drugs in the forms of treatment for depression in adolescence, to present the epidemiological factors and pharmaceutical care (PC) in this process. The articles were searched in MedLine, SciELO, relevant institutions and books. The inclusion criterion was 10-19 years, and the exclusion criteria were the other age groups. The first treatment option is in the family/social context. The applicability of psychoactive drugs contemplates the patient's current clinical history and treatment plan for Tricyclic Antidepressants (TCAs), Monoaminoxidase Inhibitors (MAOIs) and Selective Serotonin Reuptake Inhibitors (SSRI). Depression in adolescence is a public health problem (PHP), which can manifest itself with agitation/anxiety/fatigue and guilt. The use of licit/illicit substances, besides the numerous difficulties, can cause the depressive trigger; with a higher occurrence in women. With the use of illicit substance there is a greater chance of violent/lethal episodes, being able to cause death of others or even the self-extermination. This event can happen at the apex by age 16 for both sexes, increasing gradually. The PC hospital and / or community pharmacy is extremely important, since it acts with responsibility, commitment and pharmacological knowledge. In addition, the pharmacist conducts guidance and removes the patient's doubts, thus offering a good care that will result in correct adherence to the therapy designated by the multiprofessional team, being it pharmacological or psychological. Diagnosing depression as soon as possible is important, being considered a PHP, emphasizing that the use of antidepressants should always be oriented. Keywords: Depression. Adolescence. Pharmaceutical attention. Psychotropic drugs. . 1Аcаdêmicos dо cursо de Grаduаçãо em Farmácia dа Fаculdаde Unidа de Cаmpinаs – FаcUnicаmps. E-mаil: carlos15ebs@hоtmаil.cоm; carmojuca75@gmаil.cоm; pedro_gandrade@outlook.com; 2 Оrientаdоrа, Dоutоrа em Ciênciаs dа Sаúde e prоfessоrа dа Fаculdаde Unidа de Cаmpinаs – FаcUnicаmps. E- mаil: freirefilhа.lindоmаr@gmаil.cоm mailto:carlos15ebs@hоtmаil.cоm;%20carmojuca75@gmаil.cоm mailto:freirefilhа.lindоmаr@gmаil.cоm 4 1 INTRODUÇÃO Os medicamentos denominados psicotrópicos são definidos como modificadores seletivos do Sistema Nervoso Central (SNC). Essa denominação foi informada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que classifica os psicotrópicos em ansiolíticos e sedativos; antipsicóticos (neurolepticos); antidepressivos; estimulantes psicomotores; psicomiméticos e pontencializadores da cognição. (RANG; DALE; RITTER, 2001). A depressão é conceituada pela Organização Pan-Americana da Saúde (2016-2017, s/n) como um transtorno mental caracterizado por tristeza persistente e pela perda de interesse em atividades que normalmente são prazerosas, acompanhadas da incapacidade de realizar atividades diárias, durante pelo menos duas semanas. Hoje, os transtornos da ansiedade são fatores que mais afetam os adolescentes, e isso vem ganhado um destaque abrangente em estudos, visto que a comunidade científica vem buscado compreender mais sobre o assunto. Ainda assim, os transtornos de ansiedade são motivo de debates entre os especialistas do assunto, tendo em vista que cerca de 10% das pessoas que possuem essa patologia, são crianças e adolescentes. (ASBAHR, 2004). Atualmente, há diversos medicamentos antidepressivos eficazes, principalmente nos casos mais graves. Primeiramente o tratamento é realizado com a família, na tentativa social e sem o uso de medicamentos psicotrópicos. Destaca-se como as principais classes os Antidepressivos Tricíclicos (ADTs), Inibidores da Monoaminoxidase (IMAOs), os Inibidores Seletivos da Recaptação de Serotonina (ISRSs). (BALLONE; MOURA, 2008). Sabe-se que o uso, em especial, da classe inibidora de serotonina (ISRS), é considerada a mais eficiente no tratamento da depressão em adolescentes. (QUEVEDO; NARDI; SILVA, 2018). Hoje, em virtude da informação, a população vem recorrendo cada vez mais a prescritores de antidepressivos, não sendo a primeira regra para a melhora da depressão na faixa etária em estudo. A adolescência compreende à idade de 10 até os 19 anos (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE-OMS,1986). O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), Lei nº 8069/902, considera a adolescência no período dos 12 aos 18 anos (BRASIL,1990). O presente trabalho será baseado na definição da OMS. Segundo Bahls (2002), em sua revisão epidemiológica sobre transtornos depressivos, o índice de depressão em adolescentes está entre 3,3 a 12,4%. Alguns pontos que são considerados nessa patologia são: estado de humor (depressivo duradouro ou depressivo 5 excessivo), períodos de isolamento, momentos de hostilidade com familiares e amigos, afastamento da escola, falta de rendimento escolar, afastamentode atividades com outras pessoas, abuso de substâncias ilícitas (álcool, drogas), violência física, imprudência sexual, fuga de casa, entre outros. Alguns fatores no histórico familiar, também devem ser considerados, tendo em vista os aspectos do cotidiano dos adolescentes. A agressividade, a raiva, a agitação, insônia, apetite desajustado e a baixa autoestima, estão relacionadas com a depressão, além da queixa de cefaleia como sintomas. (GRILLO; SILVA, 2004). O profissional prescritor deve seguir um rigoroso critério de avaliação clínica para definir o tratamento do paciente, tendo em vista todos os aspectos sobre o uso de psicotrópicos antidepressivos por adolescentes e seus fatores precursores. Lembrando que nem sempre o uso do medicamento será a primeira opção para a melhora do paciente. Diante dessa abordagem, o presente estudo tem como objetivo descrever os psicofármacos no tratamento para depressão na adolescência, bem como apresentar os fatores epidemiológicos da patologia atualmente, além de destacar a função do profissional farmacêutico na equipe multiprofissional. 2 REFERENCIAL TEÓRICO Ao buscar a história da depressão, deve-se considerar que, desde as mais antigas civilizações, já existiam pessoas sintomáticas. A causa para essa patologia era relacionada com um elemento próprio da natureza humana, e que muitas vezes, era atribuída ao desenvolvimento durante a sua criação, não sendo muito categórico em relação ao sofrimento humano. Na época de Hipócrates, acreditava-se que a alteração qualitativa e quantitativa da bílis negra, era responsável por produzir um estado melancólico, que consequentemente desenvolveria sintomas de medo e tristeza. Esse pensamento era conhecido como a teoria dos quatro humores (sangue, fleugma, bílis amarela e bílis negra), e que naquela época o tratamento era feito através da eliminação de excesso destes, por meio de purgativos. (FACÓ, 2008; PERES, 2006). Tal patologia se assemelha com as doenças de décadas passadas, em que as mesmas eram apontadas como pestes, como é o caso da tuberculose e da peste bubônica, numa classificação de doenças graves, sendo contagiosa e que atinge várias pessoas. (HORNSTEIN, 2006; BAHLS, 2002). De acordo com Peres (2006), menciona a depressão, como o mal do século XXI, caracterizando o homem na atualidade. 