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53_O USO DE MEDICAMENTOS PSICOTRÓPICOS ANTIDEPRESSIVOS NA ADOLESCÊNCIA

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1 
 
 
 
FACULDADE UNIDA DE CAMPINAS - FACUNICAMPS 
CURSO DE GRADUAÇÃO EM FARMÁCIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O USO DE MEDICAMENTOS PSICOTRÓPICOS ANTIDEPRESSIVOS 
NA ADOLESCÊNCIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GOIÂNIA-GOIÁS 
2019/1 
 
 
2 
 
 
 
CARLOS EDUARDO BARBOSA SANTOS 
JULIANO DO CARMO 
PEDRO GUSTAVO DE AMORIM ANDRADE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O USO DE MEDICAMENTOS PSICOTRÓPICOS ANTIDEPRESSIVOS 
NA ADOLESCÊNCIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Orientação: Profa. Dra. Lindomar Guedes Freire 
 
 
 
 
 
GOIÂNIA- GOIÁS 
Trаbаlhо de Cоnclusãо de Cursо, аpresentаdо cоmо 
requisitо pаrа nоtа dа disciplinа de TCC, necessáriа pаrа 
Grаduаçãо dо cursо de Farmácia dа Fаculdаde Unidа de 
Cаmpinаs – FАCUNICАMPS. 
3 
 
 
 
2019/1 
O USO DE MEDICAMENTOS PSICOTRÓPICOS ANTIDEPRESSIVOS 
NA ADOLESCÊNCIA 
 
THE USE OF ANTIDEPRESSIVE PSYCHOTROPIC MEDICINES IN 
ADOLESCENCE 
 
CARLOS EDUARDO BARBOSA SANTOS
1
; JULIANO DO CARMO
1
; PEDRO 
GUSTAVO DE AMORIM ANDRADE
 1
; LINDOMAR GUEDES FREIRE FILHA
2
 
 
RESUMO 
Este estudo tem o objetivo de descrever os psicofármacos no tratamento para depressão na adolescência, 
apresentar os fatores epidemiológicos e a atenção farmacêutica (AT) nesse processo. Os artigos foram 
pesquisados na MedLine, SciELO, instituições relevantes e livros. O critério de inclusão foi de 10-19 anos, e o de 
exclusão as outras faixas etárias. A primeira opção de tratamento está no próprio contexto familiar/social. Já a 
aplicabilidade de psicofármacos contempla a história do paciente, clínica atual e plano de tratamento para os 
Antidepressivos Tricíclicos (ADTs), Inibidores da Monoaminoxidase (IMAOs) e Inibidores Seletivos da 
Recaptação de Serotonina (ISRS). A depressão na adolescência é mundialmente problema de saúde pública/PSP, 
podendo se manifestar com agitação/ansiedade/fadiga e culpa. O uso de substâncias lícitas/ilícitas, dificuldades 
inúmeras, podem desencadear o gatilho depressivo; com ocorrência maior no sexo feminino. Com o uso de 
substância ilícitas há uma maior chance de episódios violentos/letais, podendo causar morte de outros ou ainda o 
autoextermínio. Esse evento pode acontecer com ápice por volta dos 16 anos para ambos os sexos, aumentando 
gradativamente. A AT hospitalar e/ou farmácia comunitária é de extrema importância, pois esse age com 
responsabilidade, comprometimento e conhecimento farmacológico. Além disso o farmacêutico realiza 
orientação e retira as dúvidas do paciente, oferecendo assim um bom atendimento que irá resultar na correta 
adesão à terapia designada pela equipe multiprofissional, seja ela farmacológica ou psicológica. Diagnosticar a 
depressão o mais rápido possível é importante, sendo que é considerada um PSP, ressaltando que o uso de 
antidepressivos deve ser sempre orientado. 
Palavras-chave: Depressão. Adolescência. Atenção farmacêutica. Psicofármacos. 
 
ABSTRACT 
This study aims to describe the psychotropic drugs in the forms of treatment for depression in adolescence, to 
present the epidemiological factors and pharmaceutical care (PC) in this process. The articles were searched in 
MedLine, SciELO, relevant institutions and books. The inclusion criterion was 10-19 years, and the exclusion 
criteria were the other age groups. The first treatment option is in the family/social context. The applicability of 
psychoactive drugs contemplates the patient's current clinical history and treatment plan for Tricyclic 
Antidepressants (TCAs), Monoaminoxidase Inhibitors (MAOIs) and Selective Serotonin Reuptake Inhibitors 
(SSRI). Depression in adolescence is a public health problem (PHP), which can manifest itself with 
agitation/anxiety/fatigue and guilt. The use of licit/illicit substances, besides the numerous difficulties, can cause 
the depressive trigger; with a higher occurrence in women. With the use of illicit substance there is a greater 
chance of violent/lethal episodes, being able to cause death of others or even the self-extermination. This event 
can happen at the apex by age 16 for both sexes, increasing gradually. The PC hospital and / or community 
pharmacy is extremely important, since it acts with responsibility, commitment and pharmacological knowledge. 
In addition, the pharmacist conducts guidance and removes the patient's doubts, thus offering a good care that 
will result in correct adherence to the therapy designated by the multiprofessional team, being it pharmacological 
or psychological. Diagnosing depression as soon as possible is important, being considered a PHP, emphasizing 
that the use of antidepressants should always be oriented. 
Keywords: Depression. Adolescence. Pharmaceutical attention. Psychotropic drugs. 
 
. 
 
 
1Аcаdêmicos dо cursо de Grаduаçãо em Farmácia dа Fаculdаde Unidа de Cаmpinаs – FаcUnicаmps. E-mаil: 
carlos15ebs@hоtmаil.cоm; carmojuca75@gmаil.cоm; pedro_gandrade@outlook.com; 
2
Оrientаdоrа, Dоutоrа em Ciênciаs dа Sаúde e prоfessоrа dа Fаculdаde Unidа de Cаmpinаs – FаcUnicаmps. E-
mаil: freirefilhа.lindоmаr@gmаil.cоm 
 
 
mailto:carlos15ebs@hоtmаil.cоm;%20carmojuca75@gmаil.cоm
mailto:freirefilhа.lindоmаr@gmаil.cоm
4 
 