6 Por muitos anos, a depressão no período da infância e adolescência foi bastante discutida pelos especialistas da área, que questionavam a sua existência. (FEIJÃO, 2016). Psicanalistas concordam com tal questionamento, uma vez que esse período não se considera a formação do ego e interiorização do denominado superego. Considera-se então, que não há perda da autoestima nem sentimentos adjacentes de culpa nessa fase da vida. (CABALLO; SIMÓN, 2005). É sabido que no período da adolescência a depressão pode ser mascarada pelos conflitos do dia-a-dia, que são habituais desta faixa etária. (PARANHOS; WERLANG, 2009). Ainda sobre estudos atuais, Feijão (2016) afirma que a patologia é comum nesta fase, podendo ser desenvolvido precocemente, o que causará conflitos em vários momentos da vida do adolescente sintomático. Para alguns autores a depressão na adolescência é mais grave do que na fase adulta, e acomete mais em meninas do que em meninos. Segundo Bahls (2002), na fase da adolescência pode-se verificar características específicas do transtorno depressivo. Os sintomas normalmente relatados são: irritabilidade, instabilidade e tristeza, podendo manifestar também crises recorrentes de explosão de raiva, ou seja, alteração de humor, além de falta de energia para realizar atividades diárias, como por exemplo ir à escola. Pode-se observar também outros sintomas, como: sentimento de culpa, desesperança, falta de apetite e alteração do peso, apatia, perturbações do sono como hipersônia, retardos psicomotor, fadiga e cefaleias, e até mesmo tentativas ou pensamentos de suicídio, além de problemas com alcoolismo e drogas. De acordo com esses sinais e sintomas descritos na adolescência, chama-se a atenção das substâncias neurotransmissoras que desencadeiam a patologia em questão. A noradrenalina, serotonina, dopamina e acetilcolina, conhecidas cientificamente como “Aminas Biogenicas”, possuem atividades modeladoras corticais e subcorticais, que compreende às alterações relacionadas ao sono, humor e apetite, sendo os mais envolvidos na depressão a Noradrenalina e Serotonina. Consequentemente a Dopamina e Acetilcolina se mantém desreguladas a esse transtorno. (QUEVEDO; NARDI; SILVA, 2018). Esses autores acrescentam que devido à baixa de receptores β-adrenergico, a noroadrenalina tem alta participação na patologia em estudo, e por isso a grande efetividade com as drogas da classe noroadrenergicas. A variação das taxas de noradrenalina e serotonina estão diretamente relacionados com a impulsividade, gasto energético e ansiedade, estados observados na depressão. O transtorno da ansiedade que levam a depressão em adolescentes, não é tratado primeiramente com antidepressivos. A intervenção inicia-se com abordagens psicoterápicas, 7 que inclui a Terapia cognitiva Comportamental, Psicanálise e psicoterapia de Orientação analítica. Para o tratamento farmacológico o uso de ISRSs é considerado o de primeira escolha pelos prescritores, ressaltando ainda que, apesar de se obter uma boa resposta para o tratamento de ansiedade e depressão, o uso dos ISRSs e de outras classes de antidepressivos, requer uma maior atenção aos médicos e os pais dos pacientes e pessoas que convivem com o paciente, devido ao alto risco de suicídio, especificamente no início do tratamento, necessitando de uma avalição mais criteriosa na fase inicial do tratamento. (ISOLAN; PHEULA; MANFRO, 2007). 3 METODOLOGIA Para realização dessa pesquisa, foram utilizadas técnicas de análise de documentos e também a revisão da literatura. (MARCONI; LAKATO, 2010). Com essas técnicas, pode-se fazer um estudo em vários softwares, revistas, jornais, arquivos públicos, entre outros, como critério de método analítico da revisão literária e produções acadêmicas, com os seguintes aspectos: buscas de artigos publicado no meio acadêmico, em revista especializada e arquivos. A busca por artigos foi realizada através de pesquisas em bancos de dados, onde filtrou-se as palavras-chaves e os anos em que há abrangência de publicação dos referidos temas. A base de pesquisa nas principais fontes foram MedLine, SciELO, BVS, jornal da sociedade de pediatria, revistas de psicologia e pediatria, arquivos do IBGE, OMS, MS, e também em bulários e livros farmacológicos. Usou-se como critério para definição de pesquisa os anos de abrangência, que compreende ao período das publicações de referências, verificando se havia compatibilidade com o critério de pesquisa já publicado nos anos anteriores a 2019, porém de relevância para compor o tema. Dentro da pesquisa, foi utilizado como descritores as seguintes palavras: depressão, adolescente e antidepressivos e confirmada pelo Descritores em Ciências da Saúde (2019). O critério de inclusão foi definido pela procura de causas e sintomas da patologia em estudo, a depressão na adolescência, na faixa etária de 10 a 19 anos, conforme idade definida pela OMS e usado pelo Ministério da Saúde do Brasil (MS), pois atualmente as normas de conduta para essa faixa etária já preconizada no Brasil. Todavia, dentro da análise para critério de exclusão, as referências com temas que quase sempre estão vinculados a depressão de outras faixas etárias, foram descartadas, mesmo porque o foco estava voltado em especial ao público adolescente. Nesse caso, foram 8 descartadas as palavras como: depressão em adultos, depressão em idoso, depressão em criança e outras doenças e causa que se referia a essa faixa etária. 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES4.1 Psicofármacos no tratamento para adolescente com depressão O tratamento para adolescentes com transtornos de depressão, em geral, costuma ser bem-sucedido, se diagnosticado o quanto antes. O uso de medicamentos psicofármacos normalmente são eficazes, bem como a psicoterapia e as terapias comportamentais. O ato da prescrição da farmacoterapia em tratamentos de depressão, não deve se restringir apenas a um diagnóstico e um único medicamento. O paciente, seus parentes e equipe multiprofissional precisam se envolver no direcionamento do paciente depressivo. Deve se atentar em relação às razões para o uso dos medicamentos psicotrópicos e antidepressivos, bem como os benefícios esperados e os eventuais riscos. A opção e o início da intervenção medicamentosa, segundo Soares et al. (2009), devem ser embasados no relato do paciente, na clínica atual e no plano de tratamento. A escolha da medicação deve ser feita de forma minuciosa, individualizada e detalhada, com o objetivo de evitar reações inesperadas. É muito importante que todos os envolvidos no tratamento, sejam bem orientados quanto ao início da medicação, assim como outras intervenções psicoterápicas. O início do tratamento de depressão em adolescentes é recomendado a utilização apenas da metade da dose habitual, e o paciente deve ser monitorado continuamente entre duas e quatro semanas, a fim de evitar incidentes. Após esse período, pode aumentar ou não o medicamento, não sendo recomendado o uso descontinuado entre seis a oito semanas. Logo, após a melhora do paciente, é sugerido um acompanhamento mensal para prevenir possíveis recaídas. Atualmente, diversos fármacos antidepressivos são eficientes, principalmente nos casos mais graves. A primeira opção de tratamento para essa patologia está no contexto familiar e social, sem a administração de medicamentos psicofármacos. Destaca-se como as principais classes de medicamentos os Antidepressivos Tricíclicos (ADTs), Inibidores da Monoaminoxidase (IMAOs), os Inibidores Seletivos da Recaptação de Serotonina (ISRS) e também os Antidepressivos Atípicos. (BALLONE; MOURA, 2008). Sabe-se que o uso em 9 especial da classe dos ISRSs, é considerado a mais eficiente no tratamento da depressão em adolescentes. Antidepressivos Tricíclicos (ADTs) Os ADTs agem em nível pré-sináptico, com o bloqueio de recaptura de monoaminas, em especial a norepilinefrina (NE; ou noradrenalina - NA) e serotonina (5-HT), em menor proporção a dopamina (DA). O mecanismo inibitório da recaptura de 5-HT é secundária a de NE, devido ao fato preferencial das aminas terciária executarem a sua inibição. Os efeitos colaterais estão associados à atividade pós-sináptica, que perde a instabilidade com o neurotransmissor envolvido. Os ADTs bloqueiam receptores muscarínicos, histaminérgicos de tipo 1, α-2 e β- adrenérgicos, serotonérgicos diversos e mais dificilmente os dopaminérgicos. Necessariamente, essas ações não se correlacionam com o efeito antidepressivo, mas com efeitos colaterais. O bloqueio do receptor 5-HT1 contribui para o efeito terapêutico. (BRASIL; BELISARIO FO, 2000). A metabolização dos ADTs se estabelece entre 55% a 80%, pelo efeito de primeira passagem, em que o pico plasmático atinge rapidamente de 1 a 3 horas, por aminas terciárias (amitriptilina), se comparado com aminas secundárias (desipramina e nortriptilina) que levam de 4 a 8 horas para atingir o pico plasmático. Por serem lipofílicos, é necessário ter a sua concentração essencialmente no miocárdio e em tecidos cerebrais, que se unem as proteínas plasmáticas, ocorrendo assim, o metabolismo hepático primariamente. As diferentes mudanças na dose de ADTs levam a alteração proporcional no nível plasmático e exibem farmacocinética linear, podendo variar entre idade e sexo. A concentração pode decair antes da menstruação, no caso das mulheres. (ROSA; CAVALCANTE; TERRA JR, 2018). A tabela 1 mostra a vida média de alguns ADTs. Tabela 1. Vida média de Antidepressivos Tricíclicos (ADTs) e seu estado de equilíbrio. Fármacos (ADTs) Eliminação/horas Estado de equilíbrio/dias Imipramina 4 a 34 05 Amitriptilina 10 a 46 05 Clomipramina 17 a 37 05 Nortriptilina 13 a 88 05 Fonte: Neves, 2015. 10 Inibidores da Monoaminoxidase (IMAOs) Os IMAOs exercem ação inibitória da Monoaminoxidase (MAO), que interage na metabolização de serotonina, noradrenalina e dopamina, quando administrado Isocarboxazida, fenelzina e tranilcipromina. Esses IMAOs não seletivos, se ligam de maneira irreversíveis as MAOS A e B. Dessa forma, sobrevém à redução na atividade da MAO, ocorrendo aumento da concentração dos neurotransmissores no Sistema Nervoso Central (SNC) e no Sistema Nervoso Simpático (Sistema Ortossimpático ou Sistema Toracolombar). (ALAMO et al., 2011; BRASIL; BELISARIO FO, 2000). Esses posicionamentos não seletivos dos IMAOs têm como efeito a sensibilização dos receptores a2 ou b-adrenérgicos e de seretonina. As alterações, provavelmente sucedidas nas características dos receptores realizadas pela admissão crônica de IMAOs, se assemelham melhor no desempenho da ação antidepressiva em relação ao aumento na atividade do neurônio secundário ao acréscimo na concentração de neurotransmissores, o que explica a delonga no início da ação terapêutica. (ALAMO et al., 2011; BRASIL; BELISARIO, 2000). Novas inovações possibilitou o desenvolvimento de IMAOs seletivos da MAO-A e da MAO-B. Além de compostos que podem ser alterados, e que contornam o problema das crises hipertensivas. (NEVES, 2015). A figura 1 mostra a ação dos IMAOs sobre a MAO. 11 Figura 1. Mecanismo de ação dos IMAOs. 1- Libertação do neurotransmissor na fenda pré-sináptica, 2- Ação do neurotransmissor, 3- Inibição da MAO. Fonte: Cordeiro, 2014. A moclobemida (inibidor seletivo da MAO-A) é reversível e possui afinidade com 5- HT e NA. Já a selegilina não apresenta efeito antidepressivo significativo na MAO-A. (ROSA; CAVALCANTE; TERRA JUNIOR, 2018). A figura 2 mostra a ação da moclobemida. 12 Figura 2. Síntese de dopamina e seu metabolismo por MAOA e MAOB. Ação da moclobemida. Fonte: Youdim, Edmondson e Tipton, 2006. Devido a inibição da MAO de fato perene, através da ação dos IMAOs, faz-se necessário adotar dieta pobre em tiramina e aminoácido precursor de catecolaminas, para evitar uma crise potencializada dos efeitos hipertensivos que pode ser fatal. (ROSA; CAVALCANTE; TERRA JR, 2018). O quadro 1 apresenta alimentos que devem ser consumidos e os evitáveis durante o tratamento da depressão, além de mostrar os alimentos que podem potencializar a inibição da MAO. 13 Quadro 1. Alimentos consumidos e não consumidos durante o tratamento de depressão. ALIMENTOS CONSUMIDOS EVITADOS Triptofano e ômega 3 Carne, peixe, frutos do mar, ovo, castanha, amendoim, ervilha, abacate, couve-flor, banana, grão-de-bico, abacate, aveia, chocolate amargo; Queijo forte ou curado, Bebidas alcoólicas (aguardente, vinho, cerveja), Chocolate, Carnes curadas, Citrinos, Alimentos fritos ou gordos, Nozes e outros frutos secos, Diversos corantes e aditivos alimentares, glutamato monosódico, excesso ou abstenção de cafeína, Aspartame, nitritos, sulfitos, Fígado de aves, sardinha de conserva, gelados, iogurtes, Extratos vegetais e de carne, carne de porco, marisco, Figos de conserva, Tomate de conserva, feijão enlatado. Magnésio Chocolate, castanhas, amêndoas, sementes de abóbora, arroz integral, gérmen de trigo, aveia, abacate e banana; Vitaminas do complexo B Espinafre, couve manteiga, leite e derivados, fígado, frango, ameixa e melancia; Vitamina C Acerola, goiaba, abacaxi, laranja, limão, tangerina, amora, framboesa; Fibras Frutas, vegetais e sementes como chia, linhaça egergelim. Fonte: Millichap, 2002. Inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRSs) Os fármacos antidepressivos da classe ISRSs, tendo como os mais usuais, a citalopram, fluoxetina, fluvoxamina, paroxetina e sertralina, são as últimas gerações de fármacos que melhor se obtém resultados eficazes e satisfatórios, mas, sobretudo com poucos problemas de qualidade e segurança. A neurotransmissão serotonérgica sofre uma potencialização devido à ação potente e seletiva da recaptação de serotonina, mutual a sua inibição através dos ISRs 3 . (FONSECA et al., 2018). A figura 3 mostra a ação dos inibidores da recaptação de seretonina. 3 Inibidores Seletivos da Recaptação de Serotonina - ISRSs. Esses agentes bloqueiam a recaptação da serotonina na membrana pré-sináptica, aumentando assim a sua concentração na membrana terminal do nervo pós- sináptico. (LATTIMORE et al., 2005). 