 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
 Os medicamentos denominados psicotrópicos são definidos como modificadores 
seletivos do Sistema Nervoso Central (SNC). Essa denominação foi informada pela 
Organização Mundial de Saúde (OMS), que classifica os psicotrópicos em ansiolíticos e 
sedativos; antipsicóticos (neurolepticos); antidepressivos; estimulantes psicomotores; 
psicomiméticos e pontencializadores da cognição. (RANG; DALE; RITTER, 2001). 
A depressão é conceituada pela Organização Pan-Americana da Saúde (2016-2017, 
s/n) como um transtorno mental caracterizado por tristeza persistente e pela perda de interesse 
em atividades que normalmente são prazerosas, acompanhadas da incapacidade de realizar 
atividades diárias, durante pelo menos duas semanas. 
Hoje, os transtornos da ansiedade são fatores que mais afetam os adolescentes, e isso 
vem ganhado um destaque abrangente em estudos, visto que a comunidade científica vem 
buscado compreender mais sobre o assunto. Ainda assim, os transtornos de ansiedade são 
motivo de debates entre os especialistas do assunto, tendo em vista que cerca de 10% das 
pessoas que possuem essa patologia, são crianças e adolescentes. (ASBAHR, 2004). 
Atualmente, há diversos medicamentos antidepressivos eficazes, principalmente nos 
casos mais graves. Primeiramente o tratamento é realizado com a família, na tentativa social e 
sem o uso de medicamentos psicotrópicos. Destaca-se como as principais classes os 
Antidepressivos Tricíclicos (ADTs), Inibidores da Monoaminoxidase (IMAOs), os Inibidores 
Seletivos da Recaptação de Serotonina (ISRSs). (BALLONE; MOURA, 2008). 
 Sabe-se que o uso, em especial, da classe inibidora de serotonina (ISRS), é 
considerada a mais eficiente no tratamento da depressão em adolescentes. (QUEVEDO; 
NARDI; SILVA, 2018). Hoje, em virtude da informação, a população vem recorrendo cada 
vez mais a prescritores de antidepressivos, não sendo a primeira regra para a melhora da 
depressão na faixa etária em estudo. 
A adolescência compreende à idade de 10 até os 19 anos (ORGANIZAÇÃO 
MUNDIAL DA SAÚDE-OMS,1986). O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), Lei nº 
8069/902, considera a adolescência no período dos 12 aos 18 anos (BRASIL,1990). O 
presente trabalho será baseado na definição da OMS. 
Segundo Bahls (2002), em sua revisão epidemiológica sobre transtornos depressivos, o 
índice de depressão em adolescentes está entre 3,3 a 12,4%. Alguns pontos que são 
considerados nessa patologia são: estado de humor (depressivo duradouro ou depressivo 
5 
 
 
 
excessivo), períodos de isolamento, momentos de hostilidade com familiares e amigos, 
afastamento da escola, falta de rendimento escolar, afastamentode atividades com outras 
pessoas, abuso de substâncias ilícitas (álcool, drogas), violência física, imprudência sexual, 
fuga de casa, entre outros. 
Alguns fatores no histórico familiar, também devem ser considerados, tendo em vista 
os aspectos do cotidiano dos adolescentes. A agressividade, a raiva, a agitação, insônia, 
apetite desajustado e a baixa autoestima, estão relacionadas com a depressão, além da queixa 
de cefaleia como sintomas. (GRILLO; SILVA, 2004). 
O profissional prescritor deve seguir um rigoroso critério de avaliação clínica para 
definir o tratamento do paciente, tendo em vista todos os aspectos sobre o uso de 
psicotrópicos antidepressivos por adolescentes e seus fatores precursores. Lembrando que 
nem sempre o uso do medicamento será a primeira opção para a melhora do paciente. 
Diante dessa abordagem, o presente estudo tem como objetivo descrever os 
psicofármacos no tratamento para depressão na adolescência, bem como apresentar os fatores 
epidemiológicos da patologia atualmente, além de destacar a função do profissional 
farmacêutico na equipe multiprofissional. 
 
2 REFERENCIAL TEÓRICO 
 
Ao buscar a história da depressão, deve-se considerar que, desde as mais antigas 
civilizações, já existiam pessoas sintomáticas. A causa para essa patologia era relacionada 
com um elemento próprio da natureza humana, e que muitas vezes, era atribuída ao 
desenvolvimento durante a sua criação, não sendo muito categórico em relação ao sofrimento 
humano. Na época de Hipócrates, acreditava-se que a alteração qualitativa e quantitativa da 
bílis negra, era responsável por produzir um estado melancólico, que consequentemente 
desenvolveria sintomas de medo e tristeza. Esse pensamento era conhecido como a teoria dos 
quatro humores (sangue, fleugma, bílis amarela e bílis negra), e que naquela época o 
tratamento era feito através da eliminação de excesso destes, por meio de purgativos. (FACÓ, 
2008; PERES, 2006). 
Tal patologia se assemelha com as doenças de décadas passadas, em que as mesmas 
eram apontadas como pestes, como é o caso da tuberculose e da peste bubônica, numa 
classificação de doenças graves, sendo contagiosa e que atinge várias pessoas. (HORNSTEIN, 
2006; BAHLS, 2002). De acordo com Peres (2006), menciona a depressão, como o mal do 
século XXI, caracterizando o homem na atualidade. 
6 
 
 
 
Por muitos anos, a depressão no período da infância e adolescência foi bastante 
discutida pelos especialistas da área, que questionavam a sua existência. (FEIJÃO, 2016). 
Psicanalistas concordam com tal questionamento, uma vez que esse período não se considera 
a formação do ego e interiorização do denominado superego. Considera-se então, que não há 
perda da autoestima nem sentimentos adjacentes de culpa nessa fase da vida. (CABALLO; 
SIMÓN, 2005). 
É sabido que no período da adolescência a depressão pode ser mascarada pelos 
conflitos do dia-a-dia, que são habituais desta faixa etária. (PARANHOS; WERLANG, 
2009). Ainda sobre estudos atuais, Feijão (2016) afirma que a patologia é comum nesta fase, 
podendo ser desenvolvido precocemente, o que causará conflitos em vários momentos da vida 
do adolescente sintomático. Para alguns autores a depressão na adolescência é mais grave do 
que na fase adulta, e acomete mais em meninas do que em meninos. 
Segundo Bahls (2002), na fase da adolescência pode-se verificar características 
específicas do transtorno depressivo. Os sintomas normalmente relatados são: irritabilidade, 
instabilidade e tristeza, podendo manifestar também crises recorrentes de explosão de raiva, 
ou seja, alteração de humor, além de falta de energia para realizar atividades diárias, como por 
exemplo ir à escola. Pode-se observar também outros sintomas, como: sentimento de culpa, 
desesperança, falta de apetite e alteração do peso, apatia, perturbações do sono como 
hipersônia, retardos psicomotor, fadiga e cefaleias, e até mesmo tentativas ou pensamentos de 
suicídio, além de problemas com alcoolismo e drogas. 
De acordo com esses sinais e sintomas descritos na adolescência, chama-se a atenção 
das substâncias neurotransmissoras que desencadeiam a patologia em questão. 
A noradrenalina, serotonina, dopamina e acetilcolina, conhecidas cientificamente 
como “Aminas Biogenicas”, possuem atividades modeladoras corticais e subcorticais, que 
compreende às alterações relacionadas ao sono, humor e apetite, sendo os mais envolvidos na 
depressão a Noradrenalina e Serotonina. Consequentemente a Dopamina e Acetilcolina se 
mantém desreguladas a esse transtorno. (QUEVEDO; NARDI; SILVA, 2018). Esses autores 
acrescentam que devido à baixa de receptores β-adrenergico, a noroadrenalina tem alta 
participação na patologia em estudo, e por isso a grande efetividade com as drogas da classe 
noroadrenergicas. A variação das taxas de noradrenalina e serotonina estão diretamente 
relacionados com a impulsividade, gasto energético e ansiedade, estados observados na 
depressão. 
O transtorno da ansiedade que levam a depressão em adolescentes, não é tratado 
primeiramente com antidepressivos. A intervenção inicia-se com abordagens psicoterápicas, 
7 
 