14 Figura 3. Diagrama esquemático, que mostra o mecanismo de ação dos Inibidores Seletivos da Recaptação de Serotonina (ISRSs). Fonte: Lattimore et al., 2005. A variação na recaptação da serotonina se dá através da potencialização, devido a sua inibição, bem como da atração por noradrenalina e dopamina. A sertralina e paroxetina tem maior êxito enfático na inibição de receptação. A sertralina se diferencia farmacologicamente na classe dos ISRSs, devido a sua facilidade em inibir a recaptação de dopamina. (FONSECA et al., 2018). Os efeitos farmacodinâmicos estão associados devido à inibição da síntese óxido nítrica, através da paroxetina e, provavelmente por outros ISRSs. As misturas racêmicas de citalopram e fluoxetina formam distintas estruturas quirais de perfis farmacodinâmicos e farmacocinéticos diversificados. O metabólito da fluoxetina dispõe de mecanismo de atuação prolongada e é farmacologicamente ativo. Os perfis farmacocinéticos variados estão presentes nos ISRSs, que abrange meia vida, farmacocinética, depuração devido à idade e a inibição de isoenzimas metabolizadoras de fármacos do citocromo P450. (CYP). (SOARES, 2009). Os ISRSs fazem absorção mais acelerada, pois sofrem pouco com o metabolismo de primeira passagem e formam ligações mais fortes com proteínas plasmáticas, que são rapidamente absorvidas, aumentando assim o seu nível plasmático. Metabolizados principalmente pelo fígado, os ISRSs afetam as enzimas metabolizadoras do citocromo P-450, 15 e podem comprometer o metabolismo de outras drogas metabolizadas por este sistema. (ROCHA; WERLANG, 2013). Diferente dos adultos, as doses dos medicamentos em crianças e adolescentes se fazem necessárias de forma mais elevada por peso, para efeito terapêuticos, pois assim são mais eficazes, com equivalência em níveis séricos. Isso se explica devido a dois fatores: metabolismo mais acelerado pelo fígado e filtragem glomerular aumentada. As optativas de escolha para administrações dos psicofármacos se dá por: aqueles com menor risco de se obter efeitos colaterais indesejáveis; resposta rápida do paciente; apoio de seus familiares quanto ao tratamento; e a própria experiência do médico. Com relação ao uso da posologia, inicialmente recomenda-se doses mínimas. (ROCHA; BATISTA; NUNES, 2004). De acordo com Ramos, Cordas e Salzano (2006), as opções na utilização do tratamento medicamentoso devem ser centradas em dois pilares fundamentais: o diagnóstico e a identificação dos sintomas alvos. O paciente deve estar sem efeitos de medicação entre uma a duas semanas. É importante salientar a ausência de medicação para o sono (hipnóticos). Se o paciente estiver hospitalizado, faz-se necessário uma boa atenção farmacêutica no que se refere aos medicamentos administrados no tratamento com combinações medicamentosas. Além disso, é importante verificar também aqueles medicamentos que foram interrompidos durante o tratamento, podendo ter indícios de abstinência, potencialização do efeito esperado ou até mesmo a inibição (eritromicina e o cetoconazol) do tratamento. 4.2 Fatores Epidemiológicos da depressão em adolescentes A cada dia, os transtornos depressivos vêm em constante alta, crescendo em proporção igual com a população no geral. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), haverá mais depressivos no mundo nos anos seguintes, do que outras patologias de propagação endêmicas, tais como: infarto, má nutrição e doenças infecciosas. O fato é que a depressão está em constante evolução global. (BAHLS, 1999). Sendo uma constante crescente dessa patologia, em análise de todos os níveis e faixas etárias, verifica-se também o aumento no interesse da comunidade científica em buscar novos estudos da depressão na adolescência. A depressão voltada ao público adolescente, recentemente vem sendo alvo de estudos cada vez mais discutidos por diversos setores da comunidade, entre vários profissionais. No entanto, o primeiro estudo ou publicação é datada de 1975, pelo National Institute of Mental Health – NIMH no EUA. No Brasil tem sua primeira publicação sobre o tema, em 1984, por Souza, com uma divulgação mais voltada para a classe infanto-juvenil, do que para adolescentes. (BHATARA, 1992). 16 A depressão é apontada como sendo uma doença comum e de fácil reconhecimento pela classe médica. Muitos profissionais da medicina atendem e prescrevem antidepressivos para adolescentes, e também são unânimes em afirmar que a depressão é bem grave em adolescentes e mais perniciosas do que em adultos. (MARTINS; COHEIN, 2000). Verifica-se que o surgimento de novos casos diagnosticados é mais frequente ano a ano, com índices comprovados. Interessante destacar que essa patologia está mais precoce a cada época, contudo vem sendo considerado um fenômeno epidemiológico severo. Segundo estudo mostrado pela OMS (2017), em um comparativo mundial sobre a depressão, houve um crescimento entre 1990 a 2015. De acordo com o demonstrativo da figura 4, nas Américas o índice é maior do que no resto do mundo. Figura 4. Prevalência de depressão por região da OMS, em ¨% da população. Fonte: Global Burden of Disease Study, 2015 – World Health Organization apud Ostetti e Almeida, 2017. Sabe-se ainda que os sintomas depressivos são iguais entres todas as faixas etárias, e que no adulto, tanto quanto no adolescente, são bem semelhantes. Sendo assim, não se pode distinguir, entre as diferenças etárias, pois no geral não há uma grande variável. (CÂNDIDA, 2005). A autora enfatiza que entre crianças e adolescentes há semelhança em termos de comparabilidade dos sintomas de transtornos mentais. De acordo com comparativos de pesquisas e estudo populacionais, cerca de 20% das crianças e adolescentes de idade entre 17 cinco e dezessete anos, apresentam algum tipo de transtorno mental diagnosticável, e que no geral, está relacionado a alguém de sua família diretamente. O quadro 2, demonstra a relação dos integrantes familiares com a depressão e a criança ou adolescente. Quadro 2. Diagnóstico psiquiátrico com a respectiva doença em algum integrante da família mais extensa da criança e adolescente encaminhada ao serviço de saúde. Motivo do encaminhamento (Anos da criança/adolescente) Familiar e diagnóstico psiquiátrico Tipo de abuso identificado Encoprese*, medo, sono agitado (6 anos) Tia materna/psicose, tia paterna/uso substancias psicóticas Abuso físico e abuso psicológico Agressividade (11 anos) Avó materna/humor Abuso sexual (12 anos) Avó materna/neurótica Abuso sexual Agressividade comportamental, autoagressivo (8anos) Avó materna/humor _________________ Ansiedade, fuga domiciliar e escolar (11anos) Tia materna /psicose Abuso físico e abuso psicológico Ansiedade, irritabilidade (11anos) Avó paterna/humor Negligência Agressividade, irritabilidade,alucinação visual (7anos) Avó materna/neurótica Abuso físico e abuso psicológico Parente busca serviço, agitado, confabulação (9 anos) Tio materno/ sustâncias psicóticas, tia materna/ neurose, avó materna /psicótica Abuso físico Hiperatividade, agressividade (5anos) Avó materna/neurose. __________________ Fonte: Lacerda e Fiamenghi Jr, 2013. *Encoprese: incontinência fecal, geralmente associada a fatores psíquicos e definidas como repetidas evacuações, pode ser voluntária ou não, e de fundo emocional ou fisiológico e psicológico. 