 
 
que inclui a Terapia cognitiva Comportamental, Psicanálise e psicoterapia de Orientação 
analítica. Para o tratamento farmacológico o uso de ISRSs é considerado o de primeira 
escolha pelos prescritores, ressaltando ainda que, apesar de se obter uma boa resposta para o 
tratamento de ansiedade e depressão, o uso dos ISRSs e de outras classes de antidepressivos, 
requer uma maior atenção aos médicos e os pais dos pacientes e pessoas que convivem com o 
paciente, devido ao alto risco de suicídio, especificamente no início do tratamento, 
necessitando de uma avalição mais criteriosa na fase inicial do tratamento. (ISOLAN; 
PHEULA; MANFRO, 2007). 
 
3 METODOLOGIA 
 
Para realização dessa pesquisa, foram utilizadas técnicas de análise de documentos e 
também a revisão da literatura. (MARCONI; LAKATO, 2010). Com essas técnicas, pode-se 
fazer um estudo em vários softwares, revistas, jornais, arquivos públicos, entre outros, como 
critério de método analítico da revisão literária e produções acadêmicas, com os seguintes 
aspectos: buscas de artigos publicado no meio acadêmico, em revista especializada e 
arquivos. 
A busca por artigos foi realizada através de pesquisas em bancos de dados, onde 
filtrou-se as palavras-chaves e os anos em que há abrangência de publicação dos referidos 
temas. A base de pesquisa nas principais fontes foram MedLine, SciELO, BVS, jornal da 
sociedade de pediatria, revistas de psicologia e pediatria, arquivos do IBGE, OMS, MS, e 
também em bulários e livros farmacológicos. Usou-se como critério para definição de 
pesquisa os anos de abrangência, que compreende ao período das publicações de referências, 
verificando se havia compatibilidade com o critério de pesquisa já publicado nos anos 
anteriores a 2019, porém de relevância para compor o tema. 
Dentro da pesquisa, foi utilizado como descritores as seguintes palavras: depressão, 
adolescente e antidepressivos e confirmada pelo Descritores em Ciências da Saúde (2019). O 
critério de inclusão foi definido pela procura de causas e sintomas da patologia em estudo, a 
depressão na adolescência, na faixa etária de 10 a 19 anos, conforme idade definida pela OMS 
e usado pelo Ministério da Saúde do Brasil (MS), pois atualmente as normas de conduta para 
essa faixa etária já preconizada no Brasil. 
Todavia, dentro da análise para critério de exclusão, as referências com temas que 
quase sempre estão vinculados a depressão de outras faixas etárias, foram descartadas, mesmo 
porque o foco estava voltado em especial ao público adolescente. Nesse caso, foram 
8 
 
 
 
descartadas as palavras como: depressão em adultos, depressão em idoso, depressão em 
criança e outras doenças e causa que se referia a essa faixa etária. 
 
 
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES4.1 Psicofármacos no tratamento para adolescente com depressão 
 
O tratamento para adolescentes com transtornos de depressão, em geral, costuma ser 
bem-sucedido, se diagnosticado o quanto antes. O uso de medicamentos psicofármacos 
normalmente são eficazes, bem como a psicoterapia e as terapias comportamentais. O ato da 
prescrição da farmacoterapia em tratamentos de depressão, não deve se restringir apenas a um 
diagnóstico e um único medicamento. O paciente, seus parentes e equipe multiprofissional 
precisam se envolver no direcionamento do paciente depressivo. Deve se atentar em relação 
às razões para o uso dos medicamentos psicotrópicos e antidepressivos, bem como os 
benefícios esperados e os eventuais riscos. 
A opção e o início da intervenção medicamentosa, segundo Soares et al. (2009), 
devem ser embasados no relato do paciente, na clínica atual e no plano de tratamento. 
A escolha da medicação deve ser feita de forma minuciosa, individualizada e 
detalhada, com o objetivo de evitar reações inesperadas. É muito importante que todos os 
envolvidos no tratamento, sejam bem orientados quanto ao início da medicação, assim como 
outras intervenções psicoterápicas. 
O início do tratamento de depressão em adolescentes é recomendado a utilização 
apenas da metade da dose habitual, e o paciente deve ser monitorado continuamente entre 
duas e quatro semanas, a fim de evitar incidentes. Após esse período, pode aumentar ou não o 
medicamento, não sendo recomendado o uso descontinuado entre seis a oito semanas. Logo, 
após a melhora do paciente, é sugerido um acompanhamento mensal para prevenir possíveis 
recaídas. 
Atualmente, diversos fármacos antidepressivos são eficientes, principalmente nos 
casos mais graves. A primeira opção de tratamento para essa patologia está no contexto 
familiar e social, sem a administração de medicamentos psicofármacos. Destaca-se como as 
principais classes de medicamentos os Antidepressivos Tricíclicos (ADTs), Inibidores da 
Monoaminoxidase (IMAOs), os Inibidores Seletivos da Recaptação de Serotonina (ISRS) e 
também os Antidepressivos Atípicos. (BALLONE; MOURA, 2008). Sabe-se que o uso em 
9 
 
 
 
especial da classe dos ISRSs, é considerado a mais eficiente no tratamento da depressão em 
adolescentes. 
 
Antidepressivos Tricíclicos (ADTs) 
Os ADTs agem em nível pré-sináptico, com o bloqueio de recaptura de monoaminas, 
em especial a norepilinefrina (NE; ou noradrenalina - NA) e serotonina (5-HT), em menor 
proporção a dopamina (DA). O mecanismo inibitório da recaptura de 5-HT é secundária a de 
NE, devido ao fato preferencial das aminas terciária executarem a sua inibição. Os efeitos 
colaterais estão associados à atividade pós-sináptica, que perde a instabilidade com o 
neurotransmissor envolvido. 
 Os ADTs bloqueiam receptores muscarínicos, histaminérgicos de tipo 1, α-2 e β-
adrenérgicos, serotonérgicos diversos e mais dificilmente os dopaminérgicos. 
Necessariamente, essas ações não se correlacionam com o efeito antidepressivo, mas com 
efeitos colaterais. O bloqueio do receptor 5-HT1 contribui para o efeito terapêutico. 
(BRASIL; BELISARIO FO, 2000). A metabolização dos ADTs se estabelece entre 55% a 
80%, pelo efeito de primeira passagem, em que o pico plasmático atinge rapidamente de 1 a 3 
horas, por aminas terciárias (amitriptilina), se comparado com aminas secundárias 
(desipramina e nortriptilina) que levam de 4 a 8 horas para atingir o pico plasmático. Por 
serem lipofílicos, é necessário ter a sua concentração essencialmente no miocárdio e em 
tecidos cerebrais, que se unem as proteínas plasmáticas, ocorrendo assim, o metabolismo 
hepático primariamente. 
As diferentes mudanças na dose de ADTs levam a alteração proporcional no nível 
plasmático e exibem farmacocinética linear, podendo variar entre idade e sexo. A 
concentração pode decair antes da menstruação, no caso das mulheres. (ROSA; 
CAVALCANTE; TERRA JR, 2018). A tabela 1 mostra a vida média de alguns ADTs. 
 