18 Estudos mostram que os sintomas semelhantes são a agitação e ansiedade, fadiga e sentimento de culpa, que são comuns em todas as faixas etárias, porém entre os adolescentes esses sintomas sempre manifestam de forma mais agressiva, o que os tornam mais visíveis, e muitas vezes confundidos com outros fatores adjuntos, tais como: história pregressa da patologia em sua família, pais e avós, situação econômica e social, aceitabilidade psicológica e variável biológicas, rotinas em sociedade e em família, entre outros fatores. (ASBAHR, 2004; BAHLS; BAHLS, 2002; MARTINS; COHEIN, 2000). Observando um estudo publicado por Aragão et al., (2009), realizado com alunos do Ensino Médio em uma cidade brasileira, fica claro os sintomas mais relevantes da depressão, como demonstrados na tabela 2. Tabela 2. Concepções/discrição da depressão entre adolescentes do Ensino Médio. Categoria e Subcategoria Adolescente do Ensino Médio F % Tristeza 26 20 Solidão 26 20 Demência 25 19 Choro 16 12 Doenças 15 12 Morte 10 08 Falta de apetite 06 05 Angústia 05 04 Total 129 100 Fonte: Aragão et al., 2009. Alguns avaliadores e/ou prescritores, médicos pediatras e hebiatra, psiquiatras e psicólogos (MELO; SIEBA; MOREIRA, 2017; BENETTI et al., 2007), veem com dificuldade o comparativo em estabelecer a relação causal entre as faixas de idades, e que é o fator de início da depressão em adolescentes. Contudo observa-se o fator sócio familiar como sendo o que surge cada vez mais cedo. Do ponto de vista da psicanálise, é consenso que na adolescência inicia-se os conflitos, e é nesse momento que há vivência nos contextos interpessoais de importância e relevância. A adolescência é o instante em que se muda a real perspectiva da vida, sendo o marco da passagem da criança para a fase adulta. Pode-se chamar essa fase da vida de intermediária ou adolescência, tendo como primeiro fato ou/a modificação de um padrão até então comum. A infância caracterizada como leve, sem grandes responsabilidades e sem rigor, na adolescência 19 há um novo padrão com maiores responsabilidade, novas fórmulas de cobranças, tendo regras diferenciadas para a nova vida adulta. (ASBAHR, 2004). Nesta fase de dúvidas e incertezas, há como fator principal a ebulição hormonal em ambos os sexos. Observa-se no contesto geral, o início de uma nova fase nos relacionamentos sexuais, pessoais e sociais. Com tais mudanças, o corpo está em adaptação rápida, porém o psíquico ainda não está totalmente adaptado, pois ainda demora algum tempo, não estando totalmente maduro e/ou pronto para modificações tão rápidas, sendo isso o suficiente para gerar os primeiros conflitos, graves e/ou não tão graves assim, no que pode ser avaliado como o novo fator, que é o ser adolescente. (ASBAHR, 2004; BAHLS, 2002). Estudos de Aragão et al. (2009), catalogaram em uma escola púbica no Brasil as causas da depressão entre adolescentes, sendo as mais relevantes mostrada na tabela 3. Tabela 3. Causa da depressão entre adolescentes no Ensino Médio. Categorias e subcategorias Adolescentes do Ensino Médio F % Baixa autoestima 45 37 Problemas familiares 32 26 Exclusão social 23 19 Perdas 10 08 Estresses 06 05 Falta de diálogo 06 05 Total 122 100 Fonte: Aragão et al., 2009. No contexto geral, é na adolescência que se começam os relacionamentos, e isso vem sendo um fator importante no que diz respeito aos campos dos relacionamentos afetivos e sexuais. Nessa fase da vida há um destaque principal para a mudança no corpo do adolescente, com evidências para as mudanças hormonais, que embora em constates mutação, ainda leva algum tempo para se adaptar e organizar esse novo ser. Contudo, tais fatores podem levar o adolescente a ter crise conflitais severas, destacando os sintomas mais comuns da ansiedade, sendo eles: a raiva, agressividade, violência, surtos psicóticos, que são, em geral, voltados principalmente para a sociedade e a família. (CAMPOS; PRETTE; PRETTE, 2014). 20 Supondo que a adolescência seja o período mais crítico, pode-se afirmar que será também o momento em que a patologia se manifesta com grande intensidade, sendo diferente para cada indivíduo. Alguns passam por esta circunstância com poucas problemáticas, ou seja, alguns indivíduos têm maior equilíbrio, conforme a sua influência no âmbito familiar. A família em equilíbrio e ajustada favorece melhores condições emocionais e psicológicas, conseguindo assim passar com melhor leveza por essa fase da vida. No entanto, outros indivíduos, não tendo o apoio familiar necessário ou ainda vivendo em lares conflitantes, desajustados ou com membros familiares tendo os sinais e sintomas e com o diagnóstico de depressão, será inevitável que tal adolescente passe por esse processo sem haver alguma perda. É provável que adolescentes expostos à condições estressantes familiares, tenham sintomas e transtornos depressivos. (BAHLS, 2002). De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística-IBGE (2013), no que foi abordado, cita-se ainda, mais alguns sintomas ou fatores que podem desencadear o gatilho depressivo entre adolescentes, que são o uso de substâncias lícitas (cigarros, bebidas, alcoólicas, remédios), substâncias ilícitas (drogas, maconha, cocaína, craque...), dificuldades entre relação sexual, conflito de gênero, dificuldade de afetividade interpessoais e sociais. Observa-se ainda que a ocorrência depressiva em adolescentes é bem variável, de acordo com sexo e idade, mostrando diferentes padrões de comportamentos. As modificações reais e comparações analíticas, podem ser divergente entre os gêneros. Indivíduos do sexo feminino têm mais episódios de depressão, além de mais casos de agressividade e isolamento. Já o gênero masculino apresenta padrão depressivo com grau de agressividade bem mais violento, sendo também mais letal, podendo causar morte de outros ou até mesmo seu autoextermínio. (BAHLS, 2002). Na tabela 4, pode ser verificada duas variáveis. Tabela 4. Descrições das variáveis sexo e idade. VARIÁVEL % (N) Sexo Masculino 38,5 (77) Feminino 61,5 (123) Idade 14 ou menos 15,3 (31) 15 a 17 anos 77,7 (157) 18 a 19 anos 6,9 (14) Fonte: Nascimento et al., 2018. 21 De acordo com Soares et al. (1999), o início da depressão é por volta dos treze/quatorze anos em menina, e quinze/dezesseis em meninos. Mas, no geral o ápice de agressividade é por volta dos dezesseis anos para ambos os sexos, e com o passar dos anos a tendência é aumentar, gradualmente, os sintomas. Após os dezesseis anos, observa-se uma maior evolução por parte das taxas de expressividade relatada em ambos os sexos no geral. Ao avaliar a tabela 5, observa-se que o estudo mostra a média em relação a depressão obtida em função do sexo e ano letivo. Tabela 5. Média e desvio padrão, sexo e escolaridade. Variável Depressão N M DP Sexo M 225 5,5 4,3 F 231 14,2 10,19 Escolaridade 7° 80 15,5 13,0 8° 207 8,7 7,43 1° ano/2°grau 169 8,7 7,32 Fonte: Reppold e Hutz, 2003. No entanto, nessa fase alguns estudos epidemiológicos divergem sobre causae gênero. Na depressão em adolescentes, em longa análise na literatura, observa-se que há bastante divergências, não tendo claramente o exato momento em que ocorre o episódio depressivo e suas manifestações. Dessa forma, não se sabe em que instante ou etapa da vida do adolescente haverá um maior predomínio entre os gêneros, meninas ou meninos, pois os dados ainda são insuficientes ou escassos. (BAHLS, 2002). Alguns dos fatos abordado de real importância para a avaliação dos sintomas e sua definição de diagnóstico da depressão no adolescente, são corriqueiros e de fácil análise. Faz-se necessário observar o adolescente e verificar comportamentos, tais como: suspeitas de mudanças de alteração no humor diário, ora muito eufóricos, deprimidos, agressivos, agitados, podendo afetar o convívio no âmbito familiar e