Tabela 1. Vida média de Antidepressivos Tricíclicos (ADTs) e seu estado de equilíbrio. 
Fármacos (ADTs) Eliminação/horas Estado de equilíbrio/dias 
Imipramina 4 a 34 05 
Amitriptilina 10 a 46 05 
Clomipramina 17 a 37 05 
Nortriptilina 13 a 88 05 
Fonte: Neves, 2015. 
 
10 
 
 
 
Inibidores da Monoaminoxidase (IMAOs) 
Os IMAOs exercem ação inibitória da Monoaminoxidase (MAO), que interage na 
metabolização de serotonina, noradrenalina e dopamina, quando administrado Isocarboxazida, 
fenelzina e tranilcipromina. Esses IMAOs não seletivos, se ligam de maneira irreversíveis as 
MAOS A e B. Dessa forma, sobrevém à redução na atividade da MAO, ocorrendo aumento 
da concentração dos neurotransmissores no Sistema Nervoso Central (SNC) e no Sistema 
Nervoso Simpático (Sistema Ortossimpático ou Sistema Toracolombar). (ALAMO et al., 
2011; BRASIL; BELISARIO FO, 2000). 
Esses posicionamentos não seletivos dos IMAOs têm como efeito a sensibilização dos 
receptores a2 ou b-adrenérgicos e de seretonina. As alterações, provavelmente sucedidas nas 
características dos receptores realizadas pela admissão crônica de IMAOs, se assemelham 
melhor no desempenho da ação antidepressiva em relação ao aumento na atividade do 
neurônio secundário ao acréscimo na concentração de neurotransmissores, o que explica a 
delonga no início da ação terapêutica. (ALAMO et al., 2011; BRASIL; BELISARIO, 2000). 
Novas inovações possibilitou o desenvolvimento de IMAOs seletivos da MAO-A e da 
MAO-B. Além de compostos que podem ser alterados, e que contornam o problema das crises 
hipertensivas. (NEVES, 2015). A figura 1 mostra a ação dos IMAOs sobre a MAO. 
 
11 
 
 
 
 
Figura 1. Mecanismo de ação dos IMAOs. 1- Libertação do neurotransmissor na fenda pré-sináptica, 2- Ação do 
neurotransmissor, 3- Inibição da MAO. 
Fonte: Cordeiro, 2014. 
A moclobemida (inibidor seletivo da MAO-A) é reversível e possui afinidade com 5-
HT e NA. Já a selegilina não apresenta efeito antidepressivo significativo na MAO-A. 
(ROSA; CAVALCANTE; TERRA JUNIOR, 2018). A figura 2 mostra a ação da 
moclobemida. 
 
12 
 
 
 
 
Figura 2. Síntese de dopamina e seu metabolismo por MAOA e MAOB. Ação da moclobemida. 
Fonte: Youdim, Edmondson e Tipton, 2006. 
 
Devido a inibição da MAO de fato perene, através da ação dos IMAOs, faz-se 
necessário adotar dieta pobre em tiramina e aminoácido precursor de catecolaminas, para 
evitar uma crise potencializada dos efeitos hipertensivos que pode ser fatal. (ROSA; 
CAVALCANTE; TERRA JR, 2018). O quadro 1 apresenta alimentos que devem ser 
consumidos e os evitáveis durante o tratamento da depressão, além de mostrar os alimentos 
que podem potencializar a inibição da MAO. 
 
 
 
 
 
13 
 
 
 
Quadro 1. Alimentos consumidos e não consumidos durante o tratamento de depressão. 
ALIMENTOS CONSUMIDOS EVITADOS 
Triptofano e ômega 3 Carne, peixe, frutos do mar, 
ovo, castanha, amendoim, 
ervilha, abacate, couve-flor, 
banana, grão-de-bico, abacate, 
aveia, chocolate amargo; 
 
Queijo forte ou curado, 
Bebidas alcoólicas (aguardente, 
vinho, cerveja), 
Chocolate, 
Carnes curadas, 
Citrinos, 
Alimentos fritos ou gordos, 
Nozes e outros frutos secos, 
Diversos corantes e aditivos 
alimentares, glutamato 
monosódico, excesso ou 
abstenção de cafeína, 
Aspartame, nitritos, sulfitos, 
Fígado de aves, sardinha de 
conserva, gelados, iogurtes, 
Extratos vegetais e de carne, 
carne de porco, marisco, 
Figos de conserva, 
Tomate de conserva, feijão 
enlatado. 
Magnésio Chocolate, castanhas, 
amêndoas, sementes de 
abóbora, arroz integral, gérmen 
de trigo, aveia, abacate e 
banana; 
 
Vitaminas do 
complexo B 
Espinafre, couve manteiga, leite 
e derivados, fígado, frango, 
ameixa e melancia; 
 
Vitamina C Acerola, goiaba, abacaxi, 
laranja, limão, tangerina, amora, 
framboesa; 
Fibras Frutas, vegetais e sementes 
como chia, linhaça egergelim. 
Fonte: Millichap, 2002. 
 
Inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRSs) 
Os fármacos antidepressivos da classe ISRSs, tendo como os mais usuais, a 
citalopram, fluoxetina, fluvoxamina, paroxetina e sertralina, são as últimas gerações de 
fármacos que melhor se obtém resultados eficazes e satisfatórios, mas, sobretudo com poucos 
problemas de qualidade e segurança. A neurotransmissão serotonérgica sofre uma 
potencialização devido à ação potente e seletiva da recaptação de serotonina, mutual a sua 
inibição através dos ISRs
3
. (FONSECA et al., 2018). A figura 3 mostra a ação dos inibidores 
da recaptação de seretonina. 
 
 
3
Inibidores Seletivos da Recaptação de Serotonina - ISRSs. Esses agentes bloqueiam a recaptação da serotonina 
na membrana pré-sináptica, aumentando assim a sua concentração na membrana terminal do nervo pós-
sináptico. (LATTIMORE et al., 2005). 
 
14 
 
 
 
 
Figura 3. Diagrama esquemático, que mostra o mecanismo de ação dos Inibidores Seletivos da Recaptação de 
Serotonina (ISRSs). 
Fonte: Lattimore et al., 2005. 
 