escolar, com ênfase principal em seus rendimentos escolares e acadêmicos. (CLARKE; HARVEY, 2012). Outros fatores também são considerados de relevância, sendo eles: a alteração de peso corporal, obesidade ou anorexia, excesso abusivo de bebidas alcoólicas, tabaco, drogas, cocaína, maconha, craque, comportamento sexual inadequados, prostituição e promiscuidade. Outros fatores fora do comum, segundo os padrões sociais, podem ser relatados como sintomas da depressão, com comportamentos que afrontaram o seu grupo de vivência social e familiar, como a autoafirmação de identidade de gênero, conflito social-psicológico, alta 22 agressividade, brigas e conflitos constantes, comportamento violento, episódios de explosões, como o de raiva ou o de apatia, procedimento exagerado de má conduta, podendo levar a comportamento criminal, pequenos furtos e/ou roubos com consequências danosa, e/ou só apenas comportamental, no caso para chamar a atenção de algum membro familiar ou afetivo, e também a hostilidade com outros de seu convívio. Outro sintoma observado é o isolamento total e/ou parcial, fugas da realidade vivenciando um mundo de fantasia e mentiras, criando um habitat de ilusões fictícias, podendo fantasiar ainda doenças não existentes de causa dolorosa, sem fundo verídico, tal como, dor com queixa física e imprecisa, não sabendo exatamente o local ou causa precisa. (BAPTISTA; GOLFETO, 2000). É necessária uma avaliação mais criteriosa, em especial com o sexo masculino, em que observa-se o comportamento do garoto. Nota-se, em alguns casos emoções reprimidas e não exposição de seus sentimentos ou emoções perante a sociedade, o que pode levar a ter comorbidades associadas, uma espécie de duplo gatilho desencadeador da depressão. (ZINN- SOUZA et al., 2008). Esses autores relatam ainda que são de grande importância a avaliação e a observação de patologias agressivas e neuropsicológicas de risco, como por exemplo de abuso de substância químicas e transtorno obsessivo compulsivo (TOC), e/ou débito de atenção, hiperatividade, transtorno de conduta comportamental e transtorno sexual, abuso sexual e psicológico, depressão severa com uso de fármacospsicotópios e álcool. Nesses casos, o fator é agravado, podendo desenvolver psicoses graves, aumentando inclusive o sentimento de autoextermínio e até suicídio. Deve-se atentar aos fatos da família e do adolescente de ambos os gêneros, desde ocorrências de grau com pouca relevância, até o de grau ou quadros mais graves. Desta forma, será mais fácil a administração de antidepressivos e um melhor monitoramento nas consequências causadas pelo uso indiscriminado desse tipo de medicamentos. Após observação desses sintomas, e também a avaliação na rotina familiar e social do adolescente de ambos os gêneros, fica mais fácil o diagnóstico, que pode ser executado pelos prescritores de psicofármacos, para assim utilizar como terapia de primeira escolha os medicamentos apropriados para essa patologia, que são os antidepressivos. 4.3 Papel do profissional farmacêutico na equipe multiprofissional no direcionamento do paciente depressivo A atenção farmacêutica foi instituída pela primeira vez no ano de 1990, como “a provisão responsável do tratamento farmacológico, com o propósito de alcançar resultados 23 concretos que melhorem a qualidade de vida dos pacientes” (HEPLER; STRAND, 1999, p.43). Após alguns anos, o profissional farmacêutico foi reconhecido pela OMS, como um dispensador de atenção à saúde, que tem a capacidade de colaborar ativamente na prevenção de enfermidades e na promoção da saúde, juntamente com outros membros da saúde, valorizando assim o profissional na atuação da atenção farmacêutica. (ORGANIZACIÓN PANAMERICANA DE LA SALUD, 1993). Ao considerar-se a atenção farmacêutica em adolescentes, há alguns pontos de relevância, pois esta fase da vida é tendenciosa a desenvolver Problemas Relacionados aos Medicamentos (PRM). De acordo com o Conselho Brasileiro de Atenção Farmacêutica (CBAT, 2002, p.19), o PRM “é um problema de saúde, podendo estar relacionado a farmacoterapia, que pode ter ou não está relacionado nos resultados terapêuticos e na qualidade de vida do usuário”. O PRM pode ser de diferentes causas, como as relacionadas aos profissionais de saúde e ao medicamento, ao sistema de saúde, ao próprio usuário e seus aspectos biopsicossociais. Na proposta enviada pelo CBAT (2002), foi desenvolvido alguns componentes da prática profissional para o exercício da Atenção Farmacêutica no Brasil, com o objetivo e elementos constitutivos para a prática. Esses dados são demonstrados no quadro 3: Quadro 3. Elementos constitutivos da prática da Atenção Farmacêutica 1. Educação em saúde (incluindo promoção do uso racional de medicamentos); 2. Orientação farmacêutica; 3. Dispensação; 4. Atendimento Farmacêutico; 5. Acompanhamento/seguimento farmacoterapêutico; 6. Registro sistemático das atividades, mensuração e avaliação dos resultados. Fonte: Conselho Brasileiro de Atenção Farmacêutica, 2002, p.18. O papel do profissional farmacêutico na equipe multiprofissional no direcionamento do paciente depressivo é de extrema importância, ao considerar-se o sucesso farmacoterapêutico. Atualmente, a relação do farmacêutico-paciente identificada como Atenção Farmacêutica na prática profissional, desenvolve habilidades de comunicação com o paciente na ação diária. (D’ANDRÉA et al., 2012). O ponto chave para a Atenção Farmacêutica é o acompanhamento/seguimento farmacoterapêutico, em que o profissional farmacêutico se dispõe às responsabilidades e 24 necessidades do paciente, identificando e prevenindo possíveis problemas medicamentoso, de forma sistemática e documentada, para alcançar assim, um melhor resultado, proporcionando uma superior qualidade de vida ao usuário. (CONSELHO BRASILEIRO DE ATENÇÃO FARMACÊUTICA, 2002). Segundo Fridman e Filinger (2003), a Atenção Farmacêutica aos pacientes com problemas neuropsiquiátricos deve seguir aspectos concretos, como: 1.O manejo das reações adversas aos medicamentos (RAM) mais frequentes; 2.Enfermidades concomitantes que possam influenciar no tratamento adequado do transtorno mental; 3.A adesão ao tratamento; 4.A possibilidade de ocorrência de interações medicamentosas ou medicamento - alimento que possam prejudicar o sucesso da farmacoterapia; 5.Fornecer orientações sobre cuidados específicos com o medicamento prescrito; 6.O uso de psicofármacos por grupo de risco (gestante, lactante, idosos, crianças); 7.Uso de medicamentos isentos de prescrição (MIP), que possam interagir com medicamentos prescritos; Monitoramento e seguimento do tratamento medicamentoso; 8.Fatores farmacotécnicos: necessidade de trocar a via de administração, a forma farmacêutica, impossibilidade de preparação de certa forma farmacêutica, etc; 9.Contribuir para a educação do paciente, familiares e cuidadores. (FRIDMAN; FILINGER, 2003, p.352). De acordo com Morente e Gastelurrutia(2003), demostraram que pacientes com quadro depressivo, tende a recorrer ao farmacêutico com a finalidade de ajuda, relacionada aos medicamentos para o tratamento da patologia. Em países como os Estados Unidos e Espanha, a procura está entre a quinta e oitava posição, respectivamente, de consultas mais frequentes na farmácia comunitária, em que envolve a procura do profissional em buscas relacionadas aos efeitos adversos da medicação e sua efetividade. Neste contexto, o profissional farmacêutico é essencial para auxiliar o paciente a cumprir, de formar efetiva, o tratamento, esclarecendo possíveis dúvidas e problemas relacionados com a medicação e com o correto tratamento farmacoterapêutico ao paciente depressivo. O uso de psicofármacos pode ser um complemento útil ou até mesmo indispensável no processo de melhora do paciente, principalmente ao considerar o risco de suicídio em determinadas depressões. (CABALLO; SIMÓN, 2005). Portanto, é papel do profissional farmacêutico dialogar com o paciente ou familiares, buscando a orientação sobre abordagens terapêuticas para a melhora e a cura da depressão, principalmente quando esse paciente for um adolescente. 