A variação na recaptação da serotonina se dá através da potencialização, devido a sua 
inibição, bem como da atração por noradrenalina e dopamina. A sertralina e paroxetina tem 
maior êxito enfático na inibição de receptação. A sertralina se diferencia farmacologicamente 
na classe dos ISRSs, devido a sua facilidade em inibir a recaptação de dopamina. (FONSECA 
et al., 2018). 
Os efeitos farmacodinâmicos estão associados devido à inibição da síntese óxido 
nítrica, através da paroxetina e, provavelmente por outros ISRSs. As misturas racêmicas de 
citalopram e fluoxetina formam distintas estruturas quirais de perfis farmacodinâmicos e 
farmacocinéticos diversificados. O metabólito da fluoxetina dispõe de mecanismo de atuação 
prolongada e é farmacologicamente ativo. Os perfis farmacocinéticos variados estão presentes 
nos ISRSs, que abrange meia vida, farmacocinética, depuração devido à idade e a inibição de 
isoenzimas metabolizadoras de fármacos do citocromo P450. (CYP). (SOARES, 2009). 
 Os ISRSs fazem absorção mais acelerada, pois sofrem pouco com o metabolismo de 
primeira passagem e formam ligações mais fortes com proteínas plasmáticas, que são 
rapidamente absorvidas, aumentando assim o seu nível plasmático. Metabolizados 
principalmente pelo fígado, os ISRSs afetam as enzimas metabolizadoras do citocromo P-450, 
15 
 
 
 
e podem comprometer o metabolismo de outras drogas metabolizadas por este sistema. 
(ROCHA; WERLANG, 2013). 
Diferente dos adultos, as doses dos medicamentos em crianças e adolescentes se fazem 
necessárias de forma mais elevada por peso, para efeito terapêuticos, pois assim são mais 
eficazes, com equivalência em níveis séricos. Isso se explica devido a dois fatores: 
metabolismo mais acelerado pelo fígado e filtragem glomerular aumentada. As optativas de 
escolha para administrações dos psicofármacos se dá por: aqueles com menor risco de se 
obter efeitos colaterais indesejáveis; resposta rápida do paciente; apoio de seus familiares 
quanto ao tratamento; e a própria experiência do médico. Com relação ao uso da posologia, 
inicialmente recomenda-se doses mínimas. (ROCHA; BATISTA; NUNES, 2004). 
De acordo com Ramos, Cordas e Salzano (2006), as opções na utilização do 
tratamento medicamentoso devem ser centradas em dois pilares fundamentais: o diagnóstico e 
a identificação dos sintomas alvos. O paciente deve estar sem efeitos de medicação entre uma 
a duas semanas. É importante salientar a ausência de medicação para o sono (hipnóticos). Se o 
paciente estiver hospitalizado, faz-se necessário uma boa atenção farmacêutica no que se 
refere aos medicamentos administrados no tratamento com combinações medicamentosas. 
Além disso, é importante verificar também aqueles medicamentos que foram interrompidos 
durante o tratamento, podendo ter indícios de abstinência, potencialização do efeito esperado 
ou até mesmo a inibição (eritromicina e o cetoconazol) do tratamento. 
 
4.2 Fatores Epidemiológicos da depressão em adolescentes 
A cada dia, os transtornos depressivos vêm em constante alta, crescendo em proporção 
igual com a população no geral. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), haverá 
mais depressivos no mundo nos anos seguintes, do que outras patologias de propagação 
endêmicas, tais como: infarto, má nutrição e doenças infecciosas. O fato é que a depressão 
está em constante evolução global. (BAHLS, 1999). Sendo uma constante crescente dessa 
patologia, em análise de todos os níveis e faixas etárias, verifica-se também o aumento no 
interesse da comunidade científica em buscar novos estudos da depressão na adolescência. 
A depressão voltada ao público adolescente, recentemente vem sendo alvo de estudos 
cada vez mais discutidos por diversos setores da comunidade, entre vários profissionais. No 
entanto, o primeiro estudo ou publicação é datada de 1975, pelo National Institute of Mental 
Health – NIMH no EUA. No Brasil tem sua primeira publicação sobre o tema, em 1984, por 
Souza, com uma divulgação mais voltada para a classe infanto-juvenil, do que para 
adolescentes. (BHATARA, 1992). 
16 
 
 
 
A depressão é apontada como sendo uma doença comum e de fácil reconhecimento 
pela classe médica. Muitos profissionais da medicina atendem e prescrevem antidepressivos 
para adolescentes, e também são unânimes em afirmar que a depressão é bem grave em 
adolescentes e mais perniciosas do que em adultos. (MARTINS; COHEIN, 2000). Verifica-se 
que o surgimento de novos casos diagnosticados é mais frequente ano a ano, com índices 
comprovados. Interessante destacar que essa patologia está mais precoce a cada época, 
contudo vem sendo considerado um fenômeno epidemiológico severo. 
Segundo estudo mostrado pela OMS (2017), em um comparativo mundial sobre a 
depressão, houve um crescimento entre 1990 a 2015. De acordo com o demonstrativo da 
figura 4, nas Américas o índice é maior do que no resto do mundo. 
 
 Figura 4. Prevalência de depressão por região da OMS, em ¨% da população. 
 Fonte: Global Burden of Disease Study, 2015 – World Health Organization apud Ostetti e Almeida, 2017. 
 
Sabe-se ainda que os sintomas depressivos são iguais entres todas as faixas etárias, e 
que no adulto, tanto quanto no adolescente, são bem semelhantes. Sendo assim, não se pode 
distinguir, entre as diferenças etárias, pois no geral não há uma grande variável. (CÂNDIDA, 
2005). A autora enfatiza que entre crianças e adolescentes há semelhança em termos de 
comparabilidade dos sintomas de transtornos mentais. De acordo com comparativos de 
pesquisas e estudo populacionais, cerca de 20% das crianças e adolescentes de idade entre 
17 
 
 
 
cinco e dezessete anos, apresentam algum tipo de transtorno mental diagnosticável, e que no 
geral, está relacionado a alguém de sua família diretamente. O quadro 2, demonstra a relação 
dos integrantes familiares com a depressão e a criança ou adolescente. 
 
Quadro 2. Diagnóstico psiquiátrico com a respectiva doença em algum integrante da família 
mais extensa da criança e adolescente encaminhada ao serviço de saúde. 
Motivo do encaminhamento 
(Anos da criança/adolescente) 
Familiar e diagnóstico 
psiquiátrico 
Tipo de abuso identificado 
Encoprese*, medo, sono 
agitado (6 anos) 
Tia materna/psicose, 
tia paterna/uso substancias 
psicóticas 
Abuso físico e abuso 
psicológico 
Agressividade (11 anos) 
 
 
Avó materna/humor 
Abuso sexual (12 anos) 
 
 
Avó materna/neurótica Abuso sexual 
Agressividade 
comportamental, 
autoagressivo (8anos) 
 
 
Avó materna/humor _________________ 
Ansiedade, fuga domiciliar e 
escolar (11anos) 
 
 
Tia materna /psicose Abuso físico e abuso 
psicológico 
Ansiedade, irritabilidade 
(11anos) 
 
 
Avó paterna/humor Negligência 
Agressividade, irritabilidade,alucinação visual (7anos) 
 
 
Avó materna/neurótica Abuso físico e abuso 
psicológico 
Parente busca serviço, 
agitado, confabulação (9 anos) 
Tio materno/ sustâncias 
psicóticas, tia materna/ 
neurose, avó materna 
/psicótica 
 
 
Abuso físico 
Hiperatividade, agressividade 
(5anos) 
 
Avó materna/neurose. __________________ 
Fonte: Lacerda e Fiamenghi Jr, 2013. 
*Encoprese: incontinência fecal, geralmente associada a fatores psíquicos e definidas como repetidas 
evacuações, pode ser voluntária ou não, e de fundo emocional ou fisiológico e psicológico. 
 