25 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS A depressão deve ser diagnosticada rapidamente. Os familiares e pessoas mais próximas têm grande importância nessa investigação de patologia, pois a partir delas que o indivíduo normalmente procura ajuda. É através dessas análises que muitas pessoas são levadas a uma possível avaliação de depressão. O método mais eficaz é o uso de antidepressivos, não anulando a possibilidade da melhora sem o uso destes, pois as terapias comportamentais e acompanhamento, auxiliam o paciente na reinserção social, fator que muitas vezes é determinante da patologia. A classe de antidepressivos mais utilizada para a faixa etária em estudo (adolescência), são os inibidores seletivos da serotonina (ISRSs), pois tem seu efeito e segurança comprovada para este grupo. A depressão, em muitos países, já é considerada um problema de saúde pública. Tal posição se dá pelo crescente índice de diagnósticos positivos da patologia na população. A procura de profissionais para o correto diagnóstico, e em alguns casos o preparo dos profissionais atuantes nas equipes multiprofissionais, são pontos determinantes para auxiliar o paciente e a família durante o tratamento contra a depressão. Aspectos sociais também devem ser considerados, como a possibilidade de quem não tem condições financeiras, para arcar com os custos de acompanhamento e medicamentos. Nesse contexto, destaca-se a responsabilidade do profissional farmacêutico, sendo o último profissional a realizar a atenção ao paciente e familiares, seja em locais privados ou públicos. Sendo assim, o profissional farmacêutico deve estar aberto e disponível a orientar o paciente e a família em qualquer dúvida pertinente a farmacoterapia adotada, com o objetivo de auxiliar o paciente na melhora dos sinais e sintomas da patologia, além de evitar que o mesmo desista do tratamento, seja por reações adversas associada ao medicamento, falta de conhecimento sobre a doença, ou ainda por motivos financeiros. O paciente com depressão, juntamente com a equipe de saúde, precisa estar atento às mudanças de medicamento e alternativas que contemplem a situação do paciente, adotando medicamentos genéricos e prevenindo a desistência do paciente aos retornos com os profissionais para avaliação do tratamento. 26 REFERÊNCIAS ALAMO, C.; BETÉS, M.; LÓPEZ-MUNOZ, F.; MOLINA, J.D. Aportaciones de la psicofarmacologia al tratamento de lós trastornos de la personalidad (II): grupos farmacológicos empleados en el tratamiento de lós trastornos de personalidad. eduPsykhé, v.10, n.2, p.231-276, 2011. ARAGÃO, T.A.; COUTINHO, M.P.L.; ARAÚJO, L.F.; CASTANHA, A.R. Uma perspectiva psicossocial da sintomatologia depressiva na adolescência. Ciência & Saúde Coletiva, Vitória, v.14, n.2, p.395-405, 2009. ASBAHR, F.R. Transtornos ansiosos na infância e adolescência: aspectos clínicos e neurológicos. Jornal de pediatria, v.80, n.2 (supl.), p.s28-s34, 2004. BAHLS, S.C. Aspectos clínicos da depressão em crianças e adolescentes Jornal de Pediatria. Rio Janeiro, v.78, n.5, p.359-366, 2002. BAHLS, S.C. Depressão uma breve revisão dos fundamentos biológicos e cognitivos. InterAÇÃO, Curitiba, v.3, p.49-60, jan./dez. 1999. BAHLS, S.C; BAHLS, F.R.C. Depressão na adolescência: características clínicas. InterAÇÃO, Curitiba, v.6, n.1, p.49-57, jan./jun. 2002. BALLONE, G. J.; MOURA, E. C. Depressão na Adolescência. 2008. Psiqweb, [internet]. Disponível em: <http://www.psiqweb.med.br/site/?area=NO/LerNoticia&idNoticia=129>. Acesso em: 03 mar. 2019. BAPTISTA, C. A; GOLFETO, J.H. Prevalências da depressão em escolares de 7 a 14 anos. Rev. psiquiatr. clín., São Paulo, v.27, n.5, p.253-256, set./out. 2000. BENETTI, S.P.C; RAMIRES, V.R.R.S; CSHNEIDER, A; RODRIGUES, A. P. G; TREMARIM, D. Adolescente e Saúdo Mental. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v.231, n.6, p.1273-1282, jun. 2007. BHATARA, V.S. Early detection of adolescente mood disorders. S D J Med. Dakota do sul, v.45, n.3, p.75-78, abr. 1992. BRASIL, 1990. Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá outras providências. Diário Oficial da União, v. 1, art. 2, 1990. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8069.htm#art2 >. Acesso em: 03 mar. 2019. BRASIL, H.H.; BELISARIO FILHO, F.J. Psicofarmacoterapia. Rev. Bras. Psiquiatr., v.22, n.22, p.42-47, 2000. CABALLO, V.E.; SIMÓN, M.A. Manual de psicologia clínica infantil e do adolescente: Transtorno Gerais. São Paulo: Santos, 2005. p. 433p. CAMPOS, J.R.; PRETTE, A.D.; PRETTE, Z.A.P.D. Depressão na adolescência: habilidades sociais e variáveis sociodemograficas com fatores de risco/proteção. Estud. Pesqui. Psicol., Rio de Janeiro, v.14, n.2, p.408-428, 2014. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/1585166 27 CÂNDIDA, T. O drama da depressão infantil. 2005. Disponível em: <http://saude.terra.com.br/interna/0,OI124091-EI1507,00.html>. Acesso em: 18, maio,2019, 17:22 pm. CLARKE, G.; HARVEY, A. G. The complex role of sleep in adolescent depression. Child and Adolesc Psychiatr Clin N Am, v.21, n.2, p.385-400, abr. 2012. CONSELHO BRASILEIRO DE ATENÇÃO FARMACÊUTICA - CBAT: proposta. Brasília: Organização Pan-Americana da Saúde, 2002. p.30. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/PropostaConsensoAtenfar.pdf>. Acesso em: 27 abr. 2019. CORDEIRO, C.F.M. Terapêutica farmacológica na Depressão do Adulto e Equivalentes Terapêuticos em Ambiente Hospitalar. 2014. 92 f. Dissertação (Mestrado Ciências Farmacêuticas) – Universidade do Algarve, Faculdade de Ciências e Tecnologia, 2014. D’ANDRÉA, R. D.; SILVA, G. P. D.; MARQUES, L. A. M.; RASCADO, R. R. A importância da relação farmacêutico – paciente: percepções dos idosos integrantes da UNATI (Universidade aberta à terceira idade) sobre a atuação do farmacêutico. Revista Eletrônica de Farmácia, v. 9, n. 2, p. 49-60, 2012. DESCRITORES EM CIÊNCIAS DA SAÚDE. Consulta ao DeCS. 2019. Disponível em: < http://decs.bvs.br/>. Acesso em: 10 mar. 2019. FACÓ, M. L. Um Mosaico da Depressão: dos Sujeitos Singulares aos Transtornos Universais. São Paulo: Escuta, 2008. 144p. FEIJÃO, G. M. M. Depressão: Características clínicas, alterações neuropsicológicas e possibilidades de tratamento do transtorno na Infância e Adolescência. Scientia, v. 3, n. 6, p. 1-14, 2016. FONSECA, A.L.; BRUNTON, L.L.; HILAL-DANDAN, R.; KNOLLMANN, B.C. As bases farmacológicas da terapêutica de Goodman e Gilman. Rio de Janeiro: Amgh Editora, 2018. 