18 
 
 
 
Estudos mostram que os sintomas semelhantes são a agitação e ansiedade, fadiga e 
sentimento de culpa, que são comuns em todas as faixas etárias, porém entre os adolescentes 
esses sintomas sempre manifestam de forma mais agressiva, o que os tornam mais visíveis, e 
muitas vezes confundidos com outros fatores adjuntos, tais como: história pregressa da 
patologia em sua família, pais e avós, situação econômica e social, aceitabilidade psicológica 
e variável biológicas, rotinas em sociedade e em família, entre outros fatores. (ASBAHR, 
2004; BAHLS; BAHLS, 2002; MARTINS; COHEIN, 2000). 
Observando um estudo publicado por Aragão et al., (2009), realizado com alunos do 
Ensino Médio em uma cidade brasileira, fica claro os sintomas mais relevantes da depressão, 
como demonstrados na tabela 2. 
 
Tabela 2. Concepções/discrição da depressão entre adolescentes do Ensino Médio. 
Categoria e Subcategoria Adolescente do Ensino Médio 
F % 
Tristeza 26 20 
Solidão 26 20 
Demência 25 19 
Choro 16 12 
Doenças 15 12 
Morte 10 08 
Falta de apetite 06 05 
Angústia 05 04 
Total 129 100 
 Fonte: Aragão et al., 2009. 
 
Alguns avaliadores e/ou prescritores, médicos pediatras e hebiatra, psiquiatras e 
psicólogos (MELO; SIEBA; MOREIRA, 2017; BENETTI et al., 2007), veem com 
dificuldade o comparativo em estabelecer a relação causal entre as faixas de idades, e que é o 
fator de início da depressão em adolescentes. Contudo observa-se o fator sócio familiar como 
sendo o que surge cada vez mais cedo. 
Do ponto de vista da psicanálise, é consenso que na adolescência inicia-se os conflitos, 
e é nesse momento que há vivência nos contextos interpessoais de importância e relevância. A 
adolescência é o instante em que se muda a real perspectiva da vida, sendo o marco da 
passagem da criança para a fase adulta. Pode-se chamar essa fase da vida de intermediária ou 
adolescência, tendo como primeiro fato ou/a modificação de um padrão até então comum. A 
infância caracterizada como leve, sem grandes responsabilidades e sem rigor, na adolescência 
19 
 
 
 
há um novo padrão com maiores responsabilidade, novas fórmulas de cobranças, tendo regras 
diferenciadas para a nova vida adulta. (ASBAHR, 2004). 
Nesta fase de dúvidas e incertezas, há como fator principal a ebulição hormonal em 
ambos os sexos. Observa-se no contesto geral, o início de uma nova fase nos relacionamentos 
sexuais, pessoais e sociais. 
 Com tais mudanças, o corpo está em adaptação rápida, porém o psíquico ainda não 
está totalmente adaptado, pois ainda demora algum tempo, não estando totalmente maduro 
e/ou pronto para modificações tão rápidas, sendo isso o suficiente para gerar os primeiros 
conflitos, graves e/ou não tão graves assim, no que pode ser avaliado como o novo fator, que 
é o ser adolescente. (ASBAHR, 2004; BAHLS, 2002). 
Estudos de Aragão et al. (2009), catalogaram em uma escola púbica no Brasil as 
causas da depressão entre adolescentes, sendo as mais relevantes mostrada na tabela 3. 
 
 Tabela 3. Causa da depressão entre adolescentes no Ensino Médio. 
Categorias e 
subcategorias 
Adolescentes do Ensino Médio 
F % 
Baixa autoestima 45 37 
Problemas familiares 32 26 
Exclusão social 23 19 
Perdas 10 08 
Estresses 06 05 
Falta de diálogo 06 05 
Total 122 100 
 Fonte: Aragão et al., 2009. 
 
No contexto geral, é na adolescência que se começam os relacionamentos, e isso vem 
sendo um fator importante no que diz respeito aos campos dos relacionamentos afetivos e 
sexuais. Nessa fase da vida há um destaque principal para a mudança no corpo do 
adolescente, com evidências para as mudanças hormonais, que embora em constates mutação, 
ainda leva algum tempo para se adaptar e organizar esse novo ser. 
Contudo, tais fatores podem levar o adolescente a ter crise conflitais severas, 
destacando os sintomas mais comuns da ansiedade, sendo eles: a raiva, agressividade, 
violência, surtos psicóticos, que são, em geral, voltados principalmente para a sociedade e a 
família. (CAMPOS; PRETTE; PRETTE, 2014). 
20 
 
 
 
Supondo que a adolescência seja o período mais crítico, pode-se afirmar que será 
também o momento em que a patologia se manifesta com grande intensidade, sendo diferente 
para cada indivíduo. Alguns passam por esta circunstância com poucas problemáticas, ou seja, 
alguns indivíduos têm maior equilíbrio, conforme a sua influência no âmbito familiar. A 
família em equilíbrio e ajustada favorece melhores condições emocionais e psicológicas, 
conseguindo assim passar com melhor leveza por essa fase da vida. 
No entanto, outros indivíduos, não tendo o apoio familiar necessário ou ainda vivendo 
em lares conflitantes, desajustados ou com membros familiares tendo os sinais e sintomas e 
com o diagnóstico de depressão, será inevitável que tal adolescente passe por esse processo 
sem haver alguma perda. É provável que adolescentes expostos à condições estressantes 
familiares, tenham sintomas e transtornos depressivos. (BAHLS, 2002). 
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística-IBGE (2013), no que 
foi abordado, cita-se ainda, mais alguns sintomas ou fatores que podem desencadear o gatilho 
depressivo entre adolescentes, que são o uso de substâncias lícitas (cigarros, bebidas, 
alcoólicas, remédios), substâncias ilícitas (drogas, maconha, cocaína, craque...), dificuldades 
entre relação sexual, conflito de gênero, dificuldade de afetividade interpessoais e sociais. 
Observa-se ainda que a ocorrência depressiva em adolescentes é bem variável, de 
acordo com sexo e idade, mostrando diferentes padrões de comportamentos. As modificações 
reais e comparações analíticas, podem ser divergente entre os gêneros. Indivíduos do sexo 
feminino têm mais episódios de depressão, além de mais casos de agressividade e isolamento. 
Já o gênero masculino apresenta padrão depressivo com grau de agressividade bem mais 
violento, sendo também mais letal, podendo causar morte de outros ou até mesmo seu 
autoextermínio. (BAHLS, 2002). Na tabela 4, pode ser verificada duas variáveis. 
 