2112p. FRIDMAN, G. A.; FILINGER, E.J. Atención farmacêutica em pacientes ambulatorios con transtornos psiquiátricos. Lat. Am. J. Pharm, v.22, n.4, p.351-354, 2003. GRILLO, E.; SILVA, R. JM da. Manifestações precoces dos transtornos do comportamento na criança e no adolescente. J Pediatr, v. 80, n. 2, p. 21-24, 2004. HEPLER, C. D.; STRAND, L. M. Oportunidades y responsabilidades en atención farmacêutica. Pharm Care Esp. Madrid, v.1, n.1, p.43, 1999. HORNSTEIN, L. Las depresiones: afectos y humores del vivir. Buenos Aires: Paidós, 2006. 263p. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA-IBGE. Pesquisa Nacional de Saúde 2013 Percepção do estado de saúde, estilos de vida e doenças crônicas. 2013. Disponível em: < 28 https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv94522.pdf.;http:/ftp.ibge.gov.br/PNS/2013 /pns.pdf>. Acesso em: .18 maio 2019, 20:43pm. ISOLAN, L.; PHEULA, G.; MANFRO, G. G. Tratamento do transtorno de ansiedade social em crianças e adolescentes. Rev. Psiq. Clín., Porto Alegre – RS, v. 34, n. 3, p. 125 – 132. 2007. LACERDA, C.R; FIAMENGHI, G. A.J. Encaminhamento de crianças para atendimento psicológico e diagnóstico psiquiátrico dos pais. Estud. pesqui. psicol., Rio de Janeiro, v. 13, n .1, p.189-204, 2013. LATTIMORE, K.A; DONN, S.M; KACIROTI, N.; KEMPER, A.R; et al. Selective Serotonin Reuptake Inhibitor (SSRI) Use during Pregnancy and Effects on the Fetus and Newborn: A Meta-Analysis. Journal of Perinatology, v.25, p.595-604, 2005. MARCONI, M. A.; LAKATOS, E. M. Fundamentos de metodologia científica. 7.ed. São Paulo: Atlas, 2010. MARTINS, A.; COHEN, D. J. Adolescent depressin: window of (missed?) opporttunity. Am J Psychiatry, Washington, v.157, n.10, p.1549-1551, 2000. MELO, A, J; SIEBA, A.J; MOREIRA, V. Depressão em adolescente: Revisão da Literatura e a pesquisa Fenomenológica. Revista Psicologia: Ciência e profissões, Brasília, v.37, n.1, p.18-34. jan./mar, 2017. MILLICHAP, J.G. The role of diet in migraine headaches. Noha News, v.27, n.3, p.3-6, 2002. Disponível em: <http://superiorsites3.com/NNS02DietMigraineHeadaches.htm>. Acesso em: 26 maio 2019. MORENTE, A.G.; GASTELURRUTIA, M.Á. Guía de Seguimiento Farmacoterapéutico sobre Depresión. Grupo de investigação em atenção farmacêutica, p. 24-26, 2003. Disponível em: <http://www.ugr.es/~cts131/esp/guias/GUIA_DEPRESION.pdf>. Acesso em: 05 mai. 2019. NASCIMENTO, L. J; CRUZ, J. F; SANTANA, B.W.J; CAMPOS, A. C.L; AMORIM, V.C.S.A. Uso de tabaco e outras drogas pelos adolescentes de escolas públicas de Pernambuco, um estudo piloto. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v.15, n.3, p.52-59, jul./set., 2018. NEVES, A.L.A. Tratamento farmacológico da depressão. 2015. 67f. Dissertação (Mestrado em Ciências Farmacêuticas) – Universidade Fernando Pessoa, Faculdade de Ciências da Saúde, 2015. ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE - OMS. Saúde dos jovens: um desafio para a sociedade, relatório de um grupo de estudos da OMS sobre jovens e "saúde para todos até o ano 2000", 1986. Disponível em: <https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/41720/WHO_TRS_731.pdf?sequence=1&is Allowed=y. Acessado em: 04 de mar. 2019. https://www.nature.com/articles/7211352#auth-1 https://www.nature.com/articles/7211352#auth-2 https://www.nature.com/articles/7211352#auth-3 https://www.nature.com/articles/7211352#auth-4 http://superiorsites3.com/NNS02DietMigraineHeadaches.htm https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/41720/WHO_TRS_731.pdf?sequence=1&isAllowed=y https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/41720/WHO_TRS_731.pdf?sequence=1&isAllowed=y 29 ORGANIZACIÓN PAN-AMERICANA DE LA SALUD - OMS. El papel del farmacéutico en el sistema sw atención a la salud: atención farmacéutics. Genebra, 1993. Disponível em: <http://www.forofarmaceuticodelasamericas.org/wp- content/uploads/2018/04/Documento-de-Tokio-1993.pdf >. Acesso em: 27 abr. 2019. ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE - OMS. 2016-2017. Depressão: o que você precisa saber. Disponível em: <https://www.paho.org/bra/index.php?option=com_content&view=article&id=5372:depressa o-o-que-voce-precisa-saber&Itemid=822>. Acesso em: 12 mar 2019. OSTETTI, V.; ALMEIDA, R. Quais os números da depressão e da ansiedade no mundo. OMS. Nexo jornal, saúde do homem, Rio de Janeiro, 2017. Disponível em: < https://www.nexojornal.com.br/grafico/2017/03/06/Quais-os-n%C3%BAmeros-da- depress%C3%A3o-e-da-ansiedade-no-mundo >. Acesso em: 20 maio 2019. PARANHOS, M. E.; WERLANG, B. G. Diagnóstico e intensidade da depressão. Santa cruz do Sul – RS, Barbarói, v. 2, n. 31, p. 111-125, 2009. PERES, U. T. Depressão e Melancolia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, v. 22, 2006. 64p. QUEVEDO, J.; NARDI, A. E.; DA SILVA, A. G. Depressão: Teoria e Clínica. Artmed Editora, 2018, p. 252. RAMOS R.T; CORDAS T.A.; SALZANO, F.T. Tratamentos biológicos em psiquiatria. In: ABREU, CN. (Org). Síndromes psiquiátricas: Diagnostico e entrevista para profissionais de saúde mental. Porto alegre: Artmed, 2006, p.203-208. RANG, H.P.; DALE, M.M; RITTER, JM. Farmacologia. 4.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2001. cp.33, p.514-520. ROCHA, B.S.; WERLANG, M.C. Psicofármacos na estratégia saúde da família: perfil de utilização, acesso e estratégia para a promoção do uso racional. Ciênc. Saúde coletiva, v.18, n.11, p.3.291-3300, 2013. ROCHA, G.P.; BATISTA, B.H.; NUNES, M.L. Orientações ao pediatra sobre o manejo das drogas psicoativas e antiepilépticas. J Pediatr, v.80, n.2, p.45-55, 2004. ROSA, I.S.S.; CAVALCANTE, M.S.; TERRA JUNIOR, A.T.T. Breve relato dos antidepressivos tricícliocos, incluindo o efeito terapêutico do cloridrato de bupropiona. FAEMA, v.9, n.ed. esp, p.551-558, 2018. SOARES, K; ALMEIDA, N. F; COUTINHO O. E. S.F; MARI, J.J. Sintomas depressivos entre os adolescentes e adultos de uma amostra populacional de três centros urbanos brasileiros: análise dos dados do Estudo Multicêntrico de Morbidade Psiquiátrica. Rev. Psiquiatr. Clín., São Paulo, v.26, n.5, p.218-24, 1999. SOARES, P.J.R. Inibidores seletivos da recaptação da serotonina. Psychiatry on line – Brasil, v.10, n.10, s/n, out. 2009. https://www.paho.org/bra/index.php?option=com_content&view=article&id=5372:depressao-o-que-voce-precisa-saber&Itemid=822 https://www.paho.org/bra/index.php?option=com_content&view=article&id=5372:depressao-o-que-voce-precisa-saber&Itemid=822 https://www.nexojornal.com.br/grafico/2017/03/06/Quais-os-n%C3%BAmeros-da-depress%C3%A3o-e-da-ansiedade-no-mundo https://www.nexojornal.com.br/grafico/2017/03/06/Quais-os-n%C3%BAmeros-da-depress%C3%A3o-e-da-ansiedade-no-mundo 30 REPPOLD, C.T; HUTZ, C.S. Prevalência de indicadores de depressão entre adolescentes no Rio Grande do Sul. Jornal Avaliação Psicológica, Porto Alegre, v.2, n.2, p.175-184, 2003. YOUDIM, M.B.H.; EDMONDSON, D.; TIPTON, K.F. The therapeutic potential of monoamine oxidase inhibitors. Nat Rev Neurosci., v.7, n.4, p.295-309, 2006. ZINN-SOUZA, L.C.; NAGAI, R.; TEIXEIRA, L.R.; LATORRE, M.R.D.O.; ROBERTS, R.; COOPER, S. P.; FISCHER, F. M. Factors associated with depression symptoms in high school students in São Paulo, Brazil. Rev. Saúde Pública, São Paulo, v.42, n.1, p.34-40, 2008.
Compartilhar