 Tabela 4. Descrições das variáveis sexo e idade. 
VARIÁVEL % (N) 
 
Sexo 
Masculino 
 
38,5 (77) 
Feminino 61,5 (123) 
 
 
Idade 
14 ou menos 15,3 (31) 
15 a 17 anos 77,7 (157) 
18 a 19 anos 6,9 (14) 
 Fonte: Nascimento et al., 2018. 
21 
 
 
 
De acordo com Soares et al. (1999), o início da depressão é por volta dos 
treze/quatorze anos em menina, e quinze/dezesseis em meninos. Mas, no geral o ápice de 
agressividade é por volta dos dezesseis anos para ambos os sexos, e com o passar dos anos a 
tendência é aumentar, gradualmente, os sintomas. Após os dezesseis anos, observa-se uma 
maior evolução por parte das taxas de expressividade relatada em ambos os sexos no geral. 
Ao avaliar a tabela 5, observa-se que o estudo mostra a média em relação a depressão obtida 
em função do sexo e ano letivo. 
 
 Tabela 5. Média e desvio padrão, sexo e escolaridade. 
Variável Depressão 
N M DP 
Sexo 
M 225 5,5 4,3 
F 231 14,2 10,19 
Escolaridade 
7° 80 15,5 13,0 
8° 207 8,7 7,43 
1° ano/2°grau 169 8,7 7,32 
 Fonte: Reppold e Hutz, 2003. 
 
No entanto, nessa fase alguns estudos epidemiológicos divergem sobre causae gênero. 
Na depressão em adolescentes, em longa análise na literatura, observa-se que há bastante 
divergências, não tendo claramente o exato momento em que ocorre o episódio depressivo e 
suas manifestações. Dessa forma, não se sabe em que instante ou etapa da vida do adolescente 
haverá um maior predomínio entre os gêneros, meninas ou meninos, pois os dados ainda são 
insuficientes ou escassos. (BAHLS, 2002). 
Alguns dos fatos abordado de real importância para a avaliação dos sintomas e sua 
definição de diagnóstico da depressão no adolescente, são corriqueiros e de fácil análise. 
Faz-se necessário observar o adolescente e verificar comportamentos, tais como: 
suspeitas de mudanças de alteração no humor diário, ora muito eufóricos, deprimidos, 
agressivos, agitados, podendo afetar o convívio no âmbito familiar e escolar, com ênfase 
principal em seus rendimentos escolares e acadêmicos. (CLARKE; HARVEY, 2012). 
Outros fatores também são considerados de relevância, sendo eles: a alteração de peso 
corporal, obesidade ou anorexia, excesso abusivo de bebidas alcoólicas, tabaco, drogas, 
cocaína, maconha, craque, comportamento sexual inadequados, prostituição e promiscuidade. 
Outros fatores fora do comum, segundo os padrões sociais, podem ser relatados como 
sintomas da depressão, com comportamentos que afrontaram o seu grupo de vivência social e 
familiar, como a autoafirmação de identidade de gênero, conflito social-psicológico, alta 
22 
 
 
 
agressividade, brigas e conflitos constantes, comportamento violento, episódios de explosões, 
como o de raiva ou o de apatia, procedimento exagerado de má conduta, podendo levar a 
comportamento criminal, pequenos furtos e/ou roubos com consequências danosa, e/ou só 
apenas comportamental, no caso para chamar a atenção de algum membro familiar ou afetivo, 
e também a hostilidade com outros de seu convívio. 
Outro sintoma observado é o isolamento total e/ou parcial, fugas da realidade 
vivenciando um mundo de fantasia e mentiras, criando um habitat de ilusões fictícias, 
podendo fantasiar ainda doenças não existentes de causa dolorosa, sem fundo verídico, tal 
como, dor com queixa física e imprecisa, não sabendo exatamente o local ou causa precisa. 
(BAPTISTA; GOLFETO, 2000). 
É necessária uma avaliação mais criteriosa, em especial com o sexo masculino, em 
que observa-se o comportamento do garoto. Nota-se, em alguns casos emoções reprimidas e 
não exposição de seus sentimentos ou emoções perante a sociedade, o que pode levar a ter 
comorbidades associadas, uma espécie de duplo gatilho desencadeador da depressão. (ZINN-
SOUZA et al., 2008). Esses autores relatam ainda que são de grande importância a avaliação 
e a observação de patologias agressivas e neuropsicológicas de risco, como por exemplo de 
abuso de substância químicas e transtorno obsessivo compulsivo (TOC), e/ou débito de 
atenção, hiperatividade, transtorno de conduta comportamental e transtorno sexual, abuso 
sexual e psicológico, depressão severa com uso de fármacospsicotópios e álcool. Nesses 
casos, o fator é agravado, podendo desenvolver psicoses graves, aumentando inclusive o 
sentimento de autoextermínio e até suicídio. 
Deve-se atentar aos fatos da família e do adolescente de ambos os gêneros, desde 
ocorrências de grau com pouca relevância, até o de grau ou quadros mais graves. Desta forma, 
será mais fácil a administração de antidepressivos e um melhor monitoramento nas 
consequências causadas pelo uso indiscriminado desse tipo de medicamentos. 
Após observação desses sintomas, e também a avaliação na rotina familiar e social do 
adolescente de ambos os gêneros, fica mais fácil o diagnóstico, que pode ser executado pelos 
prescritores de psicofármacos, para assim utilizar como terapia de primeira escolha os 
medicamentos apropriados para essa patologia, que são os antidepressivos. 
 
4.3 Papel do profissional farmacêutico na equipe multiprofissional no direcionamento do 
paciente depressivo 
 A atenção farmacêutica foi instituída pela primeira vez no ano de 1990, como “a 
provisão responsável do tratamento farmacológico, com o propósito de alcançar resultados 
23 
 
 
 
concretos que melhorem a qualidade de vida dos pacientes” (HEPLER; STRAND, 1999, 
p.43). Após alguns anos, o profissional farmacêutico foi reconhecido pela OMS, como um 
dispensador de atenção à saúde, que tem a capacidade de colaborar ativamente na prevenção 
de enfermidades e na promoção da saúde, juntamente com outros membros da saúde, 
valorizando assim o profissional na atuação da atenção farmacêutica. (ORGANIZACIÓN 
PANAMERICANA DE LA SALUD, 1993). 
Ao considerar-se a atenção farmacêutica em adolescentes, há alguns pontos de 
relevância, pois esta fase da vida é tendenciosa a desenvolver Problemas Relacionados aos 
Medicamentos (PRM). 
De acordo com o Conselho Brasileiro de Atenção Farmacêutica (CBAT, 2002, p.19), o 
PRM “é um problema de saúde, podendo estar relacionado a farmacoterapia, que pode ter ou 
não está relacionado nos resultados terapêuticos e na qualidade de vida do usuário”. O PRM 
pode ser de diferentes causas, como as relacionadas aos profissionais de saúde e ao 
medicamento, ao sistema de saúde, ao próprio usuário e seus aspectos biopsicossociais. 
Na proposta enviada pelo CBAT (2002), foi desenvolvido alguns componentes da 
prática profissional para o exercício da Atenção Farmacêutica no Brasil, com o objetivo e 
elementos constitutivos para a prática. Esses dados são demonstrados no quadro 3: 
 
 Quadro 3. Elementos constitutivos da prática da Atenção Farmacêutica 
1. Educação em saúde (incluindo promoção do uso racional de medicamentos); 
2. Orientação farmacêutica; 
3. Dispensação; 
4. Atendimento Farmacêutico; 
5. Acompanhamento/seguimento farmacoterapêutico; 
6. Registro sistemático das atividades, mensuração e avaliação dos resultados. 
 Fonte: Conselho Brasileiro de Atenção Farmacêutica, 2002, p.18. 
 
O papel do profissional farmacêutico na equipe multiprofissional no direcionamento 
do paciente depressivo é de extrema importância, ao considerar-se o sucesso 
farmacoterapêutico. Atualmente, a relação do farmacêutico-paciente identificada como 
Atenção Farmacêutica na prática profissional, desenvolve habilidades de comunicação com o 
paciente na ação diária. (D’ANDRÉA et al., 2012). 
O ponto chave para a Atenção Farmacêutica é o acompanhamento/seguimento 
farmacoterapêutico, em que o profissional farmacêutico se dispõe às responsabilidades e 
24 
 
 
 
necessidades do paciente, identificando e prevenindo possíveis problemas medicamentoso, de 
forma sistemática e documentada, para alcançar assim, um melhor resultado, proporcionando 
uma superior qualidade de vida ao usuário. (CONSELHO BRASILEIRO DE ATENÇÃO 
FARMACÊUTICA, 2002). 
Segundo Fridman e Filinger (2003), a Atenção Farmacêutica aos pacientes com 
problemas neuropsiquiátricos deve seguir aspectos concretos, como: 
1.O manejo das reações adversas aos medicamentos (RAM) mais frequentes; 
2.Enfermidades concomitantes que possam influenciar no tratamento adequado do 
transtorno mental; 
3.A adesão ao tratamento; 
4.A possibilidade de ocorrência de interações medicamentosas ou medicamento -
alimento que possam prejudicar o sucesso da farmacoterapia; 
5.Fornecer orientações sobre cuidados específicos com o medicamento prescrito; 
6.O uso de psicofármacos por grupo de risco (gestante, lactante, idosos, crianças); 
7.Uso de medicamentos isentos de prescrição (MIP), que possam interagir com 
medicamentos prescritos; Monitoramento e seguimento do tratamento 
medicamentoso; 
8.Fatores farmacotécnicos: necessidade de trocar a via de administração, a forma 
farmacêutica, impossibilidade de preparação de certa forma farmacêutica, etc; 
9.Contribuir para a educação do paciente, familiares e cuidadores. (FRIDMAN; 
FILINGER, 2003, p.352). 
 
 
De acordo com Morente e Gastelurrutia(2003), demostraram que pacientes com 
quadro depressivo, tende a recorrer ao farmacêutico com a finalidade de ajuda, relacionada 
aos medicamentos para o tratamento da patologia. Em países como os Estados Unidos e 
Espanha, a procura está entre a quinta e oitava posição, respectivamente, de consultas mais 
frequentes na farmácia comunitária, em que envolve a procura do profissional em buscas 
relacionadas aos efeitos adversos da medicação e sua efetividade. 
Neste contexto, o profissional farmacêutico é essencial para auxiliar o paciente a 
cumprir, de formar efetiva, o tratamento, esclarecendo possíveis dúvidas e problemas 
relacionados com a medicação e com o correto tratamento farmacoterapêutico ao paciente 
depressivo. 
O uso de psicofármacos pode ser um complemento útil ou até mesmo indispensável no 
processo de melhora do paciente, principalmente ao considerar o risco de suicídio em 
determinadas depressões. (CABALLO; SIMÓN, 2005). 
Portanto, é papel do profissional farmacêutico dialogar com o paciente ou familiares, 
buscando a orientação sobre abordagens terapêuticas para a melhora e a cura da depressão, 
principalmente quando esse paciente for um adolescente. 
 
 
25 
 
 
 
 
 
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
A depressão deve ser diagnosticada rapidamente. Os familiares e pessoas mais 
próximas têm grande importância nessa investigação de patologia, pois a partir delas que o 
indivíduo normalmente procura ajuda. É através dessas análises que muitas pessoas são 
levadas a uma possível avaliação de depressão. 
 O método mais eficaz é o uso de antidepressivos, não anulando a possibilidade da 
melhora sem o uso destes, pois as terapias comportamentais e acompanhamento, auxiliam o 
paciente na reinserção social, fator que muitas vezes é determinante da patologia. A classe de 
antidepressivos mais utilizada para a faixa etária em estudo (adolescência), são os inibidores 
seletivos da serotonina (ISRSs), pois tem seu efeito e segurança comprovada para este grupo. 
 A depressão, em muitos países, já é considerada um problema de saúde pública. Tal 
posição se dá pelo crescente índice de diagnósticos positivos da patologia na população. 
 A procura de profissionais para o correto diagnóstico, e em alguns casos o preparo dos 
profissionais atuantes nas equipes multiprofissionais, são pontos determinantes para auxiliar o 
paciente e a família durante o tratamento contra a depressão. Aspectos sociais também devem 
ser considerados, como a possibilidade de quem não tem condições financeiras, para arcar 
com os custos de acompanhamento e medicamentos. 
 Nesse contexto, destaca-se a responsabilidade do profissional farmacêutico, sendo o 
último profissional a realizar a atenção ao paciente e familiares, seja em locais privados ou 
públicos. 
 Sendo assim, o profissional farmacêutico deve estar aberto e disponível a orientar o 
paciente e a família em qualquer dúvida pertinente a farmacoterapia adotada, com o objetivo 
de auxiliar o paciente na melhora dos sinais e sintomas da patologia, além de evitar que o 
mesmo desista do tratamento, seja por reações adversas associada ao medicamento, falta de 
conhecimento sobre a doença, ou ainda por motivos financeiros. 
 O paciente com depressão, juntamente com a equipe de saúde, precisa estar atento às 
mudanças de medicamento e alternativas que contemplem a situação do paciente, adotando 
medicamentos genéricos e prevenindo a desistência do paciente aos retornos com os 
profissionais para avaliação do tratamento. 
 
 
26 
 
 
 
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